Comentário aos primeiros testes intermédios 2007/08
Decorrida que foi no passado mês de Janeiro, a “1ª fase” de testes intermédios
relativos às disciplinas de Matemática, vimos junto do Sr. Director tecer alguns breves
comentários.
Na Nota Introdutória da Informação nº 1 – 2007/2008 relativa aos testes intermédios,
esclarecem-se alguns procedimentos e os objectivos a que o GAVE se propõe com a
realização dos mesmos. Aí se esclarece, também, que estes testes não constituem um
modelo de prova de exame nacional, obviamente, atendendo às condições quer de
tempo quer do objecto de avaliação considerado. Mas aí também se diz que “no que
se refere à tipologia dos itens e aos respectivos critérios de classificação, os testes
intermédios vão ilustrar, com elevado grau de fidelidade, o modelo de prova de exame
a apresentar no corrente ano lectivo.”
É neste contexto que não podemos deixar de estranhar, não se percebendo qual o
objectivo que se tem em vista quando, no teste do 9º ano, se dá aos alunos, em vários
itens, a instrução: Não justifiques a tua resposta ou, no item 9, se escreve
“Considera o seguinte problema (...) escreve um sistema de duas equações (...)
Não resolvas o sistema.
Com efeito, tais instruções afiguram-se-nos contrárias às recomendações que têm
vindo a ser feitas, sobretudo depois da publicação do Currículo Nacional do Ensino
Básico, de acordo com as quais se devem enfatizar as metodologias que fazem apelo
aos processos de resolução e também ao desenvolvimento de competências ao
nível da comunicação matemática. Entenderíamos que os critérios de classificação
pudessem (se fosse esse o objectivo do item) valorizar a resposta em detrimento da
justificação, ou o equacionar do problema em detrimento da sua resolução, mas dizer
ao aluno, de forma imperativa, para não justificar a sua resposta…
Atendendo a que também é objectivo dos testes permitir aos alunos a familiarização
com o tipo de prova de exame que irão realizar, e que será esta porventura a tipologia
dos itens que serão apresentados no exame, então ficará com isso, em nossa opinião,
prejudicado o objectivo de contribuição para a melhoria das aprendizagens dos alunos.
Se numa determinada situação não se quer avaliar as justificações, não seria
preferível o recurso a outro tipo de item? De escolha múltipla, por exemplo?
Relativamente aos testes dos 11º e 12º anos, eles corresponderam ao que, nestes
casos, seria expectável.
4 de Março de 2008
Pela direcção da APM
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