História - 7º Ano
Professor Sérgio
O MUNDO FEUDAL
Estudar o feudalismo é conhecer a fundo o modo como viviam as pessoas no período
medieval. Aqui se inicia mais uma etapa da história ocidental, e veremos detalhes sobre este
sistema, suas origens, como era a vida das pessoas, o auge e porque acabou. Para aprofundar
nosso estudo, editamos este material, oriundo de fontes diversas, com o intuito de que ele
seja mais uma ferramenta para estimular os educandos a ler e apreender sobre esse
importante período da história.
Disponível
em:
http://darinzinho.blogspot.com.br/2010/02/sociedade-feudalalguns-rezavam-outros.html.
Acesso em 16 abr. 2012.
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O que foi o sistema feudal?
O sistema feudal foi uma forma de organização econômica, social e cultural baseada na
posse da terra e não no comércio.
Na economia feudal, a produção agrícola e artesanal tinha como objetivo principal atender
ao consumo local. Não se produziam bens com o objetivo de vendê-los, ou seja, eles não eram
destinados às trocas comerciais.
O proprietário da terra era o senhor feudal. Ele exercia também um controle muito grande
sobre os homens que trabalhavam em sua propriedade: os servos.
As relações entre os servos e seu senhor eram determinadas por obrigações recíprocas. Os
servos trabalhavam nos domínios do senhor, pagando com produtos a utilização da terra e a
proteção militar que o senhor lhes proporcionava.
Na Idade Média, dispor de proteção militar era fundamental, pois essa foi uma época
marcada por constantes guerras e invasões.
Organização econômica do feudo
Na sociedade feudal predominou a produção de bens agrícolas e pastoris, que tinham
como principal unidade produtora o senhorio (extensão de terra) e como forma de trabalho, a
servidão.
O feudalismo era um sistema fundamentalmente agrário. Portanto, a posse da terra era
essencial. O senhor feudal exercia poder total em sua propriedade: ele fazia as leis, concedia
privilégios, administrava a justiça, declarava a guerra e assinava a paz.
Essa extensão de terra pertencente a um senhor recebia o nome de feudo. Num feudo,
havia diferentes tipos de propriedade da terra:
O feudo dividia-se em três partes básicas:
a) Feudo senhorial: onde ficava o castelo com terras de uso exclusivo do senhor;
b) Feudo servil: composto por vários lotes, chamados tenências, arrendados aos servos;
c) Feudo comunal: composto por bosques e pastos usados tanto pelo senhor como pelos
servos.
Disponível
em:
<http://apreenderhistoria.blogspot.com.br/2011/04/feudalismo-para-o-7-ano-parte2.html>. Acesso em 9 abr. 2012.
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a) Feudo senhorial, ou reserva senhorial;
A reserva senhorial era domínio exclusivo do nobre feudal. Abrangia aproximadamente um
terço da área total do senhorio.
Ali se construía o castelo, rodeado de muralhas. Além de servir como residência do nobre ou
de um administrador, era também uma fortaleza.
Dentro das muralhas do castelo havia várias construções: uma capela ou igreja, a casa do
pároco, celeiros e oficinas. Nestas fabricavam-se armas, selas, tecidos, cerâmicas, tudo o que
o senhor feudal precisava para seu consumo, bem como o de sua família e dos servidores do
castelo.
Ao redor do castelo se estendiam os campos de cultivo do nobre feudal, divididos em três
partes:
SCHMIDT, M. História Crítica. 7º Ano. São Paulo: Nova Geração, 2010.
b) Feudo servil:
Os lotes dos camponeses ocupavam entre 40% e 50% do senhorio, e neles também se
praticava o sistema de rotação de culturas. Os três campos divididos em faixas eram
cultivados pelas famílias camponesas, de modo que cada uma delas tivesse uma faixa de cada
campo.
Entre esses lotes, alguns eram cultivados por servos, outros por camponeses livres, os
vilões. Mas todos eles estavam submetidos às taxas e aos serviços devidos ao senhor feudal.
c) Feudo comunal
As terras comunais eram bosques, prados e terrenos baldios, usados tanto pelos nobres
como pelos camponeses. Nos bosques:
 A nobreza praticava a caça (uma das atividades que mais apreciavam);
 Os camponeses levavam seus animais para pastar nos prados e podiam retirar
madeiras dos bosques, mas eram proibidos de caçar.
As características do Feudalismo
Descentralização política: Em geral o rei era uma figura decorativa, pois quem
efetivamente mandava no feudo era o senhor feudal (barão, conde, marquês, duque);
Economia Agrária: As relações sociais de produção desenvolveram-se em torno da
terra, porque repousavam sobre uma economia predominantemente agrícola;
Visão religiosa (teocêntrica): A mentalidade do homem medieval era marcada por
grande sentimento religioso. Deus era a medida de todas as coisas.
Regime de servidão: Os camponeses, em sua maioria servos, estavam proibidos de
abandonar os feudos; usavam a terra e pagavam taxas aos senhores feudais;
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Ruralização da sociedade: As cidades se despovoaram. A vida rural era predominante;
Vínculos pessoais: O servo estava sujeito a um senhor feudal que, por sua vez, seria
vassalo de um outro senhor feudal superior. Por último, estava o monarca;
Supremacia de uma classe de guerreiros especializados: a partir do século X, ou
um pouco mais tarde, os cavaleiros obtiveram hegemonia militar e, portanto, social.
SCHMIDT, M. História Crítica. 7º Ano. São Paulo: Nova Geração, 2010.
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Organização social
A sociedade feudal se dividia em três ordens principais: nobres, membros do clero e
servos:
a) Nobres: (Bellatores, palavra latina que significa “guerreiros”) – ordem dos detentores de
terra, que se dedicavam basicamente às atividades militares. Em tempos de paz, as
atividades favoritas da nobreza eram a caça e os torneios esportivos, que serviam de treino
para a guerra;
b) Cleros: (Oratores, palavra latina que significa “rezadores”) – ordem dos membros da
Igreja Católica, destacando-se os dirigentes superiores, como bispos, abades e cardeais;
c) Servos: (Laboratores, palavra latina que significa “trabalhadores”) – compreendendo a
maioria da população camponesa, os servos realizavam os trabalhos necessários à
subsistência da sociedade.
Disponível em: <http://historia7penedono.blogspot.com.br/2011_05_01_archive.html>. Acesso em 9
abr. 2012.
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Veja como coexistiam três “ordens” ou “estamentos”:
Disponível em: <http://historia7penedono.blogspot.com.br/2011_05_01_archive.html>. Acesso em 9
abr. 2012.
A dura vida dos camponeses
Os servos formavam a maioria da população camponesa. Suas obrigações eram
bastante pesadas. Estavam sujeitos a um grande número de taxas:
O CENSO, como pagamento pelo uso da terra;
A TALHA, que era uma parte de tudo o que produziam, correspondia, em geral, a mais
da metade da produção;
BANALIDADES, cobradas pelo uso do forno, do moinho, celeiros e pontes e de outros
equipamentos, que pertenciam ao senhor;
CORVEIA, que era o trabalho obrigatório e gratuito, por três ou mais dias da semana, na
reserva senhorial, para cultivar os campos e realizar várias outras tarefas: consertar
caminhos, cortar e carregar madeira, construir e conservar prédios, trabalhar nas minas e
pedreiras, enfim, fazer qualquer trabalho determinado pelo senhor feudal;
CAPITAÇÃO, uma taxa relativa a cada pessoa da família do servo;
MÃO MORTA, paga quando este morria, para que seu lote pudesse continuar a ser
cultivado pelos filhos. Calcula-se que, com todas essas obrigações, cada família camponesa
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acabava entregando entre um terço e metade do que produzia aos poderosos senhores
feudais;
FORMARIAGE, quando o nobre resolvia se casar, todo servo era obrigado a pagar uma
taxa para ajudar no casamento, era também válida para quando um parente do nobre iria
casar;
TOSTÃO DE PEDRO ou DÍZIMO, taxa paga para manutenção da igreja existente no
feudo.
Organização política
O poder político, na comunidade feudal, era descentralizado. O rei, de modo geral, era
uma figura decorativa, com poucos poderes. Era apenas a figura central em torno da qual
agrupavam os diversos domínios feudais.
De modo geral, intitulava-se senhor (ou suserano) o nobre que concedia feudos a outro
nobre, denominado vassalo; este, em troca, devia fidelidade e prestação de serviços
(principalmente militares) ao senhor.
A transmissão do feudo era realizada em uma cerimônia solene, constituída de dois atos
principais: a homenagem e a investidura.
 Homenagem: era a cerimônia em que o vassalo (aquele que recebe) prestava
juramento de fidelidade e de obediência ao suserano (aquele que concede).
 Investidura: consistia na entrega, ao vassalo, de um galho de árvore, uma lança ou
outro objeto que simbolizasse o feudo.
Disponível em: <http://senhorioefeudalidade.blogspot.com.br/>. Acesso em 9 abr. 2012.
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Pra você entender melhor como eram as relações feudo-vassálicas, observe as imagens:
Disponível em: <http://historia7penedono.blogspot.com.br/2011_05_01_archive.html>. Acesso em 9
abr. 2012.
Perceba que suseranos e vassalos tinham direitos e deveres a cumprir estabelecidos entre
si. Vejam os principais:
Disponível em: <http://historia7penedono.blogspot.com.br/2011_05_01_archive.html>. Acesso em 9
abr. 2012.
Quanto à transmissão do feudo, é necessário esclarecer o seguinte: caso o vassalo não
tivesse herdeiro, a terra enfeudada retornava ao senhor.
O feudo era indivisível e só o filho mais velho tinha direito à herança. Se só existisse
mulher como herdeira, o senhor, como seu tutor, indicava-lhe um marido, o qual era
responsável pelo cumprimento das obrigações feudais.
Na Europa Medieval, existia uma cadeia de relações vassálicas, em que quase todos os
membros da aristocracia eram, ao mesmo tempo, suseranos e vassalos em relação a alguém.
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Confira o infográfico:
Disponível em: <http://vanildobatista.blogspot.com.br/2009/12/feudalismo.html>. Acesso em 9 abr.
2012.
No feudalismo houve um problema relacionado à sucessão das terras, pois sabe-se que as
terras eram herdadas pelos filhos mais velhos da nobreza (primogenitude).
A saída encontrada pelos outros filhos da nobreza para adquirir terras era relacionar-se
com a igreja e almejar ocupar um posto de bispo, fazer casamentos rentáveis com herdeiros
de quem continha terras. E era comum aos outros filhos se tornarem cavaleiros em busca de
aventuras, para guerrear.
Qual a importância da Igreja no Mundo Medieval?
A Igreja Católica tornou-se a maior proprietária de terras na Europa medieval. Enquanto o
rei e os nobres tinham suas propriedades divididas por causa de casamentos, heranças,
dívidas e guerra, a Igreja só acumulou riquezas. A Igreja obtinha também grandes
rendimentos por meio do dízimo, tributo obrigatório que equivalia a 1/10 (10%) de produto da
terra.
A Igreja era vista por muitos indivíduos como símbolo de força e resistência. Em um
período de muitas doenças, fome e insegurança, o prestígio da Igreja e dos padres crescia a
cada dia. Na mentalidade do homem medieval, a Igreja era o único caminho para livrar o
homem do pecado e garantir a salvação da sua alma. Ser excomungado era o mesmo que ser
excluído definitivamente do convívio social, um risco que corriam todos aqueles que
contrariavam as determinações do clero.
“A Igreja, durante toda a Idade Média e até o século XVII, era algo de muito diferente
daquilo a que chamamos hoje Igreja. Guiava todos os movimentos do homem, do batismo ao
serviço fúnebre, e era o caminho de acesso a essa vida futura em que os homens acreditavam
fervorosamente. A Igreja educava as crianças. Nas paróquias de aldeia, o sermão do pároco
era a principal fonte de informação sobre os acontecimentos e os problemas comuns, e de
orientação de conduta econômica. A própria paróquia constituía uma importante unidade de
governo local, coletando e distribuindo esmolas que os pobres recebiam. A Igreja controlava
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os sentimentos dos homens e dizia-lhes em que deviam acreditar, proporcionando-lhes
distrações e espetáculos. Preenchia o valor das notícias e dos serviços de propaganda, agora
cobertos por instituições muito diferentes e mais eficientes – imprensa, a televisão, o cinema,
etc”.
HILL, C.A Revolução Inglesa de 1640. Lisboa: Presença, 2001.p.19-20
Para compreender o funcionamento do mundo medieval, observe esse infográfico:
Disponível em: <http://historia7penedono.blogspot.com.br/2011_05_01_archive.html>. Acesso em 9
abr. 2012.
BIBLIOGRAFIA
ARRUDA, J. J. História Total. Vol. 3. São Paulo: Moderna, 1999.
BRAICK, P. R.; MOTA, M. História: das cavernas ao terceiro milênio. 7º Ano. São Paulo:
Moderna, 2009.
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Paulo: Escala Educacional. 2010.
COTRIM, G. História Global: Brasil e geral. 8º ed. São Paulo: Saraiva, 2005. Vol. único.
HILL, C. A Revolução Inglesa de 1640. Lisboa: Presença, 2001.
PILLETI, N.; ARRUDA, J. J. Toda a História - História Geral e História do Brasil. São
Paulo: Ática. 2007.
SCHMIDT, M. História Crítica. 7º Ano. São Paulo: Nova Geração, 2010.
VICENTINO, C. História, 7º Ano. Projeto Radix. São Paulo: Scipione, 2009.
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