8º Simposio de Ensino de Graduação
SUBSIDIANDO O PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM PARA A PREVENÇÃO E INTERVENÇÃO
NO CUIDADO AO PACIENTE COM ÚLCERA POR PRESSÃO
Autor(es)
NAIARA MODESTO
Co-Autor(es)
DENISE SEGATO
PRICILA DAIANE CASSADOR
LAIS BASSO TRANCOLIN
LUCIANA DA ROCHA
Orientador(es)
MARIA CRISTINA DA ROCHA
1. Introdução
As úlceras por pressão (UP) são definidas como lesões cutâneas ou de partes moles, superficiais ou profundas, de etiologia isquêmica, secundária a um aumento de pressão externa, e localizam-se,
usualmente, sobre uma proeminência óssea. O diagnóstico é feito por meio de métodos visuais que classificam as úlceras em estádios, importantes na elaboração de estratégias terapêuticas. (Blanes, et
al, 2004).
2. Objetivos
O objetivo deste trabalho é subsidiar o profissional de enfermagem para a prevenção, intervenção e cuidado aos pacientes que tenha predisposição a desenvolver úlcera por pressão
3. Desenvolvimento
1.
Ulcera por Pressão
Lesão localizada na pele e ou no tecido ou estrutura subjacente, geralmente sobre uma proeminência óssea, resultante de uma pressão isolada ou de pressão combinada com fricção e ou cisalhamento.
(NPUAP, 2007).
A úlcera por pressão se tornou um problema de ordem mundial, necessitando assim de uma maior atenção a fim de se evitar novos casos e de cuidados especializados para diminuir as lesões.
A ocorrência de úlcera por pressão em paraplégicos e quadriplégicos varia de 25% a 85%, dependendo dos cuidados médicos e de enfermagem. Ao longo da vida dos indivíduos desprovidos de
sensibilidade em áreas de apoio é comum a recidiva das úlceras por pressão, e sua reparação exige grande empenho da equipe, principalmente do cirurgião, uma vez que há um esgotamento, no local, de
áreas doadoras de retalhos para a cobertura cutânea das lesões. (Ferreira, 2001).
Os fatores de risco podem ser: Intrínsecos: condições nutricionais, idade avançada, mobilidade reduzida, tabagismo, peso corporal, doenças crônicas, uso de medicamentos, hipertermia. Extrínsecos:
pressão, cisalhamento, fricção, umidade. (Caliri et al, 2002; Dealey, 2006 ; Paranhos 2005; Souza e Santos 2007)
2. Epidemiologia
• Incidência global nos doentes hospitalizados: 2,7-29%
• Incidência em doentes internados na UCI (Unidade de
• Cuidados Intensivos: 33%
Incidência em doentes com lesão medular:
• 34% desenvolvem úlceras de pressão durante o período de internamento inicial.
• 30-40% desenvolvem úlceras de pressão nos primeiros 5 anos após lesão.
• 50-80% desenvolvem úlceras de pressão pelo menos uma vez na vida
• A sua existência tem importantes repercussões em nível de morbidade, mortalidade e gastos em cuidados de saúde.
• Associa-se a um prolongamento da duração do internamento hospitalar até 5 vezes.
• Alta taxa de recorrência de 36% independentemente do tratamento ser médico ou cirúrgico.
• Aumenta o risco de morte 4,5 vezes, comparando com doentes com o mesmo risco prévio de mortalidade, que não desenvolvam úlceras de pressão. (Miranda, et al 2006)
•
3. Tratamento
Devido à alta incidência de recidivas, alguns centros têm utilizado o princípio de sempre se iniciar o tratamento das úlceras por pressão por procedimentos mais simples, reservando as cirurgias mais
complexas para complicações futuras. (Ferreira, et al 2001).
Analisam-se cinco fatores: estado geral, estado mental, atividade, mobilidade e incontinência. Quanto mais alto o índice, menor o risco de formação dessas úlceras. (Ferreira,et al 2001).
Outros serviços adotam a escala de Braden, que leva em consideração seis fatores: estado geral, atividade, mobilidade, percepção sensitiva, atrito e umidade cutânea. (Ferreira, et al 2001)
No tratamento das úlceras por pressão, deve-se considerar a presença ou não de lesão medular. Os pacientes sem lesão medular poderão ser submetidos a terapêutica mais conservadora, com índices
baixos de complicação e de recidiva. Já os pacientes com lesão medular, na maior parte dos casos, acabarão em tratamento cirúrgico, que deverá ter indicação individualizada e abrangência
multidisciplinar. O tratamento pode ser subdivido em tratamento sistêmico e tratamento local (conservador ou cirúrgico). (Ferreira, et al 2001).
O tratamento sistêmico visa a melhora do estado nutricional, devendo-se manter um balanço nitrogenado positivo. A desnutrição favorece o parecimento
de novas úlceras e retarda o processo de cicatrização das lesões já existentes.
O tratamento conservador é indicado na fase inicial em que todo o processo pode ser reversível com o simples afastamento do fator pressão. Em casos mais avançados, tornam-se necessários os
desbridamentos químicos e/ou cirúrgicos, quer para que a ferida cicatrize por segunda intenção quer para
um preparo pré-operatório. (Ferreira, et al 2001)
A identificação e o tratamento precoce permitem uma redução significativa dos custos, prevenirem a progressão e acelerar a regeneração da úlcera de pressão. Deverá ser efetuada uma inspeção diária
da área ulcerada, e efetuado um registro semanal das suas características objetivas: estado, dimensão, exsudado, presença de tecido necrótico, tecido de granulação, re-epitelização ou sinais de celulite.
(Rocha, 2006)
O tratamento local inclui os seguintes componentes:
- Desbridamento
- Limpeza
- Revestimento (penso)
- Abordagem da colonização e infecção
- Agentes Físicos
- Tratamento cirúrgico (Rocha, 2006)
O tratamento é individualizado e depende de muitos fatores, quer sejam os fatores gerais ou mesmo de evolução da própria úlcera. De uma forma
geral, os princípios básicos para o tratamento cirúrgico das úlceras por pressão são: Excisão da úlcera, ressecção da proeminência óssea, cobertura cutânea adequada. (Ferreira, et al 2001)
O Tratamento cirúrgico está indicado nos casos de doentes com úlceras grau III/IV que não respondem ao tratamento conservador otimizado, situação médica e nutricional estabilizada, programa de
esvaziamento vesical e intestinal adequado, suspensão de hábitos tabágicos, e aceitação dos riscos e
da necessidade de um programa de reabilitação pós--cirúrgico prolongado para redução das recorrências. (Rocha, 2006).
4. Prevenção
Para que haja uma redução dos índices de úlcera de pressão é necessário que os fatores de risco dos pacientes sejam conhecidos de forma que medidas preventivas, relacionadas ao problema sejam
implementadas na instituição. (Nogueira, et al 2002).
A adoção de medidas preventivas diminui o risco do aparecimento de úlceras por pressão entre 25 a 50% dos casos e ainda diminuem significa mente os custos.
Objetivos primários:
• Identificar os problemas e gerar medidas preventivas;
• Manutenção e otimização da pressão tissular tecidual;
• Proteção dos efeitos nocisos, cisalhamento e fricção;
• Programas educacionais e de formação para redução dos casos de úlcera de pressão;
• Reposicionamento adequado do paciente no leito;
• Dieta equilibrada com todos os tipos de nutrientes, assim evitando a desnutrição e o aparecimento das úlceras; (Rocha, etal, 2006).
Ao mesmo tempo em que as alterações cutâneas ocorrem, a úlcera no plano profundo pode ser muito mais extensa, uma vez que quando mais profundo for o tecido, mais intensos são os efeitos da
pressão, atingindo o máximo junto à proeminência óssea. Ela é de vital importância para padronização de seu tratamento. Alguns autores defendem que certas úlceras de pressão graus I e II podem ser
tratadas conservadoramente e as lesões graus III e IV devem ser tratadas cirurgicamente. (Costa, et al 2005)
O tratamento das úlceras de pressão pode ser dividido em sistêmico e local, sendo que este pode ser subdividido em conservador e cirúrgico. Qualquer que seja o tipo de tratamento utilizado é
mandatório que as medidas de alívio de pressão e profilaxia continuem sendo utilizadas. (Costa, et al 2005)
4. Resultado e Discussão
Nos dias de hoje, muito se tem discutido sobre os cuidados avançados na saúde, dentre os quais a preocupação com a prevenção e a capacitação do indivíduo que desenvolveu úlcera por pressão. Com
isto, pretendemos, com esses novos conhecimentos, obtidos vislumbrar a possibilidade de outro fazer, enfatizando nestes tempos modernos, um cuidado mais direcionado e com qualidade através da
interação e das experiências e percepções.
Ao pensar no trabalho e no tema o qual discorremos pensamos num círculo, para que todos venham a ter uma visão direcionada e critica do paciente que tenham predisposição a desenvolver lesões
cutâneas, e passem a olhar de uma maneira mais interrogativa os pacientes acamados. E assim se deu o início deste trabalho.
Após a idéia difundida entre o grupo, se deu o desenvolvimento do trabalho, no primeiro momento foi um curso no qual participamos e vimos à importância de cuidar do paciente que precisou de
hospitalização por mais de seis horas e que desenvolveu lesões cutâneas.
Obtivemos relatos de pacientes que tiveram acamados, e precisaram ficar imobilizados por algumas horas e descreveu o desconforto na pele, a ardência hiperemia, e então estava estalada a lesão na
pele.
5. Considerações Finais
Constatamos no transcorrer do trabalho que o enfermeiro é o maior intermediário no cuidado com os pacientes portadores da úlcera de pressão, onde temos como função subsidiar a equipe de
enfermagem, cuidadores para minimizar o desconforto e futuramente a lesão.
Podemos dizer no decorrer de levantamentos de dados que há sim um interesse de toda a equipe e paciente em proporcionar o cuidado.
É visto a dedicação da maioria dos pacientes e cuidadores para com o seu próprio auto-cuidado e bem estar aos os predispostos à lesão
É isso que se espera do enfermeiro, o líder e modificador de concepções e idéias, o instrutor e direcionador de posições, o profissional que analisa paradigmas equivocados sobre a patologia em questão
e o multiplicador de conhecimento técnico e cientifico.
A cada dia, buscamos trabalhar nossas dificuldades e aprimorar nossas descobertas. A proposta pode ser da enfermagem, mas os benefícios são para toda a sociedade.
Portanto, é preciso que cada vez mais sejam incentivados trabalhos e pesquisas nesta área a fim de que avanços possam acompanhar as necessidades de nossa população que sofrem com tal patologia
Referências Bibliográficas
1. Etiopatogenia e tratamento das ulceras por pressão. 2001;6(3):36-40 - Revista Diagnóstico & Tratamento. Lydia Masako Ferreira; José Augusto Calil.
2. Abordagens Terapeuticas das ulceras de pressão: Intervenções baseadas na evidência. J. A. ROCHA, M. J. MIRANDA, M. J. ANDRADE. Acta Med Port 2006; 19: 29-38
3. FATORES DE RISCO E MEDIDAS PREVENTIVAS PARA ÚLCERA
DE PRESSÃO NO LESADO MEDULAR. EXPERIÊNCIA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DO HCFMRP-USP. Paula Cristina Nogueira1; Maria Helena L. Caliri2 & Cláudia B. dos Santos.
4. Epidemiologia e tratamento das úlceras de pressão: experiência de 77 casos. Márcio Paulino CostaI; Gustavo SturtzII; Fabio Paganini Pereira da CostaII; Marcus Castro FerreiraIII; Tarcísio E. P.
Barros FilhoIV. .Acta ortop. bras. vol.13 no. 3 São Paulo 2005
5. PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS SOBRE A PREVENÇÃO DAS ÚLCERAS POR PRESSÃO EM UM HOSPITAL ESCOLA DA CIDADE DO RECIFE. Marilia Perrelli Valença1, Priscila
Oliveira de Lima2, Marcella da Mota Pereira3, Renata Barros Santos4. Revista de Enfermagem. (UFPE)
6. National Pressure Ulcer Advisory Panel - NPUAP, 2007.
7. Caliri et al, 2002; Dealey, 2006 ; Paranhos 2005; Souza e Santos 2007
8. J. A. ROCHA, M. J. MIRANDA, M. J. ANDRADEServiço de Fisiatria. Hospital Geral de Santo António, S. A. Porto Acta Med Port 2006; 19: 29-38
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