Como entender a “peleja no Céu” mencionada em
Apocalipse 12:7?
Apocalipse 12:7-9 diz: “Houve peleja no Céu. Miguel e os seus anjos pelejaram
contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não
prevaleceram; nem mais se achou no Céu o lugar deles. E foi expulso o grande
dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o
mundo, sim, foi atirado para a Terra, e, com ele, os seus anjos.” A alusão a
“Miguel, o grande príncipe” em Daniel 12:1 (ver também Judas 9) sugere que
Miguel seja o próprio Cristo, e não uma mera criatura angelical, como
pretendem alguns intérpretes. Já o dragão é identificado, em Apocalipse 12:7,
como sendo Satanás. Fica evidente, portanto, que a peleja no Céu ocorreu
entre Cristo e Seus anjos, de um lado, e Satanás e seus anjos, do outro.
O conflito foi marcado por fortes acusações de Satanás ao governo de Deus,
com referência especial à pessoa de Cristo. Descrevendo a estratégia de
Lúcifer para persuadir os anjos celestiais, Ellen White declara: “Lúcifer havia a
princípio dirigido suas tentações de tal maneira que ele próprio não pareceu
achar-se comprometido. Os anjos que ele não pôde trazer completamente para
o seu lado, acusou-os de indiferença aos interesses dos seres celestiais. Da
mesma obra que ele próprio estava a fazer, acusou os anjos fiéis. Consistia
sua astúcia em perturbar com argumentos sutis, referentes aos propósitos de
Deus. Tudo que era simples ele envolvia em mistério, e por meio de artificiosa
perversão lançava a dúvida sobre as mais claras declarações de Jeová”
(Patriarcas e Profetas, p. 41).
Mas o conflito celestial não se restringiu apenas a uma luta de ideias.
Apocalipse 12:7- 9 afirma que houve “peleja” entre os seres celestiais, e que
Lúcifer foi “expulso” do céu, não se achando mais lá o “lugar” deles. Essas
expressões deixam evidente que houve um confronto físico que resultou em
uma expulsão física das hostes rebeldes, e não apenas em uma expulsão
ideológica do céu. Ellen White descreve o conflito nos seguintes termos: “Todo
o Céu parecia estar em comoção. Os anjos foram dispostos em ordem por
companhias, cada divisão com o mais categorizado anjo à sua frente. Satanás
estava guerreando contra a lei de Deus, por causa da ambição de exaltar-se a
si mesmo, e por não desejar submeter-se à autoridade do Filho de Deus, o
grande comandante celestial. “Todo o exército celestial foi convocado para
comparecer perante o Pai a fim de que cada caso ficasse decidido. Satanás
ousadamente fez saber sua insatisfação por ter sido Cristo preferido a ele.
Permaneceu orgulhoso e instando que devia ser igual a Deus e introduzido a
conferenciar com o Pai e entender Seus propósitos. Deus informou a Satanás
que apenas a Seu Filho Ele revelaria Seus propósitos secretos, e que requeria
de toda a família celestial, e mesmo de Satanás, que Lhe rendessem implícita
e inquestionável obediência; mas que ele (Satanás) tinha provado ser indigno
de ter um lugar no Céu. Então Satanás exultantemente apontou aos seus
simpatizantes, quase a metade de todos os anjos, e exclamou: ‘Estes estão
comigo! Expulsarás também a estes e deixarás tal vazio no Céu?’ Declarou
então que estava preparado para resistir à autoridade de Cristo e defender seu
lugar no Céu pelo poder da força, força contra força” (História da Redenção, p.
17, 18). Em realidade, “houve então guerra no Céu. Anjos se emprenharam em
batalha; Satanás desejava derrotar o Filho de Deus e os que estavam
submissos a Sua vontade. Mas os anjos bons e leais prevaleceram, e Satanás,
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com seus seguidores, foi expulso do Céu” (Ellen White, Primeiros Escritos, p.
146). Essa batalha e essa expulsão não foram meramente uma questão de
discórdia ideológica, como alegam alguns, pois “as batalhas entre os dois
exércitos [de anjos bons e anjos maus] são tão reais como as travadas pelos
exércitos deste mundo, e do resultado do conflito espiritual dependem destinos
eternos” (Ellen White, Profetas e Reis, p. 176).
Dr. Alberto Timm
Revista do Ancião (outubro – dezembro de 2007)
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