Antes de mais, porto
Um local que se cola à pele da nossa identidade portuguesa, desde
quinhentos, um local onde imaginamos e sabemos que ocorre um
bulício de gentes, mercadorias, ideias, vida. Que imaginamos e
sabemos, cheios de cor sons e cheiros.
Depois, porto das artes, um local irrequieto onde afluem, se trocam e
se tocam tendências, expressões, objectos, manifestações dos
sentidos.
Matosinhos ambiciona ser o porto das artes.
Um ponto incontornável para todos aqueles que querem viver de
perto a experiência e o contacto com a arte contemporânea.
E fá-lo obedecendo a uma estratégia de desenvolvimento que vê na
actividade cultural uma dimensão decisiva.
Desde há seis anos que toda a nossa estratégia como concelho
obedece a uma fórmula de reminiscência Einesteniana: M2 C;
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M2 C: Mar, Movimento e Cultura.
Mar, pela aguda noção da preponderância económica que pode ter o
seu aproveitamento, pela qualidade simbólica das actividades
tradicionais que aí se ligam. Aqui acontecem um enorme Porto de
Leixões, Plataformas Logísticas, Terminal de Cruzeiros, o Centro de
Ciências do Mar, a maior requalificação da Orla Costeira. Um duplo
porto, enfim: o porto físico e o porto das ideias e da criatividade.
Movimento, simbolizando a dinâmica económica, a aposta nos
sectores mais tradicionais ou mais de ponta que faz de Matosinhos a
incubadora de tantas das melhores empresas nacionais e um ponto
de atracção irrecusável para os que apostam numa economia voltada
ao exterior. Nós acreditamos mesmo que o futuro além da crise háde estar numa educação sedutora, nas novas tecnologias, na
inovação e no saber fazer bem aquilo que nos é mais histórico.
Matosinhos quer ser a parte mais dinâmica da Área Metropolitana do
Porto.
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M2 C Mar, Movimento, Cultura
Situados nos limites de atracção da patine do Porto e da irresistível
atracção das Caves do vinho do porto, Matosinhos decidiu jogar o
seu engenho na amplificação de um movimento que nos tornasse o
porto das artes.
Querendo usufruir da proximidade e influência de equipamentos
como Serralves e a Casa da Música, Matosinhos vem paulatinamente
afirmando a sua capacidade e vocação.
Para esta dimensão precisávamos de uma parceria estimulante e
competente. Neste domínio também não é totalmente errado
pensar-se que “o que não está nos média não está no mundo”.
Por isso pareceu-nos natural e decisiva a associação com quem
melhor sabe curar da visibilidade e da dimensão de uma aventura
desta natureza.
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Quero agradecer ao José Luís Rueda todo o saber, confiança,
dinamismo e visão que entregou a este projecto. Ele é a mola
impulsionadora deste novo fôlego do porto das artes.
Ao abrir o CAM Matosinhos afirma-se mais consolidadamente como
porto das artes.
Já o era para as indústrias criativas, a televisão regional, as sucursais
dos média, a orquestra de jazz, o quarteto de cordas com ligação
permanente à Casa da Música.
Já o era para as actividades criativas como a publicidade, com a
presença do IPAM, o design com os projectos conjuntos com a ESAD,
a arquitectura, com a Casa do nosso conterrâneo SIZA VIEIRA, e a
gastronomia que nos invadiu de sabores a orla costeira.
Já o era no Teatro, com o Constantino Nery, a literatura com o
Festival de Poesia e a Literatura em Viagens, o património com a
estátua mais antiga de Cristo datada do século XII, na Igreja de
Matosinhos.
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Consolida-se hoje com a abertura do CAM e, o que é mais, com a
dimensão internacional do mesmo, tornando este porto das artes
capaz de atrair a atenção e tornar obrigatória a visita de quantos
habitam nesta euroregião.
Com José Luís, com Bernardo Pinto de Almeida e com a equipa da
Câmara Municipal, a quem agradeço, em particular ao Fernando
Rocha, transformamos o magnífico espaço concebido por Alcino
Soutinho, o edifício onde melhor se respira a democracia e o poder
local, num gigantesco embaixador interno e externo do que de
melhor os criadores de artes plásticas produziram no século XX e
século XXI.
E com o acicate importante de levarmos a Espanha, em contrapartida
a obra de dois dos maiores pintores de Matosinhos, Augusto Gomes
e António Carneiro, cuja obra irá finalmente ter um palco à sua
dimensão.
Presidente José Maria Aznar, a sua presença neste momento é a
melhor e mais sólida garantia da importância deste projecto.
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Ao caucionar desta forma o novo CAM, V. Exª está a dar a este porto
das artes e sobre este porto das artes uma referência essencial para
que nos visitem.
Conhecendo a sua exigência e o rigor que impõe na sua presença
devemos
sentirmo-nos
profundamente
lisonjeados.
Obrigado
Excelência.
Sr. Primeiro Ministro,
Creio por certo que estará satisfeito com o que viu.
Ao aceitar presidir à inauguração do CAM chancela de forma
generosa o esforço que temos vindo a fazer para remar contra o
pessimismo.
Sendo a primeira vez que está entre nós como primeira figura do
Governo, quero significar-lhe que pode contar connosco em
Matosinhos para ajudar a insuflar ânimo ao País.
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Temos muitos projectos de dimensão nacional e internacional em
marcha que a formula M2 C bem traduz.
As crises passam e o que fica são as estruturas físicas e mentais que
conseguimos.
Ao vir a Matosinhos incentiva-nos a prosseguir o nosso caminho e
por isso lhe agradeço reconhecido.
Caros amigos,
O porto das artes está aí. As pedras estão prontas, há que habitá-las.
E que melhor forma iniciar de iniciar ou completar o dia do que intuir
Gerardo Rueda, usufruir do talento dos melhores pintores
portugueses e espanhóis e sentir demoradamente a criatividade de
Noronha da Costa.
Este é o porto e mar chão ou mar cão aqui deixamos o social de
aportagem.
Bem vindos.
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Inauguração do Centro de Arte Moderna Gerardo Rueda