ANO VII
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N º 2 6 J U L . A G O . S E T. 2 0 1 1
3
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A saúde que vem
dos alimentos
4
Entrevista
Priscilla Maria Bonini Ribeiro, Secretária
de Educação de Guarujá, fala sobre
as inovações que estão mudando o
atendimento oferecido pela rede de
ensino do município do litoral paulista.
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10
Som e aprendizado
Em 2012, a Música entra na sala de
aula. A novidade provoca debates
e surgem formas criativas de
aprender em ritmo de MPB.
pág.
12
Giro pelas cidades
Novas atividades dos Programas
Fura-Bolo e “de grão em grão”
movimentam comunidades
escolares.
pág.
Atualmente, o aumento das taxas de sobrepeso e de
obesidade está entre as principais preocupações de
profissionais de saúde. No Brasil, segundo pesquisa do
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,
56 milhões de brasileiros, acima dos 20 anos, estão acima
do peso, sendo que 17 milhões são obesos (leia na pag. 2).
Palavra do Voluntário
Equipes de voluntários vão a campo
para entregar livros e incentivar
participação das escolas nos
programas da Fundação Cargill.
As possíveis consequências: aumento da ocorrência
de enfarte, diabetes, acidente vascular cerebral, entre
outros problemas. E a obesidade, considerada uma
epidemia, avança entre as crianças. A melhor receita
para combater esse mal? Alimentação saudável em todas as fases da vida.
1
Continua na página 6
Editorial
Unidos em um
novo desafio
E
stamos vivendo um momento significativo
na Fundação Cargill. Depois de anos atuando
em grandes frentes de trabalho, evoluímos
para uma nova fase. A partir de 2012, nosso foco será
a Alimentação e a Nutrição, desde a produção no
campo até o consumo. Nosso objetivo é ter projetos e parcerias que envolvam questões como o combate à má alimentação - geradora de desnutrição e
obesidade – e o desperdício de alimentos.
Para darmos este novo passo, foi necessária uma reavaliação das ações realizadas pela Fundação Cargill
e um estudo das necessidades das comunidades
onde a Cargill está presente. Além disso, buscamos
unir a experiência gerada pelo negócio da empresa
e a conquistada pelos anos de atuação da Fundação
Cargill e seu voluntariado junto à sociedade.
Afinal, em sua história, a Fundação Cargill desenvolveu programas importantes: o Fura-Bolo, que em
12 anos distribuiu mais de 1 milhão de livros a alunos
do Ensino Fundamental, e o “de grão em grão”, que
tem beneficiado crianças, professores e merendeiras
e produziu mais de 500 toneladas de legumes e verduras em sete anos. Além, é claro, de ter contribuído
com o meio rural e acadêmico, pela publicação de
230 títulos relacionados a agricultura e agropecuária.
Esse histórico nos levou a quatro pilares que sustentarão nosso trabalho a partir de agora: colaborar
com a alimentação saudável, segura, sustentável e
acessível. E este novo caminho será iniciado apenas
se nós, como voluntários, nos empenharmos em
fazer uso desta extensa experiência que construímos nos contatos diários com as comunidades.
No encarte especial que acompanha esta edição
do Jornal Fundação Cargill, estão todos os passos
dados para chegar a esta nova etapa, assim como o
registro do papel do voluntariado na construção da
nossa história. Por tudo isso, gostaria de agradecer
aos voluntários, comunidades e educadores que
sempre participaram e apoiaram a Fundação Cargill
em seus projetos.
Boa leitura!
Valeria Militelli
Presidente da Fundação Cargill
Os perigos da obesidade
A obesidade é o excesso de gordura no organismo que pode gerar diversos problemas de
saúde como diabetes, hipertensão arterial,
acidente vascular cerebral e alguns tipos de
câncer. Hoje a obesidade é considerada
uma epidemia.
- Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), de 2010, indica que 56 milhões de brasileiros estão
acima do peso (considerando adultos acima dos 20 anos);
- Entre os 56 milhões de brasileiros acima do peso, 17 milhões são obesos;
- No mundo, em 2008, 1,46 bilhão de pessoas apresentavam sobrepeso,
sendo que 500 milhões eram obesas;
- Estudos mostram que a obesidade aumenta cada vez mais entre as
populações de menor renda. Distúrbios orgânicos e má alimentação
são alguns dos fatores responsáveis pela doença;
- O desnutrido de hoje poderá ser o obeso de amanhã. Famílias de
baixo poder aquisitivo estão expostas ao problema, que também é
de natureza social e pode ter relação com a desnutrição na infância;
- O sobrepeso e a obesidade não escolhem idade. Assim, é importante
crianças, jovens, adultos e idosos manterem hábitos alimentares
saudáveis e atividades físicas regulares;
A melhor forma de manter o corpo e a mente
saudáveis é ter uma alimentação equilibrada,
rica em vitaminas, sais minerais e fibras (frutas,
legumes e verduras) e quantidades balanceadas
de carboidratos (massas, arroz, batata, pães...),
proteínas (carnes, ovos, laticínios...) e moderação no
consumo de açúcares e doces, óleos, gorduras e sal.
Envie sua sugestão
O Jornal Fundação Cargill está aberto para a
participação de todos os leitores. Envie sugestões,
experiências e trabalhos relacionados aos
Programas Fura-Bolo e “de grão em grão”
para o e-mail [email protected],
ou encaminhe para o coordenador de voluntários
da Fundação Cargill da sua cidade. Participe!
O Jornal Fundação Cargill é uma publicação trimestral
dirigida a educadores e voluntários participantes
dos programas sociais da Fundação Cargill e
instituições do Terceiro Setor. Caixa Postal 28704-0
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Eletrônica e Produção Gráfica: Oz
A Fundação Cargill é mantida pela Cargill Agrícola S.A.
Design - Fotos: Fundação Cargill. que
foi reconhecida como empresa amiga da criança.
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Foto: Divulgação
Nosso entrevistado
Foco na educação
de qualidade
Responsável por uma rede de ensino formada por 19 escolas de Educação Infantil, 13 creches, 26 escolas de Ensino Fundamental, que
atendem mais de 23 mil alunos, a Secretaria Municipal de Educação de
Guarujá, no litoral paulista, inova e dá um salto de qualidade. Quem
fala sobre as iniciativas que atingem todos os níveis de ensino é Priscilla
Maria Bonini Ribeiro, Secretária de Educação da cidade.
Jornal Fundação Cargill - A Secretaria de Educação
de Guarujá vem implantando diversas inovações
na rede municipal de ensino. A senhora poderia
citar algumas?
JFC - Quais os principais focos desses projetos?
PR - O Espaço Aprendizagem atende àquelas crianças
que dentro de sua sala de aula não obtiveram êxito e são
estimuladas ao aprendizado por meio de metodologias
diversificadas. Os Simulados nos permitem introduzir
os alunos do 5°, 6° e 9° anos no universo das avaliações
externas, preparando-os para avaliações nacionais e
estaduais. E o objetivo do Leitura em Ação é oferecer
atividades específicas de leitura aos alunos do 5º ano
do Ensino Fundamental que ainda não sabem ler com
autonomia.
Priscilla Maria Bonini Ribeiro – Realmente, implantamos
diversas iniciativas que vêm mudando a educação na
nossa cidade. Elas estão focadas nos alunos, educadores
e comunidades com o objetivo de aprimorar o atendimento prestado pela rede de ensino como um todo. Mas
acredito que podemos citar ações que exemplificam a
grandeza e diversidade dessas inovações. Tratam-se das
Salas Multimídia, resultado do Programa de Ciências e
Tecnologia de Guarujá (Procientec), os projetos voltados
à educação especial, a Casa do Educador e os programas
de apoio ao processo de ensino aprendizagem.
JFC - Quais os resultados já alcançados?
PR - Já registramos resultados positivos significativos.
Conquistamos um aumento da taxa de aprovação em
2010 no Ensino Fundamental I de 90,2% e no Ensino Fundamental II de 82,6%. E a nossa avaliação no IDEB (Índice
de Desenvolvimento da Educação Básica), do 1° ao 5° ano,
passou de 4,5 para 4,6. Outro resultado muito importante é o registro de uma maior participação dos pais e
do envolvimento dos educadores nas ações promovidas
pelas comunidades escolares.
JFC - Quais as principais ações desses projetos?
PR - A criação das Salas Multimídia vem ao encontro
da necessidade de implantação de novos recursos tecnológicos na sala de aula, aproximando alunos e professores. Com essa iniciativa, proporcionamos ao professor
maior dinamismo em suas aulas, o que certamente aprimora o aprendizado dos alunos. Em relação à educação
especial, entre as medidas adotadas, está a criação da
rede de apoio, que atua dentro da sala de aula para favorecer a inclusão de alunos com alguma deficiência, e a
do Professor Especialista, que acompanha o atendimento
dessas crianças e também oferece orientações a professores e familiares.
Programas da
Fundação Cargill
O avanço em qualidade do ensino municipal de Guarujá conta com o apoio dos programas da Fundação
Cargill. Há 11 anos, 3.400 alunos e 133 professores
do Ensino Fundamental, de seis escolas, participam
anualmente do Programa Fura-Bolo, que leva às comunidades atendidas os livros da Coleção Fura-Bolo e
as diferentes atividades que compõem o programa.
Em 2004, essas escolas ganharam a implantação de
hortas do Programa “de grão em grão”, envolvendo,
além de alunos e professores, a participação de
30 merendeiras.
JFC - E quanto aos programas de apoio à aprendizagem?
PR - Esta questão também recebe uma atenção especial.
Entre as ações, que envolvem a ampliação de vagas nos
ensinos Infantil e Fundamental e a modernização dos espaços pedagógicos, podemos ressaltar o Saber em Ação, que
traz o reforço escolar no contra turno, o Espaço Aprendizagem, os Simulados e a Leitura em Ação.
3
A Música
na sala de aula
A
Apesar das dificuldades, toda a discussão gerada pela Lei
é benéfica para repensar a área. Segundo a professora, a
volta da Música à escola, se for adequadamente conduzida, pode, entre outros benefícios, incentivar o fazer e
o escutar música. “A música auxilia na socialização, no
desenvolvimento da memória e da imaginação, da capacidade auditiva (percepção) e pode auxiliar na compreensão de conteúdos de outras disciplinas do currículo. Ela pode mostrar aos alunos a diversidade da cultura
humana e como se dá em diferentes lugares ou épocas,
e isso pode ser assunto da História e da Geografia. Ela
pode ajudar o aluno a memorizar um texto cantado em
alguma música, tomar contato com o ritmo que evoca,
ou transitar pelas sutilezas da língua, que se mostram ou
se escondem na parte musical, o que poderá ser explorado pelo professor de Língua Portuguesa. Enfim, há um
universo a descobrir e o professor de educação musical
pode contribuir muito com seus colegas em projetos interdisciplinares criativos e interessantes”.
partir de 2012, a Música deverá fazer parte
do conteúdo da disciplina de Artes em todos os níveis de ensino, de acordo com a Lei
11.769/08. Mas qual a importância dessa inovação e
quais as dificuldades para o atendimento dessa determinação? Afinal, depois de muito tempo de ausência da
Música nas atividades escolares - cerca de 40 anos - é
natural que a novidade gere dúvidas a escolas, professores e famílias de alunos.
“O texto da Lei determina que a Música seja conteúdo
‘obrigatório, mas não exclusivo’ em todos os níveis de ensino. Isso quer dizer que todas as escolas devem oferecer
a disciplina, mas a periodicidade dessa oferta, bem como
os conteúdos a serem desenvolvidos são determinados
pela escola, o que dá margem às mais diversas soluções
de atendimento”, explica Marisa Trench de Oliveira Fonterrada, professora em Técnicas de Musicalização Infantil
do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista
(UNESP). Para a professora, num primeiro momento, é
importante discutir questões de ordem prática. Como,
por exemplo, qual profissional deve ministrar as aulas de
Música?
Apesar de a obrigatoriedade da implantação da Música
no Ensino Básico iniciar no próximo ano, ela já faz parte
de algumas atividades escolares e também inspira o desenvolvimento de projetos que se utilizam de ritmos e
sons para auxiliar no ensino-aprendizagem da Língua
Gustova Morita / Revista Língua Portuguesa
No caso do Ensino Fundamental II, os professores especialistas apenas chegam às salas de aula a partir do 6º
ano. Os educadores não possuem formação musical, o
que pode deixá-los inseguros para o exercício da nova
função. E no Ensino Médio pode haver dificuldades. Segundo Marisa Fonterrada, “não há, no Brasil, licenciados
em Música ou em Educação Musical em número suficiente para atender à demanda. Enquanto a escola não
dispuser desse profissional, ela dará a aula para os professores de outras áreas, para que possam ministrar música
aos alunos”.
Língua Cantada
Língua Cantada: diálogo entre idioma, literatura e música
4
“A canção Valsinha apresenta uma linda história de
amor: uma mulher que não era notada por seu marido
é surpreendida pela mudança repentina do olhar dele.
O marido observa sua mulher como há muito não
a via e, apaixonado, a toma nos braços e comemora
esse reencontro com uma valsa que extrapola os limites do lar e invade a praça, a vizinhança, a cidade e o
mundo. Essa progressão é notada na canção que, como
em uma valsa, o casal vai dançando e levando todos
a dançarem com eles: pais, padrinhos e convidados. A
sintaxe é bastante explorada na canção. A mulher aparece como objeto direto, representado pelo pronome
oblíquo a. O marido como sujeito, representado pelo
pronome pessoal ele. Aos poucos, a mulher vai saindo
da condição de objeto a e passa à condição de sujeito
ela (ela se fez bonita), até que ambos, marido e mulher,
são ao mesmo tempo sujeito e objeto de uma mesma
ação: Os dois deram-se os braços. A metáfora vestido decotado cheirando a guardado é um bom exemplo para
caracterizar a ansiedade da mulher amada que esperava ser sujeito nessa história de amor.”
João Jonas Veiga
Portuguesa. Esse é o caso do Língua Cantada que, a partir
do variado repertório da Música Popular Brasileira (MPB),
estimula a análise e a troca de saberes, entre professor e
aluno, sobre o idioma e a literatura. “O projeto busca motivar professor e aluno a partir do emprego da ‘língua viva’
das canções e, sobretudo, do conhecimento e do repertório
linguístico do estudante. Nesse percurso, os participantes
compreendem a língua como instrumento de comunicação e de sociabilidade”, explica João Jonas Veiga, professor
de Língua Portuguesa e Literatura do Colégio Móbile, de
São Paulo, e idealizador do projeto.
O diálogo entre idioma, literatura e música acontece
durante aulas-show realizadas em bibliotecas, escolas e
espaços culturais. Um professor de Língua Portuguesa,
acompanhado de uma banda, analisa juntamente com
os estudantes fatos linguísticos e o processo de construção textual das canções apresentadas. O professorapresentador ainda fornece aos professores-ouvintes estratégias e recursos didáticos para explorar outras canções
ou textos que dialoguem com as canções estudadas.
Confira uma das músicas trabalhadas durante os encontros do Língua Cantada e a análise elaborada pelo professor João Jonas Veiga:
Valsinha
Chico Buarque e Vinícius de Morais
Um dia, ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a de um jeito muito mais quente do que
sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu
jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto,
convidou-a pra rodar
E então ela se fez bonita como há muito tempo
não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado
de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como
há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça, foram para a praça e
começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda
despertou
E foi tanta felicidade que toda cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como
não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz
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Saúde, boa
alimentação
e horta escolar
O
índice de crianças obesas está em alta. Segundo Pesquisa de Orçamentos Familiares
(POF) 2008-2009 do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), uma em cada três
crianças brasileiras, de 5 a 9 anos, tem excesso de
peso. E algumas projeções mostram que,
no prazo de 10 a 15 anos, o padrão
de crianças e adolescentes
brasileiros pode chegar ao
americano. Nos Estados
Unidos, dois terços da
população e um terço
dos adolescentes estão
com excesso de peso.
Os especialistas são unânimes
ao afirmar que o grande responsável por esse quadro preocupante é o mau hábito alimentar. Portanto, o Ministério da Saúde adverte: "é importante
conhecer o papel de determinados alimentos no
funcionamento do corpo, evitar outros ricos em
açúcar, gorduras e sal e saber a melhor forma de
compor as refeições”. E quais os melhores alimentos
a serem consumidos? Além de grãos, raízes, tubércu-
los, leite e derivados, carne magra e frutas, estão as
verduras e os legumes.
De acordo com nutricionistas, a prática da boa alimentação deve começar cedo. A escola é uma forte aliada
pois, por meio da educação e da merenda escolar, atua nos dois polos do problema:
desnutrição e obesidade. “Combater a desnutrição deve ser
uma política de Estado.
E combatê-la por meio
da formação de bons
hábitos alimentares para
os estudantes parece ser
uma estratégia inteligente
e bem eficiente, visto que os
alunos do sistema público estão
em fase de formação. O conhecimento popular sabe que os hábitos adquiridos na infância tendem a permanecer por toda a vida”,
afirma Fátima Menezes, diretora da ONG Ação Fome
Zero, responsável pelo Prêmio Gestor Eficiente da
Merenda Escolar, que há oito anos destaca exemplos
criativos e inovadores de administrações municipais
do Programa Nacional de Alimentação Escolar.
O reforço nutricional da merenda
escolar vem evoluindo nos últimos
anos, segundo Fátima. “É possível
observar, pelos dados obtidos por
meio do Prêmio Gestor Eficiente da
Merenda Escolar, que há um esforço
considerável na melhoria da qualidade
dos cardápios oferecidos aos alunos.
Essa melhoria diz respeito aos seguintes
aspectos: introdução cada vez mais acentuada de frutas, verduras e legumes nos cardápios
diários; introdução costumeira de programas de
educação alimentar nos currículos escolares e esforço para a implantação de hortas escolares e comunitárias que atendam às necessidades de ofertas de
produtos frescos”.
6
Hortas escolares
Para Fátima, não há dúvidas quanto à importância das
hortas escolares nos programas de educação alimentar
e na gestão da merenda escolar. Segundo ela, do ponto
de vista do município, as hortas possibilitam a redução
de custos com a alimentação das crianças. Em relação à
qualidade dos cardápios, abre a possibilidade de oferecer
alimento fresco e de mais qualidade. E quanto à educação alimentar, os ganhos são significativos. “O aluno tem
a oportunidade de aprender a valorizar o alimento, ao
acompanhar seu desenvolvimento, e de vivenciar a experiência do sabor. Como qualquer área do conhecimento, o paladar humano também deve ser estimulado aos
novos sabores desde a mais tenra idade. E, finalmente,
do ponto de vista da educação formal, a horta escolar
pode ser um excelente meio para o professor criar situações de aprendizagem em diferentes conteúdos”.
Todos esses benefícios apontados são oferecidos
por meio do Programa “de grão em grão”, da Fundação Cargill, em 109 escolas municipais de sete estados
brasileiros, nas quais foram implantadas hortas escolares.
Entre essas cidades está Mairinque, no interior de São
Paulo, cujo trabalho desenvolvido nas escolas foi tema
de reportagem do programa Superbem, da TV Tem, afiliada da Rede Globo. Na matéria, composta por entrevistas com integrantes da equipe da Fundação Cargill, professores, merendeiras e crianças, foram apresentados os
valores pedagógicos e nutricionais das hortas escolares.
Outro exemplo de reconhecimento dos resultados positivos do “de grão em grão” está na cidade de Lucas do
Rio Verde (MT), cidade cinco vezes premiada com o
Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar. “Além de
possibilitar o acesso à horta, outra importante contribuição do “de grão em grão” está no suporte oferecido
aos educadores. Não podemos esquecer que um dos
grandes entraves da qualidade educacional no Brasil diz
respeito à dificuldade de disponibilização de tempo dos
educadores para participar de treinamentos. E o Programa “de grão em grão” parece suprir essa demanda. Iniciativas como essa, apesar de parecerem pequenas, são
altamente positivas e de retorno certo, porque mudam
mentalidades e geram um movimento de ondas que estimula outras áreas da gestão pública e a maneira de se
encarar a atividade de produção de alimentos, tão importante para o desenvolvimento econômico do País”,
conclui Fátima.
7
cantinho da leitura
dica de receita
ara despertar o interesse dos alunos para a
leitura, indico o livro A princesa que não queria aprender a ler, da autora Heloisa Prieto, da
Editora FTD. É uma obra que recebeu o Prêmio Viriato
Corrêa no Concurso Internacional de Literatura UBERJ 2010, com o 1º. lugar na Categoria Infantil e Juvenil.
A renomada autora é tradutora e autora de diversas
obras infanto-juvenis. Rosa é uma princesa muito
inteligente, mas que não queria aprender a ler. Tinha
aulas particulares, mas se distraía com qualquer coisa
ou então adormecia. Em um
passeio pela floresta próxima
ao castelo, ela termina se perdendo. Acaba adormecendo
e ao amanhecer surge uma
bruxa, que a engana e a leva
para sua caverna, tornando-a
sua escrava. A única forma de
fugir dali é ler a frase mágica
que se encontra nas paredes
da caverna, mas infelizmente ela não sabe ler. Então
... Eu iniciaria o trabalho, estimulando os alunos a observarem a capa, com o levantamento de hipóteses a
respeito da princesa e do que acontecerá na narrativa.
Vale a pena ler esse livro!
Macarrão com legumes
e ricota
P
O que você precisa
• 300g de macarrão
• 2 colheres (chá) de azeite de oliva
• ½ xícara (chá) de cebola ralada
• 1 colher (sopa) de alho amassado
• 1 xícara (chá) de abobrinha italiana em cubos
• 1 xícara (chá) de pimentão vermelho em cubos
• 1 tomate em cubos
• 1 xícara (chá) de milho em conserva
• 1 colher (chá) de sal
• ½ xícara (chá) de salsa e cebolinha
• 150g de ricota fresca amassada
Modo de preparo
Aqueça em uma panela 2 litros de água, deixe ferver e junte
o macarrão. Deixe cozinhar por 9 minutos. Desligue o fogo
e verifique o ponto até que esteja al dente, escorra e reserve.
Refogue o alho e a cebola no azeite, junte os legumes, o milho
e a metade do sal. Deixe-os al dente. Tempere a ricota com
a salsa, a cebola e o restante do sal e misture bem. Junte o
refogado e a ricota ao macarrão e sirva em seguida.
Com o intuito de unir os Programas Fura-Bolo e “de
grão em grão”, apresento o livro Na cozinha do chef
Brasil, da autora Dílvia Ludvichak, da Paulus Editora.
Segundo a própria escritora, o livro é um novo
convite ao filme Festa de Babette (drama dinamarquês de 1987). A obra possui um lindo projeto
gráfico, com ricas ilustrações de Elma, que são um
presente para os olhos, cheias de
detalhes. A autora utiliza uma linguagem poética para abordar certos
conceitos de uma forma lúdica, como
os alimentos que deixam o chef irritado e vexado. Apresenta a riqueza da
diversidade culinária das várias regiões
brasileiras, com mapas para contextualizar a narrativa. No final, há um conselho
do chef, as características dos alimentos
e músicas para enriquecer a obra. Os textos, as rimas, as brincadeiras com as palavras e a introdução de Rubem Alves já nos remetem à cozinha
do fogão a lenha. Pode ser desenvolvido um ótimo
trabalho, por meio das emoções, dos sentimentos
que o texto provoca. Eu gostei do livro e tenho certeza de que você e seus alunos também irão gostar!
Frango light no fubá
O que você precisa
de peito de frango
• 500g
sem pele e sem osso
• 1 colher (sopa) de suco de limão
• 1 colher (sopa) de vinagre
• 1 colher (chá) de sal
• 2 dentes de alho amassados
• ½ xícara (chá) de iogurte natural desnatado
• 1 xícara (chá) de fubá
• 1 colher (chá) de páprica doce
Modo de preparo
Tempere o frango com limão, vinagre, alho e sal e junte o
iogurte a esta mistura. Deixe descansar por alguns minutos.
Numa vasilha separada, vá empanando o frango no fubá misturado com a páprica. Coloque os filés para assar em forno
médio até dourarem (em torno de 30 minutos).
Kátia Karam Gonzalez, consultora pedagógica do
Programa Fura-Bolo
8
sala do professor
Cultivo de uma
alimentação
saudável
P
or meio do Projeto Horta, a Escola Municipal Flausina de Assunção Marinho, de Três
Lagoas (MS), incluiu no currículo dos alunos
do Ensino Infantil e Ensino Fundamental os temas
nutrição e meio ambiente. A partir da horta escolar,
implantada pelo Programa “de grão em grão”, o Projeto
Horta foi desenvolvido como uma atividade continuada que tem como objetivo despertar o interesse do
aluno para práticas de cultivo, hábitos saudáveis de
alimentação e conscientização ambiental.
“Além de complementar a merenda escolar e a alimentação de algumas famílias, o Projeto Horta pode
ser uma verdadeira sala de aula ao ar livre. Os alunos
aprendem, na prática, temas como nutrientes do solo,
luminosidade, temperatura, fotossíntese, desenvolvimento de plantas, a vida dos insetos e medidas de
áreas. Essas experiências ao vivo despertam o interesse
pelas aulas. Os estudantes pesquisam e debatem mais
os assuntos melhorando assim o aprendizado”, define
o projeto elaborado pela coordenadora Miriam Vieira
Batista Dias, em conjunto com os demais educadores.
Entre os participantes está a professora Geni Rosa de
Oliveira, que ressalta a importância da iniciativa envolver toda a comunidade escolar. Segundo ela, o projeto incentiva a realização de diferentes atividades em
sala de aula baseadas na Apostila do Encontro de Formação Continuada, desenvolvida pela equipe da Fundação Cargill, e no Livro de Atividades do Programa “de
grão em grão”, entre outros conteúdos. Os alunos da
professora Geni discutiram e realizaram variados trabalhos baseados nos valores nutritivos dos alimentos,
no cultivo de verduras e legumes e em receitas preparadas com os produtos cultivados na horta escolar.
2
Participação e criatividade
Estimulados pelos Programas Fura-Bolo e “de grão
em grão”, alunos da Escola Municipal Padre Fábio
Bertognolli e da Escola Municipal Eliezilda Coelho
Rocha, de Balsas (MA) , produziram diferentes
poemas. Confira algumas criações em homenagem
e agradecimento à Cargill:
•
2
A Cargill é uma grande amiga
Ela é querida e ajuda todas as crianças esquecidas.
8
A Cargill é muito inteligente
Porque ela fica pertinho da gente.
3e6
4
O menino sabe cantar
Eu também sei cantar
Uma música bonita
Para todos juntos dançar.
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1 5
A Cargill é mil
Para divertir todas as crianças do Brasil.
Rejane de Cácia – 4ª. série
1
No Programa “de grão em grão”
Encontrei muita informação
Eu aprendi que a horta é útil
E fortalece a alimentação.
Cultura popular
O projeto Sabedoria Popular, realizado na Escola
Municipal Ludovico Antônio EGG, de Ponta
Grossa (PR) , incentivou os alunos a produzirem
trabalhos baseados em ditados populares e
adivinhas. Os textos criados pelos alunos ainda
foram enriquecidos com coloridas ilustrações. A
atividade, além do desenvolvimento da escrita,
aproxima os alunos à cultura popular.
•
Graças à horta da escola
Que anima o nosso viver
Com ela nós sempre aprendemos
Que o bom de tudo é sempre ter.
Ter alimentos bem saudáveis
Em nossa alimentação
Além de nos dar energia
Faz bem para o nosso coração.
É a Cargill que nos contempla
Com este programa que brotou
Do interesse e o esforço de todos
Que nos doaram com muito amor.
O Programa “de grão em grão”
É um programa diferente
Que nos dá força e mais saúde
E torna todos bem mais contentes.
Nós queremos agradecer
Este projeto da Fundação Cargill
E o trabalho que desenvolve
Nas regiões do nosso Brasil.
10
6
3
Jogo da velha educativo
Dia de festa
A professora Martha Mendes Marques, da Escola
Municipal Professor Alaor Dias Machado, de
Itumbiara (GO) , colocou em prática uma
inovadora atividade apresentada
durante o Encontro de
Formação Continuada
do Programa Fura-Bolo:
o Jogo da Velha Criativo.
Com ele, os alunos se
divertiram e aprenderam
Matemática,
Língua Portuguesa,
cultura popular etc.
Este ano, a Escola Municipal Dona
Venância Magalhães Cotrim, de
Itumbiara (GO) , comemora
31 anos. Para marcar a data,
educadores e alunos realizaram
uma festa com direito a bolo
e apresentações de dança e teatro das
crianças, criadas
especialmente
em homenagem
à comunidade
escolar.
•
•
4
7
Reconhecimento
Os Programas Fura-Bolo
e “de grão em grão” foram
novamente premiados.
Desta vez foi em Três
Lagoas (MS) , onde a
dedicação dos voluntários foi
reconhecida pelo Prêmio SESI
Qualidade no Trabalho. A voluntária Luciana Paz
recebeu a homenagem como representante de
toda a equipe da Fundação Cargill.
Sarau literário
•
5
Doação especial
•
Em Uberlândia (MG) ,
os alunos da Escola Municipal
Professor Jacy de Assis
participaram de apresentações
de poesia, música e teatro
durante o I Sarau Literário Infantil.
Baseado em obras da Coleção Fura-Bolo, como
o texto Limeriques e Quadrinhas da escritora
Tatiana Belinky, do livro Meio-Dia, Panela no Fogo,
Barriga Vazia!, o evento mostrou o trabalho das
crianças por meio da leitura e de representações
de poemas e textos folclóricos.
•
A unidade da Cargill de São Miguel do Iguaçu (PR)
fez uma doação especial: equipamentos para auxiliar no
desenvolvimento de alunos portadores de deficiência
da Escola Municipal Serafim Machado. A necessidade
foi constatada por voluntários do Programa Fura-Bolo
que atendem a escola. Com um investimento de
R$ 20 mil, foram
doados máquinas de
escrever em Braille,
jogos adaptados,
computador e TV.
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8
Escrita criativa
Os alunos da Escola
Municipal Belo Ramo, de
Sinop (MT) , soltaram a
imaginação e mostraram talento
artístico e criatividade na produção de
contos. Os textos tiveram como
base histórias infantis e foram ilustrados
com desenhos produzidos pelos autores.
•
Palavra do
Voluntário
Visitas especiais
C
para os alunos
rianças e educadores das cidades de Paranaguá
(PR), Itumbiara (GO) e Porto Ferreira (SP) receberam os voluntários da Fundação Cargill que
organizaram um dia de muita diversão para a entrega dos
livros dos Programas Fura-Bolo e “de grão em grão”. Entre
brincadeiras e atividades diversas, os voluntários reforçaram a relação com a comunidade escolar e mais uma
vez atraíram a atenção das crianças para os programas.
Em Porto Ferreira, a equipe de voluntários ainda
proporcionou uma Páscoa diferente para os alunos
das três escolas municipais da cidade. Durante visita às
escolas, ofereceram um momento especial às crianças,
que foram presenteadas com chocolates. A doação se
estendeu a educadores e funcionários, totalizando 325 kg
de chocolate.
Livros recebidos com alegria e curiosidade em Porto Ferreira
Alegria e descontração na entrega de livros, em Paranaguá
Voluntários divertiram crianças em Itumbiara
Distribuição de chocolates fez a festa de Páscoa das escolas de Porto Ferreira
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A saúde que vem dos alimentos