FRANÇA É FORTE DESTINO DAS EXPORTAÇÕES PORTUGUESAS DE MOBILIÁRIO
Nº 154 › Mensal › Julho 2015 › 2.20# (IVA incluído)
Carlos Castro
Presidente
da PME Investimentos
Isabel Andrade
Diretora Geral
da Optimus Transitários
Joel Pais
Administrador
dos Casinos do Algarve
Iceblock
é uma
referência na
reabilitação
urbana
Paulo Seiça Neves, Administrador da
Iceblock, empresa com sede em Oeiras,
está a trabalhar em várias obras de
reabilitação urbana em Lisboa e em
vários locais da região sul do país.
Consolidar essa presença e estendê-la
ao Grande Porto faz parte da estratégia
Julho 2015
| PAÍS €CONÓMICO › 1
de afirmação no mercado
português.
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2 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
Privatização da TAP –
Opção Natural
Acabou de ser firmado o contrato da privatização de 61% do capital da
TAP, com a venda dessa posição maioritária ao consórcio Gateway, liderado pelo empresário português Humberto Barbosa e pelo empresário americano-brasileiro David Neeleman. O resultado deste processo complexo é
natural e normal.
Vivemos numa sociedade livre, em que cada um emite a opinião que
muito bem entende. É, pois, compreensível, que tenham surgido ao longo
dos tempos várias vozes a pronunciarem-se contra a privatização da TAP.
Respeita-se esse posicionamento. Da mesma forma que se tem de respeita
todos os que consideram que a opção pela privatização pela companhia
aérea portuguesa era não só inevitável, como a única opção possível para
evitar uma debacle da TAP, porque uma coisa é evidente e certa. A situação
na TAP não era possível manter-se como está, pois a degradação financeira
estavam a estrangular não apenas a tesouraria da empresa como e colocar
em causa a própria sobrevivência económica da companhia.
Compreendemos que por razões ideológicas existam muitas pessoas que
queriam ver ad eternum a TAP como uma empresa pública, custasse o
que custasse ao erário público, enquanto outros naturalmente defendiam
a manutenção da empresa na esfera pública por razões absolutamente corporativas, de defesa de privilégios e regalias que foram ganhando ao longo
de anos sucessivos de condicionamento e captura dos comandos estratégicos da empresa. A última greve dos pilotos da TAP inseriu-se completamente nesta última categoria, e terá mesmo sido a gota de água que fez
avançar decisivamente o processo de privatização da empresa portuguesa
de transporte aéreo.
A TAP tem desafios muito importantes para poder continuar a constituir
uma empresa com importância no transporte aéreo em Portugal e de e
para Portugal. No mundo de hoje, com o fenómeno da proliferação das
designadas companhias de baixo custo, que presentemente ainda só voam
para percursos de pequeno e médio alcance, mas a longo prazo chegarão
também às viagens de longo curso, conseguir ser uma companhia competitiva e lucrativa, sem custar dinheiro ao erário público, só será possível com uma verdadeira gestão privada, embora, neste caso, assente na
prossecução de vários objectivos estratégicos para o país, como sejam o
assegurar do Hub de Lisboa, e os voos regulares para os países africanos
de língua portuguesa para o Brasil e para outros destinos com forte presença de cidadãos portugueses. Mas, tudo com a imperiosa necessidade
da entrada de dinheiro fresco para a compra de novos aviões, a entrada
de novos recursos humanos, e possivelmente também a saída de vários
dos recursos humanos que têm infernizado a vida da TAP ao longo das
últimas duas décadas.
JORGE GONÇALVES ALEGRIA
Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 3
Índice
Grande Entrevista
Paulo Seiça Neves, Administrador da Iceblock, acredita que a reabilitação urbana constitui uma grande oportunidade para o país modernizar os espaços
centrais das nossas cidades. A empresa está muito activa em várias obras de
reabilitação urbana em Lisboa e no sul do país, mas a empresa tem igualmente
como objectivo chegar também à cidade do Porto, pois o programa de reabilitação urbana da Invicta é bastante forte. Com uma forte atenção à qualidade
dos recursos humanos da empresa, a Iceblock quer distinguir-se com uma referência incontornável pela excelência na área da construção civil em Portugal.
pág. 24 a 28
Ainda nesta edição…
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Grande Plano
Nova SBE com mestrada com mais experiência internacional
Gypfor investe em Sines
Isabel dos Santos compra maioria da Efacec Solutions
Cinel ganha primeiro contrato em Angola
Armando Abreu lidera Câmara de Comércio Portuguesa no Ceará
PME Investimentos apoia as pequenas e médias empresas
Optimus Transitários é referência na logística em Portugal
Porto de Sines e IPDAL estabelecem parceria
Casinos do Algarve é referência no turismo algarvio
Imobiliário português promove-se em Lyon
Lúcios constrói fábrica na Maia
Casa Anadia no Japão
O sector do mobiliário em Portugal passou nas
duas últimas décadas por um forte processo
de reconversão e modernização empresarial,
deixando de se centrar essencialmente no mercado nacional para passar a centrar as suas
energias nas exportações. Como referem os
três empresários entrevistados nesta edição da
País€conómico, são os mercados externos que
comandam as estratégias e a alocução de recursos destinados a vingar nos mercados a nível
global. Dentro da área da produção de mobiliário em Portugal, é justo destacar a estratégia
desenvolvida pelas empresas portuguesas na
área do mobiliário para a hotelaria, onde estão
a dar cartas em muitos mercados e a equipar
alguns dos melhores hotéis do mundo.
pág. 06 a 21
RETIFICAÇÃO
Na última edição da País€conómico referimos que a Andrade Gutierrez Europa, África, Ásia é uma multinacional brasileira com sede
em Portugal, o que é um erro. Naturalmente a Andrade Gutierrez é uma empresa de origem brasileira, mas a Andrade Gutierrez Europa,
África, Ásia, é uma empresa juridicamente portuguesa, e com sede em Portugal. À Andrade Gutierrez e aos leitores as nossas desculpas
pela imprecisão do texto inscrito na edição anterior.
4 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 5
› GRANDE PLANO
Manuel Luís Martins, CEO de WoodOne, Mobiliário, SA
«Construímos o nosso
futuro sem medo
e com coragem»
Situada na Rua da Zona Industrial de Lordelo, concelho de Paredes, a WoodOne
inaugurou no passado dia 15 de Maio, com a presença do vice-primeiro-ministro Paulo
Portas, aquela que já é considerada a segunda maior fábrica de mobiliário do País,
logo a seguir ao IKEA. É um projeto ambicioso que se traduziu num investimento de
6,3 milhões de euros e onde cerca de metade deste valor foi aplicada em maquinaria
e tecnologia de ponta da mais moderna existente em todo o mundo neste setor de
atividade. Em entrevista exclusiva que concedeu à PAÍS€CONÓMICO, Manuel Luís
Martins, CEO da WoodOne foi perentório ao afirmar que, sem nunca quer relegar para
plano secundário o mercado nacional, o mercado externo será sempre a grande âncora
desta empresa. «Neste momento as nossas exportações no seu total estão a valer 30%
do volume da nossa faturação. Mas eu garanto que rapidamente iremos chegar aos
60% ou mesmo ultrapassar esse valor. Direi até, sem qualquer receio de me enganar,
que em 2016 temos fortes probabilidades de irmos para valores entre 80 a 90% nas
exportações», afiançou Manuel Luís Martins que para além de querer consolidar a
posição da WoodOne nos inúmeros mercados externos onde está presente, pretende a
partir de 2016 entrar também nos mercados da Rússia, Chile e Colômbia. Este conhecido
empresário nortenho lembrou também que o futuro da WoodOne está sendo construído
sem medos e muita coragem e defendeu a ideia de que deveria existir um incentivo
da parte do Governo para as empresas exportadoras que já têm uma posição firmada
no mercado externo. «Estou a referir-me concretamente àquelas empresas que se
fixam nos mercados com a sua marca e neles desenvolvem e afirmam o seu processo
de internacionalização e que contribuem grandemente para o PIB nacional, que é bem
diferente daquelas empresas que exportam ocasionalmente e não de uma maneira
sustentável», observou o CEO da WoodOne que nesta entrevista se fez acompanhar de
seu filho Flávio Martins, Diretor-Geral e responsável pela área da produção da empresa,
«um jovem que já é uma promessa e que se vai preparando para um dia ser o meu
continuador e o garante do sucesso da WoodOne», fez questão de sublinhar Manuel Luís
Martins.
TEXTO › VALDEMAR BONACHO
6 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
| FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS E CEDIDAS PELA WOODONE
Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 7
› GRANDE PLANO
E
sta moderna unidade de fabrico
de mobiliário inaugurada a 15 de
Maio último pelo vice-primeiro-ministro Paulo Portas tem 11 mil metros
quadrados de área coberta e 17 mil metros quadrados de área envolvente e está
localizada em Lordelo, no concelho de
Paredes, com larga tradição na indústria
do mobiliário e que assegura hoje quase
40 por cento da produção de mobiliário
nacional.
Porquê, então, a escolha desta localização
por parte da WoodOne, que antes estava
situada na Rua Central das Alminhas, em
Figueiró?
Manuel Luís Martins prontificou-se de
imediato a apontar as razões que o levaram a instalar a WoodOne na Zona
Industrial de Lordelo. «Esta opção teve a
ver essencialmente com duas questões: O
espaço, porque esta é uma indústria que
necessitava de muito espaço e, por isso
mesmo, precisávamos de muitos metros
8 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
quadrados para a instalar condignamente e, por outro lado, porque tivemos um
apoio muito grande por parte da Câmara
Municipal de Paredes, nomeadamente
da parte do seu vice-presidente, Dr. Pedro Mendes, uma pessoa com extrema
dinâmica, que tudo tem feito para captar
investimento para o seu concelho. Uma
pessoa fantástica» referiu o CEO da WoodOne, que em seguida passaria a descrever algumas características da sua nova
unidade fabril.
«Como disse, nós precisávamos de um
espaço considerável. A área coberta da
WoodOne é de 11 mil metros quadrados,
e existe depois uma área envolvente que
contempla total de mais 17 mil metros
quadrados e onde em breve serão instalados os painéis fotovoltaicos. Quando
construímos esta unidade deixámos os cabos todos preparados para os painéis fotovoltaicos. Direi, portanto, que esta será
uma das poucas empresas ou indústrias
em todo o mundo a trabalhar na sua totalidade com Energia Solar. Concorremos
ao Programa “Portugal 2020”, grande parte
da maquinaria com tecnologia de ponta já
está instalada, mas há outras máquinas
que vão chegar em Outubro. Este investimento na Energia Solar vai-nos proporcionar uma poupança considerável em
termos energéticos», evidenciou o CEO
da WoodOne que confirmaria ter sido 6,3
milhões de euros o valor do investimento
feito nesta unidade fabril. «Com a aquisição das tecnologias importadas da Europa
e da Turquia e dos terrenos ficou tudo nos
6,3 milhões de euros», precisou Manuel
Luís Martins.
O nosso pensamento
está na Excelência
«Arranquei com este investimento porque tinha necessidade dele para desenvolver o meu negócio», justificou o CEO
da WoodOne quando inquirido sobre as
razões que o levaram a arrancar com este
projeto na Rua da Zona Industrial de Lordelo.
Manuel Luís Martins aproveitaria o ensejo para lembrar que há um segredo que
muitos empresários não dão fé. «O empresário pode ser o impulsionador do negócio ou pode ser a pessoa que dá o tiro e
mata o negócio. Se o negócio está a pedir
para crescer, há dois caminhos: ou você o
mata ou lhe dá desenvolvimento, e isso foi
o que fizemos. A WoodOne teve sempre
uma área Comercial muito agressiva com
base num trabalho de excelência. Inclusivamente, em plena crise, nós tivemos um
ano em que os clientes eram tantos que
decidimos não ter nesse ano mais clientes.
Isto para que pudéssemos cumprir rigo-
rosamente os compromissos acordados
com os nossos clientes e não houvesse
falha de qualquer espécie, nomeadamente
nos prazos de entrega», justificou o CEO
da WoodOne, que reforçou a sua resposta. «Num dos filmes que temos sobre a
empresa, aparece lá em letras gordas que
nunca tivemos uma reclamação digna
desse nome. Quando indicamos ao nosso
cliente um prazo de entrega esse prazo é
cumprido religiosamente E isto é uma das
marcas da WoodOne», reforçou Manuel
Luís Martins, que ainda a este propósito
disse: «Nós conquistamos uma boa parte
ao mercado aos nossos concorrentes por
sermos muito certinhos. Para nós, cumprir é uma palavra de ordem…», assegurou.
Este rigor de que Manuel Luís Martins nos
fala, faz parte do seu próprio ADN. «Estive
sempre ligado ao negócio do Mobiliário.
Tinha dezassete anos quando me iniciei
como comercial nesta área. Não tenho nenhum curso superior, mas tenho o curso
da vida, que é um curso mais do que superior. E fiz esse percurso trabalhando praticamente para uma única empresa, em
Águeda, ligada ao grupo Cortal», recorda
o nosso entrevistado, para prosseguir.
«Entretanto, em 2004 saí para formar
uma empresa em nome individual que
ainda hoje é minha: a MLM – Manuel
Luís Martins, Lda. que depois passou para
sociedade por quotas, dado ter disparado
Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 9
› GRANDE PLANO
com um grande volume de faturação»,
recorda o CEO da WoodOne, uma pessoa
que gosta e não esconde a sua origem.
Adquirir a WoodOne
foi um enorme desafio
Manuel Luís Martins decide-se por lembrar o caminho que o levou à aquisição
da WoodOne. «A WoodOne, que começou
com o nome Pinto da Costa desde 1945
era minha fornecedora. E já na altura era
uma empresa com um know-how extraordinário, a melhor do género em toda a Península Ibérica.
Foi fundada pelo Prof. Meireles, uma figura de prestígio que deu nome a uma rua
de Paços de Ferreira, e foi ele que também
deu o nome de Pinto da Costa à empresa,
não sabemos lá porquê. A empresa esteve
sempre nas mãos da família e a determinada altura passou para a Dra. Júlia, uma
financeira muito conhecida», revela o
10 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
CEO da WoodOne, que prosseguiu a sua
narrativa.
«Um dia recebi um telefonema da Dra. Júlia dizendo que tinha muita urgência em
falar comigo. Aceitei conversar com ela
e no outro dia lá estava para o encontro.
Quando fomos para a reunião ela disse-me que a WoodOne ia falir, que ia fechar
dentro de uma semana. Estava em causa o
futuro de 21 trabalhadores, que desconheciam o que se estava a passar. Lembro-me
que na altura, em 2006, a WoodOne faturava pouco mais de 500 mil euros por ano.
Sai da reunião muito preocupado e nessa
noite não dormi a pensar no assunto. Conversei com a minha mulher, que me disse.
“Tu é que sabes. Para onde fores eu vou
atrás de ti”», refere Manuel Luís Martins,
que decidiu então tomar uma posição.
«Alertado para o facto de ali existirem
trabalhadores com 30 anos de casa, pedi
uma reunião com os 21 trabalhadores e
pus-lhes a par da situação da WoodOne,
dizendo-lhe que eu ia adquirir a empresa mas não podia ficar com um ónus de
trinta anos de casa. Houve entre nós um
entendimento perfeito. Nesse dia eles
despediram-se todos da WoodOne e no
dia seguinte entravam de novo ao serviço
da empresa sem haver necessidade de se
assinar documentos. Tudo se processou
na base da confiança. Foi a minha palavra e a palavra deles. Fiquei com os 21
trabalhadores e hoje uma boa parte deles
são trabalhadores efetivos da WoodOne,
moldados à minha imagem e ao novo modelo da empresa», recordou Manuel Luís
Martins, para a este propósito dizer ainda
que foi gratificante moldar aquela gente à
imagem da nova WoodOne «já que entre
esses trabalhadores existiam alguns com
problemas graves, como o alcoolismo e
até alguma inaptidão, tarefas que ultrapassei com trabalho e compreensão».
Manuel Luís Martins reconhece a qualidade dos seus 51 trabalhadores, e salienta.
«Tenho amigos que também têm fábricas,
mas devem haver poucas delas que tenham funcionários como nós temos aqui.
Gente muito qualificada que foi moldada
à minha imagem, tarefa que se torna fácil quando existe vontade entre as duas
partes: entidade patronal e funcionários»,
justificou.
A WoodOne preocupa-se com a evolução
técnica e profissional dos seus trabalhadores. «O funcionamento das máquinas
com tecnologia de ponta que estão aqui
instaladas foi ensinado dentro desta casa.
Eu não contratei nenhum técnico exterior
para que viesse trabalhar com quaisquer
destas máquinas. Desde os robots que
soldam 570 cadeiras por dia, às máquinas
todas elas computorizadas, foi tudo alvo
de formação dada por nós internamente»,
salientou o CEO da WoodOne.
Em 2016 exportações poderão
subir para 80 a 90%
Nascido há 51 anos em Penafiel, Manuel
Luís Martins foi com dois anos de idade
para Leça da Palmeira, lá permaneceu 33
anos, casou e foi pai de dois filhos. «Sinto-me mais leceiro do que penafidelense»,
dia, para depois e a nosso pedido falar das
intenções da WoodOne no mercado externo. «As exportações no seu total estão a
valer neste momento 30% do nosso volume de negócios que, em 2014, ascendeu
a 4,6 milhões de euros. Mas eu garanto
que em 2016 as exportações vão subir
consideravelmente. Digo mesmo que em
2016 temos fortes probabilidades de subirmos para valores entre os 80 a 90% nas
exportações, mas sem nunca esquecer o
mercado nacional, porque isso nunca o faremos…», sublinhou o CEO da WoodOne.
De referir que a WoodOne, especialista na
concepção e fabrico de Mobiliário Escolar,
Mobiliário para Infantários, Mobiliário
para Escritórios, Mobiliário Hospitalar e
Mobiliário para Hotelaria exporta neste
momento para mercados como a França,
Espanha, Inglaterra, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Kuwait,
Qatar, e que a partir de 2016 pensa entrar
no mercado da Rússia e crescer também
nos mercados do Chile e Colômbia. «Mas
não nos esqueceremos, nunca, do mercado nacional. Não faremos o que a nossa
concorrência fez que foi ignorar o mercado nacional», garantiu Manuel Luís Martins.
Flávio Martins: «Honrado
com a obra de meu pai»
Muito atento ao desenvolvimento desta
entrevista, Flávio Martins, filho de Manuel Luís Martins, que é o Diretor-Geral
e responsável pela área de produção da
WoodOne aproveitaria o ensejo para se
referir à figura de seu pai e ao projeto por
ele concebido.
«É um exemplo de seriedade, lealdade e
bom amigo. E para mim é um privilégio
poder participar no processo de desenvolvimento da WoodOne, que muito representa em termos económicos e sociais
para esta região. E como sucessor normal
de meu pai nos seus negócios, gostaria de
poder um dia continuar com a mesma
dignidade um projeto todo ele construído com muito trabalho e muita paixão. E
aproveito também para enaltecer o sentimento de entrega de todos os que vestem
a camisola da WoodOne e fazem dela o
ícone que já é hoje», enalteceu Flávio Martins no fecho desta entrevista. ‹
Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 11
› GRANDE PLANO
Costa Pereira, Presidente da Costa Pereira Mobiliário, S.A.
Estamos a equipar
três hotéis em Madrid
Costa Pereira, fundador e presidente da empresa Costa Pereira Mobiliário, S.A., com
sede em Freamunde, concelho de Paços de Ferreira, é um empresário nato, com visão,
perseverança e capacidade de liderança. Começando «do nada» como sublinha, «fui
depois encarregado e a seguir empresário», o que aconteceu em 1990. Comemora este
ano as Bodas de Prata da Costa Pereira Mobiliário com um crescimento que este ano já
está a atingir 24% face ao período homólogo, com a empresa a espreitar sempre novos
nichos de mercado e novos destinos internacionais. Neste caso, depois de Espanha,
França, Bélgica, Rússia, Angola e Moçambique, a aposta agora centra-se nos Estados
Unidos. Por outro lado, desde há três anos, a aposta na produção de mobiliário para a
hotelaria tem sido plenamente conseguido, e a empresa está neste momento a equipar
três hotéis na cidade de Madrid. No futuro, ainda este ano a empresa pretende iniciar o
processo para obter a certificação de qualidade, e já projecta dentro de dois anos poder
avançar com uma nova expansão da unidade industrial localizada em Freamunde.
F
TEXTO › JORGE ALEGRIA
| FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS
undada em 1990, em Figueiró, a Costa Pereira Mobiliário
começou apenas com uma secção de acabamento e expedição. Foi só em 1995 que a empresa decidiu dar um
passo seguinte para passar a produzir as primeiras linhas de mobiliário neo-clássico. Já no ano 2000 deu-se um alargamento das
instalações iniciais da empresa em Figueiró, de modo a conseguir
aumentar ainda mais a produção, questão que seria depois melhorada em 2004 quando a empresa decidiu investir na produção de
linhas de mobiliário modernos e contemporâneos.
Entretanto, nesta evolução histórica, a Costa Pereira decidiu dar
o seu primeiro passo fora do território nacional, apostando no
mercado espanhol em 2007. O presidente da empresa lembra nesta entrevista à País€conómico que na sequência da estratégia de
aposta no mercado espanhol, a Costa Pereira criou a marca Indice
mobiliário, que através de uma rede comercial muito activa conseguiu implementá-la em muitas das melhores lojas/boutiques em
todo o território do país vizinho.
No ano seguinte, a empresa decidiu aprofundar a sua estratégia
produtiva e evoluiu para um patamar de Contract, ou seja, passou a ser capaz de não produzir apenas mobiliário em série, mas
também avançar para produções limitadas e feitas à medida, o
que foi conseguido com uma actualização tecnológica constante,
como salientou o fundador e presidente da empresa.
Entretanto, o crescimento da Costa Pereira Mobiliário continuava
num ritmo bastante forte e as instalações onde funcionava em
12 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
Figueiró já não conseguia responder eficazmente nem podiam
transmitir uma imagem de modernidade do mobiliário produzido pela empresa.
A importância da nova fábrica
Deste modo, em 2010, a Costa Pereira Mobiliário investiu em novas instalações, modernas, com forte capacidade de produção e
indutora igualmente de uma imagem forte e apelativa para todos
os que visitam a empresa. Deslocou-se para a nova zona industrial de Freamunde, onde implementou uma unidade de 8.000
metros quadrados, numa área global de 14.000 metros quadrados.
Aproveitando a deslocação territorial para as novas instalações
de Freamunde, a Costa Pereira Mobiliário também mudou a sua
imagem corporativa, para um design mais moderno e apelativo
de contemporaneidade e de capacidade de agir em qualquer parte
em que estejam os seus clientes.
Sobre a nova unidade industrial, o presidente da empresa sublinhou que «não apenas passámos a ter muito maior capacidade
de produção, como pudemos implementar um corpo de design
próprio e capaz de responder a todas as solicitações dos nossos
clientes, assim como pudemos através desta nova e magnífica estrutura industrial dar uma nova imagem a todos os que nos visitam. Acreditem que as pessoas também compram com os olhos,
e nós que convidamos muitos potenciais clientes a virem a Portugal para nos visitarem, sentimos claramente que quando aqui
Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 13
› GRANDE PLANO
chegam à empresa, ficam muito satisfeitos e confortáveis com o
nível tecnológico e a capacidade produtiva da Costa Pereira Mobiliário», enfatiza o responsável.
Questionado quanto foi o investimento realizado na nova fábrica
há cinco anos, refere que foi de cerca de 2,5 milhões de euros,
tendo então contado com um empréstimo de 600 mil euros no
âmbito do QREN.
Mas, sublinha, «esses 600 mil euros não foram a fundo perdido,
foi apenas um empréstimo sem juros, onde após dois anos de
carência começámos a pagar uma prestação trimestralmente, o
que acabámos por liquidar esse valor totalmente já em Janeiro do
corrente ano», refere Costa Pereira.
Com o mercado nacional a valer actualmente cerca de 30% das
vendas da empresa, que no ano passado atingiram os 2,6 milhões
de euros, é, no entanto, em vários mercados externos que a Costa
Pereira Mobiliário tem apostado e em que no presenta assenta a
estratégia de crescimento da empresa de Freamunde, que já este
ano em termos de período homólogo já cresceu 24% nas vendas.
Exportações começaram em Espanha
Como foi referido anteriormente, a empresa começou a exportar
em 2007, avançando em primeiro lugar para o mercado espanhol,
mercado que continua a ser o mais importante para a Costa Pereira Mobiliário. Depois sucederam-se países como a França, Bélgica, Lituânia, Rússia, Angola e Moçambique. Muito recentemente,
revela-nos o fundador da empresa, «conseguimos um agente nos
Estados Unidos da América, e para lá já enviámos alguns produtos, pelo que temos uma forte expectativa do que possa vir a
14 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
representar no futuro o mercado norte-americano. Sabemos que
os Estados Unidos constituem um dos principais mercados mundiais consumidores de mobiliário e acreditamos que pela nossa
qualidade, flexibilidade e competitividade, conseguiremos nos
implementar com substância na parte norte do continente norte-americano», sublinha Costa Pereira.
Naturalmente que a empresa continua a procurar por novos mercados externos «pois só no exterior poderemos crescer, e a empresa Costa Pereira Mobiliário quer continuar a crescer, como estamos a crescer a dois dígitos anualmente, e para isso ser realmente
sustentável, é preciso continuar a procurar novos mercados e novos nichos de mobiliário para estarmos presentes», adianta Costa
Pereira.
A equipar três hotéis em Madrid
Enfatizando que a empresa está capacitada para responder a todas
as solicitações dos clientes, «e com extrema qualidade e prontidão
nas respostas às solicitações, a Costa Pereira Mobiliário apostou
também de forma decisiva na produção de mobiliário para o sector hoteleiro, o que se tem revelado uma aposta ganha, pois para
além de já termos participado no equipamento de diversos hotéis
com o nosso mobiliário, tanto em Portugal como no estrangeiro,
e devo salientar que presentemente estamos a participar com o
nosso mobiliário em três hotéis em Madrid, o que também representa não apenas o reconhecimento do nosso valor e qualidade
do mobiliário que produzimos para este sector da economia, mas
também a justeza da nossa aposta estratégica no sector do mobiliário para a hotelaria», nota Costa Pereira.
A empresa tem apostado na sua divulgação internacional na presença em várias feiras, mencionado as feiras de mobiliário de Madrid, Barcelona e neste ano também em Saragoça, que «é presentemente a principal feira do mobiliário em Espanha», refere Costa
Pereira, que não deixou de apontar uma crítica ao facto de nas
feiras do sector em Portugal se exigir um valor de quase o dobro
por metro quadrado daquilo que é pedido pelo mesmo espaço nas
feiras que decorrem em Espanha. «Por isso é que vemos tantas
empresas portuguesas presentes nas feiras no país vizinho e cada
vez uma presença mais diminuta nas feiras no nosso país. Julgo
que isso deveria fazer repensar os responsáveis pela realizar das
feiras de mobiliário em Portugal», aponta o presidente da Costa
Pereira Mobiliário.
Quanto ao estado da evolução do mobiliário do país, apesar das
convulsões registadas em muitos momentos das duas últimas décadas, Costa Pereira acredita que se registou «uma evolução muito
positiva nos últimos anos na produção e qualidade do mobiliário
produzido em Portugal. Presentemente, conseguimos competir
em qualquer parte do mundo com empresas de outros países,
mesmo com o mobiliário italiano, que goza naturalmente de uma
reputação superior do nome Made Itália face ao Made Portugal,
mas acredito que já estaremos num patamar a seguir aos italianos,
produzindo em muitos casos com mais qualidade e por um preço
inferior, pelo que podemos produzir mobiliário com qualidade e
de forma mais competitiva. Mas, sublinho, também é preciso que
haja mais apoios, não digo propriamente ou obrigatoriamente de
natureza financeira, mas na promoção do nosso país no exterior,
mostrando que o Portugal moderno é um país onde se produz
com alta qualidade e competitividade. E que acredite no sector
do mobiliário produzido em Portugal, pois correspondemos aos
mais elevados padrões exigidos e praticados internacionalmente», refere Costa Pereira.
Quanto ao futuro, a Costa Pereira Mobiliário já encara a hipótese
de alargar as actuais instalações, talvez mesmo já dentro de dois
anos, «visto que com o crescimento que estamos a registar já começamos a sentir a necessidade de aumentar a nossa capacidade
de produção. Poderemos mesmo a breve prazo virmos a contratar
um engenheiro de produção, além de que ainda este ano deveremos iniciar o processo para virmos a implementar a certificação
de qualidade, questão cada vez mais importante no plano internacional, principalmente quando participamos em processos para o
sector hoteleiro», revela Costa Pereira.
Continuando com uma forte energia aos 66 anos de vida, o empresário que comemora esta ano as Bodas de Prata da Costa Pereira Mobiliário, já tem a trabalhar consigo o seu filho e o seu genro
(casado com a sua filha). «Naturalmente que penso ter a sucessão
assegurada pela via familiar, todos estão muito empenhados na
evolução presente da nossa empresa, de modo a assegurar o seu
futuro. Tenho a plena certeza de que continuaremos a evoluir
muito favoravelmente e não temos receio quanto à presença futura da Costa Pereira Mobiliário nos mercados nacional e internacional. Contem connosco!», finaliza o empresário de Figueiró. ‹
Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 15
› GRANDE PLANO
José Rocha, Presidente da Época Gold, empresa que fabrica mobiliário de luxo
para os melhores projectos a nível mundial
Orgulho no passado,
grande confiança
no futuro
A Época Gold é uma das maiores referências portuguesas na produção de mobiliário
de luxo. José Rocha, presidente da empresa, recebeu a País Económico num momento
em que a Época Gold comemora 20 anos da sua fundação. Presente com a sua marca
em alguns dos melhores projetos a nível mundial, o que «constitui um grande orgulho,
mas também o reconhecimento da grande qualidade e da forte aposta num serviço
sofisticado e de excelência que é apanágio da Época Gold». Com uma das mais modernas
e bem equipadas fábricas produtora de mobiliário em Portugal, José Rocha continua
aos 55 anos com um forte dinamismo e ambição empresarial. Vai expandir para várias
capitais europeias o conceito da loja Alfaiate de Interiores, replicando o exemplo que
criou há dois anos em Leça da Palmeira, mas também em associação com a Ventilações
Moura vai transformar a antiga Porteme, também no concelho de Paços de Ferreira, num
«centro empresarial do Século XXI, capaz de receber entre 20 a 25 pequenas e médias
empresas. Será um contributo para o desenvolvimento empresarial do concelho e do país.
Estará pronto a abrir portas no início do próximo ano», finaliza um dos empresários de
referência do mobiliário em Portugal.
S
TEXTO › JORGE ALEGRIA
eguindo uma tradição familiar
ligada à indústria do mobiliário,
que começou no seu avô e prosseguiu no seu pai, com quem trabalhou, José
Rocha desde cedo começou a dedicar-se
ao mobiliário, e em 1995, há precisamente
20 anos, decidiu enveredar pela carreira
empresarial fundando a Época, empresa
que desde o seu início se posicionou para
construir produtos (mobiliário) da mais
alta qualidade e atingir os mercados mais
exigentes e sofisticados.
Apesar de ter dado início ao estudo de
arquitetura, decidiu interromper esse caminho, e vir para o negócio do mobiliário.
«Fui pai bastante novo, e decidi enveredar desde logo pelo mundo dos negócios.
Quando interrompi os estudos pensava
16 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
| FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS
mais tarde retomá-los e concluí-los, mas o
aprofundamento no mundo da indústria
do mobiliário não me possibilitou esse
retorno.
Não me arrependo das decisões tomadas,
porque o que eu sempre quis foi criar
uma empresa que me permitisse atingir
os meus sonhos de criar mobiliário de
grande qualidade, de constituir uma referência mundial nos segmentos de topo
da indústria de mobiliário internacional.
Chegados aqui, penso poder afirmar que
os sonhos foram alcançados, mas não
foram finalizados, porque temos sempre
uma forte motivação e empenho para ir
mais longe.
Esse desejo e essa ambição de evoluir
continua a estar no ADN da Época Gold
e toda a empresa trabalha todos os dias
para sermos melhores e mais competitivos», sublinha José Rocha.
A Época Gold está presente em cerca de
quarenta mercados internacionais, com
as exportações a valerem cerca de 98% da
produção total da empresa com sede no
concelho de Paços de Ferreira. Portugal
vale apenas dois por cento das vendas,
«embora a retoma económica que assistimos poderá levar ao ressurgimento de
alguns grandes projectos que têm estado
algo adormecidos nos últimos anos, e devido a esses novos investimentos, poderá
acontecer que o nosso país venha a ter um
peso maior nas vendas da Época Gold, embora deva sublinhar, que não se esperam
que venhamos a atingir volumes e expres-
são de vendas como aconteceu há muitos
anos», refere o empresário.
Procuramos os melhores
projectos mundiais
José Rocha não destaca nenhum país ou
mercado em especial, antes enfatiza que a
Época Gold procura projectos de referência a nível mundial, «estejam eles onde
estiverem, pois já realizámos projectos
em países quase desconhecidos a nível
internacional, mas em cujos territórios se
desenvolveram projectos de elevadíssima
qualidade e que contaram com o contributo do mobiliário da Época Gold».
No entanto, constituindo a área da hotelaria de luxo um dos segmentos mais
importantes, «mas longe de ser o único»,
como sublinha José Rocha, a empresa está
neste momento envolvida em mobilar vários hotéis de elevado porte e referência,
«que serão certamente fortes referências
na hotelaria internacional. Mais, sublinho
que um deles deverá mesmo vir a consti-
tuir um dos melhores hotéis do Mundo.
Ser a Época Gold a empresa escolhida
para equipar em termos de mobiliário
essas unidades, constitui obviamente um
grande orgulho, mas sobretudo a constatação de que essa escolha pela nossa empresa foi motivada pelo reconhecimento
da grande qualidade e sofisticação do mobiliário que produzimos, bem como pelo
serviço de excelência que facultamos aos
nossos clientes. É importante sublinhar
que é muito importante produzir com elevada qualidade, mas também é igualmente muito importante prestar um serviço
completo ao cliente que o deixe completamente satisfeito e feliz com o seu investimento», salienta José Rocha.
Aliás, quando interrogado para definir a
qualidade do mobiliário que a Época Gold
produz, o empresário referiu que «a qualidade é uma coisa que não acontece de um
dia para o outro. É um trabalho de muitos
anos, corresponde a uma visão que temos
do negócio e do produto, assim como uma
correspondente forma de estar no mercado. A qualidade é um processo contínuo,
e produzir hoje com qualidade, mais, com
elevada qualidade, é para nós uma forma
absolutamente natural de estar na vida
e no negócio. Não sabemos trabalhar de
outro modo que não seja com elevada
qualidade. É essa a imagem e a verdade
do trabalho da Época Gold, no fundo, é
aquilo que eu e os meus filhos fazemos
aqui todos os dias», adiantou.
Grande orgulho
e reconhecimento pelos
dois filhos
Estava dado o mote nesta entrevista para
José Rocha passar mais para o cunho dos
recursos humanos, bem como também
para a componente mais afectiva, digamos
mais relacionada com os afectos, sobretudo os de natureza familiar. Sublinhando
que na empresa trabalham entre 70 a 80
pessoas, «depende bastante de alguns pe-
Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 17
› GRANDE PLANO
ríodos em que temos de fazer instalações
de mobiliário, e aí precisamos de contar
com mais alguns colaboradores», é quando se refere aos seus dois filhos, Luís e
Diogo, que José Rocha deixa transparecer
as suas emoções, sobretudo pautadas pelo
orgulho nas pessoas dos seus filhos, mas
também na dedicação, empenho, esforço e
competência do desempenho do Luís e do
Diogo na condução da Época Gold.
José Rocha sublinha que os resultados
da Época Gold são fruto de um trabalho
de equipa, «sobretudo meu e dos meus
filhos, somos nós que conduzimos a empresa. Obviamente que destaco também
a participação nos nossos resultados de
todos os nossos colaboradores, mas gostaria, se me permite, nesta parte da entrevista que estou a conceder à País Económico, que sublinhe o grande mérito e
profissionalismo, além da comprovada
responsabilidade no seu desempenho, do
que tem sido a participação do Luís e do
Diogo no que é hoje a Época Gold. Posso
dizer, que se hoje me quisesse reformar,
o poderia fazer com grande tranquilidade, pois tenho a completa certeza de que
eles levariam a empresa para continuar
um caminho de crescimento e evolução
positiva. Tenho essa absoluta certeza, e
é com muito orgulho que o digo», refere
José Rocha com evidente, e plenamente,
justificada emoção.
Internacionalização da loja
Alfaiate de Interiores
Mas, o mundo não pára, e tanto a própria Época Gold continua a investir em
modernização tecnológica e no reforço
nas competências dos seus recursos humanos (detém 14 licenciados), como os
seus administradores continuam a investir em negócios que acrescentam valor ao
grupo empresarial que lidera bem como
são importantes para o reforço e competitividade da economia portuguesa. Um
desses projectos foi a criação há dois anos
em Leça da Palmeira, concelho de Matosinhos, da loja Alfaiate de Interiores, «cuja
evolução tem decorrido positivamente e
da forma que inicialmente tínhamos previsto, mas estamos a estudar a expansão
desse negócio, sobretudo para várias capitais europeias.
Ainda não sabemos exactamente quais,
nem está definido o modelo de intervenção em cada país, pois não sabemos se estaremos sozinhos ou em associação com
algum parceiro local em cada país», adianta José Rocha, que interrogado sobre o timing do avanço do projecto de internacionalização das lojas Alfaiate de Interiores,
18 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
admite que tal possa acontecer a partir do
próximo ano.
Transformar a antiga
Porteme num moderno centro
empresarial
Quem também abrirá portas a partir do
início do próximo ano será o CEME – Centro Empresarial, que está a ser construído
nas antigas instalações da Porteme, no
que foi uma das maiores fábricas de portas do país, mas que há alguns anos tinha
encerrado portas e estava desactivada. A
EPOCA em associação com a empresa
Ventilações Moura, adquiriu as antigas
instalações da Porteme e, como referimos,
está a adaptá-las para acolher um «cento
empresarial do Século XXI. Certamente
que será uma referência em toda esta região, estará preparado para receber entre
20 a 25 pequenas e médias empresas, que
ali poderão dispor de serviços comuns,
além de condições ideais para desenvolverem as suas actividades e negócios.
Esperamos abrir portas logo no início
do próximo ano e posso adiantar-lhe que
a procura empresarial para se instalar
naquele espaço tem sido muito significativa, pelo que estamos bastante optimistas com o sucesso e rentabilidade de um
investimento que acreditamos ser importante para o desenvolvimento empresarial
desta região e muito particularmente para
o concelho de Paços de Ferreira», sublinha
um empresário orgulhoso de um papel
que vai mais além de apenas um produtor
de mobiliário de topo, mas igualmente do
seu papel de empresário com responsabilidade social que aplica o seu saber para
contribuir para o desenvolvimento da sua
região e do seu país.
Quanto ao futuro da Época Gold, José Rocha refere que a empresa tem atingido
crescimentos entre os 20 e os 30% anuais,
e prevê que neste ano e no próximo continue a atingir os mesmos níveis de desenvolvimento e crescimento. «Os nossos
objectivos é fazer cada vez melhor, é sabermos onde se desenvolvem os melhores
projectos a nível mundial para os servir
com o nosso mobiliário, no fundo é estarmos com os melhores a nível mundial,
sim, porque temos também uma fábrica
que é das melhores não só em Portugal,
como a nível internacional no nosso sector.
A Época Gold está entre os melhores,
porque se o passado nos orgulha, temos
muita confiança no futuro», termina um
dos mais proeminentes empresários portugueses do sector do mobiliário. ‹
Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 19
› GRANDE PLANO
Mobiliário de lar português cresce nas exportações
Exportações representaram
67% da produção portuguesa
S
egundo o estudo Sectores Portugal
“Mobiliário de lar”, publicado pela
Informa D&B, as vendas de mobiliário de lar em Portugal registaram em
2014 uma retoma de perto
de 3%, até aos 350 milhões
de euros, ultrapassando a
tendência de descida do
período 2010-2013, o que
originou uma queda média
anual acima dos 10%.
No estudo apresentado,
percebe-se
igualmente
uma crescente internacionalização da actividade dos
fabricantes portugueses,
onde as exportações em
2014 representaram 67%
do valor da produção nacional, face a 56% de 2011
e 44% em 2008.
As vendas ao exterior situaram-se no ano passado Estudo da Informa
perto dos 500 milhões de
euros, o que contrasta com o valor de 352
milhões de 2011 e de 209 milhões no ano
de 2008. As importações, por sua vez, aumentaram 8%, até aos 107 milhões de eu-
20 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
ros, valor significativamente inferior aos
204 milhões contabilizados em 2007.
Aliás, o bom comportamento das exportações permitiu que no período 2012-2014
as vendas de produção nacional contabilizassem taxas de variações positivas. No
último ano situaram-se em 740 milhões
de euros, mais de 3,2% do que em 2013.
Por outro lado, no que respeita ao tecido
empresarial no sector de mobiliário de
lar tem reduzido significativamente nos
últimos anos. O número de fabricantes
passou de cerca de 5.300
em 2009 para 4.250 em
2013. O volume de emprego, por seu lado, situou-se
neste último ano perto de
22.400 trabalhadores, valor
notavelmente inferior ao
de 28.790 empregados em
2009.
O número médio de colaboradores por empresa
situa-se próximo das cinco
pessoas. Perto de 50 operadores têm mais de 50
trabalhadores e quase 90%
do total emprega menos de
10.
Do ponto de vista geográfico, a actividade produtiva apresenta uma notável
concentração na zona Norte, onde se localizam mais de 65% dos operadores, à frente das zonas Centro, com 17%, e Lisboa,
com 12%. ‹
Margres e Love Tiles renovaram
showroom em Lisboa
R
eabriu ao público no passado dia 16 de Junho o
showroom da Margres e da Love Tiles, localizado no
Parque das Nações, em Lisboa. Decorado por Rita Glória,
uma das mais reputadas designers de interiores do nosso país, o
espaço das marcas pertencentes à Gres Panaria Portugal, assume
um posicionamento de produtos de alta qualidade, com imensa
sofisticação e capaz de apaixonar todos os que pretendem conforto, sofisticação e elevada qualidade.
O resultado do trabalho de Rita Glória no espaço da Love Tiles
surge em dois espaços distintos: no espaço tendência, interpretando um restaurante-bar, houve lugar para dar asas à imaginação sem restrições, concebendo zonas mais arrojadas e marcantes,
aproveitando as valências das novas colecções da Love Tiles: Aroma, Nest e Blend.
Já no espaço intemporal, integra-se numa residência particular
com um ambiente contemporânea e acolhedor que nos faz, facilmente, sentir em casa. Utilizando cores mais sóbrias criam-se
áreas amplas onde as texturas dos materiais das novas colecções
da marca ganham protagonismo.
Por outro lado, o espaço Margres surgiu com um perfil bastante
renovado tendo sido dedicado especial atenção aos detalhes técnicos exigidos pelos profissionais de arquitectura. Neste novo espaço, estarão em exposição diversas soluções disponibilizadas pela
Margres no que toda a pavimentos sobre elevados, zonas de alto
tráfego, aplicação em torno de piscinas ou mesmo sobre gravilha
ou relva, sem necessidade de utilizar cimento-cola.
Estes produtos de pavimento e revestimento, para além das tradicionais aplicações, revelam ter especial aptidão para serem utilizados em sistemas capoto, fachadas ventiladas, pavimentos sobre
elevados e renovações.
Como referimos, as marcas Love Tiles e Margres pertencem à
Gres Panaria Portugal, empresa que possui a maior unidade produtiva do sector cerâmico em Portugal, tendo facturado mais de
49 milhões de euros em 2014, com as exportações a representarem 60% do seu negócio. A Gres Panaria Portugal faz parte do
Panariagroup Industrie Ceramiche, um dos principais produtores
italianos de material cerâmico e que possui seis unidades produtivas, três em Itália, duas em Portugal e uma nos EUA. ‹
Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 21
› NOTICIÁRIO
› A ABRIR
Mestrado em Finanças da Nova SBE
É o melhor do mundo
em experiência internacional
Nova unidade industrial vai abrir em Sines
Gypfor investe
12 milhões de euros
P
ela segunda vez, um mestrado
português foi eleito pelo Financial Times o mais internacional
do mundo. O mestrado em Finanças da
Nova School of Business and Economics
(Nova SBE) é o número um em experiência internacional na seleção do jornal britânico, que valorizou a multiculturidade
proporcionada pela escola, no que diz
respeito a alunos e professores, bem como
a formação proporcionada pela Nova SBE
em diferentes países, em colaboração com
escolas parceiras, e o contacto dos alunos
com profissionais/empresas de diferentes
geografias.
Relativamente á classificação global, o
mestrado em Finanças da Nova SBE posicionou-se, pelo segundo ano consecutivo, como um dos 20 melhores do mundo,
ao ser-lhe atribuído pelo Financial Times
o 19º lugar no ranking geral. Segundo
Daniel Traça, Diretor da Nova SBE, «a
nossa qualidade académica permite-nos
atrair o melhor talento à escala global.
Aliás, somos cada vez mais procurados
por empresas multinacionais que vêm fazer o seu recrutamento na Nova SBE de
alunos portugueses e estrangeiros. Estes
empregadores, algumas das melhores ins-
Grupo TCS investe
15 milhões em Viseu
O Grupo TCS, que está radicado em Espanha e no Brasil, vai construir
em Viseu a sua primeira unidade industrial em Portugal, num investimento que ascenderá a 15 milhões de euros. A nova unidade ficará
localizada no Parque Industrial do Mundão, adiantando o presidente
do grupo, João Araújo, adiantou que a companhia dedicar-se-á às tecnologias e produtos inovadores de construção civil, além de criar 50
postos de trabalho numa primeira fase, «um número que será depois
aumentado devido aos contratos que estão que estão a ser negociados,
podendo vir a funcionar com dois ou três turnos».
João Araújo referiu que a tecnologia TCS Construction System permite
construir rapidamente casas, escolas e espaços comerciais, com vantagens ao nível do isolamento térmico acústico. A produção da unidade
de Viseu vai ser praticamente toda destinada à exportação. Actualmente, o grupo vende e aplica os seus materiais em vários mercados de
África e da América do Sul.
O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, presente no momento da apresentação da futura unidade industrial, sublinhou que o
município garantiu à TCS o acesso ao regime de incentivos directos ao
investimento do Viseu Investe, de forma transparente e proporcional. ‹
22 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
tituições do mundo na área de Finanças
como bancos centrais, HSBC, JP Morgan,
Goldman Sachs, Nomura, Deutsche Bank
ou consultoras de topo, referem a excelente preparação dos nossos alunos para trabalhar em contextos internacionais e em
qualquer geografia». ‹
A Gypfor, empresa nacional com sede em Sines, está a construir uma unidade industrial
para a fabricação de produtos de gesso para a construção, nomeadamente placa de gesso
laminado e transformados de placa de gesso laminado. Num investimento que ascenderá
a 12 milhões de euros, encontra-se neste momento a decorrer a fase de construção das
instalações, prevendo-se o início da sua laboração no decorrer do terceiro trimestre deste
ano, com a criação de 40 postos de trabalho diretos.
Segundo nota na última newsletter da Aicep Global Parques, entidade gestora da zona
industrial de Sines, a Gypfor contará na nova unidade com tecnologia de ponta que lhe
permitirá fabricar produtos de alta qualidade com capacidade para competir no mercado
europeu. A empresa liderada pelo empresário Pedro Jordão aposta em várias inovações,
como sendo a incorporação de novos aditivos na fabricação de gesso laminado para melhorar as suas propriedades e a fabricação de uma placa para tetos com alta absorção
acústica. ‹
CARLOS VINHAS PEREIRA
O Presidente da Câmara de Comércio
Franco Portuguesa tem sido o percursor
da divulgação das oportunidades do
imobiliário e do turismo de Portugal em
França, com evidentes reflexos no aumento
significativo dos investimentos de cidadãos
franceses e luso-franceses no imobiliário
e na hotelaria em Portugal. O sucesso das
feiras em paris e em Lyon é um excelente
sinal do reforço da estratégia da câmara de
comércio portuguesa na capital francesa. ‹
Zurich inaugurou
agências
em Paredes
A seguradora Zurich inaugurou no final de Junho mais
dois novos espaços de atendimento ao cliente no concelho de Paredes, reforçando a sua presença no norte
do país. As duas novas agências estão localizadas em
Rebordosa (Agente Domingos Oliveira Santos) e em
Paredes (Agente Fusion Consulting). A Diretora Comercial do Canal Agentes, Rita Almeida, sublinhou na
ocasião que «a nossa rede de agentes é um pilar para a
execução de uma estratégia de proximidade, especialização e qualidade do serviço prestado ao cliente. Como
tal, a presença física dos nossos mediadores profissionais nos vários pontos do país continuará a ser uma
aposta». Em 2015, a Zurich tem inaugurado em média
um espaço de atendimento por mês. Através destes locais, a seguradora executa a sua estratégia de reforço
da presença em território nacional, onde já conta com
mais de 800 pontos de contacto. ‹
ANTÓNIO MOTA
O Presidente do grupo Mota-Engil teve
mais um mês de grande sucesso à frente
do maior grupo português da área da
construção. Através da SUMA ganhou um
segundo contrato na área dos resíduos em
Omã, e através da Ascendi, a participada
para a gestão de auto-estradas em
Portugal, firmou uma parceria com a
empresa francesa Ardian, que investe 300
milhões de euros na empresa do grupo
Mota-Engil. ‹
Aicep Global Parques
acompanhou empresários
estrangeiros no Alqueva
A Comissão Executiva da Aicep Global Parques, participou na Missão Empresarial ao
Alqueva que se realizou no passado dia 26 de Maio. Numa iniciativa da EDIA e do Novo
Banco, a missão visou promover uma das maiores áreas irrigadas da Europa a potenciais
investidores, não só no sector de produção agrícola, mas também da agroindústria e da
logística. Próximo da zona de Alqueva situam-se a ZILS – Zona Industrial e Logística de
Sines e o BlueBiz – Parque Empresarial da Península de Setúbal, sob gestão da Aicep
Global Parques, oferecendo soluções de localização estratégicas para o acesso aos mercados internacionais para actividades agrícolas e agro-industriais com base na região de
Alqueva. ‹
PAULO NEVES
O Presidente do IPDAL – Instituto para a
Promoção do Desenvolvimento da América
Latina, assinou um protocolo com o Porto
de Sines, visando colocar o maior porto
português no radar das economias da
América Latina, pois poderá constituir
um ponto logístico de apoio de primeira
grandeza para grande parte do comércio
marítimo entre a Península Ibérica e
os espaços central e sul do continente
americano. ‹
Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 23
› GRANDE PLANO
Paulo Seiça Neves, Administrador de ICEBLOCK – Sociedade de Construções, SA
«Somos um parceiro
de confiança»
Fundada em 1998, a ICEBLOCK – Sociedade de Construções, SA é uma empresa
especializada nas áreas da Construção, Remodelação e Reabilitação Urbana e o seu
percurso tem-se pautado por um crescimento sustentado ao longo destes 17 anos
de existência. Em entrevista que concedeu à PAÍS€CONÓMICO, Paulo Seiça Neves,
engenheiro civil e administrador desta empresa com sede de Oeiras salientou que a
ICEBLOCK é um projeto consolidado que continua a ter nos dias de hoje índices de
crescimento muito animadores, tanto em Lisboa como no Baixo Alentejo, áreas onde esta
empresa mais opera. «Hoje em dia, perto de 85 por cento dos serviços que prestamos
dirigem-se à Reabilitação e Requalificação Urbana», sublinhou Paulo Seiça Neves, que
aproveitaria para destacar algumas obras de reabilitação em que a ICEBLOCK participou
ou está neste momento empenhada. «Participámos na reabilitação de um edifício
carismático em Castro Verde onde funcionava uma antiga moagem e que deu lugar
à instalação do Conservatório Regional do Baixo Alentejo e, como a área da hotelaria
está em expansão em todo o País, estamos a participar na Baixa lisboeta à reabilitação
de um edifício nas imediações do Coliseu dos Recreios que vai dar lugar a um hotel
com capacidade para 22 quartos, na reabilitação de apartamentos de aluguer de curta
duração destinados a estrangeiros e em duas lojas municipais em plana Rua do Carmo»,
disse Paulo Seiça Neves, que atribui o sucesso da ICEBLOCK ao facto desta ser um
parceiro de confiança.
L
TEXTO › VALDEMAR BONACHO
ogo a abrir esta entrevista, Paulo
Seiça Neves lembrou a fundação
da ICEBLOCK. «Esta empresa foi
constituída em 1998 e na altura eu era
quadro de uma grande construtora portuguesa – a Teixeira Duarte – mas por opção
de vida familiar decidi-me por abraçar
este projeto. Como qualquer empresa que
foi criada no final do período áureo da
construção, ou seja no período pós EXPO,
começámos por ter de enfrentar algumas
dificuldades, nomeadamente a escassez
de trabalho e enfrentar a grande proliferação de empresas que havia na altura.
Mas conseguimos dar a volta à situação
ao vocacionarmo-nos para uma área que,
na altura, pouco ou nada se falava, que era
a área da Reabilitação e Requalificação,
24 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
| FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS E CEDIDAS PELA ICEBLOCK
ou seja no âmbito do melhoramento e da
recuperação de imóveis», referiu o administrador da ICEBLOCK.
Paulo Seiça Neves fez questão de sublinhar que a ICEBLOCK também está direcionada para a construção nova, mas
como naquela altura a oferta do mercado
de construção nova era abundante e o
próprio acesso à sua aquisição também
não era difícil, «vimos na área da Reabilitação e Requalificação Urbana um nicho
de mercado pouco falado e pouco desenvolvido que bem poderia ser uma oportunidade para nós», observou Paulo Seiça
Neves, que ainda a propósito acrescentou.
«A Reabilitação e Requalificação eram
uma novidade, mas na altura ainda não
era uma preocupação do País dada a facili-
dade das pessoas em terem acesso à construção nova. Perante estes factos, resolvemos ir por este caminho, começando por
cuidar da formação dos nossos colaboradores, preparando-os através do estudo da
construção antiga. Digamos que conseguimos criar aqui o nosso espaço…», justificou Paulo Seiça Neves, administrador da
ICEBLOCK, lembrando que a Construção,
Remodelação e Reabilitação Urbana são
hoje áreas fortes da empresa e que até se
tornaram uma prioridade a nível do próprio País. «Daí estarmos agora a colher os
frutos que fomos semeando ao longo dos
anos da nossa existência nesta vertente»,
sublinhou em tom otimista Paulo Seiça
Neves, que afirmou sem hesitação que a
ICEBLOCK é uma empresa especialista
Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 25
› GRANDE PLANO
nas áreas onde opera. «Nos dias de hoje,
80 a 85 por cento da nossa prestação de
serviços dirigem-se à Reabilitação e Requalificação», sublinhou o nosso entrevistado.
Na ICEBLOCK os clientes
estão em primeiro lugar
Paulo Seiça Neves não esconde que a
grande preocupação da sua empresa está
no compromisso de satisfazer na totalidade as necessidades dos seus clientes.
«É para isso que a ICEBLOCK trabalha
todos os dias», sublinha, para se debruçar
um pouco pelas intervenções que a sua
empresa tem tido nos anos mais recentes, já que seria fastidioso enumerar neste
momento todas as inúmeras obras com a
marca ICEBLOCK realizadas até hoje em
setores de referência como a Habitação,
Serviços, Ensino, Saúde, Arranjos Exteriores e Lazer. «Orgulhamo-nos de ter participado em algumas obras de reabilitação de
alguma grandeza não só na zona de Lisboa como no Baixo Alentejo, mais concretamente no distrito de Beja, e é com satis-
Auditório ISCTE
26 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
fação que constatamos que a ICEBLOCK
dispõe neste momento de uma carteira
de encomendas que lhe garante trabalho
para o presente ano e seguinte», destacou
Paulo Seiça Neves, que justificaria a sua
opção pelo Baixo Alentejo. «Constatámos
que Lisboa e outros centros urbanos concentravam demasiadas empresas de construção, até porque eram grandes pólos de
desenvolvimento. Então, fomos criar raízes para fora de Lisboa e a nossa opção
foi pelo Baixo Alentejo, onde estamos a
operar desde 2006/2007. Eu diria que esse
passo foi dado em boa hora», esclareceu o
administrador da ICEBLOCK.
Muito interventivos em Lisboa
e Baixo Alentejo
De referir que neste momento a ICEBLOCK está a participar em várias obras de
reabilitação e requalificação na zona de
Lisboa e no Baixo Alentejo, e nesta entrevista Paulo Seiça Neves fez questão de se
referir a algumas dessas intervenções.
«Participámos na reabilitação de um edifício carismático em Castro Verde onde fun-
cionava uma antiga moagem e que deu
lugar à instalação do Conservatório Regional do Baixo Alentejo e fizemos diversas
reabilitações em edifícios públicos – escolas, mercados, centros de dia, entre outros.
Mas ultimamente, com o crescimento que
vem ocorrendo ao nível da hotelaria em
todo o País, para além das áreas da Habitação, Serviços, Ensino, Saúde, Arranjos
Exteriores e Lazer, entrámos também na
área da hotelaria, nomeadamente na Zona
Pombalina de Lisboa. Neste contexto estamos a reabilitar um antigo edifício nas
imediações do Coliseu dos Recreios que
vai dar lugar a um hotel com 22 quartos e
já fizemos também na Baixa de Lisboa algumas reabilitações muito complexas na
área do aluguer de apartamentos de curta duração para estrangeiros, e em plena
Rua do Carmo, estamos também a fazer a
requalificação de duas lojas municipais.»,
referiu Paulo Seiça Neves.
Como já foi referido, a ICEBLOCK é uma
empresa que privilegia a política de proximidade com os seus clientes. E deduzimos
na conversa que tivemos com Paulo Seiça
Neves que este é um dos pontos que diferencia esta empresa da concorrência.
«A diferença está muito no modo como
tratamos os processos de Reabilitação e
Requalificação com os nossos clientes,
onde tudo é feito com rigor absoluto. Nós
damos apoio ao nosso cliente no início e
no decorrer de todas as fases do processo. É um trabalho em conjunto com o
nosso cliente que passa inclusivamente
pelo estudo das patologias do edifício. Só
depois de tudo estar determinado é que
apresentamos o custo da nossa intervenção», salientou Paulo Seiça Neves, que re-
Peniche
conhece neste procedimento um modo de
estabelecer com o cliente uma parceria de
confiança.
Reabilitação está na ordem
do dia
Paulo Seiça Neves acredita que a Reabilitação e a Requalificação são áreas de muito futuro e que a sua empresa continuará
a crescer sustentadamente nos próximos
anos.
«A Reabilitação está hoje na ordem dia e
esses sinais vêm até do próprio governo
através dos vários programas de apoio
a esta área de atividade. Tanto o QREN
como agora o Portugal 2020 dão sinais
visíveis desse apoio à Reabilitação e, por
outro lado, há no nosso país, nomeadamente em cidades como Lisboa, Porto
e tantas outras, um número assustador
de edifícios devolutos que se não forem
recuperados as nossas cidades correm
o risco de poderem ficar desertas e com
visuais nada agradáveis. Por outro lado,
Portugal ao tornar-se um destino turístico
de eleição levou a que as pessoas se sensibilizassem pela recuperação dos edifícios
degradados, principalmente aqueles existentes nos Centros Históricos, muito do
agrado de quem nos visita e não só. Portanto, nesta área há imenso que reabilitar
e requalificar e a ICEBLOCK está pronta a
colaborar com todo o seu know-how nesta
gigantesca tarefa», assegura Paulo Seiça
Neves.
No entender do administrador da ICEBLOCK a preocupação na satisfação das
necessidades e exigência está sempre presente no espírito da sua empresa.
«Nós temos dado muito ênfase à formação dos nossos colaboradores com vista
à obtenção de padrões elevados de qualidade em todos os serviços que prestamos.
Tanto a Reabilitação como a Renovação
são áreas em constante mutação e isso
exige da nossa parte que estejamos muito
Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 27
› GRANDE PLANO
Auditório em Cabo Verde
atentos à formação dos nossos Quadros de
modo a irmos ao encontro das exigências
de um mercado que está constantemente
a inovar e a introduzir técnicas modernas.
E uma empresa como a ICEBLOCK tem
de saber acompanhar essa evolução para
poder manter o elevado grau de qualidade
e de competitividade que já possui», justificou Paulo Seiça Neves.
Eficiência Energética
e Requalificação de Lotas
Como já se disse, a ICEBLOCK é uma empresa que quer afirmar-se cada vez mais
Mercado de Coruche
28 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
na área da Reabilitação Urbana, mas nem
por isso deixa de estar atenta a outras
oportunidades que surjam no mercado,
todas elas interligadas ao seu core genuíno.
Paulo Seiça Neves diz-se empenhado em
evoluir na vertente da Eficiência Energética e já opera nesta área no regime de
subcontratação.
«É uma área onde estamos muito atentos
e onde também esperamos desempenhar
um bom trabalho», sublinhou o administrador da ICEBLOCK que aproveitou
o ensejo para esclarecer que «estas sub-
contratações são um pouco a extensão da
nossa empresa, porque quando subcontratamos recorremos sempre aos mesmos
parceiros, isto porque a nossa linguagem
é entendida por ambas as partes, porque
sabemos como lidamos, porque comungamos das mesmas preocupações e lutamos
pelos mesmos fins», precisou Paulo Seiça
Neves.
Com uma intervenção muito válida em
projetos de referência em áreas como a
Habitação, Serviços, Ensino, Saúde, Arranjos Exteriores e Lazer, a ICEBLOCK
vê com muita esperança o seu futuro a
curto e a médio prazo. «E aqui, a área da
Eficiência Energética também poderá vir
a constituir um segmento de mercado
muito importante nos negócios da empresa», lembrou Paulo Seiça Neves que, a
fechar esta entrevista, recordou também
o desempenho meritório da ICEBLOCK
da área da Requalificação das lotas portuguesas. «Já requalificámos 3 das 4 lotas
mais importantes do País: Requalificámos
a Lota de Peniche, estamos a acabar a requalificação da Lota da Figueira da Foz e
estamos também a requalificar a Lota de
Sesimbra», precisou Paulo Seiça Neves,
sublinhando que estas intervenções «atestam bem a nossa preocupação e o desejo
enorme de bem servirmos os nossos clientes». ‹
Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 29
› LUSOFONIA › África
Pires de Lima assegurou em Luanda da forte adesão das empresas portuguesas
à linha de crédito criada
Mais de 300 empresas já estão a utilizá-la
«Há mais de 300 empresas que estão a recorrer a esta linha
de crédito e nós no Governo, em concreto no Ministério da
Economia, estamos atentos porquês e for necessário ampliar esses
500 milhões assim o faremos, ou proporemos em Conselho de
Ministros», referiu António Pires de Lima, ministro da Economia,
em declarações recentes ocorridas em Luanda depois de se reunir
com o seu homólogo angolano, Abraão Gourgel, e no âmbito da
sua visita a Angola para participar na criação do Observatório dos
investimentos angolanos em Portugal e portugueses em Angola.
A linha de crédito de 500 milhões de euros foi criada pelo governo
português para reforçar a tesouraria das empresas portuguesas
que exportam para Angola, e segundo o ministro já está a apoiar
mais de 300 empresas nacionais. Recorde-se que existem mais de
nove mil empresas portuguesas que exportam para Angola, sendo
que dessas cerca de cinco mil têm Angola como seu único destino
de exportação.
Pires de Lima aproveitou esta visita para reafirmar o «forte compromisso de Portugal com Angola», tanto ao nível das empresas
como do poder político, sublinhando que «nós estamos em Angola nos momentos de maior crescimento, mas também nos momentos de maior exigência. ‹
CINEL ganhou primeiro contrato em Angola
O CINEL – Centro de Formação Profissional da Indústria Electrónica, Energia, Telecomunicações e Tecnologias de Informação, ganhou
um primeiro contrato para a formação de quadros de uma empresa angolana. O concurso internacional incidiu sobre a formação de
cerca de 40 quadros durante um ano nas áreas das telecomunicações com fibra óptica e implica a deslocação a Luanda de formadores
do centro português.
A Fibrasol é uma empresa angolana com uma das maiores quotas de serviço de infraestruturas de telecomunicações e necessita de
acrescentar competências técnicas naquelas áreas, estando a trabalhar na instalação e manutenção de 4.000 quilómetros de fibra óptica
em Angola.
O CINEL possui 51 colaboradores e mais de 120 formadores externos, detendo 22 laboratórios equipados com a mais moderna tecnologia e certificados pela APCER, pela ANACOM, pela Microsoft IT Academy, pela CISCO e em Domótica em Tecnologia KNX (EIB) e ainda
em Microssoldadura com tecnologia SMD e BGA. Criado em 1985, o CINEL é uma instituição de formação criada por protocolo entre
o IEFP e a Associação das Empresas do Sector Eléctrico e Electrónico (ANIMEE), formando e certifica profissionais nos domínios da
Electrónica, Energia, Telecomunicações e Tecnologias de Informação. ‹
Isabel dos Santos
comprou maioria
da Efacec
Novabase reforça
parceria com SAP
em África
A empresária angolana Isabel dos Santos adquiriu 65% da Efacec Power
Solutions, a maior empresa portuguesa de electrónica, em parceria com a
Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE), detida a 100%
pelo estado angolano. O negócio foi avaliado em 200 milhões de euros,
e envolveu também a José de Mello SGPS e a Têxtil Manuel Gonçalves,
empresas que anteriormente controlavam a totalidade da empresa, e que
agora reduziram a sua participação, em partes iguais, para 17,5% cada um.
O investimento de Isabel dos Santos concretizou-se através da empresa
Winterfell, que em comunicado se trata de um “investimento estratégico e
de longo prazo”, adiantando ainda que as “competências da Efacec Power
Solutions assumem uma particular relevância para os novos accionistas
dado que esta parceria contribuirá para o desenvolvimento da exportação
de conhecimento e para a partilha de tecnologia”, além de que a “economia
angolana em particular sairá reforçada dado o know how da Efacec em
áreas chave do seu crescimento económico”.
Esta empresa portuguesa já prestou anteriormente serviços a grupos angolanos, sendo de referir que esta mudança accionista acontece num momento em que o sector eléctrico angolano necessita de se desenvolver, desde a
produção à distribuição. ‹
A Novabase assinou recentemente um acordo com a
SAP para o mercado africano que lhe vai permitir revender os produtos e soluções SAP, complementando a
oferta de serviços prestados nos países da África subsariana. Este acordo vem no seguimento de uma parceria
estratégica de longa data entre as duas empresas, que
principiou em Portugal e se tem vindo a estender nos últimos anos aos mercados africanos, como sejam Angola,
Argélia, África do Sul, Gana e Moçambique.
Segundo Carmo Palma, administrador da Novabase,
«este acordo vem acrescentar valor aos serviços que já
prestamos aos nossos clientes, com o desenvolvimento
de soluções de informação de gestão e algumas soluções
verticais para o Setor Público, Utilities, entre outras. Trata-se de uma parceria que vem reforçar a nossa aposta
no continente africano e em soluções SAP». A Novabase
alcançou em 2014 um volume de negócios de 220 milhões de euros, dos quais cerca de 40% obtidos fora de
Portugal. ‹
30 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 31
› LUSOFONIA › Brasil
Armando Abreu, Presidente da Câmara de Comércio Brasil-Portugal no Ceará
O Ceará possui excelentes
oportunidades para as
empresas portuguesas
Armando Abreu é um dos empresários históricos nas relações entre Portugal e o Ceará.
Responsável por alguns dos mais importantes investimentos eólicos no Ceará, é um dos
accionistas da Braselco, empresa especializada em todas as fases da estruturação de
projetos eólicos no Brasil, e foi eleito recentemente como novo presidente da Câmara de
Comércio Brasil-Portugal no Ceará. Doutorado em Energias Alternativas na Universidade
de Coimbra, Armando Abreu mostra um forte empenho em contribuir para uma nova
etapa nas relações económicas e empresariais entre o Ceará e Portugal, acreditando,
uma vez mais, que nas áreas das energias renováveis, existe um enorme potencial
e boas oportunidades que os investidores portugueses podem encontrar num dos
estados brasileiros mais próximos de Portugal. Aumentar o comércio entre os dois lados
do Atlântico constitui obviamente outra aposta da nova Diretoria de uma câmara lusobrasileira que quer aprofundar o relacionamento entre o Ceará e Portugal.
TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › CEDIDAS PELA CCBPCE
Acabou de ser eleito presidente da Câmara de Comércio Brasil-Portugal no
Ceará. Quais são os principais desafios
para este mandato?
Os principais desafios deste novo mandato, são resumidamente, os seguintes:
• Transformação da nossa News Letter,
numa revista mensal on-line
• Promoção e Organização de Eventos,
de trading
• Viagens de Negócios
teceu nos últimos anos entre o Ceará e
Mesmo com a crise actual no Brasil, e a
ligeira e lenta recuperação económica de
Portugal, vejo excelentes oportunidades,
nos sectores das novas tecnologias e das
energias renováveis, especialmente, eólica, solar e reciclagem e reutilização do
lixo.
Portugal?
O seu ramo empresarial é a energia éo-
Infelizmente de 2013 para 2014, houve
um decréscimo das importações e exportações, entre o Ceará e Portugal. Em 2013,
Portugal importou US$ 9,8 Milhões do
Ceará, tendo esse número descido para
US$ 7,6 Milhões em 2014. Por outro lado,
em 2013, o Ceará importou US$ 4,84 Milhões de Portugal, tendo esse número descido para US$ 2,81 Milhões em 2014.
lica, onde aliás chegou a existir impor-
Como analisa a evolução das relações
económicas e empresariais que acon-
• Continuação dos Projetos e das Atividades em Curso
• Fortalecer e Fomentar as Parcerias Institucionais
• Fomentar o Comércio entre o Brasil,
Ceará e Portugal
• Criação e Implementação de uma Casa
de Portugal
• Criação e Implementação da Câmara
Arbitral
• Criação de um Grupo de Sócios Mantenedores/Patrocinadores
• Aumento do Número de Sócios
• Desenvolver e Implementar Projetos
Sociais e Culturais
• Implementação de Almoços Bimensais/Trimestrais, com palestrantes de
relevo, a nível nacional
32 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
realizar negócios no Ceará?
Existem oportunidades
no Ceará
Como novo presidente da Câmara Portuguesa, quais são as oportunidades que
nesta altura existem para as empresas
portuguesas que queiram investir ou
tantes investimentos portugueses nesse estado do nordeste brasileiro. Ainda
Essas excelentes oportunidades existem,
tanto na cadeia produtiva, equipamentos
e serviços, como na situação de gerador
propriamente dito.
Promover as relações
entre os dois lados
do Atlântico
Quais serão as próximas ações da Câmara por forma a dinamizar o relacionamento económico e empresarial entre os
dois lados do Atlântico?
Cruzamento de dados relativos a importações e exportações, entre o Ceará e Portugal. Com isso definir quais os setores e
atividades complementares.
Aproveitar toda a informação existente e
atualizá-la.
O que é Portugal importa que o Ceará tem
para vender e o que é que o Ceará importa
que Portugal tem para vender.
Identificar quais os principais atores nesses setores e atividades.
Promover troca de informações e dados
de modo a que os possíveis compradores
e vendedores, de cada um dos lados, se conheçam e troquem informações.
Dentro de cada sector e actividade, promover visitas mútuas, com consequentes
encontros e rodadas de negócios.
Como vê o futuro das relações entre o
Ceará e Portugal?
Devido à localização geográfico dos dois,
a logística de transporte de passageiros e
mercadorias, existente nos dois sentidos,
e a complementaridade de necessidades,
não tem como essas relações não aumentarem, de modo a incrementar as trocas
comerciais entre os dois. ‹
existem oportunidades que as empresas
portuguesas possam aproveitar no domínio eólico nesse estado? E quanto à
energia solar?
Devido ao excelente potencial eólico e solar do estado do Ceará, tendo em conta a
situação económica do Brasil, falta de recursos hídricos e dificuldade no fornecimento de combustíveis para aas centrais
geradoras térmicas, simultaneamente
com a falta de planejamento dos governos
brasileiros, vejo excelentes oportunidades
no domínio eólico e solar.
Investidores luso-brasileiros investiram
770 milhões na Brisa
Um conjunto de investidores luso-brasileiros, onde se inclui o empresário António Pargana, antigo presidente da Câmara de Comércio
Portuguesa de São Paulo, decidiram investir 770 milhões de euros para adquirirem 30% do capital da Brisa-Concessão Rodoviária. Segundo declarações de António Pargana ao Jornal de Negócios, «acreditamos no crescimento económico de Portugal e estamos convictos
que podemos ser um forte aliado para ajudar a criar riqueza no país», adiantando ainda que acreditar no «excelente desempenho e solidez, a qualidade de serviço e a capacidade de gestão da administração da BCR e da Brisa», salientou o empresário português que lidera
a Global Roads Investimentos. ‹
Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 33
› EMPRESARIADO
Carlos Castro, Presidente da PME Investimentos
PME portuguesas têm
aproveitado muito
bem os instrumentos
financeiros que
disponibilizamos
A PME Investimentos é uma instituição de crédito pertencente ao setor empresarial do
Estado, que possui como missão apoiar o empreendorismo, a inovação, a competitividade
e a internacionalização das empresas portuguesas, sobretudo as PME. Carlos Castro,
engenheiro, é o presidente da PME Investimentos e nesta oportuna entrevista à
País€conómico, enuncia os objetivos prosseguidos pela instituição que lidera, bem
como transmite a ideia da excelente receptividade e atuação das empresas portuguesas
face aos instrumentos financeiros de apoio facultados pela PME Investimentos para a
prossecução dos seus objetivos empresariais, tanto em Portugal, como nos mercados
externos.
TEXTO › VALDEMAR BONACHO
Constituída em 1989, a PME Investimentos é uma instituição de crédito do
setor empresarial do Estado, que tem
por missão promover a dinamização e o
alargamento da oferta de financiamento a empresas do setor não financeiro,
em particular às PME. Como tem sido a
adesão das PME às várias linhas de crédito postas à sua disposição pela PME
Investimentos?
A PME Investimentos tem por missão, de
acordo com os objetivos de política pública, a promoção do empreendedorismo,
inovação, competitividade e internacionalização empresarial. Para o efeito, gere
diversos instrumentos de financiamento,
quer de dívida quer de capital.
Especialmente relevante para a atividade
da PME Investimentos tem sido o FINOVA – Fundo de Apoio ao Financiamento
34 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
| FOTOGRAFIA › CEDIDAS PELA PME INVESTIMENTOS
à Inovação. Este fundo é gerido pela PME
Investimentos, e foi constituído em 2008,
assentando a sua constituição numa lógica de centralização de recursos de intervenção pública no domínio das novas
oportunidades de financiamento às PME.
O FINOVA engloba múltiplos instrumentos de financiamento, de origem nacional
e comunitária, cujo principal objetivo é
melhorar as condições de financiamento
das empresas, onde se destaca, para além
da participação em diversos Fundos de
Capital de Risco, Fundos de Capital de
Risco Revitalizar e a criação e participação
das Linhas de Financiamento destinadas
a Business Angels (as linhas In2BA), as Linhas de Crédito que são geridas pela PME
Investimentos.
A primeira Linha de Crédito foi criada em
2008, com o objetivo de facilitar o acesso
ao crédito bancário pelas PME. Com efeito, como é sabido, a atribuição de crédito
bancário depende de uma série de vetores e tem por base uma análise de solvabilidade e risco da empresa, sendo, nesse
contexto, exigidas garantias patrimoniais,
o que, muitas vezes, faz com que o recurso a crédito bancário seja viável apenas a
empresas que detenham ativos passiveis
de serem utilizados como colaterais. Ora,
é exatamente por esta razão que as Linhas
de Crédito geridas pela PME Investimentos têm assumido um papel determinante para o tecido empresarial Português e
têm constituído uma mais-valia para o
mercado dado que, quando associada à
prestação de uma garantia pelo Sistema
de Garantia Mutua surge uma bonificação da taxa de juro ou da comissão de
garantia por parte do FINOVA, o risco as-
Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 35
› EMPRESARIADO
sociado à concessão de crédito por parte
das Instituições Bancárias aderentes é
significativamente reduzido, sendo o risco é partilhado entre todos os intervenientes nas Linhas de Crédito: As Instituições
Bancárias, o Sistema Nacional de Garantia
Mutua e o FINOVA.
Adicionalmente, é de realçar que estas Linhas de Crédito têm associadas taxas de
juro competitivas, inferiores à média das
taxas praticadas pelo sistema bancário.
Assim, e para responder diretamente à
questão, a adesão das PME às várias Linhas de Crédito geridas pela PME Investimentos tem sido, desde a primeira que foi
lançada, muito boa. Aliás, o simples facto
de termos passado de uma linha em 2008
para quinze linhas até à presente data é
um indicador do sucesso e aceitação das
Linhas de Crédito por parte das PME.
tem como objetivo promover o acesso ao
processos de internacionalização para
potencial para exploração no nosso País e
claramente poderá ser alvo de dinamização.
o mercado angolano, linha esta que tem
Há uns anos atrás a atividade de Bu-
uma dotação de 500 milhões de euros.
siness Angels não tinha praticamente
Com as restrições que estão a ser impos-
nenhuma visibilidade em Portugal. To-
tas pelo Governo Angolano às empresas
davia, essa visibilidade face aos em-
portuguesas que exportam para Angola,
preendedores começou a acontecer com
é de prever alguma diminuição de inte-
o lançamento da primeira linha de finan-
resse por esta Linha de Crédito?
ciamento Business Angels, cuja operacionalização se iniciou em fins de 2010.
e Linha Específica “Crédito Comercial a
A Linha para Empresas Portuguesas com
Processo de Internacionalização em Angola tem por objetivo promover o acesso
ao crédito a empresas com exportações
ou processo de internacionalização para o
mercado angolano e que, face à lei cambial local, se vêm restringidas na capacidade de converter montantes que lhes
estão consignados ou os depósitos bancários que detêm em instituições de crédito
angolanas em divisa cotada internacionalmente, nomeadamente euros (EUR) ou
dólares americanos (USD).
Trata-se de uma linha inovadora, contudo,
tendo em conta o seu objetivo cremos que
esta continuará a ser interessante para as
PME, independentemente das circunstâncias políticas ou económicas vivenciadas
em território angolano.
Exportadoras” (dotação de 200 milhões
A PME Investimentos tem alguma Linha
de euros). Esperavam esta forte adesão
de Crédito de apoio às empresas portu-
das nossas PME à Linha PME Cresci-
guesas com processo de internacionali-
mento 2015? Os 1400 milhões de euros
zação com outros países que não Ango-
de dotação são suficientes, ou pensam
la? Fale-nos dessa Linha de Crédito, dos
mesmo vir a reforçar esta verba?
seus objetivos e adesão encontrada por
As linhas de crédito geridas pela PME Investimentos que até hoje temos lançado
têm tido, desde 2008, excelente recetividade por parte das PME portuguesas. Assim, estamos convictos que a Linha PME
Crescimento 2015 lançada no início de
abril não será exceção. No que concerne à
dotação da linha, os valores são avaliados
periodicamente, podendo ser feitas reafetações de verbas entre as sublinhas em
função da utilização.
parte das PME.
A Linha PME Crescimento 2015 entrou
em vigor a 1 de Abril com uma dotação
global de 1400 milhões de euros e quatro Linhas Específicas: “Micro e Pequenas Empresas” (300 milhões de euros),
“Fundo de Maneio e Investimento” 800
milhões de euros), “Empresas de Elevado Crescimento” (100 milhões de euros)
Linha Para Empresas em
Angola é muito inovadora
A 8 de Maio entrou em vigor a Linha para
Empresas Portuguesas com Processo
de Internacionalização em Angola que
36 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
crédito a empresas com exportações ou
A Linha para Empresas Portuguesas com
Processo de Internacionalização em Angola foi criada para suprir uma situação
pontual e específica, pelo que não foram
criadas linhas similares para outros países. No entanto acreditamos que o potencial de crescimento do nosso tecido
económico e empresarial é muito elevado
por esse motivo, as Linhas PME Investe e
PME Crescimento que têm sido lançadas
pela PME Investimentos, têm por sistema,
englobado uma dotação destinada aos
setores exportadores, dado que se nos afigura que ainda existe muito espaço para
o crescimento das PME, nomeadamente
na área da produção que ainda tem muito
A PME Investimentos, que com o COMPETE articula esta linha de financiamento, está satisfeita com o contributo até
agora prestado por este linha de financiamento no que concerne à promoção e
evolução da atividade das Business Angels em Portugal?
A atividade dos Business Angels em Portugal tem vindo a ter cada vez mais visibilidade, tendo estes assumido um papel
cada vez mais relevante no âmbito do
apoio a empresas em fases seed capital
e/ou early stage. A PME Investimentos
lançou nos últimos anos, duas linhas de
financiamento destinadas a Business Angels.
A primeira linha de financiamento a Business Angels, cuja operacionalização se
iniciou em dezembro de 2010, contribuiu
para potenciar a visibilidade dos Business
Angels face aos empreendedores, tendo
sido efetuados investimentos pela maioria das 47 entidades veículo constituídas,
as quais, na sua totalidade, englobaram
cerca de 200 Business Angels e investiram
em cerca de 126 empresas um valor global
de cerca de € 25.000.000, que possibilitou
a criação e/ou manutenção direta ou indireta de cerca de 390 postos de trabalho.
Esta primeira linha foi um instrumento
verdadeiramente inovador em Portugal e
que muito contribuiu para a aprendizagem dos vários intervenientes, nomeadamente da PME Investimentos, e dos Business Angels.
A 18 de fevereiro de 2014 tivemos a oportunidade de lançar uma segunda linha,
que foi criada numa lógica de deal by
deal, o que nos permitiu alargar os fundos a mais Business Angels, aliás, a lógica
deal by deal foi para acompanhar a ten-
dência do mercado, já que o número de
investidores qualificados como Business
Angels tem crescido significativamente.
Esta nova dinâmica revelou-se extremamente atrativa para os Business Angels
tendo os montantes da segunda linha ficado totalmente alocados em meados de novembro de 2014, o que é particularmente
relevante quando se assumia que a linha
poderia apenas vir a ver os seus fundos
totalmente alocados no terceiro trimestre
de 2015. Nesta segunda linha foram efe-
tuados investimentos por 18 entidades
veículo, as quais investiram em cerca de
42 empresas um valor global de cerca de
€ 15.000.000,00 que possibilitou a criação
e/ou manutenção de cerca de 60 postos de
trabalho.
Apesar de satisfeitos com o contributo
destas linhas de financiamento para a
dinamização do tecido empresarial das
PME e, simultaneamente, para a promoção e evolução da atividade dos Business
Angels no nosso país, acreditamos que
ainda existe um longo caminho a percorrer no sentido de alargar esta tipologia de
investimento e de a levar ao conhecimento de um número crescente de empreendedores. A nossa intenção é que estas
linhas permitam desenvolver um “ecossistema” de Business Angels apostados em
desenvolver e investir no setor empresarial português, fomentando, desta forma,
o crescimento económico e tornando-se
uma alternativa viável às tradicionais formas de financiamento das empresas. ‹
Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 37
› EMPRESARIADO
Isabel Andrade, Directora Geral da Optimus Transitários
Queremos ser o parceiro
logístico estratégico
para as pequenas
e médias empresas
O Grupo GTL tem a sua génese em 1985 quando o seu fundador e sócio-maioritário
(José Andrade) arrancou com a sua actividade de despachante oficial. Mais tarde surgiu
a Optimus Transitários e já em 2012 o conjunto de empresas assumiu a estratégia de
grupo integrado sob a denominação de GTL. Isabel Andrade é Directora Geral da Optimus
Transitários, e nesta entrevista à País€conómico, assume claramente o objectivo de
que o grupo seja o mais bem colocado no nosso país para prestar um apoio logístico
de elevada qualidade para as pequenas e médias empresas portuguesas, «embora
estejamos disponíveis para apoiar empresas de todo o tamanho e características». Com
capacidade de actuação em todo o mundo, a Otpimus Transitários apoio de forma muito
forte as empresas portuguesas em muitas partes do mundo, não apenas nos PALOP, mas
O
igualmente no norte de África, países árabes e na Europa Ocidental.
TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS
Grupo GTL está há quase duas
décadas no mercado da logística
em Portugal, mas a experiência
das empresas nele integrantes já vem de
trás. Gostaria de nos explicasse um pouco
da história e evolução do Grupo GTL.
Da experiência nasce a excelência. Esta é,
possivelmente, a melhor forma de definir
o aparecimento do Grupo GTL no mercado nacional.
Recuando um pouco no tempo, estamos
em 1985, ano em que o sócio maioritário, José Andrade, inicia a sua actividade
como Despachante.
Estava lançada a primeira semente para o
nascimento do grupo.
Com o desenvolvimento da actividade
aduaneira e tendo em mira o crescimento da actividade de negócio, concluiu-se
que havia a necessidade de se criar uma
empresa que pudesse ser não só um complemento à actividade do Despachante
Oficial mas acima de tudo que pudesse
38 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
preencher as necessidades dos clientes
existentes por um lado e, por outro, pudesse captar novos mercados e novos
clientes.
Dessa necessidade nasce a Optimus Transitários que vem assegurar o transporte
aéreo, marítimo e rodoviário.
Mas ainda não era suficiente para o espírito empreendedor do fundador do Grupo
porque, na sua opinião, o ciclo ainda não
estava fechado.
O serviço integrado que pretendia oferecer aos seus clientes viria a concretizar-se
na criação do Grupo GTL, em 2012, onde
estariam enquadrados os três L’s. Logística de transporte, logística aduaneira e logística integrada.
Desde então, tem vindo a consolidar a sua
posição no mercado, crescendo de forma
sustentada e posicionando-se como um
grupo sólido dentro do sector.
Actualmente, conta com 38 colaboradores
divididos por três diferentes áreas de ope-
ração, Despachante Oficial, Transitário,
Armazém e Logística.
Cultivando atitudes de parceria com
agentes em todo o mundo e promovendo
a procura contínua de melhores e mais
inovadores métodos, o Grupo GTL quer
diferenciar-se pela qualidade e profissionalismo dos seus serviços. Os valores do
Grupo GTL são a Honestidade, Transparência, Ética, Rigor e Responsabilidade.
Temos uma vasta carteira de clientes,
numa cobertura geográfica que se estende
de Norte a Sul do país, incluindo Madeira
e Açores. No competitivo mercado da Logística Global, o Grupo GTL quer destacar-se pela sua contínua aposta na melhoria
da qualidade e inovação dos seus serviços.
É segundo este princípio, que o Grupo
GTL definiu como Missão “Gerir de forma profissionalizada os bens e serviços
dos nossos clientes, para que os mesmos
possam centrar-se no essencial dos seus
negócios”.
Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 39
› EMPRESARIADO
Nos últimos anos, a par da contração
de muitas actividades económicas em
Portugal, as exportações a partir de Portugal cresceram de forma exponencial,
passando de 29% para mais de 41%
do PIB português. Esta circunstância
também ajudou a firmar e a crescer um
grupo logístico como o vosso? Em que
medida isso aconteceu?
Certamente que sim.
Possuímos agentes em todo o mundo
o que nos tem permitido acompanhar a
diversidade registada nos últimos anos
no destino das exportações dos nossos
clientes. As saídas para mercados fora
da União Europeia são as que registaram
um aumento mais significativo, tendo-se
verificado uma forte aposta por parte das
empresas portuguesas nos Palop’s, com
especial enfoque em Angola, país onde temos uma excelente representação e onde
podemos oferecer soluções muito competitivas.
O facto de Portugal estar na rota dos países que mais subiram em termos de exportação conduziu a uma maior exposição
o que levou a que as consultas de preços e
condições tivessem aumentado, significativamente, por parte dos nossos agentes.
Esta realidade gerou um maior movimento de tráfego contribuindo, obviamente,
para o nosso crescimento e também reconhecimento junto dos nossos parceiros
nacionais e internacionais, levando o Grupo a estar onde hoje se encontra.
Por isso, sim. Temos beneficiado com as
exportações e internacionalização das empresas portuguesas.
já vimos, dentro do grupo, encontram-se
reunidas as valências necessárias para
prestar ao cliente um serviço integrado de
logística.
Com um centro de operações logísticas na
região de Lisboa e uma tecnologia avançada de suporte, para além dos serviços de
transporte e armazenagem tradicionais,
disponibilizamos soluções integradas que
incluem Cross-Docking, consolidação de
cargas, preparação de encomendas e distribuição, fabricação de todos os tipos de
packs promocionais e de merchandising,
bem como uma panóplia de outros serviços de valor acrescentado.
O nosso entreposto aduaneiro revela-se
uma importante ferramenta para todos
os clientes que, por motivos estratégicos,
económicos ou outros necessitem de suspender o pagamento de direitos e outras
taxas resultantes da colocação da sua mercadoria em livre prática.
Continuando a nossa estratégica de diferenciação, estamos aptos a apresentar
uma oferta de serviços de qualidade superior a um preço ajustado à realidade.
Pretendemos ser um fornecedor de serviços em toda a cadeia de abastecimento
que acredita que a comunicação eficiente
e o comprometimento com as expectativas de performance e de custos dos seus
clientes devem ser as bases de uma aliança estratégica para as empresas que buscam vantagens competitivas para os seus
negócios.
nhecimentos, ideias e responsabilidades,
práticas incentivadas no Grupo já que promovem o desenvolvimento de competências e enriquecem o conteúdo de trabalho.
A necessidade formativa é cuidadosa e
rigorosamente analisada uma vez que se
assim não for o que deve constituir objecto de motivação poderá tornar-se objecto
de frustração.
Temos no Grupo um formador credenciado que assegura parte da formação ministrada.
Contamos, por isso, com uma equipa excepcional que marca a diferença e que
pode ser definida como altamente qualificada, coesa, dinâmica e motivada. Cada
um dos nossos colaboradores, independentemente do posto que ocupe, é considerado uma peça importante da base do
bom funcionamento da empresa e cada
um de nós está ciente de que a qualidade e o nível de serviço que nos propomos
prestar só é atingível com o trabalho de
todos em equipa.
Os nossos colaboradores são o nosso
maior bem. São eles a chave do nosso sucesso uma vez que nada poderá ser alcançado sem o seu envolvimento.
Temos uma doutrina e somos uma força.
Países árabes e norte de África.
Colocamos ao dispor dos
nossos clientes todos os
serviços em circuito fechado. Dispomos de armazém
autorizado à Exportação,
Entreposto
Aduaneiro,
ponto de controlo para
produtos alimentares, serviços de logística e Cross-Docking suportado num
WMS de última geração e
trânsitos Marítimo, Aéreo
e Rodoviário.
Hoje em dia a actividade
do nosso grupo não pode
estar resumida ao plano
nacional, a globalização
também nos ajudou a
procurar novos mercados
e alternativas, como por
exemplo o mercado Espanhol; da mesma forma que
do lado de lá da fronteira se vê Portugal
como mais uma província, nós temos de
tirar partido disso olhando para Espanha
como área a abastecer.
Quanto às parcerias, são de vital importância, se os parceiros escolhidos não se
apresentam no mercado com a mesma
filosofia comercial que a nossa, o serviço
com que estamos comprometidos perante o nosso leque de clientes não cumprirá
certamente os requisitos.
Como observa a evolução da logística em
O grupo possui instalações em Lisboa
Portugal e no plano internacional? As
(Santa Iria de Azóia, Expo e Aeroporto
Para disponibilizar serviços qualifica-
parcerias são importantes para propor-
de Lisboa). Como vai evoluir o grupo nos
dos aos clientes, é necessário possuir
cionar um serviço logístico qualificado a
próximos anos?
recursos humanos preparados e quali-
nível global aos vossos clientes?
ficados. Como avalia essa qualificação
A evolução dos meios disponíveis na cadeia de abastecimento em Portugal tem
acompanhado o plano internacional. Na
verdade a exigência do mercado, no nosso
país, tanto na importação como na exportação tem-se encarregado de obrigar todos
os intervenientes na cadeia logística a
procurar a excelência na prestação de serviços, e aqui nós não somos excepção. Tenho orgulho no nosso portfólio, os nossos
clientes e parceiros têm vindo a demonstrar que podemos dispor de todos os serviços ao longo da cadeia de abastecimento, e isto sem que sejamos megalómanos.
O grupo tem a sua sede na Póvoa de Santa
Iria, tem escritórios de apoio no Aeroporto de Lisboa e na Expo. Em termos operacionais tudo se concentra na Póvoa de
Santa Iria, os sistemas informáticos de
que dispomos estão totalmente interligados permitindo esta centralização.
A tecnologia que escolhemos para o controlo da nossa actividade permite que
todos os colaboradores de qualquer escritório estejam em permanente contacto. O
ERP é partilhado, a rede é de alta velocidade e todos falamos a mesma “linguagem”.
Escolhemos um local no Aeroporto de Lisboa pela exigência do serviço, o estar per-
Apoiamos as empresas
portuguesas em todo o Mundo
e o respectivo desempenho dos vossos
Os quais os principais destinos das ex-
lização de competências é uma preocu-
portações dos vossos clientes?
pação constante no Grupo GTL?
No transporte marítimo e aéreo Angola,
Moçambique, Emiratos Árabes e China
Brasil e Coreia do Sul.
No transporte rodoviário Espanha, Itália
e Benelux.
Há muito que a formação deixou de ser
encarada como um custo, passando a ser
vista como um investimento de retorno
certo. Só ela permite a actualização e o
desenvolvimento de competências necessários para que possamos manter a qualidade do serviço prestado.
Sabemos a importância da melhoria
contínua, assim como a partilha de co-
Quais as mais-valias do Grupo GTL para
os vossos clientes?
Actualmente, a oferta da GTL diferencia-a
dos seus concorrentes uma vez que, como
40 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
recursos humanos? A formação e actua-
Existem novos destinos internacionais
que o grupo tenha disponibilizado nos
últimos anos aos vossos clientes?
to do local onde chega ou sai a carga aérea
traz-nos vantagens, confiança perante o
cliente e proximidade com a Alfandega. O
escritório na Expo, está totalmente vocacionado para a área aduaneira e de consultadoria para o comércio internacional,
tanto interna como externa.
Perante a evolução tecnológica, que continua de forma quase diária, ainda não encontrámos necessidade de evoluir fisicamente para outros locais, já que qualquer
colaborador tem acesso à sua informação
e ferramentas de trabalho de forma remota, se assim o decidirmos. Ou seja, se existir dentro do Grupo um tráfego específico
e crítico em Aveiro, Porto ou Sines tal não
será jamais um problema como poderia
ser há uns anos atrás em que não existia o
suporte tecnológico de hoje.
Por outro lado devemos também pensar
que os maiores fornecedores, como armadores e companhias aéreas sofreram
também uma evolução tecnológica que
permite controlar envios do outro lado do
mundo, se tal for necessário.
Quanto a internacionalizações, temos os
nossos objectivos e ambições, a atracção
natural pelos mercados Moçambicano e
Angolano, mas queremos fazê-lo de forma
sustentada.
Qual o lugar que o Grupo GTL pretende
atingir no médio prazo entre as empresas de logística em Portugal?
Acreditamos que o futuro passará, inevitavelmente, pelo “ outsourcing” logístico.
A redução de custos é cada vez mais uma
preocupação manifestada por todos os
empresários portugueses que se queiram
dedicar plenamente ao seu “core business”, centralizando, por isso, algumas
actividades.
De facto, a possibilidade que o outsourcing oferece de dotar as empresas com
uma estrutura especializada que lhes permita ter um serviço de qualidade e confiança sem os custos inerentes é cada vez
mais a decisão estratégica que permite
às empresas ganhar competitividade no
mercado, sendo a aposta no “outsourcing”
cada vez mais evidente pelos benefícios
que comporta.
O nosso objectivo é continuar o crescimento sustentável do negócio logístico e
optimizar a estrutura existente. Pretendemos ser o parceiro estratégico em Logística para as médias e pequenas empresas e
centros de produção e distribuição através
de soluções avançadas, bem como uma referência para o sector pelos outputs originados. ‹
Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 41
› EMPRESARIADO
Antes de ser comprada por Humberto Pedrosa e David Neeleman
TAP assina code-share
com a Copa Airlines
A
Porto de Sines comemorou
mais um aniversário
No passado dia 19 de Junho celebrou-se o Dia do Porto de Sines,
que teve como ponto alto a celebração de um protocolo entre a
APS – Administrado dos Portos de Sines e do Algarve e o IPDAL
– Instituto para a Promoção e Desenvolvimento da América Latina, documento assinado pelos presidentes das duas instituições,
respetivamente, João Franco e Paulo Neves.
Outro ponto alto das comemorações que ocorreram em Sines
prendeu-se com a visita efectuada à nova nave logística na ZALSINES, onde foi inaugurado o novo Armazém de Temperatura Controlada da Sitank. De referir que o designado “Pavilhão Logístico
A1” é constituído por dois módulos (A e B) e tem uma área bruta
de construção de 1.626 metros quadrados, distribuídos por dois
pisos. A cobertura deste edifício foi concebida para receber 2.000
metros quadrados de painéis fotovoltaicos, tendo sido instalados
1.100 painéis com uma potência de injecção de 250 KW.
O pavilhão logístico encontra-se devidamente integrado no atual
sistema de gestão da ZALSINES, cujo modelo de aluguer agora
em implementação é uma mais-valia na oferta às empresas logísticas que vêem contactando a APS na procura deste tipo de
instalações. ‹
TAP e a Copa Airlines, subsidiária da Copa Holdings,
ambas pertencentes à Star Alliance, estabeleceram um
acordo de code-share que se traduz na oferta de mais
opções de voos e das melhores ligações aos seus clientes, quer
através do Hub das Américas da Copa, na cidade do Panamá, quer
através do Hub da TAP em Lisboa, uma plataforma privilegiada
de acesso na Europa.
O Hub das Américas da Copa Airlines, na cidade do Panamá, permitirá aos passageiros chegados da Europa usufruírem de rápidas
e eficientes ligações para mais de 50 destinos na América Latina e
nas Caraíbas, designadamente para as mais importantes cidades
daquela região. Analogamente, os passageiros latino-americanos
passam agora a beneficiar de mais opções de voos para o continente europeu viajando com a TAP a partir do seu Hub de Lisboa.
Pedro Heilbron, CEO da Copa Airlines, referiu que «este importante acordo entre a Copa Airlines e a TAP Portugal é ideal para
que a nossa companhia continue a crescer na Europa. Esta cooperação beneficiará significativamente os nossos passageiros, uma
vez que a rede de ligações entre a Europa e a América Latina será
reforçada com serviços de categoria mundial e uma experiência
de viagem consistente e de qualidade através do Hub das Américas da Copa Airlines na cidade do Panamá».
Já depois deste acordo, foi conhecido o resultado do processo de
privatização dos 61% do capital da TAP, com o governo português
a escolher o consórcio Gatteway, liderado pelo português Humberto Pedrosa e pelo americano-brasileiro David Neeleman, que
prometem um investimento global superior a 600 milhões de euros, no qual está previsto a aquisição de 53 aviões. ‹
Lisbon South Bay
apresentado na Margem Sul
A Baía do Tejo e os responsáveis dos municípios do Barreiro, Seixal e Almada,
apresentaram o novo Plano de Marketing
Territorial para o Arco Ribeirinho Sul,
conferindo a todo este espaço territorial
junto à margem sul do Tejo com o nome
de Lisbon South Bay.
Para o presidente da Baía do Tejo, Jacinto
Pereira, o espaço do Arco Ribeirinho do
Tejo mostra desta forma que está vivo,
bem como sublinha o forte potencial de
desenvolvimento dos territórios abrangidos na margem sul do Tejo, nomeadamente os parques empresariais do Barreiro e
42 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
do seixal, bem como a Cidade da Água
(antigo espaço dos estaleiros da Lisnave),
em Almada. Para o responsável pela empresa gestora dos três territórios, o propósito passa por construir uma «visão capaz
de afirmar estes territórios no plano nacional e internacional, aumentando a sua
atractividade através da valorização daqueles que são os seus factores distintivos
e competitivos». Ainda segundo Jacinto
Pereira, a marca Lisbon South Bay sublinha uma «identidade comum e constitui
um polo de atracção para os visitantes e
investidores nacionais e internacionais,
porque queremos construir uma região de
referência à escala internacional».
À margem da apresentação deste estudo,
o presidente da Câmara do Barreiro,
Carlos Humberto, referiu que já foi
aberto um concurso público internacional
para o Estudo de Impacte Ambiental e
Estudo prévio sobre o novo terminal de
contentores de Lisboa, e que está previsto
construir no concelho do Barreiro. A
Bruxelas também já foi apresentada
uma candidatura no valor de 6 milhões
de euros para desenvolver os estudos e
promover a actividade portuária. ‹
Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 43
› TURISMO
Joel Pais, Administrador dos Casinos do Algarve
Algarve é cada vez
mais um destino
turístico de eleição
na Europa
O Grupo Solverde chegou à gestão dos casinos do Algarve em 1996, e apesar de anos
conturbados entre 2009 e 2012, os resultados são bastante positivos, assegura nesta
entrevista à País€conómico o seu administrador residente, Joel Pais. O gestor critica as
condições que o Estado obrigou os casinos da região para renovar a licença da concessão,
pois mesmo em anos de diminuição de receitas, ainda assim, o contrato obriga o
concessionário a aumentar o dinheiro entregue ao Estado. Mas, a partir de 2013, com a
retoma económica que chegou ao país e ao Algarve, os casinos da região voltaram aos
bons resultados económicos, com uma estrutura humana mais adequada à realidade
dos novos tempos, «mas sempre com a prestação de um serviço de elevada qualidade e
sofisticação», salvaguarda Joel Pais. O gestor, que vive há muitos anos em Vilamoura e é
um conhecido apaixonado pela prática do golfe, acredita que o Algarve é dos melhores
destinos turísticos da Europa e sublinha que embora «os tempos melhores não tenham
O
ainda voltado, mas os tempos de esperança já voltaram», sublinha.
TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS
s bons tempos estão a voltar à
economia do Algarve, e quando
assim é, todos os sectores económicos da região, e porque não também do
país, voltam a animar e a beneficiar dessa
retoma. Os Casinos do Algarve também
não fogem a esse cenário positivo tem
estado imbuídos nos resultados alcançados pela empresa do grupo Solverde que
gere os três casinos existentes no Algarve,
respectivamente, Portimão, Vilamoura e
Monte Gordo.
O Grupo Solverde chegou ao Algarve em
1996, ano em que passou a gerir os três
casinos e o próprio Hotel Casino, a unidade hoteleira de cinco estrelas construída
em 1996 em Portugal, no espectacular
cenário sobranceiro à famosa Praia da
Rocha. Joel Pais, o já histórico administrador dos Casinos do Algarve recebeu a
44 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
País€conómico no magnífico cenário
do Casino de Vilamoura, um edifício de
extrema elegância e inserido na zona mais
nobre de um dos locais mais singulares do
turismo do Algarve e de Portugal.
Joel Pais recorda que o grupo que detém o
Casino de Espinho chegou num momento
de arranque de um período de forte crescimento económico do Algarve, em que
os três casinos sob a alçada da empresa
beneficiaram dessa fase positiva. «Foi praticamente uma década de crescimentos
significativos das nossas receitas, sempre
a dois dígitos, que chegou em alguns desses anos a ultrapassar os vinte por cento, e
que se prolongou praticamente até 2007,
embora 2008 ainda tenha sido um ano
positivo, embora já em menor escala do
que os anos anteriores. Mas, recorda-se
certamente, que ainda no ano de 2008
surgiu a crise do subprime nos EUA e que
depois alardeou à Europa. O investimento no imobiliário acabou e o Algarve foi
fortemente atingido e toda a economia
aqui existente ressentiu-se desse embate
negativo. Até porque, como é conhecido,
a economia do Algarve assenta muito no
desenvolvimento do turismo, da imobiliária turística, e até o golfe, que durante
muitos anos ajudou a amortecer os tradicionais efeitos da sazonalidade na região,
também foi obviamente atingido pela crise do subprime americano e europeu.
A reestruturação necessária
nos casinos
O responsável pelos casinos de Vilamoura, Portimão e Monte Gordo, recorda
igualmente que os casinos sob gestão da
empresa viu drasticamente diminuídas
Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 45
› TURISMO
as receitas durante quatro anos, precisamente entre 2009 e 2012, «em alguns desses anos também com uma diminuição
na ordem dos dois dígitos», salienta Joel
Pais. O administrador lembra também
que «por volta de 2006 comecei a pensar
que essa fase de grandes aumentos anuais
contínuos não iria durar eternamente, e
que convinha começar um processo de
reestruturação na empresa gestora dos casinos do Algarve. Essa reestruturação foi
empreendida e implementada sobretudo
a partir de 2009, onde recordo que nos períodos altos da actividade chegámos a ter
720 colaboradores, e no presente temos
um número médio de colaboradores para
os três casinos de cerca de 420 pessoas.
Nas chamadas épocas altas chegamos a
atingir as 460 ou 470 pessoas, mas não
passamos desse número. E sublinho que
conseguimos com este número manter
todos os serviços de alta qualidade que é
apanágio dos casinos do Algarve. Isso é
ponto de honra nesta casa, e por isso os
resultados desde 2013 têm sido crescentemente positivos», enfatizou Joel Pais.
Entretanto, se é certo que os resultados
voltaram a terreno positivo em 2013, «e
foram reforçados em 2014», como sublinha Joel Pais, ainda assim, o gestor não
esquece do quanto os contratos assinados
pelo concessionário dos casinos no Algarve e o Estado português «e extremamente injusto e iníquo, pois nesse contrato é
estabelecido uma contrapartida mínima
que temos de pagar de 35%, mas também
está estabelecido que além da actualização conforme os aumentos anuais da taxa
de inflação, também prevê um aumento
anual de 2% a pagar ao Estado, independentemente da evolução das receitas obtidas nos casinos. Isso não redunda em
prejuízo caso haja aumento anual dos
resultados acima dos referidos 2%. Acontece, quando surgem anos de diminuição
de resultados, e isso aconteceu-nos durante quatro anos, e com decréscimos muito
significativos, ainda assim, tivemos de
pagar como se tivéssemos resultados de
crescimento. Isto é profundamente incorrecto e iníquo. Reclamámos e esperamos
que as coisas venham a mudar no futuro»,
espera Joel Pais.
Por outro lado, o gestor identifica uma
causa para os bons resultados obtidos nos
três casinos do Algarve e que passa «por
termos uma gestão integrada entre os três
casinos, onde as pessoas podem prestar
serviço em qualquer um dos casinos que
temos na região. Como referi anteriormente, diminuímos significativamente o
número de colaboradores, reduzindo de
uma média de 680 colaboradores para
uma média no presente de 420 colaboradores, mas garantimos quantitativa e
qualitativamente os serviços que prestamos aos nossos milhares de clientes que
demandam todos os anos os casinos de
Vilamoura, Portimão e de Monte Gordo».
Hotel Casino em Portimão
com excelentes resultados
Para além da actividade dos três casinos,
o de Portimão integra-se no histórico Hotel Casino, originariamente fundado em
1966, «e que sob a nossa gestão tem registado um crescimento contínuo, mesmo
nos anos recentes mais difíceis, em que
as receitas globais e as receitas por quarto aumentaram. Temos muito orgulho no
trabalho e na performance que conseguimos na gestão desse magnífico hotel que
gerimos em Portimão, apesar de todas as
atitudes e desmandos que naquela zona
da Praia da Rocha foram praticados, e que
em vários casos diria mesmo que foram
acções criminosas e que degradaram uma
zona balnear e turística fantástica do nosso país. Ainda assim, e apesar de tudo isso,
crescemos em Portimão e afirmamos a excelência das nossas estruturas e serviços
que ali prestamos», referiu com alguma
mágoa e irritação Joel Pais, sem deixar
de puxar pelo orgulho do «excelente trabalho desenvolvido em prol do turismo
de Portimão e da região pela Solverde»,
lembrando o apoio desde «a primeira
hora ao desenvolvimento do Autódromo
de Portimão, uma excelente estrutura que
não tem sido nada acarinhada nem pelo
Turismo de Portugal e nem por muitas au-
46 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
toridades deste país», lamentou o gestor
dos Casinos do Algarve.
Mas, os tempos actuais são de esperança,
pois «nesta altura não podemos propriamente dizer que os tempos melhores voltaram, mas podemos certamente afirmar
que os tempos de esperança voltaram»,
sublinha Joel Pais, lembrando que os investimentos voltaram à região, mostrando-se muito satisfeito, «apesar de não conhecer os pormenores do projecto», com
o anunciado investimento de um fundo
norte-americano no célebre projecto “Vilamoura XXI”, bem como pelos resultados «bastante positivos da chegada dos
vistos gold e do interesse que os seniores
franceses que através de uma fiscalidade
muito favorável tem tido para investirem
na aquisição de habitação em Portugal, e
muito principalmente no Algarve», menciona o gestor.
«O Algarve é a localização mais
privilegiada da Europa. O tempo, o mar,
a gastronomia, o melhor destino de golfe
da Europa, a atitude frendly de receber os
turistas, as fortes e fáceis ligações aéreas
da região às principais capitais europeias,
onde temos um excelente aeroporto, tudo
isso, repito, confere ao Algarve não diria o
‘toque de midas’, mas as condições ideais,
direi mesmo, fantásticas, para constituir
cada vez mais o destino mais interessante
e de maior segurança e beleza na Europa»,
finaliza Joel Pais. ‹
Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 47
› INTERNACIONALIZAÇÃO
Carlos Vinhas Pereira
Presidente da Câmara de Comércio
e Indústria Franco-Portuguesa
Salão do Imobiliário e
do Turismo Português
em Lyon, um exemplo
de um novo mercado
no mesmo País
Q
uando em setembro de 2012 a Câmara de Comércio e
Indústria Franco-Portuguesa concretizou a primeira edição do Salão do Imobiliário e do Turismo Português em
Paris, estávamos longe de imaginar que apenas três anos mais tarde, chegaríamos ao topo da preferência dos seniores (aqueles que
contam mais de 50 anos) franceses como destino para prosseguirem os seus projectos de vida. Marrocos, que até então ocupava
esta posição há largos anos, parecia um concorrente inabalável,
por vários factores: os naturais, o clima e a proximidade geográfica; os sociais, a francofonia e a calma social; os económicos, o
preço do imobiliário, o poder de compra e as vantagens fiscais.
Associado aos factores pré-citados, um forte investimento em promoção multicanal premium em França, quer no domínio turístico
quer no domínio imobiliário, (que faz o nosso corar) e um compromisso forte da parte dos seus governantes, nunca indiciaria
que pudéssemos almejar o que alcançamos, particularmente em
tão pouco tempo. Desengane-se quem considera que o Presidente
Hollande é o nosso benfeitor. Que o fluxo de franceses interessados no nosso país resulta de decreto afixado no Palácio do Eliseu
48 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
que impele os franceses a procurar terras lusas em reconquista
de poder de compra e de optimização fiscal. Aos que acreditam,
apenas tenho a dizer que a puerilidade não se coaduna com as exigências e a complexidade da globalização e da gestão de negócios
internacionais dos dias de hoje. Às empresas e empresários que
se sentem players internacionais por fazerem uma campanha de
google ads, eu convido a visitar primeiro que tudo os mercados
onde estão a publicitar. O Salão do Imobiliário e do Turismo Português em Paris teve
a felicidade de surgir num contexto de convulsões no norte de
Africa dirão uns. Teve a vantagem de ver surgir uma legislação
fiscalmente sedutora para a atracção de não residentes dirão outros. Recordo que pelo facto de o vento estar a nosso favor não
quer necessariamente dizer que o consigamos aproveitar. O Salão resulta de uma grande aposta, audaz e corajosa apoiada em
parceiros comprometidos com o sucesso do sector, e da internacionalização do mesmo. Resulta de acreditarmos no potencial de
Portugal e de o combinarmos com as expectativas dos franceses.
Resulta de pensarmos grande e em grande. Resultado da quarta
edição parisiense, no mês passado : 15.152 visitantes em três dias.
Ainda sem a análise concluída o SIPP Paris assistiu a um ligeiro
aumento de interesse por parte dos portugueses residentes em
França, mais esclarecido que ficou o facto de o RNH (Residentes
Não Habituais) também se aplicar a eles. Lisboa foi o destino mais
procurado e o Porto, como se previa ganhou espaço na preferência dos franceses.
A confirmar a tendência do ano passado, o número de investidores profissionais, ou mesmo o número de investidores particulares, em busca de aplicações atractivas em termos de rentabilidade
aumentou.
Próxima etapa de promoção portuguesa
em França: Lyon
Este ano todavia, a grande novidade do SIPP chama-se SIPP Lyon,
que se realizará esta semana no Centro de Congressos de Lyon. O
PIB da região de Lyon equivale ao PIB de Portugal inteiro cerca de
195 mil milhões Euros, colocando a região no segundo lugar do
ranking económico francês.
As nossas expectativas apontam para 5.000 visitantes que virão
descobrir as oportunidades e propostas que cerca de 50 expositores terão para lhes apresentar. Consideramos que o Algarve será
a região que sairá com mais adeptos de Lyon, por precisamente
oferecer aquilo que os habitantes da região têm de fazer largos
quilómetros para obter: Praias!
Com as terceiras regiões económicas de França e da Suíça (Cantão
de Genebra) como vizinhas era para nós evidente o potencial do
SIPP Lyon para o imobiliário e para a economia portuguesa. Uma
palavra para a campanha de comunicação que atinge cerca de 35
milhões de pessoas em França, que tem permitido estarmos há 1
mês inteiro intensamente a promover Portugal, e materializarmos
essa promoção em dois locais separados por 500 Km de distância,
fazendo deste o maior evento comercial exclusivamente português de sempre em França. ‹
Garvetur marcou presença em Paris
A Garvetur, uma das empresas mais importantes no Algarve na
área da promoção imobiliária, esteve presente no recente Salão
do Imobiliário Português em Paris, uma iniciativa da Câmara de
Comércio e Indústria Franco-Portuguesa. Reinaldo Teixeira, administrador da Garvetur, no final do certame, referiu que este «foi
um êxito, ao impulsionar a notoriedade de Portugal, num mercado tão competitivo como o francês».
A Garvetur e a Preditur ocuparam o stand 58 entre os 180 presentes em Paris.
Ainda segundo o responsável da Garvetur, «embora o nosso
país se encontre no topo dos destinos escolhidos pelos seniores
franceses para aquisição de habitação fora de França, muitos dos
clientes consideraram necessário um reforço das acessibilidades
aéreas entre o seu país e Portugal», sublinhou. ‹
Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 49
› A FECHAR
Lúcios constrói
fábrica para
produção
de energia
eólica
A construtora Lúcios foi escolhida para a
construção de um pavilhão industrial na
Maia, destinado ao fabrico e manutenção
de aerogeradores para a produção de energia eólica. Propriedade da metalomecânica
Sermec, esta obra, orçada em cerca de dois
milhões de euros, possuirá uma área de
4.500 metros quadrados, e vai contemplar
também a zona de escritórios da empresa.
A conclusão da obra está prevista para Novembro deste ano, possibilitando então a entrada da Sermec no segmento das energias
renováveis.
Segundo Luís Machado, administrador da Lúcios, «esta é a primeira obra
que desenvolvemos para fins ligados às
energias renováveis, pelo que estamos
muito satisfeitos com este novo projeto
industrial, sendo de salientar a confiança
depositada pela Sermec no nosso trabalho».
A Lúcios registou no ano passado em
Portugal um volume de negócios de 54
milhões de euros, sendo que a reabilitação urbana representou 40 a 45% das
obras.
Para o presente ano, a construtora prevê
que a faturação atinja os 57 milhões de
euros. ‹
Vivafit no
Cazaquistão
Azeite da Casa
Anadia no Japão
A Vivafit assinou em Junho um contrato para a abertura do
primeiro ginásio no Cazaquistão, que se prevê já em Agosto
na cidade de Atyrao. O acordo foi estabelecido na sede da
Aicep Portugal Global entre o CEO da Vivafit, Pedro Ruiz, e
o empresário cazaque Lev Gudimenko. Assistiram ao acto o
administrador da Aicep, pedro pessoa e Costa, bem como o
representante do Cônsul Honorário do Cazaquistão.
A Vivafit é uma marca portuguesa de ginásios para mulheres,
tendo já um portfólio de 60 ginásios em Portugal, Índia, Singapura, Indonésia, Taiwan, Emirados Árabes Unidos, Uruguai,
Omã e Espanha, preparando-se este ano para entrar nos restantes países do Golfo Arábico, bem como no espaço europeu,
começando pela Polónia. ‹
O azeite da Casa Anadia está armazenado no Japão num espaço
muito raro e antigo, construído há mais de 100 anos. O Okura
– assim se designa – foi utilizado no passado para guardar produtos alimentares como arroz e tem uma janela muito reduzida,
assim como uma porta muito estreita. O Okura é assim o lugar
ideal para guardar azeite porque o ambiente nem é muito frio,
nem muito quente, e é escuro. Fazendo jus a toda a sua história
centenária, a Casa Anadia consegue manter também tradição
além-fronteiras. Agora adaptada e enraizada na história e cultura
japonesa. De referir que o mercado nipónico apresenta um
potencial de elevado desenvolvimento no segmento de azeites
premium, pelo que a aposta da marca portuguesa no Japão faz
todo o sentido. ‹
SUMA ganha contrato em Omã
A SUMA, empresa participada da Mota-Engil para o sector do ambiente, ganhou
um contrato de cerca de 67,6 milhões de
euros em Omã, para liderar a operação
de gestão de resíduos na província de Al-Sharqyia Sul. De acordo com a empresa
portuguesa, “a SUMA aprofunda a sua
presença neste mercado, com um contra-
50 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
to de longa duração, dando seguimento à
estratégia de internacionalização desencadeada em 2008, promovendo a internacionalização do seu ‘know how’ e conhecimento especializado na área da gestão
integrada de resíduos”. O contrato para
a gestão da província de Al-Sharqyia Sul
terá a duração de sete anos, com uma pos-
sibilidade de extensão por mais dois anos.
Recorde-se que já em Janeiro do corrente
ano, a SUMA venceu um concurso para
encerramento de seis lixeiras na província
de Al-Dakhliyah, com um valor de cerca
de dois milhões de euros. Omã é o sexto
mercado internacional da empresa participada da Mota-Engil. ‹
Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 51
› HEAD
52 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015
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Iceblock é uma referência na reabilitação urbana