Elaboração e Análise de
Indicadores
Geraldo Lopes de Souza Júnior
Mestre em Estatística
1
SUMARIO
1
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 3
1.1. VISÃO ESTRATÉGICA ........................................................................................... 3
1.2. VALORES ................................................................................................................. 3
1.3. MISSÃO .................................................................................................................... 4
1.4. VISÃO DE FUTURO ................................................................................................ 5
1.5. FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO (FCS) ........................................................ 6
1.6. MACROPROCESSOS ............................................................................................ 6
2 INDICADORES ............................................................................................................. 8
2.1 DEFINIÇÕES ............................................................................................................ 8
2.2 ESCOLHA E IDENTIFICAÇÃO DOS INDICADORES .......................................... 9
2.3 CHECK LIST PARA ANÁLISE DE INDICADORES ............................................ 11
2.4 TIPOS DE INDICADORES .................................................................................... 12
3 ALGUNS EXEMPLOS ................................................................................................ 15
4
REVISÃO - RAZÕES E PROPORÇÕES ..................................................................... 25
5
REVISÃO - REGRA DE TRÊS .................................................................................... 30
6
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 34
2
1
INTRODUÇÃO
Em uma organização, seja ela publica ou privada, sempre temos questões a serem
respondidas:
Como saber se a organização está indo bem?
Que indicadores monitorar periodicamente?
A definição de “o que medir” está relacionada à estratégia de negócio da
organização, isto é, sua visão estratégica
Valores;
Missão;
Visão de Futuro;
Fatores Críticos de Sucesso;
Macroprocessos.
1.1. VISÃO ESTRATÉGICA
A visão estratégica da organização expressa a percepção que ela tem do seu
passado, do seu momento atual e do direcionamento do seu futuro.
A visão estratégica dá unidade aos esforços que a organização realiza para
melhorar a qualidade dos seus produtos e serviços.
Como fazer:
Identificar valores (crenças e convicções) - quem nós somos?
Identificar missão (seu propósito) - qual é o nosso negócio?
Definir visão de futuro (o que deseja ser) - para onde queremos ir?
Estabelecer fatores críticos de sucesso - em que devemos focar?
1.2. VALORES
São idéias fundamentais em torno das quais se constrói a organização.
Representam as convicções dominantes, as crenças básicas, aquilo em que a
maioria das pessoas da organização acredita.
Os valores constituem uma fonte de orientação e inspiração no local de trabalho.
São elementos motivadores que direcionam as ações das pessoas na organização.
3
Exemplos de Valores
Excelência – valorizamos nossos clientes
Inovação – soluções inovadoras para nossos problemas
Respeito pelo Indivíduo
Participação – trabalhamos em equipe.
Parceria – valorizamos o trabalho em parceria
Serviço ao Cliente – prestamos um serviço melhor
Igualdade – oportunidades iguais a todos os colaboradores
Transparência – comunicação aberta e honesta
Criatividade – Apoiamos a criatividade e inovação individuais.
Valores do Banco Central: Ética, Excelência, Espírito empreendedor, Compromisso
com a Instituição, Espírito de equipe
Valores do Instituto Census: Ética; Transparência; Ideias inovadoras; Produtividade;
Foco nas pessoas.
1.3. MISSÃO
A missão é um declaração sobre o que a organização pública é, sobre sua razão de
ser, seus clientes e os serviços que presta. A missão define o que é a organização
pública hoje, seu propósito e como pretende atuar no seu dia-a-dia.
A missão cria um clima de comprometimento da equipe de colaboradores
(servidores e gestores públicos) com o trabalho que a organização realiza.
A Missão deve possuir três características:
a) concisão;
b) consistência;
c) credibilidade.
A Missão contém quatro definições:
a) a razão de ser da organização – “por que a instituição existe?”
b) seu mercado alvo – “para quem?”
c) seu "negócio" ou linhas de produtos-serviços – “o que faz?”
d) algumas condições de desempenho consideradas essenciais – “como faz?”
Exemplos de Missão
4
EMBRAPA: “Viabilizar soluções para o desenvolvimento sustentável do agronegócio
brasileiro por meio da geração, adaptação e transferência de conhecimentos e
tecnologias, em benefício da sociedade”.
TCU: “Assegurar a efetiva e regular gestão dos recursos públicos, em benefício da
sociedade”.
Banco Central: “Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez
do sistema financeiro nacional.”
Disney: Alegrar pessoas.
Instituto Census: Solucionar problemas e esclarecer dúvidas.
1.4. VISÃO DE FUTURO
Define o que a organização pública pretende ser no futuro. Ela incorpora as
ambições da organização e descreve o quadro futuro que a organização quer atingir.
Identifica as aspirações da organização, criando um clima de envolvimento e
comprometimento com o seu futuro.Deve refletir os valores compartilhados pela
organização pública. O enunciado deve ser claro e objetivo, positivo e desafiador.
Exemplos de visão de futuro:
TCU: “Ser instituição de excelência no controle e contribuir para o aperfeiçoamento
da administração pública”.
Banco Central (2002): “O Banco Central do Brasil será, nos próximos cinco anos,
reconhecido pela sociedade brasileira e comunidade internacional por sua eficácia
na manutenção da estabilidade do poder de compra da moeda e da solidez do
sistema financeiro nacional.”
Instituto Census: Ser reconhecido como a principal e mais importante fonte de
informações e estatísticas da região Norte.
Exercício nº 1 - Escreva a Missão e a Visão da Instituição/ Unidade
Grupo:
Componentes:
Instituição/Unidade:
Missão:
Visão:
5
1.5. FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO (FCS)
Os Fatores Críticos de Sucesso (FCS) são áreas de atividades nas quais o alcance
de resultados favoráveis são absolutamente necessários para o êxito na implantação
da visão da organização pública.
A identificação dos FCS é uma forma de sinalizar para os colaboradores da
organização pública (servidores e gestores públicos)as áreas de atividades onde o
êxito é fundamental para o cumprimento da missão e atingimento da visão de futuro.
Exemplos de fatores críticos de sucesso:
Rapidez no atendimento
Desenvolvimento de habilidades na área de serviços
Melhoria da imagem junto à comunidade
Desenvolvimento de alianças estratégicas
Aumentar a produtividade
Exercício
nº
2 - Identifique 5 (cinco)
Fatores Críticos
de sucesso da
Instituição/Unidade (Fatores Críticos: aqueles objetivos gerenciais que são
indispensáveis para o cumprimento da missão e alcance da visão)
Grupo:
Componentes:
Instituição/Unidade:
Fatores Críticos de Sucesso:
1.6. MACROPROCESSOS
Conjunto de processos que se interrelacionam diretamente com clientes e
fornecedores.
Principais características:
a) compõem-se de muitos microprocessos;
b) são grandes sistemas de uso repetitivo;
c) são multifuncionais ou interfuncionais;
d) em sua maioria, são processos de negócios;
e) são numerosos e devem ser priorizados.
6
Critérios para priorizar os macroprocessos:
a) Devem ser críticos para o cumprimento da missão;
b) Apresentam insatisfação ao cliente;
c) Baixa competitividade;
d) Absorvem capital intenso;
e) São de regulamentações;
f) Potencial de melhoria ao cliente e na redução de custos;
Exercício nº 3 - Identifique os principais macroprocessos da Instituição/Unidade
Grupo:
Componentes:
Instituição/Unidade:
Macroprocessos:
7
2
INDICADORES
2.1DEFINIÇÕES
•
Um recurso metodológico, empiricamente referido, que informa algo sobre um
aspecto da realidade social ou sobre mudanças que estão se processando na
mesma.
•
“Marca” ou sinalizador, que busca expressar algum aspecto da realidade sob
uma forma que possamos observá-lo ou mensurá-lo.
•
São Parâmetros qualificados e/ou quantificados que servem para detalhar em
que medida os objetivos de um projeto foram ou serão alcançados, dentro de
um prazo limitado de tempo e numa localidade específica.
•
Indicam mais não são a própria realidade – baseiam-se em uma variável, ou
seja,algum aspecto que varia de estado ou situação, fenômeno que interessa.
A realidade e sua totalidade são impossíveis conhecer.
•
São resultantes de múltiplas relações - a escolha do que observar, dos
instrumentos que tornam isto possível, a interpretação e o uso das
informações estão determinados pela visão da organização e pelas suas
relações.
•
Não têm significado em si mesmos, apenas situados nas relações e práticas
sociais.
•
São parte e expressão de um processo comunicativo, pressupõem a
existência ou a intenção de um pacto, de um diálogo entre sujeitos, entre
indivíduos no interior de uma organização ou entre esta organização e outros
grupos presentes na sociedade.
•
Só fazem sentido nas práticas de diálogo e avaliação da prática: processos
de acompanhamento, monitoramento e avaliação de práticas e iniciativas.
8
São relativos a aspectos da realidade
Tangíveis
Observáveis e aferíveis quantitativa ou qualitativamente, como renda, escolaridade,
saúde, organização, gestão, conhecimentos, habilidades, formas de participação,
legislação,direitos legais, divulgação, oferta.
Intangíveis
· Aqueles sobre os quais só podemos captar parcial e indiretamente algumas
manifestações:consciência
social,
auto-estima,
valores,
atitudes,
estilos
de
comportamento, capacidade empreendedora, liderança, poder, cidadania.
São dimensões complexas da realidade – possível observar apenas
algumas de suas manifestações indiretas, "cercando" a complexidade do que
pretendemos observar.
2.2ESCOLHA E IDENTIFICAÇÃO DOS INDICADORES
“Na prática, nem sempre o indicador de maior validade é o mais confiável; nem sempre o mais
confiável é o mais inteligível; nem sempre o mais claro é o mais sensível; enfim, nem sempre o
indicador que reúne todas estas qualidades é passível de ser obtido na escala espacial e
periodicidade requerida “.
(Jannuzzi, Mello, Tibau e Arruda - 2003)
Os indicadores devem ser:
Atribuível – mudanças são relativas aos processos deflagrados pelos atores
em evidência.
Sensível – reflete as mudanças que ocorrem no fenômeno em questão.
Viável – disponibilidade de fontes, custo, esforço.
Confiabilidade – qualidade do levantamento dos dados
Inteligibilidade – transparência da metodologia de construção do indicador.
Comunicabilidade - compreensível por vários indivíduos e grupos.
Guia de alternativas e de utilização de indicadores
9
1. Identifique com precisão o resultado que deve ser medido;
2. Para cada indicador, responda as seis (6)perguntas seguintes :
2.1 Este indicador pode medir adequadamente tal resultado?
2.2 Este indicador pode indicar mais ou menos quando se produziu a
mudança?
2.3 Este indicador oferece uma informação a partir da qual seja possível tomar
decisões?
2.4 Existem fontes de informação confiáveis e acessíveis sobre este
indicador?
2.5 Conta-se com os meios necessários para pagar os custos deste indicador
e das fontes de informação pertinentes?
2.6 Este indicador permite comunicar facilmente – e sem maiores
questionamentos – o estado do resultado?
3. Se você responder sim a seis (6) perguntas, utilize este indicador. Assegure-se da
fidelidade das fontes de informação. Na medida do possível, recolha informação
regularmente. Ocupe um momento a cada três meses para redigir uma parte do
informe.
4. Se você respondeu não a uma das perguntas, descarte este indicador.
10
2.3CHECK LIST PARA ANÁLISE DE INDICADORES
Características
Sim
Não
Simplicidade
1. é de fácil entendimento
2. é de fácil obtenção / apuração
3. o custo de apuração é baixo
4. a apuração é feita sem interferência significativa no processo
5. para obtê-lo, não é necessário aumentar significativamente o trabalho no setor
Seletividade
6. está relacionado com o produto / serviço / processo
7. enfoca pontos relevantes do produto / serviço / processo
8. mede a eficiência / eficácia dos processos
9. mede ou esta ligado ao atingimento das metas
10. mede características importantes para o servidor
Abrangência
11. abrange as atividades do órgão
12. está compatível com os objetos e metas do órgão
Constância
13. é permanente para possibilitar comparações históricas
14. tem periodicidade e período de medição adequados
Gerenciabilidade
15. é mensurável (exato e preciso)
16. é possível interferir no resultado
17. a variação reflete a melhoria ou piora dos produto / serviço / processo
18. tem objetivo claro e definido
19. é conhecido um padrão para comparação
Nota: Os itens 6, 14, 15, 17 e 18 são fundamentais. Caso um destes itens tenha sido avaliados
como “não”, em princípio, tal indicador não deve ser adotado.
11
2.4 TIPOS DE INDICADORES
Indicadores Estratégicos: informam o “quanto” a organização se encontra na
direção da consecução de sua Visão.
Indicadores de Produtividade (eficiência): medem a proporção de recursos
consumidos com relação as saídas dos processos.;
Indicadores de Qualidade (eficácia): focam as medidas de satisfação dos
clientes e as características do produto/serviço;
Indicadores de Efetividade (impacto): focam as conseqüências dos
produtos/serviços (fazer a coisa certa da maneira certa).
Indicadores da Capacidade: medem a capacidade de resposta de um
processo (saídas produzidas por unidade de tempo).
2.4.1 Indicadores da qualidade
Os Indicadores da Qualidade, ou Indicadores da Satisfação dos Clientes,
medem como o produto ou serviço é percebido pelo cliente e a capacidade do
processo em atender os requisitos dos clientes.
12
2.4.2 Indicadores de Produtividade
Os Indicadores de Produtividade são ligados à eficiência, estão dentro dos
processos e tratam da utilização dos recursos para a geração de produtos e
serviços.
Os Indicadores de Produtividade são muito importantes, uma vez que
permitem uma avaliação precisa do esforço empregado para gerar os produtos e
serviços. Além disso, devem andar lado a lado com os de Qualidade, formando,
assim, o equilíbrio necessário ao desempenho global da organização.
Indicadores de Produtividade X Qualidade
Deve ser dada igual importância aos Indicadores da Qualidade e da Produtividade,
de modo que ao melhorar um deles o outro também melhore.
Exemplo:
Com uma classe de apenas cinco alunos um professor teria condições de conseguir
oferecer serviços de altíssima Qualidade – seus alunos receberiam muito mais
atenção. A produtividade , entretanto, estaria comprometida
Por outro lado, um professor para cem alunos teria poucas condições para fazer um
bom trabalho. Embora a produtividade aumentasse violentamente, a Qualidade do
ensino provavelmente cairia.
Diferenças entre os Indicadores de Produtividade e Qualidade
13
2.4.3 Indicadores da Capacidade
Os Indicadores da Capacidade medem a capacidade de resposta de um
processo por meio da relação entre as saídas produzidas por unidade de tempo.
Exemplos de Indicadores da Capacidade
n.º de peças produzidas / hora
n.º de atendimento / mês
n.º de correspondências enviadas / dia
n.º de clientes visitados / ano
É fundamental que os indicadores sejam direcionados para a tomada de decisões
gerenciais voltadas para a solução dos problemas apontados, servindo de base
inclusive para a revisão de metas já estabelecidas.
Os indicadores não podem agregar mais trabalho no dia-a-dia nem tempo excessivo
para serem coletados e obtidos.
Devem ser representativos para os processos e atividades, levando a análises e
melhorias da forma mais prática e objetiva possível.
14
3
ALGUNS EXEMPLOS
Projeto de Dessanilização
O que é
Trata-se de um projeto que visa dessanilizar e tratar fontes de água não-potável com
potencial para uso adequado. Período: Março/2001 – Dez. 2006
Resultados esperados
Água potável em quantidade e qualidade satisfatórias disponível
Uso sustentado pela população residente no município X da água potável nas
atividades.
Clientes usuários
População residente no município X e no seu entorno
Indicadores (outcomes)
•
% de potabilidade e uso atingido relativamente ao previsto
•
n.º de habitantes e % da população beneficiada
Atividades/Módulos
Identificar fontes de água potenciais à dessanilização para acesso e uso sustentado
Viabilizar infra-estrutura adequada de implantação, tratamento e uso viável de água
Indicadores (outputs)
•
n.ºde fontes de água do município com potencial para dessanilização
identificadas
•
instalações físicas construídas
•
% das fontes identificadas dessanilizadas
Metas de desempenho
•
até maio de 2001, 100% das fontes de água do município com potencial para
dessanilização identificadas
•
até dezembro de 2002, 100% das instalações necessárias construídas:
•
30% no primeiro ano do projeto (2000),30% no segundo ano do projeto (2001)
e 40% no terceiro ano do projeto (2002)
15
Indicadores da Saúde
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Manaus
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Manaus
16
Indicadores Econômicos
17
Indicadores populacionais
18
19
20
21
22
23
24
4
REVISÃO - RAZÕES E PROPORÇÕES
Vamos considerar um carro de corrida com 4m de comprimento e um kart
com 2m de comprimento. Para compararmos as medidas dos carros, basta dividir o
comprimento de um deles pelo outro. Assim:
4/2 = 2
(o tamanho do carro de corrida é duas vezes o tamanho do kart).
Podemos afirmar também que o kart tem a metade (1/2) do comprimento do
carro de corrida.
A comparação entre dois números racionais, através de uma divisão, chamase razão.
A razão 1/2 pode também ser representada por 1:2 e significa que cada
metro do kart corresponde a 2m do carro de corrida.
Denominamos de razão entre dois números a e b (b diferente de zero)
O quociente a/b ou a:b.
A palavra razão vem do latim ratio, e significa "divisão". Como no exemplo
anterior, são diversas as situações sem que utilizamos o conceito de razão.
Exemplos:
Dos 1200 inscritos num concurso, passaram 240 candidatos.
Razão dos candidatos aprovados nesse concurso:
(de cada5candidatos inscritos, 1 foi aprovado).
Para cada 100 convidados, 75 eram mulheres.
Razão entre o número de mulheres e o número de convidados:
(de cada4convidados, 3 eram mulheres).
25
Observações:
1) A razão entre dois números racionais pode ser apresentada de três
formas. Exemplo:
Razãoentre1 e 4:
1:4 ou1/4ou 0,25.
2) A razão entre dois números racionais pode ser expressa com sinal
negativo, desde que seus termos tenham sinais contrários. Exemplos:
A razãoentre1 e -8 é -1/8.
A razão entre-1/5 e 1/4 é -1/5:1/4 = -1/5 x 4/1 = -4/5
RAZÕESENTREGRANDEZAS DA MESMAESPÉCIE
O conceito é o seguinte:
Denomina-se razão entre grandezas de mesma espécie o quociente entre os
números que expressam as medidas dessas grandezas numa mesma unidade.
Exemplos:
1) Calcular a razão entre a altura de dois anões, sabendo que o primeiro
possui uma altura h1= 1,20m e o segundo possui uma altura h2= 1,50m. A razão
entre as alturas h1 e h2 é dada por:
2) Determinar a razão entre as áreas das superfícies das quadras de vôlei e
basquete, sabendo que a quadra de vôlei possui uma área de 162m2 e a de
basquete possui uma área de 240m2.
Razão entre as área da quadra de vôlei e basquete:
26
RAZÕESENTREGRANDEZAS DE ESPÉCIESDIFERENTES
O conceito é o seguinte:
Para determinar a razão entre duas grandezas de espécies diferentes,
determina-se o quociente entre as medidas dessas grandezas. Essa razão deve ser
acompanhada da notação que relaciona as grandezas envolvidas.
Exemplos:
1) Consumo médio:
Beatriz foi de Determinado ponto de Manaus a Rio Preto da Eva (92Km) no
seu carro. Foram gastos nesse percurso 8 litros de combustível. Qual a razão entre
a distância e o combustível consumido? O que significa essa razão?
Solução:
Razão =
Razão = 11,5 km/l (lê-se "11,5 quilômetros por litro").
Essa razão significa que a cada litro consumido foram percorridos
emmédia11,5 km.
2) Velocidade média:
Moacir fez o percurso Rio - São Paulo (450Km) em 5 horas. Qual a razão
entre a medida dessas grandezas? O que significa essa razão?
Solução:
Razão =
Razão = 90 km/h (lê-se "90 quilômetros por hora").
Essa razão significa que a cada hora foram percorridos emmédia90 km.
27
3) Densidade demográfica:
O estado do Ceará no último censo teve uma população avaliada em
6.701.924 habitantes. Sua área é de 145.694 km2. Determine a razão entre o
número de habitantes e a área desse estado. O que significa essa razão?
Solução:
Razão=
Razão = 46 hab/km2 (lê-se "46 habitantes por quilômetro quadrado").
Essa razão significa que em cada quilômetro quadrado existem em média 46
habitantes.
4) Densidade absoluta ou massa específica:
Um cubo de ferro de 1cm de aresta tem massa igual a 7,8g. Determine a
razão entre a massa e o volume desse corpo. O que significa essa razão?
Solução:
Volume = 1cm . 1cm . 1cm = 1cm3
Razão =
Razão = 7,8 g/cm3 (lê-se "7,8 gramas por centímetro cúbico").
Essa razão significa que 1cm3 de ferro pesa 7,8g.
28
PROPORÇÕES
Rogerião e Claudinho passeiam com seus cachorros. Rogeriãopesa120kg, e
seu cão, 40kg. Claudinho, por sua vez, pesa48kg, e seu cão, 16kg.
Observe a razão entre o peso dos dois rapazes:
Observe, agora, a razão entre o peso dos cachorros:
Verificamos que as duas razões são iguais. Nesse caso, podemos afirmar
que a igualdade120/48 = 40/16 é uma proporção. Assim:
Proporção é uma igualdade entre duas razões.
29
5
REVISÃO - REGRA DE TRÊS
REGRA DE TRÊS SIMPLES
Regra de três simples é um processo prático para resolver problemas que
envolvam quatro valores dos quais conhecemos três deles. Devemos, portanto,
determinar um valor a partir dos três já conhecidos.
Passos a utilizar numa regra de três simples:
1º)Construir uma tabela, agrupando as grandezas da mesma espécie em
colunas e mantendo na mesma linha as grandezas de espécies diferentes em
correspondência.
2º)Identificar
se
as
grandezas
são
diretamente
ou
inversamente
proporcionais.
3º)Montar a proporção e resolver a equação.
Exemplos:
1) Com uma área de absorção de raios solares de 1,2m2, uma lancha com
motor movido a energia solar consegue produzir 400 watts por hora de energia.
Aumentando-se essa área para 1,5m2, qual será a energia produzida?
Solução: montando a tabela:
Área (m2)
Energia (Wh)
1,2
400
1,5
x
Identificação do tipo de relação:
Área (m2)
Energia (Wh)
1,2
400
1,5
x
Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x (2ª
coluna).
30
Observe que: Aumentando a área de absorção, a energia solar aumenta.
Como as palavras correspondem (aumentando - aumenta), podemos afirmar
que as grandezas são diretamente proporcionais. Assim sendo, colocamos uma
outra seta no mesmo sentido (para baixo) na 1ª coluna. Montando a proporção e
resolvendo a equação temos:
Área (m2)
Energia (Wh)
1,2
400
1,5
x
Logo, a energia produzida será de 500 watts por hora.
2) Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de 400Km/h, faz um
determinado percurso em 3 horas. Em quanto tempo faria esse mesmo percurso, se
a velocidade utilizada fosse de 480km/h?
Solução: montando a tabela:
Velocidade (Km/h)
Tempo (h)
400
3
480
x
Identificação do tipo de relação:
Velocidade (Km/h)
Tempo (h)
400
3
480
x
Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x (2ª
coluna).
Observe que: Aumentando a velocidade, o tempo do percurso diminui.
Como as palavras são contrárias (aumentando - diminui), podemos afirmar
que as grandezas são inversamente proporcionais. Assim sendo, colocamos uma
outras seta no sentido contrário (para cima) na 1ª coluna. Montando a proporção e
resolvendo a equação temos:
Velocidade (Km/h)
Tempo (h)
400
3
480
x
Logo, o tempo desse percurso seria de 2,5 horasou 2 horas e 30 minutos.
31
REGRA DE TRÊSCOMPOSTA
A regra de três composta é utilizada em problemas com mais de duas
grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
Exemplos:
1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m3 de areia. Em 5 horas,
quantos caminhões serão necessários para descarregar 125m3?
Solução: montando a tabela, colocando em cada coluna as grandezas de
mesma espécie e, em cada linha, as grandezas de espécies diferentes que se
correspondem:
Horas
Caminhões
Volume
8
20
160
5
x
125
Identificação dos tipos de relação:
Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x (2ª
coluna).
Horas
Caminhões
Volume
8
20
160
5
x
125
A seguir, devemos comparar cada grandeza com aquela onde está o x.
Observe que:
Aumentando o número de horas de trabalho, podemos diminuir o número de
caminhões. Portanto a relação é inversamente proporcional (seta para cima na 1ª
coluna).
Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o número de
caminhões. Portanto a relação é diretamente proporcional (seta para baixo na 3ª
coluna). Devemos igualar a razão que contém o termo x com o produto das outras
razões de acordo com o sentido das setas.
32
Montando a proporção e resolvendo a equação temos:
Horas
Caminhões
Volume
8
20
160
5
x
125
Logo, serão necessários 25 caminhões.
2) Numa fábrica de brinquedos, 8 homens montam 20 carrinho sem 5 dias.
Quantos carrinhos serão montados por4homensem 16 dias?
Solução: montando a tabela:
Homens
Carrinhos
Dias
8
20
5
4
x
16
Observe que:
Aumentando o número de homens, a produção de carrinhos aumenta.
Portanto a relação é diretamente proporcional (não precisamos inverter a razão).
Aumentando o número de dias, a produção de carrinhos aumenta. Portanto
a relação também é diretamente proporcional (não precisamos inverter a razão).
Devemos igualar a razão que contém o termo x com o produto das outras razões.
Montando a proporção e resolvendo a equação temos:
Logo, serão montados 32 carrinhos.
33
6
REFERÊNCIAS
ABONG. As ONGs e o desenvolvimento institucional - o programa de co-
financiamento dos Países Baixos no Brasil . São Paulo ; Cadernos Abong ; Número
24 ; 1998
ABONG. O impacto social do trabalho das ONGs no Brasil. São Paulo.
Abong, 1998.
ARMANI, Domingos. PMA: conceitos origens e desafios: O Planejamento e a
Avaliação de Programas Sociais nas ONGs. Porto Alegre, mimeo, 1998.
CCFD. Encontro das entidades parceiras, regiões Sul e Sudeste, Brasil:
sistematização e elaboração de indicadores sociais. Rio de Janeiro. CCFD., 1999,
mimeo.
CESE. Caminhos: Planejamento, monitoramento, Avaliação - PMA Encontro de Agentes de Projetos. Salvador. 1999.
CHIANCA, Thomaz; MARINO, Eduardo; SCHIESARI, Laura. Desenvolvendo
a cultura de avaliação em organizações da sociedade civil. São Paulo. Global
Editora - Instituo Fonte, 2001. (coleção Gestão e Sustentabilidade)
COMISSÃO EUROPÉIA. Manual Gestão do Ciclo do Projeto: abordagem
integrada e quadro lógico.Bruxelas. 1993. (Série Métodos e Instrumentos para a
gestão do ciclo do projeto)
FÓRUM SÃO PAULO SÉCULO XXI. Índice Paulista de responsabilidade
social São Paulo. Assembléia Legislativa de SP, 2001.
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO / IPEA. “Definição e metodologia de cálculo
dos indicadores e índices de desenvolvimento humano e condições de vida”.1998.
IBGE / UNICEF. Indicadores sobre crianças e adolescentes. Brasília / Rio de
Janeiro, 1997.
INSTITUTO
DE
GOVERNO
E
CIDADANIA
DO
ABC.
Mapa
da
Exclusão/Inclusão social da cidade de Santo André. Santo André, 2000. Segundo e
terceiro produtos.
JANNUZZI, Paulo de Martino; MELLO, Leonardo; TIBAU, Márcia; ARRUDA,
Marcela. Indicadores Sociais e Políticas Públicas: Humanizando os números para a
ação. Apresentação em Power Point
LANDIM, Leilah (org). Ações em sociedade: militância, caridade, assistência,
etc. Rio de Janeiro: NAU,1998.
34
MARINO, Eduardo. Manual de Avaliação de Projetos Sociais: uma
ferramenta para a aprendizagem e desenvolvimento de sua organização. São Paulo.
Instituto Ayrton Senna.
MENDONÇA
Eduardo
Luiz e OLIVEIRA,
Jane
Souto.
Pobreza
e
Desigualdade: repensando alguns pressupostos. Apresentação em Power Point.
OLIVEIRA, Francisco. “Entre a terra e o céu: mensurando a utopia?”. Rio de
Janeiro, 1999, mimeo
PAIXÃO, Marcelo. “Os indicadores de Desenvolvimento Humano (IDH) como
instrumento demensuração das desigualdades étnicas: o caso Brasil”. Rio de
Janeiro. FASE, 1999, mimeo.
PASSOS, Carlos A. K. (org). Indicadores, ongs e cidadania: contribuições
sócio politicas e metodológicas.Curitiba: Plataforma contrapartes Novib. GT
Indicadores, 2003.
PAULICS, Veronika (org.). 125 Dicas - idéias para a ação municipal. São
Paulo, Pólis, 2000.
PIRES, Mauro Oliveira; SANTOS, Irene Maria dos (orgs.). Construindo o
Cerrado sustentável:experiências e contribuições das ong’s. Goiânia. Rede Cerrado
de Organizações Não Governamentais,2000.
PNUD. Relatório do Desenvolvimento Humano 2000. Lisboa. Trinova
Editora, 2000.
SEADE.
Índice
Paulista
de
responsabilidade
social.
São
Paulo,
SEADE/Assembléia Legislativa de SP,2001.
SILVA, Antonio Luiz de Paula. Utilizando o planejamento como ferramenta
de aprendizagem. São Paulo.
Global Editora - Instituo Fonte, 2001. (coleção Gestão e Sustentabilidade)
SILVEIRA, Caio Márcio; BOCAYUVA, Cunca. “Desenvolvimento Local
Integrado e Sustentável : Enfoque Estratégico e Construção de Indicadores”. PNUDDLIS. http://dlis.undp.org.br/.
SOUTO, Anna Luiza Sallesetalii. Como reconhecer um bom governo?; O
papel das administrações municipais na melhoria da qualidade de vida. São Paulo,
Pólis, 1995. (Publicações Pólis, 21)
SOUTO, Anna Luiza Salles; KAYANO, Jorge. São Paulo: a cidade e seu
governo - O olhar do cidadão.
35
Download

Elaboração e Análise de Indicadores