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CAPÍTULO 31
das Letras
O BEM DO
MAL
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Capítulo 31
novela de
LUCAS VINÍCIUS
escrita por:
LUCAS VINÍCIUS
PARTICIPARAM DESTE CAPÍTULO:
AMÁLIA
BIANCA
CLÓVIS
FILINTA
JOÃO
JULIANE
KATHLEEN
LÉO
MARILDA
ROCHANE
WELLINGTON
CENA 1. CIRCO DO RIO DE JANEIRO. ATRÁS DO CIRCO. NOITE.
CONTINUIDADE DO CAP. ANTERIOR.
AMÁLIA: (apavorada, para Léo) E agora, Léo? Você
entende, meus pais tavam lá dentro, meus pais!
LÉO: Eu entendo, Amália, até porque perdi os meus
muito cedo. Mas temos uma suspeita de quem seja.
AMÁLIA: Ah, eu não acho que possa ter sido a
Bianca, ela é minha amiga-LÉO: Amália! Veja bem, ela veio junto com a
Juliane, porém só vimos a Juliane lá dentro. Que
mais a Bianca podia estar fazendo?
AMÁLIA: (confusa) Eu não sei de mais nada! Eu quero
ver meus pais!
LÉO: O melhor que temos a fazer é esperar. Até que
ligue o sequestrador ou a sequestradora... Mas tá
muito na cara que foi um conhecido seu, Amália. Pra
saber tudo, quem sabia que íamos nos encontrar aqui
atrás? Alguém da mansão! Que deve ter ouvido atrás
da porta, só pode!
Amália para um pouco e tudo começa a fazer sentido em sua cabeça.
AMÁLIA: (assustada) Ai, meu Deus, agora que tudo tá
fazendo sentido.
LÉO: Se for a Bianca, não precisa esperar porque
ela não vai pedir dinheiro. Afinal, ela já te
roubou tudo! Tudo, Amália! Você deu confiança
demais pra uma estranha!
AMÁLIA: Estranha? Léo, ela era minha amiga na
época, a gente virou sócia!
LÉO: Você devia ter pesquisado mais sobre ela. Quem
são os pais, a vida amorosa, a mãe, a tia, o irmã,
o cachorro! Eu não quero me desentender com você,
Amália, mas nesse caso você foi a burra!
AMÁLIA: (irritada) Não me chame de burra! Não sou
burra!
LÉO: Mas pareceu diante disso tudo! Demorou anos
pra abrir seus olhos e descobrir que essa mulher é
uma cretina, uma ladra e perigosa!
AMÁLIA: Ninguém tem poderes pra adivinhar algo. As
coisas se revelaram aos poucos depois que Kathleen
e a Aline entraram na mansão.
LÉO: Então devemos agradecê-las, ou agradecer
somente a Kathleen porque a Aline faleceu. Elas
ajudaram-nos a perceber quem é essa mulher.
AMÁLIA: Meu Deus, eu tô em choque!
LÉO: Ela consegue nos jogar um contra o outro até
quando não está aqui. Eu não queria te chamar de
“burra”, me desculpe.
AMÁLIA: Não, tudo bem. Precisamos achar meus pais,
só quero isso no momento.
LÉO: Eu tenho uma ideia! E se ela der certo, a
Bianca vai direto pra cadeia!
AMÁLIA: Que ideia? Conta!
LÉO: Vamos fazer a Juliane abrir o bico, ela era
aliada da Bianca, ela tem que nos contar tudo.
Prometemos a ela a liberdade, não entregamos ela à
polícia.
AMÁLIA: Mas ela roubou joias lá de casa.
LÉO: Amália, isso nem a polícia conseguiu provar de
tão lerda que é essa polícia. Sabemos que ela
roubou, mas enquanto a justiça não der um
veredicto, a Juliane é livre e solta. Escuta, vamos
pra casa e tente arrastar a Juliane conosco. É
muito importante!
AMÁLIA: Tá, eu vou tentar, apesar dela não querer,
ela tá vendo aquele palhaço sem graça!
LÉO: Ela vai ter que vir conosco e nos explicar
tudo, tudo! Vamos!
Amália dá a mão para Léo e os dois saem apressados.
corta para:
CENA 2. AVENIDAS E AVENIDAS DO RIO. INT/CARRO DE BIANCA. NOITE.
O carro de Bianca anda descontroladamente pela avenida, e quem
está dirigindo é João (pai de Amália). O som altíssimo com a
música (E.T. Katy Perry) e Bianca com a arma na mão parece
sacudir-se e dançar, quanto se apavoram João e Marilda.
BIANCA: (sacudindo diz bem alto para João) Tá
gostando? Esqueci que velho só gosta de Roberto
Carlos, Martinha, Sérgio Reis e blá-blá-blá! Quê
que é? Tá gostando, não, meu filho? Bota um rock!
(ri)
MARILDA: (assustada, diz alto) Por favor, moça,
deixe-nos ir. Por favor!
BIANCA: (aponta a arma) Ih, cala a boca, dona
Marilda! Ó... A partir de agora me chame de...
(pensativa) hum... Gioconda, esse é meu nome!
JOÃO: (dirigindo com a atenção para Bianca) Dona
Gioconda, deixa a gente abaixar o som para
conversar.
BIANCA: Hum, velho ranzinza. Tá! Abaixa essa
porcaria. Anda!
João abaixa o som com a mão direita e conduz o carro com a
esquerda. Enquanto Bianca aponta a arma para Marilda.
BIANCA: Sabe quem causou tudo isso? Foi o xodó de
vocês, a Amália!
MARILDA: Você não fez nada com a nossa filha, né,
moça?
BIANCA: Não fiz ainda! Mas que raiva daquela
songamonga! Quando eu puder eu acabo com a raça
dela... assim como (docemente) fiz com a Aline e o
noivinho da Amália, o Fafá!
Marilda e João ficam em choque pois Rafa era noivo de Amália e
eles o conheciam.
JOÃO: Como é? Você matou o noivo da nossa filha?
BIANCA: (rindo) Ah-hã! Não importa, vocês não
gostavam dele mesmo, afinal, a Amália saiu da
cidade de vocês por causa dele e vocês não
gostaram. Tá vendo, não é culpa minha. É culpa do
falecido, que tirou a Amália da cidade dela e a
trouxe pra essa cidade.
MARILDA: Moça, pra que tanto ódio no coração? O
que a minha filha fez pra você?
BIANCA: (irritada) O que ela fez...? Essa cretina
tem dinheiro, foi isso que ela fez! Eu trabalhava
feito uma cavala na empresa “Papper” e a infeliz
nunca me promovia, eu tive que me aproximar e
virar amiga da cachorra pra eu entrar com capital
e virar sócia dela! Sua filha é uma mão de vaca,
dona Marilda! Uma cachorra suja! Se faz de boa
moça, mas é uma mão-fechada!
JOÃO: Nossa filha não tem culpa de que venceu na
vida e você tava lá pra tirar tudo dela!
BIANCA: (aponta a arma) Alguém pediu tua opinião?
Velho gagá! E anda logo com esse carro, antes que
um guarda para a gente. E se parar pode ter
certeza que eu estouro os miolos de vocês dois na
frente dele! Eu morro na cadeira mas mato vocês!
CAM mostra a tensão de Marilda e João.
corta para:
CENA 3. MANSÃO DE AMÁLIA. INT. QUARTO JULIANE. NOITE.
CONTINUIDADE.
Kathleen está lendo a primeira carta que está por cima e já está
horrorizada.
KATHLEEN: (p/si) Meu Deus... essas são as cartas
que os pais da Amália enviaram há anos pra ela.
Mas nenhuma chegou nas mãos da Amália. E por que
estavam no quarto da Juliane? (rapidamente se dá
conta) Ah! Claro... a cobra pede pra empregada
esconder no quarto dela, que além de inabitável é
escondido praticamente. Essas cartas vão chegar
nas mãos da Amalia e é hoje. Tá na hora dela
descobrir a verdade.
corta para:
CENA 4. MANSÃO DE AMÁLIA. INT. SALA. NOITE.
Kathleen vem descendo a escada com o bolo de envelopes na mão.
Quando termina de descer a porta abre-se e vem entrando na mansão
Amália, Léo e acompanhados de Juliane (que veio à força). Kathleen
os vê e diz.
KATHLEEN: Amália, Léo...?
LÉO: Deu tudo errado!
JULIANE: (confusa) Gente, por que eu tô aqui?
AMÁLIA: (vira-se séria) Porque é hoje que você vai
me dizer toda a verdade!
JULIANE: Verdade? Que verdade?!
KATHLEEN: (se aproxima, para Juliane) E é melhor
começar por isso aqui! Veja você mesmo, Amália.
Quando kathleen entrega os envelopes na mão de Amália, Juliane se
assusta pois sabe do que se trata.
AMÁLIA: (para Kath) O que é isso?
KATHLEEN: Lê!
AMÁLIA: (lê o remetente) “Para Amália...”? Mas é
de... “João de Bitencourt”.
AMÁLIA: (surpresa e assustada) É a carta que meu
pai enviou! Mas eu nunca as vi.
KATHLEEN: Aí que tá o “x” da questão! E é melhor
que a empregada nos explique!
OS três, Léo, Amália e Kathleen encaram Juliane, que fica
encolhida e assustada.
JULIANE: (com medo) O que vocês querem que eu
explique?
AMÁLIA: (séria) Você vai iniciar pelo começo. Eu
não tô brincando, Juliane, é melhor você contar
tudo!
LÉO: Enfim, a verdade. Pode começar.
Kathleen, Léo e Amália ficam encarando Juliane e esperando pela
resposta.
corta para:
CENA 4. SÍTIO DE FILINTA. INT. COZINHA. NOITE.
Filinta está sentada sozinha à mesa, tomando uma xícara de chá e
lendo uma revista toda rasgada.
Dali segundos, ouve-se BATIDAS À PORTA do sítio. Filinta
rapidamente se assusta.
FILINTA: (assustada) Uia! Quem “havera” de ser?
(se levanta) Vou pegar a garrucha!
CLÓVIS: (lá de fora, diz bem alto) Filinta! Sou
eu, Clóvis! Abre! (dá mais batidas)
FILINTA: (desconfiada) “Cróvis”? “Mái” a “zuma”
hora dessa? Não! Vou pegar o “revórvi”!
CLÓVIS: (implorando, lá de fora) Filinta! Abre!
Filinta, desconfiadérrima caminha lentamente até a porta, porém
pega uma vassoura que está encostada na parede ao lado. Nisso,
Filinta aponta a vassoura e abre com tudo a porta e dá de cara com
Clóvis, com uma armadura de ferro, se protegendo e um capacete de
futebol americano.
FILINTA: (surpresa) “Cróvis”? É o “cê” “memo”?
CLÓVIS: Sou eu, Filinta.
FILINTA: Que isso que “cê” tá “usano”?
CLÓVIS: É uma roupa à prova de tapa, chute,
soco... Por conta de você!
FILINTA: (braba) É a prova de “çavoura” “tomém”?
Quero dizer, vassoura?!
CLÓVIS: Filinta, para! Eu vim pra conversar sem
brigas. Poxa, você foi a minha primeira namorada,
não quero que haja mágoas entre a gente.
FILINTA: (desconfiada) Hum... Num sei não. “Cê”
fica lá, com a “Natiela” e eu fico sozinha, sô!
CLÓVIS: É “Natiele” o nome dela, com “e”. E
segundo que não tem nada disso. A 'véia' cascuda
tá aí?
FILINTA: (braba) “Cê” chama a vó de eu de
“cascuda” e ainda num quer umas vassouradas?
CLÓVIS: Podemos conversar ou tá difícil? A 'véia'
´tá aí?
FILINTA: Não. Ela foi na dona Jesuíta pedir uns
“brócolis” emprestado. Pra mode nós “fazer” sopa
de brócolis.
CLÓVIS: (cara de nojo) Uh! Eca! Sopa de
“brócolis”? Por isso que você tem esses “bração”
aí, né?
FILINTA: “Cê” veio aqui pra ofender eu? Porque se
foi eu “rebento” esse cabo da vassoura nu cê!
CLÓVIS: Não, não, foi pra isso não. Posso entrar?
FILINTA: (desconfiada) Cê pode. Só um pouco!
“Nóis” proseia, e “despois” cê vaza. Minha vó tá
pra chegar e ela tem tireoide, num pode se
“anervosar” à toa, não!
CLÓVIS: Tudo bem. Eu vou ser breve.
Filinta dá as devidas licenças à Clóvis, que entra e caminha até a
mesa. Enquanto Clóvis tira as armaduras que veio (de brinquedo)
Filinta fecha a porta.
corta para:
CENA 5. CASA DE ANTÔNIA E CAÍQUE. INT. COZINHA. NOITE.
CONTINUIDADE DO CAP.ANTERIOR.
Rochane ainda está deprimida à mesa, as fotos também estão em cima
da mesa. Porém ela não está chorando.
Depois de segundos, vem chegando Wellington na maior cara de pau,
ele caminha e quando chega, vê Rochane sentada e faz cara de riso.
WELLINGTON: (se aproxima) E aí, delícia?!
ROCHANE: (olha pra ele possessa e vingativa) Você
não devia ter feito isso?
WELLINGTON: (debochando) isso o quê? Ah! Sim, te
beijar? Foi passado, eu não pego a mesma porcaria
duas vezes!
ROCHANE: (se levanta e esbraveja) Você cala essa
boca! Você não tem o direito de me chamar de
porcaria, seu cretino, imundo!
WELLINGTON: (sorrindo) Ah, não? Aquele seu
noivinho, namoradinho, era um banana, um babaca!
Fiz um favor pra você, que só queria o dinheiro
dele!
ROCHANE: Eu não queria o dinheiro dele porque eu
não sou mais assim, eu realmente amava o Felipe.
Já você, Wellington, é um canalha, só tá com
aquela mulher porque ela deve ter muito dinheiro.
Ou será que vocês dois têm muito dinheiro? Porque
devem ser dois criminosos!
WELLINGTON: Não, pelo que sei, eu e a Bianca
somos apenas namorados. Comum, e você já acabou
com a nossa relação uma vez, eu só dei o troco.
Aqui se faz-ROCHANE: (séria, completa) Aqui se paga! Eu vou
contar pra todo mundo, Wellington. Todo mundo,
com quem você namora. Pros seus pais, pra sua
irmã...! Pra ela eu já contei, tinha me
esquecido. Você e a madame lá vão se ferrar.
WELLINGTON: Você não tem coragem. A Natiele é uma
barata, vive correndo atrás do vagabundo do
Clóvis...
ROCHANE: Vagabundo falando de vagabundo, então.
Porque que eu me lembre, você não trabalha, quer
tudo na mão. Já o Clóvis começou a trabalhar.
WELLINGTON: Novidade. E você trabalha, por acaso?
ROCHANE: Isso é da minha conta! Você é homem,
fica feio pro seu lado.
WELLINGTON: Eu vim pra tomar uma água, posso?
ROCHANE: Não enquanto não ligar pro Felipe e
desmentir tudo! Tudo!
WELLINGTON: (começa a rir) Brincou, né? Nem que
fosse a última coisa que eu teria de fazer na
Terra eu faria. Nunca, nunca!
ROCHANE: Pois bem... amanhã Vila Matilde inteira
vai ficar sabendo que o filhinho do Caíque,
Wellington namora com a tal Bianca, dona de uma
empresa.
WELLINGTON: Ela é sócia-ROCHANE: Dane-se! Você vai se ferrar, porque os
seus pais, meus tios, vão querer conhecê-la! Você
teria coragem de trazer a dona de nariz em pé
numa vila de pobre feito a Vila Matilde?
WELLINGTON: Não teria problema algum. A Bianca
não tem nojo de pobre.
ROCHANE: Claro, porque provavelmente assim como
eu, ela deve ter nascido pobre. Deu o golpe em
alguém, enricou-se, e agora taí...!
WELLINGTON: Rochane, Rochane-- Fala o que quiser,
eu não tô nem aí pra você! Conta, pode contar.
ROCHANE: Pois bem. É isso que eu vou fazer. Agora
vai lá, toma sua água, seu cretino!
WELLINGTON: Quer saber... Perdi a sede, depois de
ver um espantalho na minha frente!
Wellington vira-se e sai da cozinha zarpando para a sala. Rochane
fica histérica.
ROCHANE: Filho da mãe! Droga... (se senta
preocupada)
corta para:
CENA 6. MANSÃO DE AMÁLIA. INT. SALA. NOITE. CONTINUIDADE.
Juliane ainda está paralisada e não abriu o bico. Enquanto
Kathleen, Amália e Léo encaram ela.
KATHLEEN: Anda, Juliane! Conta! Conta tudo que
você sabe!
AMÁLIA: (se aproxima e calmamente diz) Olha,
Juliane, por favor. (carinhosamente segura a mão
de Juliane) Nos ajuda. Meus pais acabaram de ser
sequestrados, e nós temos a suspeita de que seja
a Bianca. Apenas uma suspeita. Não vai te
acontecer nada. Conta, conta tudo que você sabe,
por favor.
LÉO: Não vamos te prender, Juliane, muito menos
entregá-la à polícia.
JULIANE: (indecisa morde o lábio e diz) Ai,
gente, se eu fizer isso, eu vou estar traindo a
Bianca.
KATHLEEN: (irritada) Pelo amor de Deus, Juliane,
abre o olho! Aquilo lá não é sua amiga!
AMÁLIA: Calma! Calma, gente. Calma, Kathleen!
Vamos deixar a Juliane decidir.
JULIANE: (indecisa) Ai... (sob pressão) Ai, tá
bom, eu conto! Melhor vocês... melhor vocês
sentarem porque muita bomba vem aí. A Bianca não
foi nada boa nessa vida.
AMÁLIA: (angustiada) Era o que eu temia. Pode
começar, eu aguento o impacto.
CAM se aproxima de Juliane, que dirá toda a verdade. Enquanto
Kathleen com apresso e Léo a olham.
JULIANE: Vamos lá! Seguinte... Desde que você,
Amália, chegou aqui, eu já morava aqui. Tinha
saído da minha querida Magalhães Barata... eu
morava de favor lavando pratos pra um senhor, o
nome dele era Fernando.
KATHLEEN: Ora, ora, Juliane! Não estamos
interessados nas suas aventuras! Vamos ao que
interessa, os pais da Amalia estão em risco!
AMÁLIA: Ela tem razão, Juliane.
JULIANE: Ok. Vou pular a parte que eu cheguei
aqui. Continuando: eu conheci a Bianca na rua,
ela tinha acabado de fugir da família dela,
depois de roubar dinheiro da avó, que precisava
dos remédios. Não sei, a uma hora dessas a velha
já deve ter partido duma dessa pra melhor.
AMÁLIA: (boquiaberta) Ela roubou a própria
família?
JULIANE: Isso não é nem o começo! Deixa eu
continuar: nos conhecemos, e logo depois de um
tempo vocês se conheceram, não preciso ficar
explicando. A Bianca me veio com um papo de que
tinha conhecido uma mulher rica, chamada Amália,
era você. Ela pedia pra mim ser cúmplice dela na
marmada, ela ia roubar tudo de você. Bandida do
jeito que é não desiste enquanto não consegue.
AMÁLIA: Eu já podia imaginar. (angustiada) Então
ela nunca foi minha amiga!
JULIANE: (irônica) Amiga? Meu bem, ela te
odiava! Aí, me apresentou a você como empregada.
Tenho uma confissão... não sou empregada coisa
nenhuma.
KATHLEEN: Isso era de se imaginar, você foi
cúmplice da Bianca, só por isso se infiltrou
aqui!
JULIANE: Então... mas dona Amália, eu nunca fui
contra a senhora, sempre te achei linda-- A
Bianca, a Bianca sempre tentava me jogar contra
a senhora. Perto dela, eu tinha que te odiar com
todo meu coração! Mas enfim... ela entrou aqui
na mansão, aí vocês viraram sócias, tinha o seu
noivo aqui também.
AMÁLIA: (com lágrimas) O Fafá...!
JULIANE: Isso! Aí, lembra do baile da faculdade?
Dos formandos? O Fafá, me desculpa a intimidade,
morreu envenenado?
AMÁLIA: Sim. Mas isso foi alguns inimigos deles,
o tal do J.J.
JULIANE: (muxoxa e tranquila diz) Se engana! Não
tem J.J. nenhum. Quem fez a marmada toda foi a
Bianca. Ela matou seu noivo, dona Amália!
Amália fica paralisada, horrorizada, impressionada, surpresa tudo!
Kathleen e Léo ficam espantados também.
JULIANE: Eu me lembro de tudo, tudo. Ela me
pediste ajuda, mas não. Não topei, tive que
assistir.
Flash-Back!
JULIANE LEMBRANDO
a cena faz parte do passado, e não pertence à nenhum dos
capítulos.
CAMPUS DE FACULDADES DO RIO. INT. NOITE.
Enquanto vemos o campus repleto de estudantes comemorando,
bebendo. Há uma enorme mesa com taças de suco e champanhe. Vem
vindo até a mesa Rafael (noivo de Amália) e Amália, todos felizes.
RAFAEL: E aí, meu amor, o que vai beber?
AMÁLIA: Hum... Quero um champanhe. E o senhor?
RAFAEL: (radiante) Bom... Como é a minha
formatura, eu vou querer um suco. Champanhe é pra
depois da meia-noite.
Amália pega uma taça de champanhe e Rafael pega uma taça de suco.
Eles dão um gole cada um, até que Amália diz.
AMÁLIA: E aí, meu bem, que tal dançarmos? Noite
especial, ocasiões especiais.
RAFAEL: (apaixonado) Com você eu vou à lua, seja
dançando, sapateando, rodando ou até mesmo
flutuando. Claro, vamos dançar!
AMÁLIA: Bobinho! Coloca a taça ali.
Rafael coloca sua taça de suco onde é visível por ele. Amália
coloca a sua junto das outras. Apaixonados eles dão-se os braços e
caminham em meio ao povo.
Nisso, sai de baixo da mesa Bianca, vestida discretamente, mas com
um sachezinho com um pó dentro. Ela assustada, se levanta e começa
a ficar confusa em meio tantas taças.
BIANCA: Droga, qual seria?
Wellington, que estava vendo tudo, se aproxima discretamente de
Bianca, que está confusa e diz.
WELLINGTON: (sussurrando, para Bianca) E aí?
BIANCA: E aí nada, eu não sei qual é a taça do
mauricinho!
WELLINGTON: Pois eu vi, é essa. (ele pega a taça
que mais estava isolada de todas, a de Rafael e
empurra pra perto de Bianca, que apavorada rasga o
sachezinho e despeja o pó veneno lá dentro)
BIANCA: Pronto, missão cumprida! E agora, como
vamos fazer com que o mauricinho tome esse suco?
WELLINGTON: Eu não sei, mas vaza pra debaixo da
mesa que eu cuido disso! Anda, eles estão vindo!
Rapidamente e apavorada, Bianca corre e se esconde debaixo da mesa
de sucos e champanhe mas fica observando tudo.
Vem vindo feliz da vida Amália e Rafael. Rapidamente Wellington
afasta todas as taças de suco de perto da de Rafael, para ele
perceber que pertence a ele. Depois disso, Wellington passa
despercebido do casal e some de vista. Amália e Rafael chegam até
a mesa e Amália pega uma taça nova, já Rrafael fica confuso em
achar a sua.
RAFAEL: Ué, cadê a taça que deixei aqui. Ah, tá
aqui!
Ele pega sua taça de suco, com veneno e Amália e ele ficam de
frente, para fazerem um brinde,
AMÁLIA: Um brinde...
RAFAEL: A nós... A nós e a um futuro maravilhoso
que nos espera.
Os dois aproximam as taças e brindam, fazendo “tintim”. Aos goles
Amália vai bebendo seu champanhe. Rafael vai virando sua taça aos
poucos. Ele bebe tudo, mas quando termina, meio zonzo ele põe a
taça em cima da mesa e diz pra Amália.
RAFAEL: (abalado) Que mal-estar.
AMÁLIA: Mal-estar? Como assim, meu amor? Você tá
se sentindo bem?
RAFAEL: Não sei, eu...
Rafael, ainda zonzo tenta andar uns passos a frente, mas começa a
virar os olhos e rapidamente despenca pra frente, Amália se
assusta, mas consegue amparar Rafael nos braços, que cai
desacordado, morto.
AMÁLIA: (horrorizada) Ai, meu Deus... Rafa?!
Rafa?!
Os curiosos começam a olhar e se aproximar, enquanto Amália já em
estado de choque, chorando começa a dar tapinhas no seu rosto e
chamando pelo seu nome.
AMÁLIA: Rafael... Rafael... (Chorando) Rafael...
Socorro!!!! Rafael...
Enquanto mais curiosos se aproximam, câmera foca embaixo da mesa,
onde está Bianca dando sorrisos sutis e maliciosos.
BIANCA: Puh... E a casa caiu!
Câmera foca em Amália chorando com seu amado nos braços, enquanro
curiosos olham. Sem som, com um instrumental triste, câmera se
afasta em anglo reto de cima, mostrando o campus todo.
FADE OUT///ENCERRA LEMBRANÇA DE JULIANE///
corta para:
REALIDADE/PRESENTE
AMÁLIA: (chorando) Como ela teve coragem?
JULIANE: Como, eu não sei, mas que teve, teve!
LÉO: Oh, Amália... calma. (se aproxima e a
abraça)
JULIANE: Calma que vem muito mais, vocês pediram
e vão ter!
KATHLEEN: (p/si) Bianca... sua cretina!
corta para:
CENA 7. MATAGAL QUALQUER DO RIO. EXT. NOITE.
Numa imensidão e escuridão, repleta de mato... A frente tem uma
casa toda velha e abandonada. Vem estacionando o carro que João
está conduzindo, a mando de Bianca. Lá dentro, assustados Marilda
e João, enquanto Bianca aponta a arma para os dois.
BIANCA: (sorrindo) isso mesmo, seu João. Parou
direitinho onde eu mandei. Parabéns, vai ganhar
um doce. Agora vamos descer todo mundo. Não
acharam que eu ia queimar o carro com vocês
dentro não é mesmo? Eu vou fazer isso, mas é só
com o carro, essa porcaria tem GPS que eu sei!
JOÃO: Por favor, deixe a gente ir. Não vamos
contar pra ninguém!
MARILDA: É, moça, por favor!
BIANCA: (muxoxa) De jeito nenhum! (irritada)
Desçam e calam essa boca! Vamos, seu João, desce
logo desse carro!
Seu João, com muito medo destrava a porta e sob a mira da arma,
ele sai do carro aos poucos. Depois Marilda faz o mesmo, pela
porta de trás ela sai e Bianca rapidamente com a arma na mão sai
dentro do carro. Enquanto Marilda e João se junta Bianca fica
atrás deles com a arma apontada.
BIANCA: Acho bom ficarem juntos mesmo. Caso um
morra, o outro vai junto! Agora façam o que eu
mandar. Seu João, abre o porta-malas e pega o
litro de gasolina e o isqueiro pra mim. Rápido
antes que eu alguém rastreie a gente! Vai,
lesma!
Seu João caminha junto de Marilda até a parte de trás do carro,
Bianca os acompanha e sempre com a arma neles. Seu João força e
consegue abrir o porta-malas onde tem várias coisas além de um
galão de gasolina com um isqueiro em cima.
BIANCA: Esse mesmo, vai. Pega!
João alcança e pega o galão com uma mão e o isqueiro com a outra,
virando-se pra Bianca. Quando ele vai entregar o galão, Bianca
diz:
BIANCA: De jeito nenhum! Você acha que eu vou
fazer isso, pra vocês fugirem? Não, vocês vão
jogar a gasopa e botar o fogo. Andem, anda dona
Marilda, só faz tricô as pernas tão duras já?
MARILDA: Mal educada!
BIANCA: Quer levar bala? Então fica quieta!
Todos se afastam e João abre o galão de Gasolina. Depois ele
começa a jogar por cima do carro toda a gasolina, que se espalha e
mostrada com detalhe pela CAM. Seu João olha pra Bianca, que
balança a cabeça dando sinal para ele acender o isqueiro. Seu João
se afasta, acende isqueiro e joga-o. O isqueiro é mostrado em CAM
LENTA enquanto sobrevoa. Até que ele cai em cima do carro e as
chamas começam a consumir todo o veículo. Nisso, Bianca começa a
abrir um sorriso imenso.
BIANCA: Adoro isso. Vamos afastar antes que
exploda. Eu quero que vocês morram, mas eu
tenho que matar! Vamos!
Bianca e os dois se afastam bastante e o fogo continua. Cam
alterna e mostra o fogo consumindo o carro e o sorriso maléfico de
Bianca.
corta para:
FIM DO CAPÍTULO!
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