09/07/2012
Givaldo Carimbão assume Liderança do PSB na Câmara e fala das prioridades
A liderança do Partido Socialista Brasileiro (PSB) está em novas mãos desde o último dia 4. Após desistir, em cima da hora, d a sua
candidatura à Prefeitura de Maceió (AL), o deputado federal Givaldo Carimbão assumiu o colegiado dos socialistas na Câmara. E com
o mesmo entusiasmo de sempre.
Esta semana, após a reunião-festiva de troca de comando na liderança (saiu a deputada potigar federal Sandra Rosado), no Plenário
10, o parlamentar alagoano recebeu a reportagem da Agência de Notícias Política Real, já em sua sala na Liderança do PSB.
E, com exclusividade, comentou sobre as eleições em Maceió, o agravamento da relação PT-BSB em Recife, Fortaleza, Belo Horizonte
e São Paulo, e das priopridades que seu partido pretende defender neste segundo semestre, com o a votação do projeto da nova
distribuição dos royalties do petróleo para os estados e municípios. Veja a íntegra a entrevista.
AGÊNCIA POLÍTICA REAL - Deputado, porque o senhor desistiu de concorrer à prefeitura de Maceió?
Primeiro porque o nosso tempo em televisão (do PSB) é de um minuto e meio. E havia entendimento que nós agregaríamos alguns
partidos e que chegaríamos a 7/8 minutos. Qualquer candidatura ou campanha para ser competitiva é fundamental ter um tempo
expressivo de televisão. E Maceió tem 1 milhão de habitantes, acabou-se os ‘showsmícios’ , os grandes comícios, portanto a televisão
tem um papel fundamental nas eleições, principalmente em capital, ou seja em cidades cima e cidades de 200 mil. Os entendimentos
não chegaram ao final, a contento, faltando 24 horas, os compromissos que tinha comigo e com o PSB não vieram e aí tivemos que
fazer um entendimento. Fizemos um acordo com o DEM e o PSB indicou o vice, o meu filho, João Givaldo Carimbão Júnior...
AGÊNCIA POLÍTICA REAL -... isso significa que o senhor não está fora da campanha?
Não, ao contrário. Vou estar na campanha. O PSD deverá e terá o vice-prefeito de Maceió, numa relação muito forte com o prefeito.
Então, estaremos todos envolvidos com a campanha.
AGÊNCIA POLÍTICA REAL - Além do DEM e do PSB, que outros partidos compõem a aliança?
Tem o PTC e ficou de o vice-governador, José Tomás Nôno, que é o grande coordenador desse processo e que também é o presidente
do DEM, de negociar com outros partidos e fechar esses entendimentos.
AGÊNCIA POLÍTICA REAL - Deputado, ainda do tema Eleição 2012, aconteceu recentemente alguns fatos pontuais em Recife,
Fortaleza e Belo Horizonte, onde havia um “casamento” entre PSB e PT, e acabou criando um certo problema na aliança
nacional dos dois partidos. O senhor acha que isso compromete essa relação?
De jeito nenhum. Não compromete. O PSB é PSB, o PT é o PT. Nós somos aliados e não subservientes. E ninguém deve ser
subserviente. Acho que uma política de aliança, de governabilidade e com propostas claras é possível. Agora, não subserviente. Cada
estado tem seus problemas. Por exemplo, Pernambuco: houve um problema série do próprio PT de Recife, onde o atual prefeito, J oão
da Costa, teve problemas na convenção, a Executiva Nacional interviu; Mauríci o Rands era o outro candidato, quando o PT lançou um
terceiro candidato, o senador Humberto Costa, e chegou ao ponto de pegar um ex-prefeito (deputado João Paulo Lima) e entregar a ele
o cargo de vice. Então foram problemas gerados pelo próprio PT. Então o Eduardo Campos, governador de Pernambuco e um dos
governadores mais bem avaliados do Brasil e presidente nacional do PSB, teve que tomar as posições políticas, e lançou um can didato
do nosso partido, porque o próprio PT não estava se entendendo. Daí a origem do problema...
AGÊNCIA POLÍTICA REAL - ... a situação foi parecida em Fortaleza...
...no Ceará, foi a mesma coisa. O PSB tinha compromissos e o PT rachou rigorosamente. O PSB colocou seis nomes do próprio PT
para tentar fazer um entendimento por parte dos petistas e não teve jeito. Então os socialista também decidiu sair com a chapa
própria...
AGÊNCIA POLÍTICA REAL - ...e no caso de Belo Horizonte...
...em Belo Horizonte (MG), sempre houve entendimento entre PSB, PSDB e o próprio PT. Ou seja, er a um triângulo. Mas quiseram
fazer linha reta, PSB e PT, e isolar o PSDB. Não é justo. Se tentou construir esse processo, só que na hora que chegou nas
Proporcionais, tinha problemas. O grande racha que houve na capital mineira muito mais do que na Majorit ária, foram as Proporcionais.
O PSDB fazia oito vereadores e isso deu problemas nas convenções. Então são questões localizadas, e não nacionais, não é uma
orquestração do PSB. Em São Paulo, por exemplo, o PSD indicou a deputada Luiza Erundina, indicada e escolhida pelo próprio PT
num acordo feito, aconteceu aquele incidente com a companheira Erundina, mas o partido manteve-se firme.
AGÊNCIA POLÍTICA REAL - Os socialistas, então continuam dando sustentação ao governo Dilma?
Eu, como líder do PSB, estou orientado pela Executiva Nacional a provar claramente para o Brasil que o partido tem compromisso com
o projeto da presidente Dilma, onde nós somos partido de aliança. Agora, não que dizer que temos que ficar subserviente em todo o
Brasil. Todo partido almeja o poder e isso é compreensível e natural. O partido que almeja o poder não é partido, é um aluguel. Partido
é para poder administrar. O PSB tem grande nomes no Brasil, como Ciro Gomes, Cid Gomes, Eduardo Costa, Renato Grande e
dezena de nomes consagrados em nível nacional, de forma que o partido tem condições de colocar numa disputa nomes. Não estamos
antecipando 2014 ou 2018. De jeito nenhum. O partido não está discutindo eleições presidenciais daqui a dois anos. O PSD está
trabalhando a governabilidade. Como foi no governo do ex-presidente Lula, assim estamos fazendo com o governo Dilma. Agora, é
claro, que o partido tem buscar seus próprios caminhos, entender o que deve ser. Isso numa política de aliança, de relação, não de
subserviência.
AGÊNCIA POLÍTICA REAL - Deputado, o seu retorno acontece no momento em que a Câmara está envolva em discussões
importantes, porém polêmicas e divergentes, como o projeto da distribuição dos royalties. Com o PSB vai se posicionar sobre
esse temas?
Esta semana (terça-feira, 3), participei de uma reunião com a lideranças que compõem a base do governo na Câmara, e depois uma
reunião com todos os líderes partidários. Há um sentimento que a questão dos royalties seja colocada em pauta. Foi colocada n a
semana passada, mas não teve quorum, devido o São João do Nordeste, as convenções municipais, a Rio+20, e todos estavam
envolvidos nesses eventos. Mas estou conversando com alguns partidos, algumas lideranças e acho que deveremos fechar questão
com relação aos royalties. O Brasil não pode esperar mais. Acho que chegou o limite de qualquer negociação. É importante você
negociar até o último momento. Mas tem que ter o último momento, não podemos ficar sempre assim. Quando é esse último momento?
Tem que existir. E acho que chegou o limite. Mês de julho é um mês de recesso parlamentar, nós deveremos votar a LDO (Lei de
Diretrizes Orçamentárias) e logo entrar em recesso. Os messe de agosto e setembro serão de esforço concentrado e vou trabalhar para
nesse esforço concentrado possamos ver a questão dos royalties para ser colocado em pauta e ser votado...
AGÊNCIA POLÍTICA REAL - ... mas o presidente Marco Maia afirmou esta semana, à imprensa, que o projeto dos royalties não
seria votado, nem agora, nem depois as eleições, porque não existe mais nenhuma janela (abertura de espaço na pauta de
votação do Plenário)...
.... se não tem janela a gente abre uma porta. Veja bem, essa Casa aqui é um Parlamento, onde as coisas são feitas por neogiações.
Então, quando se tem um entendimento há janelas. Acho que é possível. Eu vejo e deslumbro que há possibilidade de votar os royaltes
este ano.
AGÊNCIA POLÍTICA REAL - Além dos royalties, que outros projetos a liderança do PSB pretende defender neste segundo
semestre de 2012?
Olha nós estamos num período de 90 dias que eu diria 'transitório': o recesso parlamentar agora em julho e as eleições com,eçam a
partier de agora, agosto e setembro será de esforço concentrado e é difícil você levantar um tema, principalmente num clima eleitoral, é
lóggico. Agora, no período de outubro, novembro e dezembro vamos estar discutindo os projetos prioritários do partido. Assumi agora a
liderança e vou discutir com a bancada quais são os temas e prioridades para colocarmos na pauta do Legislativo, também em
concordância com a Executiva Nacional. Acho que nós temos que ter clareza, do que nós queremos votar até o final do ano, que é de
interesse da população brasileira.
....SAIBA MAIS SOBRE CARIMBÃO
De volta ao Parlamento, o deputado Givaldo Carimbão pretende dar contionuidade à temas que vem defendendo ao longo do seu
mandato, principalmente a luta de combate às drogas no País - a principal bandeira de atuação do parlamentar na Câmara.
O parlamentar participou da criação e presidiu a Frente Parlamentar Antidrogas. Em 2011, foi relator da Comissão Especial de Combate
às Drogas e apresentou proposta com base em eixos como prevenção; acolhimento e tratamento; e reinserção social.
O socialista visitou 15 países para conhecer diferentes iniciativas de prevenção, tratamento e combate ao narcotráfico. Defende, por
exemplo, investimento em ações que aliem baixo custo a resultados eficientes no tratamento de dependentes. No início deste an o, o
parlamentar assumiu a relatoria da Comissão Especial destinada a analisar proposta que trata do Sistema Nacional de Políticas sobre
Drogas. Em Alagoas, participou da criação da Secretaria de Promoção da Paz, responsável pela coordenação das ações desenvolvi das
no Estado no enfretamento às drogas. As comunidades acolhedoras de dependentes químicos fazem parte desse sistema. O modelo
de tratamento é também amplamente defendido pelo socialista.
(Por Gil Maranhão, Especial para Agência Politica Real)
(Agência Política Real)
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