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A correspondência , r s c i a i á í ç ò e s d . í . m w r d i r i g i
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REVISTA
I L LUSTRA DA
apreço, como alli não se fizera ainda
egual.
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Deputado á Constituinte do E s tado,
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'4ã
CAPITAL FEDERAL.
Agosto (Ie IS95
fez parte da commissão incum-
bida de dar parecer sobre o projecto
da Constituição, e a sua collaboração
neste projecto foi das mais preciosas.
ESCRIPTORIO E REDACÇÃO
Rua de Gonçalves Dias ri. 50, sobrado
VT
i.* •. J • ' '' - .r • . . r > ; • . -i ;'.• —•v»
'
L o g o depois a Assembléa Constituinte elegeu o
por
unanimidade
governador do Estado, cargo de que
tomou posse a 15 de A g o s t o de 1 8 9 1 .
Em
quatro annos
de criterioso
governo o Sr. Dr> Murtinho deixou
ASSIGN ATURAS
A Revista l/lustrada, conservando os
mesmos preços estabelecidos em 187<>,
quando foi fundada, procura assim corresponder á generosa animação que o
publico lhe tem dado.
Os Srs. Agentes do Correio prestamse. obsequiosamente, a receber a s s i n a turas
a fazer a entrega dos números.
ÍÍUIII
assignalada a
sua
numerosos e importantes
pela dedicação com
15
exercício
do niez corrente deixou o
do cargo de governador de
melhora-
que cuidou, es-
pecialmente, de pôr na devida ordem
todos os ramos da administração.
A'
sua
retirada
do
poder,
as
manifestações de apreço que o povo
bem a importancia
dos serviços prestados ao Estado de
Matto Grosso pelo seu i° governador
constitucional,
A
pelos
mentos de que dotou-o seu Estado, e
lhe fez attestam
DR. MANOEL MURTINHO
passagem
a quem gostosamente
rendemos a nossa homenagem.
"BPtfCWm-
Matto Grosso o Sr. Dr. Manoel Murtinho, uni dos servidores mais leaes
e diligentes da Republica.
Foi fecunda em benefícios para o
seu Estado a administração do digno
cavalheiro,
que sempre deu provras
de espirito liberal, moderado, de uma
sisudez e patriotismo inexcediveis.
O Sr. Dr. Manoel Murtinho formou-se em
1868, na faculdade de S .
Paulo. L o g o
depois voltou
para o
seu torrão natal, onde, feito o devido
tirocínio, passou a exercer as funcções
de juiz
municipal
termo de S.
e de orphãos no
Luiz de Caceres. Ahi
passou 18 annos.
Em
1878
direito para
foi
nomeado juiz de
a comarca do
mesmo
nome.
** *
Retirando-se,
em
1890,
para
C u y a b á , afim de assumir o cargo de
juiz da secção jurídica do Estado, o Dr.
Murtinho
E u quizera começar estas notas
dando alguma novidade boa e certa
sobre as questões internacionaes da
Trindade e do Amapá.
Mas, se novidade ha, nada transpira cá fóra; nem os mais activos
reporters
conseguem alguma infor-r
mação que satisfaça.
A Revista tem também reportagem de primeira ordem, mas lucta
com a mesma difficuldade, a mesma
falta de noticias dos mais noticiosos
collegas.
Esperemos. A demora é um bom
signal.
Isto na politica; não nas estradas
de ferro.
recebeu
dos seus jurisdi-
ccionados eloquente manifestação de
A proposito de estradas, é justo
consignar que na Central os descarrilhamentos e desastres têm sido ultimamente pouco frequentes.
N o s últimos dias, houve apenas
uns cinco ou seis.
Isto assim não vae direito. Eri-^
tendemos, devfer chamar para o caso
a severa attenção de quem de direito.
*
#
A gatunagem é que anda apuradissima.
Mas hao é só a gatunagem reles,
dos gatlinheiros e das tavernas ; não é
só o conto do vigário, nem a vermelhinha. T e m o s j á verdadeiras q u a d r i lhas perfeitamente constituídas, tal
qual como no sertão.
Ha dias foi assaltado um bond
da linha de Catumby. T r o c a r a m - s e
tiros de revólver e cacetadas, como
nas discussões sérias. Felizmente os,
ladrões não levaram a melhor.
Foi isto á horas mortas da noite,,
mas a policia ainda parecia m a i s ,
morta do que as horas.
Pela manhã, cerca de dez horas,,
um moço empregado de uma ourivesaria, que levava certas jóias a concerto, foi assaltado em plena praça da
Republica e roubado, como seria, out r o r a , na floresta de Bondy.
Qualquer dia começam os a s s a l tos na rua do Ouvidor, á hora da
maior concurrencia.
Olhem só que chiquismo!
*
*
*
Quanto aos falsarios e ás notas,
falsas, que inundam o mercado, é
sabido que a policia tem desenvolvido
uma actividade por ahi além.
A g e n t e s cie cem olhos, em perpetua vigilancia, viagens de auctcridades, inquéritos rigorosos, buscas
minuciosíssimas, tudo isto tem servido
para aclarar perfeitamente o negocio..
Tanto assim que as auctoridades
j á estão senhoras de tudo. S ó lhes.
falta agora segurar os criminosos..
Quando lhes deitar a unha, loço o»
saberemos.
Foi um bonito trabalho.
* * *
A chuva impertinente veiu a g u a r
a festa da Gloria, que este anno*
se annunciou mais pomposa do quenunca.
S ó se realisaram no dia proprio
os festejos internos. O fogo de artificio e a illuminação foram transferidos para o primeiro domingo.
A romaria foi enorme. Ouasi
toda a cidade no^a lá esteve no p o é tico outeirinho. Até, para não faltar
um dos grandes elementos dos b o n s
REVISTA
- »»
tempos
r
ILLUSTRADA
3
« «V
da Gloria, os capoeiras eram
RAYMUNDO
CORREIA
•assim...
*
*
Porque reappareceram g l o r i o s a mente os capoeiras ?
A h ! o R i o de J a n e i r o está completo !
A g o r a sim, reconhecemos a nossa
bella cidade, tão desfigurada nos últimos annos por um espirito novo, que
em vão procura descaracterisar-nos.
Chuvas, capoeiras, ladrões, d e sastres de cada dia, voltamos a tel-os
hoje, a m a n h ã e sempre. N ã o ha duvid a r : é esta capital a pérola da Ame*
rica do Sul.
Pérola preta !
* * *
Os leitores notem o cuidado com
«que evito tratar da pacificação.
Porque ?
Justamente porque todos faliam
delia, cada qual emitte uma opinião, dá uma sentença ou noticia,
mas ninguém se entende, nada se
sabe ao certo.
L o g o , o calado é o melhor, tanto
na g u e r r a civil como no melão.
O que for soará, mesmo com o
frio deste inverno.
Olhemos para o S u l ; só do Sul
nos pôde vir a luz. D o Sul e do sol.
*
CARTAS MURAES
*
*
L i n a e Maricota conversam sobre
os respectivos casamentos. . . futuros:
— C o m o estás disposta a casar
com Frederico, um rapaz que não
tem futuro?
— N ã o tem futuro! Ignoras que
elle tem um e m p r e g o de 4 0 0 $ 0 0 0 ?
— O r a ! na Intendencia Municipal!
-v ;
.
' 7 1
•orcoC)Ct* o-
PARA ENGANAR
X o t a s falsas e boatos !
U m a cousa a outra p a r e c e . . .
N a d a melhor se conhece
P a r a embarrilar os patos !
V ê se esta bota descalças,
G r a n d e R i o de J a n e i r o :
B o a t o s são notas falsas.
"Qual é menos verdadeiro?
/cwozc.
S e a modéstia é um traço que
e x o r n a o caracter, d e v e m o s todos oppôr-nos a que ella sirva de pretexto
aos espíritos de elite, não só para evitarem os applausos a que fazem jus,
como também para que essas a n i m a ções produzam o enthusiasmo de que
carece todo o artista, para se entregar
de alma aberta ás suas locubrações.
C o m R a y m u n d o Correia, que
hoje occupa na poesia brazileira um
dos primeiros, senão o primeiro logar,
dá-se justamente o facto de que a sua
modéstia iguala, se não excede o seu
mérito.
A s vezes passam se semanas e
mezes, em que o seu nome só é citado pelos críticos, que lhe fazem
referencias amaveis, não nos dando
elle nenhuma publicação das muitas
que o seu brilhante espirito constantemente improvisa, sendo precisos esforços reiterados dos collegas ou dos
'amigos, para que elle se decida a dar
á publicidade alguns trechos das suas
belias producções.
H a mezes, em um dos nossos
números estampamos um lindo soneto
de R a y m u n d o Correia, e em fins de
J u n h o outro.
Hoje temos o prazer de condecorar a nossa folha o brilhante trecho
Clara e bella, ao qual o nosso prezado
companheiro Pereira Netto fez uma
delicada allegoria, na 4''1 pagina.
$•
A g r a d e c e n d o ao illustre poeta a
honra que nos tem dado d e publicar
a l g u m a s das suas lindas poesias, chamamos a attenção dos nossos leitores
p a r a o primoroso trecho que adiante
inserimos.
A o poeta, um aperto de mão e
um bravo, e ás lettras patrias, sinceros
encomios pela animação que se vae
notando em seus arraiaes.
Parece que vamos entrando em
uma época verdadeiramente fecunda,
— o que muito e s t i m a m o s — p a r a honra
do Brazil.
D o Sr. Dr. Menezes Vieira, o
abalisado director do P e d a g o g i u m ,
recebemos dois exemplares das cartas
muraes do universo e do Brazil, mandadas traçar por aquelle instituto de
educação para uso das escolas p r i marias.
A s cartas, feitas pelo processo
Vidal de Lablache, r e p r o d u z i d a s ,
depois de concurso, pelos conhecidos
editores A l v e s & C., tornam-se notáveis pela simplicidade da e x p o s i ç ã o e
nitidez do trabalho artístico, que é
bellissimo.
, O P e d a g o g i u m , que distribue
gratuitamente estes m a p p a s pelos estabelecimentos officiaes de instrucção,
inicia com elles uma serie de cartas
g e o g r a p h i c a s , que seguirão todas o
mesmo systema.
A g r a d e c e n d o a valiosa offerta,
aqui d e i x a m o s e x p r e s s o o nosso louvor ao sympathico instituto, que nos
faz honra, e aos conceituados editores
S r s . A l v e s A: C.
II
(TRECHO I)K UM GRAXDK ROMAX< K IXEDITO)
Q u a n d o a pobre moça voltou a
si, estava morta.
A p a l p o u - s e toda, a v e r se lhe
f a l t a v a a l g u m a cousa. Ai! faltava-lhe,
sim, ai! faltava-lhe a cousa mais p r e ciosa que ella possuia: a sua carteirinha de couro da R ú s s i a com quinze
mil e setecentos em papel e nickel.
N ã o se descreve o desespero que
delia se apoderou, verificando esse
roubo tremendo.
L e m b r o u - s e do punhal que trazia
á liga, mimo do seu velho pae, que
D e u s tinha em gloria, com o qual o
velho cavouqueiro tantas vezes picará
fumo e ella outras tantas batera bifes.
l i r a uma relíquia de família.
O punhal lá estava, enferrujado
e digno. A liga, porém, havia d e s a p parecido.
— Também ! g e m e u a pobre moça
numa afflicção que lhe fazia palpitar
o seio carnudo. A h ! comprehendo :
tinha um fecho de ouro ! O s malditos
roubaram-n'o, mas foram roubados,
porque esse fecho de ouro era de
plaque !
G
E g r o s s a s lagrimas cahiam-lhe
quatro a quatro pelas bellas feições
amorcnadas.
Nisto passava um carreiro da
visinhança.
O
bom do homem
fallou-lhe
aiestes t e r m o s :
— S a l v e - a Deus, D . Maria da
Conceição !
O u e faz por aqui a estas horas,
tão alegre ?
Maria disfarçou r e s p o n d e n d o :
— P a s s e i o as a g u a s ferreas.
— A estas h o r a s ? N ã o tem medo
d o lobishomem ?
— N ã o , mas"não se me daria ir na
sua companhia á casa da tia Quitéria
tomar um cordeal. S i n t o - m e t ã o fraca !
— O l h e . V e n h a c o m m i g o para
minha casa. L á estará melhor.
— P o i s bem. S ó s i n h a e triste,como
m e vejo neste mundo, preciso de alg u é m que me ajude a viver, alentand o - m e e protegendo-me. S e me dá de
comer, se me dá de beber, se me p a g a
casa, vou morar com você !
— Sim, mas em termos, porque
n ã o pode ser de outro modo.
— Porque ?
—Porque..?
O carreiro parou muito embaraçado e constrangido, como um homem
bem educado a quem dóem muito os
callos num salão de cerimonia; mas
não tardou a tomar um ar g r a v e p a r a
dizer:
— M a r i a , vou contar-te um horrível s e g r e d o , que me escalda os lábios
e a morte. N ã o posso mais conter essa
r e v e l a ç ã o sobrenatural.
— D i <y
r a , di^a.
o
— E u sou teu pae !
— O s e n h o r ? v o c ê ? tu? N ã o é
p o s s í v e l : meu pae morreu, ha quinze
«annos, de febre t y p h o i d e !
— E n g a n a s - t e : quem morreu, ha
quinze annos, de febre typhoide, foi
o marido de tua mãe !.
— A h ! exclamou Maria. E c a h i u
redondamente, como uma peça bem
escripta, nos theatros do R i o de J a neiro.
— J e s u s ! m a t e i - a ! disse, desvairado, o carreiro, que j á a g o r a sabemos
ser o pae da pequena.
E ajoelhou-se, angustiado, junto
á filha immovel, inteiriçada, como
uma lingua secca do R i o G r a n d e .
A o longe v i a m - s e os clarões de
um incêndio.
O infeliz pae teve ainda tempo
d e os ver.
— A minha casa ! L á se v a e a
aninha casa ! E não está no s e g u r o !
11EVISTA
JLLUSTRADA
Meu Deus, é muito caiporismo sobre
um homem num dia só !
E pôz-se a assobiar convictamente.
*
Enlouquecera !
a.
Júnior
S*on$on
oecoppoc»
Gloria, menina galante,
Quiz ir á festa da Gloria.
U m tratante
Q u a n d o o fogo de artificio
Ardia, por malefício,
A ' bella disse uma historia,
O u e a pôz vermelha bastante !
Quando, no fim, a ladeira
Desciam, lhe p e r g u n t o u :
— Então, minha flor, gostou ?
E ella, toda prazenteira,
A s s i m lhe respondeu l o g o :
— Que f o g o !
mai.
<jy
O eminente actor
prometteu
voltar para o anno. A h ! se o anno
pudesse- começar no mez que vem...
yj<
F o i - s e embora o Novelli, mas
em compensação chegou a companhia
Frank Brown.
Fica uma cousa pela outra, salvo
seja!
Desculpe-me o publico, se está
zangado com este introito, vista a s u a
predilecção pelos cavallinhos.
E u cá por mim prefiro Novelli.
Sou da minoria, mas todas'as opiniões
são respeitáveis.
Novelli teve uma bonita festa de
despedida, com o Luiz X/} em que
apresenta um trabalho soberbo. Findo
o espectáculo, g r a n d e numero de
admiradores o acompanharam com
vivas á casa, não faltando, para maior
brilho da manifestação, a intervenção
da policia, que suspeitou se tratasse
de a l g u m a g r a v e sedição nucturna.
*
*
A companhia equestre e acrobatica do Sr. F r a n k B r o w n é notadamente inferior á do anno passado.
T r a z , com tudo artistas, de bastante mérito; mas, quanto a novidade, só
os trabalhos dos irmãos Zoes, que
são realmente extraordinários no trapézio.
Muitos dos nossos políticos podem com elles a p r e n d e r a l g u m a cousa,
e olhem que os temos experimentadissimos!
T e m sido pequena a concurrencia
ás funcções da troupe B r o w n . T r a t e o
emprezario quanto antes de apresentar as suas luxuosas pantomimas, se
não quer perder dinheiro, o tempo e
o modo de andar.
S ó com os seus porcos amestratrados, os seus arcos de papel e as
pilhérias dos seus clowns, tudo j á
conhecido desde os nossos avós, não
dou cinco tostões pelos lucros desta
temporada.
* * *
A Grã- Duqueza de Gerolstein,
a
classica e preciosa opera-buffa de
Meilhac, H a l é v y e Offenbach, foi
victima de um g r a n d e desastre no
theatro A p o l l o .
D o desastre só escapou, b a s t a n t e
maltratada, a actriz A u g u s t a Cordeiro,
que fazia beneficio com a bella opereta.
N ã o perdeu, felizmente, a presença de espirito necessário
para
a g r a d e c e r os brindes e a p p l a u s o s c o m
q u e foi merecidamente distinguida.
—A
Mascotle,
em tudo afortunada, teve no mesmo theatro satisfactorio desempenho. T h e r e z a Mattos,
A u g u s t a Cordeiro, J o s e Ricardo e
C o r r ê a trabalharam regularmente para
a boa impressão da peça.
Entretanto, não se pôde dizer
que a opereta de A u d r a n seja um
dos triumphos da companhia Taveira.
N e m nosso.
*
*
*
O Aquidabaíi
cedeu finalmente
o logar, no palco do Variedades, á
opereta Paquita, traduzida livremente,
pelo Dr. A u g u s t o de Castro, da ope-
reta de Vasseur La blanchisseuse de
Berg
op-Zoom. A primeira represent a ç ã o foi em beneficio da Lopiccolo,
que fez, com a viveza que lhe é peculiar, a parte da protogonista.
REVISTA
Peixoto
e mais
companheiros
concorreram p a r a o bom êxito, que a
e m p r e z a e s p e r a seja duradouro.
&
*
*
Continuam em s c e n a : o F r é g o l i ,
no L y r i c o ; a revista Sal e Pimenta,
no L u c i n d a ; as m e l h o r e s peças do
velho repertorio do R e c r e i o ; e o nunca
assás decantado Tim tini por tini tini,
no E d e n - L a v r a d i o . . .
P e r d ã o : quanto
mam-ine que j á lá foi
a Zizinha
Maxixe,
nentemente nacional.
ao E d e n , inforuma peça nova:
vaudeville emiQ u a n t o s papeis
fará na Zizinha a Sra. Pepa ?
S o u z a B a s t o s fez a sua récita
com o Sal e Pimenta. Ouizeram alg u n s jacobinos... p o r t u g u e z e s preparar-lhe uma m a n i s f e s t a ç ã o de desa g r a d o , porque viram nessa revista
violentos ataques a Portugal. O r a isto!
A tentativa gorou,
felizmente.
A m a n i s f e s t a ç ã o a S o u z a B a s t o s limitou-se ao sal ; a pimenta não lhe
ardeu.
*
*
*
O J u c a do R e c r e i o r e d i g e o prog r a m m a de um intermedio musical.
A l g u é m , que v a e a c o m p a n h a n d o
a obra, p e r g u n t a - l h e :
— D i z e s que abrilhantará a f u n cção Mlle. X . . . ?
—Sim.
— E l l a não passa de uma figurante !
— E as j ó i a s que ella traz ?
LÍYFO
da porta
Recebe ni os:
Recenseamento do DiMricto Federa/, aspecto <lemographico da cidade do Rio de J a neiro em 31 de Dezembro de 1890.
Julgamos escusado encarecer a importância desta publicação, em que minuciosa e
claramente se contêm todos os dados relativos st população do Rio de Janeiro, quanto
ILLU8TRADA
7
a edade, estado civil, nacionalidade, sexo,
raça, etc.
Parece-nos ser esta a primeira vez que
se dá á lume, entre nos, obra tão .completa
110 genero.
Não devemos regatear
louvores ao digno
o
c
Sr. Dr. Francisco Mendes da Rocha, director
geral de estatística, e ao 1° offieial dessa repartirão e chefe de turma do serviço do recenseamento, Sr. Francisco í^eão Alves Barbosa,
que n'uma exposição preliminar, bem desenvolvida, conimenta as informações apuradas
no inquérito censitário de 1800.
O livro, que tem mais de quatrocentas
paginas, honra, quanto ao trabalho da composição e impressão, as ofticinas da casa Leuzinger.
O
— Alma jtrimittva, serie de contos de
Magalhães de Azeredo, editores Cunha & Irmão. Estes contos, j á publicados na imprensa
periódica, tiveram geral acceitação da critica
e do publico. Ha nelles imaginação e estvlo.
O Sr. Magalhães de Azeredo e um dos escriptores da nova geração de quem ha mais a
esperar, no cultivo do género litterario a que
se dedicou.
— f 'm canalha, romance de Figueiredo
*
Pimentel, editores Laemmert A: C. Não e
11111 desconhecido o auctor deste livro, e foi
lia pouco muito fallado no Rio de Janeiro,
a propositó do seu Aborto, romance de as-,
sunipto ultra-escandaloso, cruamente desenvolvido. l'm canalha não obedece ao mesmo
espirito de ataque ás velhas formulas da
moral, e nada tem das tendencias demoliras (pie o Aborto patenteava. Sob este ponto
de vista, devemos felicitar o auctor, que incontestavelmente progride na sua actividade
incansavel. Neste novo livro, a par de sensíveis defeitos, que o tempo corrigirá, como
falta de originalidade na idéa e na acção c
falta de vigor descriptivo nos personagens,
ha qualidades notáveis, que promettem um
bom romancista.
— Cartas litterarias de Adolpho Caminha. E* uma serie de artigos de critica, publicados na Gazeta de Noticias. O auctor
expõe com franqueza, sem ambages, o seu
competente modo de ver homens e cousas da
nossa litteratura. VO-se que o Sr. Caminha
6 um estudioso e falia com pleno conhecimento do seu thenia. Louvamos sem reserva
os seus processos de critica, os únicos compatíveis com o espirito moderno, porque entendemos que a verdadeira critica deve ser
um mestre severo e meticuloso, para que as
suas lições possam aproveitar.
— Convite para o bello concerto do notável pianista brazileiro Francisco Valle, 110
dia 18 do corrente, 110 salão do Club Synrphonico. Fxecutou-se caprichosamente 11111
delicado programma e houve muitas demonstrações de apreço ao nosso artista, a quem
enviamos sinceros parabéns.
— Convite para as corridas do Jockcy
Club real/sadas a 18 do corrente.
— Specimen dos diplomas da exposição
da Escola Nacional de Bellas Artes, desenho
a aq liarei Ia pelo laureado professor R.
Amoedo, reproducção pela phototypia do
habillissimo artista J . (iuttierres. Um primor
artístico de concepção e execução.
— Musicas:
Xocturne, de M. Faulhaber, edição dos
Srs. í. Bevilacqua & C.; A teu lado sou feliz,
schottiseli de L. Machado, edição dos Srs.
Vieira AI achado & C . ; e Quero teu amor,
valsa por Évora Filho, edição dos Srs. Fertin de Vasconcello* & Morand.
A todos agradecemos.
Galeria dos Presidentes da R e p i c a
T e m o s em p r e p a r o o retrato c\o
D r . Prudente de Moraes, f o r m a t o
g r a n d e , a duas impressões, proprio
para quadro, no g e n e r o dos do marechal D e o d o r o e marechal Floriano, j á
publicados.
E s t e novo retrato será distribuído
g r a t u i t a m e n t e aos nossos a s s i g n a n t e s
e vendido avulso ao preço de 5 $ o o o
cada um.
F i c a r á assim c o m p l e t a e do mesmo modelo, a galeria dos P r e s i d e n t e s
da R e p u b l i c a , p a r a as pessoas que a
d e s e j a r e m possuir.
AVISO
j£os nossos assignantes, cujas assigna(uras já terminaram, rogamos a finesa de
mandarem reformadas, podendo ja^eí-o em
caria registrada, com vaior declarado ou por
intermedio dos seus correspondentes nesta
capital, o ijue desde já agradecemos.
—Collecções completas da Revista /Ilustrada (20 annos), constituindo uma obra
interessantíssima (politica, litteratura, retratos de homens notáveis e 24 capítulos das
Aventuras do Zé Cai[tora) ao preço reduzido
de 2008000.
— (Ooda a correspondência deve ser dirigida ao gerente da iJeuiotll 3Ull$tl*aÍ)rt,
j ritz JHarJing.
<o ):)iil.i» In
!».-7. I-"*
CuvIÔor, $
\
-
V.
-} <tw
>
Um joven par, em sen batel florido
Balouça na onda... A lua, clara e bella,
Surge a espreitar, soninambula, entre os ramos.,»
Resonam anjo» »o ar adormecido...
Faliam baixinho os dois amantes : ella
Era tom agasiadiço, e elle... Vejamos:
" Teu beijo é pérfido ! ella diz (desfeito,
Todo desfeito o olhar cerúleo em prantos)
Dei-te estas mãos fie anneis, castas e puras ;
Dei-te as primícias do virgíneo leito...
Por tantas noites de prazeres tantos
Déste-me em troca o amor, que hoje perjuras.
E elle : — " Os teus olhos nos meus olhos crava !
Tranquillos de innoeencia, n'este instante,
V ê s ? essas aguas não são mais tranquillas..."
Tinha amantes ás dúzias, mas usava
De iguaes traças, faliando a cada amante,
Para de igual maneira persuadil-as.
E ella, a prender-lhc a fronte, avidamente,
Fita os olhos nos d'elle, e a imagem sua
V ê nos dois infiéis photograpbada ;
Mira-se nesse espelho longamente:
Vê-se ahi, clara e bella, como a lua
-Na placidez das aguas espelhada...
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Ano20-n.693-1895 (com OCR)