Pekude
Escrito por Mário Moreno
Dom, 27 de Fevereiro de 2011 10:46
Moshe relata que houve uma “enumeração” (pekude) do material gasto na obra do
Tabernáculo: “Esta é a enumeração das coisas usadas no tabernáculo do testemunho, que por
ordem de Moshe foram contadas para o ministério dos levitas, por intermédio de Itamar, filho
de Arão, o sacerdote. Fez, pois, Bezalel, o filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Iehuda, tudo
quanto o IHVHtinha ordenado a Moshe. E com ele Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã,
um mestre de obra, e engenhoso artífice, e bordador em azul, e em púrpura e em carmesim e
em linho fino. Todo o ouro gasto na obra, em toda a obra do santuário, a saber o ouro da
oferta, foi vinte e nove talentos e setecentos e trinta siclos, conforme ao siclo do santuário; e a
prata dos arrolados da congregação foi cem talentos e mil e setecentos e setenta e cinco
siclos, conforme o siclo do santuário; um beca por cabeça, isto é, meio siclo, conforme o siclo
do santuário; de todo aquele que passava aos arrolados, da idade de vinte anos para cima, que
foram seiscentos e três mil e quinhentos e cinqüenta. E houve cem talentos de prata para
fundir as bases do santuário e as bases do véu; para as cem bases cem talentos; um talento
para cada base. E dos mil e setecentos e setenta e cinco siclos fez os colchetes das colunas, e
cobriu os seus capitéis, e os cingiu de molduras. E o cobre da oferta foi setenta talentos e dois
mil e quatrocentos siclos. E dele fez as bases da porta da tenda da congregação e o altar de
cobre, e o crivo de cobre e todos os utensílios do altar. E as bases do pátio ao redor, e as
bases da porta do pátio, e todas as estacas do tabernáculo e todas as estacas do pátio ao
redor”
(Êx 38:21-31).
No relato acima percebemos que houve um zelo muito grande da parte daqueles que
protagonizaram esta construção, além de notarmos também que houve um gasto muito grande
em ouro e prata na construção das peças do Tabernáculo. Neste ponto do relato são citadas
somente as bases do Tabernáculo que foram confeccionadas com a prata ofertada. O aspecto
interessante aqui é que as bases do Tabernáculo eram cobertas de ambos os lados com prata:
na base (que ficava enterrada na areia do deserto) e no topo, como ornamento. Mas, nós
perguntaríamos, porque as bases teriam esta cobertura de prata que ficariam enterradas na
areia do deserto e desapareceriam da vista humana? Isso é simples, pois todos sabemos que
as altas temperaturas da areia do deserto corroeriam qualquer madeira, por mais forte que ela
fosse. No entanto, a prata recobrindo a base da madeira não permitia que ela fosse corroída
pela areia do deserto, sendo assim corrompida e ameaçando fazer com que o Tabernáculo
caísse! Isso é uma figura daquilo que o Eterno também faz conosco: nossa vida é revestida
pela justiça do Senhor e assim somos impedidos de “apodrecer” mesmo que estejamos
temporariamente “fincados” nas areias quentes do deserto!
Moshe nos fala agora sobre as vestes sacerdotais: “Fizeram também as vestes do ministério,
para ministrar no santuário, de azul, e de púrpura e de carmesim; também fizeram as vestes
santas, para Arão, como o IHVH ordenara a Moshe. Assim se fez o éfode de ouro, de azul, e
de púrpura, e de carmesim e de linho fino torcido. E estenderam as lâminas de ouro, e as
cortaram em fios, para tecê-los entre o azul, e entre a púrpura, e entre o carmesim, e entre o
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linho fino com trabalho esmerado. Fizeram-lhe ombreiras que se ajuntavam; e uniam-se em
suas duas pontas. E o cinto de obra esmerada do éfode, que estava sobre ele, formava com
ele uma só peça e era de obra semelhante, de ouro, de azul, e de púrpura, e de carmesim, e
de linho fino torcido, como o IHVH ordenara a Moshe”
(Êx 39:1-5). Aqui é descrito o “éfode” em hebraico,
epod
– e significa éfode, estola sacerdotal. Esta era uma das principais peças do vestuário do
sacerdote que se compunha ainda das ombreiras, do cinto, o peitoral, o manto, e a túnica. Isso
nos faz lembrar da armadura de um guerreiro! Todas as peças usadas pelo sacerdote
lembravam-lhe algo, pois eram feitas de materiais que apontavam para realidades espirituais
bem concretas:
Ouro
– fala da divindade – o sacerdote carregava ouro em várias partes de seu corpo. Isso nos fala
que ele estava revestido em todo o seu ser pelo D-us Eterno! O sacerdote não poderia oficiar
sem estar plenamente vestido e revestido do Senhor!
Azul
– o azul nos fala sobre a nobreza e a riqueza. Também nos fala do céu, a morada do Altíssimo!
Quando o sacerdote olhava para o azul em suas vestes realmente lembrava-se de que ele
tinha sido investido de autoridade a fim de ministrar ao seu povo toda a sorte de bênçãos que
lhe foram autorizadas pelo Eterno. Isso demonstraria, não só a sua nobreza, mas também a o
Senhor, que traz em seu coração um profundo desejo de abençoar ao seu povo com suas
riquezas! E isso era feito através do sacerdote, que era o portador das infindáveis riquezas do
Eterno!
Púrpura
– Esta cor nos fala sobre a majestade e a realeza. O sacerdote quando via esta cor em suas
vestes rapidamente lembrava-se de que quem reina é o Senhor! Toda a majestade e o poder
real pertencem à Ele! O sacerdote apenas representa o Rei! Mas ele sabe que parte desta
majestade e realeza estão sobre si, não somente em suas vestes, mas também na unção que
repousa sobre o sacerdote!
Carmesim
– esta cor em especial nos fala sobre o sangue! O sacerdote tinha sobre si também o sangue
de forma perpétua! Isso fazia parte de suas vestes e não poderia ser retirado de sobre sua
vida! Isso nos faz pensar no sacrifício de Ieshua, que foi feito por nós de uma vez por todas e,
definitivamente, não pode ser anulado ou revogado e seu sangue está sobre nós diariamente a
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fim de que nossos pecados sejam perdoados e cobertos pelo sangue do Justo!
Linho fino
– o linho nos fala sobre a humanidade do sacerdote. Ele o fazia lembrar-se de que, apesar de
estar revestido da divindade, de Ter a nobreza e as riquezas do Eterno sobre si, de portar a
majestade do D-us Eterno e o sangue que lhe trazia o perdão, ele ainda continuava sendo
humano! Nada poderia interferir nisso, pois ele estaria sujeito à erros, apesar daquilo que já
citamos estar sobre ele! Creio que esse fato nos faz lembrar-nos que ainda estamos sujeitos ao
pecado e que, a qualquer momento, poderemos cair, se deixarmos nossa postura de vigilância!
Esta complexa “armadura” revestia o sacerdote e o capacitava a entrar na presença do Eterno,
assim como provinha a Ele as “armas” necessárias para o conflito com o reino das trevas. Após
estar vestido, ele estaria “pronto” para o combate; mas, apesar disso, continuaria sendo um
homem sujeito às suas falhas e fraquezas!
O Peitoral do Sacerdote
Há um aspecto interessante na roupa do sacerdote que merece um destaque especial: o
peitoral! Ele era composto assim: “Também prepararam as pedras de ônix, engastadas em
ouro, lavradas com gravuras de um selo, com os nomes dos filhos de Israel. E as pôs sobre as
ombreiras do éfode por pedras de memória para os filhos de Israel, como o Senhor ordenara a
Moshe. Fez-se também o peitoral de obra de artífice, como a obra do éfode, de ouro, de azul, e
de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido. Quadrado era; duplo fizeram o peitoral; o
seu comprimento era de um palmo, e a sua largura de um palmo dobrado. E engastaram nele
quatro ordens de pedras; uma ordem de um sárdio, de um topázio, e de um carbúnculo; esta
era a primeira ordem; E a segunda ordem de uma esmeralda, de uma safira e de um diamante;
e a terceira ordem de um jacinto, de uma ágata, e de uma ametista; E a quarta ordem de um
berilo, e de um ônix, e de um jaspe, engastadas em engastes de ouro. Estas pedras, pois,
eram segundo os nomes dos filhos de Israel, doze segundo os seus nomes; como gravuras de
selo, cada uma com o seu nome, segundo as doze tribos”
(Êx 39:6-14). Vejamos que as pedras foram colocadas ali para “memória”. Esta palavra em
hebraico é
zikron
, e tem o sentido de “atos mentais que são acompanhados de atos externos correspondentes”.
Ou seja, quando ele olhava para as pedras, imediatamente lembrava-se das doze tribos de
Israel e agia de forma a externar seu cuidado para com elas. O peitoral ficava numa posição
estratégica no corpo do sacerdote: sobre o coração! Isso nos mostra que as doze tribos de
Israel são uma prioridade no coração do sacerdote e também do Eterno, e isso faria com que
não houvesse esquecimento deles em tempo algum!
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As pedras postas sobre o peitoral estavam interligadas entre si por engastes de ouro! Isso nos
mostra que o Senhor é quem interliga entre si o seu próprio povo! Nós temos laços uns com os
outros que não foram feitos ou determinados por homens! O que nos une não são laços e
padrões meramente humanos, mas sim os padrões eternos que estão expressos em sua
Palavra e o sangue de Ieshua que foi derramado para fazer de nós um só povo! “Mas agora no
Ungido Ieshua, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue do Ungido chegastes perto.
Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de
separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos
mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo
homem, fazendo a paz, e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com
ela as inimizades”
(Ef 2:13-16).
Havia também outra coisa que compunha as vestimentas sacerdotais: “E fez-se o manto do
éfode de obra tecida, todo de azul”
(Êx 39:22). A palavra “manto” provém da palavra hebraica
meil
, que significa "manto, capa, túnica". Este tipo de roupa indica uma das vestimentas
sacerdotais que o sumo sacerdote vestia para cobrir a estola sacerdotal. Notemos que após
estar vestido, havia ainda uma cobertura “extra” que o sacerdote levava sobre si! Sua cor –
todo azul – nos fala simbolicamente o que ele representa: sobre o sacerdote estava a cobertura
dos céus, do Eterno!
Ao final da obra aconteceu que Moshe vê tudo o que havia sido feito e os abençoa! “Viu, pois,
Moshe toda a obra, e eis que a tinham feito; como o IHVH ordenara, assim a fizeram; então
Moshe os abençoou”
(Êx 39:43). Há uma evidente satisfação em Moshe por contemplar que os filhos de Israel que
foram escolhidos para executar a obra do Tabernáculo terminam-na de forma brilhante, “como
o Senhor ordenara”! Isso mostra a fidelidade daqueles que trabalharam a fim de,
meticulosamente, cumprirem o que lhes fora ordenado pelo Eterno! Somente depois de tudo
pronto Moshe os abençoa! Eles receberam poder para serem prósperos, bem sucedidos e
fecundos! Esse é o significado da palavra abençoar em hebraico!
A inuguração do Tabernáculo
Mas, quando foi montado o Tabernáculo pela primeira vez? “No primeiro mês, no primeiro dia
do mês, levantarás o tabernáculo da tenda da congregação”
(Êx 40:2). Moshe nos informa que o Tabernáculo foi erguido no primeiro dia do ano! Este ato
de levantar o Tabernáculo assinalava um novo começo na vida do povo de Israel! Com o
Tabernáculo eles estariam iniciando uma nova fase em suas vidas. Ele funcionou como um
marco na vida dos israelitas! O mesmo acontece (ou aconteceu) com cada um de nós quando
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recebemos a Ieshua em nossas vidas. Este fato iniciou uma nova fase, foi posto como um
marco em nossas caminhadas a fim de determinar que a partir daquele momento, o Eterno
passou a fazer parte de nossas vidas definitivamente! Assim aconteceu também com o povo de
Israel: quando o Tabernáculo foi erguido entre eles, iniciou-se um novo período para eles, no
qual o Eterno passou a fazer parte da caminhada do povo de forma mais próxima, habitando
entre eles.
Após o Tabernáculo ser erguido, os móveis e utensílios foram colocados dentro dele. Após
tudo estar pronto, seria iniciado o processo de consagração: “Então tomarás o azeite da unção,
e ungirás o tabernáculo, e tudo o que há nele; e o santificarás com todos os seus pertences, e
será santo. Ungirás também o altar do holocausto, e todos os seus utensílios; e santificarás o
altar; e o altar será santíssimo. Então ungirás a pia e a sua base, e a santificarás”
(Êx 40:9-11). Parece estranho, mas tudo o que há dentro e fora do Tabernáculo recebe uma
unção e é consagrado ao Senhor. Isso significa que cada objeto que ali se encontra foi
separado para uso exclusivo do Eterno. Eles não poderão ser usados para outro fim, pois
pertencem ao Senhor! Assim também ocorre conosco: nós fomos comprados, salvos e agora
pertencemos ao Senhor. A partir deste momento nós somos então consagrados – separados
para uso exclusivo do Senhor – que então passa a ter ciúmes de nós, pois sua intenção é não
nos dividir com mais ninguém. Agora somos sua propriedade particular, a fim de glorificarmos
seu nome em nosso viver diário.
Após a consagração do Tabernáculo e dos seus objetos, chega então o momento de
consagrar-se Arão e seus filhos (pela ordem): “Farás também chegar a Arão e a seus filhos à
porta da tenda da congregação; e os lavarás com água. E vestirás a Arão as vestes santas, e o
ungirás, e o santificarás, para que me administre o sacerdócio"
(Êx 40:12-13). Arão e seus filhos foram colocados à porta da tenda da congregação a fim de,
ali serem consagrados ao Eterno. A palavra labesh em hebraico significa vestir, estar vestido.
Neste contexto a palavra significa “vestimenta como um sinal de nível social, hierárquico ou de
caráter”. As vestes sacerdotais tinham também a função de distinguir os homens que as
vestiam, e demonstravam que tais homens eram “ungidos” e “santificados” (qadash –
separados para o uso exclusivo do Eterno), a fim de cumprirem as ordens e determinações do
D-us de Israel! Essa distinção não tinha a função de elevar tais homens em meio ao povo, mas
tinha sim uma função didática, pois qualquer pessoa dentre o povo os reconheceria e os
procuraria quando fosse realizar qualquer oferta, sacrifício ou até mesmo entregar os dízimos
ao Senhor!
Na atualidade a Noiva sofre com uma tradição herdada de Roma: a distinção entre clero e o
povo! Na Brit Hadasha fica clara a integração entre ministros (aqueles que são chamados a
exercerem qualquer função na Igreja) e o povo. Isso não os afastava mutuamente, criando um
abismo entre eles, mas trazia sim a consciência de que alguns homens haviam sido separados
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pelo Espírito de D-us a fim de servirem ao povo com seus dons (naturais e sobrenaturais).
Porém, hoje temos uma clara distinção entre o povo e aqueles que “ministram”, criando-se
duas categorias distintas! Um grupo (muito pequeno) detém o conhecimento e o poder e
“impõe” sobre o outro grupo – bem maior - (o povo) suas determinações, suas interpretações
da Escritura, suas decisões, etc... a fim de “guiá-los” até a presença de D-us!
Quando lemos as Escrituras – da Tanach até a Brit Hadasha – não encontramos em nenhum
lugar tais determinações, distinções ou tradições que apoiem esta atitude! Porém, não
abandonamos esta postura e insistimos que temos razão, apesar da Escritura dizer o contrário!
Após a unção e consagração de Arão, é a vez de seus filhos serem separados para o serviço
do Eterno: “Também farás chegar a seus filhos, e lhes vestirás as túnicas, e os ungirás como
ungiste a seu pai, para que me administrem o sacerdócio, e a sua unção lhes será por
sacerdócio perpétuo nas suas gerações”
(Êx 40:14-15). Os filhos de Arão foram
consagrados a fim de ajudar Arão no exercício do sacerdócio, que após a morte de Arão, seria
conduzido por um de seus filhos que fora previamente preparado para oficiar diante do Eterno.
Também era necessário que os filhos recebessem a unção, pois o sacerdócio seria transmitido
(como um cargo) mas não a unção! Este aspecto é particular de cada indivíduo, que recebe do
Senhor uma unção particular a fim de servi-lo de maneira eficiente! O sacerdócio é considerado
perpétuo enquanto existir o povo de Israel! Nada nem ninguém poderá revogar a palavra que
saiu da boca do D-us Eterno a fim de dar a eles essa honra de serem separados a fim de
ministrarem diante do Senhor!
O Eterno prestigia a inauguração
Quando todo o processo de consagração – separação – e unção terminou e após o término da
unção e consagração do Tabernáculo, então chega o momento do Eterno se manifestar aos
seus filhos de forma visível: “Então a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do IHVH
encheu o tabernáculo”
(Êx 40:34). A nuvem aparece de forma a
ratificar o que estava acontecendo. Esta nuvem era a mesma que dirigia o povo pelo deserto e
representava a presença de D-us sobre o Tabernáculo. Um outro fato interessante é que além
da nuvem havia a glória de Deus ali. A palavra “glória” em hebraico é
kabod
e significa "glória, glorioso, honra". Esta manifestação da glória do Eterno teve um sentido de
aprovação a obra do Tabernáculo e também aparece a fim de confirmar que o Eterno habitaria
sim em meio ao seu povo! Também na vida de seu povo é necessário que a glória do Eterno
manifeste-se a fim de que Ele seja reconhecido como Aquele que aprova as ações e atitudes
de seu povo – quando fazem aquilo que lhes é ordenado de forma correta – selando assim
uma relação de amor com sua presença viva entre seu povo!
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A manifestação do Eterno foi tão grandiosa que impediu Moshe de entrar no Tabernáculo. “De
maneira que Moshe não podia entrar na tenda da congregação, porquanto a nuvem
permanecia sobre ela, e a glória do IHVH enchia o tabernáculo”
(Êx 40:35). É impossível resistir à presença do D-us Todo-Poderoso. Isso nos mostra que
quando Ele está realmente presente em qualquer lugar não há como resisti-lo em qualquer
aspecto de nossas vidas. Sejam quais forem os nossos conflitos ou problemas, sejam quais
forem os nossos questionamentos, sejam quais forem as nossas dores ou dúvidas, ali na
presença do Eterno tudo acaba e se dissipa! Não há espaço para nada mais quando o Criador
vem e preenche todos os espaços vazios em nosso ser! Por isso é necessário que estejamos
prontos a fim de recebermos aquilo que está no coração do Eterno de forma plena e sem
receios de sermos “invadidos” pela presença restauradora do Criador de nossas vidas!
Agora temos a explicação da razão pela qual a nuvem estava sobre o Tabernáculo: “Quando,
pois, a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, então os filhos de Israel caminhavam em
todas as suas jornadas. Se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam, até ao dia em
que ela se levantasse; porquanto a nuvem do Senhor estava de dia sobre o tabernáculo, e o
fogo estava de noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as suas
jornadas”
(Êx 40:36-38). O Eterno é muito didático em tudo o que faz e cria: aqui sua presença estava
não somente abençoando ao povo mas também lhes indicando o momento exato de partirem
para darem continuidade em sua jornada rumo a Canaã! Desta forma eles não errariam nem
cometeriam precipitações quanto ao seu caminhar, adiantando-se ou atrasando-se em sua
viajem! A presença do D-us Eterno que guiava ao povo no deserto hoje também faz conosco
da mesma forma. O Espírito o Santo tem nos conduzido em nossas jornadas a fim de não
permitir que erremos e nos comportemos de maneira inadequada diante d’Ele!
No passado o povo tinha o Tabernáculo e a nuvem que eram visíveis e que serviam para
instruí-los em suas jornadas. Hoje não temos estas manifestações visíveis, mas sim a
poderosa presença interior do Espírito de D-us em nossas vidas a fim de nos guiar em todo o
tempo. Naquele tempo não era necessário muito para entender o que estava acontecendo,
pois a simples observação mostrava que era momento de partir! Hoje as coisas são um pouco
diferentes, pois nos é exigido uma comunhão maior com o Senhor e uma sensibilidade – que
chamamos de discernimento – a fim de ouvirmos, entendermos e realizarmos aquilo que o
Eterno nos está dizendo em nosso dia-a-dia. Há também o aspecto da obediência, que é
fundamental para a realização de qualquer projeto do Eterno em nossas vidas. Podemos ouvir,
entender e não obedecer ao Senhor por qualquer razão pessoal. E isso nos leva a concluirmos
que hoje temos uma responsabilidade ainda maior em acertar, pois além de vivermos no tempo
do fim, temos ainda o habitar do D-us Eterno dentro de nós através do Espírito o Santo, o que
implica em uma relação mais profunda e particular com o Senhor.
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Escrito por Mário Moreno
Dom, 27 de Fevereiro de 2011 10:46
O Tabernáculo era uma figura de nossas vidas e daquilo que viria a ocorrer conosco em
nossas caminhadas com o Eterno! Assim como ele era montado de fora para dentro, o Senhor
atua em nossas vidas a partir de nosso interior, que precisa estar aberto para que o Senhor
possa mudar-nos, primeiro interiormente, a fim de que essas mudanças possam refletir em
nosso exterior!
Outra coisa muito importante é que somente tinham acesso ao interior do Tabernáculo as
pessoas autorizadas e separadas pelo Senhor! Isso nos fala também que somente poderão ter
acesso ao nosso “Tabernáculo interior” aqueles que são autorizados pelo Senhor: o Pai, o filho
e o Espírito o Santo! Ninguém mais poderá voltar e reivindicar habitação onde agora habita o
Criador do Universo! Os antigos moradores de nossas vidas – os demônios – já não tem mais
acesso às nossas vidas, pois elas agora pertencem e foram separadas para uso exclusivo do
Senhor D-us de Israel.
Que o eternonos abençoe e nos ajude a mantermo-nos intactos a fim de o servirmos enquanto
durar nossa vida aqui na terra!
Mário Moreno.
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