PARQUES TECNOLÓGICOS
NO BRASIL
Estudo, Análise e Proposições
Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
PARQUES TECNOLÓGICOS NO BRASIL
Estudo, Análise e Proposições
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Apresentação
A Política de Desenvolvimento Produtivo – PDP, lançada em maio 2008, configurou-se
em um i mportante m arco par a a so ciedade br asileira ao se r g erada a par tir de uma
conjuntura sócio-econômica onde a agenda desenvolvimentista é retomada e marcada
pela elaboração de políticas abrangentes, coordenadas e integradas entre os diversos
agentes do governo e o setor produtivo.
Com a estabilização sustentável da economia, reconhecida com a elevação do Brasil à
categoria de gr au de i nvestimento, o P aís passa a apresentar co ndições reais de
promover uma mudança significativa em seus meios de produção de modo a alterar
seu pat amar co mpetitivo f ace aos principais fornecedores mundiais de bens e
serviços.
A estagnação econômica dos últimos trinta anos inviabilizou o financiamento e o
fomento a at ividades agregadoras de v alor aos produtos e se rviços ofertados pelo
setor produtivo nacional. Enquanto o Brasil buscava superar seus desafios
econômicos, instituíam-se no m undo os pilares que pr opiciaram o s urgimento da
sociedade do co nhecimento, onde a agr egação de v alor a se rviços, pr odutos e
processos produtivos ocorria mediante uma mudança comportamental do setor
produtivo catalisada pelo estímulo a atividades inovadoras.
A PDP, ar ticulada co m out ros programas governamentais de grande r elevância
estratégica, tais como o P lano de A celeração do C rescimento – PAC, o P lano de
Desenvolvimento da Educação – PDE, o Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e
Inovação – PACTI, e o Mais Saúde, busca m obilizar i nvestimentos estruturantes de
longo prazo. Inclui-se aí o desenvolvimento e adequação da infra-estrutura nacional de
ciência e t ecnologia pa ra apoi o e a pr estação de se rviços tecnológicos ao se tor
produtivo, o que implica na avaliação e discussão do tema “Parques Tecnológicos”.
A PDP tem por mote “inovar e i nvestir para sustentar o crescimento”. É mais do que
necessário o debat e do t ema P arques Tecnológicos, um a v ez q ue en contramos no
mundo i mportantes exemplos desses instrumentos como al avancadores do
desenvolvimento t ecnológico e , a té mesmo, d a m udança eco nômica de r egiões e
países. T emos hoje n o B rasil mais de ci nco dezenas de pr ojetos de P arques
Tecnológicos, mas ainda pouco s casos de em preendimentos consolidados. Faz-se
necessário t anto i dentificar os elementos que poderão potencializar a co nsolidação
dos Parque T ecnológicos no B rasil co mo trazer à l uz pr opostas para as políticas
públicas relativas ao tema. Vele lembrar que, além das fundamentais ações do MCT e
seus órgãos vinculados nesse ca mpo, not a-se o su rgimento recente de relevantes
iniciativas e programas estaduais relativos ao assunto.
Por definição, os Parque Tecnológicos têm como atividade fim prover ao setor
produtivo os serviços, a infra-estrutura e o capital humano adequados à realização de
atividades inovadoras. Este modelo permite concentrar, conectar, organizar, articular,
implantar e promover a execução de pr ocedimentos inovadores de modo a per mitir a
criação de uma “indústria do co nhecimento” agregadora de conteúdo tecnológico e
inovação.
O presente trabalho, realizado em conjunto pela ABDI e ANPROTEC parte do
reconhecimento da importância dos Parques Tecnológicos como agentes indutores de
inovação, garantindo o aumento de emprego e renda no setor produtivo e favorecendo
a ex portação e i nternacionalização de empresas. Trata-se de u m pr ojeto que foi
iniciado em 2007 e que aborda o cenário de Parques Tecnológicos no Brasil e no
mundo. Além disso, apresenta uma visão sistêmica deste modelo à luz das atuais
políticas públicas, buscando traçar uma visão e uma perspectiva estratégicas para a
difusão e consolidação dos Parques Tecnológicos brasileiros.
O conteúdo aqui apresentado foi elaborado ao longo de 2007 e 2008 e debatido em
inúmeros fóruns e instâncias. O tema é abrangente e amplo foi o leque de
interlocutores com os quais se dialogou a respeito. Incluem-se aí muitas organizações
públicas e privadas, tais como Abvcap, ANPEI, Anprotec, Apex, BB, BNDES, CAPES,
CEF, CERTI, CGEE, C NI, C NPq, Confap, C onsecti, CRUB, FAPESP, Finep, For tec,
IBQP, Inmetro, IPEA, MBC, MDIC, MRE, Protec e Sebrae, entre outras.
Particularmente, v ale d estacar o diálogo pr ofícuo co m o M CT, co ordenador do
Programa N acional de I ncubadoras e P arques Tecnológicos (PNI), o q ual f oi
fundamental para que os trabalhos pudessem ser orientados a temas específicos de
relevância para a agenda pública.
O presente documento apresenta uma análise crítica do m odelo demonstrando que o
instrumento “Parque Tecnológico” já é uma ferramenta mundialmente consolidada na
articulação e consolidação de plataformas de desenvolvimento de ciência e tecnologia
e par a o su rgimento de em presas inovadoras. O B rasil possu i hoj e um co njunto de
políticas arrojadas e se encontra em momento propício para alavancar seu sistema de
Parques Tecnológicos, contribuindo para alavancar o d esenvolvimento eco nômico e
fortalecer a capacidade de inovação nacionais.
Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
ÍNDICE
1 Apresentação........................................................................................................
2 Sumário Executivo .............................................................................................. 4
2.1 Uma Alavanca para o Desenvolvimento .................................................................. 4
2.2 Motivo, caminho e alvo ............................................................................................ 4
3 Visão Sistêmica do Projeto ................................................................................ 6
3.1 Módulos do Projeto....................................................................................................7
4 Cenário Brasileiro de Parques Tecnológicos ................................................... 8
3.1
3.2
3.3
3.4
3.5
Histórico dos Parques no Brasil ............................................................................... 8
Razões para o crescimento do número de projetos ................................................. 8
Principais conclusões sobre o cenário dos Parques Tecnológicos no Brasil ............ 8
Desafios para os Parques Tecnológicos no Brasil ................................................... 9
Perfil “típico” dos Parques Tecnológicos no Brasil ................................................. 10
5 Cenário Internacional dos parques ................................................................. 11
4.1
4.2
4.3
4.4
Parques Tecnológicos no mundo........................................................................... 11
Destaques identificados na experiência mundial ................................................... 12
“Gerações” de Parques Tecnológicos .................................................................... 12
Parques Tecnológicos & Desenvolvimento Nacional/Regional .............................. 13
6 Taxonomia: Estratégia de Organização .......................................................... 14
5.1
5.2
5.3
5.4
Importância de uma Taxonomia............................................................................. 14
Estrutura Básica da Taxonomia ............................................................................. 14
Taxonomia & Estratégia de Desenvolvimento & Políticas Públicas ........................ 16
Elementos para Caracterização e Classificação .................................................... 16
7 Visão de Futuro dos Parques Tecnológicos .................................................. 18
6.1 Novos tempos, novos desafios.... novo posicionamento ........................................ 18
6.2 Novo posicionamento ... novas funções................................................................. 19
6.3 “DNA” dos Parques Tecnológicos de sucesso no futuro ........................................ 19
8 Proposições de Políticas Públicas .................................................................. 21
7.1 Cenário Nacional e Internacional + Taxonomia + Visão de Futuro = Políticas
Públicas ........................................................................................................................... 21
7.2 Princípios, Declarações e Diretrizes ...................................................................... 22
7.3 Arcabouço Jurídico ................................................................................................ 23
7.4 Sistema Nacional de Parques Tecnológicos .......................................................... 23
9 Programa de Apoio a Parques Tecnológicos ................................................. 24
8.1 Linha de Apoio para o Desenvolvimento e Inovação de PqTs ............................... 24
8.2 Linha de Apoio à Implantação Física de PqTs ....................................................... 24
8.3 Linha Apoio a Projetos Mobilizadores “Âncoras” de C&T&I ................................... 25
10 Programa de Apoio a Empresas instaladas em Parques .............................. 26
9.1 Linha de Apoio para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação ................................ 26
9.2 Linha de Apoio para Infra-estrutura Predial e Laboratorial de empresas de PqTs . 26
9.3 Linha de Apoio para estímulo ao Investimento Privado ......................................... 27
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
11 Governança e Ações Básicas permanentes do SINAPTI .............................. 28
10.1 Governança do Sistema Nacional da Apoio a PqTs .............................................. 28
10.2 Ações Básicas permanentes ................................................................................. 28
12 Conexão com Programas de Governo e da Sociedade ................................. 30
11.1 Visão sistêmica e integrada ... . ............................................................................. 30
13 Agenda de Trabalho para implementação imediata ...................................... 32
12.1 Ações Estruturantes .............................................................................................. 32
12.2 Ações de Qualificação ........................................................................................... 32
12.3 Ações de Articulação ............................................................................................. 33
12.4 Ações Operacionais............................................................................................... 34
14 Considerações finais ........................................................................................ 35
13.1 Política Pública Inovadora ..................................................................................... 35
13.2 Estimativa de Investimentos e Resultados ............................................................. 35
13.3 Mensagem Final .................................................................................................... 36
15 ANEXO 1 ............................................................................................................ 37
16 ANEXO 2 ............................................................................................................ 38
17 ANEXO 3 ............................................................................................................ 39
18 ANEXO 4 ............................................................................................................ 40
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
1 Sumário Executivo
1.1 Uma Alavanca para o Desenvolvimento
Empresas Intensivas em Tecnologia constituem a base da nova “sociedade do
conhecimento” e atuam como verdadeiros “aditivos” e “catalisadores” dos demais setores da
economia.
Parques Tecnológicos têm como missão prover a “inteligência”, a infra-estrutura e os
serviços necessários ao crescimento e fortalecimento das empresas intensivas em
tecnologia.
Trata-se de um modelo de concentração, conexão, organização, articulação, implantação e
promoção de empreendimentos inovadores visando fortalecer este segmento dentro de uma
perspectiva de globalização e desenvolvimento sustentável.
Os Parques Tecnológicos brasileiros devem contribuir de forma relevante para consolidar a
formação de uma forte e competitiva “indústria do conhecimento” bem como para agregar
tecnologia e inovação ao setor industrial, agrícola e de serviços já estabelecidos.
1.2 Motivo, caminho e alvo
Principais razões que levaram à realização do projeto pela ABDI e ANPROTEC:
 Percepção da importância e do papel dos Parques Tecnológicos
 Aumento vertiginoso do número de projetos em desenvolvimento no país
 Interesse crescente nos âmbitos político, acadêmico e empresarial
 Demanda por diretrizes e políticas públicas consistentes e relevantes
 Oportunidades extraordinárias geradas no contexto do PAC – Programa de Aceleração
do Crescimento, da PDP – Política de Desenvolvimento Produtivo e Plano de Ação de
C&T&I.
Dados internacionais que inspiram e estimulam:
 Mais de 1500 Parques Tecnológicos operando em todo o mundo
 Nas experiências bem sucedidas de PqTs em países desenvolvidos, as empresas
instaladas em PqTs geram em média U$ 2,50 de receita anual para cada U$ 1,00
investido na implantação do Parque
 Nos países emergentes esta taxa é de cerca de U$ 1,50 de receita anual para cada U$
1,00 de investimento inicial
 Tanto em países desenvolvidos como nos emergentes, os casos de sucesso de PqTs
envolveram investimentos públicos e privados numa taxa de 1:1
 O custo de geração de um posto de trabalho em uma empresa instalada num PqT
varia entre U$ 20 mil/emprego a U$ 30/emprego
 O investimento público de países desenvolvidos e emergentes na implantação inicial
de PqTs varia entre U$ 50 a U$ 100 milhões. Ao longo do processo de implantação, os
investimentos públicos e privados ultrapassam a marca de U$ 1 bilhão, gerando
empregos e impostos correspondentes
Medidas necessárias para desenvolver os PqTs no Brasil
 Formalizar e aplicar uma Taxonomia que permita orientar, qualificar e priorizar os
projetos de PqTs no país
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
 Estruturar e implantar um Sistema Nacional de Parques Tecnológicos, com
governança representativa e eficaz, programas de apoio consistentes e estáveis,
definição de portfólio de projetos prioritários e aporte significativo de recursos para
investimentos, visando:
 Definir a estratégia de implantação de PqTs no país
 Estruturar Programas de Apoio à implantação de PqTs e ao desenvolvimento de
empresas instaladas em parques
 Direcionamento dos PqTs brasileiros no sentido de se consolidarem como
instrumentos de apoio a programas estratégicos do país como o PAC, a PDP e o
Plano de C&T&I
 Lançar um Programa de Apoio a Parques Tecnológicos para investimento ou
financiamento público em atividades de:
o Execução dos Projetos Técnicos e Econômicos de PqTs
o Implantação da infra-estrutura dos PqTs
o Desenvolvimento de Projetos Mobilizadores de C&T&I nos PqTs
 Lançar um Programa de Apoio a Empresas instaladas em PqTs, contemplando
investimentos públicos em atividades:
o Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação nas Empresas
o Infra-estrutura física e laboratorial
o Estímulo ao investimento em PqTs e empresas de Parques por parte do
mercado financeiro e de outros potenciais investidores privados
 Mobilizar agentes do Governo Federal, especialmente a FINEP e o BNDES, no sentido
de se tornarem protagonistas neste processo de investimento e financiamento à
implantação dos PqTs e ao desenvolvimento das empresas
 Articular outros agentes de apoio do Governo Federal, como ABDI, CNPq, APEX, e
dos Governos Estaduais, como Fundações de Apoio a Pesquisa, visando estabelecer
uma ação coordenada e sinérgica nesta área
 Atrair e incentivar a participação privada no desenvolvimento e consolidação dos PqTs
do país.
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
2 Visão Sistêmica do Projeto
“Parques Tecnológicos são complexos de desenvolvimento econômico e tecnológico que
visam fomentar economias baseadas no conhecimento por meio da integração da pesquisa
científica-tecnológica, negócios/empresas e organizações governamentais em um local
físico, e do suporte às inter-relações entre estes grupos. Além de prover espaço para
negócios baseados em conhecimento, PqTs podem abrigar centros para pesquisa científica,
desenvolvimento tecnológico, inovação e incubação, treinamento, prospecção, como
também infra-estrutura para feiras, exposições e desenvolvimento mercadológico. Eles são
formalmente ligados (e usualmente fisicamente próximos) a centros de excelência
tecnológica, universidades e/ou centros de pesquisa. (UNESCO e IASP)”.
Esta definição foi o ponto de partida para um projeto de ESTUDO, ANÁLISE e
PROPOSIÇÕES que começou a ser desenvolvido a partir de uma percepção unânime de
que o tema “Parques Tecnológicos” enfrenta uma situação muito peculiar dentro do cenário
dos programas e estratégias de desenvolvimento econômico e tecnológico praticados pelo
país nos últimos anos.
Trata-se de um tema que possui “apoiadores e críticos”, “convictos e desconfiados”,
“praticantes e teóricos”. Esta diversidade de pensamento surge nos mais diversos
ambientes: do setor empresarial ao acadêmico, do executivo ao legislativo, do âmbito
federal ao municipal. Enquanto isso, a taxa de novos projetos e propostas continua
crescendo de forma vertiginosa: dos cerca de 10 projetos existentes no início de 2000 já são
mais de 60 no final de 2007. Em meio a este ambiente efervescente, é natural que o
movimento de PqTs se encontre numa verdadeira “encruzilhada” diante de questões como:
 PqTs realmente podem se consolidar como uma alternativa adequada para o
desenvolvimento de empresas intensivas em conhecimento ou “apenas mais uma
moda”?
 Se considerarmos que se trata de uma alternativa interessante, quantos PqTs o país
comporta?
 O Governo deve realizar investimentos significativos na implantação de alguns PqTs
com potencial de grande sucesso ou pulverizar recursos em inúmeros projetos?
 Há necessidade de aplicação de recursos públicos ou é possível viabilizar um
programa de PqTs baseado somente no investimento privado?
 O que outros países fizeram ou estão fazendo nesta área?
 O Brasil tem potencial e capacidade empresarial e de C&T&I para desenvolver um
programa significativo de PqTs?
Questões como estas levaram à realização do projeto “Parques Tecnológicos - Estudo,
Análise e Proposições”, cujo resultado é apresentado de forma executiva neste documento.
2.1 Módulos do Projeto
A figura abaixo ilustra as principais etapas do projeto “Parques Tecnológicos - Estudo,
Análise e Proposições”, desenvolvidas ao longo de cerca de um ano de pesquisas,
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
entrevistas e reuniões de trabalho com lideranças e especialistas. Cada um dos quatro
primeiros Módulos possui um objetivo muito bem definido no sentido de contribuir com a
geração do Módulo V, que se constitui no resultado final esperado para o projeto.
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
3 Cenário Brasileiro de Parques Tecnológicos
3.1 Histórico dos Parques no Brasil
O tema “Parques Tecnológicos” começou a ser tratado no Brasil a partir da criação de um
Programa do CNPq, em 1984, para apoiar este tipo de iniciativa.
A falta de uma cultura voltada para a inovação e o baixo número de empreendimentos
inovadores existentes na época fizeram que os primeiros projetos de parques tecnológicos
acabassem dando origem às primeiras incubadoras de empresas no Brasil. Este movimento
cresceu rapidamente e hoje conta com mais de 400 incubadoras em todo o país,
envolvendo mais de 6000 empresas inovadoras geradas a partir de incubadoras,
universidades e centros de pesquisa.
A partir de 2000, a idéia de Parques Tecnológicos voltou a se fortalecer como alternativa
para promoção do desenvolvimento tecnológico, econômico e social, chegando atualmente
a um número de cerca de 60 projetos, entre iniciativas em fase de operação, implantação ou
planejamento.
3.2 Razões para o crescimento do número de projetos
O crescimento acentuado do número de projetos de parques no país deve-se,
essencialmente, a um conjunto de fatores que atuam de forma integrada:
 Fortalecimento da consciência dos atores de governo acerca da importância da
inovação para o desenvolvimento sustentável e crescimento econômico do país
 Aumento significativo do número de empresas interessadas em se instalar em
Parques Tecnológicos - empresas geradas ou graduadas em incubadoras, empresas
multinacionais de tecnologia e empresas nacionais determinadas a fortalecer suas
unidades de P&D
 Experiência bem sucedida de países como Espanha, Finlândia, França, Estados
Unidos, Coréia, Taiwan, entre outros, que estão investindo de forma consistente
neste mecanismo
 Necessidade de governos estaduais e municipais identificarem novas de estimular o
crescimento e direcionar o desenvolvimento de suas regiões.
3.3 Principais conclusões sobre o cenário dos Parques
Tecnológicos no Brasil
O estudo da situação dos Parques Tecnológicos no Brasil foi realizado ao longo de
2007,com resultados apresentados em 2008 e 2009, gerando um conjunto de informações
das quais destacam-se:
 55 Parques Tecnológicos foram pesquisados dentro de um universo de cerca de 65
projetos existente no país atualmente
 Destes 55 Parques Tecnológicos, 11 se enquadraram como em operação, 13 em
processo de implantação e outros 11 em fase de planejamento
 Mais de 250 empresas de tecnologia estão instaladas nestes parques, gerando cerca
de 5000 postos de trabalho
 Os projetos estudas receberam investimentos públicos da ordem de R$ 50 milhões,
sendo que 50% deste valor veio de órgãos do governo federal 50%), Energia,
Biotecnologia, Eletrônica e Instrumentação, Serviços, Meio Ambiente e Agronegócios
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
 Mesmo sendo possível identificar setores prioritários, mais de 60% dos PqTs se
consideram “generalistas” para receber empresas de diversos segmentos
 Cerca de 80% das empresas instaladas nos PqTs são originárias da região e
apresentam-se em estágio e consolidação
 Em média, cerca de 55% dos PqTs ainda não possui um modelo de gestão
claramente definido e consolidado tanto para a fase de operação como de
implantação
 Em geral, as entidades líderes dos projetos possuem experiência anterior na área de
promoção de empreendedorismo e inovação
 100% dos PqTs possuem incubadoras de empresas ou estão implantando um
programa de incubação
 Dentre os PqTs pesquisados, mais de 70% estabeleceu como principais propósitos
do parque: Atrair empresas e investimentos; Apoiar o desenvolvimento de áreas
tecnológicas; Aumentar a parceria entre empresas e outras instituições; Favorecer a
criação e consolidação de micro e pequenas empresas; Facilitar a transferência de
tecnologia e Fortalecer o espírito empreendedor
 Os setores empresariais mais estimulados pelos PqTs são: TIC (maioria absoluta
com mais de 50%), Energia, Biotecnologia, Eletrônica e Instrumentação, Serviços,
Meio Ambiente e Agronegócios
 Mesmo sendo possível identificar setores prioritários, mais de 60% dos PqTs se
consideram “generalistas” para receber empresas de diversos segmentos
 Cerca de 80% das empresas instaladas nos PqTs são originárias da região e
apresentam-se em estágio e consolidação
 Em média, cerca de 55% dos PqTs ainda não possui um modelo de gestão
claramente definido e consolidado tanto para a fase de operação como de
implantação
 Em geral, as entidades líderes dos projetos possuem experiência anterior na área de
promoção de empreendedorismo e inovação
3.4 Desafios para os Parques Tecnológicos no Brasil
A análise dos resultados da pesquisa sobre os Parques Tecnológicos brasileiros identificou
um conjunto de desafios a serem superados nos próximos anos:
 A maioria dos PqTs não possui uma estratégia clara de posicionamento e
crescimento, o que dificulta a definição de um modelo de negócios sustentável para
alavancagem do empreendimento;
 Em geral, os projetos apresentam forte dependência de recursos públicos para início
da implantação do projeto e poucos investimentos ou investidores privados
 As equipes de planejamento, implantação e operação possuem pouca experiência
na área imobiliária e financeira
 Há uma grande dificuldade de engajamento efetivo de lideranças acadêmicas nos
projetos de Parques Tecnológicos
 É preciso articular e coordenar as diversas iniciativas de PqTs para evitar uma
“Bolha da Inovação”, com a proliferação de um grande número de projetos que
acabe prejudicando a credibilidade do tema
 É necessário mudar profundamente a cultura das universidades para aproveitar
melhor os ativos de conhecimento já acumulado e investir cada vez mais nas áreas
de empreendedorismo e da inovação
 É fundamental sintonizar a estratégia de implantação dos PqTs com as prioridades
regionais e nacionais, bem como com as tendências internacionais
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
 Há necessidade de aporte de recursos financeiros significativos governamentais para
“fazer a diferença” no mercado global e, ao mesmo tempo, de regras claras, com
segurança jurídica, para a atração intensiva de capital privado
 É preciso definir uma Política Nacional de Apoio a PCTs estabelecendo claramente o
papel dos vários atores: Governo Federal/Central, Governo Estadual/Região,
Governo Municipal/Local, Universidades, Setor Privado, Sistema Financeiro, etc
3.5 Perfil “tipico” dos Parques Tecnológicos no Brasil
Apesar de constituir uma experiência relativamente recente, o movimento de Parques
Tecnológicos no Brasil já permite identificar algumas características típicas que configuram
a base do que pode se consolidar como um “Modelo Brasileiro” de PqTs:
Os PqTs brasileiros possuem um forte relacionamento com mecanismos e iniciativas de
promoção do empreendedorismo inovador, especialmente incubadoras de empresas
 Em geral os Parques estão relacionados com um programa formal de planejamento
regional, constituindo uma parte importante da estratégia de desenvolvimento
econômico e tecnológico
 Os projetos de PqTs normalmente têm sido liderados por entidades gestoras de
programas bem sucedidos na área de incubação de empresas, transferência de
tecnologia universidade-empresa e pesquisa e desenvolvimento para o setor
empresarial
 Os espaços físicos escolhidos para implantar os PqTs geralmente são originários de
órgãos públicos ou de universidades
 Empresas Estatais de grande porte e competência tecnológica têm desempenhado
um papel cada vez mais importante na alavancagem e consolidação de PqTs
 Em função do caráter “emergente” da indústria de tecnologia no país, os PqTs vêm
ocupando um espaço como verdadeiras referência físicas do processo de
desenvolvimento dos pólos tecnológicos brasileiros
Para Informações Complementares, Ver Anexo 1
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
4 Cenário Internacional dos parques
4.1 Parques Tecnológicos no mundo
O estudo e análise da experiência mundial de Parques Tecnológicos foi desenvolvido a
partir de dados, informações, relatórios, entrevistas e visitas in loco. Existe toda uma base
de conhecimento já gerada a partir de outros estudos realizados especialmente por
associações da área e instituições de pesquisa que se dedicam a analisar as origens e o
desenvolvimento deste fenômeno no âmbito mundial. Cabe destacar algumas destas
entidades: associações como IASP – International Association of Science Parks, a AURP –
Association of University Research Parks (EUA), órgãos mundiais como OECD, UNIDO e
BIRD e Ministérios de Ciência, Tecnologia e Indústria dos diversos países pesquisados.
A análise deste cenário internacional revela que, em geral, os Parques Tecnológicos se
desenvolveram ao redor do mundo de forma espontânea e não estruturada. Observa-se que
os fatores VOCAÇÃO INDUSTRIAL, OPORTUNIDADE DE MERCADO, COMPETÊNCIA
INSTALADA, INVESTIMENTO e POLÍTICAS PÚBLICAS constituem as principais razões
para o planejamento e implantação dos PqTs.
O processo de criação dos PqTs no mundo acabou configurando um conjunto de
“GERAÇÕES” como descrito na seqüência. Estas gerações de PqTs apresentam em geral
um escopo bem definido de tempo e de local, isto é, cada uma delas ocorreu
predominantemente num determinado período e num grupo específico de países. A
pesquisa realizada no projeto tomou como base esta peculiaridade para analisar a
experiência mundial de Parques Tecnológicos.
A partir daí, foram estabelecidos parâmetros de pesquisa que contemplaram os seguintes
aspectos:
 Conceitos e modelos de PqTs bem sucedidos, identificando as principais estratégias
de implantação
 Papel estratégico dos PqTs em relação à economia do país como um todo e ao
desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial
 Arcabouço de políticas públicas e soluções financeiras para estímulo e viabilização
dos PqTs
 Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio à criação e implantação
dos PqTs
A lista abaixo indica os países pesquisados:
Países estudados
AMÉRICAS E EUROPA
Estados Unidos
Japão
França
Reino Unido
Espanha
Irlanda
Finlândia
ÁSIA
China
Índia
Coréia do Sul
Taiwan
Cingapura
Malásia
OCEANIA
Nova Zelândia
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
4.2 Destaques identificados na experiência mundial
•
•
•
•
•
•
•
Definição de uma “Proposta de Valor” (Value Proposition) clara e inspiradora do PqT para
com a região e os setores empresariais a serem contemplados.
Os PqTs tem operado como promotores de desenvolvimento científico e tecnológico nos
países desenvolvidos e como indutores da Política Industrial e de C&T nos Países
Emergentes
Os países pesquisados apresentam um histórico de investimentos públicos planejados,
programados e priorizados
Há uma ênfase na construção de marcas fortes, vencedoras e inspiradoras para os PqTs,
visando contribuir para o posicionamento do próprio país como líder de um determinado setor
no contexto de globalização da economia
Existe uma forte e profícua relação da “indústria dos PQTs” com o setor imobiliário e
financeiro
Nos países desenvolvidos, a relação “Receita anual das empresas do PqT : Investimento total
na implantação do PqT está na ordem de 3:1, enquanto que nos países emergentes está em
cerca de 1,5 : 1.
Por outro lado, a relação “Investimento Público : Investimento Privado” na
implantação dos Parques está na ordem de 1:1 tanto nos países desenvolvidos
como nos emergente
4.3 “Gerações” de Parques Tecnológicos
O estudo do cenário internacional permitiu a identificação de três grande tipos de Parques
Tecnológicos que caracterizaram “gerações” em função da época em que foram
predominantes e dos elementos que os tornaram singulares. Como ilustrado na figura, as
três gerações de parques tecnológicos apresentam níveis de resultados diferentes e
concentram-se em momentos históricos diferentes ao longo dos últimos 50 anos. O
entendimento das características de cada uma destas gerações permite identificar
direcionamentos para uma estratégia de desenvolvimento dos PqTs brasileiros.
Parques de 1ª Geração – Parques Pioneiros - Criados de forma espontânea/natural, para
promover o apoio à criação de EBTs e a interação com universidades fortes e dinâmicas.
Neste tipo de parque é possível identificar claramente as condições favoráveis à inovação e
ao desenvolvimento empresarial tais como: vocação regional, disponibilidade de recursos
humanos e financeiros, infra-estrutura de qualidade, etc. De modo geral, tiveram apoio e/ou
investimento estatal significativo e alcançaram alto grau de relevância estratégica para o
país e/ou região. As iniciativas dos parques pioneiros, ou de 1ª geração, permitiram que
nações/regiões pudessem assumir uma posição competitiva privilegiada no
desenvolvimento tecnológico mundial. Um caso clássico de Parque Pioneiro é o Stanford
Research Park, do qual se originou a região inovadora conhecida como Silicon Valley, na
Califórnia.
Parques de 2ª Geração – Parques Seguidores - Criados de forma planejada, formal e
estruturada, para “seguir” os passos de uma “tendência de sucesso” estabelecida a partir
dos Parques Pioneiros. Quase sempre, todos esses casos tiveram apoio e suporte
sistemático estatal (nacional, regional ou local) e visavam, essencialmente, promover o
processo de interação universidade-empresa e estimular um processo de “valorização”
(financeira ou institucional) de áreas físicas ligadas aos campi de universidades criando
espaços para implantação de empresas inovadoras no contexto de uma determinada região
com pretensão de se tornar um pólo tecnológico e empresarial. Em geral, os resultados
desta “geração” de parques tecnológicos são modestos, restringindo-se a impactos locais ou
regionais. Este tipo de PqT constituiu um verdadeiro “boom” que se espalhou por
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
universidades e pólos tecnológicos de países desenvolvidos da América do Norte e Europa,
ao longo das décadas de 70 a 90.
Parques de 3ª Geração – Parques Estruturantes - Este tipo de Parque acumulou as
experiências dos parques de 1ª e 2ª geração e está fortemente associado ao processo de
desenvolvimento econômico e tecnológico de países emergentes. Criados como fruto de
uma política regional ou nacional e orientados para promover um processo de
desenvolvimento sócio-econômico extremamente impactante os Parques Estruturantes
contaram com apoio e investimento estatal forte e são extremamente orientados para o
mercado globalizado. Em geral, estão integrados a outras políticas e estratégias de
desenvolvimento urbano, regional e ambiental. Este tipo de parque é influenciado por fatores
contemporâneos, tais como: facilidade de acesso ao conhecimento, formação de clusters de
inovação, ganhos de escala motivados pela especialização, vantagens competitivas
motivadas pela diversificação e necessidade de velocidade de desenvolvimento motivada
pela globalização. Exemplos de Parques Estruturantes podem ser facilmente identificados
em países como Coréia, Taiwan, Cingapura, entre outros.
4.4 Parques Tecnológicos & Desenvolvimento Nacional/Regional
Outra conclusão importante do estudo do cenário internacional foi a intensa relação entre as
Políticas Públicas incentivo e apoio a Parques Tecnológicos e os Programas Nacionais e
Regionais de Desenvolvimento. Casos como o Programa de Pólos de Competitividade,
ilustrado ao lado, deixam muito claro a tendência mundial de integração de políticas
públicas, visando otimização do uso de recursos e maximização de resultados. Outras
experiências como o “Knowledge Cluster Initiative”, no Japão, e as Redes Regionais de
Mecanismos de Inovação, na Espanha, além de casos como Coréia, Finlândia, China e
Índia ilustram muito fortemente a necessidade de tratar os Parques Tecnológicos como
instrumentos ou mecanismos estratégicos no contexto de uma Política Pública mais
abrangente e de caráter nacional/regional.
O caso da França é particularmente interessante pois os Pólos de Competitividade foram
determinados mediante editais públicos baseados em indicadores mensuráveis e objetivos.
A partir deste verdadeiro “roadmap” de áreas de C&T e setores empresariais prioritários, o
país tem implementado uma política agressiva e estruturada de investimento.
Para Informações Complementares, Ver Anexos 2 e 3
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
5 Taxonomia: Estratégia de Organização
5.1 Importância de uma Taxonomia
O conceito do termo “TAXONOMIA” está associado à “ciência, regra ou procedimento de
classificação” e, portanto, está diretamente relacionado com alguns dos grandes desafios da
área de Parques Tecnológicos:
 definir padrões e parâmetros de avaliação e comparação
 possibilitar a definição de uma Política Pública com visão sistêmica e integrada
 estabelecer prioridades para aplicação de recursos e aporte de “capital político”.
Naturalmente, qualquer sistemática de classificação a ser aplicada num campo tão recente e
em permanente evolução exige uma proposta extremamente simples e flexível.
A definição da Taxonomia resultou da análise de mais de quinze diferentes variáveis que,
potencialmente, poderiam ser utilizadas como “eixos principais” do sistema de classificação.
A análise destas variáveis levou em consideração o próprio conceito de PqT, que está
associado à criação de um ambiente especial para promoção de inovação, onde o “mundo
da C&T” encontra o “mundo das Empresas”. Como ilustrado na figura ao lado, o “mundo dos
PqTs” busca oferecer as condições favoráveis para que se encontre um EQUILÍBRIO, uma
ZONA DE “NÃO RESISTÊNCIA” ou um “ESPAÇO DE MÁXIMA PERFORMANCE” para o
desenvolvimento de novas empresas, a interação universidade-empresa e a prática da
inovação com competitividade.
5.2 Estrutura Básica da Taxonomia
Desta forma, a Taxonomia proposta foi estruturada a partir de DOIS EIXOS BÁSICOS:
 Base de Ciência e Tecnologia (C&T) – que leva em conta os parâmetros, indicadores
e características do Parque Tecnológico e da região entorno no que diz respeito à
base de conhecimento existente na região na forma de universidades, instituições de
C&T, profissionais qualificados, histórico de projetos de P&D, infra-estrutura para
pesquisa, sistema educacional, investimentos públicos e privados em P&D, etc.
 Base Empresarial – que leva em consideração fatores relacionados à densidade de
empresas inovadoras e à cultura de empreendedorismo e inovação existente na
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
região, avaliada na forma de empresas de tecnologia estabelecidas, histórico e
geração de start-ups, existência de organizações de venture capital, receitas geradas
por empresas inovadoras e nível de globalização dos negócios, entre outros fatores.
Dentre os vários sistemas e metodologias de indicadores analisados para se avaliar a “base
de C&T e a base Empresarial” de um Parque Tecnológico vale destacar os cinco grupos de
indicadores do “European Innovation Scoreboad” utilizados para avaliar o progresso e a
evolução dos países da Comunidade Européia na área de Inovação: “Innovation Drivers”,
“Knowledge Creation”, “Innovation and Entrepreneurship”, “Application of Knowledge” e
“Intellectual Property”.
Este e outros sistemas de avaliação permitem a definição de uma metodologia objetiva para
estabelecer o “Nível de Relevância” da base de C&T e empresarial de um Parque e da
região onde está inserido. Este “Nível de Relevância” se constitui na escala de graduação
dos dois Eixos Básicos da Taxonomia, dividida em:
 Relevância Nacional/Mundial – aplicável àqueles PqTs que apresentam uma Base
de C&T ou Base Empresarial de destaque nacional e capaz de posicionar o país de
forma significativa no cenário internacional
 Relevância Regional – aplicável aos PqTs cujos indicadores de C&T e empresarial
se destacam no país no âmbito regional
 Relevância Local – aplicável aos projetos cujos indicadores ficam restritos ao âmbito
local
Assim, como ilustrado ao lado, a Taxonomia desenvolvida propõe quatro grandes categorias
para classificação dos Parques Tecnológicos:
 Parque Tecnológico “consolidado” – contemplando os empreendimentos que
possuem “base de C&T e base Empresarial” de relevância mundial/nacional.
 Parque “CIENTÍFICO-tecnológico” – PqTs com destaque da base de C&T em
relação à base empresarial
 Parque “EMPRESARIAL-tecnológico” – PqTs com destaque da base Empresarial em
relação à base de C&T
 Parque Tecnológico “emergente” – PqTs que apresentam base de C&T e
Empresarial de nível regional.
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
5.3 Taxonomia & Estratégia de Desenvolvimento & Políticas
Públicas
A definição de uma Taxonomia para a área de Parques Tecnológicos permite a classificação dos
diversos empreendimentos em andamento no país e a orientação de futuros projetos a serem
implantados. A partir desta classificação, é possível aos diversos atores de governo, empresas e
academia estabelecer diretrizes de investimento, estratégias de desenvolvimento e políticas públicas.
É impossível para um país com recursos limitados como o Brasil obter êxito nesta área se não fizer
escolhas e definir prioridades.
A figura ao lado ilustra um exercício informal de aplicação da Taxonomia proposta ao conjunto de
projetos de PqTs em operação, implantação atualmente no país. Como se pode observar, há uma
grande quantidade de projetos que possui uma abrangência local, limitada ao município ou
microregião onde está sendo implantado. Por outro lado, há PqTs que se posicionam nas outras três
categorias e nenhum que pode ser considerado consolidado por apresentar base de C&T e
empresarial de relevância nacional.
As flechas indicam os prováveis “movimentos estratégicos” dos diversos PqTs em função de
investimentos para “adensarem/qualificarem” sua base de C&T e/ou empresarial. Numa situação real,
este processo de evolução deveria ser resultado de uma Política Pública clara e sistemática que parte
de uma situação muito bem mapeada a fim de atingir uma visão de futuro sintonizada com as
prioridades do país e tendências internacionais.
5.4 Elementos para Caracterização e Classificação
Para aplicar corretamente a Taxonomia proposta é necessário estabelecer elementos que
permitam a caracterização e classificação dos PqTs. Estes elementos contemplam
indicadores, informações descritivas, evidências objetivas e outros elementos apresentados
de forma esquemática na figura abaixo e detalhados a seguir.
1. Estratégia de Posicionamento
 Estratégia de Posicionamento – Portfólio de C&T Local X Mercados (ex. sintonia com
as Áreas Estratégicas do PAC C&T&I)
 Projeto de Inserção Local - Estratégia do PqT X Plano de Desenvolvimento Local
(Visão de Pólo)
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
 Projeto de Inserção Regional – Estratégia do PqT X Plano de Desenvolvimento
Regional (Visão de Estado)
 Projeto de Inserção Nacional – Estratégia do PqT X Plano de Desenvolvimento
Nacional (PAC C&T&I)
 Benchmarking/Referência - Entidades/Parcerias no Âmbito Nacional e Internacional
 Estratégia de Negócios e Financiamento - Expectativa de Investimento e Apoio
2. Caracterização do Entorno
 Base C&T&I - Corpo de Pesquisadores (por perfil) em ICTs e Empresas, Perfil do
Processo de formação de mão de obra, Projetos de Referências de C&T&I em ICTs
e Empresas e Base de Infra-estrutura de C&T&I em ICTs e Empresas
 Base Empresarial - Perfil de Empresas Inovadoras (grande, médio e pequeno porte),
Experiência do processo de Criação de Empresas Inovadoras, Potencial de
atratividade de Empresas Inovadoras e Investimento / Apropriação de C&T&I
 Ambiente Institucional - Portfólio de Leis e Incentivos Locais e Estaduais e
Programas e Mecanismos de Apoio a Empresas Inovadoras
 Infra-estrutura - Infra-estrutura de Logística, Transportes, Acesso, Infra-estrutura de
Educação e Cultura, Infra-estrutura urbana (residencial, comercial, saúde, etc)
3. Caracterização do Parque
 Base C&T&I - Corpo de Pesquisadores (por perfil) em ICTs e Empresas do Parque,
Projetos de Referências de C&T&I em ICTs e Empresas no Parque e Base de Infraestrutura de C&T&I em ICTs e Empresas no Parque
 Base Empresarial - Perfil de Empresas Inovadoras (grande, médio e pequeno porte)
no Parque, Potencial de atratividade de Empresas Inovadoras e Potencial de criação
e estímulo a Empresas Inovadoras
 Serviços de Suporte – Mecanismos de Transferência de Tecnologia, Mecanismos de
Acesso a Conhecimento/Gestão/Informação, Mecanismos de Acesso a Capital,
Mecanismos de Acesso a Mercado
 Infra-estrutura - Infra-estrutura urbanística do parque (sistema viário, acesso, etc),
Infra-estrutura “Tecnológica” – ICT, Infra-estrutura de Suporte/Facilidades
(restaurante, centro de eventos.
 Governança e Gestão - Estrutura Organizacional (Conselhos, Diretorias, etc),
Mecanismos de Gestão (Programas, Sistemas, etc), Plano de Negócios,
Planejamento Estratégico, Orçamento e Cronograma Físico Financeiro
Para Informações Complementares, Ver Anexo 4
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
6 Visão de Futuro dos Parques Tecnológicos
6.1 Novos tempos, novos desafios.... novo posicionamento
Todo o trabalho realizado ao longo do projeto “Parques Tecnológicos – Estudo, Análise e
Proposições” permitiu a interação com especialistas nacionais e internacionais, líderes de
PqTs de sucesso mundial, dirigentes públicos, acadêmicos e empreendedores inovadores
do país e do mundo. Esta interação, debate e construção coletiva contribuiu para a
realização dos estudos nacional e internacional, bem como para a proposição da taxonomia
de classificação dos PqTs.
Como resultado deste processo, naturalmente emergiu uma nova VISÃO DE
POSICIONAMENTO para os Parques Tecnológicos no futuro. Este novo posicionamento
incorpora elementos típicos de fenômenos que ocorreram alguns anos após o surgimento
dos primeiros PqTs no mundo e constituem-se como FATORES DE REPOSICIONAMENTO
dos PqTs:
 O processo de globalização mundial, que promoveu uma integração excepcional entre
os países, economias e pessoas
 A velocidade de acesso a informação e conhecimento, viabilizada pelo avanço nos
processos de comunicação
 A formação de uma nova estrutura econômica global, com o surgimento dos grandes
blocos econômicos, das economias emergentes e das megaempresas globais;
 O crescimento da consciência crítica sócio-ambiental, com o surgimento de movimentos,
entidades e organismos orientados formalmente para a defesa do meio ambiente e a
redução das desigualdades
 Em síntese, o surgimento de uma nova economia, baseada no conhecimento, no
contexto de uma nova sociedade, fundamentada em conceitos e lógicas de
relacionamento global.
Neste novo cenário, os PqTs devem identificar e ocupar um papel com potencial de
aproveitar e potencializar estas tendências. Assim, começa a surgir um novo conceito de
Parque, muito mais sintonizado com uma realidade de “sociedade do conhecimento” do que
de “sociedade industrial”. Enquanto na “Era Industrial” os Parques representavam uma
espécie de “trailer do futuro” ou de “gueto high tech”, na “Era do Conhecimento”, os Parques
podem e devem se tornar os legítimos espaços para desenvolver e abrigar os
empreendimentos desta nova fase da economia e da sociedade.
Trata-se de posicionar os PqTs como verdadeiras:
Plataformas (conjunto de sistemas, competências e agentes organizados de forma
inteligente e eficaz)
Institucionais, (com representatividade, capacidade de gestão, personalidade jurídica, etc)
Estratégicas e (posicionadas no ambiente, bem planejadas, competitivas, reconhecidas e
prestigiadas )
Operacionais para (dotadas de equipe capacitada, infra-estrutura física e operacional,
recursos e sistemas)
Promoção da Inovação (apoio a processos de transferência de tecnologia, estímulo à P&D
nas empresas, etc)
e do Empreendedorismo (fomento e suporte à criação de novas empresas, apoio na busca
de financiamento e acesso a mercado)
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
6.2 Novo posicionamento ... novas funções
Este novo papel amplia o escopo de atuação dos PqTs, incorporando novos objetivos e
fortalecendo antigas funções dos mesmos como ambientes que:
 integram academia e setor empresarial por meio de estratégias e mecanismos
inovadores tais como projetos mobilizadores, centros de excelência em setores
prioritários para o país/região, projetos cooperativos, etc.
 oferecem infra-estrutura e serviços profissionais “classe mundial”, tanto no âmbito dos
“hard business services (infra-estrutura física, telecomunicação, transporte, recursos
humanos e ambiente favorável para habitação) como dos “soft business services”
(expertise em gestão, acesso a financiamento, network de negócios, suporte legal,
propriedade intelectual, etc.)
 abrigam e apóiam “clusters de inovação”, diferenciados e competitivos, isto é, os PqTs
podem e devem se firmar como espaços para execução da estratégia de
desenvolvimento setorial de segmentos empresariais prioritários para o país/região
 facilitam a criação e o crescimento de empresas inovadoras, fomentando o
empreendedorismo e a incubação de startups;
 promovem o desenvolvimento econômico e a competitividade de regiões e cidades,
potencializando suas vocações e orientando o crescimento para novas tendências
 direcionam o processo de desenvolvimento urbano, oferecendo novas oportunidades
para o crescimento das cidades e para a abertura de novas frentes de investimento
público e privado
 estabelecem referências para o desenvolvimento sustentável econômico, social,
ambiental e tecnológico, oferecendo exemplos concretos de projetos e iniciativas
equilibradas que promovem o progresso, respeitando o ser humano e preservando a
natureza.
Este novo posicionamento dos Parques faz com que este mecanismo seja encarado cada
vez mais como um instrumento de promoção de desenvolvimento para gerar empresas que
consolidem a nova “indústria do conhecimento” e que sejam capazes de prover o setor
industrial, agrícola e de serviços com novas tecnologias e inovações.
6.3 “DNA” dos Parques Tecnológicos de sucesso no futuro
Os PqTs podem desempenhar um papel extremamente importante para um país como o
Brasil, que está passando por um momento de crescimento consistente e sustentável. Da
mesma forma como ocorreu em diversos outros países emergentes, os parques podem ser
utilizados como plataformas para o desenvolvimento e implementação de projetos nacionais
prioritários na área industrial, científica e tecnológica. Países como Taiwan, Coréia,
Singapura, Finlândia, Espanha, China e Índia já apresentam experiências fabulosas de
alavancagem de setores estratégicos por meio de PqTs. Alguns dos PqTs destes países se
posicionam como “hub asiático na área de multimídia”, “Centro Referência de Tecnologia de
Informação da Índia”, “um dos três Pólos Mundiais de Inovação na área de Biotecnologia”,
“plataforma de P&D na área de telecomunicações”, “eixo central da estratégia de
desenvolvimento nacional na área de Energia”. Estes e outros casos demonstram
claramente a vocação dos PqTs em se tornarem instrumentos essenciais na estratégia de
desenvolvimento tecnológico e econômico dos países mais dinâmicos do planeta.
Para assumir este papel, os chamados PqTs “do futuro” costumam apresentar algumas
características comuns:

uma “proposta de valor” clara e objetiva que torne o empreendimento único e relevante para o
desenvolvimento das empresas instaladas e para o progresso da região onde está inserido – em
outras palavras, um PqT de sucesso é aquele que consegue potencializar as vocações locais
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
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com as grandes oportunidades do ambiente de forma a consolidar um grande diferencial
competitivo que permita torná-lo único em relação a outros PqTs do país e mesmo do mundo.
uma concepção inovadora para consolidar o parque como promotor de desenvolvimento científico
e tecnológico em áreas prioritárias para o país – exigindo o investimento em projetos
mobilizadores de C&T tal como ocorre, por exemplo, em Barcelona, que vem investindo forte em
centros de P&D na área de biotecnologia visando consolidar os Parques de Ciência e Pesquisa
da cidade em grandes referências do país neste segmento.
uma agenda de prioridades direcionada para que o parque atue como indutore da Política
Industrial e de C&T do país - para tanto, o parque deve receber Centros de Pesquisa de ponta e
empresas inovadoras de referência nos setores escolhidos. Um bom exemplo é o Parque
Tecnológico de Hsinchu, em Taiwan, que se tornou “âncora” da estratégia do país na área de
microeletrônica e informática e abriga empresas que respondem por mais de U$ 20 bilhões em
exportações além do poderoso ITRI – Industrial Technology Research Institute.
uma Universidade empreendedora e de excelência, capaz de gerar profissionais, pesquisadores
e tecnologias em quantidade e qualidade – como ocorre em casos clássicos como o Silicon
Valley, em torno da Universidade de Stanford, o Pólo Tecnológico de Boston, ao redor do MIT
entre outros projetos de PqTs gerados em torno de universidades de ponta de países
desenvolvidos ou emergentes.
um plano de implantação e um sistema de gestão voltados para a construção de marcas fortes,
vencedoras e inspiradoras – o que implica num planejamento extremamente cuidadoso da
estratégia de marketing e comunicação do parque tal vem ocorrendo, por exemplo, com o Hong
Kong Science Park, um empreendimento que há anos vem se posicionando como “um hub para
inovação e tecnologia na Ásia”.
um conjunto de “empresas âncora” que contribuam para a consolidação do posicionamento
diferenciado do parque – como acontece com o Parque Tecnológico do Oulu, na Finlândia, que
se beneficiou fortemente com a implantação de alguns dos principais centros de P&D da Nokia.
um conjunto de “projetos âncora de C&T”, que permitam ao parque estabelecer uma base
tecnológica qualificada e instrumentos de articulação/mobilização das empresas – tais projetos de
referência são essenciais para garantir que a região alcance no futuro um nível de excelência,
como ocorreu com o desenvolvimento do pólo aeronáutico brasileiro a partir da criação do ITA e
do CTA.
um modelo de viabilização fundamentado fortemente em investimentos públicos planejados,
significativos e contínuos – praticamente todos os projetos inovadores e relevantes de PqTs
implantados no mundo nos útlimos 10 anos foram suportados com investimentos vultuosos do
governo como parte de uma estratégia “de país”.
uma estratégia para tornar o parques um espaço amigável e atraente ao capital privado e à
integração com o mercado financeiro, especialmente os setores imobiliário e de Venture Capital –
da mesma forma que possuem forte apoio público, os PqTs “vencedores” consolidam-se como
um grande exemplo de investimento privado seja no parque como empreendimento, seja nas
empresas instaladas. Grandes corporações financeiras têm procurado cada vez mais este tipo de
empreendimento para implantar instalações “sob medida” para empresas e para realizar
operações de investimento nas empresas nascentes.
uma proposta de integração do Parque com a estratégia de desenvolvimento regional – visando
ampliar o campo de atuação e impacto do parque e, ao mesmo tempo, atrair para o
empreendimento os projetos de ponta necessários ao permanente processo de evolução de um
pólo industrial e tecnológico regional, como vem ocorrendo no Programa de Pólos de
Competitividade da França.
uma concepção e plano de desenvolvimento voltado para posicionar o parque como verdadeiro
“hub ou ponto focal” do país no mercado internacional – num mercado cada vez mais globalizado,
os parques acabam se tornando grande “conexões” para realização de negócios, atração de
investimentos estrangeiros e implantação de plataformas cooperaticas de exportação.
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
7 Proposições de Políticas Públicas
7.1 Cenário Nacional e Internacional + Taxonomia + Visão de
Futuro = Políticas Públicas
Como representado de forma simbólica no título acima, o objetivo final deste projeto sempre
foi gerar um conjunto de sugestões de propostas de Políticas Públicas para a área de PqTs.
Para isso foram realizados os estudos de cenário nacional e internacional, foi estabelecida
uma proposta de taxonomia e definida uma visão de futuro para o tema Parques
Tecnológicos.
As sugestões de Políticas Públicas surgiram ao longo da realização de todos estes
trabalhos, na interação com lideranças, especialistas e pessoas com atuação na área. Além
disso, também foram considerados, naturalmente, os exemplos de outras Políticas Públicas
de sucesso existentes em outros países. Por fim, também foram incorporadas idéias e
mecanismos aplicados em áreas correlatas tanto no universo empresarial como nos
segmentos acadêmico e de governo.
Todo este processo permitiu identificar algumas das tendências e recomendações para a
geração de Políticas Públicas efetivas e com grande potencial de sucesso:
 Esforço em gerar e propor Planos e Visões de Longo Prazo
 Investimento no desenvolvimento e implantação de mecanismos e modelos
inteligentes de governança
 Busca de mecanismos mais eficazes para gerenciar a aplicação e avaliar os
resultados das políticas públicas
 Ênfase no desenvolvimento de mecanismos de financiamento e fomento de caráter
público-privado
 Preocupação em evitar desequilíbrios regionais e de preparar o país e para a
concorrência internacional
 Fortalecimento de uma “Cultura de Projetos” viabilizados por um conjunto de
“Programas de Apoio” que fazem parte de um Sistema de Articulação, Governança e
Suporte
 integração e sintonia com outras políticas públicas de caráter nacional e regional
A figura abaixo apresenta de forma esquemática os principais elementos desta proposição
de Política Pública, que passa a ser descrita a seguir.
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
7.2 Princípios, Declarações e Diretrizes
Um primeiro elemento crítico de uma Política Pública de apoio a PqTs envolve a definição
de princípios, declarações e diretrizes que devem orientar e “balizar” a definição e aplicação
dos demais elementos. No caso dos PqTs, as proposições são as seguintes:
 O Brasil possui uma base de universidades e centros de tecnologia, uma estrutura
empresarial e um sistema de ciência, tecnologia e inovação que oferece todas as
condições para a implantação de projetos bem sucedidos de PqTs
 A experiência já acumulada na área de incubadoras de empresas bem como os
avanços nos instrumentos de fomento à inovação criam as condições favoráveis
para a promover a criação e atração de empreendimentos inovadores em PqTs
 Uma Política Pública de apoio à implantação de PqTs deve estar totalmente
sintonizada com programas de caráter nacional como o PAC, a PITCE, o Plano de
Ação de C&T&I e outros programas propostos por entidades e organismos de caráter
regional, empresarial e social.
 Uma política bem sucedida de apoio a PqTs exige a aplicação de recursos
significativos de forma a assegurar a implantação e projetos relevantes,
diferenciados e duradouros. Por outro lado, é evidente que existe a limitação de
recursos financeiros, o que leva à necessidade de se “fazer escolhas” e “estabelecer
prioridades” com base em decisões tecnicamente consistentes, politicamente
aceitáveis e estrategicamente articuladas.
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
 Uma Política Pública bem sucedida deve se basear num conjunto de taxonomias,
sistemas e programas claramente definidos e difundidos de forma transparente de
modo a assegurar uma cultura de transparência, meritocracia e resultados.
7.3 Arcabouço Jurídico
A proposição da Política Pública para apoio a PqTs também deve contemplar este tema
absolutamente essencial para viabilizar a efetivação de qualquer grande objetivo que se
pretenda atingir. Sem uma base jurídica e regulatória bem definida é impossível imaginar a
implementação de programas, projetos e outros instrumentos de apoio a PqTs.
Entretanto, no caso do tema “Parques Tecnológicos”, entende-se que o mais recomendável
é trabalhar pela regulamentação, fortalecimento e melhor utilização do arcabouço jurídico já
existente. Assim, as ações e medidas propostas são as seguintes:
 Fortalecer as relações entre os órgãos do poder executivo e os organismos do poder
legislativo, especialmente a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e
Informática - CCTCI - da Câmara dos Deputados e a Comissão de Ciência,
Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática - CCT - do Senado, visando
promover estudos e proposições que possibilitem um melhor aproveitamento do
marco legal já estabelecido e a eventual concepção de novas legislações.
 Desenvolver e implementar regulamentações que incorporem temáticas de interesse
dos PqTs no contexto de legislações já existentes e que possuem grande relação
com o tema, tais como: Lei de Inovação, Lei do Bem, Lei do FNDCT, entre outras.
 Estimular e orientar o processo desdobramento da Lei de Inovação no âmbito
estadual, com a aprovação das Leis Estaduais no contexto das Assembléias
Legislativas.
 Conceber, desenvolver e encaminhar proposições de Decretos, Portarias e
Instruções Normativas que estabeleçam consistência jurídica às proposições
inseridas no contexto do Sistema Nacional de PqTs, conforme detalhado à frente.
7.4 Sistema Nacional de Parques Tecnológicos
O elemento central da proposição de Política Pública é a criação de um Sistema Nacional de
PqTs que permita o efetivo planejamento, implementação e avaliação dos instrumentos e
mecanismos de apoio aos parques. Este Sistema deve integrar as esferas de Governo
Federal (diversos Ministérios), Estadual e Municipal e precisa contemplar Programas de
Fomento com recursos estáveis e assegurados. Além disso, a proposição de um Sistema
envolve uma abordagem interministerial devido à transversalidade do tema, demandando o
apoio de diversos ministérios e órgãos de governo tais como: MCT, MDIC, MEC,
MinCidades, FINEP, BNDES, ABDI, CNPq, etc. Conforme ilustrado na figura, o Sistema se
desdobra nos elementos abaixo listados, e que serão detalhados nas páginas a seguir:
 Sistema de Governança e Ações Básicas permanentes
 Apoio e Financiamento a PqTs
 Apoio e Financiamento a Empresas instaladas em PqTs
Para Informações Complementares, Ver Anexo 5
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
8 Programa de Apoio a Parques Tecnológicos
As proposições para um Programa de Apoio a Parques Tecnológicos englobam 3
grandes “Linhas de Apoio” relacionadas com os três grandes desafios para viabilizar
este tipo de empreendimento:
8.1 Linha de Apoio para o Desenvolvimento e Inovação de PqTs
A ser disponibilizada aos projetos de PqTs em implantação ou operação, visando aplicação
em despesas de contratação de serviços especializados, realização de estudos e pesquisas,
desenvolvimento de parcerias e criação de produtos e serviços especiais.
 Objeto – um PqT exige investimentos importantes tanto na sua fase de
desenvolvimento como de aperfeiçoamento e inovação. Estes investimentos devem
viabilizar os sistemas críticos que asseguram o cumprimento do propósito do
empreendimento, envolvendo, basicamente: projeto conceitual do parque, plano de
negócios e plano estratégico, “máster plan”/plano urbanístico, processo de
licenciamento ambiental, processo de regularização fundiária, projetos executivos e
de engenharia, modelagem jurídica e financeira, sistema de operação, portfólio de
serviços de suporte às empresas, sistema de marketing e comunicação, sistemas de
apoio ao desenvolvimento C&T&I e gestão do empreendimento.
 Proponente Típico – em geral esta linha de apoio será aplicável a entidades gestoras
de PqTs, sejam de caráter público ou privado.
 Modalidades de Apoio e possíveis Organismos repassadores – para viabilizar este
tipo de apoio, entende-se que seja possível oferecer duas modalidades:
• Apoio não reembolsável – recursos provenientes especialmente dos instrumentos
de fomento do Sistema de C&T&I, operacionalizados por agentes como FINEP –
Financiadora de Estudos e Projetos, CNPq – Conselho Nacional de Pesquisa e
Desenvolvimento e Fundações Estaduais de Apoio à Pesquisa.
• Financiamento
–
linhas
financiamento
com
condições
especiais,
operacionalizadas por agentes como FINEP, BNDES e outros organismos do
sistema financeiro.
8.2 Linha de Apoio à Implantação Física de PqTs
A ser disponibilizada especialmente para investimentos na infra-estrutura inicial dos PqTs e
na implantação das primeiras edificações essenciais do empreendimento.
 Objeto – uma vez que um PqT tenha sido bem concebido, planejado e projetado, é
VITAL colocar os planos em ação e viabilizar a implantação do empreendimento.
Naturalmente, este investimento deve ser assumido pelos diversos atores que
compõem a governança do PqT mas é fundamental a existência de um Programa
Nacional de Apoio que disponibilize recursos para esta fase, que contempla: obras
de infra-estrutura básica (saneamento, energia, telecomunicações, etc), obras de
urbanização (sistema viário, praças e calçadas, paisagismo, etc) e equipamentos
prediais iniciais (áreas de uso comum, edificações para os primeiros
empreendimentos e parceiros, etc).
 Proponente Típico – em geral esta linha de apoio será aplicável a entidades gestoras
de PqTs e a organismos parceiros tais como prefeitura, secretarias estaduais ou
universidades.
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
 Modalidades de Apoio e possíveis Organismos repassadores – para viabilizar este
tipo de apoio, entende-se que seja possível oferecer três modalidades:
• Apoio não reembolsável – recursos públicos viabilizados junto ao orçamento da
união por meio de projetos submetidos aos Ministérios ou emendas
parlamentares. Além disso, entende-se que agentes do Sistema de C&T&I tais
como FINEP e BNDES também devam oferecer produtos nesta área.
• Financiamento – linhas financiamento em condições especiais, operacionalizadas
por agentes como FINEP, BNDES e outros agentes do sistema financeiro.
• Participação no capital de PqTs – instrumentos de participação no capital de
PqTs, visando agregar recursos e, principalmente, expertise, networking e
credibilidade a partir de agentes como BNDES.
8.3 Linha Apoio a Projetos Mobilizadores “Ancoras” de C&T&I
A ser disponibilizada para investimentos de desenvolvimento e implantação dos projetos de
C&T&I que deverão contribuir de forma essencial para a estratégia de diferenciação do PqT.
 Objeto – esta linha visa prover recursos para a implantação de projetos que
apresentam potencial para tornar o PqT uma referência em determinada área de
atuação. São projetos tais como centros de tecnologia, projetos mobilizadores de
P&D, laboratórios de pesquisa avançados, grupos de pesquisa de universidades ou
complexos de inovação e empreendedorismo.
 Proponente Típico – em geral esta linha de apoio será aplicável a entidades gestoras
de PqTs ou outros parceiros com competência para liderar programas desta
natureza, tais como universidades ou centros de tecnologia.
 Modalidades de Apoio e possíveis Organismos repassadores – para viabilizar este
tipo de apoio, entende-se que seja possível oferecer três modalidades:
• Apoio não reembolsável – recursos provenientes dos instrumentos de fomento do
Sistema de C&T&I, operacionalizados por agentes como FINEP,
BNDES/FUNTEC e programas de investimento em P&D vinculados a legislações
específicas tais como a Lei de Informática e Lei do Petróleo (Petrobras e outras)
e Lei de P&D em Energia (Sistema Eletrobras, Furnas, Itaipu, etc).
• Financiamento – linhas financiamento em condições especiais, operacionalizadas
por agentes como FINEP, BNDES e outros agentes do sistema financeiro.
Página 25
Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
9 Programa de Apoio a Empresas instaladas
em Parques
As proposições para um Programa de Apoio a Empresas instaladas em Parques
Tecnológicos também envolve 3 grandes “Linhas de Apoio” relacionadas com os
grandes desafios para viabilizar empresas inovadoras:
9.1 Linha de Apoio para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação
O país já dispõe de um variado conjunto de instrumentos de fomento à P&D&I nas
empresas. O objetivo desta proposição é possibilitar a aplicação de recursos especiais para
este tipo de atividade.
 Objeto – As empresas inovadoras instaladas em PqTs devem, em princípio,
apresentar indicadores de destaque no que se refere a investimentos em atividades
de P&D&I. Entretanto, considerando-se que os PqTs devem se tornar complexos de
referência nas áreas onde atuam, é fundamental que uma Política Nacional de apoio
a PqTs disponibilize linhas de apoio especiais para empresas inovadoras instaladas
em parques poderem aplicar recursos em projetos de P&D de novas tecnologias,
desenvolvimento de novos produtos, implantação de laboratórios de pesquisa e
criação de novos empreendimentos.
 Proponente Típico – esta linha deverá ser aplicável a empresas inovadoras
instaladas em PqTs dividas, basicamente, em 2 grandes categorias: micro/pequenas
empresas e médias/grandes empresas.
 Modalidades de Apoio e possíveis Organismos repassadores – para viabilizar este
tipo de apoio, sugere-se duas modalidades:
• Subvenção econômica para P&D&I “especial” para empresas de PqTs – recursos
provenientes do Programa de Subvenção Econômica, já disponível e operado
pela FINEP.
• Financiamento à P&D&I para empresas de PqTs – linhas financiamento já
disponibilizadas por agentes como FINEP (ex. Juro Zero) e BNDES (ex. Linha de
Inovação) formatadas em condições especiais para empresas de PqTs.
9.2 Linha de Apoio para Infra-estrutura Predial e Laboratorial de
empresas de PqTs
Esta linha visa estimular a implantação de projetos empresariais inovadores e relevantes em
PqTs por meio da cobertura de despesas com infra-estrutura física.
 Objeto – viabilizar recursos para empresas já instaladas ou em processo de
instalação em PqTs poderem viabilizar a implantação de projetos tais como: sedes
empresariais, espaço para atividades de P&D, infra-estrutura de escritórios e
laboratorial.
 Proponente Típico – esta linha deverá ser aplicável a empresas inovadoras
instaladas em PqTs dividas, basicamente, em 2 grandes categorias: micro/pequenas
empresas e médias/grandes empresas.
 Modalidades de Apoio e possíveis Organismos repassadores – para viabilizar este
tipo de apoio, sugere-se duas modalidades:
• Programa especial “híbrido” de subvenção e financiamento para implantação de
Centros de P&D de empresas em PqTs – recursos provenientes do programa de
Página 26
Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
•
Subvenção econômica e do FNDCT, operacionalizados via FINEP, e das linhas
de inovação do BNDES
Financiamento à Infra-estrutura predial e laboratorial de empresas de PqTs –
linhas financiamento já disponibilizadas por agentes como FINEP (ex. Juro Zero)
e BNDES (ex. Linha de Inovação) formatadas em condições especiais para
empresas de PqTs.
9.3 Linha de Apoio para estímulo ao Investimento Privado
Sugestão de ação de Política Pública para atrair a atenção e a participação do capital
privado nos projetos de PqTs em todo o país.
 Objeto – esta linha de apoio do Programa de Apoio a Empresas de PqTs visa criar
um ambiente favorável para o investimento privado em diversos tipos de aplicação:
investimento em empresas inovadoras instaladas em PqTs, aplicação de recursos
nos próprios PqTs como opção de investimento e investimento na implantação de
edificações e infra-estruturas de serviços para empresas.
 Proponente Típico – trata-se, na verdade, de um conjunto de ações que, em alguns
casos, poderá ser acessada por investidores privados e, em outros, consistirá
apenas na criação de oportunidades e facilidades para o investimento privado.
 Modalidades de Apoio e possíveis Organismos repassadores – para viabilizar este
tipo de apoio, sugere-se 3 modalidades:
• Instrumentos de Incentivo ao Investimento Privado em empresas de PqTs –
instrumentos de estímulo à indústria de Venture Capital e ao mercado de capitais
para aplicação focada nas empresas dos PqTs, aproveitando a experiência bem
sucedida de projetos como o INOVAR/FINEP e o CRIATEC/BNDES.
• Instrumentos de Incentivo ao Investimento Privado em PqTs – neste caso, o
objetivo é criar atrativos para a aplicação de recursos e expertise do setor
imobiliário e do mercado de capitais nos próprios PqTs.
• Instrumentos de Incentivo ao Investimento Imobiliário em PqTs – Linha de
financiamento especial para o mercado imobiliário investir na implantação de
edificações em PqTs. Possíveis agentes: BNDES, CAIXA, BB e Bancos Privados.
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
10 Governança e Ações Básicas permanentes
do SINAPTI
10.1 Governança do Sistema Nacional da Apoio a PqTs .
O Sistema Nacional de Parques Tecnológicos está sendo proposto como elemento
estruturante da Política Pública de apoio a PqTs e, portanto, precisa ser concebido e
implementado de forma a contemplar todos os organismos e instâncias relevantes do
governo e da sociedade civil.
O conceito de Sistema pressupõe um conjunto de elementos que se articulam para gerar um
resultado pretendido, a partir de recursos e outros elementos de entrada. No caso do
Sistema Nacional de PqTs, o resultado constitui-se num portfólio de PqTs implantados em
todo o país, gerando empresas inovadoras e competitivas.
Os elementos que permitem o cumprimento deste objetivo são os Programas de Apoio já
descritos, os quais devem ser planejados, gerenciados e avaliados por um sistema de
articulação e governança.
A governança do SINAPTI deve ser estruturada a partir da experiência do Programa
Nacional de Incubadoras de Empresas e Parques Tecnológicos – PNI, criado há mais de 10
anos, e que possui um Comitê Gestor composto por diversas entidades de governo e da
sociedade civil.
Nesta nova fase, recomenda-se que a governança do SINAPTI seja caracterizada da
seguinte forma:
 Comitê Diretivo – responsável pelo direcionamento geral do Sistema – composição:
Organismos de definição de política – MCT e MDIC e Organismos de operação –
FINEP e BNDES
 Comitê Gestor – responsável pelo desenvolvimento e avaliação do Sistema –
composição: outros atores e organismos do Governo e da Sociedade Civil.
 Grupo Técnico de Avaliação e Acompanhamento de Projetos – responsável por
assegurar a consistência técnica do Sistema – composição: Equipe de especialistas
conhecimento multidisciplinar e experiência internacional
Naturalmente, este sistema de governança exige uma grande capacidade de
ARTICULAÇÃO entre os atores e uma capacidade de ORGANIZAÇÃO para colocar em
prática os diversos planos, programas e instrumentos que permitam atingir os propósitos do
SINAPTI.
10.2 Ações Básicas permanentes
Segundo as sugestões contidas neste documento, o processo de apoio efetivo aos PqTs se
dará por meio dos Programas de Apoio já descritos. Entretanto, há um conjunto de Ações
Permanentes que deverão ser coordenadas e executadas pelo próprio sistema de
governança do SINAPTI.
Trata-se de ações que criam condições para a correta implementação dos Programas e
para a efetiva gestão da Política Pública:
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
 Aplicação da Taxonomia de PqTs para geração de um Mapeamento dos projetos
brasileiros - identificando o nível de relevância dos empreendimentos e,
consequentemente, o compromisso de aporte de recursos por parte dos Programas
de Apoio nos vários níveis de governo. A primeira figura abaixo ilustra uma
simulação do seria um “mapeamento” dos PqTs brasileiros segundo a taxonomia
proposta. Em seguida, a segunda figura apresenta uma visão esquemática informal
do que poderia ser o nível de envolvimento/investimento dos diversos níveis de
governo na viabilização dos PqTs, segundo o grau de relevância.
 Sistema de Avaliação e Acompanhamento dos Projetos - a ser desenvolvido,
aplicado e permanentemente aperfeiçoado pelo Grupo Técnico já mencionado com
vistas a gerar um histórico consistente da evolução dos projetos e dos reflexos no
“mapeamento” da Taxonomia.
 Articulação e coordenação do Programas de apoio a PqTs – obviamente, caberá à
governança do SINAPTI estruturar, implementar e gerenciar continuamente os
diversos Programas de Apoio a serem disponibilizados.
 “Sistema de Capacitação” & Orientação dos Projetos – finalmente, uma das ações
permanentes do Sistema está vinculada ao processo de capacitação e orientação de
projetos por meio de um esforço contínuo de disseminação de informação, interação
com lideranças políticas, treinamento das equipes técnicas e geração de publicações
especializadas.
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
11 Conexão com Programas de Governo e da
Sociedade
11.1 Visão sistêmica e integrada ...
Uma Política Pública na área de Parques Tecnológicos deve estar perfeitamente articulada
com outras Políticas, Planos e Programas estratégicos do Governo e da Sociedade Civil. As
proposições apresentadas neste documento levaram em consideração esta realidade já
estabelecida a fim de obter ganhos de sinergia e evitar conflitos ou disputas por espaço
político ou recursos.
 Visão Sistêmica no âmbito do Governo Federal - A figura abaixo ilustra uma pequena
parte desta problemática. Conforme pode se observar, o Parque Tecnológico e suas
empresas, que constituem o propósito final da política pública, será beneficiado pelos
Programas de Apoio a Parques e a Empresas instaladas em PqTs. Estes programas,
por outro lado, devem ser concebidos de forma a considerar a existência de outros
Programas e Mecanismos já existentes com foco no fomento à P&D, apoio a ICTs e
formação de RH. Da mesma forma, também devem considerar linhas de apoio já
estruturadas e disponibilizadas como os programas de subvenção, as linhas de
financiamento à inovação e os diversos programas de apoio à competitividade.
Finalmente, todos estes instrumentos estão inseridos num contexto maior de
Políticas Públicas e de Programas de governo, tal como o PAC e a PITCE. Apenas a
título de exemplo, vale ressaltar que, se bem articulada e planejada, uma Política
Pública na área de Parques Tecnológicos poderá gerar contribuições significativas
para todas as 21 linhas de ação do recentemente lançado Plano de Ação de C&T&I
do MCT (em especial para a linha 6, que trata do “Incentivo à Criação e à
Consolidação de Empresas Intensivas em Tecnologia”). Da mesma forma, será
plenamente possível orientar a estratégia de apoio a PqTs de forma a estimular os
setores empresariais e os principais desafios a serem perseguidos pela nova Política
Industrial.
 Visão Sistêmica no âmbito dos Governos Estaduais e Municipais – as proposições
de Política Pública aqui apresentadas também devem considerar os planos e
programas dos governos estaduais e municipais. Cada vez mais o chamado “pacto
federativo” exige o diálogo e integração das ações entre os vários níveis de governo.
Há diversas iniciativas na área de PqTs que já vem sendo apoiadas por Secretarias
Estaduais de C&T, Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa, dentre outros
organismos. Da mesma forma, os municípios vem empreendendo esforços para
propor novos caminhos para o desenvolvimento das cidades, de modo que se torna
essencial buscar esta integração no âmbito do planejamento (visão, estratégias,
prioridades, etc), da gestão (governança, relacionamento, etc.) e do orçamento
(definição do papel a ser assumido pelas diversas partes envolvidas).
 Visão Sistêmica no âmbito de entidades organizadas da Sociedade Civil – o
planejamento e implantação de Políticas Públicas de apoio a PqTs também deve
considerar os planos, programas e ações de entidades da sociedade civil tais como
associações de classe, federações e confederações, institutos de pesquisa,
universidades, entre outras entidades nacionais e internacionais. Novamente,
apenas para ilustrar a importância desta tema, vale ressaltar que as proposições
aqui apresentadas levaram em consideração elementos como o “Mapa Estratégico
da Indústria” desenvolvido pela CNI, a proposta de Plano Estratégico para a área de
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
incubadoras e parques gerada pela ANPROTEC, os programas de fomento a
incubadoras e parques no contexto do Banco Mundial, do Banco Interamericano de
Desenvolvimento, entre outros.
A conexão de uma eventual Política Pública a ser implementada no país com os demais
programas, mecanismos e instrumentos já existentes ou em desenvolvimento é uma
decisão vital para assegurar um processo de implantação harmônico, efetivo e bem
sucedido.
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
12 Agenda de Trabalho para implementação
imediata
12.1 Ações Estruturantes
Constituem as ações a serem implementadas para estabelecer as bases e fundamentos
para medidas de caráter mais prático e operacional. Estas ações devem ser lideradas e
executadas pelos organismos de governo que deverão assumir um papel de coordenação
deste tema, em especial o MCT e o MDIC.
1. Criação e implantação do SINAPTI – Sistema Nacional de Parques Tecnológicos e
Incubadoras de Empresas estabelecendo os objetivos do sistema, forma de operação e
modelo de governança. O SINAPTI pode ser criado através de uma portaria ministerial
ou, preferencialmente, de um decreto do Presidente da República. A partir da criação do
SINAPTI, será possível dar início a toda uma seqüência de ações estratégicas e
operacionais para alavancagem da experiência brasileira de PqTs.
2. Implantação do Comitê Diretivo e do Comitê Gestor do SINAPTI a partir das orientações
de composição estabelecidas no decreto de criação, caberá aos organismos
responsáveis dar início às atividades dos respectivos comitês. Conforme já mencionado,
o Comitê Diretivo deve assumir a coordenação geral do SINPAPTI enquanto o Comitê
Gestor deve desempenhar uma função mais consultiva e técnica.
3. Constituição do Grupo Técnico de Avaliação e Acompanhamento conforme já descrito
anteriormente, este grupo será responsável pelo estabelecimento de diretrizes
conceituais e técnicas para o SINAPTI. Sugere-se que o Grupo seja composto por meio
de um Edital Público de seleção de especialistas nacionais e internacionais com perfil
multidisciplinar e experiência acadêmica e prática.
12.2 Ações de Qualificação
Contemplam as ações cujo objetivo é organizar e preparar o ambiente para a implantação
das medidas de caráter operacional. Estas ações devem ser planejadas e executadas no
contexto do SINAPTI a fim de assegurar o caráter sistêmico e integrado das ações.
4. Lançamento de um Edital para apresentação de Projetos de PqTs visando a aplicação
da Taxonomia de PqTs este edital tem grande objetivo gerar um “mapeamento” dos
projetos e iniciativas de PqTs no país e o posterior enquadramento dentro dos critérios
da Taxonomia proposta neste projeto a fim de permitir ao país definir as metas e
estratégias de investimento. Dentre outros propósitos, o Edital permitirá aos diversos
atores de governo “fazer escolhas”, “estabelecer prioridades” e “definir mensagens
claras” sobre quais devem ser os caminhos a serem adotados por todos os organismos
e entidades interessados em desenvolver um PqT.
5. Realização de um trabalho minucioso de avaliação dos Parques existentes e de
planejamento do portfólio pelo Grupo Técnico uma vez realizado o edital de PqTs,
devese, então, proceder um trabalho de avaliação minuciosa dos projetos “in loco”,
coordenada pelo Grupo Técnico de Avaliação e Acompanhamento.Este trabalho visa
assegurar a credibilidade do Portfólio de Projetos a ser gerado, o qual deverá indicar
quais os PqTs que deverão ser considerados de relevância nacional, regional e local
tanto em termos da base de C&T&I como da base empresarial.
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
6. Programa de Capacitação, disseminação e esclarecimento acerca das prioridades e
desafios do país que devem orientar os Projetos de PqTs Este processo pode ocorrer
por meio da realização de uma conferência especialmente voltada para as equipes,
lideranças e parceiros dos projetos de PqTs focando especialmente os principais
elementos da PITCE e das linhas de ação do Plano de Ação C&T&I diretamente
relacionadas com o tema:
•
Plano de Ação de C&T&I: Promoção da Inovação Tecnológica nas Empresas (Apoio
à Inovação Tecnológica nas Empresas, Tecnologia para a Inovação nas Empresas e
Incentivo à Criação e à Consolidação de Empresas Intensivas em Tecnologia),
Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Áreas Estratégicas (Áreas Portadoras de
Futuro: Biotecnologia e Nanotecnologia, Tecnologias da Informação e Comunicação,
Insumos para a Saúde, Biocombustíveis, Energia Elétrica, Hidrogênio e Energias
Renováveis, Petróleo, Gás e Carvão Mineral, Agronegócio, Biodiversidade e
Recursos Naturais, Amazônia e Semi-Árido, Meteorologia e Mudanças Climáticas,
Programa Espacial, Programa Nuclear, Defesa Nacional e Segurança Pública) e
C,T&I para o Desenvolvimento Social (Popularização da C,T&I e Melhoria do Ensino
de Ciências, Tecnologias para o Desenvolvimento Social).
•
PITCE: Setores Prioritários (semicondutores, bens de capital, software e fármacos) e
Setores Portadores de Futuro (Biotecnologia, Nanotecnologia e Biomassa),
12.3 Ações de Articulação
Estas ações visam engajar e comprometer os diversos atores importantes para o
cumprimento dos objetivos de uma Política Pública de apoio à implantação de PqTs
7. Articulação de Ministérios e Agências de Governo
O SINAPTI somente se constituirá efetivamente num “sistema” se contar com a
participação dos diversos atores do Governo Federal. Como já foi evidenciado
anteriormente, os desafios associados ao projeto e implantação de um Sistema de PqTs
no país exigem o engajamento e atuação conjunta de diversos ministérios (MCT, MDIC,
Casa Civil, Educação, Cidades, Saúde, Integração Regional, etc.) e agentes de governo
(BNDES, FINEP, ABDI, CNPq, Banco do Brasil, Caixa, etc.).
8. Articulação junto ao Congresso Nacional
Uma das principais estratégias adotadas por estados e municípios para obter recursos
de investimento em projetos de PqTs são as emendas parlamentares. Trata-se de um
excelente instrumento que, no entanto, precisa estar sintonizado com uma estratégia
nacional a ser coordenada no contexto do SINAPTI. Assim, é fundamental articular e
contar com o apoio e participação de deputados e senadores tanto na formulação quanto
na execução da Política Pública.
9. Articulação dos Governos Estaduais e Municipais
O sucesso de uma Política Pública nacional de PqTs exige um forte envolvimento dos
governos estaduais e municipais tanto no processo de definição e formulação dos
projetos de PqTs como na etapa de investimentos e sustentabilidade do
empreendimento.
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
12.4 Ações Operacionais
Finalmente, para consolidar um processo pragmático e efetivo, a agenda de trabalho exige a
definição de medidas concretas de apoio, estímulo e fomento ao movimento de PqTs
brasileiro. A credibilidade do SINAPTI dependerá fortemente da velocidade e efetividade
com que for implementada esta Agenda e, principalmente, da disponibilização de ações
concretas de apoio aos PqTs.
10. Estruturação e lançamento de Programas de Apoio a Parques
É fundamental que FINEP e BNDES se articulem para lançarem programas
diferenciados e complementares para apoio a:
Desenvolvimento & Inovação de PqTs Implantação & Infra-estrutura de PqTs Projetos
Mobilizadores de C&T&I dos PqTs
11. Apoio e Financiamento a Empresas Inovadoras
Também neste caso, FINEP e BNDES precisam atuar de forma articulada para lançar
programas de apoio especiais para as empresas instaladas em PqTs, contemplando:
Apoio à P&D&I
Apoio à Infra-estrutura Predial e Laboratorial
12. Incentivos ao Investimento privado em Parques Tecnológicos
Outra ação importante para dinamizar e fortalecer o processo de criação de PqTs no
país envolve a estruturação e lançamento de instrumentos e mecanismos de estímulo a
participação privada seja pela criação de instrumentos de incentivos ao investimento no
próprio “empreendimento PqT” seja pela estruturação de linhas de financiamento que
estimulem a participação do setor imobiliário na construção de edificações a serem
utilizadas pelas empresas do parque.
13. Articulação das Empresas Estatais com prática de Investimento em Tecnologia
Empresas como Petrobras, Sistema Eletrobrás, dentre outras estatais brasileiras podem
e devem assumir um papel de protagonismo no processo de desenvolvimento da
experiência nacional de PqTs já que são grandes demandadoras e investidoras em
P&D&I. O arcabouço jurídico relacionado ao investimento em tecnologia (Lei do
Petróleo, Lei de P&D em Energia, Lei da Informática, etc) pode se consolidar num
grande instrumento de alavncagem de PqTs de sucesso em todo o país. Cabe ressaltar
o caso da Petrobras, que já vem realizando investimentos significativas em parceria com
universidades e PqTs e pode consolidar um papel semelhante ao desempenhado pela
NASA na evolução da P&D&I nos EUA.
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
13 Considerações finais
Conforme apresentado neste documento o Projeto “Parques Tecnológicos – Estudo, Análise
e Proposições” envolveu as seguintes atividades principais:
 Estudo do Cenário Nacional – com um mapeamento detalhado da experiência
brasileira de PqTs
 Estudo do Cenário Internacional – contemplando 16 países desenvolvidos e
emergentes
 Proposição de uma Taxonomia – para classificação e organização do segmento dos
PqTs de forma a permitir um processo de planejamento fundamentado e uma
estratégia de investimento consistente
 Visão de Futuro dos Parques Tecnológicos – com a caracterização de tendências e
recomendações para o desenvolvimento de PqTs com grande potencial de sucesso
no futuro.
 Proposição de sugestões para uma Política Pública – contemplando estratégias e
ações que buscam proporcionar uma atuação sistêmica e integrada por parte dos
diversos atores de governo e da sociedade civil.
13.1 Política Pública Inovadora
O projeto permitiu estudar e analisar experiências mundiais de políticas públicas bem
sucedidas nesta área de PqTs de forma a estabelecer uma proposta inovadora e viável para
a realidade brasileira.
Conforme descrito ao longo do documento, esta Proposta de Política Pública apresentar as
seguintes características principais:
 conceito sistêmico e integrado – contemplando a atuação articulada e cooperativa
dos diversos atores do Governo Federal, Governos Estaduais, Governos Locais,
Sociedade Civil e setor Privado
 fundamentação técnico-científica – visando assegurar a consistência e viabilidade
técnico-econômica dos projetos a serem beneficiados pela política pública, evitando,
assim, um processo decisório baseado unicamente em critérios políticos
 estratégia viável para investimentos relevantes – tratando de forma pragmática e
realista as necessidades a serem atendidas e os desafios a serem superados pelos
PqTs brasileiros.
13.2 Estimativa de Investimentos e Resultados
A implantação de uma Política Pública para a área de Parques Tecnológicos, conforme as
proposições aqui apresentadas, exige uma forte determinação por parte do Governo Federal
e uma ação articulada com diversos parceiros da sociedade civil.
Apenas a título de exemplo, os investimentos e resultados estimados para um conjunto de
cerca de 20 Parques Tecnológicos classificados como de “relevância nacional” seriam
aproximadamente (valores a serem aplicados de forma progressiva, ao longo de 5 anos):
Investimentos Públicos para implantação dos PqTs entre R$ 500 e R$ 800 milhões (média
de R$ 130 milhões aa)
Página 35
Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
Investimentos Públicos para apoio a Projetos Âncora de C&T&I entre R$ 400 e R$ 600
milhões (média de R$ 100 milhões aa)
Financiamentos e Subvenções nas Empresas entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão (média de
R$ 150 milhões aa)
Investimento Privado na implantação das empresas entre R$ 6 e R$ 9 bilhões (média de
R$1,5 Bilhões aa)
Receita Anual esperada nas empresas entre R$ 6 e R$ 10 bilhões aa
Empregos gerados nas empresas 150 mil
Apesar destes valores terem sido estimados com base em projetos nacionais e
internacionais já em operação, a implantação de uma Política Pública na área de PqTs
certamente exigirá um planejamento mais detalhado de previsão de investimento e
resultados.
13.3 Mensagem Final
A última mensagem deste documento visa reforçar algumas convicções que este projeto
permitiu evidenciar:
 Parques Tecnológicos são mecanismos já consolidados mundialmente como
Plataformas de desenvolvimento de C&T&I e de Empresas Inovadoras.
 O Brasil passa por um momento único para implantar um programa agressivo e bem
sucedido de PqTs em função das oportunidades de crescimento da economia e da
evolução, ao longo dos últimos anos, do Sistema de C&T&I e da consciência
empresarial com relação à importância da inovação.
 A definição e implantação de uma Política Pública para direcionamento e apoio a
PqTs é um passo fundamental para assegurar a otimização na aplicação de
recursos, a definição de programas relevantes de investimento e a orientação dos
projetos para atender as prioridades estratégicas do país.
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
15 ANEXO 1
Página 37
Projeto
Parques Tecnológicos no Brasil
Estudo, Análises e Proposições
Módulo 1
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e Programas de
apoio bem sucedidos no exterior
Abril de 2007
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 8
2
ASPECTOS CONCEITUAIS E METODOLÓGICOS ....................................... 10
2.1
ASPECTOS CONCEITUAIS .............................................................................. 10
2.2
ASPECTOS METODOLÓGICOS ........................................................................ 12
2.2.1
Elementos para caracterização das Experiências de PCTs................ 14
2.2.2
Segmentação do Universo de PCTs ................................................... 19
3
ANÁLISE DOS PARQUES CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS - MODELOS
E PROGRAMAS DE APOIO BEM SUCEDIDOS NO EXTERIOR ............................. 21
3.1
PARQUES CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS DE 1ª GERAÇÃO .............................. 22
3.1.1
Conceitos e Modelos de Parques Científicos e Tecnológicos bem
sucedidos .......................................................................................................... 23
3.1.1.1 Estados Unidos ............................................................................... 23
3.1.1.2 Reino Unido ..................................................................................... 26
3.1.1.3 França ............................................................................................. 29
3.1.1.4 Japão ............................................................................................... 31
3.1.2
Papel estratégico dos parques tecnológicos em relação à economia do
país e ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial –
variáveis analisadas .......................................................................................... 37
3.1.2.1 Estados Unidos ............................................................................... 37
3.1.2.2 Reino Unido ..................................................................................... 37
3.1.2.3 França ............................................................................................. 38
3.1.2.4 Japão ............................................................................................... 38
3.1.3
Estratégias de implantação dos parques científicos e tecnológicos
relacionados – variáveis analisadas .................................................................. 40
3.1.3.1 Estados Unidos ............................................................................... 40
3.1.3.2 Reino Unido ..................................................................................... 41
3.1.3.3 França ............................................................................................. 42
3.1.3.4 Japão ............................................................................................... 43
3.1.4
Arcabouço de políticas públicas e soluções financeiras para estímulo e
viabilização dos parques científicos e tecnológicos relacionados – variáveis
analisadas ......................................................................................................... 45
3.1.4.1 Estados Unidos ............................................................................... 45
3.1.4.2 Reino Unido ..................................................................................... 46
3.1.4.3 França ............................................................................................. 46
3.1.4.4 Japão ............................................................................................... 47
3.1.5
Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao
processo de criação e implantação dos parques tecnológicos.......................... 49
3.1.5.1 Estados Unidos ............................................................................... 49
3.1.5.2 Reino Unido ..................................................................................... 49
3.1.5.3 França ............................................................................................. 50
3.1.5.4 Japão ............................................................................................... 50
3.2
PARQUES CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS DE 2ª GERAÇÃO .............................. 52
3.2.1
Conceitos e modelos de parques científicos e tecnológicos bem
sucedidos .......................................................................................................... 52
3.2.1.1 Estados Unidos ............................................................................... 52
ANEXO 1
2
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.2.1.2 Reino Unido ..................................................................................... 55
3.2.1.3 França ............................................................................................. 58
3.2.1.4 Japão ............................................................................................... 60
3.2.2
Papel estratégico dos parques tecnológicos em relação à economia do
país e ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial –
variáveis analisadas .......................................................................................... 67
3.2.2.1 Estados Unidos ............................................................................... 67
3.2.2.2 Reino Unido ..................................................................................... 67
3.2.2.3 França ............................................................................................. 68
3.2.2.4 Japão ............................................................................................... 68
3.2.3
Estratégias de implantação dos parques científicos e tecnológicos
relacionados – variáveis analisadas .................................................................. 70
3.2.3.1 Estados Unidos ............................................................................... 70
3.2.3.2 Reino Unido ..................................................................................... 71
3.2.3.3 França ............................................................................................. 72
3.2.3.4 Japão ............................................................................................... 73
3.2.4
Arcabouço de políticas públicas e soluções financeiras para estímulo e
viabilização dos parques científicos e tecnológicos relacionados – variáveis
analisadas ......................................................................................................... 75
3.2.4.1 Estados Unidos ............................................................................... 75
3.2.4.2 Reino Unido ..................................................................................... 76
3.2.4.3 França ............................................................................................. 79
3.2.4.4 Japão ............................................................................................... 81
3.2.5
Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao
processo de criação e implantação dos parques tecnológicos.......................... 83
3.2.5.1 Estados Unidos ............................................................................... 83
3.2.5.2 Reino Unido ..................................................................................... 83
3.2.5.3 França ............................................................................................. 83
3.2.5.4 Japão ............................................................................................... 84
3.3
PARQUES CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS DE 3ª GERAÇÃO .............................. 84
3.3.1
Conceitos e modelos de parques científicos e tecnológicos bem
sucedidos – variáveis analisadas ...................................................................... 85
3.3.1.1 Coréia do Sul ................................................................................... 85
3.3.1.2 Cingapura ........................................................................................ 89
3.3.1.3 Taiwan ................................................. Erro! Indicador não definido.
3.3.1.4 China ............................................................................................... 96
3.3.1.5 Índia ............................................................................................... 100
3.3.1.6 Finlândia ........................................................................................ 104
3.3.1.7 Irlanda ........................................................................................... 107
3.3.1.8 Espanha ........................................................................................ 110
3.3.2
Papel estratégico dos parques tecnológicos em relação à economia do
país e ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial –
variáveis analisadas ........................................................................................ 114
3.3.2.1 Coréia do Sul ................................................................................. 114
3.3.2.2 Cingapura ...................................................................................... 115
3.3.2.3 Taiwan ........................................................................................... 115
3.3.2.4 China ............................................................................................. 116
3.3.2.5 Índia ............................................................................................... 117
3.3.2.6 Finlândia ........................................................................................ 117
3.3.2.7 Irlanda ........................................................................................... 118
ANEXO 1
3
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.3.2.8 Espanha ........................................................................................ 119
3.3.3
Estratégias de implantação dos parques científicos e tecnológicos
relacionados – variáveis analisadas ................................................................ 120
3.3.3.1 Coréia do Sul ................................................................................. 120
3.3.3.2 Cingapura ...................................................................................... 122
3.3.3.3 Taiwan ........................................................................................... 122
3.3.3.4 China ............................................................................................. 124
3.3.3.5 Índia ............................................................................................... 124
3.3.3.6 Finlândia ........................................................................................ 126
3.3.3.7 Irlanda ........................................................................................... 127
3.3.3.8 Espanha ........................................................................................ 128
3.3.4
Arcabouço de políticas públicas e soluções financeiras para estímulo e
viabilização dos parques científicos e tecnológicos relacionados – variáveis
analisadas ....................................................................................................... 130
3.3.4.1 Coréia do Sul ................................................................................. 130
3.3.4.2 Cingapura ...................................................................................... 133
3.3.4.3 Taiwan ........................................................................................... 134
3.3.4.4 China ............................................................................................. 135
3.3.4.5 Índia ............................................................................................... 137
3.3.4.6 Finlândia ........................................................................................ 138
3.3.4.7 Irlanda ........................................................................................... 138
3.3.4.8 Espanha ........................................................................................ 140
3.3.5
Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao
processo de criação e implantação dos parques tecnológicos........................ 141
3.3.5.1 Coréia do Sul ................................................................................. 141
3.3.5.2 Cingapura ...................................................................................... 142
3.3.5.3 Taiwan ........................................................................................... 142
3.3.5.4 China ............................................................................................. 143
3.3.5.5 Índia ............................................................................................... 144
3.3.5.6 Finlândia ........................................................................................ 144
3.3.5.7 Irlanda ........................................................................................... 145
3.3.5.8 Espanha ........................................................................................ 145
4
CONCLUSÕES ............................................................................................. 147
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 155
ANEXO 1
4
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
LISTA DE ABREVIATURAS E ACRÔNIMOS
ABG - Associação Bernard Gregory
AFII - Agence Française pour les Investissements Internationaux
ANIMA – Réseau Euro-Mediterranéen
l’Investissement
ANPROTEC - Associação Nacional
Empreendimentos Inovadores
d’Agence
de
de
Entidades
Promotion
de
Promotoras
de
ANVAR – Agence Nationale de Valorisation de la Recherche
APTE - Asociación de Parques Científicos y Tecnológicos de España
AUA - Atlantic University Alliance
AURRP - Association of University Related Research Parks
BHT - Bridge High Technology
BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento
BITS - Building on Information Technology Strengths
BMRC - Singapore’s Biomedical Research Council
C&T&I – Ciência, tecnologia e inovação
CDD – Contrat de Travail à Durée Determinée
CDI - Contrat de Travail à Durée Indeterminée
CE – Commission européenne
CEEI - Centres Européens d'Entreprises et d'Innovation
CIR - Crédit d'Impôt Recherche
DERA - Defense Evaluation Research Agency
EBN - European Business and Innovation Network
EBTs – Empresas de Base Tecnológica
FCE - Fonds de Compétitivité des Entreprises
EIF - European Investment Fund
GLOINTECH - Global Integrated Technology
HEA - Higher Education Authority
HESIN - Higher Education Support for Industry in the North
IASP - International Association of Science Park
ANEXO 1
5
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
IDA - Industrial Development Agency
IES – Instituições de Ensino Superior
KTCGF - Korea Technology Credit Guarantee Fund
KTDC - Korea Technology Development Corporation
MaRS - Medical and Related Science Discovery District
MET - Mecanismo Europeu para as Tecnologias
MIT- Massachusetts Institute of Technology
MPEs - Micro e pequenas empresas
OECD - Organization for Economic Co-operation and Development
OMC - Organização Mundial do Comércio
P&D - Pesquisa e Desenvolvimento
PAT - Programa para Tecnologias Avançadas
PCTs - Parques Científicos e Tecnológicos
PqT – Parque Tecnológico
RETIS - Réseau National des Technopoles, Incubateurs et CEEI (Centres
Européens d’Entreprises et d’Innovation) de France
RH – Recursos Humanos
RRIT - Rubber Research Institute of Thailand
RTP - Research Triangle Park
SAEM - Société Anonyme d’Economie Mixte Sophia Antipolis
SBIR - Small Business Innovation Research
STA - Science and Technology Agency - Japan
STPI - Software Tech Park Indian
SV – Silicon Valley
TCS - Teaching Company Scheme
TEMBA - Transnacional Executive MBA
TI - Tecnologia da Informação
TIC – Tecnologia de Informação e de Comunicação
TTOs - Technology Transfer Offices
ANEXO 1
6
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura.
UKSPA - United Kingdom Science Park Association
ANEXO 1
7
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
1 INTRODUÇÃO
As transformações ocorridas no mundo ao longo das últimas décadas do século XX
deixaram a sociedade diante de desafios sociais, políticos, econômicos e ambientais
extremamente complexos e profundos. Alguns fenômenos nunca antes
experimentados na história da humanidade colocaram países, empresas e
indivíduos numa posição inusitada em que enormes ameaças convivem com
fantásticas oportunidades.
Dentre os principais fatores que levaram a este momento histórico tão especial,
destacam-se:
•
O processo de globalização mundial, que promoveu a integração de países,
economias e pessoas de uma forma avassaladora;
•
A velocidade de acesso a informação e conhecimento, viabilizada pelo
avanço nos processos de comunicação e gestão de bases de dados;
•
A formação de uma nova estrutura econômica global, com o surgimento dos
grandes blocos econômicos, das economias emergentes e das megaempresas globais;
•
O crescimento da consciência crítica sócio-ambiental, com o surgimento de
movimentos, entidades e organismos orientados formalmente para a defesa
do meio ambiente e a redução das desigualdades.
Em meio a este turbilhão de mudanças, um tema que assume importância cada vez
maior trata da capacidade/habilidade de se diferenciar produtos, serviços, empresas
e países. Em outras palavras, num mundo tão competitivo e integrado todos sofrem
do mal de “parecer igual”. Países “referência” têm suas estratégias de crescimento
“copiadas” por outros países. Empresas “vencedoras” são analisadas
cuidadosamente pelos concorrentes. Produtos e serviços “de sucesso” ganham
similares nas prateleiras semanas depois de seus lançamentos.
O combustível que mantém esta corrida frenética chama-se inovação. A inovação
tem se tornado o foco mundial nestas últimas décadas. Se alguns anos atrás os
fatores competitivos giravam em torno de mão-de-obra, recursos naturais, redução
de custos e do aumento da produtividade, parece não haver mais dúvida de que o
desafio do momento é continuará sendo por muito tempo, a questão da INOVAÇÃO.
O objetivo deste trabalho não é tratar o tema da inovação de forma profunda e
detalhada. Para efeito deste estudo, o essencial é considerar que a inovação é,
antes de mais nada, fruto de um sistema complexo que envolve a relação entre
entidades geradoras de conhecimento (universidades, centros de P&D, etc),
empresas (especialmente, mas não somente, aquelas dedicadas a atividades
intensivas em conhecimento), mercados consumidores, atores governamentais e
profissionais talentosos. Como resultado deste sistema, tem-se a introdução de
forma bem sucedida, de um produto ou serviço novo no mercado.
Dentre as diversas estratégias para promoção da inovação, este trabalho dedica-se
a estudar e analisar o caso de “ambientes favoráveis à inovação” constituídos na
forma de Parques Científicos e Tecnológicos (PCTs). Os PCTs começaram a surgir
ANEXO 1
8
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
nos países desenvolvidos a partir da segunda metade do século XX e se
espalharam de forma significativa ao redor do mundo até atingir o patamar atual de
cerca de 1.500 empreendimentos.
Este trabalho é parte de um projeto que visa gerar uma base de conhecimento na
forma de Estudos, Análises e Proposições, capaz de permitir uma melhor
compreensão sobre a questão dos Parques Tecnológicos no Brasil e a construção
de um arcabouço legal, financeiro e de políticas públicas que assegurem um correto
direcionamento deste segmento estratégico para o país.
A presente etapa do estudo constitui-se no desenvolvimento de uma pesquisa
técnica envolvendo um levantamento sistêmico e uma análise consistente dos
principais casos bem sucedidos de Parques Tecnológicos mundiais, englobando:
países da Europa, Ásia e os Estados Unidos.
A Pesquisa busca contemplar, dentre outras questões, os seguintes temas:
•
Conceitos e modelos de parques tecnológicos bem sucedidos;
•
Estratégias de implantação destes parques tecnológicos;
•
Papel estratégico dos parques tecnológicos em relação à economia do
país como um todo e ao desenvolvimento de uma determinada região
e/ou setor empresarial;
•
Arcabouço de políticas públicas e soluções financeiras para estímulo e
viabilização dos parques tecnológicos;
•
Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao
processo de criação e implantação dos parques tecnológicos.
Considerando as diversas iniciativas de criação e desenvolvimento de parques
científicos e tecnológicos no mundo, e a crescente implantação destes mecanismos
no Brasil, percebe-se que este tipo de empreendimento impõe ao poder público, um
posicionamento concreto e objetivo devido à sua importância estratégica para o
desenvolvimento do país e da alta complexidade para a implantação destes
ambientes. A reflexão sobre as experiências mundiais, passa a ser uma ferramenta
extremamente rica, fornecendo subsídios para um planejamento consistente por
parte da sociedade, com destaque para o governo.
O Estudo não se propõe ser exaustivo e definitivo, uma vez que a análise de todo o
universo tornar-se-ia redundante e desnecessária para a consecução dos objetivos
propostos. Mais do que isso, a proposta é estabelecer uma sistemática flexível e
abrangente para permanente atualização e aperfeiçoamento da base de
conhecimentos gerada.
ANEXO 1
9
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
2 ASPECTOS CONCEITUAIS E METODOLÓGICOS
2.1 Aspectos Conceituais
As novas demandas dos mercados e a acirrada competição empresarial, bem como
o desafio do crescimento sustentável das regiões e territórios imputam aos
empresários e governos a necessidade de estabelecer novos paradigmas e políticas
públicas de promoção da inovação.
A experiência internacional mostra que estes “ambientes favoráveis à inovação” se
tangibilizam em mecanismos como parques científicos e tecnológicos, incubadoras
de empresas, pólos e tecnópoles, que permitem estabelecer relações extremamente
vantajosas para as empresas, com um processo constante de revitalização
tecnológica e conseqüente aumento da competitividade.
Quando se observa alguns casos internacionais, especialmente dos parques
científicos e tecnológicos, estes, têm impactado positivamente no desenvolvimento
das regiões onde estão instalados. Considerados empreendimentos com base em
áreas físicas delimitadas ou disseminadas nas cidades e regiões, onde as empresas
inovadoras ou intensivas em conhecimento estão localizadas, os parques científicos
e tecnológicos se caracterizam como componentes de políticas públicas para
incentivo à inovação, contribuindo para o aumento da competitividade de empresas
regionais ou em sua área de influência. Principalmente quando associados a
mecanismos de incubação de empresas, são também impulsionadores da criação
de empresas inovadoras, intensivas em conhecimento e novas tecnologias, "spinoffs" de instituições de pesquisa e ensino ou de empresas consolidadas.
Antes de iniciar a análise dos parques científicos e tecnológicos ao redor do mundo,
é importante estabelecer alguns referenciais conceituais que permitam compreender
de maneira uniforme as diversas experiências mundiais.
Para tanto, apresenta-se abaixo diversas definições e conceituações propostas pela
UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura)
e IASP (International Association of Science Parks).
O que é um parque científico e tecnológico (UNESCO e IASP)
Parques científicos e tecnológicos são complexos de desenvolvimento econômico e
tecnológico que visam fomentar economias baseadas no conhecimento por meio da
integração da pesquisa científico-tecnológica, negócios/empresas e organizações
governamentais em um local físico, e do suporte às inter-relações entre estes
grupos. Além de prover espaço para negócios baseados em conhecimento, PCTs
podem abrigar centros para pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico,
inovação e incubação, treinamento, prospecção, como também infra-estrutura para
feiras, exposições e desenvolvimento mercadológico. Eles são formalmente ligados
(e usualmente fisicamente próximos) a centros de excelência tecnológica,
universidades e/ou centros de pesquisa. (UNESCO)
As metas típicas de um parque científico e tecnológico são (UNESCO e IASP)
•
Promover a P&D por meio da universidade em parceria com a indústria;
ANEXO 1
10
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
•
Apoiar o crescimento de novos negócios e agregar valor a empresas
maduras;
•
Promover o desenvolvimento econômico e a competitividade de regiões e
cidades;
•
Facilitar a criação e crescimento de empresas baseadas na inovação,
fomentar o empreendedorismo e a incubação de start-ups;
•
Estimular e gerenciar o fluxo de conhecimento e tecnologia entre as
universidades, instituições de P&D, empresas e mercado;
•
Prover um ambiente onde empresas baseadas em conhecimento podem
desenvolver interações/sinergias com centros de conhecimento visando
benefícios mútuos;
•
Construir espaços atraentes para “profissionais do conhecimento”.
Condições pelas quais os parques científicos e tecnológicos podem assumir
um papel de centros de excelência da Sociedade do Conhecimento (UNESCO):
•
Conhecimento e informação são considerados recursos no processo de
produção, juntamente com capital, trabalho, recursos naturais, infra-estrutura
na determinação do crescimento econômico;
•
O uso do conhecimento para inovar não é somente um determinante de
riqueza, é também a base da vantagem competitiva. PCTs também participam
na inovação, desenvolvimento de novas idéias, aplicação de novas
tecnologias, manufatura de novos produtos e entrega de novos serviços;
•
PCTs trazem com eles formidáveis desafios com implicações para empresas,
indivíduos, instituições educacionais e governos. Estes desafios podem
ocorrer em diversos aspectos tais como estrutura organizacional, gestão,
emprego, investimento, treinamento, políticas e regulações;
•
PCTs consideram os recursos humanos como fonte essencial de
desenvolvimento, simplesmente porque o conhecimento está inserido nas
pessoas e seres humanos são os criadores de conhecimento.
Princípios e Práticas típicos em PCTs:
PCTs provêem aos empreendimentos “hard business services (infra-estrutura física,
telecomunicação, transporte, recursos humanos e ambiente favorável para
habitação)” e “soft business services”, dentre os quais se destacam:
•
Transferência de tecnologia de universidades ou centros de pesquisa para
empresas inovadoras;
•
Incubação de negócios baseados em conhecimento, oferecendo aos
empreendedores expertise em gestão, acesso a financiamento, network de
negócios e ferramentas necessárias para o sucesso do empreendimento;
ANEXO 1
11
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
•
Suporte legal em incorporação de negócios, tributação, legislação trabalhista,
propriedade intelectual, etc.;
•
Incentivos financeiros e fiscais para atrair empresas inovadoras;
•
Desburocratização para acelerar processos administrativos, fiscais e legais;
Baseando-se nestas definições e diretrizes, é possível destacar algumas das
principais funções dos parques científicos e tecnológicos:
•
Ambientes que integram academia e setor empresarial – mecanismos que
permitem uma efetiva aproximação das empresas com os centros geradores
de conhecimento;
•
Espaços com infra-estrutura e serviços profissionais – ambientes profissionais
dotados das condições necessárias para permitir o desenvolvimento de
empreendimentos;
•
Clusters de Inovação, diferenciados e competitivos – ambientes de inovação
que reúnem empresas capazes de formar aglomerados competitivos e
inovadores;
•
Projetos direcionadores do desenvolvimento urbano – empreendimentos que
contribuem para o planejamento e orientação do crescimento urbano e
regional, integrando outros projetos estruturantes;
•
Referências de desenvolvimento sustentável econômico, social, ambiental e
tecnológico – símbolos de iniciativas capazes de responder aos desafios do
desenvolvimento regional vocacionado com escala relevante para atender às
demandas de geração de emprego e renda.
Em resumo, os parques científicos e tecnológicos podem se consolidar, de fato,
como grandes plataformas para promoção do desenvolvimento de regiões e setores,
estabelecendo oportunidades diferenciadas para o direcionamento do processo de
crescimento.
2.2 Aspectos Metodológicos
A análise dos modelos e programas relacionados a PCTs bem sucedidos no exterior
é um tema complexo em função da diversidade e quantidade de empreendimentos
espalhados pelo mundo.
Em geral, este tipo de análise adota duas abordagens alternativas:
•
Análise de casos pontuais de PCTs – que consiste no estudo de PCTs
específicos, visando identificar fatores de sucesso e/ou fracasso que possam
ser considerados relevantes para uma eventual extrapolação no contexto de
uma amostra ou, eventualmente, do universo de PCTs. Este tipo de
abordagem gera resultados ricos em informações especializadas e
detalhadas, mas normalmente é deficiente para oferecer uma visão
representativa e fidedigna do contexto geral.
ANEXO 1
12
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
•
Análise de segmentos/amostras do universo – que consiste na definição de
um conjunto de parques que guardam algum tipo de afinidade baseada em
fatores territoriais (região, país ou continente) ou setoriais (área de
conhecimento). Este tipo de análise oferece uma visão mais representativa do
contexto geral, mas geralmente é deficiente na identificação de fatores e
elementos específicos das experiências dos parques que podem ser
relevantes para estudos como o que está se desenvolvendo aqui.
Considerando estes aspectos mencionados, a abordagem adotada neste trabalho
procurou integrar estas duas perspectivas visando obter uma visão abrangente e
significativa dos PCTs no mundo e, ao mesmo tempo, identificar características
específicas que contribuam para a reflexão e definição de estratégias válidas para o
caso brasileiro.
Para atingir este objetivo, realizou-se um estudo técnico acerca das diversas
abordagens metodológicas aplicadas no contexto de estudos acadêmicos,
pesquisas/surveys realizadas por órgãos e entidades internacionais, a fim de
identificar critérios e variáveis de análise, estratégias de pesquisa e modelos de
segmentação e estruturação do universo de análise. Este trabalho contemplou
estudos realizados no contexto da IASP, APTE, UKSPA, AURP, UNESCO, Órgãos
de Governos Federais (EUA, França, Austrália, Malásia, etc.), entre outros.
Este levantamento gerou um conjunto de subsídios que resultou na estruturação de
uma “Matriz para levantamento de informações sobre PCTs no mundo”, constituída
por dois eixos básicos:
•
Elementos para caracterização da experiência de PCTs – contempla as
diversas variáveis importantes para que se compreenda de forma mais
profunda e específica a experiência e a realidade dos PCTs numa
determinada região ou contexto. Estas variáveis estão divididas em 5
Grandes Grupos:
o Elementos que constituem os conceitos e modelos de parques
científicos e tecnológicos bem sucedidos;
o Papel estratégico dos parques científicos e tecnológicos em relação à
economia do país como um todo e ao desenvolvimento de uma
determinada região e/ou setor empresarial;
o Estratégias de Implantação destes Parques Tecnológicos;
o Arcabouço de Políticas Públicas e Soluções Financeiras para estímulo
e viabilização dos parques científicos e tecnológicos;
o Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao
processo de criação e implantação dos parques científicos e
tecnológicos;
•
Segmentação de PCTs – consiste na estratégia adotada para estruturar o
universo de PCTs a serem analisados. Optou-se por uma segmentação
dividindo inicialmente as experiências de PCTs ao redor do mundo em três
grupos, segundo suas características e funções no contexto histórico. Cada
um destes três segmentos constituem o que passou a se denominar de
ANEXO 1
13
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
“Gerações de PCTs” e que, por sua vez, contemplam um grupo de países
representativos do período em questão:
o 1ª Geração de PCTs – contemplando EUA, França, Reino Unido e
Japão;
o 2ª Geração de PCTs – contemplando EUA, França, Reino Unido e
Japão;
o 3ª Geração de PCTs – contemplando Espanha, Finlândia, Irlanda,
Coréia do Sul, Singapura, Taiwan, China e Índia.
A partir desta definição, cujo resultado macro é a matriz de levantamento de
informações sobre PCTs (apresentada abaixo), foi possível iniciar o processo de
identificação das “idéias força” que caracterizam a experiência de PCTs ao redor do
mundo. Na seqüência, cada um destes grandes eixos que estruturam a matriz
passam a ser detalhados de forma mais profunda.
2.2.1 Elementos para caracterização das Experiências de PCTs
A experiência dos PCTs ao redor do mundo apresenta uma enorme diversidade de
tipologias e modelos, em função das características do sistema de ciência e
tecnologia do país, do tipo de setor empresarial atendido e dos programas de apoio
a PCTs disponíveis.
Como o objetivo de ampliar e aprofundar a análise destas experiências foram
estabelecidos os principais elementos de análise deste universo, focando em cinco
grandes grupos de variáveis:
I. Perfil dos principais parques tecnológicos do exterior, enfocando a
configuração, relações com demais atores locais e nacionais, infra-estrutura
física, ocupação territorial, entre outros;
ANEXO 1
14
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
II. Estratégias de implantação destes parques tecnológicos, se local, regional ou
nacional, observando-se o papel dos diversos atores na definição destas
estratégias;
III. Papel estratégico destes parques em relação à economia do país como um
todo e ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial,
a fim de evidenciar a relevância do empreendimento e o conseqüente retorno
dos investimentos aplicados;
IV. Políticas públicas para estímulo e viabilização de parques científicos e
tecnológicos e modelos alternativos de financiamento, contemplando
investimentos de governo, venture capital, angel finance, leasing, equity capital,
financiamentos tradicionais ou outros tipos de fundos;
V. Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de
criação e implantação dos parques tecnológicos, especialmente no que tange à
infra-estrutura, suporte às empresas, programas mobilizadores de apoio à C&T,
etc.
Estes grupos de variáveis foram definidos a partir do estudo e análise das
experiências e práticas mundiais com foco nos continentes americano, europeu e
asiático, concentrando-se em países que alcançaram significativos resultados com
PCTs. As informações levantadas pelo estudo, que não objetivou ser exaustivo e
definitivo, configuraram-se numa base inicial de conhecimento que permite identificar
alguns dos fatores chave de sucesso nas diversas iniciativas mundiais.
Para fins de análise, definiu-se um conjunto de variáveis, que possibilitassem
identificar e caracterizar os diferenciais dos parques de maior destaque implantados
nos três continentes, relacionando principalmente os fatores que os tornaram
modelos de referência e sucesso.
Essas variáveis identificadas foram agrupadas da seguinte forma:
I. Conceitos e modelos de parques tecnológicos bem sucedidos - Este
conjunto de variáveis foi definido com base no modelo desenvolvido no
contexto da IASP, denominado de “Estrategigrama” (Sanz, 2006), cuja
importância está na identificação de elementos básicos na criação de parques,
os quais, possibilitaram uma visão estratégica sistêmica e comparativa. O
modelo foi adaptado e expandido a partir do estudo de outros modelos de
análise, chegando-se a uma configuração conforme descrito abaixo:
o A relação dos parques com centros promotores de conhecimento
de qualidade - identificação do grau de relação (forte, médio ou fraco)
que envolve universidades e institutos de pesquisa com estes
ambientes de inovação. Entre as três gerações de parques científicos e
tecnológicos identificados, destaca-se a necessidade de se estabelecer
a forma como o meio acadêmico atuou frente a promoção da inovação
(se atuando ativamente na estruturação de parques científicos e
tecnológicos, se reagindo às alterações e evoluções do tecido
empresarial ou sendo instrumento do fortalecimento tecnológico
regional através de ações públicas);
ANEXO 1
15
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
o Posição das empresas do parque no fluxo tecnológico – se os
empreendimentos/projetos do parque (já existentes ou planejados) se
posicionam no segmentos mais ligados a pesquisa (unidades de P&D
de empresas, centros de tecnologia, start ups de pesquisa) ou mais
conectados com o mercado (empresas de tecnologia com forte
interação com o mercado).
o O grau de especialização dos parques - se generalista ou
especialista, identificando o foco de atuação, a relação com outras
instituições, principalmente universidades e centros de P&D, a forma
como se definiu a especialização de um parque, se em virtude de
demandas regionais ou de identificação de setores portadores de
futuro;
o Tipo de empresa instalada - se spin-off universitária, empresa
consolidada (que possibilita, através de fenômeno denominado “spillover”, o desenvolvimento de tecido empresarial de entorno, com
interação entre grandes empresas e fornecedoras) ou start-up
empresarial. A análise foca principalmente a estratégia desenvolvida
na implantação das empresas, e os motivos que direcionaram futuras
ações;
o O mercado foco (local, regional e internacional) - diagnóstico
alicerçado principalmente na capacidade que os parques tecnológicos,
de cada uma das três gerações, tiveram de contribuir para o
desenvolvimento nacional, aliado ao momento em que cada geração
se fez surgir;
o Nível de integração à malha urbana - apontando se o parque está
integrado ao tecido urbano, ou se está instalado em local separado
distante dos centros urbanos, demonstrando também uma capacidade
de organização dos meios promotores do desenvolvimento;
o Disponibilidade de espaço e infra-estrutura bem ou pouco
definidos - bem como a qualidade destes espaços e infra-estruturas,
que atuam muitas vezes como fatores determinantes do sucesso de
empreendimentos tecnológicos;
o O portifólio de serviços oferecido às EBTs - se existe, se é claro,
bem como se estes serviços são de qualidade, além de identificar o
grau de formalidade ou informalidade do parque em relação as
empresas;
o O nível de trabalho em rede - se existente, se ocorre de forma
estratégica ou ocasional, permitindo identificar estruturas e sistemas
sinérgicos que estejam contribuindo para a alavancagem de negócios;
o Modelos de gestão - se existem formalmente, identificando possíveis
modelos jurídico-institucionais, e vantagens relacionadas aos mesmos,
ou se no caso de modelo de gestão informal, como o mercado acaba
funcionando como balizador.
ANEXO 1
16
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
II. Papel estratégico dos parques científicos e tecnológicos em relação à
economia do país como um todo e/ou ao desenvolvimento de uma
determinada região e/ou setor empresarial - esse conjunto de variáveis é
extremamente importante para avaliar o papel do parque no seu setor, região
ou país de modo a garantir que seja um projeto impactante de:
o Relevância estratégica nacional – No caso de Parques que foram
concebidos e implantados como elementos chave de uma estratégia
nacional de desenvolvimento;
o Relevância
estratégica
regional
–
contemplando
os
empreendimentos criados com o propósito de promover o
desenvolvimento de um estado ou região específica;
o Relevância Estratégica setorial – abrangendo os projetos concebidos
para servir de plataforma para desenvolvimento, teste e disseminação
de inovações e referências para determinado segmento empresarial ou
técnico;
o Relevância estratégica local – que envolve os PCTs focados na
promoção do desenvolvimento/crescimento de uma determinada
localidade/cidade.
III. Estratégias de implantação destes parques tecnológicos – esta variável
busca evidenciar o mecanismo básico de criação e implantação do um PCT no
que se refere ao papel central desempenhado pela principal entidade
empreendedora, analisando alternativas como:
o Geração espontânea – contemplando PCTs que surgiram de forma
não planejada, em função de fatores diversos que variam de
universidades fortes, vocação empresarial e infra-estrutura adequada;
o Iniciativa acadêmica – PCTs gerados formalmente a partir de
universidades, com fins de promoção da interação universidade
empresa, estímulo a atração de empresas e valorização do patrimônio
da universidade;
o Intervenção estatal /nacional – PCTs resultantes de uma estratégia
liderada pelo poder público na forma de um investimento estruturante,
definição de políticas agressivas de incentivo, etc.,
o Intervenção de entidades regionais – PCTs concebidos e
implementados por órgãos e entidades ligadas ao governo
estadual/provincial, visando promover o desenvolvimento de uma
região que envolve diversas localidades/cidades;
o Intervenção de entidades locais – PCTs estruturados por órgãos ou
entidades municipais (cidades), visando claramente o desenvolvimento
local a partir da articulação das forças empresariais e acadêmicas
existentes;
o Investimento privado/empresarial – PCTs concebidos e
implementados como negócios privados liderados por empreendedores
ANEXO 1
17
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
de segmentos empresariais ligados ao setor imobiliário, tecnológico e
comercial.
IV. Arcabouço de políticas públicas e soluções financeiras – Este grupo de
variáveis contempla os diversos tipos de instrumentos legais e financeiros de
estímulo à implantação de PCTs e ao desenvolvimento das empresas neste
tipo de ambiente de inovação:
o Leis e sistemas regulatórios – Leis de regulamentação do Sistema
de C&T&I de um país ou região, Leis que estabelecem Planos
Nacionais ou Regionais de Desenvolvimento, etc. Exemplo Brasil – Lei
de Inovação.
o Linhas de fomento e financiamento – Instrumentos públicos de apoio
direto à inovação, pesquisa e desenvolvimento no contexto de
universidades, PCTs e, principalmente, das empresas. Exemplo Brasil
– Fundos Setoriais, Subvenção Econômica.
o Programas educacionais e/ou de apoio à C&T – Estratégias,
modelos e ações objetivas de promoção da educação voltada para o
empreendedorismo & inovação e das atividades de pesquisa científica
e desenvolvimento tecnológico. Exemplo Brasil – Programas de pósgraduação e de apoio à P&D.
o Políticas de incentivo fiscal – Leis, programas, projetos e
modalidades de incentivo fiscal (tributário), com vistas à estimular
atração de empresas e o desenvolvimento de atividades de C&T&I.
Exemplo Brasil – Lei de Informática e Lei do Bem.
o Políticas industriais e de comércio exterior – Leis, programas,
projetos e modalidades de incentivo e apoio ao desenvolvimento de
determinados setores industriais e a promoção do comércio exterior.
Exemplo Brasil – PITCE.
V. Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo
de criação e implantação dos Parques Tecnológicos – neste grupo de
variáveis estão contempladas as iniciativas de promoção e suporte direto às
atividades específicas de implantação de PCTs e de apoio às empresas
instaladas nesses ambientes.
o Programas sistêmicos de apoio à criação e atração de empresas
inovadoras – estes programas envolvem os instrumentos e programas
de fomento e financiamento direto ao processo de criação de novas
empresas ou à atração de empresas para o PCT;
o Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos envolvendo linhas de fomento e financiamento, programas prioritários
para articulação de atores públicos, projetos de geração de
conhecimento e mobilização da sociedade e outras iniciativas
diretamente voltadas para o apoio às atividades de planejamento,
desenvolvimento e implantação de PCTs.
ANEXO 1
18
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Como já foi mencionado anteriormente, não se pretende considerar que este
conjunto de variáveis aqui apresentadas seja definitivo, pelo contrário, o objetivo é
propor um modelo sistêmico que seja revisado, aperfeiçoado e agregado
permanentemente a fim de assegurar o conceito dinâmico e flexível da abordagem
metodológica.
2.2.2 Segmentação do Universo de PCTs
Estudos anteriormente realizados nesta área de PCTs revelam que não basta
estabelecer um conjunto de variáveis de análise consistente e abrangentes para se
obter um resultado representativo e verdadeiramente útil. A segmentação do
universo de análise também é essencial para atingir este objetivo.
No caso em questão, a segmentação do universo de PCTs poderia adotar diversos
tipos de abordagem:
•
Segmentação por país – adotando a abordagem eminentemente geopolítica;
•
Segmentação por área de atuação – mais focada na vertente tecnológica
escolhida pelo PCT;
•
Segmentação pela Natureza da Origem do PCT – vinculada à entidade que
criou o PCT (ex. PCT criados por Universidades, por ações de governo, etc);
•
Segmentação pelo Porte do Empreendimento – associada ao volume de
investimentos, quantidade de empresas, volume de receitas, etc.
Após a análise das diversas alternativas e do processo histórico de evolução dos
PCTs, optou-se por adotar uma segmentação que alia o fator geopolítico
(segmentação por país) ao fator “momento histórico”. A segmentação por países é
importante para que se respeite os aspectos culturais, políticos, econômicos, sociais
e acadêmicos que influenciam o processo de desenvolvimento de uma política de
apoio a PCTs. Por outro lado, a avaliação dos casos e estudos de PCTs, permite
concluir de forma clara que existem “momentos históricos” diferentes ao longo do
processo de evolução dos PCTs ao longo da história e ao redor do mundo. Estes
“momentos históricos” foram denominados, para efeito deste trabalho, de “Gerações
de PCTs” e serviram como base para o processo de segmentação da experiência de
PCTs no mundo. Cada uma destas Gerações de PCTs, por sua vez, pode ser
desdobrada em função do fator geopolítico a fim de se concentrar nos países mais
representativos daquele determinado momento histórico.
A caracterização desta abordagem de segmentação chegou ao seguinte
encaminhamento:
•
·1ª Geração – “Parques Pioneiros” - criados de forma espontânea/natural,
para promover o apoio à criação de EBTs e a transferência de tecnologias, a
partir de universidades fortes e dinâmicas. É possível identificar claramente
condições favoráveis à inovação e desenvolvimento empresarial tais como:
vocação regional, disponibilidade de recursos humanos e financeiros, infraestrutura favorável, etc. De modo geral, tiveram apoio e/ou suporte estatal
não sistêmico/estruturado e alcançaram alto grau de relevância estratégica.
As iniciativas dos parques pioneiros, ou de 1ª geração, permitiram que
ANEXO 1
19
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
nações/regiões pudessem assumir uma posição competitiva privilegiada no
desenvolvimento tecnológico mundial. A partir dos modelos de sucesso dos
parques pioneiros, outras iniciativas passaram a ser implementadas,
agregando a sistematização dos parques pioneiros, porém esses parques
considerados seguidores ou de 2ª geração não alcançaram o mesmo nível de
sucesso dos primeiros.
•
·2ª Geração – “Parques Seguidores” - criados de forma planejada, formal e
estruturada, para "seguir" os passos de uma "tendência e/ou caso de
sucesso". Nesta categoria, foi possível identificar dois grandes grupos: (a)
aqueles que se desenvolveram a partir de uma forte relação com
universidades e (b) aqueles que se desenvolveram a partir de uma demanda
local
com
uma
relação
(média)
com
uma
universidade.
Quase sempre, todos esses casos tiveram apoio e suporte sistemático estatal
(nacional, regional ou local) e visavam, essencialmente, promover o processo
de interação universidade-empresa, estimular um processo de “valorização”
(financeira ou institucional) de áreas ligadas aos campi de universidades e
criar espaços para implantação de empresas inovadoras no contexto de uma
determinada região com pretensão de se tornar um pólo tecnológico e
empresarial. Por outro lado, os resultados se dividem num espectro que varia
de um desempenho bom, chegado ao mediano e fraco. Este tipo de PCT
constitui a essência de um verdadeiro “boom” que se espalhou pelos EUA e
outros países da Europa, ao longo das décadas de 70 a 90.
•
·A 3ª geração de parques, denominada “Parques Estruturantes”, beneficio-se
do aprendizado acumulado das experiências desses parques de 1ª e 2ª
geração, e tem sido responsável pelo crescimento tecnológico de países
emergentes. Criados como fruto de uma política regional ou nacional e
orientados para promover um processo de desenvolvimento sócio-econômico
extremamente impactante, contaram com apoio e investimento estatal forte,
mas são extremamente orientados para o mercado globalizado.
Em geral, estão integrados a outras políticas e estratégias de
desenvolvimento urbano, regional e ambiental. Estes tipos de parques são
influenciados por fatores contemporâneos, tais como: a maior facilidade de
acesso ao conhecimento, o aprendizado com experiências/erros/acertos do
passado e pela necessidade de velocidade de desenvolvimento motivada
pela globalização.
A figura ao lado
apresenta o resultado
de
um
estudo
realizado pela IASP
acerca da taxa de
crescimento
dos
PCTs ao redor do
mundo ao longo das
últimas décadas:
ANEXO 1
20
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3 ANÁLISE
DOS
PARQUES
CIENTÍFICOS
E
TECNOLÓGICOS - MODELOS E PROGRAMAS DE
APOIO BEM SUCEDIDOS NO EXTERIOR
A experiência pioneira e de maior sucesso no que diz respeito a parques
tecnológicos está associada àquela que ainda hoje é considerada a região mais
inovadora e dinâmica do mundo, conhecida com Vale do Silício ou Silicon Valley. O
Vale do Silício originou-se do enorme potencial científico, tecnológico e
empreendedor concentrado nesta região da Califórnia em torno da Universidade de
Stanford. O primeiro movimento, ainda da década de 50, que direcionou este
processo de evolução da região foi a criação do Stanford Research Park, em torno
do campus da Universidade, que acelerou o processo de articulação, interação e
dinamização das atividades empresariais inovadoras na região.
Com base nisto, outras regiões começaram a investir em mecanismos de
desenvolvimento e/ou ambientes de inovação, como os parques tecnológicos, cada
qual com características próprias. A pluralidade de iniciativas geradas possibilita
hoje, que seja realizada uma análise sobre as alternativas de modelos de parques
científicos e tecnológicos e de programas bem sucedidos de apoio a esses parques,
resultando em maior possibilidade de sucesso na adoção de um modelo ou de um
programa para o Brasil.
A partir do sucesso do Vale do Silício, os PCTs passaram a ser conhecidos fora dos
vales californianos, até o ponto da reprodução do fenômeno, ou produto, de acordo
com o ciclo Schumpeteriano, que aponta para a replicabilidade e adoção de
produtos ou processos de sucesso por concorrentes, gerando um incremento na
exploração da inovação e partindo o mercado para novas alternativas. Para que as
demais iniciativas pudessem ser bem sucedidas, tornou-se necessário adaptá-las as
realidades de cada região de entorno, gerando com isto processos específicos
múltiplos.
As informações analisadas em cada conjunto de variáveis permitiram organizar no
capítulo 3 uma estrutura comparativa entre países, onde são relacionados os
elementos que caracterizam o PCT e o seu posicionamento conforme a geração dos
parques. O capítulo 4 extrai as considerações mais importantes da análise, de
modo a condensar as informações de cada conjunto de variáveis por geração de
parques, permitindo destacar “idéias-força” de cada conjunto, fundamentando a base
inicial de conhecimento necessária para o processo de reflexão que se seguirá.
ANEXO 1
21
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.1 Parques Científicos e Tecnológicos de 1ª Geração
São os chamados “Parques Pioneiros”, nasceram de forma espontânea ou natural,
para promover o apoio à criação de EBTs (empresas de base tecnológica) e a
transferência de tecnologias de centros geradores de conhecimento, a partir de
universidades muito fortes e dinâmicas. De modo geral, receberam apoio ou suporte
estatal não sistêmico e alcançaram alto grau de relevância estratégica.
Os parques científicos e tecnológicos analisados neste grupo estão localizados nos
Estados Unidos, Reino Unido, França e Japão e de forma temporal iniciaram suas
atividades entre os anos 50 e 80.
Stanford Research Park – Silicon Valley
ANEXO 1
22
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.1.1 Conceitos e Modelos de Parques Científicos e Tecnológicos
bem sucedidos
3.1.1.1
Estados Unidos
Os parques científicos e tecnológicos
discutidos neste trabalho têm sua
origem nas experiências pioneiras
surgidas durante a década de 50 nos
Estados
Unidos:
Rota
128
(Massachusetts), Vale do Silício
(Califórnia) e Research Triangle Park
– RTP (Carolina do Norte). Estes três
casos, que se caracterizam como
parques científicos e tecnológicos de
1ª geração, assumiram um papel
ativo no pioneirismo tecnológico
americano, conduzindo o país à
posição de epicentro de diversas
ondas da inovação tecnológica
(semicondutores,
computadores,
microeletrônica,
biotecnologia,
tecnologia da informação e também
e-commerce).
Triangle Research Park
Em geral estes parques tornaram-se modelos bem sucedidos e referências para as
demais iniciativas nos EUA e demais países do mundo, contando com geração
espontânea, promovida pela demanda nacional por avanço tecnológico, além de
contar com desenvolvimento induzido via financiamento facilitado (venture capital,
seed capital, etc.).
O sucesso destes empreendimentos pode ser quantificado, destacando que hoje o
Research Triangle Park – RTP congrega aproximadamente 130 empresas e/ou
organizações que geram cerca de 40.000 empregos, enquanto o Vale do Silício
fomentou o surgimento de grandes empresas como Cisco System, Hewlett-Packard,
Google, Yahoo, Java e Nestscape, entre outras.
a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade
Os parques analisados, não tiveram origem (não foram diretamente ou
conscientemente induzidos pelos) centros produtores e difusores de conhecimento,
porém, a relação desses centros com os parques tecnológicos fomentou o
crescimento e sucesso dos mesmos. Embora, tenha sido a partir dos centros de
conhecimento e da relação com determinados acadêmicos que surgiram os
empreendedores que deram origem as empresas vencedoras destas regiões. Talvez
possa se chamar de uma espécie de simbiose, onde tanto as empresas que
surgiram nestes ambientes, quanto os centros de conhecimento, se beneficiaram da
evolução um do outro.
ANEXO 1
23
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Os parques analisados não são iniciativas e/ou criação dos centros produtores e
difusores de conhecimento, porém, a partir da consolidação dos parques as
universidades criaram seus próprios empreendimentos dentro destes ambientes.
A relação destes parques é decorrente da combinação entre vantagens competitivas
oriundas da cultura empreendedora e da ligação de empresas pioneiras com um
meio acadêmico de classe mundial. São exemplos desta ligação:
•
Silicon Valley: Stanford University e University of California at Berkeley;
•
Research Triangle Park: Duke University, University of North Carolina e North
Carolina State University;
•
Boston (Rota 128): Massachusetts Institute of Technology e Harvard.
Muitas das empresas localizadas nos três modelos padrões (SV, RTP, Rota 128) de
1ª geração são considerados spin-offs universitários, ou seja, empresas originadas a
partir de desenvolvimento técnico e científico provenientes do meio acadêmico,
tendo como fundadores e empreendedores pesquisadores vinculados as próprias
Universidades.
b) Posição no fluxo tecnológico
Os setores explorados pelos parques tecnológicos de 1º geração nos EUA foram e
ainda são setores de alta tecnologia, o que tornou esses mecanismos referência
nacional e precursores do avanço tecnológico norte-americano. A flexibilidade e a
capacidade de adaptação a novas tecnologias também foi fator de vantagem
competitiva, o que permitiu que empresas e instituições fossem vanguarda em uma
nova onda.
No caso do Vale do Silício, a região caracterizou-se por ser o epicentro de ondas
tecnológicas que se seguiram à consolidação do arranjo de: semicondutores,
computadores e mais recentemente TI (Tecnologia da Informação), biotecnologia e
e-commerce. (03)
c) Grau de especialização
Os três parques tecnológicos relacionados (SV, RTP, Rota 128) podem ser
caracterizados como especializados na atuação em setores de alta tecnologia
(semicondutores, microeletrônica, computadores, biotecnologia, tecnologia da
informação e e-commerce). Essa especialização, porém, foi evoluindo ao longo de
uma linha de tempo, mantendo estes mecanismos na vanguarda das novas ondas
tecnológicas. (03)
d) Empresas "alvo"
Os empreendimentos alvo destes parques caracterizavam-se por novas empresas
(emergentes), start-ups que quando bem-sucedidas, tornaram-se âncoras do
desenvolvimento tecnológico das regiões que abrigaram os primeiros parques. Outro
foco destes parques eram os spin-offs universitários (empresas geradas a partir de
laboratórios e do próprio meio acadêmico, centros universitários altamente
qualificados que caracterizaram o entorno dos parques tecnológicos modelos de 1ª
geração).
ANEXO 1
24
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
A atração de empresas âncoras não era uma prioridade, porém o surgimento de
empresas âncoras desempenhou um importante papel para o sucesso destes
parques, neste sentido destaca-se, no caso do Research Triangle Park, a presença
da IBM, Northern Telecom, Ericsson e SAS Institute. No caso deste parque foi
possível identificar sua preocupação na agregação de valor através de grandes
empresas, contando com apoio público na atração das mesmas.
e) Mercado objetivo
Surgidos em plena “Guerra Fria”, período caracterizado pela corrida armamentista e
pela necessidade de desenvolvimento tecnológico fomentado pelo estado, os
parques tecnológicos de primeira geração norte-americanos destacaram-se pelo
provimento de demanda tanto regional como nacional. O pioneirismo em setores
emergentes possibilitou às regiões onde esses parques tecnológicos se localizavam,
usufruírem de vantagens competitivas frente a um mercado global, tornando-se
também o mercado internacional seu foco.
Assinala-se ainda que o advento de novas tecnologias permitiu que empresas e
instituições assumissem posição de destaque frente aos novos mercados e
demandas internacionais.
f) Densidade urbana
Os parques norte-americanos avaliados nesta geração são marcados por uma
configuração integrada ao tecido urbano consolidando-se a partir da especialização
regional (conurbação de empresas e instituições de pesquisa e desenvolvimento).
Os arranjos empresariais destes parques foram organizados em torno de seus
potenciais regionais já desenvolvidos. O caso do RTP é uma exceção, onde três
grandes centros de ensino e pesquisa orientados para áreas de alta tecnologia,
fomentaram, através de apoio público, o desenvolvimento do parque tecnológico
focado em três cidades. A organização deveu-se a potencialidades e mecanismos
que atuaram em sincronismo.
g) Espaço e infra-estrutura
A infra-estrutura e os espaços foram bem definidos - a necessidade de
estabelecimento de relações direcionou o vínculo entre empresas e infra-estrutura
tecnológica de qualidade (centros universitários de nível mundial).
No caso do RTP, o parque foi estruturado como um mecanismo de geração de
crescimento e conhecimento, os outros dois casos (Vale do Silício e Rota 128) foram
estruturados a partir de infra-estrutura e mecanismos (logísticos ou tecnológicos)
que possibilitaram maior interação entre empresas, proporcionando o surgimento de
um ambiente tecnologicamente latente.
h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica
No caso do Vale do Silício o sucesso pode ser atribuído a fatores como o suporte
em P&D de universidades, a quantidade elevada de recursos humanos qualificados
e centros universitários provedores de estrutura laboratorial que estimularam a
capacitação das empresas presentes no arranjo. (01)
Analisando pontualmente o caso do Vale do Silício, destaca-se uma série de fatores:
a força de trabalho altamente qualificada, combinação entre grandes empresas e
ANEXO 1
25
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
novas start-ups, disponibilidade de venture capital, cultura empreendedora presente
entre os investidores (venture capitalists), infra-estrutura de suporte à alta tecnologia
(por exemplo: qualidade na rede de fibra ótica disponível), conexão entre
universidades e demais atores do arranjo. (02)
É oportuno ressaltar o papel das universidades locais, as quais alicerçaram o
desenvolvimento tecnológico regional, com serviços, laboratórios e provimento de
recursos de alto nível. (01)
i) Trabalho em rede
A necessidade de amadurecimento tecnológico estimulou a cooperação, juntamente
com o surgimento de spin-offs a partir de universidades ou grandes empresas, que
trouxeram consigo fortes vínculos com os centros de ensino de nível mundial e
empresas âncoras. A convergência de tecnologias também estimulou a colaboração.
A cooperação que caracteriza as empresas criadas a partir de universidades (spinoffs) estimulou o surgimento de redes informais envolvendo empresas e centros de
ensino superior.
j) Modelo de gestão
No caso do Vale do Silício, as fundações e/ou associações são responsáveis pelas
tomadas de decisão e gerenciamento estratégico de atividades, trata-se de uma
gestão exercida através de associações voltadas ao provimento e gerenciamento de
demandas regionais. No caso do RTP, há uma gestão formal e institucional (a
gestão é exercida por uma instituição sem fins lucrativos, denominada “Research
Triangle Foundation”, que efetua a gestão interna e a gestão estratégica). Nos dois
outros parques tecnológicos de 1ª geração nos Estados Unidos (Vale do Silício e
Rota 128) a gestão passa a ser orientada para o mercado, ou pelas necessidades
das empresas instaladas no arranjo.
Organizações e associações vinculadas a setores empresariais, ou que agreguem
políticas comuns e ainda algumas cidades do entorno, caracterizam os tomadores
de decisão do Vale do Silício. O Stanford Research Park, tem sua administração
exercida pela Universidade de Stanford.
3.1.1.2
Reino Unido
No Reino Unido, seguindo o sucesso de experiências norte-americanas, os parques
pioneiros podem ser classificados como científicos e surgiram localizados junto às
universidades. Estes parques científicos possuem características singulares não
apresentando o mesmo nível de relevância nacional, como verificado no caso
americano. Porém, foram determinantes para o surgimento de uma nova fase
ascendente de desenvolvimento de tais mecanismos, fato consolidado a partir da
segunda geração de parques científicos (em meados da década de 80, num prazo
de quatro anos o número de parques científicos cresceu de 2 para 31 parques).
A amostra utilizada para análise considerou os primeiros parques que surgiram no
Reino Unido visando a transferência tecnológica das universidades para as
empresas – Parque Tecnológico de Cambridge (Inglaterra) que hoje abriga 90
ANEXO 1
26
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
empresas
que
empregam
aproximadamente
5.000
funcionários,
e
Edinburgh
Technopole Park (Escócia), que
apresenta 83 empresas com volume
superior a 4.000 empregos.
O parque de Cambridge, pioneiro na
Inglaterra, é um dos primeiros
parques da Europa e contribuiu para
que houvesse uma valorização das
engenharias, que eram menos
prezadas na Inglaterra, em contraste
com a Alemanha e França. Além
disso, e apesar de demorar quase
12 anos para apresentar resultados,
Cambridge Science Park
o parque de Cambridge auxiliou o
Reino Unido a aperfeiçoar sua
política industrial e de P&D, como a política de compras governamentais, por
exemplo, que foi modificada para contemplar também as pequenas e nascentes
empresas de bases tecnológicas, não só as empresas britânicas grandes e
tradicionais.
a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade
No Reino Unido, os parques tecnológicos estiveram alicerçados em centros
universitários. As causas do avanço dos parques tecnológicos no Reino Unido estão
relacionadas a redução do apoio governamental às IES, fato que as levou a buscar
investimentos e meios de viabilizar seus negócios. Outros importantes fatores dizem
respeito à mudança na política industrial, como a quebra de monopólio da
exploração das patentes registradas pelas universidades públicas e a falta de
dinamismo industrial. (04)
b) Posição no fluxo tecnológico
Os parques científicos originaram-se, na sua maior parte, de IES que recebiam
grandes aporte de recursos para o desenvolvimento tecnológico e acabavam por
desenvolver produtos e patenteá-los. Os principais setores estavam associados às
ciências da vida e medicina e fortemente concentrados nas empresas farmacêuticas.
No setor empresarial, a pesquisa e desenvolvimento estava fortemente concentrada
nos setores de ponta, os quais têm forte ligação com o setor científico. (05)
c) Grau de especialização
De modo geral, os parques científicos do Reino Unido da primeira geração reúnem
empresas atuantes em setores de alta tecnologia como biotecnologia, computação,
telecomunicações, energia, tecnologia industrial e de materiais.
d) Empresas "alvo"
Novas empresas - spin-offs universitários, ou mesmo empresas que necessitassem
modernizar seus produtos ou instalações para atender as demandas de mercado
ANEXO 1
27
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
(06). Multinacionais estrangeiras buscaram estabelecer laboratórios dentro ou
próximo às universidades. (05)
e) Mercado objetivo
Agregação de valor a spill-overs tecnológicos oriundos dos centros acadêmicos e
geração de spin-offs universitários, aliados as empresas já consolidadas que
agregaram valor ao meio empresarial formado. A instalação de alta capacitação do
ambiente de negócios por meio dos parques científicos permitiu maior
competitividade a nível internacional.
f) Densidade urbana
Seguiram a esteira dos parques tecnológicos americanos de 1ª geração (Vale do
Silício, Rota 128 e RTP), mas em comparação, ocuparam áreas bem menores (06).
Como se desenvolveram a partir dos centros de conhecimento, principalmente
universidades, em geral são integrados ao tecido urbano, porém com áreas e
espaços bem definidos - voltados para as universidades. O surgimento destes
ambientes foi determinante como fator de regeneração urbana e econômica. (06)
g) Espaço e infra-estrutura
Integrados ao tecido urbano, porém com espaço físico bem definido, sob
responsabilidade dos centros universitários mantenedores. Esses parques
mantinham contatos formais com centros universitários ou institutos de educação
superior, cuja principal função de gestão é a transferência ativa de tecnologia das
IES para as empresas instaladas no parque. O espaço muitas vezes era adaptado
para atender às demandas de atratividade e crescimento das EBTs;(06)
As infra-estruturas mais comuns são do tipo "parkland" com grandes áreas verdes e
paisagens extensas, com a atratividade mesmo de um parque no sentido amplo da
palavra (06). Alguns parques como o de Oxford tem espaços físicos pequenos, o
que está levando a uma segunda fase em busca de expansão desta área física.
h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica
As instituições de ensino superior implantaram um modelo de relacionamento de
pesquisa e treinamento baseado em parcerias mais estreitas, mas ainda baixas em
termos de formalização. Cabe destacar que os contatos informais e o networking
entre a indústria e o meio científico já funcionavam no Reino Unido antes da
implantação dos parques científicos, porém de forma mais incipiente.
A necessidade de instalar indústrias próximas às universidades, em um ambiente
que beneficiasse empresas de base tecnológica, de modo a desenvolvê-las e
comercializar os resultados universitários foi fato importante para desenvolvimento
das relações entre empresas e academia. (06)
O parque de ciência de Cambridge e o Edinburgh Technopole acomodam
companhias que exercem atividades de pesquisa. Para acomodar as demandas
variadas destas companhias, os parques possuem estruturas diferenciadas, com
mecanismos necessários para suportar as atividades relevantes à pesquisa. Estes
ANEXO 1
28
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
edifícios possuem ambientes e serviços que podem ser locados: escritórios,
laboratórios de biologia e química, laboratórios de apoio equipados e outros.
Estão incluídos nos serviços destinados às empresas, além da gerência e
administração executiva do parque científico, o apoio e infra-estrutura de
telecomunicações, circuito interno de segurança, serviço de alimentação,
estacionamento, reprografia, transportes, serviços de comunicação interna, espaço
para conferência, serviços de atendimento pessoal (saúde, creche e acomodações
pessoais).
i) Trabalho em rede
O estabelecimento de trabalhos em redes era ocasional entre empresas, já com
relação às academias e empresas os trabalhos de cooperação apresentam uma
conotação mais articulada e estratégica. Conforme já mencionado, salienta-se a
importância do networking, principalmente da relação universidade - empresa,
formando inclusive, joint-ventures (05).
j) Modelo de gestão
As universidades e instituições de ensino superior são responsáveis pela gestão dos
parques que estão desenhados para encorajar a formação e o desenvolvimento de
EBTs e outras organizações dentro do parque. São criadas empresas privadas
(joint-ventures entre as universidades, empresas de pesquisadores públicos,
autoridades locais e/ou empresas privadas) formadas justamente para fazer a
gestão e operação dos parques (05) (06).
3.1.1.3
França
Os parques tecnológicos surgiram
neste país por volta dos anos 70, por
visionários locais, inspirados nos
exemplos de Stanford (Califórnia),
Massachusetts
(Boston)
e
em
Cambridge
(Reino
Unido)
que
começaram
o
processo
de
desenvolvimento de tais mecanismos.
Inicialmente, os parques tecnológicos
não
estavam
integrados
às
universidades ou outros mecanismos
de apoio à inovação,
e visavam
principalmente a atração de empresas
para determinadas regiões da França.
Sophia Antipolis
Estes parques tecnológicos recebem a denominação de “Parcs ou Pôles
Technologiques”, Technoparcs, Innopôpes ou “Technopoles, caracterizando-se
como importantes mecanismos para o desenvolvimento de empresas tecnológicas
para as regiões. Os primeiros parques tecnológicos foram incentivados
principalmente por atores locais e pelos governos locais e federal (em menor
proporção) como forma de pulverização do conhecimento científico tecnológico
ANEXO 1
29
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
industrial – concentrado na capital francesa, e a partir de então, direcionado à outras
cidades do interior.
De acordo com a segmentação sugerida de parques tecnológicos, a amostra dos
modelos franceses de 1ª geração relacionam-se a empreendimentos pioneiros como
é o caso do Sophia Antipolis (com maior destaque), Parque de Labège Innopole
(1975) e o ZIRST (Zona para Inovação e Realizações Científicas e Técnicas) de
Meylan (1972), este último agora chamado de Inovallée. Cabe ainda destacar que
para a fase de levantamento e coleta de informações recorreu-se aos sites do
governo françês – incluíndo embaixadas, associações, artigos disponíveis on-line e
livros.
a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade
Na França, diferentemente do que ocorreu no Vale do Silício, os parques não foram
desenvolvidos ao redor das universidades e centros de pesquisa e sim, atuaram
como atratores de unidades de IES. Como exemplo, o caso do parque de Sophia
Antipolis que atraiu a instalação de IES, como é o caso dos laboratórios da École
Nationale Supérieur de Mines (situada inicialmente em Paris), o deslocamento da
École de Commerce de Nice, além de uma filial do Instituto Francês do Petróleo.
(07),(08)
b) Posição no fluxo tecnológico
Inicialmente o governo apoiou o desenvolvimento de grandes empresas e centros de
pesquisas nos setores da aeronáutica, energia, defesa, informática, telefonia e
saúde. Os primeiros parques tecnológicos tinham como objetivo principal atrair e
desenvolver indústrias "limpas" com foco tecnológico. Pode-se assinalar como
exemplo o posicionamento do Parque de Sophia Antipolis, Parque de Labège
Innopole e Inovallée (09).
c) Grau de especialização
Os parques franceses desta geração têm um perfil generalista, voltado a setores de
ponta, porém, agregando valor às potencialidades regionais. As áreas exploradas
com maior ênfase foram: aeronáutica, aeroespacial, energia nuclear e transporte.
d) Empresas "Alvo"
Os parques tecnológicos franceses da primeira geração tinham como foco o
desenvolvimento de pequenas e médias empresas tecnológicas, articuladas ao
redor de grandes empresas que atuavam como âncoras. (09)
e) Mercado objetivo
Os parques desta geração tiveram inicialmente seu foco no mercado regional explorando potencialidades regionais e demandas locais. Posteriormente os
parques começaram a ter como objetivo não apenas as empresas do mercado local,
regional, passando a atrair empresas estabelecidas no mercado nacionais. O
mercado internacional não foi foco estratégico para o estabelecimentos destes
parques.
ANEXO 1
30
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
f) Densidade urbana
Os parques franceses de 1ª geração tiveram sua implantação nos arredores das
cidades onde os preços dos terrenos eram mais acessíveis. Esses
empreendimentos envolviam em suas estratégias o intuito da descentralização
industrial vinculada, até então, aos grandes centros urbanos da época. Ex.: parques
da região de Côte d’Azur, com proximidade a um grande aeroporto (Nice) e uma boa
infra-estrutura de hotéis e serviços (08) (09).
g) Espaço e Infra-estrutura
Durante a primeira etapa de realização, a atratividade destes parques foi
fundamentado na disponibilização de recursos de infra-estrutura gerais.
h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica
Os primeiros parques surgiram com o propósito de oferecer infra-estrutura para a
implantação de empresas (base territorial), só posteriormente foram sendo
incorporados serviços de apoio à incubação, gestão e outros mecanismos de apoio
às empresas residentes. (08) (09)
i) Trabalho em rede
Os parques da primeira geração não contavam com redes formais, eram focados no
trabalho colaborativo informal.
j) Modelo de gestão
No caso de Sophia Antipolis a gestão é exercida pela articulação de várias
instituições. Essa gestão é feita por uma empresa estatal com participação privada Sociedade Anônima de Economia Mista Sophia Antipolis, Comunidade de
Municípios de Sophia Antipolis (que congrega representantes públicos de 16
municípios da microrregião), Agência e Desenvolvimento da Côte d'Azur (Governo
dos Alpes Marítimos), Câmara de Comércio e Indústria de Nice e pela Fundação
Sophia Antipolis, entre outros. A gestão de alguns dos parques franceses é formada
pelo poder público regional ou ainda por representantes setoriais. (10a), (10b), (10c),
(10d)
3.1.1.4
Japão
Logo após o fim da segunda guerra
mundial, o Japão assumiu como
prioridade de reconstrução do país, a
ciência e a tecnologia como estratégia
nacional de estruturação econômica e
base para sua competitividade. Os
primeiros
parques surgem
neste
contexto, como conseqüência de uma
política nacional de C&T, focada na
reestruturação das cidades como
distritos industriais.
ANEXO 1
Tsukuba Science City
31
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Foram estimuladas diversas iniciativas em território nacional criando as sementes
dos parques científicos e tecnológicos conhecidas como Cidades da Ciência, a
exemplo de Tsukuba, Kansai e Harima Science City. Conforme estudo do NISTEP –
National Institute of Science and Technology Policy, cerca de 25% do orçamento
nacional é destinado ao fortalecimento da Política de Ciência e Tecnologia onde os
parques científicos e tecnológicos representam o principal mecanismo de inovação e
competitividade. São em número de 158 parques existentes no japão, e 114 em
operação até 1998.
A estruturação dos PCTs, originados pelas aglomerações naturais induzidas pela
necessidade, senso de priorização e alinhamento com a estratégia nacional,
estimularam ainda mais o surgimento de programas como o Technopolis. Os
primeiros resultados imediatos foram a industrialização das regiões
“Technopolisadas” criando cerca de 6 mil novas fábricas entre 1981 e 1993, e cerca
de 752 empresas de alta tecnologia no mesmo período. Isto resultou em 1,3
milhões de empregos diretos acumulados até 1992, criando valor agregado da
indústria na ordem de 10,5 bilhões de yenes neste mesmo ano.
a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade
A formação dos PCTs no Japão e de programas como o Technopolis, é apontado
por alguns autores como resultado de iniciativas entre o governo e centros de
conhecimentos locais como universidades nascentes, centros de pesquisa e
instituições profissionalizantes instalados nos grandes centros metropolitanos.
Neste caso, centros como Tokyo, Nagoia e Osaka concentram mais de 80% de
laboratórios corporativos do país, 70% de todos os cientistas e 60% de todos os
professores universitários. Aliado a infra-estrutura física e dados disponível, estes
centros oferecem mais de 50% das facilidades de P&D privados, 65% da base
computacional instalada e 61% das informações processadas.
Somando ações a política de C&T nacional, os PCTs induziram o surgimento de
áreas industrializadas em todo o país, por meio da criação e dispersão de novos
centros de P&D locais, integrando e em muitos casos desenvolvendo centros
profissionalizantes, universidades, unidades de P&D e indústria, em segmentos
como fibra ótica, semi condutores, computadores e robótica.
Como forma de descentralizar o conhecimento das áreas metropolitanas e promover
a interiorização de ações de P&D, um forte investimento em infra-estrutura de
transporte foi realizado, resultando na primeira rede de transporte ferroviário de alta
velocidade, o Shinkansen ou “Trem de Alta Velocidade”.
Com base nessa estrutura governamental, estruturada na C&T, foram lançados
projetos de larga escala no país que resultaram na chamadas cidades das Ciências
como o Tsukuba Science City, Kansai Science City que se concretizaram na década
de 80 e são marcos até hoje no desenvolvimento científico e tecnológico. (11)
b) Posição no fluxo tecnológico
Os parques japoneses focaram o desenvolvimento de segmentos amplos de
tecnologia, com o propósito de criar uma base inicial de competitividade. Durante a
fase de implementação dos parques de 1ª geração, seguiram modelos de
ANEXO 1
32
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
desenvolvimento semelhantes ao americano e inglês, porém induzindo e
promovendo ações para criação de empresas de forma acelerada.
Baseado nessa estrutura, o Japão objetivou, em fases posteriores, novas fronteiras
tecnológicas que suportassem esse desenvolvimento, por meio de inovações além
da busca constante pela liderança tecnológica. Ampliou o investimento na pesquisa
básica tanto em recursos financeiros quanto humanos. Passou a especializar-se em
segmentos como semi-condutores, microeletrônica, tecnologia de informação e
comunicação, tornando-se referência em pesquisa e desenvolvimento.
Aliado a segmentos de áreas como ciências da vida, oceanografia e ciências da
terra, criou uma estrutura de desenvolvimento em C&T, que originou as sementes
dos parques científicos e tecnológicos que se tornaram as Cidades das Ciências.
(11)
c) Grau de especialização
O crescente grau de especialização dos parques japonesesfoi devido à ações
internas de C&T, que visavam reposicionar o país frente a seus concorrentes
internacionais, principalmente os EUA e Europa. Uma dessas medidas foi a criação
da Science and Technology Basic Law (law 130) que constitue o “backbone” da
política de ciência e tecnologia para que o Japão atingisse a meta em tornar-se uma
nação baseada na criatividade em C&T do século 21. Neste sentido os apoios a
parques científicos foram intensificados, onde institutos do setor privado focaram seu
esforço de P&D para que contribuíssem com o desenvolvimento de produtos de
consumo junto à indústria.
Segundo o Swedish Foundation for International Cooperation in Research and
Higher Education (STINT) setores antes orientados a pesquisa básica do japão
como ciência dos materiais, eletrônica, informática, ciência humanas e da terra
assumem papel estratégico com funções estruturantes no país, induzindo o
desenvolvimento baseado em novos conhecimentos.
Somado a estas ações, os parques científicos criaram “efeitos colaterais” como a
cooperação nos negócios, relacionamento interativo entre regiões, alta qualidade de
pesquisa e formação de imagem das empresas estabelecidas.
A busca da liderança em segmentos especializados de C&T como a microeletrônica,
semicondutores, TIC e robótica criaram pólos de empresas junto aos parques,
caracterizando seu perfil de atuação.
Neste sentido, além de um espaço físico destinado às empresas, os parques
científicos tornaram-se um local de processos interativos de inovação tecnológica.
d) Empresas "alvo"
Num primeiro momento, o foco inicial estava em revitalizar a estrutura industrial
utilizando a C&T como base, principalmente para atender as necessidades do país.
O estímulo à formação de uma indústria produtiva foi a prioridade do sistema de
C&T.(11) As empresas pioneiras, nasceram como conseqüência de uma ação
governamental induzida, estimulando e subsidiando ações de promoção nacional.
Foram concebidas ações para atender a demanda crescente do setor industrial,
ANEXO 1
33
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
onde a interação com universidades locais e centros de P&D estimularam ainda
mais ações empreendedoras.
Na primeira geração de parques, o Japão priorizou estabelecer um conjunto de
entidades mais competitivas ao ocidente, criando uma base industrial em
manufatura sólida. Um grande conjunto de empresas surgidas nessa época,
constituem hoje empresas mundialmente reconhecidas que se originaram junto aos
parques e Cidades da Ciência.
e) Mercado objetivo
Desenvolvimento focado em ações regionais e locais, conduzindo à industrialização
do país como o distrito de Tohoku, a Cidade das Ciências de Tsubame e a região de
Anan-Cho que foi estruturada como uma cidade planejada.(12)
Segundo o NISTEP, pode-se concluir que o foco de mercado dos PCTs
concentram-se em economias tradicionais da indústria como eletrônica e informática,
e de forma emergente nos segmentos de semicondutoress, TIC e biotecnologia.Para
isso, concentra-se no país os esforços de desenvolvimento dos parques, utilizando a
capacidade local pré-existente, tanto em termos de infra-estrutura, como em termos
de pessoal e outras empresas potenciais com capacidade de atuação no mercado
global.
f) Densidade urbana
Forte integração ao tecido urbano como política de revitalização regional, aliado à
disponibilidade de recursos humanos qualificados, a qual que deu origem às
chamadas Cidades das Ciências, tornando-se mais tarde os primeiros parques
científicos. (11) (12)
O surgimento de parques científicos no Japão, consiste em um acesso fácil a um
processo de gestão baseado em efeitos de aglomeração, atividades de pesquisa e
um ambiente criativo de desenvolvimento. A proximidade de uma estrutura de
gestão eficiente, fez com que empresas privadas fossem atraídas para operar em
parques científicos com benefícios econômicos, ao mesmo tempo que
pesquisadores de empresas privadas tiveram a oportunidade de cooperar com
outros pesquisadores de instituições nacionais e públicas.
g) Espaço e infra-estrutura
A combinação de operações com fundos de investimentos e a mobilização para
criação da infra-estrutura, permitiram o desenvolvimento natural da estrutura de
ciência, tecnologia e social de regiões urbanas, estendendo ações para criação de
um ambiente onde as pessoas foram encorajadas a trabalhar e a viver nessas
regiões. (12)
Durante a primeira geração dos parques, dois principais fatores estimularam sua
criação:
•
Necessidade de reconstrução nacional e busca de competitividade;
•
Prioridade e apoio governamental mobilizando esforços nacionais de C&T.
ANEXO 1
34
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Em ambos os casos, a necessidade fundamental não era somente para o parques,
mas também para as próprias regiões. Os japoneses apontavam a infra-estrutura
como um dos principais fatores de desenvolvimento.
A criação de uma infra-estrutura de alta qualidade e acessibilidade, foram
prioridades do governo, que buscou atrair e estimular o desenvolvimento local,
principalmente o industrial. Estrategicamente o investimento sobre a infra-estrutura,
tornou-se um processo de crescimento urbano e revitalização econômica onde
foram destinadas áreas específicas para o estabelecimento dos PCTs e de suas
empresas. O esforço foi pela criação de um ambiente atrativo e favorável para atrair
e manter pessoas que pudessem transformar uma localidade, o que foi vital para a
implantação de PCTs em regiões onde a C&T tornou-se um diferencial.
h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
i) Trabalho em rede
O suporte e esforços do país para desenvolver regiões através de capital e infraestrutura, com base em C&T, para formação de novas áreas destinadas às Cidades
das Ciências, criaram redes de trabalho que permearam todas essas regiões,
envolvendo instituições como prefeituras, fortalecendo institutos de pesquisa locais e
a implantação de universidades nacionais na região. (12)
Estas redes de trabalho constituíram uma força-tarefa nacional, envolvendo
diretamente prefeituras locais, instituições de ensino, pequenas e médias empresas,
e instituições de apoio que atuaram de forma integrada e efetiva para implantação
de novos empreendimentos e permitiram criar um ambiente propício para instalação
e desenvolvimento de empresas. A existência dessas redes foi um fator fundamental
para o desenvolvimento efetivo da região, utilizando e formando recursos humanos
locais. Na prática, representou uma rede de conexão de negócios entre empresas,
universidades e escolas locais além de um conjunto de facilidades públicas que
auxiliaram e complementaram o desenvolvimento no campo tecnológico.
As redes de trabalho através das conexões de negócios criaram o sentimento de
compartilhar a mesma riqueza e a competição entre todos como um tipo de efeito
psicológico neste tipo de ambiente.
O caso da cidade de Tsubame é um exemplo do efeito dessas redes, que converteu
a indústria tradicional numa indústria diferenciada, promovendo o salto de
desenvolvimento e qualidade na regiãode Sakaki-Cho e Yamanaka. Neste caso, a
base industrial e técnica acumulada pelos seus próprios esforços em desenvolver
pequenas e médias empresas, tornaram as mudanças possíveis.
Foi constatado neste caso, que nas indústrias existentes a base técnica acumulada
e a existência de redes de trabalho nesta estrutura uniram a indústria local,
constituindo um dos principais fatores que conduziram ao sucesso. Aliado a estes
fatores, a gestão baseada numa entidade autônoma os auxiliaram a crescer e atingir
um patarmar estável de crescimento.
ANEXO 1
35
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
j) Modelo de gestão
Basicamente o modelo de gestão não é um sistema formalente estabelecido junto
aos PCTs, contudo, pode ser entendido como um processo de desenvolvimento em
que o Governo cria condições de implantação, provê incentivos e benefícios locais,
como infra-estrutura de qualidade, acesso a recursos e instituições de apoio.
Os PCTs possuem modelos de gestão próprios, atuando como uma entidade
totalmente autônoma, com uma estrutura de gestão que reúne entidades locais e o
governo como agentes participantes do processo.
Seu modelo é baseado na qualidade de serviços oferecida, desde infra-estrutura
como acesso a recursos provenientes de programas governamentais. Possui em
geral, estrutura simplificada com representantes locais que suportam o processo
para manutenção e atração de novas empresas.
ANEXO 1
36
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.1.2 Papel estratégico dos parques tecnológicos em relação à
economia do país e ao desenvolvimento de uma determinada
região e/ou setor empresarial – variáveis analisadas
3.1.2.1
Estados Unidos
a) Relevância estratégica nacional
Papel de destaque na configuração da indústria de ponta do país, guiou o
desenvolvimento da nação durante vários anos, atuando de forma pioneira na
vanguarda em várias ondas tecnológicas, possibilitando vantagens competitivas em
setores portadores de futuro.
b) Relevância estratégica regional/setorial
Os parques norte-americanos analisados nesta geração desfrutam da posição de
referência em setores tecnológicos proeminentes, agregando às regiões relevância
como centros tecnológicos para os EUA.
c) Relevância estratégica local
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
3.1.2.2
Reino Unido
a) Relevância estratégica nacional
As políticas de incentivo a transferência de tecnologia são bastante fortes,
estimulando a relação universidade-empresa. No entanto, os parques científicos
surgiram extremamente vinculados às IES, e aos fundos de financiamento da
pesquisa que são organizados e geridos regionalmente, através dos conselhos
regionais (Research Councils). Apesar da política ser nacional, o estímulo é regional,
e os parques desenvolvem-se conforme a vocação e competências da universidade
a qual o parque está vinculado.
b) Relevância estratégica regional/setorial
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
c) Relevância estratégica local
O Reino Unido seguiu uma estratégia de infra-estrutura baseada na proximidade
para criar spin-offs de negócios oriundos da ciência pública. O desenvolvimento
partiu de células locais – entorno de centros universitários, onde empresas
nascentes (spin-offs e start-ups universitários) promoveram o crescimento das
economias locais. Inicialmente, nos anos 70, os parques científicos localizados
dentro ou nas proximidades das universidades foram estabelecidos formando
incubadoras para start-ups. Muitas universidades também fundaram empresas para
ANEXO 1
37
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
explorar os resultados de pesquisa. Em 1998, já existiam 223 empresas com estas
características. (05)
3.1.2.3
França
a) Relevância estratégica nacional
Os parques tecnológicos da França assumiram papel importante no
desenvolvimento regional e para a geração de emprego e renda. O Sophia Antipolis
em 1982 já contava com 125 empresas instaladas e gerava 3.700 empregos diretos.
Atualmente conta com 1.276 empresas e gera 26.635 empregos.
b) Relevância estratégica regional/setorial
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
c) Relevância estratégica local
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
3.1.2.4
Japão
a) Relevância estratégica nacional
Prioridade nacional onde os parques (Cidades das Ciências) são os principais
mecanismos práticos de reestruturação do país. No Japão foi estabelecida uma
forte estrutura de C&T, sendo prioridade para a reestruturação nacional tanto em
termos de infra-estrutura quanto em termos de desenvolvimento regional. (11) O
impacto imediato foi a implantação e consolidação de uma estrutura industrial local,
permitindo que estes pólos industriais induzissem a formação de novas instituições
de apoio para o segmento empresarial.
Como efeito secundário, estabeleceu-se um processo de crescimento regional em
cadeia, conferindo, além de novas oportunidades de trabalho e renda, um processo
de “interiorização” de áreas importantes ao país auxiliando a descentralização de
regiões metropolitanas como Tókio na área acadêmica e Kanto na área industrial.
Outro aspecto estratégico de impacto foi a reestruturação de regiões e cidades com
foco em ciência. O forte investimento em buscar na ciência e tecnologia um
processo de liderança nacional em desenvolvimento, resultou em transformar o país
em um dos mais importantes líderes de desenvolvimento tecnológico. (11)
O surgimento dos aglomerados empresariais originados a partir dos centros de P&D
das universidades, ocorreu de forma natural nos parques de primeira geração, como
conseqüência da necessidade de crescimento resultando nos primeiros distritos
industriais. Tais distritos compuseram os primórdios do tecido industrial japonês,
criando um conjunto de empresas num estágio pré-competitivo fortalecendo a
competitividade nacional. (11) (12)
ANEXO 1
38
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Finalmente, o atendimento a demandas sociais da população é outro impacto
relevante no país, criando um processo de desenvolvimento estruturado junto às
áreas físicas de importância nacional. Este processo estimulou a formação de
pessoal no contexto de C&T, além de induzir condições favoráveis de subsistência
nas proximidades das regiões em expansão. (12)
b) Relevância estratégica regional/setorial
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
c) Relevância estratégica local
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
ANEXO 1
39
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.1.3 Estratégias de implantação dos parques científicos
tecnológicos relacionados – variáveis analisadas
3.1.3.1
e
Estados Unidos
a) Geração espontânea
Os parques tecnológicos de primeira geração nos Estados Unidos surgiram a partir
da consolidação de demanda por semicondutores e microeletrônicos, que levaram a
especialização regional. Enquanto o Vale do Silício e a Rota 128 destacam-se com
histórias vinculadas a um sistema econômico clássico (baseado em potencialidades
regionais e fatores como infra-estrutura logística e educacional bem desenvolvida), o
surgimento do Research Triangle Park ilustra a importante presença da comunidade
científica e tecnológica, as quais permitiram o desenvolvimento relativamente
estimulado da região. (01)
b) Iniciativa acadêmica
Os parques tecnológicos apesar de não originados de centros produtores e difusores
de conhecimento, tiveram seu desenvolvimento através do apoio acadêmico, com
universidades e grandes centros de pesquisa e desenvolvimento estabelecendo
vantagens competitivas para as regiões e conspirando para o surgimento de
grandes parques tecnológicos, pioneiros e líderes. (14)
c) Intervenção estatal – nacional
Pós-segunda guerra o investimento do estado direcionou o provimento de capital em
determinados setores. A necessidade de avanço tecnológico frente às demais
potências estimulou o investimento através de apoio indireto, via demanda estatal.
No caso do RTP o apoio público fica mais evidente com benefícios a empresas
entrantes, para a Rota 128 a imposição de barreiras a entrantes demonstra também
apoio público.
Programas estruturados para regulamentação de transferência tecnológica e
cooperação entre empresas e centros de pesquisa se fizeram presentes à
consolidação desses parques de primeira geração. Também foram identificados
programas voltados ao estímulo da inovação tecnológica. Exemplos desta natureza
podem ser representados pelo Departamento de Defesa, o programa Small
Business Innovation Research (SBIR) iniciado em 1983, investiu em pequenas
empresas que permitiram o avanço tecnológico dos arranjos e mecanismos de
desenvolvimento. (02)
d) Intervenção de entidades regionais
O RTP contou com a aliança entre universidades financiadas por órgãos públicos e
incentivos do governo local. Essa aliança permitiu financiar a pesquisa e o
desenvolvimento que possibilitaram o crescimento do parque. (01)
e) Intervenção de entidades locais
Embora a Rota 128 e o Vale do Silício não tenham recebido financiamentos federais
diretos para sua implantação, exceção aos contratos militares do Departamento da
ANEXO 1
40
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Defesa, estes parques contaram com investimentos diretos de seus governos locais
e/ou reversão de impostos destinados a financiar pesquisa e infra-estrutura.
f) Investimento privado/empresarial
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
3.1.3.2
Reino Unido
a) Geração espontânea
Os primeiros parques tentaram seguir a esteira da experiência americana, porém
tinham como objetivo a transferência tecnológica das universidades para as
empresas, sob o objetivo de transformar o conhecimento científico já desenvolvido,
em negócios. Os parques desta geração foram criados a partir da necessidade dos
centros universitários, motivo pelo qual tem seu desenvolvimento vinculado aos
mesmos.
b) Iniciativa acadêmica
As razões comerciais direcionaram o interesse acadêmico pelo investimento em
parques tecnológicos, além das spin-offs universitárias, o objetivo dos parques
científicos residia em atrair empresas maduras que pudessem se tornar clientes da
pesquisa universitária, assim como prover as start-ups dentro de incubadoras com
um time de graduados das universidades. Estudos de caso sugerem que no Reino
Unido uma em cada seis empresas dos parques tecnológicos, seja uma start-up
universitária. (05)
c) Intervenção estatal – nacional
Não havia uma estratégia nacional especifica para promoção e consolidação de
parques científicos e tecnológicos, mas existia uma forte estratégia de investimento
em P&D nas instituições de ensino superior, que por sua vez investiram no
desenvolvimento dos parques para promoção de transferência tecnológica e spinoffs universitários.
A pesquisa nas IES foi financiada basicamente pelo governo nacional através de
dois grandes sistemas de apoio: no primeiro, os chamados Conselhos de Educação
Superior que financiam projetos, inclusive salários dos pesquisadores, treinamentos
e centros de pesquisa para desenvolvimento de produtos pré-competitivos. O
segundo sistema, os fundos que vinham do escritório de C&T do Departamento de
Indústria e Comércio ou através de doações para o setor sem fins lucrativos
(Wellcome Trust). (05)
d) Intervenção de entidades regionais
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
ANEXO 1
41
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
e) Intervenção de entidades locais
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
f) Investimento privado/empresarial
O investimento privado se deu por meio de joint-ventures visando desenvolver, gerir
e operar os empreendimentos de parques tecnológicos, como negócios, participação
em patentes, royalties etc. Os contratos envolvendo pesquisa científica e indústria
contou com financiamentos da iniciativa privada. No Reino Unido, comparativamente
a outros países da Europa, EUA e do Japão, há ocorrência de altos gastos em P&D
nas IES e empresas de pesquisa pública financiadas pela indústria. Em 97, cerca de
7% do total de gastos em P&D foi financiado pelo setor privado. A atividade
acadêmica surgiu como parceira de cooperação com a indústria em um significativo
número de projetos de inovação (05).
3.1.3.3
França
a) Geração espontânea
Os parques científicos e tecnológicos franceses da primeira geração tiveram seu
surgimento induzido pelas iniciativas governamentais locais, objetivando a
descentralização industrial e do conhecimento até então centralizado nos grandes
centros da França.
b) Iniciativa acadêmica
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
c) Intervenção estatal – nacional
O governo francês teve uma importante atuação para a política de implantação de
parques científicos e tecnológicos. Esta atuação é fortemente demosntrada pela
ocasião da Lei de descentralização de 1982, onde os parques científicos e
tecnológicos tornam-se símbolo da afirmação política e institucional governamental.
d) Intervenção de entidades regionais
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
e) Intervenção de entidades locais
As entidades locais tiveram um destacado papel para a criação dos primeiros
parques franceses, a exemplo do parque de Labège Innopole que foi idealizado pelo
prefeito da cidade de Toulouse. (08), (09).
f) Investimento privado/empresarial
O parque de Sophia Antipolis levou doze anos (1960 a 1972) para ser aprovado por
um comitê interministerial. No início, o parque não era integrado por universidades,
ANEXO 1
42
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
nem qualquer tipo de ações de apoio à criação de empresas. O crescimento do
parque ocorreu entre 1972 e 1986 através da implantação de diferentes empresas,
principalmente oriundas de grandes grupos, bem como algumas ações de
descentralização de centros e laboratórios. Entre as quais pode-se citar: FRANLAB,
filial do Institut Français du Pétrole; ROHM e HASS (Suiça); descentralização de
laboratórios mistos CNRS - Ecole Nationale Supérieur de Mines; descentralização
do Centro de Informática Mundial de reservas da Air France; inauguração do
NOVOTEL; deslocamento da Ecole de Commerce de Nice; criação do CERAM.
Até 1982 houve a instalação de diferentes empresas: LEGRAND, Office International
de l´eau, CIRD, Digital Equipment, QUESTEL, TELEMECANIQUE, DOW Chemical,
CSTB. (09)
3.1.3.4
Japão
a) Geração espontânea
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
b) Iniciativa acadêmica
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
c) Intervenção estatal – nacional
A iniciativa de prioridade governamental criou as bases para o desenvolvimento
local. O Estado implementou medidas de para desenvolvimento da C&T através de
agências regionais de desenvolvimento.(11)
A estrutura das Agências de Ciência e Tecnologia - STA é de amplitude nacional,
sendo responsáveis em prover suporte econômico baseado em contratos, junto aos
ministérios, outras agências e universidades. Essas agências foram responsáveis
pela coordenação de ações de C&T que viabilizaram ações regionais levando a
criação dos distritos industriais e as Cidades da Ciência que mais tarde deram
origem aos parques de ciência e tecnologia. (11)
Esses parques que atuaram inicialmente como centros de P&D, implantaram
empreendimentos externos (empresas, instituições, centros de pesquisa...)
suportando atividades de pesquisa e por fim estabeleceram uma relação junto à
indústria para elaboração de novos produtos. (11)
Tais fatores contribuíram para amplificar efeitos em rede, expandido a geração de
negócios inter-regionais e fortalecendo a presença do Estado junto as Regiões. (12)
Conforme o NISTEP, o principal mecanismo de implementação da política pelo
estado é baseado no plano de tecnologia, planos setoriais e intersetoriais que são
orientados pelas STAs através do Conselho de Ciência e Tecnologia.
ANEXO 1
43
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
d) Intervenção de entidades regionais
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
e) Intervenção de entidades locais
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
f) Investimento privado/empresarial
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
ANEXO 1
44
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.1.4 Arcabouço de políticas públicas e soluções financeiras para
estímulo e viabilização dos parques científicos e tecnológicos
relacionados – variáveis analisadas
3.1.4.1
Estados Unidos
a) Leis e sistemas regulatórios
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
b) Linhas de fomento e financiamento
Algumas linhas de fomento a pequenas empresas e empreendimentos emergentes
possibilitaram o desenvolvimento dos parques tecnológicos, isto foi possível a partir
do crescimento das empresas implantadas nestes mecanismos de inovação. As
linhas de fomento começaram a ser implantadas a partir da década de 50, com
outras linhas de financiamento sendo incorporadas em meados dos anos 70.
Existência de programas estruturados voltados ao financiamento de novos
empreendimentos que possibilitaram o desenvolvimento tecnológico de empresas a
partir da colaboração com centros de pesquisa e desenvolvimento. A estrutura de
capital teve uma atuação como elemento indutor do sucesso do arranjo, no caso de
Boston, o apoio financeiro de outras regiões como Nova York (capital de risco,
capital semente). No Vale do Silício, a cultura empreendedora regional destacou-se
pela facilidade no acesso ao capital, enquanto que no caso do RTP, o apoio público
à consolidação de meios locais de capitalização também criou para a região uma
cultura de investimento propícia ao desenvolvimento de EBTs.
c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
d) Políticas de incentivo fiscal
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
e) Políticas industriais e de comércio exterior
Presença de crédito fiscal e título para desenvolvimento industrial, o caso RTP é um
exemplo, com crédito de imposto vinculado ao número de empregos criados e nível
salarial. O crédito de imposto devido pode alcançar 50% da responsabilidade anual,
estando o benefício vinculado a uma média salarial da empresa 110% superior ao
salário médio da região.
Quanto ao título para desenvolvimento industrial, o estado da Carolina do Norte
concede apólice que pode atingir US$ 10 milhões, para implantação de empresas
que venham a gerar bons empregos com salários elevados.
ANEXO 1
45
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.1.4.2
Reino Unido
a) Leis e sistemas regulatórios
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
b) Linhas de fomento e financiamento
Existência de oferta de capital de risco às empresas inovadoras e às empresas com
potencial de crescimento. Fundos de investimento e programas específicos
apoiaram competências técnicas e o desenvolvimento de
tecnologias que
simultaneamente, deram apoio a contratação de pessoal especializado. O Fundo
Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) apoiou o desenvolvimento das
economias regionais, prestando auxílio às pequenas empresas.
c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
d) Políticas de incentivo fiscal
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
e) Políticas industriais e de comércio exterior
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
3.1.4.3
França
a) Leis e sistemas regulatórios
O Governo Francês têm como foco a gestão descentralizada - resultante
principalmente da Lei de descentralização de 1982. Os parques científicos e
tecnológicos são uma afirmação política e institucional deste governo que apoiou
diretamente a criação dos primeiros parques na França. (08)
b) Linhas de fomento e financiamento
Segundo os textos analisados, os parques de primeira geração da França na
ocasião de seu surgimento, não contavam com linhas de fomento e financiamento
específicas.
c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T
Cabe destacar entre os programas de apoio às C&T, as “células de valorização” que
surgiram na década de 80 e atualmente estão presentes em todas as universidades
francesas, assegurando a propriedade intelectual e fazendo o papel de intermediário
entre academia e empresas - resultado da Lei de Inovação de 1999. (09)
ANEXO 1
46
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
d) Políticas de Incentivo Fiscal
Em seu surgimento, os parques de primeira geração não foram beneficiados por
incentivos fiscais. Em 1979 o governo criou a ANVAR, porém, este organismo no
seu início, era destinado a apoiar a valorização dos resultados da pesquisa francesa,
somente mais tarde é que esta agência começou a tratar de questões relacionadas
a incentivos fiscais para a criação de mecanismos de inovação.
e) Políticas industriais e de comércio exterior
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
3.1.4.4
Japão
a) Leis e sistemas regulatórios
As leis específicas para os parques científicos estão contempladas na legislação de
C&T do país, onde os parques são entendidos como mecanismos de
desenvolvimento. Em 1995, foi criada a Lei 130 - Lei Básica de Ciência e
Tecnologia que atua como backbone de C&T do país. Dentre suas principais linhas
estão: a promoção de C&T, Plano Básico de C&T, Relatórios de Gestão e Medição
de desempenho realizadas pelo governo. (11)
Esta Lei permitiu criar condições suficientes e necessárias para o desenvolvimento
dos PCTs, através da prioridade em desenvolvimento científico e tecnológico.
Formalizou as ações governamentais em incentivo e investimento tanto em infraestrutura quanto em formação de pessoal, estabelecendo condições favoráveis ao
desenvolvimento.
b) Linhas de fomento e financiamento
As linhas de fomento para os parques científicos, estão relacionadas ao plano de
desenvolvimento nacional ligado fortemente ao governo central. O plano básico de
Ciência e Tecnologia possui uma importante regra para promover políticas
sistematicamente consistentes de promoção da ciência e tecnologia. Esta regra
consiste em planos de ação intensos realizados entre 1996 e 2000 para concretizar
novos sistemas de pesquisa e desenvolvimento, além do aumento drástico de
investimento governamental para atividades de P&D.
A agência de planejamento econômico em conjunto com a agência nacional da terra,
desenvolvem planos locais de desenvolvimento, envolvendo a criação de ações que
estimulam a geração de novos parques por meio destes financiamentos. (13)
c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T
Os primeiros parques estruturaram a base de desenvolvimento fundamentada em
capacitação e formação de pessoal qualificado para atuação junto ao segmento de
C&T. Através do plano básico de ciência e tecnologia, foram concedidos subsídios
para formação de pessoal envolvido diretamente nos planos de desenvolvimento
locais. Neste estágio, foram identificados potenciais demandas e capacidades locais
de atendimento, sendo mobilizadas ações e estruturados planos concretos de
ANEXO 1
47
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
implementação de instituições de ensino, empresas e centros de P&D alinhados
com a estratégica nacional.
Foram criados cursos de graduação em ciência e tecnologia em áreas
metropolitanas junto a grandes empresas. Um dos centros de ensino importante é a
Nagaoka University of Technology, que junto a prefeitura de Miyazaki estimularam a
formação e emprego na cidade.
A principal motivação para criação destes cursos, foi estabelecer a descentralização
do ensino para áreas onde os distritos industriais e PCTs estavam sendo
estabelecidos.
d) Políticas de incentivo fiscal
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
e) Políticas industriais e de comércio exterior
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
ANEXO 1
48
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.1.5 Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio
ao processo de criação e implantação dos parques
tecnológicos
3.1.5.1
Estados Unidos
a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras
O movimento de implantação e amadurecimento de parques tecnológicos contou
com uma série de fatores e também com a existência de programas de apoio,
conforme apresentado a seguir:
•
A “Guerra Fria” direcionou a necessidade de avanço tecnológico frente às
demais potências, estimulando o investimento – apoio indireto via demanda
estatal. Através do Departamento de Defesa, com o programa Small
Business Innovation Research (SBIR) iniciado em 1977.
•
SBIC - Companhia de investimento em empresa de pequeno porte, que data
de 1958 - capital de risco de iniciativa governamental. Trata-se de uma
ponte entre o venture capital e os pequenos negócios, em geral “start-ups”
em fases iniciais de desenvolvimento.
•
Programa de garantia de empréstimo (1953) – Oferece garantia para
empréstimos a longo prazo às companhias start-ups e com potencial de
elevado crescimento.
•
Rede “Angel capital” para eletrônica (ACE-net) - consolidação de rede de
“Angel capital” voltada a negócios do ramo de eletrônica. Por possuírem
formatos diferentes nos diversos estados norte-americanos, a rede pretende
disponibilizar informações, e orientações direcionadas a subsídios e fontes
de financiamento.
b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
3.1.5.2
Reino Unido
a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
ANEXO 1
49
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.1.5.3
França
a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras
No modelo francês de incentivo à criação de empresas inovadoras não existe um
modelo único implantado de financiamento de apoio a projetos de empresas
inovadoras. Cada pré-incubadora pode ter suas próprias modalidades em função de
sua estratégia e das particularidades de sua estrutura.
Pode-se destacar a Pré-Incubadora Midi-Pyrénées que conta com orçamento de 25
mil euros a 150 mil euros por projeto, com uma média de 70 mil euros, a instituição
possibilita as suas empresas pré-incubadas, financiamento integral das despesas
geradas pela pré-incubação, incluindo as despesas com recursos humanos, além de
financiamento reembolsável pela empresa em caso de sucesso do negócio. (09)
b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos
A França criou as technopoles visando descentralizar a produção industrial que
estava centralizada em Paris. Essas tecnhopoles foram incentivadas principalmente
por governos locais, porém o governo Mitterand adotou as technopoles como
mecanismos de descentralização em seu governo. Atualmente a França vem
desenvolvendo os pólos de competitividade que indiretamente estimulam o
desenvolvimento e consolidação de parques tecnológicos em determinadas áreas.
3.1.5.4
Japão
a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras
O Technopole Program - consiste em um programa para desenvolvimento de
empreendimentos de alta tecnologia orientada para as Cidade das Ciências,
obtendo como resultado, o surgimento dos PCTs (13). Criado na década de 80 com
a visão urbana onde, a indústria de alta tecnologia, o setor acadêmico e o setor
residencial estão organicamente integrados (13).
Neste conceito de programa, a terra e infra-estrutura tornam-se foco secundário no
qual a cultura de desenvolvimento é prioridade na criação de uma comunidade. (13)
O programa Technopolis tornou-se um programa nacional liderado pelo MITI –
Ministry of International Trade and Industry, com o propósito de criar uma série de
cidades científicas em áreas periféricas pelo país. Os principais objetivos do
programa foram:
•
Promover o desenvolvimento industrial elevando o nível tecnológico dos
negócios e estabelecer uma indústria de alta tecnologia;
•
Desenvolvimento regional sustentável estimulando P&D em nível local;
•
Criação de comunidades atrativas onde as pessoas possam viver e trabalhar.
Paralelo a estes objetivos, o Japão realizou um grande esforço em reestruturar sua
indústria e reduzir disparidades regionais na população e nas atividades
econômicas.
ANEXO 1
50
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Através de inúmeros estudos, o programa Technopolis do Japão, tem demonstrado
resultados promissores para a criação de uma identidade nacional por meio de
empresas inovadoras no segmento de C&T. A figura que segue, caracteriza as
regiões envolvidas no programa.
Com base na necessidade do programa, o MITI estabeleceu uma Lei para
“Acelaração do Desenvolvimento Regional Baseado em Complexos Industriais de
Alta Tecnologia” – Technoole Law 1983.
Esta ação permitiu o programa encontrar um meio de prover trabalho atrativo,
ambientes residenciais para P&D, implantação da indústria de alta tecnologia e a
descentralização do desenvolvimento industrial para províncias e regiões remotas do
Japão através da construção de uma nova infra-estrutura tecnológica.
As regiões candidatas devem
tender
critérios
mínimos
conforme
estabelecido
na
technopole law, assim definidos:
•
Potencial de absorver
clusters industriais de alta
tecnologia ou potencial
de crescimento;
•
Capacidade de condução
de P&D através da
cooperação
entre
indústria, universidade e
governo;
•
Uma
universidade
nacional que integra na
educação,
pesquisas
relevantes
para
o
desenvolvimento de alta
tecnologia;
•
Áreas e águas para uso
industrial;
•
Espaço para desenvolviemnto residencial e conexões rápidas junto a
aeroportos e vias rápidas.
b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
ANEXO 1
51
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.2 Parques Científicos e Tecnológicos de 2ª Geração
Os parques de 2ª geração nasceram de forma planejada e/ou estruturada, para
"seguir" os passos de uma "tendência/caso de sucesso". Nesta categoria, é possível
identificar duas grandes vertentes: aqueles que tiveram relação com universidades
fortes e outros que se ligaram a universidades médias. Quase sempre, todos esses
casos tiveram apoio/suporte sistemático estatal (nacional, regional ou local).
Por outro lado, os resultados se dividem num espectro que varia do desempenho
bom, passando pelo mediano e fraco. Para análise foram elencados parques
científicos e tecnológicos vinculados a associações nacionais de parques, dos
quatro países que desenvolveram modelos de 1ª geração – Estados Unidos, Reino
Unido, França e Japão.
3.2.1 Conceitos e modelos de parques científicos e tecnológicos
bem sucedidos
3.2.1.1
Estados Unidos
Seguindo os casos de sucesso que se
desenvolveram nos modelos de 1ª
geração, uma centena de experiências
proliferaram nos Estados Unidos, em
virtude
da
possibilidade
de
alavancagem
do
desenvolvimento
regional ou mesmo de ascender a
competitividade de alguns setores
econômicos.
Segundo dados da AURP – Association
of University Research Parks, são 195
parques científicos e tecnológicos
consolidados e em implantação nos
Estados Unidos, somando 4.450
companhias e organizações (numa
Rensselaer Technology Park
escala que oscila entre 3 e 240
empresas instaladas em parques científicos e tecnológicos), o volume de emprego é
de 350.000 profissionais (a escala oscila entre 4.000 e 38.000 empregos). O impacto
econômico do total dos parques sobre a economia americana é de US$ 31 bilhões.
A base de dados utilizada para a pesquisa compreende a relação de parques
associados à AURP (110 membros), a mesma associação através de pesquisas
publicadas forneceu uma vasta fonte de informação.
a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade
Forte relacionamento – os centros de P&D e IES buscaram o desenvolvimento
regional, e a possibilidade de transformar P&D aplicado em novos negócios.
Segundo dados da AURP, em pesquisa realizada entre os anos de 2005 e 2006,
têm-se a seguinte configuração dos parques norte-americanos de segunda geração:
ANEXO 1
52
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
•
Quase a metade (48%) dos parques de pesquisa possui vínculo com
universidades, outros 22,7% têm uma estrutura incorporada da
universidade, e 13,3% são governamentais. Somente 9,3% são privados e,
6,7% possuem estrutura mista;
•
Mais da metade (54,7%) das terras dos parques tecnológicos é de posse
das universidades, 26,7% são de posse parcial de empresas ligadas a
universidades, 22,7% são do governo e 17,3% são de posse de entidades
privadas;
•
37% dos parques tecnológicos americanos tiveram suas infra-estruturas
custeadas com recursos de universidades.
b) Posição no fluxo tecnológico
Fluxo tecnológico orientado ao estímulo e desenvolvimento de setores de ponta. Em
conformidade com dados estatísticos fornecidos pela AURP – 2005/2006 as áreas
de biotecnologia/fármacos são tidos como setores dominantes entre empresas nos
parques tecnológicos, respondendo por uma média de 23,8%. O setor de TI é o
segundo da lista, representando 20,2% das empresas, seguida por eletrônica com
12,2% e tecnologia aeroespacial com 8,4%.
c) Grau de especialização
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
d) Empresas "alvo"
Foco na geração de spin-offs e empresas start-ups. Estas iniciativas vinculadas a
universidades foi conseqüência da necessidade de transformar P&D aplicado em
novos negócios (16).
e) Mercado objetivo
Mercado não definido claramente, trata-se da integração entre empresas e
universidades, e da comercialização de tecnologias, agregando a este cenário,
grandes empresas (âncoras) atraídas para os parques. O foco está na
comercialização de tecnologia e transferência tecnológica de centros produtores de
conhecimento. Em virtude do grau de desenvolvimento tecnológico e demais fatores
de competitividade o foco empresarial alcança o mercado global.
f) Densidade urbana
Os parques são planejados no entorno de universidades, em alguns casos são
custeados com comercialização de lotes. Como parte da estratégia de
comercialização do conhecimento científico, os centros universitários e promotores
de conhecimento disponibilizaram áreas e orçamentos para implantação de parques
tecnológicos.
A proximidade com a universidade é uma premissa, como as IES estão geralmente
integradas ao tecido urbano, os parques englobam esta característica. Porém
existem situações em que ocorrem a expansão geográfica para fora dos limites do
ANEXO 1
53
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
parque, dependendo das características do tecido urbano e do relacionamento
requerido pelas empresas. (14)
g)
Espaço e infra-estrutura
Segundo informações da AURP - 2005/2006, o tamanho dos parques tecnológicos
nos EUA pode variar entre 0,02 km² e 28,3 km². Cerca de 33% dos parques
tecnológicos americanos possuem área física entre 0,4 e 2,0 km².
•
Aproximadamente 33% dos parques possuem menos de 5 edifícios, 30%
entre 5 e 10 edifícios, e, 27,2% entre 11 e 25 edifícios;
•
A área construída varia entre 0,002 km² e 1,77 km², 53,8% dos parques tem
entre 0,02 e 0,14 km²;
•
A maioria dos parques tecnológicos é vinculada às universidades,
caracterizando sua proximidade ao conhecimento técnico e científico.
h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica
Dos parques tecnológicos considerados como de segunda geração, 92,9% deles
utilizam-se de agências de desenvolvimento econômico para atrair e mesmo auxiliar
o desenvolvimento de parcerias (start-up). Cerca de 83% dos parques norteamericanos fazem uso de estratégias de Marketing para sua divulgação e 67,1%
demonstram a utilização de mecanismos de desenvolvimento locais ou nacionais.
Alianças estratégicas com instituições públicas e privadas também são bastante
usadas, sendo apontadas, por 52,9% dos parques. Os parques tecnológicos norteamericanos avaliados, dedicam parte dos esforços para facilitar enlaces e meios de
cooperação, assim, como atividades de comercialização da tecnologia envolvendo
universidades e spin-offs. De um modo geral os parques tecnológicos pesquisados
contam com os seguintes instrumentos:
•
Escritórios de Transferência Tecnológica (Technology Transfer Offices TTOs);
•
Estrutura laboratorial de apoio a empresas;
•
Consultoria empresarial;
•
Firmas de venture capital, geralmente capitaneadas pelo poder público de
determinadas regiões.
i) Trabalho em rede
Segundo pesquisa AURP - 2005/2006, sete em cada dez parques tecnológicos
dedicam parte da equipe de funcionários promovendo enlaces e atividades de
comercialização de tecnologia com universidades parceiras.
j) Modelo de gestão
Os mecanismos de gestão estratégica/administrativa são desvinculados de seus
mantenedores. Em geral são instituições sem fins lucrativos, administradas de forma
profissional tornando os parques tecnológicos auto-sustentáveis.
ANEXO 1
54
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Segundo informações AURP 2005/2006:
•
36,1% dos parques tecnológicos americanos operam com orçamento
inferior a 1 milhão de dólares por ano, 29,2% possuem orçamento entre 1
e 3 milhões de dólares e 15,3% têm orçamento entre 3 e 6 milhões de
dólares.
•
Enquanto 5,6% dos parques tecnológicos consomem entre 6 e 15 milhões
de dólares para operar durante um ano, 13,9% superam 15 milhões de
dólares em orçamento anual.
•
Em geral, 59,4% das despesas correntes são custeadas pelas atividades
operacionais do próprio parque, outros 20,4% são recursos das
universidades, 12,1% do governo e 8,1% de fundações.
3.2.1.2
Reino Unido
Diversas características marcam a
2ª geração de parques científicos e
tecnológicos surgidos no Reino
Unido a partir dos anos 80,
reproduzindo-se iniciativas bem
sucedidas, em locais e setores
tecnologicamente dinâmicos. O
liberalismo britânico de meados da
década de 80 revelou um grande
problema para as universidades
britânicas, que sofreram cortes em
seus orçamentos, uma solução
encontrada foi buscar transformar
conhecimento
científico
em
negócio, possibilitado através de
uma maior aproximação entre
meio empresarial e acadêmico,
Cambridge Science Park
consolidado a partir da concepção
de parques científicos. Além disto, há casos em que a implantação de parques
tecnológicos ocorre em regiões dominadas pela recessão ou em declínio industrial.
No Reino Unido são mais de 100 parques de ciência que somam aproximadamente
2.200 companhias (sendo 200 multinacionais), cabe ressaltar que o volume de
emprego praticamente dobrou entre 1999 e 2005, passando de 30.000 para 60.000
segundo a UKSPA.
a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade
O surgimento de parques científicos permanece fortemente ligado às universidades
ou centros de pesquisa, sendo que houve uma evolução na forma de gestão e
planejamento destes parques de modo a promover o desenvolvimento de
determinadas regiões. Há uma estratégia nacional para que isto aconteça. A
Agência de Desenvolvimento da Regional de South West na Inglaterra, por exemplo,
desenvolveu toda uma estratégia para a criação de incubadoras e parques
ANEXO 1
55
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
científicos de modo a criar as condições certas para estimular a inovação e a
clusterização de negócios. (17)
Alguns parques científicos, a exemplo do caso de South West na Inglaterra, são
iniciativas que visam apoiar negócios e transferir tecnologia para empresas grandes
e internacionais, desde que estas tenham um link e uma interação muito próxima e
específica com um centro de geração de conhecimento. Este link é formal e
operacional. (17)
b) Posição no fluxo tecnológico
Sendo vinculados às universidades e centros de pesquisa, a posição no fluxo
tecnológico atende aos setores de ponta com grande demanda de conhecimento
científico: ciências biológicas, TIC, Tecnologia ambiental, tecnologias industriais,
energia e materiais.
c) Grau de especialização
Criados por universidades e instalados em suas proximidades, são caracterizados
por possuírem pouca atividade manufatureira, focalizando atividades de P&D e
laboratórios e centros de desenvolvimento de empresas.
d) Empresas "alvo"
Segundo a UKSPA, aproximadamente 20% das empresas instaladas em parques
científicos e tecnológicos do Reino Unido são originárias de centros universitários,
58% das empresas tem origem no entorno dos parques, 7% são originárias de
outras regiões do país e apenas 5% são empresas oriundas de outras nações.
Quanto à qualificação das empresas e/ou organizações instaladas em parques
tecnológicos, 59% são empresas locais, 11% são subsidiárias de grandes empresas
e outras 11% são unidades de institutos de pesquisa e desenvolvimento.
Aproximadamente 53% das empresas possuem entre 1 e 5 funcionários, 21% entre
6 e 15 funcionários, 17% das empresas geram entre 16 e 50 empregos diretos, 7%
geram entre 51 e 300 empregos diretos, enquanto apenas 2% das empresas
possuem mais de 300 funcionários.
e) Mercado objetivo
Segundo a pesquisa “Evolução do passado e futuro econômico – contribuição
econômica do movimento britânico de parques científicos”, organizado pela UKSPA as empresas instaladas em parques tecnológicos apresentam taxas de crescimento
mais elevadas se comparadas a empresas instaladas em outros locais, essas
empresas também demonstram uma maior possibilidade de alcançar novos
mercados.
O aumento da competitividade permite que empresas instaladas em parques
britânicos almejem um maior “market-share”, paralelamente a uma maior
competitividade em nível internacional.
f) Densidade urbana
A estratégia de implantação de parques consiste na promoção da interação
universidade-empresa, sendo que devido à necessidade de aproximação entre meio
ANEXO 1
56
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
acadêmico e empresarial, a questão da disponibilidade de espaço apresenta
limitações. A preocupação com a "regeneração urbana e econômica" fez com que o
surgimento de novos parques tivesse sua expansão para regiões que oferecessem
grandes áreas verdes (parklands), ou mesmo os chamados parques suburbanos, de
tamanho mediano, mas que ofereciam a vantagem de moradias agradáveis e
próximas dos parques. (06)
g) Espaço e infra-estrutura
A Infra-estrutura é um elemento chave para o sucesso dos parques científicos e
tecnológicos britânicos, que contam com rede de fibra ótica e comunicação
moderna, além de sistema de telecomunicações sofisticado. A proximidade de
aeroportos permite e facilita a internacionalização dos negócios, do mesmo modo
que a proximidade com IES e centros de pesquisa é apontada como um fator
relevante para o desempenho do parque, por serem estas instituições as grandes
provedoras de serviços e infra-estrutura para a pesquisa e desenvolvimento.
A expansão geográfica para fora dos limites dos parques varia bastante,
dependendo das características do tecido urbano e do relacionamento requerido,
mas sempre é empreendida por parcerias entre IES ou Institutos de Pesquisa e as
empresas potenciais dos parques. (06)
h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica
Os parques científicos do Reino Unido oferecem na sua maioria, a grande vantagem
da proximidade com as IES ou centros de pesquisa. Nesta relação, oferecem mãode-obra altamente qualificada (os pesquisadores participam do desenvolvimento das
soluções), além de infra-estrutura laboratorial e mecanismos como incubadoras de
empresas.
Empresas instaladas em parques científicos britânicos utilizam-se de acesso
facilitado a venture capital e angel finance para estabelecer seus negócios a um
grau significativamente mais elevado do que companhias situadas fora de parques.
i) Trabalho em rede
As parcerias público-privadas em forma de joint-ventures entre as IES, institutos de
pesquisa, empresas privadas de pesquisadores públicos e/ou empresas privadas
são o formato institucional para estabelecer as parcerias e projetos de cooperação.
Cabe destacar que historicamente o Reino Unido estabelece um forte networking e
uma relação universidade-empresa informal.
Os Conselhos Regionais de Pesquisa são peças fundamentais no estabelecimento
do trabalho em redes.
j) Modelo de gestão
Os parques científicos são geridos, na sua maioria, por empresas privadas (jointventures) formadas exatamente para fazer a gestão e operação dos parques. (05)
ANEXO 1
57
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.2.1.3
França
Os Parques Tecnológicos de segunda
geração surgiram na França de forma
planejada, apoiados em políticas de
incentivo a implantação de parques,
incubadoras, centros de inovação, e
mais recentemente a pólos de
competitividade. Alguns dos parques
de primeira geração evoluíram e
reposicionaram-se estratégicamente
contribuindo para a consolidação
destes mecanismos na França.
Biocitech
Os Parques Tecnológicos de segunda
geração foram incentivados pelo governo como forma de mecanismos de inovação e
estímulo à vantagem competitiva regional, nacional e internacional. A maioria dos
parques desta geração estão posicionados junto a um pólo de competitividade.
Os três parques analisados na primeira geração - Sophia Antipolis (com maior
destaque), Parque de Labège Innopole (1975), ZIRST de Meylan (1972), também
foram foco de análise na segunda geração por se tratarem de parques que
evoluiram, replanejaram-se, fazendo parcerias com institutos, universidades,
etc..Além destes parques foram analisados o Biocitech (Pólo de competitividade
MediTech Santé) e Technopole de l'Aube en Champagne, BIOPARC Lyon.
a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade
Diversas iniciativas de parques e technopoles surgiram na França por intermédio de
renomadas universidades como, por exemplo, a Technopole de l'Aube en
Champagne criada pela Universidade Tecnológica de Troyes. (10a), (10b), (10c),
(10d). Algumas regiões francesas como Toulouse e Montpelier desenvolveram
parques tecnológicos próximos as suas universidades; (07),(08)
Os parques estão cada vez mais próximos de centros de pesquisa e instituições de
ensino. Pode-se citar o Parque Tecnológico de Lyon, o BIOPARC Lyon como
exemplo de parque tecnológicos inserido no contexto de suporte ao
desenvolvimento de pólos de competitividade - especialmente na área de
Biotecnologia. (08), (09)
b) Posição no fluxo tecnológico
O Governo francês apresenta os
parques
tecnológicos
como
mecanismo de suporte e estimulo a
criação
de
empresas/
projetos
inovadores. Os parques, assim como
os pólos de competitividade, as
incubadoras,
etc.,
são
atores
essenciais no processo de inovação
tecnológica na França, bem como em
seu processo de transferência.
ANEXO 1
Fonte: Extraído de BRUNET, Michel. 2005
58
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
c) Grau de especialização
São parques especializados em setores de ponta e portadores de futuro. Com
relação a este posicionamento, pode-se citar o caso de parques altamente
especializados, commo é o caso do Biocitech e o BIOPARC Lyon.
d) Empresas "alvo"
Atração, criação e consolidação de empresas inovadoras em diversas áreas de
atuação a exemplo de biotecnologia, TIC, nanotecnologia, fármacos entre outros.
e) Mercado objetivo
O governo francês vem desenvolvendo por meio de editais específicos a criação de
pólos de competitividade. Atualmente são 66 pólos, dos quais, 16 são tem atuação
mundial (ou com vocação para atuação mundial) e os demais com vocação nacional
ou regional. Estes pólos são formados principalmente por parques tecnológicos,
centros de pesquisa, academia, empresas que possuam reconhecimento como
líderes mundiais, nacionais ou regionais, incontestáveis em sua área de atuação,
possuindo uma visibilidade e um posicionamento mundial, nacional ou regional,
visando a cooperação para o desenvolvimento de projetos de P&D. Exemplo:
Aerospace Vallée-Valley (Aeronáutica, espaço e sistemas embarcados), Lyon
Biopôle (Diagnósticos, vacina e bi-medicamentos), MédiTech Santé (Saúde e
fármacos), Minalogic (nanotecnologia e software), SCS (TIC), System@tec (TIC),
(02)
f) Densidade urbana
Desenvolvidos principalmente em regiões com forte proximidade a universidades e
centros de pesquisa, os parques tecnológicos franceses, geralmente estão
posicionados em locais que disponibilizem mão-de- obra qualificada (08)
g) Espaço e infra-estrutura
Contam com espaços para pré-incubação, incubação e instalações de empresas
inovadoras, suporte jurídico e administrativo, acesso a rede de negócios, acesso a
fontes de financiamento e outras estruturas de serviços (business services).
h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica
Os Parques Tecnológicos (ou tecnopólos) na França atuaram de forma a organizar
uma rede econômica e um “celeiro” de empregos, oferecendo à empresa inovadora
respostas à suas necessidades. Na sua grande maioria os parques franceses
oferecem os seguintes suportes ou serviços para as empresas inovadoras:
•
Hospedagem (papel das incubadoras);
•
Suporte para as empresas encontrarem locais próprios após 3 à 4 anos de
existência, após saírem da incubadora;
•
Cadastro de fornecedores, para que as empresas possam encontrar os
fornecedores de que necessitam ;
•
Auxílio para que as empresas encontrem pessoal qualificado, bem como
escritórios de consultoria em RH para fazer contratações;
ANEXO 1
59
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
•
Articulação para as empresas encontrarem capital inicial, de risco e de
desenvolvimento;
•
Serviços de auxílio para que as empresas tenha maior acesso a bancos
para o financiamento de curto prazo;
•
Serviços que possibilitem as empresas encontrarem organismos de apoio
e de financiamento da P&D;
•
Cadastro de especialistas de acompanhamento de empresas: consultores
jurídicos, advogados, profissionais de contabilidade, etc.
i) Trabalho em rede
Pode-se identificar na França iniciativas que visam o trabalho cooperativado de
maneira estratégica. Na região de Provance- Alpes - Cotê d'Azur criou-se o Club de
Technopôles et Technoparcs de Provance- Alpes - Cotê d'Azur visando o trabalho
colaborativo que estimule a competitividade em rede. São participantes deste clube
além de Sophia Antipolis, L'Agroparc d'Avignon, Le Parc Scientifique et
Technologique de Marseille-Luminy, entre outros. (08), (09)
Inicialmente o relacionamento entre investidores dos parques e das indústrias se
dava principalmente por meio de uma rede de contatos informal, com o crescimento
do número de parques criou-se a RETIS – Réseau National des Technopoles,
Incubateurs et Centres d’Entreprises et d’Innovation de France, que disponibiliza
entre outros serviços uma série de vantagens a seus associados (09)
j) Modelo de gestão
Em um ambiente, como a região metropolitana de Montpellier, que possui muitos
parques tecnológicos e outras iniciativas assemelhadas (incubadoras e Business
Innovation Centers), uma organização de nível hierárquico superior a essas
iniciativas, é a responsável pela administração dos parques em nome da
comunidade. (10a), (10b), (10c), (10d)
No caso do Sophia Antipolis, a gestão interna do parque é exercida por uma
empresa estatal com participação privada, a Sociedade de Economia Mista Sophia
Antipolis, encarregada de assuntos como urbanização, manutenção e organização
da base física, comercialização de imóveis, serviços básicos às entidades residentes
e pela própria representação do parque. A gestão estratégica é exercida pela
Agência de desenvolvimento Econômico de Côte d’Azur, do Governo do
Departamento dos Alpes Marítimos que busca atrair investimentos e presta
assistência a empreendimentos interessados em implantarem-se na região. Ainda
envolvem-se na gestão estratégica, a Câmara de Comércio e Indústria de Nice Côte d’Azur, Maison de I’Enterprise de Sophia Antipolis e a Fundação Sophia
Antipolis.
3.2.1.4
Japão
Nos parques científicos e tecnológicos japoneses de segunda geração, os
resultados colhidos ao longo de 10 anos do programa Technopolis, resultaram em
mais de 700 novas empresas (de base tecnológica) em regiões fora da área
metropolitana além de um fortalecimento industrial local. O programa estimulou
ANEXO 1
60
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
ainda, a formação de PCTs como instrumentos de uma política nacional, orientado
para o desenvolvimento de regiões e a expansão econômica regional.
Segundo o NISTEP no Japão, 70 PCTs foram inicialmente organizados em três
classes baseadas em seu grau de especialização; os Centros de Inovação, Parques
Científicos e Parques de Pesquisa e Desenvolvimento. Diferentemente da Alemanha
e Reino Unido onde houve um maior estabelecimento de parques focados na
criação de indústrias de alta tecnologia, no Japão, uma grande parte, 69% dos PCTs
do tipo Centros de Inovação, são estabelecidos para dar suporte a pequenas e
médias empresas existentes. Neste caso existem 45 incubadoras que assumem a
gestão desses empreendimentos.
No Japão, cerca de 58% dos PCTs do tipo Science Parks estão focados em atrair
indústrias de alta tecnologia além de prover suporte a empresas. Já para os PCTs
do tipo P&D Parks, aproximadamente 72% deles foram estabelecidos para dar
suporte às atividades dos centros de inovação e também das indústrias de alta
tecnologia.
De todos os Centros de Inovação e Science Parks, menos de 38% tem como
objetivo o processo de incubação de empresas como foco de operação, ao invés de
aplicar recursos de Ciência e Tecnologia junto a indústria segundo o NISTEP.
Com o propósito que PCTs tornem-se alternativas eficazes para parques industriais
em desenvolver economia intra-regional, estão sendo desenvolvidas uma variedade
de PCTs alinhadas às circunstâncias econômicas e as reservas de recursos de C&T
disponíveis.
a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade
Os primeiros Science Parks japoneses nasceram no contexto do Programa
Technopole, ao contrário de cases como Silicon Valley e Cambridge, cuja
participação efetiva de universidades e centros de conhecimento foram vitais para
seu posicionamento e sustentação. No Japão, o processo de criação de PCTs, mais
específicamente os de segunda geração, foi induzido pelo governo junto aos centros
promotores de conhecimento. Esses parques instalaram-se como núcleos dos
primeiros clusters industriais, fomentando o desenvolvimento dos mesmos. (11)
Em comparação aos parques científicos americanos, a maioria dos Science Parks
japoneses estão pouco relacionados às universidades, onde o governo recomenda
fortemente a construção de centros de pesquisa nesses parques. Tais centros são
dotados de laboratórios e facilidades de incubadoras, além de assumir o papel de
liderar pesquisas e intercâmbios entre pesquisadores bem como uma função
educacional. São vitais para conectar outros centros de pesquisa, estimulando a
atuação em rede.(11)
Neste contexto, os centros de P&D e as universidades assumem papel secundário
na segunda geração de PCTs, tornando-se em muitos casos, uma conseqüência do
complexo empresarial estabelecido.
Os PCTs muitos deles originados pelo programa Technopolis, apresentam como
funções principais na segunda geração, as seguintes características:
•
ANEXO 1
Centros de suporte em atividades de P&D e de colaboração entre
indústrias operando nesse ambiente.
61
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
•
Exercem função central de pesquisa, disponibilizando espaço para
institutos de pesquisa do setor público, privado e academia
desenvolverem suas atividades. Criam como conseqüência, Centros de
Transferência de tecnologia em PCTs.
b) Posição no fluxo tecnológico
A inovação tecnológica proveniente dos PCTs, em especial nos parques de segunda
geração, iniciou através da maior interação em atividades de P&D entre o governo
central e os parques, baseado num processo de integração em redes de pesquisa
estimulando a transferência de alta tecnologia de regiões metropolitanas como Tókio
e Nagóia para regiões menos favorecidas.
A maioria dos parques científicos, não geram nenhum tipo de receita, mas são
fundamentais para a gestão de seus centros. A razão neste caso, é influenciada
diretamente pelo fator localização tanto quanto as atividades de P&D. Um exemplo
é o caso do Tsukuba Reseach Consortium – TRC que iniciou em 1995, onde a
vantagem de localização junto ao Tsukuba Science City, acesso a institutos
nacionais de pesquisa e proximidade geográfica com Tokyo permitiram criar e
dinamizar uma rede local de P&D, posicionando a cidade como destaque na
liderança tecnológica no país.
De forma geral, os PCTs ainda encontram-se em estágio de desenvolvimento, onde
menos de 20% dos 158 parques estão aptos a competir com PCTs dos EUA e União
Européia.
Um diferença fundamental é que os PCTs japoneses foram artificialmente
implantados, e em muitos casos distantes de centros de conhecimento. Entretanto, a
estratégia de expansão permitiu criar novos pólos em regiões mais afastadas,
estabelecendo pontos de criação de um sistema de rede onde a capacidade de P&D
dos grandes centros foram transferidas para essas áreas.
Desta forma, o Japão criou maior referência junto aos centros metropolitanos,
reforçando a posição dos centros de P&D e implementando simultaneamente a
capacidade tecnológica e o desenvolvimento econômico regional através da
transferência de alta tecnologia para estas regiões.
Neste modelo de atuação, os PCTs japoneses posicionam-se como entidades de
inovação tecnológica, passando de seguidores rápidos para líderes de um processo
de transformação nacional, num contexto de competitividade mundial.
c) Grau de especialização
Relação forte e clara especializando-se no segmento industrial. São exemplos desta
natureza, o caso da cidade de Tsubame que aperfeiçoou o tecido industrial da
cidade e o caso do desenvolvimento industrial da cidade de Sakaki - Cho, onde em
ambos os casos aconteceram a especialização ainda maior das atividades
produtivas, criando um efeito de ativação macroscópico em toda região
industrial.(12)
Isso só foi possível devido à base técnica e industrial acumuladas, que permitiram
com que as pequenas e médias empresas promovessem essa mudança. O
processo de especialização nos parques de segunda geração, sofreu um processo
ANEXO 1
62
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
de classificação a partir de funções semelhantes, agrupadas em 3 tipos básicos de
PCTs, assim compreendidos:
I. Centros e Inovação – Possuem as facilidades de um processo de incubação
provendo suporte aos empreendimentos e indústrias, possuindo ainda
facilidades e institutos de pesquisa e intercâmbio. Entretanto eles não
possuem áreas reservadas para que empresas estabelecidas possam
expandir seu negócio, incluindo atividades de produção no mesmo local, ou
áreas para implantação de novos institutos de pesquisa externos. Eles podem
ser descritos como bases de desenvolvimento industrial metropolitano,
conduzindo pesquisa e desenvolvimento tecnológico junto a universidades,
institutos de pesquisa públicos e institutos de educação avançada, sendo
apontados como mecanismos de desenvolvimento econômico intra-regional
através de aplicações industriais dos recursos de ciência e tecnologia.
II. Parques científicos - Possuem as mesmas facilidades de uma incubadora em
apoiar o desenvolvimento de novos negócios, além de facilidades específicas
nos parques. Com uma área relativamente grande, destinado a concentração
de institutos de pesquisas e atividades de P&D orientado a negócios, estes
ainda possuem salas para empresas que passaram pelo estágio de
incubação e querem expandir seus negócios, grandes áreas destinadas ao
desenvolvimento de base industrial, além de outras áreas de convivência.
Muitos desses parques são construídos nas regiões vizinhas de
universidades, com uma concentração de institutos de pesquisa,
implementando através de ações cooperadas, um conjunto de aplicações
junto a indústria promovendo ativamente a inovação tecnológica nas
empresas existentes.
III. Parques de Pesquisa e Desenvolvimento – Complexo de pesquisa construído
para oferecer facilidades de pesquisa, junto a institutos de pesquisa do setor
privado, universidades e institutos públicos de pesquisa, porém sem as
facilidades de um processo de incubação. Naturalmente a localização e infraestrutura oferecida é diferente dos parques industriais. O acesso a outras
facilidades mais urbanas é tão importante quanto o acesso a transporte,
ambiente residencial, de convivência e natural.
O estabelecimento de
fundações para suporte à produtividade intelectual é um dos elementos chave
desses parques. A função de intercâmbio de pesquisas nesses parques,
promove a capacidade regional em Pesquisa e Desenvolvimento, além de
outras entidades de P&D orientadas por empresas fora da região.
Em todos os casos, os tipos de parques tem se tornado importantes ferramentas
para inserir a indústria num contexto de desenvolvimento econômico regional, ainda
mais especializado em segmentos de alta tecnologia como semicondutores, TIC,
espacial e robótica.
d) Empresas "alvo"
O foco de desenvolvimento está orientado para as pequenas e médias empresas
inovadoras, a partir de uma indústria instalada, com base técnica existente e à
criação de ambientes para desenvolvimento de novas empresas de tecnologia. (12)
As principais empresas dos PCTs são em sua grande maioria, composta por um mix
de empresas jovens e de pequenas e médias empresas existentes que estão
ANEXO 1
63
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
buscando novos campos. Efetivamente apenas um número muito pequeno de
parques, buscam abrigar em suas incubadoras, empresas novas ou nascentes. Em
função adicional para criar novos negócios, os PCTs estimulam industrias nascentes
e as utilizam para desenvolver novos negócios com maior capacidade de
amadurecimento.
Neste sentido, há uma grande diferença de função e objetivos com os PCTs
americanos e Europeus, que assumem o empreendedorismo como a semente que
se transformará no início de um novo negócio.
A média para abrigar empreendimentos no parque é de 3 anos em 56% dos PCTs,
com 24% por um período máximo de 5 anos. Apenas uma incubadora provê
assistência de transferência das empresas para novos negócios.
e) Mercado objetivo
Foco em mercados regionais asiáticos e de atendimento interno ao mercado
japonês. A capacidade dos atores locais, tornou-se a mais importante regra de
fortalecimento da competitividade nacional, numa estrutura econômica globalizada.
Alinhado a essa tendência, o Japão tem se tornado entusiasta da promoção de sua
capacidade tecnológica própria tanto quanto a sua competitividade regional, criando
uma comunidade dinâmica e inovadora.
Como foco secundário, afim de manter a competitividade perante seus maiores
concorrentes, como os EUA e União Européia no mercado globalizado, o Japão
desenvolve e atua em mercados globais com produtos e serviços com perfil
customizado para estes mercados . Neste caso, qualidade e inovação associado a
preços competitivos são os fatores líderes do processo. (12)
f) Densidade urbana
Os parques científicos são totalmente integrados ao meio urbano, com o propósito
de estimular a C&T nas regiões e criar mecanismos internos de indução ao
desenvolvimento local.
A estrutura de redes de trabalho, integrando prefeituras locais, empresas públicas e
privadas e institutos de pesquisas existentes, criam ações cooperadas que atraem
investimentos para melhorias de infra-estrutura e qualidade de vida desses centros
urbanos.(11)
Na década de 90, 158 parques foram estabelecidos no Japão onde em quase sua
totalidade alocadas em áreas urbanas ou que promoveram a urbanização por todo
o país. (11) Somente nestas ações, cerca de 43% de 640.000 pesquisadores no
Japão (1994) atuam em institutos de pesquisas e universidades locais, adensando
as regiões e demandando níveis de urbanização adequados as suas necessidades.
g) Espaço e infra-estrutura
A partir de 1998, foi registrado um aumento de cerca de 50% no surgimento de
parques científicos, principalmente nas regiões de Kanto e Kyushu por apresentarem
uma estrutura governamental mais dinâmica. Esse processo, incentivou solicitações
por parte de outras regiões, que pretendiam o estímulo à parques com marcas
menos reconhecidas.(11)
ANEXO 1
64
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Neste sentido, o governo proporcionou a criação de infra-estruturas tanto dos PCTs
quanto das regiões de entorno, criando acessos e incentivando ao máximo, novos
investimentos em infra-estrutura aeroviária, marítima e rodoviária.
A conexão entre as regiões estimuladas pelo programa de C&T, permitiu que a rede
de trabalho fosse viabilizada, criando fluxo tanto de pessoas quanto de
conhecimento a partir dos centros metropolitanos.
h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica
Os principais serviços oferecidos pelos PCTs japoneses, incluem serviços de
consultoria
especializada
como
planejamento
e
desenvolvimento
de
empreendimentos, finanças e tecnologia.
Outros serviços financeiros como Venture Capital e subsídios, são normalmente
oferecidos na Europa e Estados Unidos, no caso japonês apenas suporte técnico e
assitência são oferecidos e pouco utilizados por instituições externas aos PCTs.
Neste aspecto, existe uma política de serviços financeiros detalhados, voltado
principalmente para empresas emergentes e em vários estágios de crescimento. Na
maioria dos casos, cerca de 67% das empresas emergentes tem seu Head Office
localizado fora das incubadoras dos PCTs, e cerca de 65% desses
empreendimentos mantém-se nesse estágio durante cerca de 3 anos após
estabelecidas.
i) Trabalho em rede
A existência de redes regionais é um importante fator de competitividade presente
nos parques científicos japoneses. Estas redes, representam um direcionador de
desenvolvimento e envolvem a disponibilidade de recursos humanos locais. (12)
Uma rede de negócios conectando empresas de trades similares, universidades e
escolas vizinhas, além das facilidades públicas, os auxiliam em suas habilidades e
complementam um ao outro no campo do desenvolvimento tecnológico através da
troca de experiências entre si. A rede conecta empresas na mesma linha de
negócios, criando um sentimento de compartilhamento da mesma riqueza e de
competição entre todos. (12)
Esta capacidade ainda não se limita somente à região, porém estimula a relação de
negócios e de comunicação entre regiões. (12)
Nos PCTs japoneses de segunda geração, o trabalho em rede passa a ser
consolidado tanto entre as empresas instaladas nos parques, quanto entre os
parques e destes com instituições de pesquisa e governo. A base de relacionamento
foi construída, observando-se uma demanda crescente em desenvolvimento e
inovação tecnológica por parte da indústria.
j) Modelo de gestão
O modelo de gestão dos PCTs japoneses, foi moldado segundo as necessidades
locais e de mercado, sem a existência de um modelo formal para todos os parques
implantados. (11)
Com autonomia operacional, os modelos de gestão dos PCTs atendem
principalmente as necessidade do próprio parque, alinhando às ações de execução,
com uma estrutura que reúne entidades locais e o governo, como agentes
ANEXO 1
65
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
participantes que suportam o processo de manutenção e atração de novas
empresas.
Os modelos de gestão tradicionais baseados nos formatos "Top - Down" / "BottonUp" são obscuros para esses PCTs, possuindo estrutura simplificada e muito
semelhante aos tipos de serviços oferecidos por incubadoras ocidentais. Porém,
devido as características de sua cultura as formas de gestão são focadas em
estabelecer um conjunto de diretrizes que servem de base para construção de
Leis.(13)
O modelo de gestão continua nos mesmos moldes do modelo de primeira geração,
ou seja, não é um programa formal estabelecido junto aos PCTs, contudo pode ser
entendido como um processo de desenvolvimento em que o Governo cria condições
de implantação, provê incentivos e benefícios locais, como infra-estrutura de
qualidade, acesso a recursos e instituicões de apoio.
Os PCTs permanecem com modelos de gestão próprios, atuando como uma
entidade cada vez mais autônoma, com uma estrutura que reúne entidades locais e
o governo como agentes participantes do processo. Seu modelo continua baseado
na qualidade dos serviços oferecidos, desde infra-estrutura como o acesso a
recursos provenientes de programas governamentais.
Contudo, um diferencial em relação aos parques de primeira geração, é a formação
natural de lideranças temáticas em C&T como semicondutores e micro eletrônica,
atraindo e formando ainda mais empreendimentos de tecnologia locais. Outro
aspecto importante no modelo de gestão dos PCTs é o contexto em que estão
inseridos junto ao setor de C&T, exercendo desde 1981 um papel de coordenação
de recursos junto ao Conselho de Ciência e Tecnologia.
Os modelos de gestão de forma geral, estão baseados em efeitos de aglomeração
das empresas, atividades de pesquisa conjunta e um ambiente de pesquisa criativa.
Constitui ainda um diferencial de operação que os torna atrativo para empresas
privadas buscarem inovações junto ao setor acadêmico.
Muitos dos PCTs japoneses são geridos por empresas do terceiro setor ou
fundações públicas enquanto uma grande porção de parques de P&D sem funções
de intercâmbio são geridas por prefeituras ou outras entidades governamentais
locais.
Cerca de metade das receitas destinadas as despesas operacionais das entidades
gestoras de PCTs, é fornecida por subsídios governamentais (31%) e e taxas
imobiliárias de locação (20%).
ANEXO 1
66
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.2.2 Papel estratégico dos parques tecnológicos em relação à
economia do país e ao desenvolvimento de uma determinada
região e/ou setor empresarial – variáveis analisadas
3.2.2.1
Estados Unidos
a) Relevância estratégica nacional
O impacto econômico total destes parques tecnológicos agrega mais de 31 bilhões
de dólares anualmente à economia americana. Apesar de positivo, o impacto em
nível de desenvolvimento nacional não é tão expressivo quanto os parques
tecnológicos de 1º geração, devido ao nível de desenvolvimento já alcançado pelo
país.
b) Relevância estratégica regional/setorial
Os parques tecnológicos norte-americanos têm funcionando como fomentadores do
desenvolvimento setorial, em alguns casos atuando e possibilitando o surgimento de
clusters tecnológicos. Para as universidades investidoras trata-se de um bom
negócio, que possibilita, inclusive, o desenvolvimento tecnológico e urbanístico do
entorno.
c) Relevância estratégica local
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
3.2.2.2
Reino Unido
a) Relevância estratégica nacional
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
b) Relevância estratégica regional/setorial
Os parques científicos de 2ª geração no Reino Unido, começaram a ser planejados
de modo a atrair indústrias de alta tecnologia (P&D) para ambientes com benefícios
locais em termos de proximidade com uma IES ou institutos de pesquisa. As
estratégias de atração de empresas contemplaram a construção de toda uma infraestrutura que projetasse uma imagem de modernidade, buscando conciliar espaços
mais amplos fora dos centros urbanos, o que consequentemente promoveu uma
regeneração urbana e econômica em determinadas regiões.
Cabe salientar que esta estratégia nem sempre funcionou bem, porque o fator chave
de sucesso estava no encontro da demanda da indústria (local certo e na hora certa)
com o centro de conhecimento provedor dessa demanda. (06)
c) Relevância estratégica local
Os parques científicos influenciaram as conjunturas infra-estruturais e econômicas
nas localidades onde foram implantados. Na 2ª geração de parques científicos
ANEXO 1
67
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
britânicos, há a existência de uma política de atração de empresas. Vários critérios
são usados: se o setor industrial prioritário para o parque pode ser relevante para a
universidade, IES ou centro de pesquisa em um campo particular de expertise (ex:
microeletrônica, biotecnologia e farmacêutica); o link com uma universidade, IES ou
centro de pesquisa como pré-requisito de modo a focar em um determinado setor
onde as universidades IES ou centro de pesquisa possam ter atividades de
comercialização; o foco da empresa esta direcionado à pesquisa e desenvolvimento
e não manufatura; a extensão de certas atividades pela empresa instalada (parceira)
deve ser examinada e controlada (ex: ampliação de escritório, vendas ou marketing
etc.) de modo a manter altos níveis de desenvolvimento tecnológico dentro do
parque. (06)
3.2.2.3
França
a) Relevância estratégica nacional
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
b) Relevância estratégica regional/setorial
A lei de descentralização de 1982, do ponto de vista do desenvolvimento local
repassou para as autoridades locais uma boa parte da responsabilidade em
desenvolver científica, econômica e tecnologicamente suas regiões. Esse choque
institucional foi um importante estimulador para a abertura de políticas locais
inovadoras, que incluíam incentivos a abertura de parques tecnológicos. (21)
c) Relevância estratégica local
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
3.2.2.4
Japão
a) Relevância estratégica nacional
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
b) Relevância estratégica regional/setorial
Nos PCTs de segunda geração, a relevância destes mecanismos adquirem
importância mais regional como conseqüência de uma política nacional adotada nos
PCTs de primeira geração. Os efeitos desses PCTs resultaram no surgimento e
fortalecimento de áreas industriais, criando bases para o desenvolvimento urbano regional orientado para ciência e tecnologia. Com impacto direto em áreas
circunvizinhas aos PCTs, foi estabelecido um ambiente propício originado nas
primeiras ações, estimulando a formação de novas áreas tecnológicas como a
cidade de Tsubame e o desenvolvimento industrial da região de Anan-Cho. (12)
ANEXO 1
68
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
A pré-existência de domínio tecnológico junto a indivíduos e grupos, permitiu que
novas habilidades pudessem ser desenvolvidas, criando uma base de experiência
junto as PMEs existentes. Um exemplo, é o domínio da tecnologia de
processamento da madeira na cidade de Tendo que se tornou referência para o país
em segmentos de utensílios domésticos a moradias. Esse efeito em escala nas
regiões, criou condições para que organizações pré-existentes, utilizem efetivamente
os recursos humanos, onde além da tecnologia, novas habilidades como a
criatividade foram estimuladas, formando líderes e empresas inovadoras como na
região de Sakai-Cho. (12)
Associado as redes de trabalho regionais estabelecidas nos PCTs de primeira
geração, estimulou-se a formação de pessoas nas regiões criando relações de
suporte inter-regional para a expansão das atividades. Tais redes regionais abertas,
estimularam ainda mais o trabalho cooperativo e de interesse mútuo entre as
regiões, estabelecendo bases de uma economia em escala e descentralizada. (12)
c) Relevância estratégica local
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
ANEXO 1
69
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.2.3 Estratégias de implantação dos parques científicos
tecnológicos relacionados – variáveis analisadas
3.2.3.1
e
Estados Unidos
a) Geração espontânea
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
b) Iniciativa acadêmica
Houve o investimento de universidades em parques de pesquisa, como forma de
expansão do próprio negócio (comercialização de novas tecnologias).
c) Intervenção estatal - nacional
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
d) Intervenção de entidades regionais
A segunda geração de parques norte-americanos contou com iniciativas regionais
voltadas à construção de parques tecnológicos. Algumas regiões criaram empresas
de capital de risco público dirigindo subsídios do governo para o financiamento de
pequenas empresas intensivas em tecnologia (02).
Os parques tecnológicos passaram a ser vistos como catalisadores públicos do
desenvolvimento tecnológico regional. Nos EUA parques tecnológicos em geral,
recebem algum tipo de subsídio público, sendo estes, geralmente parques
vinculados às universidades públicas. Os parques privados também podem receber
vários tipos de subsídios do governo, como espaço, edifícios, serviços de apoio e
infra-estrutura, assim como o desenvolvimento de políticas que favoreçam o
desenvolvimento do parque em nível local.
e) Intervenção de entidades locais
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
f) Investimento privado/empresarial
O modelo norte-americano de parques tecnológicos tem como destaque a sua
capacidade de financiamento, alto índice de viabilidade, partindo do planejamento
empresarial, algumas vezes fornecendo benefícios a seus gerentes e
administradores, tendo como resultado a independência de financiamento público.
Segundo levantamento estatístico da AURP (2005/2006), 12,3% dos parques
tecnológicos foram estruturados a partir de fundos de investimento privados e 8,6%
dos parques contaram com investimentos de fundações.
ANEXO 1
70
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.2.3.2
Reino Unido
a) Geração espontânea
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
b) Iniciativa acadêmica
Estes parques são uma continuação da estratégia das IES e centros de pesquisa na
atração de indústrias de alta tecnologia que possam utilizar os resultados das
pesquisas dessas instituições ou mesmo abrigar os empreendimentos/ negócios
gerados a partir de patentes das IES.
O Reino Unido apresentou um relevante crescimento de spin-offs apoiados por
universidades. Em 1998, cerca de metade das universidades originaram
completamente ou parcialmente suas próprias empresas para a exploração dos
resultados de suas pesquisas. No mesmo ano, foi identificado um total de 223
dessas empresas, que em sua maioria, estavam trabalhando nas áreas de
biotecnologia, ciências da vida e medicina, estando a engenharia em segundo plano.
O foco original dessas empresas era captar mais satisfatoriamente o resultado de
patentes. (05).
c) Intervenção estatal – nacional
Na Europa, principalmente em países como Inglaterra, Escócia, Holanda e Suécia, o
governo teve papel de destaque como alavancador na implantação de parques
científicos e tecnológicos. Juntamente com as ações promovidas pelo governo
destes países, cabe destacar o papel das universidades, as quais na intenção de dar
uma maior rentabilidade à geração do conhecimento, tiveram destacada importância
para a consolidação de parques científicos e tecnológicos.
Os parques tecnológicos europeus estão geralmente estruturados como sociedades
limitadas ou anônimas, ou até como fundações, tendo participação de órgãos
governamentais, universidades e até instituições financeiras.
d) Intervenção de entidades regionais
A atividade de pesquisa no Reino Unido está alicerçada no governo por meio de dois
grandes sistemas de suporte. O primeiro, são os chamados Conselhos de Educação
Superior que são organismos separados para a Inglaterra, Escócia, Wales e Irlanda
do Norte. Esses países possuem fundos oriundos dos ministérios responsáveis pela
educação, usando-os principalmente para salários de pesquisadores da academia e
para infra-estruturas de pesquisa.
O segundo são os Conselhos de Pesquisa (Reasearch Councils) que provêem
fundos que financiam projetos (inclusive salário dos pesquisadores contratados),
treinamentos e centros de pesquisa em uma base competitiva de observação e
revisão. Das entidades que criam, geram e operam os parques científicos,
destacam-se as IES, os institutos de pesquisa (também com um Conselho), o DERA
- Defense, Evaluation Research Agency (composto por 17 estabelecimentos de
pesquisa com alta interação com as empresas) e por fim, menos intensamente o
Departamento de Corpos de Pesquisa que conta com cerca de 84 institutos. (05)
ANEXO 1
71
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
e) Intervenção de entidades locais
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
f) Investimento privado/empresarial
As parcerias público-privadas em forma de joint-ventures entre as IES, institutos de
pesquisa, empresas privadas de pesquisadores públicos e/ou empresas privadas
são o formato institucional para estabelecer as parcerias e projetos de cooperação
na implantação e operação dos parques. A maioria dos parques passa a ser gerida e
operacionalizada por instituições privadas, oriundas dessas joint-ventures. (05)
Na 1ª geração de parques os investimentos iniciais originaram-se do setor público
(agências governamentais, autoridades locais e universidades). Na 2ª geração, esta
configuração se modificou a partir de 1993, como conseqüência do desenvolvimento
e gestão dos parques, formando joint-ventures entre as IES ou institutos de pesquisa
envolvendo autoridade local, agência de desenvolvimento, empresas instaladas ou
investimento do setor privado. (06)
3.2.3.3
França
a) Geração espontânea
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
b) Iniciativa acadêmica
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
c) Intervenção estatal – nacional
Financiamentos públicos foram obtidos para a implantação
de parques em universidades francesas, tais financiamentos,
foram liberados através de planos de governo nancional
estadual e ou mesmo local. O plano inter-regional para o
desenvolvimento econômico departamental da Bacia
Parisiense contemplou a criação do Technopole de l'Aube en
Champagne, em 1997.
O poder público em suas ações promoveram a criação de sistemas de inovação
locais/regionais. Na França pode-se citar o caso de Toulouse. Nesta cidade
inicialmente investiu-se no desenvolvimento do ensino, onde posteriormente com a
descentralização promovida pelo governo, obteve-se a elevação do sistema de
pesquisa aero-espacial na cidade, o que consequentemente trouxe desenvolvimento
para a região. (21), (22).
d) Intervenção de entidades regionais
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
ANEXO 1
72
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
e) Intervenção de entidades locais
As comunidades locais sempre estiveram presentes em decisões de criação de
novos parques na França, isso se deve a cultura de regionalismo existente neste
país, desde o início de sua história.
f) Investimento privado/empresarial
No final dos anos 90 as parcerias publico-privadas começaram a receber incentivos.
Nesta época o governo inicia incentivos na melhoria da pesquisa e desenvolvimento
e na modernização de laboratórios de empresas, visando fortalecer a parceria
ciência e indústria.
O poder público criou, as redes de Investigação e de Inovação Tecnológica (RRIT)
destinadas a intensificar, diversificar a parceria academia e indústria, bem como,
favorecer a participação de pequenas jovens empresas na inovação tecnológica
aumentando a eficácia das iniciativas públicas existentes em favor da P&D privada.
(22)
3.2.3.4
Japão
a) Geração espontânea
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
b) Iniciativa acadêmica
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
c) Intervenção estatal – nacional
O estado ainda predomina e estabelece regras de desenvolvimento, inclusive pela
criação de leis que estimulam programas de impacto nacional. Como exemplo, o
Programa Technopole que foi criado pelo governo japonês com o propósito de
redistribuir o crescimento do país pela promoção do desenvolvimento regional
baseado na tecnologia. (13)
Foi criado a Techonopole Law estimulando as ações governamentais em
desenvolver cidades orientadas para a alta tecnologia. Seu papel é o de desenvolver
o crescimento econômico nacional simultaneamente ao fortalecimento e
desenvolvimento regional através da promoção da inovação tecnológica. (13)
d) Intervenção de entidades regionais
Foram criadas entidades autônomas a partir das atividades cientificas, mesclando o
domínio de tecnologias e a experiência acumulada em empresas locais, criando o
conceito dos primeiros parques tecnológicos como os Techno Parks, criados com a
vocação de promover a tecnologia.(12)
ANEXO 1
73
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
e) Intervenção de entidades locais
A criação de uma base tecnológica regional de PMEs com domínio de tecnologias
específicas, consolidam ainda mais a estrutura de ciência e tecnologia japonesa,
ampliando o efeito de desenvolvimento regional.
As ações de desenvolvimento, onde os parques científicos e tecnológicos são
considerados instrumentos de desenvolvimento nacional, focam principalmente a
estruturação do tecido industrial, científico e tecnológico a partir de entidades
locais(13).
Tais entidades foram criadas como suporte as atividades dos PCTs na maioria dos
casos, criando redes dinâmicas de conhecimento e negócios.
f) Investimento privado/empresarial
Para estímulo das ações que originaram a Cidade das Ciências, o governo estimula
o desenvolvimento criando condições de instalação física de atividades locais,
através da doação de terras e disponibilização da infra-estrutura. (11)
Na 2ª geração como resultado dessas ações, a formação de entidades autônomas a
partir dos parques científicos em conjunto com tecido industrial regional, estimularam
ainda mais o desenvolvimento com base tecnológica, sendo os pioneiros em apoiar
financeiramente e tecnologicamente
iniciativas de promoção da inovação
tecnológica.(13)
As principais linhas de investimento continuam sendo governamentais,
principalmente voltado para manutenção dos PCTs. A criação de novos PCTs
reduziu nos últimos anos, cujo foco volta-se para a especialização, fortalecimento
econômico da região e desenvolvimento de novos negócios.
Neste sentido, os investimentos do setor empresarial, compõe um mix balanceado
de investimento junto ao governo, entretanto orientado para a expansão
mercadológica dos PCTs.
ANEXO 1
74
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.2.4 Arcabouço de políticas públicas e soluções financeiras para
estímulo e viabilização dos parques científicos e tecnológicos
relacionados – variáveis analisadas
3.2.4.1
Estados Unidos
a) Leis e sistemas regulatórios
Nos Estados Unidos, até 1980, o processo de transferência tecnológica mostrava-se
bastante difícil e pouco recompensador. Tal quadro só começou a ser alterado a
partir da aprovação da Lei Bayh-Dole, que mudou radicalmente a história da política
científica dos Estados Unidos. Esta Lei deu às universidades e aos pesquisadores o
direito de propriedade e patente para os inventos realizados em seus laboratórios
que tenham sido desenvolvidos com recursos governamentais.
b) Linhas de fomento e financiamento
A necessidade do avanço tecnológico frente as demais potências, constituiu-se em
um elemento de estímulo ao investimento indireto via demanda estatal. Um exemplo
desta natureza relaciona-se ao programa Small Business Innovation Research
(1983) que permitiu o avanço tecnológico de pequenas empresas, arranjos e
mecanismos de desenvolvimento.
Outro fator regulatório, diz respeito ao ato administrativo de parques científicos de
2005 – promulgado pelo senado norte-americano, o qual, faz uma reparação ao ato
de inovação tecnológica de Stevenson-Wydler de 1980. Incentiva a implantação de
parques científicos nos Estados Unidos, através de empréstimos e de garantias
federais. Por este ato, o departamento de comércio dos Estados Unidos, fica
autorizado a nos próximos cinco anos conceder US$ 500 mil para planejamento de
um parque científico orçado em US$37.5 milhões, cria um programa de empréstimo
expansão em parques científicos já existentes no valor de US$ 300 milhões, e
estabelece um programa de garantia de empréstimo no valor de US$ 1 bilhão, para
a construção de aproximadamente 20 parques científicos de classe mundial.
O ato administrativo de parques científicos de 2005 oferece também uma série de
incentivos de impostos às firmas que queiram se instalar em parques científicos,
incluindo a depreciação acelerada de ativos e um crédito de imposto para as
companhias que investirem nas universidades e nos laboratórios que executam a
pesquisa.
O ato administrativo de parques científicos de 2005 – também estabelece um
programa de capital de risco voltado a parques científicos, agregando vantagens a
companhias que venham a operar nesse meio.
Segundo levantamento estatístico da AURP – 2005/2006,
empreendimentos tiveram investimentos públicos em infra-estrutura.
42,1%
dos
c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
ANEXO 1
75
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
d) Políticas de incentivo fiscal
Segundo levantamento estatístico da AURP – 2005/2006: A maioria (82.9%) dos
parques tem incentivos públicos disponíveis para atrair parceiros. O incentivo público
mais comum disponível para atrair parceiros é o incentivo fiscal, com abatimento ou
crédito de impostos, seguidos de financiamentos para companhias start-ups e
programas de incentivos para suporte de comercialização / transferência de
tecnologia. Nesta geração de parques, são também presentes benefícios fiscais
para recuperação/dinamismo econômico estendendo os benefícios fiscais para
indústrias intensivas em P&D que utilizem-se de suporte em pesquisa.
e) Políticas industriais e de comércio exterior
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
3.2.4.2
Reino Unido
a) Leis e sistemas regulatórios
O Reino Unido tem uma longa tradição na interação universidade x empresa, sendo
geralmente desejado que a ciência pública contribua para a inovação industrial. (05)
No Reino Unido a interação entre as indústrias, comunidades de C&T e os
Departamentos do Governo foi prevista em publicação oficial no White Paper on
Science, Engineering and Technology (1993) - "Realizando nosso potencial - uma
estratégia para a ciência, engenharia e tecnologia". Publicado pelo governo
britânico, o paper promoveu intenso debate da comunidade científica, o que originou
uma série de proposições e ações:
•
O comprometimento governamental em ouvir essas comunidades para a
formulação da estratégia governamental em C&T e a facilitação ao acesso de
programas de apoio à inovação principalmente para as médias e pequenas
empresas;
•
Reforçou o princípio Rotschild - cliente-contratante, acreditando que muitos
serviços providos por institutos de pesquisa governamentais podem ser
executados pelo setor privado;
•
Adoção de novos critérios impostos aos laboratórios, uma vez que estes
passariam a ser submetidos por rigorosos processos de seleção para que
pudessem permanecer públicos;
•
Adoção de leis e procedimentos relacionados as patentes e aos contratos de
emprego, nos quais os governos exercem algum efeito sobre a relação C&T e
indústria.
•
As universidades passam a ser livres para comercializar suas patentes.
Não houve na ocasião uma menção específica sobre parques tecnológicos, mas o
tema era indiretamente abordado com base na excelência às questões de C&T.
Outra questão bastante relevante e de impacto para o empreendedorismo refere-se
ao fato de que no Reino Unido é possível se constituir uma empresa em 24 horas, a
ANEXO 1
76
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
um custo baixo, sem a exigência de um capital mínimo, tornando-o muito atrativo
quando comparado com outros países europeus.
b) Linhas de fomento e financiamento
Os instrumentos financeiros oferecem um apoio financeiro indireto às empresas
européias, especialmente em MPEs inovadoras. O Fundo Europeu de Investimento
(FEI), assegura a respectiva gestão por conta da Comunidade Européia e intervém
por meio de intermediários financeiros, bancos e fundos de investimento, garantindo
assim um financiamento mais acessível. Os investimentos podem incidir sobre
fundos ou instrumentos de investimento promovidos por investidores informais,
incubadoras de empresas ou investidores que atuam em mercado de alto risco
(business angels).
O mecanismo europeu para as tecnologias (MET) apóia as empresas inovadoras e
de desenvolvimento rápido em fase de arranque - apoio ao arranque, com capital de
lançamento. Apóia as empresas na comercialização dos seus produtos e serviços no
mercado e incentiva-as a inovarem. Esses instrumentos financeiros comunitários
incentivam as instituições financeiras a concederem empréstimos às empresas
inovadoras, graças a instrumentos de garantia baseados na partilha dos riscos,
possibilitando, assim, um aumento do volume de crédito disponível para as
empresas. Esses instrumentos garantem os empréstimos para desenvolvimentos
relacionados com as tecnologias da informação e da comunicação (TIC), que são
considerados de elevado risco. Propõem garantias para os micro-créditos a fim de
incentivar as instituições financeiras a concederem empréstimos inferiores a 25 mil
euros que apresentem um risco elevado e fraca rentabilidade.
Outros instrumentos financeiros reforçam as capacidades dos intermediários
financeiros, designadamente dos novos Estados-Membros, estimulando desta forma
a oferta de capital de risco às empresas inovadoras e às empresas com potencial de
crescimento. Tanto o capital de lançamento do programa pluri-anual como o
dispositivo de reforço das capacidades do programa para a inovação apóiam os
fundos de investimento, melhorando as suas competências técnicas e as suas
tecnologias, simultaneamente dando apoio na contratação de pessoal especializado.
O Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) apóia o desenvolvimento
das economias regionais, prestando auxílio às pequenas empresas.
Recursos europeus conjuntos destinados às empresas de micro a médio porte,
previstos a partir de 2007, com a tendência de melhorar o acesso das pequenas e
médias empresas ao financiamento nas regiões menos desenvolvidas, contribuem
desta forma para a criação de novas empresas, em setores de atividades
inovadoras. São exemplos destes recursos:
•
Joint European Resources for Micro-to-Medium Enterprises - JEREMIE
propõe sistemas de garantia do crédito, mas também financiamentos em
fundos próprios e em capital de risco;
•
Programa de Competitividade e Inovação (CIP), baseado na decisão
1639/2006/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 24 de outubro de
2006: O Mecanismo desenvolvido em favor das micro e pequenas empresas
inovadoras e de elevado crescimento, facilita a oferta de capital de
lançamento e de arranque para MPEs em fase inicial, além de facilitar, como
elemento novo introduzido pelo CIP, a oferta de “capital de acompanhamento”
ANEXO 1
77
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
durante a fase de expansão. O Mecanismo de Garantia a favor das MPEs,
por sua vez, facilita o acesso destas ao financiamento através de
empréstimos (ou substitutos de empréstimos, como a locação financeira), a
micro-créditos e a fundos de capital privado ou semi-privados. Este
mecanismo comporta igualmente uma nova vertente de titularização das
carteiras de créditos bancários, que permite mobilizar meios suplementares
de financiamento das MPEs através de empréstimos.
A estrutura de investimento em ciência e inovação tem a expectativa de elevar os
gastos com P&D no Reino Unido de 1,9% do Produto Interno Bruto para 2,5% do
PIB entre 2004 e 2014.
c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T
São exemplos de iniciativas patrocinadas pelo governo e os conselhos de pesquisa
voltadas a educação e apoio à C&T do Reino Unido:
I. LINK - oferece uma estrutura well-established para a colaboração entre
setores públicos e de sustentação da C&T nas áreas de importância
estratégica à economia nacional;
II. O Foresight Programme (originalmente, Technology Foresight Programme)
anunciado no White Paper on Science, Engineering and Technology
(1993) é controlado pelo Escritório da Ciência e da Tecnologia e o alvo
explícito é o crescimento da interação entre a indústria e da academia.
III. A University for Industry (UFI) tem como alvo central agir como um
distribuidor da instrução, facilitando o acesso à instrução e treinamento e
também, estimulando produtos inovativos e a demanda e de novos serviços.
A previsão era treinar especialistas para componentes automotores;
multimídia; tecnologia e serviços ambientais e comércio.
IV. A Company Universities - programa baseado em modelos americanos bem
sucedidos, como por exemplo a Universidade da Motorola e a Universidade
da Ford. A criação de tais universidades permitiu que as companhias
desenvolvessem uma aproximação mais sistemática à instrução e ao
treinamento de sua equipe de funcionários. A designação do título
“universidade” foi quase uma ferramenta interna do marketing para enfatizar
o compromisso da empresa ao ensino de alta qualidade.
V. Outro programa de apoio foi a Teaching Company Scheme (TCS) que vem
conseguindo fazer com que as instituições de ensino se tornem capacitadas
a prover a demanda das empresas (PMEs).
VI. A Higher Education Support for Industry in the North (HESIN) caracteriza-se
como um consórcio indústria-academia local.
VII. Knowledge House fornece uma relação que conecta as universidades e a
indústria no nordeste do Reino Unido. Sua tarefa é incentivar as empresas
locais a examinarem as vantagens dos recursos das seis universidades no
nordeste.
VIII. A Casa do Conhecimento - funciona como um serviço central, para
coordenar e dar respostas à indústria local. Fornece serviços rápidos e
confidenciais de respostas. A sustentação pública é substancial (subsídio).
ANEXO 1
78
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Há outros programas envolvendo universidades no Reino Unido todos com
grandes possibilidades de estimular e viabilizar os parques tecnológicos
tendo em vista a proximidade e o papel relevante desempenhado por essas
instituições.
A estratégia do governo para promoção da ciência e inovação envolve grande
responsabilidade no financiamento público da pesquisa de base, transferindo
conhecimento científico para empresas e negócios. O Fundo de Inovação para
Educação Superior apresenta aproximadamente R$ 440 milhões para serem
investidos ao ano entre 2007/2008.
d) Políticas de incentivo fiscal
O governo britânico tem intensificado o corte de impostos incidentes sobre
empresas, beneficiando empresas start-ups, pequenas e médias empresas e
grandes corporações. É destacada a existência de linhas de subsídio para pesquisa
e desenvolvimento, beneficiando estudantes universitários e redes de transferência
tecnológica.
Entre as novas medidas, o Reino Unido tem um destacado sistema de créditos de
impostos voltados a beneficiar empresas que apresentem dispêndio com pesquisa e
desenvolvimento, estimado em aproximadamente 200 milhões de libras esterlinas
em favor do meio empresarial. A taxa de crédito de imposto em P&D atingirá 175%
acumulado sobre o valor do dispêndio em P&D para companhias pequenas e 130%
para companhias grandes em abril de 2008. Ao mesmo tempo, o tamanho da
companhia que pode se beneficiar da maior taxa de crédito de imposto para P&D
dobrará, de empresas com 250 empregados para empresas com 500 empregados.
e) Políticas industriais e de comércio exterior
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
3.2.4.3
França
a) Leis e sistemas regulatórios
A Lei de Inovação (1999) - entre outras ações, contemplou o estímulo à inovação e
mobilidade entre empresa e academia. As diversas alterações e evoluções dessa lei,
resultaram no que hoje a França chama de Plano para Inovação.
Outro instrumento, a Lei de Jovens Empresas Inovadoras, mesmo não
contemplando diretamente a criação de parques alavancou a criação de empresas
que se instalaram nestes ambientes, o que conseqüentemente, favoreceu o
desenvolvimento dos mesmos. Este dispositivo sofreu complementações por duas
vezes: em 2003, através de um plano de ação de incentivo à Inovação, criando o
estatuto “Jovem Empresa Inovadora” e abrindo as portas para diversas medidas de
apoio; e em 2006 através da “Lei de Programa para a Pesquisa” que reorganiza
completamente a pesquisa, intensifica sua dinâmica de inovação e visa favorecer o
desenvolvimento da pesquisa privada. (09)
ANEXO 1
79
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
b) Linhas de fomento e financiamento
A França conta com Bussiness Angels, capital de risco, capital de desenvolvimento
entre outros. Além de linhas de financiamento disponibilizadas pela ANVAR, desde
2004, o governo francês por meio de editais de fomento vem instituindo os pólos de
competitividade. Estes pólos são apoiados financeiramente pelos principais fundos
públicos para promoção de P&D: Fundos interministeriais - DGE, Agência de
Inovação Industrial - AII, OSEO-Anvar, Agência Nacional de pesquisa.
O investimento público, entre 2006 a 2008, para o desenvolvimento dos pólos de
competitividade é de 500 milhões de euros/ano e faz parte dos esforços da França
(em coerência com a estratégia européia de Lisboa) de aumentar os investimentos
governamentais em P&D até 3% do PIB. (15). No caso dos pólos os principais
financiamentos são destinados a apoiar projetos destinados a P&D. As exonerações
fiscais e uma parte dos créditos de intervenções são reservados as empresas
implantadas nas zonas de pesquisa e desenvolvimento pólos participantes de
projetos de P&D. (08), (09).
c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T
A França possui um sistema educacional de alta qualidade, o governo mantém
programas de bolsas para pós-graduação. Um dos exemplos da importância da
educação superior na França é programa de bolsas CIFRE.
O país conta desde 1980 com a Associação Bernard Gregory (ABG) que vem
desenvolvendo ferramentas para a inserção de doutores nas indústrias francesas. O
governo francês auxilia com subvenções, inclusive auxílio financeiro às empresas
para que as mesmas contratem alunos da pós-graduação. Deste modo tem-se a
formalização de contratos de trabalho CDD - 36 meses e o CDI, o salário mínimo é
de 20. 215 € /ano, sendo o custo para a empresa é de 29. 270€/ano.
Cabe citar ainda o convênio ANRT aonde o tempo de convênio é de 36 meses no
máximo e o governo oferece uma subvenção de 14.635 €/ano durante os três anos.
Esse posicionamento do governo contribui indiretamente para a formação de
empresas inovadoras, muitas delas localizadas em parques tecnológicos.(09)
d) Políticas de incentivo fiscal
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
e) Políticas industriais e de comércio exterior
O modelo francês atual de inovação tecnológica enfatiza a necessidade de
mobilização de diversos atores da sociedade, e deixa claro que os parques
tecnológicos são importantes mecanismos para criação e favorecimento da
inovação. Os parques tecnológicos são importantes instrumentos de políticas
industriais, sobretudo, pela importância que ocupam em setores estratégicos como
os de biotecnologia, TIC, nanotecnologia e de fármacos.
Na França os investimentos em inovação recebem atenção especial do governo em
suas diversas esferas. Os parques tecnológicos evoluíram assim como seu papel de
apoio ao desenvolvimento tecnológico do país. Atualmente os parques tecnológicos
ANEXO 1
80
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
são vistos como um dos elementos para a promoção do desenvolvimento
tecnológico e da competitividade do país.
A França atualmente está empenhada em estabelecer pólos de competitividade,
esses pólos têm como cultura fundamental a cooperação entre diversos atores de
uma determinada localidade, o que vai ao encontro da cultura francesa de
associativismo e de cooperação local.
O desenvolvimento de parques tecnológicos, entretanto, não é o foco principal para
a política de desenvolvimento tecnológico na França, mas sim, são vistos como um
elemento de suporte dentro do contexto da inovação.
3.2.4.4
Japão
a) Leis e sistemas regulatórios
O Programa Technopole
objetiva criar uma série de
cidades orientadas para alta
tecnologia
em
áreas
periféricas, para promover
além de novas tecnologias,
regiões menos favorecidas.
Esta ação tem base legal na
lei
de
aceleração
do
desenvolvimento
regional
baseada em complexos
industriais de alta tecnologia
(Technopole
Law)
decretada em 1983. (13)
Devido a prioridade em criar
um sistema de C&T no país,
foi criada em 1995, a Lei
Básica
de
Ciência
e
Tecnologia (Lei N. 130) que
orientou
o
Japão
a
consolidar uma visão de
nação criativa em C&T no
século 21. Criou as bases
de uma política de forte de
C&T. Neste sentido, quando
comparado
a
PCTs
americanos, a maioria dos
PCTs
japoneses
não
estavam
ligados
a
universidades propriamente.
Este fato é decorrente de
ações incentivadas pelo
governo, na estruturação de
ANEXO 1
81
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
parques baseado na Lei de Promoção do Setor Privado e na Lei Cérebros da
Indústria Local.
Durante o período de planejamento dos PCTs, a maioria dos planejamentos locais
foram fortemente influenciados por uma política baseada nestas duas últimas leis.
Tanto quanto fortemente influenciada por um governo central cujo conhecimento
local e de suas necessidades é baixo. Desta forma, a Technopolis Law e a Lei
Cérebros da Indústria Local foram oficialmente abolidas em 1999, sendo
incorporadas no Plano de revitalização industrial (Sangyo Saisei Keikaku) passando
a vigorar a partir de 1998.
Recentemente há uma nova tendência regional em atividades de C&T, onde muitos
governantes locais iniciaram a formulação de seus próprios planos e políticas
básicas para promoção de medidas em C&T, principalmente por buscar novas
alternativas mais específicas e regionalizadas que a Lei básica de C&T não atinge.
No quadro ao lado, um resumo das políticas e leis estabelecidas no Japão, que
influenciaram diretamente a formação dos PCTs.
b) Linhas de fomento e financiamento
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T
Embora a Technopole Law tenha tornado-se um plano de revitalização, o programa
Technopole instituído nacionalmente como instrumento de criação de cidades e
desenvolvimento de regiões orientado para C&T, tornanou-se o mais importante
programa de promoção e incentivo a C&T do país. Este programa tem sido
sistematicamente aplicado no Japão, para a formação de uma estrutura de
desenvolvimento em escala nacional. (13)
d) Políticas de incentivo fiscal
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
e) Políticas industriais e de comércio exterior
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
ANEXO 1
82
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.2.5 Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio
ao processo de criação e implantação dos parques
tecnológicos
3.2.5.1
Estados Unidos
a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras
Alguns programas aplicados que beneficiaram os parques norte-americanos de 1ª
geração foram sendo mantidos ao longo dos anos e possibilitaram o
desenvolvimento de empresas inovadoras junto aos parques tecnológicos de 2ª
geração. São exemplos desses programas:
•
Small Business Innovation
pequenas empresas;
•
SBIC - capital de risco, ponte entre o venture capital e pequenos
negócios, em geral “start-ups” em fases iniciais de desenvolvimento;
•
Programa de garantia de empréstimo, direcionado a companhias startup e com potencial de elevado crescimento;
•
Rede “Angel capital” para eletrônica (ACE-net) - consolidação de rede
de “Angel capital” voltada a negócios do ramo de eletrônica.
Research
(SBIR),
investimento
em
b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
3.2.5.2
Reino Unido
a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
3.2.5.3
França
a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras
As universidades francesas contam com células de valorização da transferência
tecnológica. Essas células foram fortemente estimuladas através da Lei de Inovação
francesa de 1999. Elas incentivam a criação de empresas inovadoras pois
incentivam pesquisadores a criarem empresas inovadoras a partir de seus trabalhos,
sendo que para tal, organizam conferências sobre criação de empresas, curso de
ANEXO 1
83
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
empreendedorismo, formação em gestão, etc. Recentemente, em 2006, foi lançada
a lei de Programação da Pesquisa.(09)
b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos
A França conta com os fundos únicos interministeriais
que financiam projetos de pesquisa e desenvolvimento
dos pólos de competitividade. Os projetos que podem
ser financiados são escolhidos conforme seqüência de
chamadas a projetos. O fundo é dotado de 600 milhões
de euros para o período de 2006-2008 e é alocado ao
Fundo de Competitividade das Empresas (FCE) do
Ministério da Economia e da Indústria. (15)
3.2.5.4
Japão
a) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos
O programa Technopole do Japão é talvez o único case em que o conceito
technopole está sendo empregado no contexto de uma estrutura política aplicada de
forma sistemática em escala nacional.
É uma ação que visa criar uma série de cidades industriais orientadas a tecnologia
de ponta em áreas periféricas para promover simultaneamente novas tecnologias e
regiões menos privilegiadas. (13)
Ele não define o modelo de cidade e de região, mas é especializado em desenvolver
complexos de base industrial em condições físicas e sociais para cada localidade.
b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
3.3 Parques Científicos e Tecnológicos de 3ª Geração
A 3ª geração de parques, denominada “Parques Estruturantes”, beneficiou-se do
aprendizado acumulado das experiências dos parques de 1ª e 2ª geração, e tem
sido responsável pelo crescimento tecnológico de países emergentes.
Criados como fruto de uma política regional ou nacional e orientados para promover
um processo de desenvolvimento sócio-econômico extremamente impactante,
contaram com apoio e investimento estatal forte, mas são extremamente orientados
para o mercado globalizado. Em geral, estão integrados a outras políticas e
estratégias de desenvolvimento urbano, regional e ambiental. Estes tipos de parques
são influenciados por fatores contemporâneos, tais como: a maior facilidade de
acesso ao conhecimento, o aprendizado com experiências positivas e negativas do
passado e pela necessidade de velocidade de desenvolvimento motivada pela
globalização.
ANEXO 1
84
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.3.1 Conceitos e modelos de parques científicos e tecnológicos
bem sucedidos – variáveis analisadas
3.3.1.1
Coréia do Sul
A amostra utilizada para análise considerou os parques que surgiram na Coréia do
Sul fruto de uma política regional ou nacional e orientados para promover um
processo de desenvolvimento sócio-econômico. Esses parques causam uma forte
impressão devido a combinação de múltiplos componentes para o seu sucesso,
entre eles, o apoio e o investimento estatal de forma significativa, bem como, as
parcerias (consórcios) entre o governo, as universidades e as indústrias.
Digital Media City
São extremamente orientados para o mercado global, e para sua implantação, tem
sido levado em consideração o trabalho em rede e a globalização através da
interação da tecnologia e da indústria voltada para a inovação. O modelo sulcoreano encoraja a implantação de parques através das facilidades para se obter
financiamentos e incentivos fiscais. Uma inflação moderada, baixo nível de
desemprego, muitas exportações e boa distribuição de renda caracterizam a
economia da Coréia do Sul. Iniciativas do governo e os consórcios entre
universidades e institutos de P&D são consideradas fontes de sucesso dos parques.
O número estimado de parques científicos e tecnológicos é de dezesseis (2005), e
são DaeJinTP, Seoul TP, Kang Won TP, Song Do TP, KG TP, CBTP, CNTP, Chun
Buk TP, Daegu TP, Pho Hang TP, KTP, Busan TP, Kwang JuTP, Chung NanTP e
Kyung NanTP.
Como exemplo de parques científicos e tecnológicos, destacamos o Chungan
Tecnopark (Chung-Nan TP) – localizado em Chun An, Asan, ocupando uma área de
182,767 m2 cujo objetivo é o de fomentar a indústria estratégica regional e a
tecnologia avançada, promovendo o desenvolvimento de start-ups, fortalecendo a
inovação tecnológica e construindo um cluster que comporte um Sistema Inovativo
Regional de forma a contribuir para o desenvolvimento nacional.
Outro exemplo é o Daegu Technopark que no ano de 2000 recebeu a designação de
cluster industrial. Foi estruturado para ser um hub center de desenvolvimento de um
sistema regional de incubação. Tem como financiadores e parceiros o governo,
ANEXO 1
85
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
universidades, institutos de P&D e outras instituições locais. O rendimento obtido
pelo Daegu Technopark é a soma dos dados levantados junto ao Sung Seo HighTech Cluster, composto por doze empresas, um volume anual de vendas de U$ 760
Mil (2004) e geração de 2400 empregos e o Dongdaegu Venture Valley, composto
por noventa e nove empresas, um volume anual de vendas de U$ 2,000 Mil (2004) e
geração de 1600 empregos.
O estudo do Kyungbuk Technopark (KTP) contribui, também, para exemplificar os
típicos parques científicos e tecnológicos da Coréia. O status do parque em 2004,
era de 50 empregados, investimentos na ordem de U$ 96,3 Mil, divididos entre
governo local e nacional e empresas privadas. Participam do empreendimento o
governo da província, Kyung San City e cinco universidades. Esse parque fornece
suporte à integração de interessados, através da cooperação entre academia,
institutos de P&D, governos com o intuito de construir um cluster, uma rede
incubadora, disponibilizar treinamento, suporte para negócios e outros.
a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade
Sob a visão nacional esse tipo de relação está caracterizada pelo esforço de
adaptação e de internalização das tecnologias importadas, com base na filosofia
learning by doing. "Trata-se de uma economia voltada para o mercado externo que
necessitava adquirir competência de forma relativamente rápida e essencialmente
voltada para a manufatura."
O governo tem como premissa o fortalecimento da interação universidade-empresa
o que fortalece o relacionamento dos parques com os centros promotores de
conhecimento. O Programa Nacional de P&D estimula o desenvolvimento de
projetos cooperativos nacionais como internacionais proporcionando aos parques
ferramentas para esse relacionamento.
b) Posição no fluxo tecnológico
O foco é o setor de alta tecnologia, onde 18,5% da produção de alta tecnologia é
exportada. A biotecnologia é considerada atividade estratégica perpassando vários
setores. O programa coreano de C&T: "The 21st Century Research Program" prevê,
desde 2001, grandes investimentos em recursos humanos e avanços no
conhecimento básico visando ampliar a capacidade inovadora da biotecnologia
coreana. Os programas voltados à biotecnologia têm como meta atingir os níveis de
qualidade em P&D dos países desenvolvidos (países do G-7).
c) Grau de especialização
No que se refere ao grau de especialização são considerados especializados tendo
em vista o resultado de estudos prospectivos que apontou a área de biotecnologia
como excelente negócio para as atividades de P&D. O governo decidiu
estrategicamente aumentar os investimentos em C&T e apoiar as atividades de P&D
na área de biotecnologia. A Coréia do Sul tem como estratégia alcançar a
participação de 5% do mercado global nessa área (market share). (35) (49)
A Coréia do Sul tem experiência comprovada em alguns produtos biotecnológicos de
competitividade internacional. Os aminoácidos representam 20% do mercado
mundial, rifamicina, 10 % , a vacina para hepatite B, 40%, Bioinseticida Bt patenteado em 27 países, hormônio humano recombinante – atingindo com vendas
ANEXO 1
86
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
no mercado interno US$ 40M. O papel desempenhado pela “DAEDUK Science
Town" para a criação de consórcios entre universidades e empresas no "cinturão da
biotecnologia”, vem fomentando a especialização estratégica na área de
biotecnologia e também, a estratégia de participação do mercado internacional.
d) Empresas "alvo"
Foram criados mecanismos estratégicos no Programa Biotech 2000, que
estimularam o investimento privado coreano em P&D na área da biotecnologia. A
estratégia política adotada para atingir os patamares de excelência em P&D e,
também, para promover a expansão da bioindústria reflete como um bem sucedido
programa de apoio para a implantação e operacionalização de parques na Coréia
contribuindo de forma determinante para o desenvolvimento da economia no país.
São as empresas maduras e de maior porte que se envolvem mais na política
industrial nacional. O governo coreano geralmente consulta as empresas gigantes
para a instituição de alguma política industrial e estas cooperam para a incubação
de empresas novas, face ao interesse nacional. No contexto das pequenas e médias
empresas há o Programa de Apoio para P&D na Indústria. O programa prevê a
criação de novos parques tecnológicos; fortalecimento dos centros de incubação de
tecnologias e o estabelecimento de consórcios regionais entre universidades e
empresas.
e) Mercado objetivo
Para o século XXI estão sendo construídas políticas que objetivam elaborar
estratégias para adaptar o desenvolvimento industrial do país ao novo cenário da
economia mundial (knowledge-based economy) de tal forma que os programas de
C&T assumam um papel fundamental, catalisador da mudança do paradigma, que
passa do processo da imitação para o processo da criação e inovação. O
desenvolvimento científico e tecnológico no país permite a sua participação nos
mercados mundiais ampliando a capacidade de inovação da indústria local.
A comunidade acadêmica conseguiu sensibilizar o governo e as lideranças
empresariais para a construção de uma política nacional voltada à criação de
programas de biotecnologia, em especial, biologia molecular e engenharia genética
e as tecnologias da informação. O país vem se preparando para a sua inserção no
mercado internacional de biofármacos através de joint ventures com as grandes
multinacionais do setor farmacêutico. Ao examinar a evolução do sistema de C&T
coreano e, de forma específica, o setor e a política de biotecnologia, pode-se
verificar que a sociedade decidiu apostar na construção de uma economia baseada
no conhecimento envolvendo os mercados local, regional e internacional. (35) (49)
f) Densidade urbana
As cidades grandes como Seul, Pusan e Taegu eram os principais centros para a
indústria de trabalho intensivo. O governo ainda tem como política a construção de
parques industriais, principalmente na região sudeste que experimenta um
crescimento rápido (1970) para acomodar fábricas de médio e pequeno porte
realocadas de Seul. Fenômeno igual ocorreu com a cidade de Banwol (Asan) que foi
construída com a finalidade de trazer a poluição industrial gerada pelas indústrias
para fora das áreas residenciais. Outras cidades foram escolhidas para a ocorrência
do desenvolvimento regional Pohang, Kumi, Changwon, Masan e Ulsan por razões
ANEXO 1
87
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
de localização geográfica (acesso mais fácil) para exportação de produtos industriais
pesados e para o investimento estrangeiro (maior parte japonês).
A política do governo está focada na promoção do desenvolvimento regional
balanceado e da descentralização o que serve para a localização dos parques
também. Pequenas e médias empresas de tecnologia intensiva se concentram em
Seul apesar do governo criar novos parques e políticas de descentralização. De
acordo com Hong (1997) 96% dos escritórios principais de empresas maiores, 81%
do governo e 68,75% de ICT's ficam na região apesar das medidas legais impostas
pelo governo de quota para a instalação de fábricas novas. Isso acontece porque
Seul tem acúmulo de várias indústrias de informação, há a existência de facilidades
cultural e de recreação de alta qualidade. (35) (49)
g) Espaço e infra-estrutura
Numa visão ampla a infra-estrutura e os espaços são bem definidos. O Programa
Biotech 2000 se organizou em 10 planos de implementação de ações, contando com
seis infra-estruturas de apoio. Este programa tem um horizonte de 14 anos, indo até
o ano de 2007. O total de investimentos previstos é da ordem de US$ 15 bilhões (5,2
bilhões do governo e 9,0 bilhões do setor industrial).
O país dispõe de uma extensa rede de internet de banda larga o que expande o uso
diário do aprendizado on-line e qualifica a infra-estrutura disponível nos parques.
Além dos projetos gerais há aqueles mais específicos que tratam de oferecer apoio
para P&D na indústria, que inclui as pequenas e médias empresas, e que prevê a
criação de parques tecnológicos, o fortalecimento dos centros de incubação de
tecnologias e o estabelecimento de consórcios regionais entre universidades e
empresas. O projeto ênfase (1990) foi direcionado para os parques industriais locais
e rurais na região sudeste da Coréia. Os parques tecnológicos são estimulados a se
desenvolver nas principais áreas industriais, bem como em torno das universidades
e de centros de pesquisa e desenvolvimento (algumas vezes são eles os próprios
centros).
h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica
Com relação aos serviços oferecidos às empresas pelos parques científicos e
tecnológicos observa-se que há a oferta de uma base científica e tecnológica de
apoio otimizadas por meio de estruturas organizacionais, formais ou informais, para
que se estabeleça um ambiente de proximidade física e de relações multifuncionais.
Entre eles estão serviços de aproximação, integração e de parceria com centros de
ensino e pesquisa, de formação empresarial para business inovation, serviços online, participação em rede de cooperação internacional e em redes temáticas,
networking doméstico e internacional, acesso ao capital de potenciais investidores.
i) Trabalho em rede
O trabalho em rede ocorre de forma estratégica, em especial para a área de
biotecnologia. O plano de C&T – Lei Especial para Inovação Científica e
Tecnológica, e o Plano Qüinqüenal buscam promover e elevar a ciência e tecnologia
ANEXO 1
88
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
na Coréia para o padrão dos países do grupo G-7, estabelecem metas através de
programas como o nacional para tecnologias críticas, o de promoção da pesquisa
básica, o de capacitação de recursos humanos e sua utilização em C&T, o "Dual
Use Technology", o de Apoio à P&D na empresa, o de melhoria da educação em
ciência, infra-estrutura de ciência e tecnologia, o Programa de Desenvolvimento das
Tecnologias de Infra-Estrutura para o Bem Estar Social, todos proporcionando um
trabalho em rede de forma estratégica como fontes para a inovação nos diferentes
setores, amplamente difundidos nos parques.
Na área de biotecnologia o Plano de Ação (terceiro) objetiva o desenvolvimento de
tecnologias consideradas de nível médio e a transferência para aplicações
comerciais. A estratégia básica de implementação da ação foi feita pelas,
Associação Coreana de Biotecnologia - BAK e Associação Coreana de Engenharia
Genética - KOGERA, incluindo a efetiva contrapartida privada.
j) Modelo de gestão
O modelo de gestão dos parques que sobressai é o institucional privado voltado
para o mercado, independentemente da participação do estado (central e local). A
empresa gestora, quase sempre é uma limitada, formada por cotistas diversos entre
eles organizações privadas, governo da província e/ou do estado, universidades e,
alguma das vezes, por uma instituição financeira (banco).
3.3.1.2
Cingapura
Incentivados principalmente pelo governo, os parques científicos de Cingapura
foram desenvolvidos com o objetivo de atrair empresas estrangeiras e promover o
crescimento de empresas intensivas em P&D. Os primeiros parques científicos
surgiram em 1980, e foram utilizados pelo governo como importantes mecanismos
para a promoção e desenvolvimento do setor de ciência, tecnologia e inovação de
Cingapura. As estratégias de incentivos adotada pelo governo foi bem sucedida,
sendo que os parques científicos deste país se tornaram o elemento chave para o
desenvolvimento tecnológico. Atualmente são chamados de Science Park I, II e III.
(48).
Atualmente o Governo de Cingapura vem desenvolvendo um Distrito Cientifico –
projeto intitulado One-North, que inclui o Singapore Science Park I e II, além do
Biopolis. O One-North desenvolve-se em sete distritos diferentes: “Life Xchange”,
“Vista Xchange”, “Central Xchange”, “Future Xchange”, “Ayer Rajah”, “Wessex” e
“Temasak”, cada um deles caracterizado por uma identidade própria direcionada
para uma indústria ou cluster específico.
As áreas correspondentes ao “Life Xchange”, “Vista Xchange” e “Central Xchange”,
foram as primeiras a serem desenvolvidas enquanto centro do One-North. Estas
zonas têm como projeto âncora o “Biopolis” (localizado no “Life Xchange”), um
centro de apoio à investigação na área da biomedicina; o “Fusionopolis” (localizado
no “Central Xchange”), um edifício inteligente de apoio a empresas nas áreas das
TIC, entretenimento e mídia; e o “Phase Z.Ro” (localizado no “Life Xchange”), uma
incubadora para start-ups de base tecnológica e inovadora.
ANEXO 1
89
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
O One-North é um dos mais
arrojados projetos de criação de
uma nova geração de parques
científicos e estima-se que o
governo de Cingapura investirá
aproximadamente 12.3 bilhões de
dólares australianos.
Entre os principais
destaca-se: Singapore
Park I, II , Biopolis.
parques
Science
Singapore Science Park
a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade
Cingapura é considerada como um dos destaques no continente asiático, pela sua
política de incentivo à inovação (44). Esse fato é comprovado por ações
estruturantes ligadas a atividades de conhecimento, destacando:
•
Suporte a empresas de alta tecnologia e facilidades em atividades de
pesquisa e desenvolvimento; (44)
•
Facilitação de parcerias universidades-indústria e comercialização; (44)
•
Investimento em capital humano; (44)
•
Capacitação em tecnologia da informação; (44)
De uma forma geral, Cingapura evoluiu sua infra-estrutura de P&D para estimular
ainda mais suas atividades de P&D, provendo suporte financeiro para essas
atividades e a criação de fundos de capital semente para empresas start-ups. (44)
Provê ainda, incentivo financeiro para inventores que trouxerem inovações de
mercado, facilitando inclusive atividades sociais entre estes pesquisadores e
empreendedores.(44)
b) Posição no fluxo tecnológico
Foco no setor de tecnologia, onde 21% dos produtos de alta tecnologia são
destinados ao mercado externo. Principalmente no segmento de tecnologia da
informação, o país investe através de fundos nacionais, para atrair cientistas e
engenheiros, recrutando mão-de-obra internacional especializada para suas
atividades de P&D, além de apoiar escolas com jovens estudantes de talento. Um
dos exemplos é o desenvolvimento em abrangência nacional, da infra-estrutura de
dados de alta velocidade em fibra ótica, conectando lares, escolas e escritórios
como suporte aos produtos e serviços de TI.(35)
c) Grau de especialização
Os parques em Cingapura são considerados especializados e focados em mercados
onde a tecnologia representa mercados em potencial. Enquanto parques mais
antigos como o de Taiwan levaram cerca de 15 a 20 anos para atingir o ponto de
serem compreendidos como sucesso, os novos parques estão buscando este
resultado em tempos cada vez menores nascendo especializados. Um exemplo
dessa abordagem é Biopolis de Cingapura, que, como o nome sugere, está focado
ANEXO 1
90
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
na área de ciências da vida, onde o continente asiático vê uma nova fonte industrial
baseada na tecnologia.(44)
d) Empresas "alvo"
Os parques de Cingapura estão orientados para indústrias maduras, nos segmentos
de computadores, semicondutores, novos materiais, equipamentos de
telecomunicação, biotecnologia e indústria aeroespacial. No caso de
semicondutores, os parques de Cingapura desenvolveram clusters de empresas de
suporte considerados líderes mundiais na fabricação de hardware.
Os parques científicos de Cingapura têm sido desenvolvidos com o objetivo de atrair
corporações estrangeiras e proporcionar um ambiente em que empresas intensivas
em P&D possam crescer. Os primeiros parques científicos surgiram na década de
80, com participação do conselho de desenvolvimento econômico e da cidade de
Jurong envolvida no seu planejamento e desenvolvimento. Estes parques foram
usados para ajudar a estabelecer o setor de ciência tecnologia e inovação (C&T&I)
de Cingapura.(44)
e) Mercado objetivo
Os parques de ciência e tecnologia na Ásia atraem empresas que geram empregos
qualificados nas linhas de produção e principalmente para pesquisadores cujos
desenhos de produtos atendem necessidades particulares dos mercados asiáticos.
O Investimento Direto Estrangeiro (FDI) em alta tecnologia de fabricação está
ajudando na formação dessa base de habilidades. O pessoal treinado nas empresas
multinacionais pode se transferir para empresas locais ou ajustar seus ramos de
atividades provendo oportunidades de empregos para mais mão-de-obra qualificada
neste mercado. (34)
f) Densidade urbana
Os parques de ciência e tecnologia estão contribuindo para o crescimento da
fabricação baseada em tecnologia, e serviços em regiões onde a atividade agrícola
era predominante. Inicialmente este crescimento foi de baixo valor agregado e
focado em atividades de produção intensiva em trabalho. Hoje, Cingapura tem
intensificado ações em atividades de maior valor agregado como P&D, design,
incorporação de componentes em produtos finais, etc. Além disso, Cingapura está
envolvida com parques da China e da Índia. A presença da Novartis em Biopolis
resultou em novas conexões entre Cingapura e Suíça, incluindo o treinamento de
pesquisadores suíços e de Cingapura, como suporte ao desenvolvimento de clusters
empresariais em áreas urbanizadas. (44)
g)
Espaço e infra-estrutura
Cingapura desenvolveu uma das melhores infra-estruturas de transporte e
comunicação mundial conquistando sua competitividade. A mais proeminente infraestrutura de ciência e tecnologia em Cingapura é uma importante área de pesquisa
conhecida como "Corredor Tecnológico", onde a Universidade Nacional de
Cingapura, a Universidade Tecnológica de Nanyang, o Parque Científico de
Cingapura, o Instituto Politécnico de Cingapura e um número crescente de institutos
de pesquisa estão localizados. (35)
ANEXO 1
91
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Os parques geralmente oferecem uma infra-estrutura a baixo custo e um ambiente
onde empresas podem formar clusters e compartilhar facilidades como áreas
comuns, comunicação de alta velocidade, engenharia e outros serviços. Cingapura
tem usado com sucesso, seus parques de ciência como elementos chave para
desenvolver a capacidade em ciência tecnologia e inovação e agora está focando
ainda mais a biomedicina para repetir esta receita. Seus parques oferecem uma
excelente infra-estrutura e proximidade com instituições de pesquisa chave de
Cingapura. (44)
h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica
Os parques científicos oferecem uma excelente infra-estrutura e proximidade aos
principais institutos de pesquisa nacionais. Os parques ainda estão em expansão, e
implantando centros de assistência tecnológica e centros de inovação como suporte
às empresas start-ups. O TeletechPark, um centro de serviços focado em pesquisa e
desenvolvimento orientado para telecomunicações, é uma das experiências mais
promissoras. (47)
i) Trabalho em rede
Além da infra-estrutura física, existe a infra-estrutura destinada a dados e
comunicação. Technet, uma rede de comunicação eletrônica conecta
pesquisadores, industriais da comunidade científica, além de interconectar toda as
instituições terceirizadas e organizações comerciais de P&D. Faz a conexão entre
pesquisadores em Cingapura com redes internacionais de pesquisadores,
estimulando a cooperação internacional com seus parceiros estrangeiros.(47)
j) Modelo de gestão
O modelo de gestão dos parques está baseado em atrair empresas estrangeiras
voltado ao mercado externo, estabelecendo regras internas com foco em
desenvolver políticas de C&T&I. Tem se mostrado líder mundial em algumas áreas
chave desse setor, atingindo este resultado em pouco mais de uma década, em
grande parte alavancando a presença de empresas estrangeiras para se
estabelecerem em Cingapura. Este modelo de gestão baseado em ações focadas
de desenvolvimento, aliada à presença da indústria de C&T&I, tem contribuído na
expansão de negócios baseados em atividades de P&D, aumentando fortemente o
valor da tecnologia exportada, criando ainda um conjunto de empregos altamente
qualificados. (44)
3.3.1.3
Taiwan
No início dos anos 60, em virtude do fim da ajuda americana à Taiwan, a política
industrial do país teve como principal objetivo promover a expansão das
exportações. Em 1978 o Conselho Nacional de Ciência iniciou o planejamento de
um programa de longo alcance para situar a economia taiwanesa em sua
perspectiva para o século XXI, focando o desenvolvimento da educação para a
formação de mão-de-obra especializada, o desenvolvimento da C&T e o apoio à
empresas de risco.
ANEXO 1
92
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
O primeiro e mais importante
parque do país foi estabelecido
em 1980 na cidade Hsinchu.
Em 1997 foi criado o Parque
Científico do Sul que é
composto pelo Parque Tainan
(1997 a primeira fase e 2005
fase final) e pelo Parque
Sinchu Science Park
Kaohsiung antigo Luhju (2001
primeira fase e previsão de
termino em 2010). O mais recente dos principais parques criados em Taiwan é o
Central Taiwan Science Park (2003). Juntos estes parques abrigam cerca de 638
empresas, gerando cerca de 160.000 empregos, o Hsinchu sozinho gera 100.000
empregos.
Os parques em Taiwan são considerados como modelo de parque tipo "Cidade da
Tecnologia" com a missão de estruturar o desenvolvimento do país em setores de
ponta. Foram utilizados pelo governo como mecanismos para a criação de um
espaço ideal para P&D&I com foco industrial.
Os parques científicos que mais contribuem para o desenvolvimento da economia de
Taiwan e sua expressiva posição em P&D e inovação, são o Hisinchu e o Tainam,
ambos os parques, são administrados pela divisão do Conselho Nacional de Ciência
de Taiwan.
Muitos dos parques em Taiwan são caracterizados pela presença de institutos de
pesquisa e empresas na área das ciências biológicas e por uma forte predominância
de investimentos para produção estritamente industrial. Além do foco nas áreas de
ciências biológicas os parques possuem foco na área de eletrônica e informática.
Entre estes parques cabe destacar o Hsinchu Park, que é um dos maiores
fornecedores de equipamentos e componentes de eletrônicos e informática do
mundo.
O desempenho dos parques taiwaneses são na maioria dos casos estimulados por
condições favoráveis de acesso a empréstimos, pela isenção de impostos, a
redução de taxas, baixos preços para aluguéis e pela considerável presença de
empresas.
No decorrer da apresentação das experiências de parques tecnológicos taiwaneses
serão apresentadas os aspectos mais relevantes sobre o Southern Taiwan Science
Park, Hsinchu Science Park e Tainan Science Park.
a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade
Os parques de Taiwan possuem forte relação com universidades, e alguns casos
possuem universidades instaladas, a exemplo do Hsinchu que possui duas
universidades (National Tsing-Hua e National Chiao-Tung Universities).
Nas regiões que concentram os principais parques de Taiwan, estão localizados 4
laboratórios de pesquisas nacionais para suporte às atividades dos parques. O mix e
qualidade dessas instituições de pesquisa e suas conexões com empresas de alta
tecnologia resultou no desenvolvimento de tecnologias inovadoras, particularmente a
microeletrônica. (47).
ANEXO 1
93
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
b) Posição no fluxo tecnológico
Os parques científicos de Taiwan provêem suporte ao crescimento rápido da
indústria de C&T&I, com uma produção que superou $A50 bilhões em 2004. O
crescimento está intimamente ligado a demanda global de computadores e outros
dispositivos de consumo eletrônico, como os PDAs e telefonia móvel. (47)
c) Grau de especialização
Os parques de Taiwan na sua maioria são especializados em determinadas áreas
do conhecimento, especialmente em eletrônica, informática, biotecnologia e ciências
biológicas. No Hsinchu os fabricantes de circuito integrado são suportados por um
amplo conjunto de indústrias que somadas atingiram 5% do valor de circuitos
integrado no mundo em 2002.
O país ainda se destaca no setor de semicondutores, onde tornou-se referência
mundial em termos de projeto, fabricação, testes e embalagens de dispositivos
semicondutores. O negócio de fundição de chips de Taiwan, detém cerca de 71% do
mercado mundial, integrando mega empresas, como a Companhia de
Semicondutores de Taiwan (TSMC) e a United Microelectronics Corporation (UMC)
sendo a líder no segmento de fabricação de chips. Tais empresas altamente
especializadas encontram-se no parque de Hsinchu. (47)
d) Empresas "alvo"
Foco em indústrias tradicionais, nos segmentos de computadores, semicondutores,
novos materiais, equipamentos de telecomunicações, biotecnologia e indústria
aeroespacial. O entendimento do governo em desenvolver a indústria de alta
tecnologia, está em prover um ajuste da infra-estrutura industrial, a construção de
sistemas de inovação industrial, e comercialização de resultados de P&D. Todas
essas ações tem demonstrado resultados de sucesso.
O resultado do desenvolvimento de parques industriais baseados na ciência ao
norte, centro e sul de Taiwan, criou clusters industriais especializados de alta
tecnologia: circuitos integrados ao norte, nanotecnologia ao centro e optoeletrônica
ao sul. (30)
e) Mercado objetivo
As empresas de tecnologia instaladas no parque tecnológico de Taiwan estão
orientadas para atendimento ao mercado externo. Principalmente nos campos
chaves de desenvolvimento, incluindo computadores, tecnologia de software,
tecnologia de sistemas de telecomunicações, tecnologia micro eletro-mecânica e
tecnologia de máquinas de precisão, tecnologia de energia e ambiental, materiais
avançados e tecnologia química além das chamadas ciências da vida e tecnologia
biomédica como mercados externos potenciais.(30)
f) Densidade urbana
Hoje, os parques estão posicionados em áreas urbanas com uma rede funcional de
pesquisa, criada pelo governo e centradas no objetivo de prover um ambiente
propício e serviços para empresas start-ups e indústrias maduras especializadas
com foco no mercado internacional. No caso do HSP é considerado um cluster de
ANEXO 1
94
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
inovação tornando-se um motor de desenvolvimento econômico e inovação de
Taiwan. (32)
g) Espaço e infra-estrutura
Os parques em Taiwan disponibilizam
uma destacada estrutura funcional,
conectada ao trabalho, aprendizado e qualidade para se viver. O HSP como
principal parque de Taiwan, é um excelente local para trabalhar, aprender e viver.
Apresenta uma área integrada de pesquisa, comércio, educação, cultura, recreação
e residencial. Toda infra-estrutura de pesquisa e de serviços são bem posicionadas
e atendem pólos dentro do parque sendo: infra-estrutura e facilidades, serviços: onestop, automated customs service, on-job training.(32)
h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica
O portifólio de serviços oferecidos às empresas dos parques e da região, é oferecido
através de parques de pesquisa orientados para serviços como os parques de
Chingshan, Lungyuan, e Taichung criado pelo instituto de ciência e tecnologia de
Chung Shan (CSIST), com o propósito de oferecer serviços tecnológicos para o
governo e os setores civis. Esses parques de pesquisa oferecem efetivamente para
à indústria, um conjunto de serviços e tecnologias necessárias, para prover
vantagens nas oportunidades de negócio. (30)
i) Trabalho em rede
O desempenho de sucesso do HSP é facilitado por uma rede inteligente que
aumenta a sinergia em alinhar agendas e trabalho em conjunto. Os gestores do
parque representam o líder da rede, com perfil orientado para criar uma dinâmica e
dirimir conflitos mantendo a atividade da rede de trabalho em bom andamento. No
HSP, o mecanismo da rede inteligente é agrupado nas seguintes partes: construção
de um ambiente de inovação, alianças estratégicas de setores privados, construindo
relações de parceria entre parques irmãos, compartilhamento de dados, tecnologias
de comunicação, sólida reputação e marca forte. (32)
j) Modelo de gestão
Os parques científicos e tecnológicos de Taiwan são administrados pela divisão do
Conselho científico nacional.
O Conselho Científico Nacional foi criado em 1959 é comandado por um ministro e
três deputados ministeriais. É a mais importante agência do governo (inclusive em
hierarquia governamental) para a promoção do desenvolvimento cientifico e
tecnológico de Taiwan. Entre as missões do Conselho está o desenvolvimento e
administração dos parques científicos. Além de seus 12 departamentos o Conselho
Científico Nacional de Taiwan é formado por 3 organizações afiliadas responsáveis
exclusivamente pela promoção e administração dos parques científicos de Taiwan:
•
Science Park Administration;
•
Southern Taiwan Science Park Administration;
•
Central Taiwan Science Park Provisional Office. (47)
O modelo de gestão é baseado em rede, onde os parques de ciência são pontos
fundamentais criando pontes para as agências locais, suportar políticas e criar
ANEXO 1
95
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
investimentos que influenciam diretamente sobre o desenvolvimento econômico. A
rede de inovação de parques científicos, cria facilidades para o processo de
liderança tecnológica.A gestão dos parques científicos atua como suporte a
empresas iniciantes no parque. (32)
3.3.1.4
China
A China destaca-se pelo estágio de desenvolvimento científico e tecnológico
ampliado progressivamente. Em 2005, eram 3,8 milhões de pessoas ocupadas em
atividades de ciência e tecnologia, 1,3 milhão empregados em atividades de
pesquisa e desenvolvimento. A China somava, no mesmo ano, 1,1 milhão de
cientista e engenheiros. A exportação de produtos de alta tecnologia somava 200
milhões de dólares, cerca de 30% do total de exportações da China.
Hong Kong Science Park
O atual estágio de desenvolvimento tem se alicerçado na consolidação de parques
científicos na China, são parques criados pelo governo, estimulando ações que
mesclam iniciativas voltadas para o mercado externo e absorção de tecnologia numa
estratégia agressiva. Com seu mercado interno forte, e produção focada no mercado
mundial, iniciativas públicas criam regiões de aprendizado que estimulam o
desenvolvimento por todo o país. Na China são 53 zonas industriais de alta
tecnologia, como são definidos os parques científicos nacionais, onde atuam
aproximadamente 40 mil empresas. Ainda destaca-se um volume superior a 100
parques científicos provinciais ou universitários e 400 incubadoras de base
tecnológica.
Até 2003, os 44 parques científicos nacionais instalados na China haviam atraído
aproximadamente US$ 3 bilhões em investimentos. Entre as áreas de
desenvolvimento mais destacadas em parques científicos chineses, destaca-se:
tecnologia da informação e comunicação; tecnologia medicinal e bioengenharia;
novos materiais; tecnologia industrial avançada; tecnologia aeroespacial e
aeronáutica; engenharia marítima; tecnologia nuclear; novas fontes de energia e
tecnologia de conservação e eficiência energética; tecnologia ambiental; engenharia
agrária e novas tecnologias e processos aplicados a indústria tradicional.
Políticas públicas de incentivo a implantação de empresas em parques tecnológicos
são muito utilizadas, atuando através da concessão de benefícios tributários
ANEXO 1
96
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
alinhados a investimentos em capacidade de inovação e pesquisa e
desenvolvimento, sendo também destacado os incentivos via direito de propriedade
intelectual.
a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade
Há forte relação com universidades e centros promotores de desenvolvimento,
construindo as chamadas “Bridge high technology” para acessar tecnologias de
companhias estrangeiras e formar clusters distritais de empresas, sendo também
conhecidos como distritos de aprendizado. Neste conceito as empresas se
estabelecem no local de produção, porém, dependendo da pesquisa, formas de
desenvolvimento e financiamento obtido das universidades chinesas e indústria
relacionada, são separadas das redes e canais de empresas estrangeiras. (23)
As instituições educacionais mais ativas em empreendedorismo que suportam os
parques de ciência são a Peking University, Qinghua University, Fudan e Jiaotong.
Estas instituições de educação avançada oferecem suporte ao ajuste das
incubadoras para convergir investimentos e orientar as empresas locais, com intuito
de compensar a falta de consultores experientes para as empresas, considerando a
economia de transição da china. Exemplos dessas universidades de negócios são
encontrados nos próprios parques como Zhangjiang Hi-tech Park, em ShanghaiPudong, e em Shenzhen Hi-Tech Industrial Park (SHIP); (23)
As instituições de pesquisa são um essencial componente dessa "Ponte" entre o
estágio inicial de produção, dominado por avançadas empresas offshore e suas
satélites, e o estágio final de produção onde empresas pioneiras locais de altatecnologia tornam-se globalmente competitivas. Ainda cabe ressaltar, que os
parques científicos e tecnológicos chineses criam as chamadas Univertitiy Business,
onde as incubadoras exercem papel fundamental para estruturação dos parques e
promoção da transferência tecnológica. (23)
b) Posição no fluxo tecnológico
A China aumenta agressivamente o ritmo de sua produção, sendo ator chave na
economia mundial, onde novas estratégias e alianças institucionais emergiram. Com
o propósito de superar quase dois séculos de tumultos políticos, e reestruturação
econômica, novos programas de apoio estimularam empresas nativas a se
aproximar geograficamente de empresas multinacionais avançadas oferecendo
diversas facilidades de produção, além de construir parques de ciência e industriais.
O foco de desenvolvimento dessas empresas e parques prioriza os setores de alta
tecnologia reconhecidos nacionalmente, os quais foram responsáveis por quase
36% de receitas incrementadas entre 1999 e 2000 representando cerca de US$ 10.6
bilhões nas contas do tesouro. (23)
c) Grau de especialização
Os chamados distritos de aprendizado estimularam a formação dos distritos
industriais especializados, como farmacêutico, empresas de componentes
eletrônicos e satélites. O governo escolheu os locais de desenvolvimento dos
distritos industriais pelo seu potencial de atrair empresas internacionais e não pela
sua proximidade com instituições de pesquisa. (23)
ANEXO 1
97
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
As maiores empresas chinesas são especializadas na fabricação de computadores,
sistemas de telecomunicações, dispositivos médicos e biofarmacêuticos, estando
localizadas na região de Shenzhen, gerando facilidades de pesquisa e
desenvolvimento, mantendo relações com empresas de países mais desenvolvidos,
a partir de laços entre universidades existentes na china e no exterior.
As operações de P&D estendem-se desde o Vale do Silício - EUA até pequenas
empresas a oeste da China. Devido ao longo tempo de descobertas existentes no
desenvolvimento da biotecnologia, como produto pronto para o mercado, a Região
de Kexing também compra empresas de biotecnologia americanas para adquirir sua
expertise. (23)
Em janeiro de 2005, o Zhongguancun Index, que indica a situação de
desenvolvimento das novas e altas tecnologias, foi divulgado pela primeira vez,
cobrindo 11 áreas do conhecimento, sendo que 6 delas monitoram as maiores áreas
abrangendo industria eletrônica e de informação, bioengenharia e nova medicina,
novos materiais aplicados à tecnologia, tecnologia industrial avançada, energia e
conservação e tecnologia de proteção ambiental. Nesses campos, os maiores
índices de crescimento estão relacionados às áreas de energia e tecnologia
energética segura, além da tecnologia de proteção ambiental. (23), (24), (32), (33)
d) Empresas "alvo"
Os parques tecnológicos chineses estão focados principalmente em indústrias
maduras, nos segmentos de computadores, semicondutores, novos materiais,
biotecnologia e indústria aeroespacial. A China direciona seu parque industrial como
parque de ciência e tecnologia ou como a combinação desses termos. Tais "Distritos
do aprendizado” ou "regiões de aprendizado", foram alvo da implantação de
indústrias multinacionais que buscavam produzir produtos limpos com grandes
margens, estabelecendo sua base de P&D nesta área. Um exemplo é a indústria
farmacêutica, que combina ingredientes da medicina chinesa e as facilidades
tecnológicas de empresas em produção.
Nessas zonas industriais de alta tecnologia a troca de informação entre os atores
locais resulta em inovações significativas em processos produtivos ou produtos,
liderando o desenvolvimento regional. Essas atividades incluem o projeto e a
produção de novos produtos com o objetivo de atender a capacidade do mercado
chinês num primeiro momento. (23)
e) Mercado objetivo
Os parques tecnológicos chineses recebem empresas offshore, suas satélites e
possibilitam através de ambiente voltado ao aprendizado e transferência tecnológica,
que empresas locais se desenvolvam podendo ser competitivas internacionalmente.
As instituições de pesquisa chinesas provêem o componente essencial entre o
estágio inicial da produção, dominado por empresas offshore e suas satélites e o
estágio final em que empresas pioneiras locais de alta tecnologia tornam-se
competitivas globalmente. (23)
Como exemplo, no parque de Kexing, foi implantado a maior planta fabril
biofarmacêutica e de genoma da China, agregando facilidade de uma produção de
alta qualidade, tornando-se âncora no processo de expansão do “Medical Valley”.
Para este tipo de indústria, grandes investidores americanos comprometem-se em
ANEXO 1
98
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
assegurar condições conforme os padrões FDA, buscando mercados globais de
atuação. (23)
De um modo geral, a China além de contar com um mercado interno forte, tem em
seus parques, um forte direcionamento para o mercado mundial. Na China, a
exportação de produtos de alta tecnologia responde por aproximadamente 30% das
exportações do país.
f) Densidade urbana
As estruturas que compõem os parques científicos chineses, caracterizados como
distritos de aprendizado, estão ligadas aos centros urbanos, porém alguns casos
destacam-se pela proposta de descentralização, promovendo o desenvolvimento de
áreas menos povoadas. Exemplo disto é a área metropolitana de Shangai, que
contém atualmente 1/3 dos projetos de pesquisa da China e 47 parques industriais,
incluindo 2 parques nacionais de alta tecnologia. Já o parque Zhangjiang Hi-Tech
Park ocupa uma grande área de rápido crescimento em Pudong, área agrícola
localizada às margens de Shangai. Uma variedade de incubadoras patrocinadas por
entidades do governo, mescladas à empresas multinacionais de grande porte como
Revlon e Roche ocupam esta região, promovendo a descentralização de áreas
urbanas densamente povoadas. (23)
g) Espaço e infra-estrutura
É destacado que embora uma das medidas de performance da política de inovação
seja o acompanhamento de indicadores nas áreas de telecomunicações e da
indústria da informação, equipamentos e farmacêutica, todas as iniciativas
convergem para a construção da infra-estrutura básica, comunicação e rede de
dados, além da construção de estradas e outras facilidades urbanas. (24)
A consolidação da infra-estrutura é realizada em parte por investimentos de
empresas estrangeiras, com benefícios fiscais concedidos pelo governo, que provê
esse suporte como fator estimulante, inclusive para empresas start-ups para
obterem sucesso em menor prazo. (23)
Em geral a implantação de parques científicos e tecnológicos na China contam com
melhorias de infra-estrutura efetuadas principalmente quanto ao desafio do tráfego,
onde são realizadas obras públicas, também patrocinadas pelo próprio parque
científico, para implantação de rede viária auxiliar, metrô e sistema ferroviário.
Demais elementos de utilidade pública, tais como água, eletricidade e gás também
são trabalhados, da mesma forma, sistemas de telecomunicações distritais também
são ampliados.
O caso do Zhongguancun (Haidan) Science Park demonstra o comprometimento
público com a consolidação de parques científicos, neste exemplo o governo
municipal de Beijing e o governo do distrito de Haidian investiram o equivalente a
US$ 630 milhões na construção e renovação da infra-estrutura do distrito.
h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
i) Trabalho em rede
ANEXO 1
99
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Há uma forte atuação em rede, principalmente nas associações (redes) Alumni onde
atuam como base de novos negócios. As redes e as relações entre mercado e
fornecedores utilizadas por multinacionais são fortemente separadas das utilizadas
por empresas domésticas chinesas de alta tecnologia. Isto afeta a capacidade dos
parques de melhorarem ainda mais a competitividade nacional por suas próprias
empresas. Nestes casos, o governo planejou um processo de transferência de
tecnologia de empresas estrangeiras para empresas nativas locais como forma de
induzir qualidade antecipada, evidenciado pelo rápido crescimento de incubadoras e
institutos de pesquisa desde 1988. (23)
j) Modelo de gestão
Existência de uma estrutura governamental atuante sobre a administração dos
parques científicos nacionais. Um conselho estatal, responsável pelo comitê estatal
de ciência, tecnologia e educação, fornece diretrizes que norteiam decisões do
Ministério de educação e do Ministério de Ciência e Tecnologia. Estes dois
Ministérios são responsáveis pelos programas e projetos de parques científicos.
Os parques científicos são gerenciados por conselhos administrativos que são
formados por representantes dos governos distritais e municipais, ministérios e
demais órgãos vinculados a ciência e tecnologia e a educação, contando também
com representantes do meio empresarial. O comitê administrativo de um parque de
ciência pode ser definido como uma autarquia do governo local, contando este
comitê com representantes de empresas nacionais e multinacionais e tendo
subordinação às diretrizes nacionais de ciência e tecnologia.
Exemplo desta interdependência, é o caso da implantação de um programa de e-gov
pelo Zhongguancun (Haidan) Science Park, que desenvolveu uma plataforma que
permite enquadramento de benefícios fiscais, certificação de empresas de alta
tecnologia e de produtos e processos, feitos pela própria administração do parque.
Com a instituição do programa do e-gov, a administração do parque, como uma
extensão do governo local, estabelece um novo tipo de relacionamento com as
empresas, servindo e supervisionando.
3.3.1.5
Índia
Na Índia, os parques tecnológicos são criados com a missão de posicionar o país
como líder em setores estratégicos, começando pelo setor de software - Bangalore e
Nova Delhi. Destaca-se o investimento em formação no exterior (criando vínculos
especialmente com o Vale do Silício/ EUA), educação da população para a área de
informática e exploração do "fator língua e custo".
ANEXO 1
100
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Parques como o Software Tech Park Indian - STPI foram desenhados e
desenvolvidos como o estado da arte da rede High Speed Data Communication HSDC conhecida como SoftNET, disponibilizados aos exportadores a preços
internacionalmente competitivos.
O STPI implantou seus “gateways” (pontos de acesso internacionais) em 44 locais,
provendo conexão HSDC com a indústria de software mundial, adotando uma
posição de rápido atendimento aos mercados emergentes em termos de serviços e
de desenvolvimento de softwares. (25)
a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade
Destaca-se nos PCTs indianos, o forte investimento em formação no exterior,
criando vínculos especialmente com o Vale do Silício/ EUA, orientando a educação
da população para áreas de informática e serviços. Internamente, a política de
desenvolvimento econômico baseado no estímulo a centros de pesquisa e
desenvolvimento, gerou investimentos governamentais da ordem de $A 273 milhões
motivado principalmente pelo setor de biotecnologia.
Um dos principais aspectos de promoção dos centros de P&D está na capacidade
de geração de patentes. Um dos exemplos é o setor farmacêutico que em 2003
registrou 142 patentes depositadas. O centro de patentes indiano, desenvolveu
parcerias com 5 empresas localizadas nos Estados Unidos e Índia, com o propósito
de licenciar estas patentes em mercado internacional.
Estas ações tem estimulado ainda mais o crescimento da indústria indiana,
induzindo a formação de pessoal capacitado em áreas do conhecimento com alto
valor agregado para o país. Neste sentido a Índia produz anualmente, cerca de 2,5
milhões de graduados em TIC, engenharia e Ciências Humanas, cerca de 650.000
pós-graduados e aproximadamente 1.500 PhDs em biociências e engenharia.
b) Posição no fluxo tecnológico
Os PCTs indianos se consolidaram como seguidores rápidos em setores de TI na
década de 90, tanto em desenvolvimento de softwares como em serviços baseados
em tecnologia tornado-se líder mundial no segmento. Como resultado criou uma
indústria globalmente competitiva, com crescimento anual superior a 50% gerando
cerca de $A 15 bilhões em exportação entre 2003 – 2004.
Atualmente o esforço está em buscar no segmento da biotecnologia, posição
competitiva mundial que torne a índia referência em P&D, induzindo o fortalecimento
e crescimento da indústria local.
No mesmo período em que a indústria de TI atingiu suas melhores marcas, a
indústria de biotecnologia indiana atingiu receitas superiores a $A 990 milhões e
projeta crescimento para atingir $A 3,5 bilhões em 2010.
Neste sentido, o governo indiano criou o departamento de biotecnologia, cujo papel
é estabelecer a política de biotecnologia, promoção da P&D, cooperação
internacional e atividades de manufatura, além de desenvolver a orientação para
bio-segurança, promoção da interação universidade empresa, o estabelecimento de
institutos de pesquisa e aprovação de produtos de biotecnologia.
c) Grau de especialização
ANEXO 1
101
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Os parques na Índia são altamente especializados, destacando o STPI como um
exemplo mais tradicional. Este parque tem como foco o desenvolvimento de
softwares e serviços de TI para exportação, de forma semelhante a indústria de
hardware eletrônico incluindo equipamentos e componentes.
Já o BIO-IT Park está sendo desenvolvido para ser geograficamente um cluster de
indústrias de TI, ciências humanas, instituições de pesquisa e academia de ciência e
tecnologia tornando-se um endereço de referência no setor. O parque é
desenvolvido baseada no modelo de parceria público-privada, servindo como um
cluster industrial, unindo a pesquisa em ciências da vida com o estado da arte em
ciências da computação. (25)
O BIO-IT Park promove atividades de P&D relativas a saúde humana na maioria dos
segmentos da biologia computacional. O parque é focado em sete áreas de
pesquisa tecnológica e científica como
Bioinformatics, Cheminformatics,
Pharmacogenomics, Clinical Informatics, Molecular Modelling, Bio Engineering e Bio
Simulations. (25)
d) Empresas Alvo
As empresas localizadas nos parques de software e hardware indianos, somaram
em 2003-2004 cerca de $A 14,6 bilhões, um crescimento de 32% em relação a anos
anteriores representando 80% do volume de software indiano exportado.
A experiência em desenvolvimento dos empreendimentos de base tecnológica,
gerou expertise em promover ações de crescimento acelerado junto ao setor de
biotecnologia, desde incentivos governamentais, subsídios e investimentos, atraindo
empresas maduras neste setor.
Tipicamente, o perfil de empresas que se instalam nestes PCTs são altamente
especializadas e possuem as seguintes características:
•
Empresas de medicamentos (Indústria farmacêutica);
•
Empresas Pure Play Bio-IT;
•
Empresas de Biotecnologia focada na saúde humana;
•
Empresas de TI focada em ciências da vida / saúde;
•
Provedores de serviços para a indústria de ciências humanas.
e) Mercado objetivo
A alta especialização e infra-estrutura de classe mundial dos parques tecnológicos
indianos, aliado a competência de seus recursos humanos, tem sido responsável
pela atração de investimentos externos. Os mercados dos PCTs indianos,
concentram-se em duas vertentes principais, a de software e serviços de TIC e
atualmente no mercado de biotecnologia e fármacos. Um exemplo desse foco é o
investimento na construção do International Biotech Park em Hinjewadi – Índia,
demandando orçamento de US$ 140 milhões para atender o mercado mundial de
soluções em Bio-TIC.
Os PCTs indianos se consolidaram como seguidores rápidos em setores de TI na
década de 90, especialmente na área de desenvolvimento de softwares como em
ANEXO 1
102
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
serviços baseados em tecnologias correlatas tornaram-se líder mundial no
segmento.
Face a sua destacada posição competitiva e um mercado interno de pouca
expressão, as empresas instaladas nos parques tecnológicos indianos tem seu foco
no mercado externo.
f) Densidade Urbana
A Índia é um país compreendido por 28 estados em 7 territórios, onde em áreas
como Andhra Pradesh, Gujarat, Karnataka, Maharashtra e Tamil Nadu foram criados
um conjunto de facilidades urbanas envolvendo infrae-strutura de qualidade,
ambiente de negócios atrativos e centros empresariais nos PCTs para estabelecer a
indústria de biotecnologia do país.
Em 12 localidades no país, os PCTs foram responsáveis diretos pela formação de
350 empreendimentos de ciência e tecnologia, suporte de desenvolvimento em
cerca de 150 produtos e processos dentre os quais 60 produtos estão sendo
comercializados gerando cerca de 4.000 empregos.
g) Espaço e infra-estrutura
O Ministério das Comunicações e Tecnologia da Informação e Governo da Índia,
com o objetivo de implementar a estrutura dos parques científicos e tecnológicos
indianos, atua ajudando e gerenciando facilidades relacionadas a infra-estrutura,
além de prover outros serviços como assessoramento tecnológico e treinamento
profissional.(24)
Os PCTs da índia são resultados de parcerias público-privadas na sua grande
maioria, oferecendo um conjunto de infra-estrutura de alta qualidade em serviços.
Alguns apresentam construções simplificadas, mas que podem receber um grande
número de pessoas. São exemplos de PCTs que oferecem infra-estrutura nesta
escala, os parques de Bangalore como o International Technology park e o Software
Technology Park, os parque de Andhra Pradesh como o Genome Valley além do
parque de Trivandrum como o Technopark.
h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica
O setor de TIC em particular no segmento de software e de serviços, continuam a
crescer e atrair empresas estrangeiras que encontram facilidades locais para se
estabelecer. Dentre as principais facilidades locais, constata-se nos parques
indianos a existência de um portifólio que compreende o acesso a programas
governamentais de incentivos fiscais, suporte empresarial, espaços laboratoriais,
suporte médico de alta qualidade, lazer e centros de informações virtuais on-line.
Especificamente no segmento de biotecnologia, os PCTs oferecem serviços de
biotecnologia baseados em processos industriais desenvolvidos para a indústria
farmacêutica, apresentando baixíssimos custos e alta qualidade de produção,
tornando estes serviços atrativos para empresas multinacionais.
i) Trabalho em rede
Uma importante mudança na forma de desenvolvimento dos PCTs indianos, foi
promovida pela implementação das redes de parceria público-privada. Este fato foi
ANEXO 1
103
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
somente possível, devido a baixas taxas cobradas junto às instituições empresariais,
estimulando empréstimos com taxas de 3% de sobre o valor do projeto que é
perdoado em caso de falha. Em cerca de 3 anos, mais de 150 instituições privadas
engajaram-se a rede com o setor público.
O trabalho em rede para o caso dos PCTs, é suportado por sistemas de
comunicação de dados oferecida pelos parques através de serviços HSDC,
envolvendo soluções de Circuitos Privados internacionais e serviços de internet
compartilhado.
Os PCTs ainda oferecem conectividade para unidades de softwares exportadas
provendo alta velocidade de tráfego, e está operando em linhas internacionais a
partir de suas estações de terra a diversos destinos (25). Esses serviços permitem
atuar a longa distância, criando uma ampla rede de trabalho à distância e com
qualidade.
j) Modelo de gestão
O modelo de gestão dos PCTs indianos estão focados em desenvolver
oportunidades de integração a clusters empresariais e baixo custo de mão-de-obra.
Os estados mais desenvolvidos promovem os PCTs criando um conjunto de políticas
locais, facilidades de infra-estrutura e ambiente, além de concederem facilidades de
desenvolvimento dos clusters de TI e biotecnologia com receitas, empréstimos,
pacote de incentivos e processos rápidos de aprovação. Em Estados como
Maharashtra existe a figura de um conselho de biotecnologia e uma comissão de
biotecnologia. A gestão envolve a formação de pessoal como parte de seu programa
e envolve quase 1.000 instituições de educação com produção de quase 160.000
técnicos treinados por ano. Consiste em um modelo baseado em centros de P&D
que transformam a pesquisa em spin-offs.
3.3.1.6
Finlândia
A Finlândia tem apresentado um crescimento do seu produto interno bruto – PIB –
da ordem de 3% ao ano, segundo a OECD - Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico. Os parques tecnológicos tem representado um fator
chave para este crescimento, sendo entendidos como forma de fomento via políticas
públicas de ciência e tecnologia, criados com a missão de recuperar a economia da
finlandesa pós muro de Berlim, aproveitando também a mão de obra altamente
especializada, paralelamente "capitalizando" o efeito Nokia.
ANEXO 1
104
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Science Parks - Filândia
A associação finlandesa de parques – TEKEL, é uma rede de âmbito nacional da
cooperação que conecta 24 parques de ciência e a tecnologia, atuando como
mediador entre policymakers e parques de ciência. Os parques científicos
vinculados a TEKEL acomodam 2.400 empresas e outras organizações empregando 50.000 pessoas que trabalham em campos diferentes de tecnologia,
tais como TIC, saúde e tecnologia médica, biotecnologia, tecnologia ambiental e
alimentar, engenharia de materiais e meios digitais.
a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade
As empresas instaladas em parques tecnológicos da Finlândia destacam-se na
maioria dos casos como empresas originadas a partir de desenvolvimento técnico e
científico provenientes de universidades ou de grandes empresas do entorno. Os
parques tecnológicos estão vinculados a centros de pesquisa e desenvolvimento ou
IES.
Os parques finlandeses estão estruturados com a finalidade de estimular o processo
de transferência tecnológica entre universidades e instituições de P&D, contando
com mecanismos de estímulo a criação de empresas spin-offs ou que permitam
canalizar o conhecimento acadêmico ao mundo dos negócios. Alguns parques
possuem escritórios de transferência de tecnologia, com o objetivo de focalizar
explicitamente a exploração de resultados vinculados a P&D de universidades e de
instituições de pesquisa.
b) Posição no fluxo tecnológico
Tem sua orientação para setores de ponta e tecnologias portadoras de futuro,
devido a massa crítica pujante e altamente qualificada, com destaque para o
elavado volume de empresas de base tecnológica instaladas em parques
tecnológicos da Finlândia. Os setores mais explorados são: tecnologia da
informação e comunicação, biotecnologia, eletrônicos e óptico-eletrônicos,
tecnologia ambiental, saúde e, tecnologia de materiais.
c) Grau de especialização
As empresas freqüentemente atuam em nichos tecnológicos novos e muito
especializados, e buscam se beneficiar da interação com ambientes inovativos, do
trabalho em rede e demais benefícios providos em parques tecnológicos.
Comumente empresas start-ups são originadas nestes ambientes de inovação,
conduzindo o país a uma onda de desenvolvimento baseada no avanço tecnológico.
ANEXO 1
105
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
d) Empresas "Alvo"
Novas empresas - a partir de empresas competitivas maduras e spin-offs
universitários. Neste sentido os parques tecnológicos finlandeses contam com apoio
público no financiamento de start-ups, geralmente vinculados a empreendedores
oriundos de centros universitários.
e) Mercado objetivo
O meio empresarial está direcionado para o desenvolvimento tecnológico nacional.
Neste caso as empresas de base tecnológica, dispõem de mercados domésticos
pequenos. A sobrevivência e o crescimento dependem da habilidade de
internacionalização dos negócios.
f) Densidade urbana
Na Finlândia observa-se uma gama variada de modelos estruturais de parques
tecnológicos, em alguns casos os parques são bem definidos geograficamente, com
infra-estrutura específica, em outros encontram-se integrados ao tecido urbano.
(10a, 10b, 10c, 10d). Há casos, como o Softpolis Raahe Ltd., onde a implementação
ocorre em consonância com o desenvolvimento da cidade, sendo inclusive indutor
do desenvolvimento urbano, estando integrado a própria cidade.
g) Espaço e infra-estrutura
Infra-estrutura definida através de localização próxima a centros de pesquisa e
desenvolvimento e instituições de ensino superior, o espaço físico dos parques
integrados a centros urbanos caracteriza-se pela conurbação. Em geral os parques
tecnológicos trabalham com locação de locais de trabalho e infra-estruturas: prédios,
salas, laboratórios etc.
h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica
As facilidades oferecidas incluem serviços de consultoria e acesso facilitado a
pesquisa para as empresas participantes do arranjo, incluindo criação de rede de
cooperação entre as empresas e as universidades relacionadas. Os parques
proporcionam acesso a linhas de capital (Seed Capital e Venture Capital,
estruturadas pelo governo finlandês em diversas regiões). Contam também com o
Spin-off Programme - programa nacional de incubadoras, incentivando novos
negócios com forte relação com science parks e universidades. (43)
Em geral os parques finlandeses oferecem serviços de recepção, telecomunicação,
internet, limpeza e meios para realização de conferência. Também é oferecido
serviços de escritório, como artigos de papelaria e de escritório, reprografia, correios
e outros.
São também exemplos de outros seviços oferecidos pelos parques da Finlândia:
•
Aluguel de espaço físico;
•
Pré-incubadora e Incubadora de empresas;
•
Acesso facilitado a treinamento e consultoria de negócios e processos.
Aprendizagem e acesso a know-how;
ANEXO 1
106
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
•
Possibilidade
de
internacionalização;
•
Serviços de apoio técnico, administrativo e estratégico à criação e
desenvolvimento de empresas.
transferência
tecnológica
e
serviços
de
i) Trabalho em rede
É presente a estruturação de redes de cooperação entre empresas vinculadas a
parques tecnológicos, com participação de universidades, institutos de pesquisa, etc.
Nesta direção é oportuno destacar o Programa Network of Innovation Relay Centres
– IRC, rede de inovação que conecta centros de inovação em 33 países, permitindo
auxílio a companhias e a institutos de pesquisa em projetos internacionais de
transferência de tecnologia.
Na Finlândia estes serviços são fornecidos pela IRC-Finlândia, cujas funções são
financiadas pela União Européia e pela Agência finlandesa de financiamento para
tecnologia e inovação TEKES. O IRC-Finlândia aproxima parceiros internacionais às
novas tecnologias desenvolvidas na Finlândia, organizando reuniões e eventos de
transferência de tecnologia.
j) Modelo de gestão
Estão organizados como instituições independentes, fundados por iniciativas
regionais e são tipicamente vinculados a universidades e outros centros de pesquisa
(43). A gestão é exercida geralmente por empresas privadas, havendo casos em
que empresas subsidiárias atuam na parte de serviços e imobiliária. Órgãos
governamentais exercem papel executivo ou participam dos mecanismos de gestão.
Há o caso de uma empresa privada – Technopolis Plc – com ações na bolsa
(acionistas órgãos do governo e fundos de pensão), que se incumbe da gestão de
uma série de parques tecnológicos: Oulu Technopolis, Otaniemi Science Park,
Helsinki-Vantaa Technopolis,
Espoo Otaniemi Innopoli, Kareltek Center e
Technopolis Oulu Downtown.
3.3.1.7
Irlanda
A partir de meados da década de 80 a Irlanda investiu maciçamente na elevação de
seu domínio científico e tecnológico, na esteira destas ações fortaleceu-se o papel
desempenhado pelas agências voltadas ao desenvolvimento regional, que por sua
vez tiveram papel fundamental na consolidação de parques científicos e
tecnológicos no país.
A região de Shannon é responsável pela alavancagem da indústria irlandesa,
maximizado a partir da atuação da Companhia de Desenvolvimento de Shannon
(Shannon Development), que cobre uma área de aproximadamente 10.000 km2,
compreendendo as cidades de Clare, Limerick, North Tipperary, South Offaly and
North Kerry, com população de 430.000 habitantes.
ANEXO 1
107
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Science Parks – Irlanda
A amostra na qual se baseia a pesquisa contempla parques tecnológicos baseados
em universidades, institutos e centros tecnológicos, que funcionam como
nucleadores do desenvolvimento científico irlandês. Estes parques atuam com a
estratégia de atração de grandes empresas, fortificando a inovação através de P&D
aplicado e voltado à transferência tecnológica. Em geral, os parques na Irlanda
focam empresas orientadas para o desenvolvimento de produtos tecnológicos
voltados ao mercado internacional, direcionados para as áreas de desenvolvimento
de software, TIC, mídia e tecnologia digital e microeletrônica.
a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade
O cenário da pesquisa na Irlanda se transformou nas últimas duas décadas. Há 20
anos atrás, os investimentos em pesquisa eram quase inexistentes. (41) A
companhia de desenvolvimento de Shannon (Shannon Development) é responsável
pelo desenvolvimento da indústria irlandesa na região de Shannon. O principal
objetivo desta companhia é maximizar o desenvolvimento potencial da indústria na
região. A Shannon Development criou a Shannon Development Knowledge Network
que compreende cinco locais de tecnologia de classe mundial para o
desenvolvimento e crescimento das empresas de base tecnológica da região. Estas
localidades estão todas ancoradas e ligadas em centros tecnológicos e ou escolas
superiores que oferecem uma gama de programas e iniciativas que incluem
orientação, espaço para incubação, oportunidades de networking e aconselhamento
para planos de negócio e financiamento. (27a), (27b)
Em 1999 foi feita uma forte ação de cooperação entre três universidades (Atlantic
University Alliance - AUA) com o objetivo de facilitar a transferência tecnológica para
a indústria e aumentar a interação universidade-empresa. Os institutos de pesquisa
das universidades abrigam centros de serviços tecnológicos focados em áreas
específicas, mas com o objetivo de atender às demandas das indústrias. (05)
b) Posição no fluxo tecnológico
As mudanças no cenário de C&T na Irlanda iniciaram na metade dos anos 80 a
partir do plano nacional de desenvolvimento que aportou 2.540 milhões de euros.
Mesmo assim, os orçamentos eram distribuídos arbitrariamente, e não eram
suficientes. A mudança realmente aconteceu a partir de 2000, quando foi anunciada
a revisão do plano nacional de desenvolvimento com um aporte de 40 bilhões de
euros. Isto abriu as portas, tanto para a volta de cientistas irlandeses expatriados,
como para a vinda de cientistas de outros países interessados em compartilhar suas
pesquisas com o governo irlandês. O "start" que trouxe a rápida mudança foi a visão
ANEXO 1
108
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
tecnológica que indicava a necessidade de exploração e desenvolvimento em
tecnologias futuras com foco em biotecnologia e TIC. Para tanto, o governo
estabeleceu um fundo de desenvolvimento tecnológico que financiou a infraestrutura de pesquisa necessária. (41)
c) Grau de especialização
Os maiores gastos em P&D pelo setor empresarial estão concentrados nos setores
de alta tecnologia, sendo que as empresas estrangeiras são os principais atores.
(06) Os parques tecnológicos (Limerick, Kerry, Tipperary, Birr e Ennis) estão focados
no desenvolvimento do estado da arte em tecnologia, onde os empreendimentos
instalados possam ter uma larga gama de assistência. (27a), (27b)
O PAT (Programa para Tecnologias Avançadas) desenvolve centros de expertise
dentro das universidades. Estes centros são os principais promotores de spin-offs a
partir da pesquisa colaborativa com a indústria, pois foram desenhados para fazer a
gestão da comercialização das tecnologias e idéias desenvolvidas dentro das
universidades. (05)
d) Empresas "alvo"
O crescimento da estrutura de produção de conhecimento e das atividades de P&D
na Irlanda se deu principalmente pela vinda de empresas estrangeiras em setores
de alta tecnologia que criaram um ambiente de negócios favorável para novos locais
de produção. As empresas irlandesas são caracteristicamente MPEs e
historicamente ligadas a setores de baixa à média tecnologia. Foi através das
empresas estrangeiras, que se instalaram, que deu-se o uso intensivo da tecnologia.
(05)
e) Mercado objetivo
De modo geral, os parques focam empresas orientadas para o desenvolvimento de
produtos tecnológicos voltados ao mercado internacional. Esses parques orientamse para uma forte vertente de desenvolvimento regional, pois muitas empresas que
se instalam nos parques são empresas maduras internacionais que vêem vantagens
locacionais e financeiras para se instalar nos parques. (05)
f) Densidade urbana
Os parques estão localizados junto aos centros tecnológicos das universidades, mas
com conceitos de espaços amplos (parkland campus) dentro das possibilidades
locais urbanas e green field sites de modo a criar um ambiente único para fazer
negócios e também morar. (27a) (27b) (38) (40)
g) Espaço e infra-estrutura
Em todos os parques da Irlanda, há a preocupação de disponibilizar um ambiente de
interação com um centro tecnológico e universidade por meio de ligação física e
uma infra-estrutura tipo "plug and play" onde a empresa possa rapidamente se
instalar em um ambiente flexível para atender às suas demandas. (27 a), (27b)
ANEXO 1
109
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica
Atualmente, os parques tecnológicos por um lado atraem, estrategicamente grandes
empresas estrangeiras nas áreas foco de tecnologia, contemplando estruturas para
criação e desenvolvimento de novas empresas a partir dos centros tecnológicos das
universidades, por meio de ambientes de incubação de empresas, os chamados
InnovationWorks. Estas incubadoras ficam instaladas dentro dos parques e provem
as empresas start-ups com serviços de apoio, infra-estrutura de telecomunicação em
prédios inteligentes, processo de Venture Development, Early-start Venture, serviços
de pesquisa, plano de negócios, financiamento, acesso a mercado - Marketplace
Network, entre outros. (10)
i) Trabalho em rede
Destaca-se na Irlanda o fato de historicamente haver um relacionamento de
parcerias estratégicas muito baseadas em contatos pessoais entre um departamento
da IES e a empresa, e que esse tipo de relacionamento mostrou-se altamente
eficiente na relação universidade-empresa.(05)
Cabe também mencionar a Shannon Development por sua importante atuação pela
criação, desenvolvimento e articulação dos principais parques irlandeses. Além
disso, existe a AUA (Atlantic University Alliance) que trabalha de forma cooperada
para promoção da transferência tecnológica das universidades para as empresas
facilitando a inovação dentro das empresas ao mesmo tempo em que identifica as
demandas das indústrias locais nas três regiões servidas pelas universidades.
j) Modelo de gestão
A gestão dos principais parques na Irlanda, em alguns casos é feita por meio da
criação de uma empresa Ltda, gestora do parque, mas sempre é resultante da
aliança entre o setor público local, instituição tecnológica, conselho
regional/municipal, IDA (Agência de Desenvolvimento da Irlanda) e o setor privado.
(10)
3.3.1.8
Espanha
Os primeiros parques tecnológicos espanhóis foram criados a partir de comunidades
autônomas (governos regionais). Atualmente uma outra vertente de construção de
parques tecnológicos está em curso na Espanha, sendo marcada pela criação de
parques através da iniciativa de universidades, que representam um novo modelo de
desenvolvimento.
Os parques tecnológicos espanhóis de 3ª geração estão geralmente vinculados a
centros de conhecimento bem qualificados e estruturados a partir da identificação
de necessidades e/ou potencialidades para desenvolvimento regional. Essa
característica regional tem sido combinada com a atuação em setores promissores,
geralmente beneficiados por investimentos de infra-estrutura (logística, urbana e de
ciência e tecnologia) da União Européia.
Atualmente, na Espanha, são 87 parques científicos e tecnológicos. Em 2005,
segundo dados da Asociación de Parques Científicos y Tecnológicos de España –
ANEXO 1
110
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
APTE, nos 65 parques científicos e
tecnológicos, até então existentes na
Espanha,
estavam
estabelecidas
2.000
empresas, que
geravam
aproximadamente 51.000 empregos,
sendo 10.000 empregos diretos em
atividades de P&D. O produto interno
bruto destes parques científicos e
tecnológicos, no mesmo ano, foi de
7,5 bilhões de euros.
a) Relação com centros
promotores de conhecimento de
qualidade
Parque Tecnológico da Andaluzia - Málaga
O desenvolvimento dos parques
esteve relacionado a iniciativas
regionais, e a implantação dos mesmos esteve sempre vinculada a centros de
ensino e pesquisa, principalmente universidades, que apresentam como objetivo
apoiar e promover o desenvolvimento científico e tecnológico. São destacadas as
redes de alianças firmadas entre parques C&T e Universidades, além de convênios
e acordos de colaboração.
b) Posição no fluxo tecnológico
Setores de ponta e setores voltados a prioridades regionais: (aeronáutica, TI,
medicina e saúde, setor agro - alimentar e biotecnologia, eletrônica, energia e
ambiente). (18)
c) Grau de Especialização
Há especialização em setores alicerçados em potencialidades locais, ocorrendo
desenvolvimento da vocação empresarial em áreas prioritárias às regiões de
entorno.
O objetivo social na implantação de um parque tecnológico nas diversas regiões da
Espanha transcende a concepção capitalista de negócio, tendo objetivo de estimular
e promover a iniciativa e avanço da malha industrial, mediante criação de infraestruturas que permitam a implantação de empresas de alta tecnologia, junto as
atividades industriais pré-existentes, agregando valor às potencialidades já
desenvolvidas. Ao mesmo tempo esses mecanismos buscam potencializar a
transferência tecnológica entre universidades, centros tecnológicos e empresas,
evidenciando a criação de valor no entorno de parques tecnológicos. (19)
d) Empresas "alvo"
Grandes empresas – Empresas âncoras (proyectos tratores), possibilitando
desenvolvimento do meio empresarial local, através de direcionamento dos líderes –
que geraram spin-offs locais, e desenvolvimento regional.
ANEXO 1
111
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
e) Mercado objetivo
Interesse no desenvolvimento regional, através de qualificação e aumento da
competitividade, possibilitando atuação no mercado global.
f) Densidade urbana
Segundo a Associação de Parques Tecnológicos Espanhóis – APTE –, os parques
espanhóis em geral são preocupados com seu urbanismo, seus espaços verdes e
edifícios, e são referência na Espanha em modelos de desenvolvimento
empreendedor. Ainda para a APTE o tamanho dos parques espanhóis varia entre 50
e 100 hectares, exceto no País Basco, onde os parques de maior tamanho situamse em regiões de menor desenvolvimento econômico.
g) Espaço e infra-estrutura
È presente a preocupação com a criação de infra-estruturas que permitam
implantação de empresas de alta tecnologia, junto a atividades industriais e serviços
com alto valor agregado (caráter inovativo). Os parques espanhóis em geral são
preocupados com seu urbanismo, seus espaços verdes e edifícios, e são referência
na Espanha em modelos de desenvolvimento empreendedor. (19) o crescimento
científico e tecnológico de uma região, quando da consolidação de parques
tecnológicos, segue em paralelo a construção de grandes infra-estruturas de
comunicação, e ao desenvolvimento urbanístico de sua área.
Casos como o Parc Tecnològic del Vallès - PTV, separado de Barcelona pelo
Parque Natural de Collserola, caracterizam-se pela atuação em grande aglomerado
urbano com mais de três milhões de habitantes, onde encontram-se suas
universidades e serviços tecnológicos. A região de entorno deste parque conta com
excelentes facilidades ferroviárias, aeroporto internacional e porto e está dotado de
uma infra-estrutura viária que o liga a toda Espanha e ao resto da Europa.
h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
i)
Trabalho em rede
A Espanha conta com a Rede de Transferência de Tecnologia (RTT3) – gerenciada
pela APTE – sendo este um programa de apoio a consolidação de novas MPEs,
através do fomento a iniciação e desenvolvimento de projetos de cooperação entre
empresas de base tecnológica localizadas no entorno dos parques científicos e
tecnológicos de âmbito estatal. O programa também apóia e estimula o networking
entre empresa e outros parques tecnológicos. É destacado também iniciativas
regionais, onde as Comunidades Autônomas espanholas investem na criação de
redes de parques tecnológicos, como por exemplo, a rede de parques tecnológicos
do País Basco e de Andaluzia.
j) Modelo de gestão
Estrutura mista de gestão (alguns parques são gerenciados por fundações públicas
ou privadas, outros por S.As. pública, mista ou privada). Em geral são parques que
ANEXO 1
112
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
possuem uma estrutura de gestão estratégica e interna formal / institucional. (10a),
(10b), (10c), (10d). Fundações, sociedades e instituições de caráter público se
destacam entre os modelos de gestão.
ANEXO 1
113
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.3.2 Papel estratégico dos parques tecnológicos em relação à
economia do país e ao desenvolvimento de uma determinada
região e/ou setor empresarial – variáveis analisadas
3.3.2.1
Coréia do Sul
a) Relevância estratégica nacional
A Coréia apóia, em especial, as atividades de P&D na área de biotecnologia e tem
como estratégia alcançar a participação de 5% do mercado global (market share)
(Rhee, 2000). O papel desempenhado pela DAEDUK Science Town para a criação
de consórcios entre universidades e empresas no "cinturão da biotecnologia"
conduz, automaticamente, a excelência do seu sistema de inovação. A política
industrial é categorizada freqüentemente para setores industriais específicos. Cada
setor tem uma política industrial de âmbito nacional e/ou regional. Para ser de
relevância nacional a pergunta vital que se faz é se aquele setor industrial específico
é vital para o interesse de uma região. Outra questão consiste nas vantagens da
concentração e da difusão.
Da perspectiva do desenvolvimento regional a concentração em nível nacional pode
ser considerada como fonte de problema social. Mesmo que o governo central seja
responsável na política de desenvolvimento econômico nacional algumas diferenças
são encontradas quanto a prioridade de desenvolvimento entre os governos nacional
e regional. Os parques nacionais pretendem geralmente promover um ou algum
setor industrial específico, mas se o parque regional também inclui esse campo da
indústria como prioridade regional cria um ambiente de diferenças de estratégias.
Esse fato implica na necessidade de se estabelecer sistemas distintos para a
inovação no desenvolvimento regional e para o sistema nacional de inovação do
país.
b) Relevância estratégica regional/setorial
O Programa de Apoio para P&D na Indústria prevê a criação de novos parques
tecnológicos; o fortalecimento dos centros de incubação de tecnologias e o
estabelecimento de consórcios regionais entre universidades e empresas. A política
de descentralização beneficia o desenvolvimento regional, em especial pela criação
e desenvolvimento de parques industriais rurais.
A política de desenvolvimento regional não é dirigida especialmente para promover
o desenvolvimento de economias locais, mas também, para administrar as
conseqüências negativas do desenvolvimento industrial (Hong, 1997). Assim, os
instrumentos principais da política regional são: dirigir o crescimento de Seul com o
rezoneamento do uso de terra industrial, e a relocação das indústrias de
manufaturas que violem os ordenamentos do zoneamento da cidade; atividades
industriais distribuídas em outras regiões; realocação do governo central para
funcionar nas áreas locais; e economias regionais estimulando áreas provinciais.
Esses instrumentos servem de fomento ao papel dos parques em relação a
economia regional/setorial de forma estratégica.
c) Relevância estratégica local
A política de desenvolvimento local, assim como a regional, não é dirigida
especialmente para promover o desenvolvimento de economias locais mas, em
ANEXO 1
114
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
administrar as conseqüências negativas do desenvolvimento industrial (HONG,
1997).
3.3.2.2
Cingapura
a) Relevância estratégica nacional
Os parques de ciência e tecnologia de Cingapura contribuem para o crescimento
tecnológico da indústria e serviços em regiões onde antes predominava a
agricultura. Inicialmente esse crescimento alcançava pouco valor agregado, contudo,
Cingapura vem agregando maior valor às suas atividades através do incremento em
P&D, design e pela incorporação de componentes em seus produtos finais.
Seus parques estão se tornando um fator chave de expansão nacional em
participação na economia do país. Em Cingapura os parques tecnológicos são
considerados importantes no contexto em que operam, incluindo estratégias e
planos nacionais, incentivos para empresas de base tecnológica, disponibilidade de
pessoal qualificado, qualidade de infra-estrutura entre outros.
O Biopolis simboliza o novo direcionamento de Cingapura em estimular os setores
de base tecnológica. Construído com um investimento de cerca de $A 425 milhões,
tornou-se o centro da pesquisa biomédica em Cingapura, sendo considerado
mundialmente como o primeiro complexo de pesquisa biomédica integrado
construído para este fim. (44)
b) Relevância estratégica regional/setorial
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
c) Relevância estratégica local
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
3.3.2.3
Taiwan
a) Relevância estratégica nacional
A inovação surgiu como fator chave para a competitividade nacional na economia do
conhecimento, e está se tornando uma importante "regra" reconhecida em diversos
níveis de tecnologia e da indústria; (32)
Os parques de ciência são implantados para introduzir indústria de alta tecnologia,
atrair talentos para Taiwan, promover evolução da indústria taiwanesa, balancear o
desenvolvimento regional e orientar o desenvolvimento econômico nacional. Como
um organismo vital, os parques de ciência de Taiwan, desde 1980, estão
transformando enfaticamente o país através de alto valor agregado e de “innovation
houses”, desenvolvendo as tecnologias da próxima geração e expandindo os
parques científicos; (32)
ANEXO 1
115
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Já existem 11 parques satélites mantidos pelos parques de ciência de Taiwan como
o HSP. (32)
b) Relevância estratégica regional/setorial
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
c) Relevância estratégica local
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
3.3.2.4
China
a) Relevância estratégica nacional
A transição para uma economia do conhecimento com particularidades chinesas e a
criação de potencialidades domésticas, representa metas de uma política
significante de um importante elemento estratégico do governo chinês, determinado
a desenvolver mais setores chave. A velocidade de desenvolvimento dos parques de
ciência e tecnologia é vista como um importante elemento da estratégia chinesa
para revitalizar a nação através da ciência e da educação. (33)
Este efeito tem descrito os PCTs com uma "importante base de desenvolvimento da
indústria de alta tecnologia na China“, a "fonte de radiação para a disseminação do
conhecimento de alta tecnologia para indústrias tradicionais", a "janela aberta para o
mundo" e como uma "zona experimental para as reformas". Como catalisador
potencial de maior crescimento e desenvolvimento, o real papel dos PCTs é tornarse uma regra para a construção de um a China moderna. (33)
Com o suporte do “Torch Program” do governo chinês, o desenvolvimento da
indústria de alta tecnologia tem sido acelerada. No futuro, esta indústria se
expandirá em escala e em velocidade de desenvolvimento conforme o ciclo de vida
da tecnologia, com tecnologias novas, energias renováveis, alta tecnologia
ecológica, novos materiais, tecnologia espacial, tecnologia científica marinha e de
ciências sintéticas. O país através de suporte e investimentos especializa-se em
novas tecnologias energéticas e ecológicas. (23), (24), (32), (33)
b) Relevância estratégica regional/setorial
Para as regiões chinesas, diversos parques científicos, incubadoras e áreas de
desenvolvimento tecnológico foram criados. Em recente análise nessas zonas, na
China e sul da Coréia do Sul, foram contados 85 iniciativas dessa natureza,
somando mais 58 parques científicos universitários de menor tamanho. A política
especial de zonas econômicas foi condensada em 5 grandes zonas de abrangência
regional sendo a mais antiga e famosa a de Shenzhen nas margens de Hong Kong
(criado em 1980). Isto é suficiente para perceber no mapa da China, que todas as
zonas econômicas especiais, estão localizadas na costa, cujo objetivo é atrair
investimento estrangeiro.
ANEXO 1
116
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
O efeito dessas zonas na área econômica é real, seguindo a costa do mar da China
desde Dalian ao norte até Zhanjiang ao sul constituindo uma linha ininterrupta de
parques industriais. Hoje o governo chinês precisa re-balancear as áreas
econômicas através da interiorização. (24)
c) Relevância estratégica local
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
3.3.2.5
Índia
a) Relevância estratégica nacional
O desenvolvimento dos PCTs indianos, foca objetivamente o desenvolvimento de
regiões potenciais e ofertantes de mão-de-obra qualificada, com o propósito de criar
clusters empresariais competitivos em segmentos estratégicos como TI e
biotecnologia. O resultado imediato da formação dos clusters apartir dos PCTs, foi
observado na economia em termos de fluxo de investimento estrangeiro direto,
atingindo US$ 4,3 bilhões em 2004 segundo indicadores do Asian Development
Bank.
Considerando os PCTs de software, apenas as empresas instaladas nesses parques
atingiram valor exportado de $A 14,6 bilhões , promovendo um crescimento
estimado de 32% sobre os anos anteriores e representando cerca de 80% dos
softwares exportados na Índia.
Somado a este fato, o governo disponibilizou tarifas e taxas de concessão para
empresas baseadas em tecnologia através de Zonas de Livre Comércio, Zonas de
processamento e exportação para 100% das unidades destinadas a exportação.
Estas ações criam e reforçam a estratégia de desenvolvimento dos PCTs,
recebendo investimentos diretos para sua construção. São exemplos de PCTs, o
Biotech-IT Park cujo montante investido para construção soma $A 70 milhões.
b) Relevância estratégica regional/setorial
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
c) Relevância estratégica local
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
3.3.2.6
Finlândia
a) Relevância estratégica nacional
Há programas nacionais e locais de desenvolvimento, que dão suporte ao
surgimento, aperfeiçoamento, competitividade e presença internacional das
empresas finlandesas. Nessa situação, os parques tecnológicos na Finlândia são
ANEXO 1
117
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
instrumentos, para a execução de um projeto nacional de desenvolvimento.
Destaca-se a existência de políticas voltadas à consolidação destes mecanismos
fomentando a economia nacional a partir de sistema que contempla as iniciativas
locais.
b) Relevância estratégica regional/setorial
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
c) Relevância estratégica local
Os parques tecnológicos além de fomentar o desenvolvimento de regiões centrais e
tradicionais, quando associados aos centros universitários e em alguns casos
aliados à especialização de algumas indústrias, são fatores essenciais no
desenvolvimento de cidades de menor porte. O vinculo entre universidades e
centros de pesquisa e desenvolvimento fomenta o desenvolvimento tecnológico de
cidades aliado a potencialização da malha empresarial local.
3.3.2.7
Irlanda
a) Relevância estratégica nacional
Através dos Planos Nacionais de Desenvolvimento e seus diversos programas, o
governo irlandês aportou recursos próprios e da União Européia para modificar a
estrutura de C&T do país desenvolvendo massa crítica para apoiar o
desenvolvimento das inovações. (41)
O IDA (Agência de Desenvolvimento da Irlanda) apóia as iniciativas de parques no
país e tem o papel de captar investimentos externos e atrair as empresas
estrangeiras. (39)
No entanto, os mecanismos de transferência tecnológica como parques e
incubadoras estão ligados às universidades e centros tecnológicos que são
estruturas vinculadas às regiões. (27a) (27b)
b) Relevância estratégica regional/setorial
Os parques são estruturas de desenvolvimento regional, criadas e geridas pelos
diversos atores regionais públicos e privados, mas com suporte e apoio nacional por
meio dos diversos programas de desenvolvimento tecnológico do país. A Shannon
Development (Companhia de Desenvolvimento da região de Shannon) é o caso
emblemático da Irlanda, posicionando-se como a grande promotora do
desenvolvimento dos parques da região de Shannon, com o claro objetivo de
maximizar o desenvolvimento potencial das indústrias locais. (27a) (27b)
c) Relevância estratégica local
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
ANEXO 1
118
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.3.2.8
Espanha
a) Relevância estratégica nacional
Há duas formas de investimento em
parques científicos e tecnológicos na
Espanha, ou feito por comunidades
autônomas, ou via grandes investimentos
públicos federais. Nos dois casos há
apoio da Associação de Parques
Tecnológicos
da
Espanha.
Tais
investimentos
resultaram
no
salto
tecnológico espanhol, colocando os
Parques Científicos no centro do sistema
de ciência e tecnologia da Espanha.
b) Relevância estratégica regional/setorial
Os parques tecnológicos espanhóis alcançam uma forte relevância regional,
contemplando investimentos localizados (comunidades autônomas) gerando
capacidade de desenvolvimento regional e orientando políticas desenvolvidas por
todo o país. (19)
Cabe ainda destacar que os parques espanhóis desempenham um importante
papel, face a promoção da interação de empresas de alta tecnologia junto a
atividades industriais locais já existentes. Essa atuação tem sido responsável pela
agregação de valor às potencialidades e vocações regionais já estabelecidas.
c) Relevância estratégica local
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
ANEXO 1
119
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.3.3 Estratégias de implantação dos parques científicos
tecnológicos relacionados – variáveis analisadas
3.3.3.1
e
Coréia do Sul
a) Geração espontânea
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
b) Iniciativa acadêmica
A comunidade acadêmica conseguiu sensibilizar os governos e as lideranças
empresariais para a construção de uma política nacional para a criação de
programas de biotecnologia. Vários projetos foram apoiados e também foi realizado
um esforço para a criação de competências, principalmente nas áreas de biologia
molecular e engenharia genética. O governo tem a função de apoiar as pesquisas
básica e aplicada nos institutos de pesquisa financiados pelo governo (GRI’s Government Supported Research Institutes). Essa função pode se tornar estratégica
para a implantação e a operacionalização dos parques científicos e tecnológicos.
c) Intervenção estatal – nacional
O governo através de seu primeiro Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento
Econômico (1962) lançou as bases para a política de desenvolvimento industrial
visando a promoção das indústrias de substituição de importações e também a
expansão das "light industries". Neste contexto o governo coreano desenvolveu
estratégias de C&T para apoiar a política de desenvolvimento industrial que foram
assentadas em três principais políticas (MOST, 1996):
I. Criação do Ministério da Ciência e Tecnologia (MOST), em 1967, para
formular e implementar a política de C&T;
II. Construção da infra-estrutura tecnológica para apoiar o desenvolvimento da
indústria de manufaturas e a criação da competência técnico-científica;
III. Aprovação e implementação da Lei de Promoção de C&T (S&T Promotion
Law) para garantir o desenvolvimento científico e a capacitação técnicocientífica do país.
Mais adiante houve uma mudança para uma economia baseada em indústrias mais
intensivas em capital e tecnologia. Ocorreu uma expansão da indústria pesada, da
indústria química e expansão do setor manufatureiro (1970). Com a criação da rede
dos GRI’s (Government Supported Research Institutes) nas áreas de eletrônica,
eletricidade, ciências do mar, química industrial, construção naval, equipamentos
(machinery) foi feito o esforço para adaptar e internalizar tecnologias importadas,
com base na filosofia learning by doing, durante a década de 80, a ação de governo
objetivava o crescimento e estabilização do sistema de C&T.
Em 1980, o objetivo é a expansão das indústrias intensivas em tecnologia e a
melhoria de produtividade do sistema de manufatura. Quanto ao desenvolvimento
científico e tecnológico tem-se os programas de capacitação e o repatriamento de
especialistas, o Programa Nacional de P&D (1982) com ênfase no desenvolvimento
de tecnologias-chaves e de tecnologias de interesse ao bem estar social "public
ANEXO 1
120
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
welfare technologies” e a criação da cidade da ciência, DAEDUK, com vistas a
acomodar os institutos de pesquisa e criar um ambiente propício ao investimento
corporativo de P&D.
No ano de 1990, o governo introduziu medidas inovadoras como a implementação
do Plano Qüinqüenal (1997-2002) para a Inovação Científica e Tecnológica, a
implementação do projeto HAN – (Highly Advanced National Project) e o Programa
"Creative Research Initiative".
O século XXI servirá para adaptar o desenvolvimento industrial do país ao novo
cenário da economia mundial (knowledge-based economy). As cooperações técnicocientíficas com os países em desenvolvimento serão fortalecidas e juntamente com
o desenvolvimento de tecnologias estratégicas que serão responsáveis pela
configuração do novo parque industrial coreano.
d) Intervenção de entidades regionais
Os parques nacionais de tecnologia da Coréia pretendem, geralmente, promover um
ou alguns setores industriais. Os parques tecnológicos regionais incluem
virtualmente cada campo da indústria e refletem as prioridades regionais. Os atores
da inovação em uma região estão envolvidos diretamente com a geração, a difusão,
e a apropriação de inovações tecnológicas e estão diretamente relacionados com
prioridades regionais.
Durante a década de 1970, o governo continuou com sua política de construir
parques industriais novos e expandir os existentes, principalmente na região do
sudeste que experimentava crescimento rápido, e também tendo em vista a
necessidade de realocar indústrias estabelecidas em Seul.
e) Intervenção de entidades locais
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
f) Investimento privado/empresarial
Como o Programa de Apoio para P&D na Indústria, inclui as pequenas e médias
empresas e tem como estratégia a criação de novos parques tecnológicos, o
fortalecimento dos centros de incubação de tecnologias e o estabelecimento de
consórcios regionais entre universidades e empresas o investidor privado está mais
empenhado no desenvolvimento da economia nacional.
O governo tem como premissa a construção de infra-estruturas nacionais de P&D,
consideradas essenciais para se criar um ambiente favorável que estimule o
investimento privado, em especial na área de biotecnologia. Em 1980, os
investimentos totais em P&D na Coréia alcançavam valores da ordem de US$ 620
milhões. Em 1990 alcançou US$ 5 bilhões e em 1998 o investimento representou
4% do PIB sendo que apenas 20% desse total é proveniente dos recursos públicos.
Os 80% restantes provêm da área privada, que tem grande tradição de participação
nos investimentos em P&D, e atua em estreita articulação com o setor público.
A cultura do setor privado coreano de participar nos investimentos em P&D é parte
integrante da filosofia do desenvolvimento industrial do país, desde o início da
década de 60.
ANEXO 1
121
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.3.3.2
Cingapura
a) Geração espontânea
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
b) Iniciativa acadêmica
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
c) Intervenção estatal – nacional
Além da criação dos primeiros parques em 1980, recentemente o governo de
Cingapura investiu cerca de R$ 12,3 bilhões para desenvolver o "One - North
Science Precint", representando um exemplo típico de uma abordagem agressiva
governamental para a nova geração de parques científicos. O planejamento e o
desenvolvimento para o One -North são muito mais curtos que os parques iniciais e
o investimento em infra-estrutura é ainda maior. (44)
d) Intervenção de entidades regionais
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
e) Intervenção de entidades locais
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
f) Investimento privado/empresarial
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
3.3.3.3
Taiwan
a) Geração espontânea
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
b) Iniciativa acadêmica
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
c) Intervenção estatal – nacional
Os parques foram criados como estratégia do governo de Taiwan para assegurar
uma boa relação entre pesquisa básica, pesquisa aplicada e o mundo industrial,
assumindo importante papel no desenvolvimento do país. Foram estabelecidos para
ANEXO 1
122
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
desenvolver clusters industriais distintos e vistos como importantes mecanismo de
criação e transferência tecnológica.
O governo de Taiwan teve uma forte intervenção na criação, desenvolvimento e
implantação dos parques neste país. Este governo visando atrair as empresas para
os parques, disponibilizou empréstimos com taxa de juros reduzida, direito de
retenção de lucros de até 200% do capital, isenção do imposto de renda por cinco
anos durante os primeiros nove anos de operação, depreciação acelerada de
equipamentos voltados para pesquisa e desenvolvimento (P&D) e baixo custo de
terrenos.
Os parques científicos e tecnológicos em Taiwan contam com uma forte indução e
investimento do poder público e são montados a partir de planos estratégicos
nacionais. Nos últimos 15 anos o governo de Taiwan investiu aproximadamente 690
milhões de dólares canadenses para viabilizar infra-estrutura e oportunidades
educacionais no Hsinchu Park (HSP).
O governo introduziu mais incentivos para universidades e instituições de pesquisa
fortalecendo a integração com a indústria e aplicando as capacidades de P&D no
setor industrial. As universidades foram estimuladas a desenvolver a linha de frente
de tecnologias industriais e produzir patentes para proteção do capital intelectual.
Ainda, agências governamentais induziram a colaboração universidade - indústria
após uma mudança na estrutura política do país orientando para inovação, criando
através do Ministry of Economic Affairs, o Plan for Converting Industrial R&D into
Groundbreaking Innovations.
Para revitalizar áreas mais tradicionais como o tecido industrial ao sul de Taiwan, foi
implantado o Industrial Innovation and R&D Park para dar suporte aos fabricantes
de realizarem a transição para inovação e P&D. Para as pequenas e médias
empresas, o governo criou o Asia-Pacific Entrepreneurship Center para gerar um
ambiente de alta qualidade induzindo o empreendedorismo onde as pequenas e
médias empresas possam sobreviver e prosperar. (30)
d) Intervenção de entidades regionais
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
e) Intervenção de entidades locais
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
f) Investimento privado/empresarial
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
ANEXO 1
123
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.3.3.4
China
a) Geração espontânea
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
b) Iniciativa acadêmica
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
c) Intervenção Estatal - Nacional
A China caracteriza-se por rigorosas regras e regulação do mercado por meio do
estado, sendo que em determinado momento o investimento externo feito no país
era originado de chineses residentes no exterior. Um dos motivos que levaram o
governo a estabelecer parques de alta tecnologia, foi a necessidade de criar um
espaço privilegiado em que o desenvolvimento de produto e a manufatura
acontecessem em condições mais favoráveis que em outras iniciativas. (23)
Atualmente, cerca de 53 parques científicos e tecnológicos nacionais estão
aprovados pelo Conselho Nacional, e mais de 100 parques científicos provinciais ou
universitários e 400 incubadoras de base tecnológica..
Alguns parques industriais de província têm sido estabelecidos, particularmente em
áreas onde as condições econômicas e tecnológicas são favoráveis. Em outras
áreas, um cinturão de desenvolvimento para indústria de alta tecnologia foi criado
para renovar indústrias tradicionais e acelerar o desenvolvimento da economia local.
(33)
d) Intervenção de entidades regionais
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
e) Intervenção de entidades locais
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
f) Investimento privado/empresarial
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
3.3.3.5
Índia
a) Geração espontânea
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
ANEXO 1
124
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
b) Iniciativa acadêmica
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
c) Intervenção estatal - nacional
O governo promove ações para implantação e fortalecimento de PCTs por todo o
país, com o propósito de atrair empresas estrangeiras e criar clusters empresariais
locais competitivos globalmente. A atuação do governo está em oferecer um
conjunto de medidas assistenciais, com o propósito de criar atratividade para criação
dos PCTs por meio das empresas que ali serão instaladas.
Algumas dessas medidas podem ser descritas como:
I. Taxas de Incentivos para energia elétrica industrial;
II. 25% de concessão em tarifas de energia para novas empresas de TI por um
período de 3 anos;
III. Isenção de taxas comerciais para venda de softwar;
IV. Isenção regulatória vigente nas zonas de comércio para indústria de software;
V. Retorno do custo da terra para empresas de TI, no valor de $A 600 por
emprego criado;
VI. Investimento subsidiado para indústria de SW e HW em 20% do capital fixo
de investimentos não excedendo $A 6 milhões;
VII. Investimentos especiais para Mega Projetos/ projetos pioneiros.
d) Intervenção de entidades regionais
O principal papel de entidades regionais junto aos PCTs, consiste em viabilizar a
implantação dos parques e subsidiar a construção de prédios internos e infraestrutura parcial.
Um exemplo são os consórcios internacionais como o de Singapura que se
estabelecem regionalmente para participar de investimentos nos parques. A Tata
consultancy and Services , agências de desenvolvimento regionais e entidades
governamentais promovem forças tarefa para criar a cooperação necessária para
construção dos PCTs.
e)
Intervenção de entidades locais
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
f) Investimento privado/empresarial
A considerável magnitude de investimento em infra-estrutura de novos PCTs na
Índia, não seria possível se as atividades internas apresentassem baixo retorno para
investidores. Um fato ainda difícil de mensurar é a soma global dos intensos
investimentos realizado pelo governo, em promover novos setores como o da
biotecnologia, estimando-se investimentos anuais na ordem de bilhões de dólares.
ANEXO 1
125
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Apenas considerando o “Plano Décimo” focado no desenvolvimento nacional
baseado em biotecnologia, foi criado pelo governo um fundo com recursos
superiores a $A 606 milhões e $A 273 milhões para orientação básica de produtos
de P&D.
Alguns números relativos aos investimentos em PCTs podem ser assim listados:
•
Internationl Biotech Park – US$ 140 milhões para construção
•
BioTech – IT Park – $A 70 milhões para construção
•
Genoma Valley – US$ 6,4 milhões investidos apartir do “Bill e Melinda gates
Foundation” em projetos.
3.3.3.6
Finlândia
a) Geração espontânea
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
b) Iniciativa acadêmica
Os parques tecnológicos são vinculados a centros de pesquisa e desenvolvimento
ou IES, estando estruturados com a finalidade de estimular o processo de
transferência tecnológica entre universidades e instituições de P&D.
c) Intervenção estatal – nacional
O governo fomenta atividades inovativas através de mecanismos voltados ao setor,
como: TEKES, The National Technology Agency, que aplica recursos estatais
incentivando a pesquisa e o desenvolvimento da indústria finlandesa e o SITRA, The
National Fund for Research and Development, que apóia no financiamento de
firmas intensivas em tecnologia.
d) Intervenção de entidades regionais
Como exemplo da intervenção de entidades regionais pode-se mencionar a
Associação Finlandesa de Parques de Ciência, uma rede de cooperação de âmbito
nacional que conecta 24 parques de ciência e centros da tecnologia em cidades
universitárias da Finlândia. A entidade dispõe de apoio financeiro a projetos,
programas de tecnologia, financiamento de pesquisa e desenvolvimento,
desenvolvimento de redes de pesquisa e de negócios internacionais. Estas
iniciativas permitem aumento da competitividade do país, consolidação da imagem
da Finlândia, de suas regiões e de parques de ciência como ambientes
internacionais com qualificação para pesquisa e desenvolvimento e ambiente de
negócios consolidado, permitindo atração de parceiros e investidores.
e)
Intervenção de entidades locais
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
ANEXO 1
126
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
f) Investimento privado/empresarial
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
3.3.3.7
Irlanda
a) Geração espontânea
No caso da Irlanda, as empresas nacionais representam somente 36% do total de
negócios de P&D, enquanto as empresas estrangeiras representam 64%. No
processo de desenvolvimento empresarial de negócios de alta tecnologia, que são
também os residentes dos parques tecnológicos, houve um processo de atração de
empresas estrangeiras que se beneficiaram da localização na Europa instalando-se
na Irlanda e trouxeram de seus países de origem a cultura empreendedora e a
capacidade de P&D. São as empresas estrangeiras do setor de alta tecnologia os
principais atores em termos de gastos em P&D pelo setor empresarial. (05), (38),
(39), (40), (41), (42)
b) Iniciativa acadêmica
As universidades na Irlanda e outras instituições de ensino superior e técnico são
fundadas diretamente pela Autoridade de Educação Superior (Higher Education
Authority - HEA), sendo que o governo é também o principal provedor de fundos de
pesquisa nas IES através de fundos diretos e indiretos. O financiamento de projetos
de pesquisa vem dos departamentos governamentais e suas agências (Enterprise
Ireland - agência de desenvolvimento do setor industrial irlandês), a Health Research
Board, Marine Institute, COFORD (Floresta e Madeira) e a Teagasc (Centros de
Agricultura e Alimentos). (05) Foram nas universidades que surgiram os institutos de
tecnologia e seus Centros de Serviços Tecnológicos, nucleadores dos mecanismos
de incubação de empresas e parques tecnológicos, juntamente com o forte apoio
dos governos nacional e regional, por meio de suas agências de desenvolvimento e
programas de apoio ao desenvolvimento tecnológico. (40), (27a), (27b)
c) Intervenção estatal – nacional
O Plano Nacional de Desenvolvimento, com a visão tecnológica estratégica para
2015, foi o grande marco que proporcionou e financiou programas de
desenvolvimento tecnológico e infra-estrutura de pesquisa. (41) (27a), (27b)
d) Intervenção de entidades regionais
Os parques são estruturas de desenvolvimento regionais criadas e geridas pelos
diversos atores locais públicos e privados, mas com suporte e apoio nacional por
meio dos diversos programas de desenvolvimento tecnológico do país. A Shannon
Development (Companhia de Desenvolvimento da Região de Shannon) é o caso
emblemático da Irlanda, posicionando-se como a grande promotora do
desenvolvimento dos parques da região de Shannon, com o claro objetivo de
maximizar o desenvolvimento potencial das indústrias locais. (27a), (27b)
ANEXO 1
127
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
e) Intervenção de entidades locais
Em alguns casos participam do desenvolvimento dos parques tecnológicos além dos
demais atores nacionais, IES e institutos tecnológicos, o conselho municipal, o
conselho distrital e atores locais do setor privado. (27a), (27b)
f) Investimento privado/empresarial
O IDA (Industrial Development Agency) é uma agência do governo que tem como
objetivo captar investimentos do setor privado. Esta agência coopera com os
parques de modo a promover a atração de investimentos privados nestes. (27a),
(27b) Não foi encontrado nos artigos científicos pesquisados, números referentes
que comprovem o investimento privado diretamente na implantação dos parques.
Mas, o IDA gastou em 2005 mais de 69 milhões de euros nos seus parques de
negócios em facilidades avançadas e infra-estrutura para atingir o desenvolvimento
regional equilibrado. (39)
3.3.3.8
Espanha
a) Geração espontânea
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
b) Iniciativa acadêmica
A concretização recente de parques através da iniciativa das universidades,
representou um novo modelo de desenvolvimento. (19) As iniciativas anteriores
tinham como agentes de promoção as comunidades autônomas, passando a partir
do fim da década de 90, a ter universidades como promotoras da implantação de
parques científicos e tecnológicos.
c) Intervenção estatal – nacional
O governo espanhol destinou em parceria com a APTE (Associação Nacional dos
Parques Tecnológicos Espanhóis) recursos para implantação de parques
tecnológicos. Destaca-se na Espanha a existência de um sistema para a promoção
de parques científicos e tecnológicos com forte apoio financeiro do governo central e
regional, e uma estreita parceria entre universidade e empresas visando a inovação
e o desenvolvimento regional.
d) Intervenção de entidades regionais
Os primeiros parques tecnológicos foram criados por iniciativa de comunidades
autônomas, como por exemplo País Basco, Madri e Catalunha.
No caso da Espanha, no período de 1980 a 1985, o governo espanhol teve ações
concretas para o estímulo à criação das tecnópolis, como a aprovação de uma nova
constituição e a criação de incentivos a ações por parte dos governos regionais.
ANEXO 1
128
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
e)
Intervenção de entidades locais
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
f) Investimento privado/empresarial
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
ANEXO 1
129
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.3.4 Arcabouço de políticas públicas e soluções financeiras para
estímulo e viabilização dos parques científicos e tecnológicos
relacionados – variáveis analisadas
3.3.4.1
Coréia do Sul
a) Leis e sistemas regulatórios
O arcabouço legal coreano que formata as políticas de C&T é explicitado na
constituição do país e em várias leis. A Carta Magna no seu artigo 127 institui: (35)
(49)
•
O Estado deve empenhar-se para desenvolver a economia nacional
através do desenvolvimento da ciência e tecnologia, da informação, da
capacitação de recursos humanos, e do estímulo à inovação;
•
O Estado deve estabelecer um sistema nacional de padrões;
•
Ao presidente compete criar organizações
necessárias para atingir estes objetivos.
de
assessoramento
Ainda que as leis não se refiram especificamente aos parques pode-se afirmar que
existe um grande número de leis complementares que dizem respeito ao
desenvolvimento e a promoção da ciência e tecnologia no país. Entre essas leis
estão aquelas vinculadas ao desenvolvimento da energia nuclear, da indústria e da
capacitação nacional e, entre elas, cabe ressaltar: Lei nº. 5340, de 1997 – Lei
Especial para Inovação Científica e Tecnológica cujo objetivo central é o de prover
os mecanismos legais para a coordenação interministerial das atividades de P&D e,
também, para criar um sistema institucional para estimular a cultura inovadora na
sociedade coreana; Lei nº. 1864, de 1967 – Lei de Promoção da Ciência e
Tecnologia Nacional, que regulamenta o estabelecimento de políticas e planos para
ciência e tecnologia assim como os mecanismos de apoio a projetos e agências; Lei
nº. 2399, de 1972 – Lei de Promoção do Desenvolvimento da Tecnologia Industrial
que regulamenta os mecanismos de incentivo financeiro e fiscal para estimular o
desenvolvimento tecnológico do setor privado; Lei nº. 2474, de 1973 – Lei de
Promoção dos Serviços de Engenharia que objetiva promover a indústria de
engenharia que contribui para o desenvolvimento da indústria de manufatura e torna
mais eficiente a comercialização dos resultados de P&D; Lei nº. 4196, de 1989 – Lei
de Promoção da Pesquisa Científica Básica que regulamenta o apoio financeiro para
a pesquisa básica nos Institutos de P&D públicos e privados e nas universidades.
Foram identificadas outras leis como a Electronics Industry Promotion Law,
Machinery Industry Promotion Law, a Export Industrial Estates Development
Promotion Law, a Nacional Land Planning Law (1960s) - a Local Industry
Development Law, a National Land Use and Management Estates Management
Law, The First National Physical Plan (1970s) - Capital Region Rearrangement Plan
Law, a Tax Deduction Regulation Law, a Small and Medium - sized Industry
Promotion Law, a The Second National Physical Plan (1980s) - a Revised version of
Capital Region Rerrangement Law, a Revised version of the Industrial Distribution
and Industrial Establishment Law, a Revised version of the Industrial location and
Development Law, The Third National Physical Plan (2001s). Todas fazem parte do
conjunto de políticas pública e financeira que visam proporcionar a implantação e a
viabilização dos parques científicos e tecnológicos.
ANEXO 1
130
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
b) Linhas de fomento e financiamento
O governo tem políticas fortes para estimular a realocação de empresas em áreas
locais. Oferece incentivos e subsídios através de fundos e programas de taxas
especiais para o investimento em áreas locais o que encoraja muito o
desenvolvimento local. Um desses exemplos é a Lei nº. 1.864/67 (Lei de Promoção
da Ciência e Tecnologia Nacional). Este esforço é formalizado na forte intervenção
do governo, através da promoção de incentivos e de outras formas de assistência,
que incluem os fundos reserva para o desenvolvimento da tecnologia, os créditos de
imposto para despesas do P&D e para promover o desenvolvimento do capital
humano relacionado à pesquisa, da depreciação acelerada para investimentos em
facilidades de P&D e da isenção de imposto sobre o custo do equipamento, de
importação para o equipamento que for importado para a pesquisa e da redução do
imposto para produtos tecnologia-intensiva, entre outros.
O governo fornece o financiamento da tecnologia através de concessões e de
empréstimos (freqüentemente dirigidos e subsidiados). Uma variedade de
instituições, tais como companhias de capital de risco, bancos, companhias da
garantia de crédito e outras, são usadas para canalizar fundos a uma variedade de
usuários e em uma variedade de formas. Como recursos para a tecnologia estão os
subsídios, os empréstimos e a sustentação institucional. Os subsídios que
promovem a tecnologia resumem-se no programa designado de P&D (1982), no
programa de desenvolvimento industrial da tecnologia (1987) e no projeto nacional
altamente avançado - HAN (1992). Juntos eles contribuíram e contribuem com
grandes somas para a excelência da pesquisa almejada pelo governo. Os
financiamentos estão calcados em três fundos que fornecem empréstimos,
geralmente em taxas subsidiadas, para o desenvolvimento da tecnologia. São eles:
o fundo de desenvolvimento industrial, o fundo de promoção da ciência e da
tecnologia (HAN), o fundo da formação da fundação do SME, para suportar o
desenvolvimento da tecnologia e o investimento ambiental para empresas menores.
O financiamento da tecnologia pelas instituições financeiras ocorre através da
indústria coreana considerada a maior e a mais bem sucedida do capital de risco. A
Republic of Korea Technology Development Corporation (KTDC), é um esforço
comum do governo e do chaebol (aglomerado). Entre 1990-1994 havia 58
companhias de capital de risco na Coréia que fazem empréstimos que atingiram
$3.5 bilhões de dólares (85 % de empréstimos). Os bancos Korea Development
Bank, Industrial Bank of Korea, the Kookmin Bank, The Korea Long-Term Credit
Bank e outros, emprestam o dinheiro às empresas e aos institutos de pesquisa para
o desenvolvimento da tecnologia. O Korea Technology Credit Guarantee Fund
(KTCGF) oferece garantias de crédito para empréstimos feitos para as empresas
desenvolverem ou comercializarem novas tecnologias. Concentra-se nas pequenas
e médias empresas (menos de 1.000 empregados), em indústrias promotoras de
tecnologia nova, assim como em institutos de pesquisa que necessitem de fundos
para o desenvolvimento da tecnologia.
O que se pode deduzir é que se o parque for intensivo em P&D e abrigar empresas
nas condições apontadas por essas linhas de fomento e de financiamento as
mesmas poderão ser aproveitadas. Há a Lei nº. 4196/89 (Lei de Promoção da
Pesquisa Científica Básica) que regulamenta o apoio financeiro para a pesquisa
básica nos institutos de P&D públicos e privados e nas universidades o que também
contribui para a implantação de parques científicos e tecnológicos.
ANEXO 1
131
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T
O governo através do Programa de Promoção da Pesquisa Básica leva em
consideração o caráter estratégico de que o conhecimento é fonte para a inovação
nos diferentes setores da economia. São feitos investimentos pesados na formação
de recursos humanos em ciências da vida, área considerada prioritária.
Como estratégia de investimentos a participação da pesquisa básica no orçamento
de C&T foi ampliada, passando de 16,8% em 1.998 para 20% em 2.002. A
ampliação dos investimentos tem permitido ao governo aumentar o apoio aos
centros de P&D, especialmente aqueles localizados nas universidades e nos centros
regionais. O Programa de capacitação de recursos humanos e sua utilização nos
centros de C&T foram planejados para atingir:
•
O patamar de 192.000 pesquisadores e engenheiros até 2.002 (ou seja, 40
pesquisadores/10.000 habitantes);
•
Fortalecer as escolas de engenharia locais;
•
Fortalecer P&D com programas de pós-graduação, como é o caso do KAIST;
•
Ampliar as bolsas de pós-doutoramento de 556 em (1998) para mais de 2.000
(2.002).
O Programa da Melhoria da Educação para a Ciência e Tecnologia apóia,
fundamentalmente, a melhoria das infra-estruturas associadas aos Projetos de
Educação à Ciência e o apoio à pesquisa em educação para a ciência.
d) Políticas de incentivo fiscal
O desenvolvimento efetivo da C&T, só ocorre porque há mecanismos que
estimulam os investimentos privados em P&D, tais como incentivos fiscais e de
apoio aos centros privados de P&D. Através da Lei nº. 2.399/72 (Lei de Promoção
do Desenvolvimento da Tecnologia Industrial), estão regulamentados os
mecanismos de incentivo financeiro e fiscal para estimular o desenvolvimento
tecnológico do setor privado.
Há ainda a Lei nº. 4196/89 (Lei de Promoção da Pesquisa Científica Básica), que
regulamenta o apoio financeiro para a pesquisa básica nos Institutos de P&D
públicos e privados e nas Universidades. A importação da tecnologia foi promovida
por incentivos fiscais, entre eles, a possibilidade de dedução dos custos de
transferência de direitos de patente e de taxas de importação da tecnologia , a
isenção do imposto de renda para os coordenadores estrangeiros, entre outros
incentivos. O governo, também, deu concessões e empréstimos (low-interest) a
longo prazo aos participantes “dos projetos nacionais”, com privilégios no imposto.
O estímulo principal ao crescimento de P&D industrial no país veio mais dos
incentivos específicos à P&D do que de propriamente de um regime especial de
incentivos fiscais. Essa afirmação decorre do fato de se ter um mercado protegido às
tecnologias complexas mestras, da minimização do investimento privado de forma a
forçar a participação nos mercados internacionais, onde sabe-se que para garantir a
competição tem que se ter assegurado o investimento em suas próprias
potencialidades de pesquisa.
A Coréia dispõe de forte política e regulamentação para desenvolvimento em larga
escala de parques industriais. O sistema da dedução de imposto foi e é usado para
ANEXO 1
132
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
incentivar a empresa-urbana a mudar-se para áreas periféricas e promover o
desenvolvimento regional e local.
e) Políticas industriais e de comércio exterior
O Governo através da política de C&T busca ir além de corrigir as deficiências de
mercado consideradas estáticas mudando os parâmetros básicos para parâmetros
em que efetivamente os mercados possam funcionar em larga escala tanto para a
indústria como para o comércio exterior. Através da Lei nº. 2474,73 (Lei de
Promoção dos Serviços de Engenharia) objetiva-se promover a indústria de
engenharia que contribui para o desenvolvimento da indústria de manufatura
tornando mais eficiente a comercialização dos resultados de P&D.
A Coréia tinha, em 1996, 125 projetos internacionais de cooperação em C&T sendo
09 com a Alemanha (equipamentos, novos materiais e biotecnologia), 33 com o
Japão (equipamentos, tecnologias da (tecnologias da informação, equipamentos,
biotecnologia, novos materiais e metrologia). Estes dados vem mostrar que, desde o
início, a Coréia anteviu a importância da cooperação internacional, em especial na
área de biotecnologia, como estratégia para o país. Estão hoje em andamento vários
projetos cooperativos principalmente com os países asiáticos e, nesse contexto, foi
recentemente criada uma rede asiática de cooperação em informação em
biotecnologia (Asian-Korea Biotechnology Information Network – AKBIN).
Em relação a exportações observa-se que houve um crescimento acelerado do
volume de comércio da Coréia a partir de 1.960. Até então, a soma das exportações
e importações, como proporção do PIB, flutuava entre 10% e 20 %, segundo a base
de dados de Summers, Heston e Aten (2002). Atualmente está acima de 80%. A
abertura comercial facilitou o acesso a insumos importados, reduziu o custo para a
inovação e, também, forçou as empresas a aumentarem os investimentos em P&D
ou a comprarem tecnologia para competir no mercado, o que veio a favorecer a
operacionalização dos parques.
O custo se reduz, por exemplo, a maior exposição a importados e ao maior fluxo de
produtos oriundos de países avançados trazem embutidos informações e tecnologia
de ponta, facilitando a aprendizagem, a imitação e, conseqüentemente, aumentam a
exportação de produtos.
Essa política intervencionista do governo contribuiu e vem contribuindo para o
desenvolvimento das empresas intensivas em conhecimento, num ambiente de
inovação, que são os parques de ciência e tecnologia, bem como, o alcance da
meta de conquistar competitividade e de atingir em grande escala o mercado
internacional.
3.3.4.2
Cingapura
a) Leis e sistemas regulatórios
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
ANEXO 1
133
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
b) Linhas de fomento e financiamento
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
d) Políticas de incentivo fiscal
A assistência do governo em prover parques de ciência e tecnologia representa um
conjunto de ações combinadas de incentivos federais, estaduais e locais. Os
incentivos oferecidos à empresas de base tecnológica consideram o longo período
de benefícios econômicos que estas empresas podem gerar. Medidas para estimular
investimentos diretos estrangeiros incluem baixas taxas junto às empresas, taxas de
incentivos, taxas de férias, carregamentos de baixo interesse, terra gratuita ou de
baixo custo, receitas, concessão de tarifas, aprovações aceleradas dentre outros.
Em alguns casos, existe suporte de taxas destinadas a recrutar pessoas com alta
especialização internacional. Estas ações refletem a competitividade global de
Cingapura e de Hong Kong como o melhor ambiente de negócios na ÁsiaPacifico.(44)
e) Políticas industriais e de comércio exterior
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
3.3.4.3
Taiwan
a) Leis e sistemas regulatórios
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
b) Linhas de fomento e financiamento
As primeiras ações criadas para os parques de ciência em Taiwan, surgem em 1984
quando a primeira empresa de venture capital foi instalada. Hoje esta linha de
investimento constitui uma das principais fontes de recursos para as empresas que
se instalam nos parques. Mais de 200 empresas foram instaladas e
aproximadamente 7 mil cases de investimento foram gerados. Nesta linha em
particular, a impressionante performance de alta tecnologia e as ações de
eletrônicos no mercado de ações, tem estimulado um novo perfil de empresas de
venture capital. (30)
c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
ANEXO 1
134
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
d) Políticas de incentivo fiscal
Com o propósito de reduzir o nível de risco que os fabricantes desejam absorver
quanto ao entendimento de P&D e cultura de pessoal, foi promulgado em 1991 o
"Estatuto para up-grade industrial e Promoção" com o propósito de usar benefícios
das taxas para incentivar empresas a investir em P&D, automação, treinamento de
pessoal e atividades funcionais. (35)
O principal atrativo que os parques de ciência de Taiwan oferecem, relacionam-se
aos primeiros cinco anos de receita com isenção de imposto para as empresas
classificadas como indústrias emergentes importantes, e estratégicas; e os direitos
de proteção ao investidor. Não há taxas de importação e impostos para maquinaria,
matéria-prima, combustível, suprimentos e produtos semi-acabados importados
pelas empresas dos parques de ciência para seu uso. Destacam-se ainda como
vantagens:
•
Os bens e serviços exportados por um parque de ciência, não pagam
nenhuma taxa de negociação;
•
As empresas dos parques de ciência podem recorrer ao Chiao-Tong Bank
para empréstimos de juros baixos;
•
A administração dos parques de ciência fornece também concessões,
combinando pesquisa e desenvolvimento para projetos inovativos em
tecnologia;
•
A companhia pode receber até NT$5 milhões nesta concessão;
•
A quantidade da concessão não pode exceder 50% do orçamento total do
projeto. (32)
e) Políticas Industriais e de Comércio Exterior
O governo de Taiwan implementou um conjunto de medidas políticas nas décadas
recentes, para fortalecer os investimentos em empresas inovadoras, com essas
medidas pode-se acelerar o desenvolvimento do setor de alta tecnologia incluindo:
•
Estabelecimento do HSP baseado na indústria para criar um ambiente que
conduza a indústria de alta tecnologia;
•
Organização de alianças inovadoras para espalhar empresas de P&D através
de vantagens relacionadas a risco e segurança;
•
Expansão do governo - patrocinando institutos de pesquisa para servir como
canal de transferência de tecnologia para o setor privado;
•
Promoção de taxas de incentivos para absorver alguns dos custos de P&D;
•
Promoção do acesso a fontes de venture capital. (45)
3.3.4.4
China
a) Leis e sistemas regulatórios
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
ANEXO 1
135
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
b) Linhas de fomento e financiamento
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T
O Modelo bridge high technology reflete os laços que promovem a transferência de
tecnologia em cada localidade, tão bem quanto a multiplicidade de tipos de empresa.
Enquanto a maioria de empresas estrangeiras concentram seus esforços na
manufatura, sem ação primária de P&D, algumas indústrias focam na pesquisa
universitária, a qual sinaliza potencial para cooperação futura. (23)
d) Políticas de incentivo fiscal
Nos parques científicos chineses são identificados benefícios financeiros e nãofinanceiros, além de políticas de apoio a inovação tecnológica:
•
Políticas especiais de impostos - Há casos em que o imposto de renda de
uma empresa de base tecnológica pode ter uma redução de sua taxa. No
caso do Zhongguancun (Haidan) Science Park, se uma empresa apresenta o
valor da saída de suas exportações até 40% do total das vendas, ou mais de
40% de seu valor total de saída do ano, o imposto de renda pode ter taxa
reduzida. Também neste parque as empresas de base tecnológica podem ser
isentas nos 3 primeiros anos a partir da data de seu estabelecimento. Do
quarto ao sexto ano, sua taxa de imposto da renda pode ser reduzida pela
metade na base das taxas especificadas anteriormente. Outras vantagens a
respeito do imposto incremental gerado com novos produtos, software, novas
tecnologias prioritárias para o governo, geram vantagens para empresas,
podendo servir inclusive como crédito fiscal.
•
Políticas especiais de importação e exportação - Produtos destinados a
exportação são isentos de taxa de exportação e produtos importados que
servem como insumos para produtos exportados também estão isentos da
taxa de importação.
•
Outros incentivos não-financeiros - Pesquisadores e professores de institutos
e universidades são incentivados a dispor de meio expediente ou encontrar
um trabalho em empresas de base tecnológica, ou abrir novos
empreendimentos.
As políticas de suporte a inovação tecnológica compreendem três tipos de
benefícios:
•
Subsídio para investimento e gastos com pesquisa científica - durante o
processo de pesquisa e desenvolvimento em pequenas empresas de alta
tecnologia;
•
Emprétimos - Empréstimos para apoio a transferência tecnológica;
•
Fundo da suporte a internacionalização: concessão de recursos financeiros
para apoiar competitividade de empresas que buscam o mercado externo.
ANEXO 1
136
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
e) Políticas Industriais e de Comércio Exterior
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
3.3.4.5
Índia
a) Leis e sistemas regulatórios
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
b) Linhas de fomento e financiamento
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T
A formação de pessoal qualificado na Índia, permitiu que inicialmente os PCTs
fossem estabelecidos considerando seu baixo custo e oferta de cérebros.
Atualmente a situação adquire um quadro oposto ao inicialmente estabelecido, onde
a drenagem de cérebros para fora do país atinge patamares que ameaçam a sua
competitividade, principalmente para os EUA. Recentemente, a Europa iniciou o
recrutamento de cientistas e pesquisadores indianos, particularmente desde o
anúncio da União Européia em investir 3% do PIB em P&D até 2010. Este fato
causou mudanças rápidas no contexto do País, adotando medidas como salários
competitivos, oportunidades de carreira em empresas de P&D.
d) Políticas de incentivo fiscal
O mecanismo de apoio é simples e objetivo, incluindo:
•
100% de participação acionária estrangeira;
•
Bens importados pelas unidades dos PCTs são completamente livres de
taxas;
•
Importação de bens de segunda mão também são permitidos;
•
Vendas no mercado interno podem ser realizadas até 50% do valor
exportado;
•
Unidades PCTs são isentas de pagamento do imposto de renda bem
como das provisões conforme seção 10 A e 10 B da Lei do imposto de
renda;
•
Unidades STP/EHTP são isentas do pagamento de taxas de serviço;
•
Unidades STP/EHTP podem reter 100% dos ganhos de exportação em
contas internas;
•
Provedores de serviços como: Service Export Hous’, International Service
Export House ou International Star Service House. (16)
ANEXO 1
137
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
e) Políticas industriais e de comércio exterior
Tanto na Índia como na China, uma das principais razões da vantagem competitiva
é atribuído aos incentivos e baixo preço da terra além dos subsídios governamentais
em imóveis. O estímulo ao comércio internacional e a exportação é de sentido quase
que obrigatório no caso da Índia em particular. A indústria especializada em
software, conta com a mais alta tecnologia para oferecer serviços e produtos à
distância, com maior valor agregado e menor custo. (24)
3.3.4.6
Finlândia
a) Leis e sistemas regulatórios
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
b) Linhas de fomento e financiamento
Linhas de fomento principalmente dirigidas a novos empreendimentos tecnológicos
(EBT), porém outras alternativas contemplam o desenvolvimento de “mecanismos
intermediários de inovação” – incubadoras, pré-incubadoras assim definidas. Dentre
as instituições que aplicam capital de origem pública, destaque para:
•
TEKES, o National Technology Agency - aplica recursos estatais
incentivando a pesquisa e desenvolvimento da indústria finlandesa;
•
SITRA, The National Fund for Research and Development - financiamento
tecnológico e financiamento de firmas intensivas em tecnologias;
•
FINNVERA - banco público de investimentos.
c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
d) Políticas de incentivo fiscal
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
e) Políticas industriais e de comércio exterior
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
3.3.4.7
Irlanda
a) Leis e sistemas regulatórios
Os direitos de propriedade intelectual ainda estão sendo regulamentados, mas a
princípio não existe nenhuma compensação especial para o pesquisador
ANEXO 1
138
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
individualmente ou alguma receita pela invenção. No caso de pesquisadores do
setor público, eles não podem receber nenhum royalty de patentes licenciadas. Há
uma grande preocupação e percepção da necessidade de regulamentação de
direitos autorais (copyrights). (05)
b) Linhas de fomento e financiamento
O financiamento de projetos de pesquisa vem dos departamentos governamentais e
suas diversas agências (Enterprise Ireland - agência de desenvolvimento do setor
industrial irlandês), a Health Research Board, Marine Institute, COFORD (Floresta e
Madeira) e a Teagasc (Centros de Agricultura e Alimentos). (05)
c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T
A partir do Plano Nacional de Desenvolvimento 2000 - vários programas e subprogramas para promoção do desenvolvimento tecnológico foram criados com o
aporte de recursos significativo da União Européia: o Programa de Pesquisa,
Tecnologia e Inovação e o Programa Terceiro Nível para Incubação de Empresas
(Third Level Business Incubation Programme). O primeiro visava criar e desenvolver,
entre outras coisas, a infra-estrutura para desenvolvimento de pesquisadores classe
mundial em áreas nicho (biotecnologia e TIC). Para tanto, estabeleceu um fundo
para a visão tecnológica futura, uma rede de inteligência tecnológica, promovendo o
desenvolvimento de parcerias estratégicas entre indústria e instituições públicas de
pesquisa, tendo como foco direto o apoio ao P&D das empresas encorajando
empreendedores a criar suas EBTs e a melhoria da capacidade de P&D, entre
outros. O grande objetivo é transformar a Irlanda em um centro de excelência em
biotecnologia e TIC.
O Programa de Incubação de Empresas focou as universidades e institutos de
tecnologia e objetivou a expansão da base de empresas de alta tecnologia por meio
do suporte financeiro as IES para que elas expandissem ou implantassem suas
atividades de incubação. (05)
d) Políticas de incentivo fiscal
No caso da Região de Shannon, existe a chamada Shannon Free Zone, que é uma
área renomada em termos de competitividade local para a manufatura internacional
e serviços comerciais. Nesta área são oferecidas vantagens competitivas por meio
de um pacote de incentivos fiscais, além de facilidades de logística e distribuição
internacional, serviços financeiros e atividades de suporte customizadas.
No caso do Kerry Technology Park em Tralee, são oferecidos incentivos fiscais para
as empresas como isenção de impostos sobre royalties de patentes, entre outros.
(27a), (27b)
e) Políticas industriais e de comércio exterior
Neste campo, destaca-se o Plano Nacional de Desenvolvimento (2000-2006) como
já descrito anteriormente.
ANEXO 1
139
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.3.4.8
Espanha
a) Leis e sistemas regulatórios
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
b) Linhas de fomento e financiamento
O Ministério de Ciência e Tecnologia possui um acordo de colaboração com a
APTE, através da Secretaria de Estado de Política Científica e Tecnológica, para
impulsionar a consolidação de infra-estruturas físicas e tecnológicas especializadas
que contribuam para melhorar a competitividade e capacidade tecnológica das
empresas e propiciem a colaboração entre universidades, centros de pesquisa e
industria. Um dos objetivos deste novo convênio é a divulgação e promoção de
medidas de fomento à investigação e desenvolvimento dos parques científicos e
tecnológicos. O convênio também tem como objetivo a promoção da imagem dos
parques, a melhoria dos equipamentos e infla-estruturas tecnológicas, o apoio e a
criação de empresas de base tecnológica dentro dos parques científicos e
tecnológicos e a participação destas em programas de crescimento via capital
semente e capital de risco.
c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T
Iniciativa do Ministério de Educação e Ciência estabelece as bases reguladoras
para a concessão de auxílio para a realização de ações complementares e ações de
desenvolvimento e fortalecimento das oficinas de transferência de Resultados de
Pesquisa (OTRI), que complementam as atividades dos projetos de pesquisa.
Também é iniciativa deste Ministério, a ordem que regula as bases de concessão de
financiamento para os agentes executores das atividades de Pesquisa,
desenvolvimento e inovação, na realização de projetos de pesquisa em
determinadas áreas de conhecimento que se consideram prioritárias e estratégicas.
Os agentes executores dos projetos incentivados podem ser centros de P&D, tanto
privados sem fins lucrativos como públicos, ou centros tecnológicos.
d) Políticas de incentivo fiscal
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
e) Políticas industriais e de comércio exterior
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
ANEXO 1
140
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.3.5 Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio
ao processo de criação e implantação dos parques
tecnológicos
3.3.5.1
Coréia do Sul
a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras
O Programa Biotech 2000 estimula o investimento privado em P&D, na área de
biotecnologia. O programa coreano de C&T: The 21st Century Research Program
considera a biotecnologia atividade estratégica e prevê grandes investimentos em
recursos humanos e avanços no conhecimento básico visando ampliar a capacidade
inovadora da biotecnologia coreana, através dos projetos nacionais estratégicos de
P&D e de apoio à criação de empresas inovadoras.
Algumas áreas do conhecimento são apoiadas de maneira diferenciada, pois são
determinantes no contexto da competitividade da economia coreana. Entre os
principais projetos estratégicos apoiados em 1.998, destacaram-se 43 novos
projetos, nas áreas de ciências da vida, aeronáutica e espaço, informação e
eletrônica, tecnologias-chave em engenharias e semicondutores.
O Projeto Nacional de Laboratórios de Pesquisa, lançado em 1999, tem como
escopo central o apoio à pequenos laboratórios na indústria (empresas inovadoras),
nas universidades e nos institutos públicos visando uma mudança de patamar nas
infra-estruturas de pesquisa e desenvolvimento.
O Programa de Apoio para P&D na Indústria (empresas inovadoras) inclui as
pequenas e as médias empresas e prevê a criação de novos parques tecnológicos,
o fortalecimento dos centros de incubação de tecnologias e o estabelecimento de
consórcios regionais entre universidades e empresas.
Este conjunto de esforços visam, também, a implantação e operacionalização de
parques tendo em vista a estratégia de promover uma sinergia, de forma intensa,
entre empresas, academia, laboratórios e institutos no parque e com o parque.
b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos
Toda a concepção do Programa de Apoio para P&D na indústria visou incluir as
pequenas e médias empresas e, ainda, a criação de novos parques tecnológicos,
com o fortalecimento dos centros de incubação de tecnologias e o estabelecimento
de consórcios regionais entre universidades e empresas.
O governo está concentrado no fortalecimento da infra-estrutura de apoio às
atividades de P&D relacionadas com o desenvolvimento da biotecnologia, tais como
o programa básico de genes; a conservação da biodiversidade; a bioinformática; as
plantas biopilotos; a avaliação de biossegurança e bioeficácia e estudos pré-clínicos
e clínicos, entre outros. A cultura do setor privado coreano é a de participar nos
investimentos em P&D para o desenvolvimento industrial do país, desde o início da
década de 60. O governo faz a sua parte através de projetos e programas, como o
Projeto Nacional de Laboratórios de Pesquisa, lançado em 1999, que tem como
escopo central o apoio à pequenos laboratórios na indústria, nas universidades e
nos institutos públicos para a mudança de patamar nas infra-estruturas de pesquisa
e desenvolvimento.
ANEXO 1
141
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Há, ainda, os programas de desenvolvimento das tecnologias para as infraestruturas sociais, que visa apoiar projetos relacionados com sistemas de transporte,
recursos hídricos e construção civil, além do projeto de melhoria da infra-estrutura
de C&T que estabelece apoios estratégicos à modernização da infra-estrutura das
universidades, a criação de um sistema de informação técnica (one-stop technical
information system) e a melhoria da percepção pública de C&T.
O país construiu um sonho de atingir patamares de desenvolvimento social e
econômico de forma a colocar a sociedade coreana como uma das sociedades mais
desenvolvidas do mundo.
3.3.5.2
Cingapura
a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras
A sistematização de apoio à formação de novas empresas acontece pela
transferência de empresas estrangeiras como Exxon, Sony, Seagate, Mentor
Graphics e Genelabs. Tais empresas estimulam a formação local de empresas
fornecedoras, além de absorver a mão-de-obra existente. Nos parques de ciência
foram criados centros de assistência voltados a tecnologia e a inovação que além de
prover suporte as empresas, criam programas locais de apoio e assistência a
formação de novas empresas. (47)
b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos
No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes
aplicadas aos objetivos do projeto.
3.3.5.3
Taiwan
a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras
Entre as prioridades de governo em Taiwan está à promoção e desenvolvimento de
empresas de base tecnológica, estabelecendo uma política com programas voltados
a implementação de incubadoras e estimulo a criação de star-ups industriais.
b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos
Os programas são na verdade um conjunto de ações de estímulo ao
desenvolvimento de clusters industriais e parques industriais, aproveitando
particularidades locais e a dinâmica do setor privado. Resultam em medidas de
apoio governamental, para criação de um ambiente de parques de ciência e
tecnologia no país, criando um efeito de reciclagem dos clusters industriais. (45)
O Governo de Taiwan reconhecendo a P&D como base para o desenvolvimento
sustentável da área de alta tecnologia, lançou através de seu órgão de
Administração de Parques, três programas para a premiação e subvenção as
empresas inovadoras estabelecidas no parque HSP:
ANEXO 1
142
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
•
Innovative Product Awards - (Prêmio Produto Inovador) garantiu o suporte
ao desenvolvimento de 09 novos produtos em 2004, aplicando 135 mil
dólares em subsídios.
•
R&D Accomplishment Awards – (Prêmio de realização em P&D), subvenção
para " Projetos de desenvolvimento de tecnologias inovadoras”. Esse
prêmio foi lançado em 2003, visando estimular as empresas a aplicar
recursos na proteção da propriedade intelectual, patentes e P&D. Em 2004
foram premiadas 6 empresas
•
Innovative
Technology
Development
Projects
–
(Projetos
de
desenvolvimento de tecnologias inovadoras) foi estabelecido visando gerar
vantagens competitivas para as empresas sediadas nos parques. Em 2004,
39 projetos de pesquisa receberam subvenção econômica para seu
desenvolvimento totalizando 3.190 mil dólares (22% do orçamento total para
pesquisa)
3.3.5.4
China
a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras
O “TORCH Program” lançado pelo ministério de ciência e tecnologia em 1988, foca
os pequenos e médios negócios. Com menor exigência de comprovação do sucesso
da idéia. Mais de 863 foram contemplados, entretanto o programa envolve em sua
fase inicial, uma seleção realizada por um painel de cientistas. TORCH estimulou a
maior lista de empresas e instituições. A maioria dos fundos é distribuída para
projetos de alta tecnologia do país, combinando outros recursos de risco para
sustentar esforços menores, mas com valor agregado.
Os investimentos alvo do TORCH são particularmente focados no segundo estágio
de necessidade de capital das empresas, seguido de alguns lançamentos
preliminares de produtos. Paralelamente desenvolve-se um plano de negócios
viável com o propósito de atrair investidores estrangeiros, aliados aos recursos
concedidos pelo TORCH. (23)
b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos
O governo central provê uma larga orientação política para
o desenvolvimento dos parques científicos e tecnológicos
no país. Entretanto, a implementação dos esforços são
descentralizados e sob coordenação das províncias,
distritos e níveis municipais de governança. Um exemplo é
Shangai que é chamada de Silicon Valley of the East em
reconhecimento ao alto desenvolvimento tecnológico
alcançado dentro do país. (47)
ANEXO 1
143
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.3.5.5
Índia
a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras
O esforço junto a pequenas e médias empresas está concentrado em treinamento e
suporte de marketing para indústria que tem demandado por um longo período este
esforço. Tais iniciativas foram apreciadas a nível global onde muitos países
demonstraram interesse em implantar modelo semelhante; (25)
O eco-sistema STPI tem alimentado as pequenas e médias empresas, que
demonstram ser emergentes e são o maior empregador de trabalhadores no país. O
segmento tem demonstrado alta dependência com o STPI que prove suporte para
formação de start-ups, facilidades de incubação, suporte estatutário e fiscal nos
modelos STP. Está posicionado para agir como plataforma, ajudando empresas em
suas necessidades de marketing e exposições internacionais. (25)
b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos
O Programa STEP- Parque de Empreendedores em Ciência e Tecnologia foi
lançado em 1984 para prover jovens graduados em ciência e tecnologia com
educação empreendedora, treinamento, pesquisa, finanças e gestão. O STEP visa
formar conexões próximas entre universidades, instituições acadêmicas e de P&D e
a indústria. Instituições de pesquisa que operam segundo o programa STEP,
desenvolvem áreas próprias de especialização que refletem no desenvolvimento
industrial da região.
Alguns elementos desse programa incluem uma sistemática simples de aprovação,
taxas reduzidas, isenção de alíquotas sobre importados, reembolso de taxas
comerciais , aprovação de importações simplificada, links de alta velocidade dentre
outros benefícios.
O programa STEP possui status legal independente, gerando receitas e provendo
facilidades e serviços, em 12 localidades na Índia treinando 350 graduados em
ciência e tecnologia e mais de 4000 empregos.
3.3.5.6
Finlândia
a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras
Os programas de tecnologia são importantes ferramentas utilizadas na Finlândia,
com resultados que demonstram aumento da competência e crescimento nacional,
promovendo a regeneração e a competitividade dos negócios, estimulando as
atividades de pesquisa, aumentando a cooperação entre companhias, organizações
de pesquisa e setor público. Haviam 23 programas em andamento ao fim de 2006,
sendo 2.500 projetos vinculados a empresas e 1.500 vinculados a centros e
unidades de pesquisa. O investimento combinado entre os programas e contrapartidas por parte de companhias e unidades de pesquisa atingiu 380 milhões euros
em 2006. Dentre as iniciativas existentes destaca-se:
•
ANEXO 1
Ações promotoras do acesso ao capital por parte de empreendedores, e
avanço tecnológico nacional;
144
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
•
TULI (TEKES) - promoção de start-ups através de suporte em infraestrutura, e, apoio a idéias originadas de spin-offs; (05)
•
Spin-off programme - programa nacional de incubadoras, incentivando
novos negócios com forte relação com science parks e universidades;
•
Incubator programme - subsídios para empreendedores e empresas
intensivas em tecnologia;
•
FINNVERA - banco público de investimentos.
b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos
O país conta com o Cluster Programmes - de competência do conselho de política
científica e tecnológica da Finlândia, instituído em 1997. O programa objetiva “gerar
inovações, negócios e novos empregos”, através da melhoria da cooperação entre
autoridades, fontes de financiamentos públicos, legisladores e o setor privado.
Outras Iniciativas voltadas principalmente a empresas, entre elas aquelas com fortes
vínculos com parques tecnológicos, exemplo: Spin-off programme - programa
nacional de incubadoras, incentivando novos negócios com forte relação com
parque científicos e universidades.
O Center of Expertise Program, do Governo da Finlândia, investe em condições para
a criação de empresas intensivas em conhecimento (e não apenas de empresas de
base tecnológica, neste caso também contemplando sociedades anônimas que
venham a empreender em parques científicos) e para o aperfeiçoamento,
competitividade e presença internacional das empresas finlandesas. Nessa situação,
os parque comportam-se de fato e de direito como empresas, que têm que oferecer
os melhores serviços e condições para os seus clientes: empresas, instituições de
ensino e pesquisa e projetos cooperativos de P&D e de exportação e presença de
empresas da Finlândia no exterior.
3.3.5.7
Irlanda
a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras
O Programa de Incubação de Empresas (Third level Business Incubation
Programme) focou as universidades e institutos de tecnologia e objetivou a
expansão da base de empresas de alta tecnologia por meio do suporte financeiro as
IES para que elas expandissem ou implantassem suas atividades de incubação. (05)
b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos
Não foi identificado nos artigos científicos pesquisados, nenhum programa sistêmico
de apoio a parques tecnológicos.
3.3.5.8
Espanha
a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras
Dentre os principais programas espanhóis de apoio à criação de empresas
inovadoras, pode-se relacionar:
ANEXO 1
145
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
•
O Programa CETPAR – que selecionou, em 2006, 52 empresas
inovativas para financiar. O objetivo do programa é apoiar a criação e as
primeiras fases de desenvolvimento de novas empresas em parques
científicos e tecnológicos, identificados como ambiente privilegiado para
sua criação, de forma que possam ser utilizados nos próximos anos como
um instrumento para desenvolver a nível nacional empresas competitivas,
baseando o crescimento sustentável da economia espanhola com
empregos de qualidade.
•
O Ministério de Educação e Ciência concede auxílio para atividades de
pesquisa e desenvolvimento realizadas em parques científicos e
tecnológicos. O Programa Torres Quevedo visa a contratação de pessoas
especializadas em P&D (doutores e tecnólogos) para empresas, centros
tecnológicos e associações empresariais, seguindo diretrizes do Programa
Nacional de Potencialização de Recursos Humanos do Plano Nacional de
Investigação Científica, Desenvolvimento e Inovação Tecnológica 20042007.
b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos
Criou-se na Espanha um sistema para a promoção
de Parques Científicos e Tecnológicos com forte
apoio financeiro do governo central e regional, e
uma estreita parceria entre universidade e
empresas visando a inovação e o desenvolvimento
regional. O governo espanhol apoiou o
desenvolvimento desses parques destinando mais
de 300 milhões de euros por meio de acordos firmados com a APTE (Associação
Nacional dos Parques Tecnológicos Espanhóis) para a implantação de parques
tecnológicos.
ANEXO 1
146
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
4 CONCLUSÕES
A presente conclusão objetiva fazer um extrato dos principais aspectos abordados
no decorrer deste documento. Os parques científicos e tecnológicos analisados
foram observados de forma ampla e sob a ótica de três gerações de parques: os
“pioneiros”, os “seguidores” e os “estruturantes”. Ao longo das análises de cada uma
dessas gerações foi possível detectar nos diferentes países, peculiaridades e
também similaridades quanto ao contexto de implantação, desenvolvimento e
operacionalização de parques científicos e tecnológicos.
Assim, a extratificação apresentada foi desenvolvida a partir dessas diferenças e
também semelhanças, o que permitiu detectar as características mais marcantes e
relevantes dos parques em cada uma das três gerações. Cabe salientar que essa
extratificação condensa as “idéias força” que envolvem os parques e países
estudados e, portanto, extrai os elementos essenciais. É importante frisar, que este
extrato, por apontar somente as “idéias força”, reduz os aspectos detectados de
cada parque, os quais foram tratados de maneira mais profunda nos capítulos
anteriores deste documento. Apesar de reducionista no que tange a riqueza das
informações sobre a experiência dos parques, aborda de maneira pragmática o
impacto das diferenças e ressalta os pontos comuns e representativos das variáveis
analisadas.
De acordo com esta visão, as tabelas apresentadas a seguir trazem de forma
simplificada um conjunto de informações, que de um modo geral, marcaram cada
um dos três períodos.
Tabela 1: Conclusão - Parques tecnológicos de primeira geração – Pioneiros
Conceitos e Modelos de Parques Tecnológicos bem sucedidos (Modelo de
Luis Sanz Expandido)
a
b
c
d
e
f
g
De modo geral, os parques apresentaram forte relação com os
centros promotores de conhecimento como indutores/alavancadores
Relação com
da sua criação. Fortes instituições de ensino fomentaram o
centros promotores
desenvolvimento regional (empresarial ou científico). Em particular no
de conhecimento de
caso do Japão, os centros de conhecimento assim como os parques,
qualidade
foram criados a partir de políticas governamentais que viabilizaram as
chamadas cidades da ciência.
Epicentro / vanguarda em ondas tecnológicas que garantiram aos
Posição no Fluxo
países pioneirismo no desenvolvimento de tecnologias para o
Tecnológico
desenvolvimento econômico.
Parques científicos e tecnológicos focados no desenvolvimento de
Grau de
setores estruturantes, baseados em novas tecnologias. Ambientes não
Especialização
necessariamente especializados.
Desenvolvimento de empresas start-ups universitárias, fomento /
estímulo ao empreendedorismo por parte da massa crítica qualificada,
Empresas "Alvo"
ou, desenvolvimento de novas empresas de setores industriais
tradicionais.
Mercado objetivo é o mercado interno, sendo que o efeito positivo
Mercado Objetivo
(colateral) possibilitou alcançar o mercado externo.
Agregados / integrados aos espaços urbanos, com aproveitamento de
Densidade Urbana
estruturas tecnológica, industrial e logística disponíveis.
Espaço e InfraAproveitamento das infra-estruturas tecnológica, industrial, logística e
estrutura de
urbana pré-existentes. Em alguns casos, houve suporte
qualidade
governamental para o desenvolvimento das infra-estruturas.
147
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
h
Portifólio de
Serviços às EBTs
i
Trabalho em Rede
j
Modelo de Gestão
Em alguns casos (EUA e França) já existiam mecanismos públicos e
privados de investimento e financiamento para as empresas nascentes
(Venture Capital, Seed Money, entre outros), facilitando o
desenvolvimento dos Parques. De modo geral, as IES e Instituições
Tecnológicas nucleadas dentro dos Parques, ofereciam serviços
tecnológicos e capacitação para as empresas.
As redes entre os atores locais são um fenômeno espontâneo e
informal, alicerçada no contato pessoal, mas fundamentais para o
desenvolvimento dos parques.
Modelo de gestão institucional, capitaneada pela instituição nucleadora
(ex: universidades, governo local, etc.).
Papel estratégico dos Parques Tecnológicos em relação à economia do país e
ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial Variáveis Analisadas
a
b
c
Os parques estruturaram regiões, mas a resultante do
desenvolvimento foi de impacto nacional, promovendo o progresso da
Relevância
C&T e da indústria no país como um todo. Criaram base de
estratégica nacional
competitividade para todo o país fortalecendo a sua política industrial e
de C&T.
Relevância
estratégica
regional/setorial
Relevância
estratégica local
Estratégias de Implantação dos Parques Científicos e Tecnológicos
relacionados - Variáveis Analisadas
a
b
c
d
e
f
Geração
Espontânea
Os primeiros parques foram gerados de forma espontânea.
De modo geral, os parques apresentaram forte relação com os
centros promotores de conhecimento como indutores/alavancadores
Iniciativa Acadêmica
da sua criação. Fortes instituições de ensino fomentaram o
desenvolvimento regional (empresarial ou científico).
Os governos centrais estimularam a criação destes mecanismos, pela
necessidade de maior competitividade nacional por meio do avanço
Forte Intervenção
tecnológico e maior dinamismo industrial. Em alguns casos, o pós
Estatal – Nacional
guerra e o estado de tensão no cenário internacional,
direcionaram/aceleraram a demanda científica e tecnológica.
Em muitos casos, a pré-existência de entidades regionais e locais de
Intervenção de
ensino, ciência e tecnologia criaram as condições para implantação
Entidades Regionais
dos primeiros parques.
Em casos específicos (RTP e Labège Innopole), entidades locais
Intervenção de
como prefeituras, governos distritais foram indutores/apoiadores da
Entidades Locais
implantação dos parques.
Investimento
Não identificado.
Privado/Empresarial
Arcabouço de Políticas Públicas e Soluções Financeiras para estímulo e
viabilização dos Parques Científicos e Tecnológicos relacionados - Variáveis
Analisadas
a
Leis e Sistemas
Regulatórios
b
Linhas de Fomento
e Financiamento
Regulamentação do processo de transferência tecnológica e
concessão do direito de patente de propriedade intelectual a
pesquisadores e universidades (spin-offs universitários). No caso
específico do Reino Unido a quebra do monopólio de patentes pelas
universidades desencadeou o processo de geração de start-ups.
Existência de linhas de fomento e financiamento públicos para P&D.
No caso EUA e França existência de cultura empreendedora com
estímulo privado em forma de investimento.
148
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
c
d
e
Programas
Educacionais e/ou
de Apoio à C&T
Políticas de
Incentivo Fiscal
Políticas Industriais
e de Comércio
Exterior
Programas voltados para o fortalecimento do desenvolvimento
científico e tecnológico, com ênfase na academia.
Incipiente
A política industrial foi um dos elementos indutores do
desenvolvimento tecnológico e indiretamente dos parques (efeito
colateral).
Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de
criação e implantação dos Parques Tecnológicos
a
b
Programas
Sistêmicos de Apoio
No caso dos EUA, vinculados ao desenvolvimento tecnológico
à criação de
demandado pelo estado (departamento de defesa).
Empresas
Inovadoras
Programas
Sistêmicos de apoio
Não identificados
a Parques
Tecnológicos
Tabela 2: Conclusão - Parques tecnológicos de segunda geração – Seguidores
Conceitos e Modelos de Parques Tecnológicos bem sucedidos (Modelo de
Luis Sanz Expandido)
a
Relação com
centros promotores
de conhecimento de
qualidade
b
Posição no Fluxo
Tecnológico
c
Grau de
Especialização
d
Empresas "Alvo"
e
Mercado Objetivo
f
Densidade Urbana
g
Espaço e Infraestrutura de
qualidade
h
Portifólio de
Serviços às EBTs
i
Trabalho em Rede
Necessidade de transformar P&D aplicado em negócio direcionou os
esforços dos centros produtores de conhecimento em desenvolver
parques C&T. Necessidade de atrair e capacitar recursos humanos
para gerar demanda qualificada e competitividade internacional.
Setores que possibilitavam a melhoria da competitividade regional por
meio de indução / introdução de novos setores, ou desenvolvimento de
setores voltados a prioridades regionais / promoção da regeneração
econômica regional.
Parques científicos e tecnológicos especializados em áreas científicas,
como TIC, semicondutores, engenharia de transporte, ciências da
saúde, fármacos, etc.
Empresas voltadas a transformar resultado de pesquisas universitárias
em spin-offs (universitários e industriais), e, empresas start-ups.
Algumas vezes apoiadas em incubadoras de empresarias. Caso
Japonês direcionado para a atração de empresas detentoras de
conhecimento e tecnologia para instalação em parques.
Foco mercado externo, com fortalecimento do arranjo regional, capaz
de tornar as empresas instaladas nos parques referência de mercado.
Planejados no entorno de áreas urbanizadas, próximos ou dentro de
centros de conhecimento, e/ou distritos industriais.
Parque associado ao conceito "trabalhar-morar-viver", busca de
espaços mais amplos (Parkland) e expansão urbana.
Criação e/ou desenvolvimento de estruturas tecnológicas para orientar
as atividades de P&D com foco nas EBTs e indústrias locais. Surgem
os mecanismos para transferência tecnológica, proteção ao capital
intelectual e suporte ao desenvolvimento empresarial. Os mecanismos
formais de pré-incubação e incubação ganham importância.
Surgem as primeiras redes formais de trabalho, inclusive incentivadas
e regulamentadas por ações governamentais. No entanto, em muitos
casos, prevalece ainda a importância do contato pessoal.
149
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
j
Modelo de Gestão
Modelo de gestão mais autônomo seja público ou privado. Os parques
criados pelo setor público na sua maioria são geridos por uma
instituição privada (terceirização da gestão).
Papel estratégico dos Parques Tecnológicos em relação à economia do país e
ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial Variáveis Analisadas
a
Relevância
estratégica nacional
b
Relevância
estratégica
regional/setorial
c
Relevância
estratégica local
Os parques tentam seguir a esteira do sucesso dos parques de
primeira geração, mas não conseguiram ter relevância nacional. O
desenvolvimento econômico dos países já estava em ascensão
independentemente da existência dos parques. Não era "a diferença"
para o país, mas foram extremamente importantes para o
desenvolvimento setorial/regional e em alguns casos local.
Estratégias de Implantação dos Parques Científicos e Tecnológicos
relacionados - Variáveis Analisadas
a
b
c
d
e
f
Geração
Espontânea
Iniciativa
Acadêmica
Forte Intervenção
Estatal – Nacional
Os parques tentam seguir a esteira do sucesso dos parques de
primeira geração, parques planejados.
Na maioria dos casos, a academia é o grande nucleador da
replicabilidade dos mecanismos de inovação.
Os governos nacionais desencadearam um conjunto de ações de
estímulo ao desenvolvimento da C&T, que indiretamente influenciaram
a implantação de parques.
Forte influência de entidades regionais e locais que vislumbraram a
possibilidade de desenvolvimento regional por meio desse tipo de
mecanismo.
Intervenção de
Entidades
Regionais
Intervenção de
Entidades Locais
Investimento
No caso norte americano, fundos de investimento privado apoiaram
Privado/Empresarial financeiramente a implantação de alguns parques.
Arcabouço de Políticas Públicas e Soluções Financeiras para estímulo e
viabilização dos Parques Científicos e Tecnológicos relacionados - Variáveis
Analisadas
a
b
c
d
e
Leis e Sistemas
Regulatórios
Lei de inovação na França, primeiras iniciativas específicas em C&T e
esboço para estímulo e viabilização dos parques.
Apoio institucional não sistêmico nas primeiras fases de implantação
de parques (infra-estrutura). Com exceção dos EUA e França, que já
Linhas de Fomento
tinham a cultura de investimento (Venture Capital, seed money etc.) os
e Financiamento
demais países começam a desenvolver linhas do fomento específicas
para criação e desenvolvimento de EBTs.
Os países investiram fortemente em programas educacionais e de
Programas
apoio à C&T, o que viabilizava o desenvolvimento tecnológico e
Educacionais e/ou
consequentemente o processo de transferência tecnológica e criação
de Apoio à C&T
de EBTs (start-ups e spin-offs).
incipiente para a maioria dos países, com exceção dos EUA que
Políticas de
possuía abatimento ou crédito de impostos para a atração de
Incentivo Fiscal
empresas e suporte de comercialização e transferência tecnológica.
De modo geral, as políticas industriais estavam voltadas para o
Políticas Industriais
desenvolvimento e ampliação de empresas de base industrial que
e de Comércio
necessitavam de desenvolvimento tecnológico para se tornarem mais
Exterior
competitivas.
Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de
criação e implantação dos Parques Tecnológicos
150
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
a
b
Programas
Sistêmicos de
Apoio à criação de
Empresas
Inovadoras
Programas
Sistêmicos de apoio
a Parques
Tecnológicos
Em alguns casos, estruturação de programas de apoio a pequenas e
médias empresas inovadoras (Ex.: consolidação de programas tipo
SBIR - Small Business Innovation Research).
Em alguns casos, criação de programas específicos tipo Tecnopoles,
levando à liderança de uma política de escala nacional de implantação
de parques como elementos de estruturação de cidades orientadas
para a C&T.
Tabela 3: Conclusão - Parques tecnológicos de terceira geração –
Estruturantes
Conceitos e Modelos de Parques Tecnológicos bem sucedidos (Modelo de
Luis Sanz Expandido)
a
Relação com
centros promotores
de conhecimento de
qualidade
b
Posição no Fluxo
Tecnológico
c
Grau de
Especialização
d
Empresas "Alvo"
e
Mercado Objetivo
f
Densidade Urbana
g
Espaço e Infraestrutura de
qualidade
h
Portifólio de
Serviços às EBTs
i
Trabalho em Rede
Centros de conhecimento apropriam-se das tecnologias e da curva de
experiência do setor industrial criando diferenciais no processo de
inovação tecnológica criando alternativas de novos negócios, por meio da
geração de demanda qualificada, resultando na criação de MPEs com
competitividade global. Driver que possibilitou o desenvolvimento
regional.
Foco em setores de alta tecnologia, passam a induzir fortemente a
inovação tecnológica em nível mundial, com orientação ao mercado
global. Política industrial apoiando estes setores fortalecendo os parques
científicos e tecnológicos existentes e estimulando a criação dos
chamados parques satélites (serviços) ou de negócios.
Parques altamente especializados, objetivando domínio tecnológico
avançado, para nichos tecnológicos de demanda global. Exceção feita a
Espanha onde parques tecnológicos também estão orientados ao
desenvolvimento de setores vocacionais.
Direcionado a atração de grandes empresas (âncoras), capazes de
incrementar rapidamente o tecido industrial local. Em fases iniciais se
estabelecem as empresas âncoras (geralmente estrangeira), nas
seguintes desenvolvem-se spin-offs e start-ups locais ocorre
naturalmente (conseqüência).
Prioritariamente voltados para o mercado global em segmentos de alta
tecnologia e competitividade (nichos tecnológicos), na maioria dos casos
com programas formais auxiliando / estimulando a exportação.
Preocupação (Ásia) em fortalecer cada vez mais a balança comercial.
Integrados ao tecido urbano, sendo importantes atratores do
desenvolvimento e transformação das cidades (pequenas e médias
inclusive). Em alguns casos, há a preocupação de ocupação de áreas
menos favorecidas, induzindo o desenvolvimento desta região por meio
de parques especializados (ex: Bioparques na Ásia).
Espaços de qualidade, criando ambientes propícios (tipo plug and play)
para o desenvolvimento de novas tecnologias e instalação de empresas
de classe mundial. Muitos deles voltados para a integração
desenvolvimento tecnológico e bem-estar humano (urbanismo, qualidade
de vida, lazer, etc.)
Consolidação de serviços de transferência tecnológica, propriedade
intelectual e surgimento de parques satélites de serviços - Business
Parks. Nos casos da Finlândia e Irlanda os mecanismos de préincubação e incubação são elementos chave para consolidação dos
Parques.
Consolidação de várias redes formais (universidades, incubadoras,
associações ou redes internacionais, que funcionam como apoiadores).
No caso asiático, há utilização intensa do trabalho em rede, explorando
151
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
vantagens de mercados competitivos e fuso-horário, para instalação de
unidades filiadas de empresas asiáticas visando vantagem competitiva.
j
Modelo de Gestão
Modelo de gestão ainda mais autônomo seja público ou privado,
representado por conselho. Os parques criados pelo setor público na sua
maioria são geridos por uma instituição privada (terceirização da gestão).
Objetivam a auto-sustentabilidade (viabilização da autonomia).
Papel estratégico dos Parques Tecnológicos em relação à economia do país e
ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial Variáveis Analisadas
a
b
c
Os parques são mecanismos essenciais para a execução e manutenção
Relevância
da política nacional tecnológica e industrial, fortalecendo cada vez mais a
estratégica nacional economia e a balança comercial. Assumem, como no caso dos parques
de 1a. Geração, o papel de alavancador do salto tecnológico nacional.
Ao mesmo tempo, a saturação das áreas urbanizadas, ou mesmo a
necessidade de promoção do desenvolvimento de regiões/locais menos
Relevância
favorecidos, está criando parques especializados que atuam como
estratégica
referência mundial em áreas e/ou segmentos emergentes (biotecnologia,
regional/setorial
convergência digital, energia, etc.), por meio de uma política nacional
agressiva de incentivos.
Relevância
estratégica local
Estratégias de Implantação dos Parques Científicos e Tecnológicos
relacionados - Variáveis Analisadas
a
Geração
Espontânea
b
Iniciativa
Acadêmica
c
Forte Intervenção
Estatal – Nacional
d
e
f
A academia ainda desempenha importante papel nas estratégias de
implantação, principalmente pela proximidade/conexão dos centros de
conhecimentos no processo de transferência tecnológica.
Os governos nacionais planejaram o desenvolvimento tecnológico
nacional, a partir de mecanismos promotores da inovação entre eles os
parques.
Atuam como grandes parceiros da política de
desenvolvimento
tecnológico nacional, por meio de associações,
agências de
desenvolvimento e governos regional-local.
Intervenção de
Entidades
Regionais
Intervenção de
Entidades Locais
Investimento
Existência de parcerias público-privadas para implantação de infraPrivado/Empresarial estrutura de parques (edificações, acessos etc.)
Arcabouço de Políticas Públicas e Soluções Financeiras para estímulo e
viabilização dos Parques Científicos e Tecnológicos relacionados - Variáveis
Analisadas
a
b
Forte estrutura legislativa e de regulação estabelecidas nacionalmente
para implantação de parques de C&T como elementos de competitividade
Leis e Sistemas
mundial. Leis intimamente integradas ao desenvolvimento e estruturação
Regulatórios
das cidades, criando atrativos para empresas de classe mundial
instalarem-se, e, em alguns casos inclusive, legislação que obriga a
transferência de expertise para o local.
Principalmente dirigidos a novos empreendimentos tecnológicos, porém
outras alternativas contemplam o desenvolvimento de mecanismos e
ambientes de inovação. Existência de linhas específicas voltadas para
Linhas de Fomento Parques de C&T, criando um conjunto de benefícios junto às empresas e
e Financiamento
entidades que se instalam no parque ou em seu entorno, bem como
durante a fase de operação destes empreendimentos. De forma geral,
estes benefícios contemplam desde empréstimos a juros reduzidos até
investimentos a fundo perdido de origem governamental.
152
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
c
d
e
Continuidade de forte investimento em programas educacionais e de
C&T. Na maioria dos casos, foram criados modelos educacionais focados
em C&T que estimulam a transferência de conhecimento entre a indústria
estabelecida e as instituições de ensino locais.
Existência de um conjunto de políticas de incentivos voltadas tanto para a
implantação de parques, como para a instalação de empresas. Este
Políticas de
conjunto de incentivos são fortemente representados por isenção fiscal,
Incentivo Fiscal
redução de taxas alfandegárias (EPEs e Zonas Francas) e condições
ainda mais especiais para empreendimentos instalados nos parques.
Políticas Industriais Política de desenvolvimento nacional focada nos parques, orientada
e de Comércio
fortemente para o comércio exterior, estimulando operações no mercado
Exterior
global.
Programas
Educacionais e/ou
de Apoio à C&T
Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de
criação e implantação dos Parques Tecnológicos
a
b
Programas estruturados de expansão da base de empresas de alta
tecnologia, incentivando a transferência de empresas de classe mundial e
Programas
estimulando a criação de empresas locais por meio do desenvolvimento
Sistêmicos de
de tecnologias aliado à curva de experiência das empresas locais. Atuam
Apoio à criação de
como promotores da inovação tecnológica estimulando a academia para
Empresas
formação de start-ups em mercados de nicho tecnológico e spin-offs
Inovadoras
universitários. (Ex.: "The 21st.Century Research Programme, Third Level
Incubation Programme e Spin-Off Programme).
Sistemas para promoção de parques científicos e tecnológicos com forte
apoio financeiro de governos centrais e regionais, contando com
Programas
parcerias junto a centros universitários e empresas visando a inovação e
Sistêmicos de apoio desenvolvimento regional.
a Parques
Em alguns casos, devido a limitação geográfica encontradas nesses
países, foram estabelecidos programas denominados "Cluster
Tecnológicos
Programmes" locais, originando Parques de Alta Tecnologia que aliam
desenvolvimento ambiental regional em suas atividades de inovação.
Com base na análise geral das informações obtidas nos diversos estudos
consultados, foi possível traçar um desenho do comportamento dos parques
segundo seu enquadramento sugerido, de modo a fazer uma comparação genérica
de seu desenvolvimento ao longo do tempo. A figura a seguir representa de forma
esquemática a performance e relevância das três gerações de parques. Nela, é
possível identificar que o pioneirismo dos parques de primeira geração, fez com que
algumas nações alcançassem o domínio tecnológico de setores estratégicos. Os
parques desta geração
também demonstraram
ao
longo
de
sua
operacionalização uma
notável capacidade de
adaptação às novas
tendências
tecnológicas, fato este
que tem assegurado
sua relevância frente
às demais iniciativas.
Evolução da performance / relevância das três gerações de
parques tecnológicos
Com
relação
aos
parques “seguidores”,
estes foram na esteira
dos
de
primeira
geração, através de
153
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
modelos de replicação. E por seguirem “copiando” as iniciativas anteriores, tiveram
um impacto econômico e tecnológico mais localizado e por vezes até mais limitado.
Já os parques de terceira geração são iniciativas implementadas em países em
desenvolvimento. Na grande maioria dos casos, a implantação desses parques está
fortemente associada a políticas nacionais e regionais de desenvolvimento. As fortes
políticas de incentivos governamentais e de desenvolvimento científico-tecnológico
tem conferido uma destacada performance à estas iniciativas.
A conclusão gerada pela análise dos parques científicos e tecnológicos estrangeiros
fortalece a imagem destes empreendimentos e sua importância para o
desenvolvimento econômico, tecnológico, social e ambiental, e por envolver a
possibilidade de elevação dos padrões tecnológicos, econômicos e sociais tem
despertado não só o interesse, mas a atuação ativa do setor público. Por se tratarem
de empreendimentos que envolvem mobilização significativa de recursos
financeiros, articulação política, criação de rede de geração e transferência de
conhecimento é, sem dúvida, fundamental o apoio e direcionamento por parte não
só dos governos, mas da academia e sociedade civil como demonstrado nas
experiências internacionais.
154
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
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RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
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157
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Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
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158
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
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159
Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
16 ANEXO 2
Página 38
Projeto
Parques Tecnológicos no Brasil
Estudo, Análises e Proposições
Relatório Executivo - Módulo 1
Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e Programas de
apoio bem sucedidos no exterior
Junho de 2007
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
SUMÁRIO
1
2
INTRODUÇÃO ............................................................................................ 6
ASPECTOS CONCEITUAIS E METODOLÓGICOS ................................... 8
2.1
Aspectos Conceituais........................................................................ 8
2.2
Aspectos Metodológicos ................................................................. 10
2.2.1
Elementos
para
caracterização
das
Experiências
de PCTs ................................................................................................. 12
2.2.2
Segmentação do Universo de PCTs ........................................... 17
3 ANÁLISE
DOS PARQUES CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS –
MODELOS E PROGRAMAS
DE APOIO
BEM SUCEDIDOS NO
EXTERIOR ....................................................................................................... 20
3.1
Parques Científicos e Tecnológicos de 1ª Geração ...................... 21
3.1.1
Estados Unidos ........................................................................... 22
3.1.2
Reino Unido ................................................................................ 23
3.1.3
França ......................................................................................... 25
3.1.4
Japão .......................................................................................... 26
3.2
Parques Científicos e Tecnológicos de 2ª Geração ...................... 27
3.2.1
Estados Unidos ........................................................................... 28
3.2.2
Reino Unido ................................................................................ 29
3.2.3
França ......................................................................................... 30
3.2.4
Japão .......................................................................................... 31
3.3
Parques Científicos e Tecnológicos de 3ª Geração ...................... 32
3.3.1
Coréia do Sul .............................................................................. 33
3.3.2
Cingapura ................................................................................... 35
3.3.3
Taiwan ........................................................................................ 36
3.3.4
China .......................................................................................... 37
3.3.5
Índia ............................................................................................ 38
3.3.6
Finlândia ..................................................................................... 39
3.3.7
Irlanda ......................................................................................... 40
3.3.8
Espanha ...................................................................................... 41
4. Considerações Finais ............................................................................. 42
5. Referências ............................................................................................. 49
ANEXO 2
2
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
LISTA DE ABREVIATURAS E ACRÔNIMOS
ABG - Associação Bernard Gregory
AFII - Agence Française pour les Investissements Internationaux
ANIMA – Réseau Euro-Mediterranéen d’ Agence de P
l’Investissement
romotion d e
ANPROTEC - Associação N acional de E ntidades Promotoras de
Empreendimentos Inovadores
ANVAR – Agence Nationale de Valorisation de la Recherche
APTE - Asociación de Parques Científicos y Tecnológicos de España
AUA - Atlantic University Alliance
AURRP - Association of University Related Research Parks
BHT - Bridge High Technology
BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento
BITS - Building on Information Technology Strengths
BMRC - Singapore’s Biomedical Research Council
C&T&I – Ciência, tecnologia e inovação
CDD – Contrat de Travail à Durée Determinée
CDI - Contrat de Travail à Durée Indeterminée
CE – Commission européenne
CEEI - Centres Européens d'Entreprises et d'Innovation
CIR - Crédit d'Impôt Recherche
DERA - Defense Evaluation Research Agency
EBN - European Business and Innovation Network
EBTs – Empresas de Base Tecnológica
FCE - Fonds de Compétitivité des Entreprises
EIF - European Investment Fund
GLOINTECH - Global Integrated Technology
HEA - Higher Education Authority
HESIN - Higher Education Support for Industry in the North
IASP - International Association of Science Park
ANEXO 2
3
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
IDA - Industrial Development Agency
IES – Instituições de Ensino Superior
KTCGF - Korea Technology Credit Guarantee Fund
KTDC - Korea Technology Development Corporation
MaRS - Medical and Related Science Discovery District
MET - Mecanismo Europeu para as Tecnologias
MIT- Massachusetts Institute of Technology
MPEs - Micro e pequenas empresas
OECD - Organization for Economic Co-operation and Development
OMC - Organização Mundial do Comércio
P&D - Pesquisa e Desenvolvimento
PAT - Programa para Tecnologias Avançadas
PCTs - Parques Científicos e Tecnológicos
PqT – Parque Tecnológico
RETIS - Réseau National des Technopoles, Incubateurs et CEEI (Centres
Européens d’Entreprises et d’Innovation) de France
RH – Recursos Humanos
RRIT - Rubber Research Institute of Thailand
RTP - Research Triangle Park
SAEM - Société Anonyme d’Economie Mixte Sophia Antipolis
SBIR - Small Business Innovation Research
STA - Science and Technology Agency - Japan
STPI - Software Tech Park Indian
SV – Silicon Valley
TCS - Teaching Company Scheme
TEMBA - Transnacional Executive MBA
TI - Tecnologia da Informação
TIC – Tecnologia de Informação e de Comunicação
TTOs - Technology Transfer Offices
ANEXO 2
4
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e
a Cultura.
UKSPA - United Kingdom Science Park Association
ANEXO 2
5
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
1 INTRODUÇÃO
As transformações ocorridas no mundo ao longo das últimas décadas do século XX
deixaram a so ciedade di ante de d esafios sociais, p olíticos, eco nômicos e
ambientais extremamente complexos e profundos. Alguns fenômenos nunca antes
experimentados na história da hu manidade c olocaram p aíses, e mpresas e
indivíduos numa posição i nusitada em q ue enor mes ameaças co nvivem co m
fantásticas oportunidades.
Dentre os pr incipais fatores que l evaram a est e momento hi stórico t ão es pecial,
destacam-se:
•
O processo de globalização mundial, que promoveu a integração de países,
economias e pessoas de uma forma avassaladora;
•
A v elocidade d e ac esso à i nformação e conhecimento, v iabilizada pelo
avanço nos processos de comunicação e gestão de bases de dados;
•
A formação de uma nova estrutura econômica global, com o surgimento dos
grandes blocos econômicos, d as economias emergentes e da s megaempresas globais;
•
O crescimento da consciência crítica sócio-ambiental, com o su rgimento de
movimentos, entidades e organismos orientados formalmente para a defesa
do meio ambiente e a redução das desigualdades.
Em m eio a est e t urbilhão de mudanças, u m t ema q ue assu me i mportância ca da
vez m aior t rata da c apacidade/habilidade de s e di ferenciar pr odutos, se rviços,
empresas e p aíses. E m o utras palavras, n um mundo tão co mpetitivo e integrado
todos sofrem do mal de “parecer igual”. Países “referência” têm suas estratégias de
crescimento “copiadas” por outros países. Empresas “vencedoras” são analisadas
cuidadosamente p elos concorrentes. P rodutos e s erviços “de su cesso” g anham
similares nas prateleiras semanas depois de seus lançamentos.
O combustível que mantém esta corrida frenética chama-se inovação. A inovação
tem s e t ornado o foco m undial n estas úl timas décadas. S e al guns anos atrás os
fatores competitivos giravam em torno de mão-de-obra, recursos naturais, redução
de custos e do aumento da produtividade, parece não haver mais dúvida de que o
desafio d o momento é c ontinuará se ndo p or m uito t empo, a q uestão d a
INOVAÇÃO.
O obj etivo dest e t rabalho não é tratar o t ema da i novação de forma pr ofunda e
detalhada. P ara e feito dest e est udo, o esse ncial é co nsiderar q ue a i novação é ,
antes d e mais nada, fruto d e um si stema c omplexo q ue e nvolve a r elação entre
entidades geradoras de co nhecimento ( universidades, ce ntros de P &D, e tc),
empresas (especialmente, mas nã o s omente, aq uelas d edicadas a at ividades
intensivas em c onhecimento), mercados consumidores, atores governamentais e
profissionais talentosos. C omo r esultado de ste si stema, t em-se a i ntrodução d e
forma bem sucedida, de um produto ou serviço novo no mercado.
ANEXO 2
6
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Dentre as diversas estratégias para promoção da inovação, este trabalho dedica-se
a estudar e an alisar o ca so de “ ambientes favoráveis à inovação” constituídos na
forma de Parques Científicos e Tecnológicos (PCTs). Os PCTs começaram a surgir
nos países desenvolvidos a par tir da se gunda m etade do s éculo X X e se
espalharam de forma significativa ao redor do mundo até atingir o patamar atual de
cerca de 1.500 empreendimentos.
Este trabalho é p arte de um projeto que visa gerar uma base de conhecimento na
forma de E studos, Análises e P roposições, c apaz de p ermitir um a m elhor
compreensão sobre a questão dos Parques Tecnológicos no Brasil e a co nstrução
de u m ar cabouço l egal, financeiro e de políticas públicas que assegurem um
correto direcionamento deste segmento estratégico para o país.
A pr esente e tapa do est udo co nstitui-se no d esenvolvimento d e u ma pesquisa
técnica e nvolvendo um l evantamento si stêmico e u ma a nálise consistente d os
principais casos bem su cedidos de P arques Tecnológicos mundiais, eng lobando:
países da Europa, Ásia e os Estados Unidos.
A pesquisa busca contemplar, dentre outras questões, os seguintes temas:
•
Conceitos e modelos de parques tecnológicos bem sucedidos;
•
Estratégias de implantação destes parques tecnológicos;
•
Papel estratégico dos parques tecnológicos em relação à economia do
país como um todo e ao desenvolvimento de uma determinada região
e/ou setor empresarial;
•
Arcabouço de políticas públicas e soluções financeiras para estímulo e
viabilização dos parques tecnológicos;
•
Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao
processo de criação e implantação dos parques tecnológicos.
Considerando as diversas iniciativas de cr iação e d esenvolvimento d e par ques
científicos e t ecnológicos no m undo, e
a cr escente i mplantação d estes
mecanismos no B rasil, per cebe-se q ue est e t ipo de e mpreendimento i mpõe a o
poder públ ico, u m po sicionamento co ncreto e obj etivo dev ido à sua i mportância
estratégica par a o d esenvolvimento do p aís e da al ta co mplexidade par a a
implantação destes ambientes. A reflexão sobre as experiências mundiais, passa a
ser um a ferramenta ex tremamente r ica, f ornecendo su bsídios para um
planejamento consistente por parte da sociedade, com destaque para o governo.
O Estudo não se propõe ser exaustivo e definitivo, uma vez que a análise de todo o
universo tornar-se-ia redundante e desnecessária para a consecução dos objetivos
propostos. M ais do q ue i sso, a proposta é estabelecer u ma si stemática flexível e
abrangente par a p ermanente at ualização e
aperfeiçoamento da base
d e
conhecimentos gerada.
ANEXO 2
7
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
2 ASPECTOS CONCEITUAIS E METODOLÓGICOS
2.1 Aspectos Conceituais
As novas demandas dos mercados e a a cirrada co mpetição e mpresarial, b em
como o desafio do cr escimento su stentável das regiões e t erritórios imputam a os
empresários e g overnos a n ecessidade de es tabelecer novos paradigmas e
políticas públicas de promoção da inovação.
A experiência internacional mostra que estes “ambientes favoráveis à inovação” se
tangibilizam em mecanismos como parques científicos e tecnológicos, incubadoras
de e mpresas, pólos e t ecnópoles, q ue p ermitem est abelecer r elações
extremamente v antajosas para as empresas, co m u m pr ocesso co nstante de
revitalização tecnológica e conseqüente aumento da competitividade.
Quando se o bserva al guns casos internacionais, esp ecialmente dos parques
científicos e tecnológicos, estes, têm impactado positivamente no desenvolvimento
das regiões onde estão instalados. Considerados empreendimentos com base em
áreas físicas delimitadas ou di sseminadas nas cidades e r egiões, ond e a s
empresas inovadoras ou i ntensivas em conhecimento est ão localizadas, o s
parques científicos e tecnológicos se caracterizam como componentes de políticas
públicas para i ncentivo à i
novação, c ontribuindo para o au mento da
competitividade d e empresas regionais ou e m su a ár ea de i nfluência.
Principalmente quando associados a mecanismos de incubação de empresas, são
também i mpulsionadores da cr iação d e e mpresas inovadoras, i ntensivas em
conhecimento e novas tecnologias, "spin-offs" de instituições de pesquisa e ensino
ou de empresas consolidadas.
Antes de i niciar a análise dos par ques científicos e tecnológicos ao r edor do
mundo, é i mportante est abelecer al guns referenciais conceituais que per mitam
compreender de maneira uniforme as diversas experiências mundiais.
Para t anto, apr esenta-se abai xo di versas definições e co nceituações propostas
pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a E ducação, a C iência e a
Cultura) e IASP (International Association of Science Parks).
O que é um parque científico e tecnológico (conforme UNESCO e IASP)
Parques científicos e tecnológicos são complexos de desenvolvimento econômico
e tecnológico que visam fomentar economias baseadas no conhecimento por meio
da i ntegração da pesq uisa ci entífico-tecnológica, negócios/empresas e
organizações governamentais em um l ocal físico, e do su porte à s inter-relações
entre estes grupos. A lém de pr over e spaço para negócios baseados e m
conhecimento, P CTs pode m a brigar centros para pesq uisa ci entífica,
desenvolvimento t ecnológico, i novação e i ncubação, t reinamento, pr ospecção,
como t ambém i nfra-estrutura par a f eiras, ex posições e desenvolvimento
mercadológico. Eles são formalmente ligados (e usualmente fisicamente próximos)
a centros de ex celência tecnológica, uni versidades e/ou c entros de pesq uisa.
(UNESCO)
ANEXO 2
8
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
As metas típicas de um parque científico e tecnológico são (conforme
UNESCO e IASP):
•
Promover a P&D por meio da universidade em parceria com a indústria;
•
Apoiar o cr escimento de nov os negócios e ag regar valor a
maduras;
•
Promover o desenvolvimento eco nômico e a competitividade de r egiões e
cidades;
•
Facilitar a cr iação e cr escimento de e mpresas baseadas na i novação,
fomentar o empreendedorismo e a incubação de start-ups;
•
Estimular e g erenciar o f luxo de conhecimento e t ecnologia entre as
universidades, instituições de P&D, empresas e mercado;
•
Prover um am biente onde em presas baseadas em co nhecimento po dem
desenvolver i nterações/sinergias com ce ntros de co nhecimento vi sando
benefícios mútuos;
•
Construir espaços atraentes para “profissionais do conhecimento”.
empresas
Condições pelas quais os parques científicos e tecnológicos podem assumir
um papel de centros de excelência da Sociedade do Conhecimento
(UNESCO):
•
Conhecimento e i nformação s ão c onsiderados recursos no pr ocesso d e
produção, j untamente co m c apital, t rabalho, r ecursos naturais, i nfraestrutura na determinação do crescimento econômico;
•
O uso do co nhecimento par a i novar não é so mente um d eterminante de
riqueza, é t ambém a base da v antagem co mpetitiva. P CTs t ambém
participam na i novação, d esenvolvimento de nov as idéias, apl icação de
novas tecnologias, m anufatura d e nov os produtos e en trega de nov os
serviços;
•
PCTs trazem co m eles formidáveis desafios com i mplicações para
empresas, i ndivíduos, i nstituições educacionais e g overnos. E stes desafios
podem ocorrer e m di versos aspectos tais como est rutura or ganizacional,
gestão, emprego, investimento, treinamento, políticas e regulações;
•
PCTs consideram o s recursos humanos como fonte esse ncial de
desenvolvimento, simplesmente por que o c onhecimento es tá i nserido nas
pessoas e seres humanos são os criadores de conhecimento.
Princípios e práticas típicos em PCTs:
PCTs provêem a os empreendimentos “hard business services (infra-estrutura
física, t elecomunicação, t ransporte, r ecursos humanos e a mbiente f avorável par a
habitação)” e “soft business services”, dentre os quais se destacam:
ANEXO 2
9
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
•
Transferência de t ecnologia de universidades ou c entros de pes quisa par a
empresas inovadoras;
•
Incubação de neg ócios baseados em c onhecimento, oferecendo ao s
empreendedores expertise em gestão, acesso a financiamento, network de
negócios e ferramentas necessárias para o sucesso do empreendimento;
•
Suporte l egal em i ncorporação d e ne gócios, t ributação, l egislação
trabalhista, propriedade intelectual, etc.;
•
Incentivos financeiros e fiscais para atrair empresas inovadoras;
•
Desburocratização para acelerar processos administrativos, fiscais e legais;
Baseando-se n estas definições e diretrizes, é p ossível dest acar al gumas das
principais funções dos parques científicos e tecnológicos:
•
Ambientes que i ntegram ac ademia e se tor empresarial – mecanismos que
permitem uma efetiva aproximação das empresas com os centros geradores
de conhecimento;
•
Espaços co m i nfra-estrutura e s
erviços profissionais – ambientes
profissionais dotados das
condições necessárias para pe rmitir o
desenvolvimento de empreendimentos;
•
Clusters de Inovação, diferenciados e competitivos – ambientes de inovação
que r eúnem e mpresas capazes de formar ag lomerados co mpetitivos e
inovadores;
•
Projetos direcionadores do desenvolvimento urbano – empreendimentos que
contribuem p ara o pl anejamento e or ientação do cr escimento ur bano e
regional, integrando outros projetos estruturantes;
•
Referências de desenvolvimento sustentável econômico, social, ambiental e
tecnológico – símbolos de iniciativas capazes de responder aos desafios do
desenvolvimento r egional v ocacionado co m escala r elevante para at ender
às demandas de geração de emprego e renda.
Em r esumo, os parques científicos e t ecnológicos podem se c onsolidar, d e fato,
como g randes plataformas para pr omoção do d esenvolvimento de r egiões e
setores, estabelecendo oportunidades diferenciadas para o di recionamento do
processo de crescimento.
2.2 Aspectos Metodológicos
A anál ise dos modelos e pr ogramas relacionados a P CTs bem su cedidos no
exterior é um t ema co mplexo em função da diversidade e q uantidade d e
empreendimentos espalhados pelo mundo.
Em geral, este tipo de análise adota duas abordagens alternativas:
ANEXO 2
10
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
•
Análise d e ca sos pontuais de P CTs – que co nsiste no estudo de P CTs
específicos, visando i dentificar f atores de sucesso e/ou f racasso que
possam se r c onsiderados relevantes para um a ev entual ex trapolação no
contexto de uma amostra ou, eventualmente, do universo de PCTs. Este tipo
de abor dagem g era r esultados ricos em i nformações especializadas e
detalhadas, mas normalmente é deficiente par a oferecer u ma v isão
representativa e fidedigna do contexto geral.
•
Análise de segmentos/amostras do universo – que consiste na definição de
um conjunto de parques que guardam algum tipo de afinidade baseada em
fatores territoriais (região, paí s ou co ntinente) ou se toriais (área d e
conhecimento). Este tipo de an álise oferece uma visão mais representativa
do contexto geral, mas geralmente é deficiente na identificação de fatores e
elementos específicos das experiências dos parques que podem se r
relevantes para estudos como o que está se desenvolvendo aqui.
Considerando estes aspectos mencionados, a ab ordagem adotada neste trabalho
procurou i ntegrar est as duas perspectivas visando obt er um a v isão abr angente e
significativa dos PCTs no m undo e, ao mesmo t empo, i dentificar ca racterísticas
específicas que contribuam para a r eflexão e definição de estratégias válidas para
o caso brasileiro.
Para at ingir est e obj etivo, r ealizou-se um est udo t écnico acerca das diversas
abordagens metodológicas aplicadas no co ntexto d e est udos acadêmicos,
pesquisas/surveys realizadas por ór gãos e ent idades internacionais, a fim d e
identificar cr itérios e v ariáveis de anál ise, e stratégias de pesq uisa e m odelos de
segmentação e est ruturação d o uni verso de anál ise. E ste t rabalho co ntemplou
estudos realizados no contexto da IASP, APTE, UKSPA, AURP, UNESCO, Órgãos
de Governos Federais (EUA, França, Austrália, Malásia, etc.), entre outros.
Este levantamento gerou um conjunto de subsídios que resultou na estruturação de
uma “Matriz para levantamento de informações sobre PCTs no mundo”, constituída
por dois eixos básicos:
•
Elementos para caracterização da experiência de PCTs – contempla as
diversas variáveis importantes para q ue s e co mpreenda d e forma mais
profunda e esp ecífica a ex periência e a r ealidade d os PCTs numa
determinada r egião ou co ntexto. E stas variáveis estão di vididas em 5
Grandes Grupos:
o Elementos que co nstituem os conceitos e modelos de par ques
científicos e tecnológicos bem sucedidos;
o Papel estratégico dos parques científicos e tecnológicos em relação à
economia do p aís como u m t odo e ao d esenvolvimento d e u ma
determinada região e/ou setor empresarial;
o Estratégias de Implantação destes Parques Tecnológicos;
o Arcabouço d e P olíticas Públicas e S oluções Financeiras para
estímulo e viabilização dos parques científicos e tecnológicos;
ANEXO 2
11
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
o Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao
processo d e cr iação e i mplantação d os par ques científicos e
tecnológicos;
•
Segmentação de PCTs – consiste na estratégia adotada para estruturar o
universo de P CTs a serem a nalisados. O ptou-se por u ma se gmentação
dividindo inicialmente as experiências de PCTs ao redor do mundo em três
grupos, segundo suas características e funções no contexto histórico. Cada
um d estes três segmentos constituem o q ue pass ou a se d enominar d e
“Gerações de P CTs” e q ue, por su a vez, co ntemplam u m g rupo de países
representativos do período em questão:
o 1ª Geração de P CTs – contemplando E UA, F rança, R eino U nido e
Japão;
o 2ª Geração de P CTs – contemplando E UA, F rança, R eino U nido e
Japão;
o 3ª Geração de P CTs – contemplando Espanha, F inlândia, I rlanda,
Coréia do Sul, Singapura, Taiwan, China e Índia.
A par tir d esta definição, c ujo r esultado m acro é a m atriz de l evantamento de
informações sobre PCTs (figura 1), foi possível iniciar o pr ocesso de i dentificação
das “idéias força” que caracterizam a experiência de PCTs ao redor do mundo. Na
seqüência cada um d estes grandes eixos que est ruturam a m atriz passa a se r
detalhado de forma mais profunda.
Figura 1 – Matriz de informações dos PCTs no mundo
2.2.1 Elementos para caracterização das Experiências de PCTs
A experiência dos PCTs ao redor do mundo apresenta uma enorme diversidade de
tipologias e m odelos, em f unção das características do si stema de ci ência e
tecnologia do país, do tipo de setor empresarial atendido e dos programas de apoio
a PCTs disponíveis.
ANEXO 2
12
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Com o obj etivo de am pliar e apr ofundar a anál ise des tas experiências foram
estabelecidos os principais elementos de análise deste universo, focando em cinco
grandes grupos de variáveis:
I. Perfil dos
principais par ques tecnológicos do exterior, en focando a
configuração, r elações co m de mais atores locais e naci onais, i nfra-estrutura
física, ocupação territorial, entre outros;
II. Estratégias de implantação destes parques tecnológicos, se local, regional ou
nacional, o bservando-se o p apel dos diversos atores na de finição d estas
estratégias;
III. Papel estratégico dest es parques em r elação à ec onomia do p aís como u m
todo e a o dese nvolvimento de u ma d eterminada r egião e/ ou se tor
empresarial, a fim d e ev idenciar a r elevância d o e mpreendimento e o
conseqüente retorno dos investimentos aplicados;
IV. Políticas públicas para est ímulo e v iabilização de par ques científicos e
tecnológicos e m odelos alternativos de f inanciamento, c ontemplando
investimentos de g overno, v enture ca pital, ang el f inance, l easing, eq uity
capital, financiamentos tradicionais ou outros tipos de fundos;
V. Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de
criação e implantação dos parques tecnológicos, especialmente no que tange
à i nfra-estrutura, su porte às empresas, pr ogramas mobilizadores de apoi o à
C&T, etc.
Estes grupos de v ariáveis foram de finidos a partir do est udo e anál ise d as
experiências e práticas mundiais com foco nos continentes americano, europeu e
asiático, concentrando-se em países que alcançaram significativos resultados com
PCTs. A s informações l evantadas pelo estudo, q ue n ão objetivou se r exaustivo e
definitivo, co nfiguraram-se numa bas e i nicial de co nhecimento q ue permite
identificar alguns dos fatores chave de sucesso nas diversas iniciativas mundiais.
Para fins de an álise, de finiu-se u m co njunto de v ariáveis, que possi bilitassem
identificar e ca racterizar os diferenciais dos parques de maior des taque
implantados nos três continentes, r elacionando principalmente os f atores q ue o s
tornaram modelos de referência e sucesso.
Essas variáveis identificadas foram agrupadas da seguinte forma:
I. Conceitos e modelos de parques tecnológicos bem sucedidos - Este
conjunto de v ariáveis foi d efinido co m ba se no modelo des envolvido no
contexto d a I ASP, d enominado de “ Estrategigrama” ( Sanz, 2006) , cu ja
importância est á n a i dentificação d e elementos bási cos n a criação d e
parques, os
quais possibilitaram uma v isão estratégica sistêmica e
comparativa. O modelo foi adaptado e expandido a partir do estudo de outros
modelos de an álise, chegando-se a u ma configuração c onforme descr ito
abaixo:
o A relação dos parques com centros promotores de
conhecimento de qualidade - identificação do grau de relação (forte,
ANEXO 2
13
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
médio ou fraco) q ue envolve uni versidades e i nstitutos de pesq uisa
com estes ambientes de inovação. Entre as três gerações de parques
científicos e tecnológicos identificados, destaca-se a necessidade de
se est abelecer a forma co mo o m eio ac adêmico a tuou frente a
promoção da i novação ( se at uando at ivamente na es truturação de
parques científicos e t ecnológicos, se r eagindo às alterações e
evoluções do t ecido e mpresarial ou se
ndo instrumento d o
fortalecimento tecnológico regional através de ações públicas);
o Posição das empresas do parque no fluxo tecnológico - análise
em termos de setores de ponta e/ou setores "seguidores", de modo a
identificar q uais os setores tecnológicos alavancados pelo par que
e/ou q uais setores tecnológicos permitiram a co nsolidação d e
mecanismos de inovação;
o O grau de especialização dos parques - se generalista ou
especialista, i dentificando o foco de a tuação, a r elação co m o utras
instituições, principalmente universidades e centros de P&D, a forma
como se definiu a especialização d e u m p arque, se em v irtude de
demandas regionais ou de i dentificação d e se tores portadores d e
futuro;
o Tipo de empresa instalada - se spin-off universitária, em presa
consolidada ( que possibilita através de fenômeno denominado “spillover”, o dese nvolvimento de tecido e mpresarial de entorno, c om
interação ent re g randes empresas e fornecedoras) ou start-up
empresarial. A análise foca principalmente a estratégia desenvolvida
na implantação das empresas, e os motivos que direcionaram futuras
ações;
o O mercado foco (local, regional e internacional) - diagnóstico
alicerçado pr incipalmente na ca pacidade q ue os p arques
tecnológicos, de ca da um a das três gerações, t iveram de co ntribuir
para o d esenvolvimento n acional, al iado ao m omento e m q ue ca da
geração se fez surgir;
o Nível de integração à malha urbana - apontando se o par que está
integrado ao t ecido ur bano, ou se est á i nstalado e m l ocal se parado
distante dos
centros urbanos, d emonstrando t ambém u ma
capacidade d e or ganização dos
m eios
promotores
do
desenvolvimento;
o Disponibilidade de espaço e infra-estrutura bem ou pouco
definidos - bem como a qualidade destes espaços e infra-estruturas,
que atuam muitas vezes como fatores determinantes do sucesso de
empreendimentos tecnológicos;
o O portifólio de serviços oferecido às EBTs - se existe, se é cl aro,
bem como se estes serviços são de q ualidade, além de identificar o
grau de formalidade ou i nformalidade do par que e m r elação a s
empresas;
ANEXO 2
14
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
o O nível de trabalho em rede - se ex istente, s e oc orre d e forma
estratégica ou oca sional, per mitindo i dentificar est ruturas e si stemas
sinérgicos que est ejam c ontribuindo par a a
alavancagem de
negócios;
o Modelos de gestão - se existem formalmente, identificando possíveis
modelos jurídico-institucionais, e v
antagens relacionadas aos
mesmos, ou s e no c aso d e m odelo d e g estão i nformal, co mo o
mercado acaba funcionando como balizador.
II. Papel estratégico dos parques científicos e tecnológicos em relação à
economia do país como um todo e/ou ao desenvolvimento de uma
determinada região e/ou setor empresarial - esse co njunto de variáveis é
extremamente importante para avaliar o papel do parque no seu setor, região
ou país de modo a garantir que seja um projeto impactante de:
o Relevância estratégica nacional – No ca so de Parques que foram
concebidos e implantados como elementos chave de u ma estratégia
nacional de desenvolvimento;
o Relevância
estratégica
regional
–
contemplando os
empreendimentos criados com o pr opósito d e pr omover o
desenvolvimento de um estado ou região específica;
o Relevância Estratégica setorial – abrangendo os
projetos
concebidos para se rvir de pl ataforma par a dese nvolvimento, t este e
disseminação de inovações e referências para determinado segmento
empresarial ou técnico;
o Relevância estratégica local – que env olve os PCTs focados na
promoção d o des envolvimento/crescimento de u ma d eterminada
localidade/cidade.
III. Estratégias de implantação destes parques tecnológicos – esta v ariável
busca evidenciar o m ecanismo bási co d e cr iação e i mplantação do um P CT
no q ue se r efere a o pa pel c entral desempenhado p ela principal en tidade
empreendedora, analisando alternativas como:
o Geração espontânea – contemplando P CTs que surgiram de forma
não pl anejada, em f unção de f atores diversos que variam de
universidades fortes, vocação empresarial e infra-estrutura adequada;
o Iniciativa acadêmica – PCTs gerados formalmente a par tir de
universidades, c om fins de pr omoção da i nteração u niversidade
empresa, est ímulo a at ração de e mpresas e v alorização do
patrimônio da universidade;
o Intervenção estatal /nacional – PCTs resultantes de uma estratégia
liderada pelo poder público na forma de um investimento estruturante,
definição de políticas agressivas de incentivo, etc.,
ANEXO 2
15
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
o Intervenção de entidades regionais – PCTs concebidos e
implementados por ór gãos e ent idades ligadas ao g overno
estadual/provincial, v isando pr omover o d esenvolvimento de u ma
região que envolve diversas localidades/cidades;
o Intervenção de entidades locais – PCTs estruturados por órgãos ou
entidades
municipais
(cidades), v isando cl aramente o
desenvolvimento local a par tir da ar ticulação das forças empresariais
e acadêmicas existentes;
o Investimento privado/empresarial – PCTs concebidos e
implementados
como n egócios
privados
liderados
por
empreendedores de se gmentos empresariais ligados ao se tor
imobiliário, tecnológico e comercial.
IV. Arcabouço de políticas públicas e soluções financeiras – Este g rupo de
variáveis contempla os diversos tipos de instrumentos legais e financeiros de
estímulo à i mplantação d e P CTs e ao des envolvimento d as empresas neste
tipo de ambiente de inovação:
o Leis e sistemas regulatórios – Leis de regulamentação do Sistema
de C &T&I d e u m pa ís ou r egião, Lei s que est abelecem P lanos
Nacionais ou R egionais de D esenvolvimento, et c. E xemplo B rasil –
Lei de Inovação.
o Linhas de fomento e financiamento – Instrumentos públicos d e
apoio direto à i novação, pesquisa e desenvolvimento no contexto de
universidades, PCTs e, pr incipalmente, das empresas. E xemplo
Brasil – Fundos Setoriais, Subvenção Econômica.
o Programas educacionais e/ou de apoio à C&T – Estratégias,
modelos e ações objetivas de promoção da educação voltada para o
empreendedorismo & i novação e d as atividades de p esquisa
científica e desenvolvimento tecnológico. Exemplo Brasil – Programas
de pós-graduação e de apoio à P&D.
o Políticas de incentivo fiscal – Leis, pr ogramas, pr ojetos e
modalidades de i ncentivo f iscal ( tributário), co m v istas à est imular
atração de e mpresas e o desenvolvimento de a tividades de C &T&I.
Exemplo Brasil – Lei de Informática e Lei do Bem.
o Políticas industriais e de comércio exterior – Leis, pr ogramas,
projetos e modalidades de i ncentivo e a poio ao d esenvolvimento de
determinados setores industriais e a pr omoção do comércio exterior.
Exemplo Brasil – PITCE.
V. Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao
processo de criação e implantação dos Parques Tecnológicos – neste
grupo de v ariáveis estão contempladas as iniciativas de promoção e su porte
ANEXO 2
16
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
direto às atividades específicas de i mplantação de P CTs e d e apoi o às
empresas instaladas nesses ambientes.
o Programas sistêmicos de apoio à criação e atração de empresas
inovadoras – estes pr ogramas env olvem os i nstrumentos e
programas de fomento e financiamento direto ao processo de criação
de novas empresas ou à atração de empresas para o PCT;
o Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos envolvendo linhas de fomento e financiamento, programas prioritários
para articulação d e at ores p úblicos, projetos de g eração de
conhecimento e mobilização da so ciedade e ou tras iniciativas
diretamente v oltadas para o apoi o às atividades de pl anejamento,
desenvolvimento e implantação de PCTs.
Como j á foi mencionado anteriormente, n ão se pr etende c onsiderar q ue este
conjunto de variáveis aqui apresentadas seja definitivo, pelo contrário, o objetivo é
propor u m m odelo si stêmico q ue se ja revisado, aper feiçoado e ag regado
permanentemente a fim de assegurar o conceito dinâmico e flexível da abordagem
metodológica.
2.2.2 Segmentação do Universo de PCTs
Estudos anteriormente r ealizados nesta área de P CTs revelam q ue não bas ta
estabelecer um conjunto de variáveis de análise consistente e abrangentes para se
obter um r esultado r epresentativo e v erdadeiramente útil. A s egmentação d o
universo de análise também é essencial para atingir este objetivo.
No caso em questão, a segmentação do universo de PCTs poderia adotar diversos
tipos de abordagem:
•
Segmentação por país – adotando a abor dagem em inentemente
geopolítica;
•
Segmentação por área de atuação – mais focada na vertente tecnológica
escolhida pelo PCT;
•
Segmentação pela Natureza da Origem do PCT – vinculada à ent idade
que criou o PCT (ex. PCT criados por Universidades, por ações de governo,
etc);
•
Segmentação pelo Porte do Empreendimento – associada ao volume de
investimentos, quantidade de empresas, volume de receitas, etc.
Após a análise das diversas alternativas e do processo histórico de evolução dos
PCTs, o ptou-se por adot ar u ma se gmentação q ue al ia o f ator g eopolítico
(segmentação por país) ao fator “momento histórico”. A segmentação por países é
importante par a q ue se r espeite os aspectos culturais, p olíticos, eco nômicos,
sociais e aca dêmicos q ue i nfluenciam o p rocesso d e des envolvimento d e u ma
política de apoi o a P CTs. P or o utro l ado, a av aliação dos casos e est udos de
PCTs, permite c oncluir de forma cl ara que ex istem “ momentos históricos”
diferentes ao longo do processo de ev olução dos PCTs ao longo da hi stória e ao
ANEXO 2
17
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
redor do mundo. E stes “momentos históricos” f oram de nominados, p ara e feito
deste trabalho, de “Gerações de PCTs” e serviram como base para o processo de
segmentação da experiência de P CTs no mundo. Cada uma destas Gerações de
PCTs, por sua vez, pode ser desdobrada em função do fator geopolítico a fim de se
concentrar n os países mais representativos daquele determinado momento
histórico.
A ca racterização d esta ab ordagem de
encaminhamento:
segmentação ch egou ao se
guinte
•
1ª Geração – “Parques Pioneiros” - criados de forma es pontânea/natural,
para promover o apoio à criação de EBTs e a transferência de tecnologias, a
partir de universidades fortes e dinâmicas. É possível identificar claramente
condições favoráveis à inovação e des envolvimento empresarial tais como:
vocação regional, disponibilidade de r ecursos humanos e financeiros, infraestrutura favorável, et c. D e m odo g eral, t iveram ap oio e/ ou su porte est atal
não sistêmico/estruturado e alcançaram alto grau de r elevância estratégica.
As iniciativas dos pa rques pioneiros, o u d e 1ª g eração, per mitiram q ue
nações/regiões pudessem assumir uma posição competitiva privilegiada no
desenvolvimento tecnológico mundial. A partir dos modelos de sucesso dos
parques pioneiros, o utras iniciativas passaram a se r i mplementadas,
agregando a si stematização dos parques pioneiros, porém ess es par ques
considerados seguidores ou de 2ª geração não alcançaram o mesmo nível
de sucesso dos primeiros.
•
2ª Geração – “Parques Seguidores” - criados de forma planejada, formal e
estruturada, p ara " seguir" os passos de um a " tendência e/ ou ca so de
sucesso". N esta ca tegoria, foi possível i dentificar d ois grandes g rupos: ( a)
aqueles que se desenvolveram a par tir de u ma forte r elação co m
universidades e (b) aqueles que se desenvolveram a partir de uma demanda
local co m u ma r elação ( média) co m
uma u niversidade.
Quase s empre, t odos esse s casos tiveram ap oio e s uporte s istemático
estatal (nacional, regional ou local) e v isavam, essencialmente, promover o
processo d e i nteração uni versidade-empresa, est imular um pr ocesso d e
“valorização” ( financeira ou i nstitucional) d e ár eas ligadas aos campi d e
universidades e criar espaços para implantação de empresas inovadoras no
contexto de uma d eterminada r egião c om p retensão d e s e t ornar um pól o
tecnológico e em presarial. P or out ro l ado, os resultados se di videm num
espectro que varia de um desempenho bom, chegado ao mediano e fraco.
Este t ipo de P CT co nstitui a essê ncia de um v erdadeiro “ boom” q ue se
espalhou p elos EUA e out ros países da E uropa, a o l ongo das décadas de
70 a 90.
•
A 3ª geração de parques, d enominada “ Parques Estruturantes”, b eneficiose do aprendizado acumulado das experiências desses parques de 1ª e 2ª
geração, e t em si do r esponsável pel o cr escimento t ecnológico d e paí ses
emergentes. C riados como fruto de u ma pol ítica r egional ou naci onal e
orientados para pr omover um pr ocesso de dese nvolvimento só cioeconômico extremamente i mpactante, co ntaram co m a poio e i nvestimento
estatal forte, mas são extremamente orientados para o mercado globalizado.
ANEXO 2
18
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Em g eral, est ão i ntegrados a o utras pol íticas e est ratégias de
desenvolvimento ur bano, r egional e a mbiental. E stes tipos de par ques são
influenciados por fatores contemporâneos, tais como: a maior facilidade de
acesso ao conhecimento, o aprendizado com experiências/erros/acertos do
passado e pel a nec essidade de velocidade de desenvolvimento m otivada
pela globalização.
A figura 2 apresenta o resultado de um estudo realizado pela IASP acerca da taxa
de crescimento dos
PCTs ao r edor do
mundo a o l ongo das
últimas décadas:
Figura 2 – Taxa (%) de
crescimento de Parques
Científicos e Tecnológicos
ANEXO 2
19
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3 ANÁLISE
DOS
PARQUES
CIENTÍFICOS
E
TECNOLÓGICOS - MODELOS E PROGRAMAS DE
APOIO BEM SUCEDIDOS NO EXTERIOR
A ex periência pi oneira e de m aior su cesso no q ue di z r espeito a par ques
tecnológicos está ass ociada àq uela q ue ai nda h oje é considerada a r egião m ais
inovadora e dinâmica do mundo, conhecida com Vale do Silício ou Silicon Valley. O
Vale d o S ilício or iginou-se d o e norme pot encial ci entífico, t ecnológico e
empreendedor concentrado nesta região da Califórnia em torno da Universidade de
Stanford. O primeiro m ovimento, ai nda da década de 50, que di recionou este
processo de evolução da região foi a criação do Stanford Research Park, em torno
do campus da U niversidade, q ue ace lerou o pr ocesso de ar ticulação, i nteração e
dinamização das atividades empresariais inovadoras na região.
Com base ni sto, o utras regiões começaram a i nvestir em mecanismos de
desenvolvimento e/ou ambientes de inovação, como os parques tecnológicos, cada
qual co m c aracterísticas próprias. A pl uralidade de i niciativas geradas possibilita
hoje, que seja realizada uma análise sobre as alternativas de modelos de parques
científicos e t ecnológicos e de pr ogramas bem su cedidos de apoi o a ess es
parques, resultando em maior possibilidade de sucesso na adoção de u m modelo
ou de um programa para o Brasil.
A par tir do s ucesso d o V ale do S ilício, os PCTs passaram a s er co nhecidos fora
dos vales californianos, at é o pon to da r eprodução do fenômeno, ou pr oduto, d e
acordo com o ciclo Schumpeteriano, que aponta para a replicabilidade e adoção de
produtos ou pr ocessos de su cesso p or co ncorrentes, g erando um i ncremento n a
exploração da inovação e partindo o mercado para novas alternativas. Para que as
demais iniciativas pudessem ser bem su cedidas, t ornou-se necessário adap tá-las
as realidades de cada região de ent orno, gerando com isto processos específicos
múltiplos.
As informações analisadas em cada conjunto de variáveis permitiram organizar no
capítulo 3 u ma est rutura c omparativa en tre paí ses, on de sã o resumidos as
características mais marcantes de cada co njunto de PCTs por paí s e por
posicionamento co nforme a g eração d os parques. O ca pítulo 4 extrai as
considerações mais importantes da análise, de modo a co ndensar as informações
de cada conjunto de variáveis por geração de parques, permitindo destacar “idéiasforça” de cada conjunto, fundamentando a base inicial de conhecimento necessária
para o processo de reflexão que se seguirá.
ANEXO 2
20
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.1 Parques Científicos e Tecnológicos de 1ª Geração
São os chamados “Parques Pioneiros”, nasceram de forma espontânea ou natural,
para pr omover o apoi o à cr iação d e E BTs ( empresas de b ase t ecnológica) e a
transferência de t ecnologias de ce ntros geradores de co nhecimento, a p artir de
universidades muito fortes e dinâmicas. D e m odo g eral, r eceberam apoio o u
suporte estatal não sistêmico e alcançaram alto grau de relevância estratégica.
Os parques científicos e tecnológicos analisados neste grupo estão localizados nos
Estados Unidos, Reino Unido, França e Japão e de forma temporal iniciaram suas
atividades entre os anos 50 e 80.
Stanford Research Park – Silicon Valley
ANEXO 2
21
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.1.1 Estados Unidos
Os parques científicos e t ecnológicos abordados neste estudo tiveram sua or igem nas
experiências pioneiras surgidas durante a dé cada de 50 nos Estados Unidos: Rota 128
(Massachusetts), Vale do Silício (Califórnia) e R esearch Triangle Park – RTP (Carolina do
Norte). E stes t rês ca sos, ca racterizados como parques científicos e tecnológicos de 1 ª
geração, assumiram um papel ativo no pioneirismo tecnológico americano, conduzindo o
país à posi ção de epi centro de di versas ondas da i novação t ecnológica em á reas
estratégicas como a de semicondutores, computadores, microeletrônica, biotecnologia,
tecnologia da informação e t ambém e -commerce. Estes parques tornaram-se m odelos
bem sucedidos e referências tanto para outras iniciativas nos EUA, como para demais
países do m undo. Além de t erem se dese nvolvido por “geração esp ontânea” promovida
pela demanda nacional por avanço tecnológico, contaram com uma alavancagem via
financiamento f acilitado (capital d e r isco, capital se mente, e tc.). O su cesso dest es
empreendimentos pode ser quantificado, destacando que hoje o Research Triangle Park –
RTP co ngrega apr oximadamente 130 empresas e/ ou or ganizações que g eram cerca de
40.000 empregos, enquanto o Vale do Silício fomentou o surgimento de grandes empresas
como Cisco System, Hewlett-Packard, Google, Yahoo, Java e Nestscape, entre outras.
Principais características da experiência americana
A ca racterística m ais relevante da ex periência am ericana é a cultura em preendedora
voltada para o negócio dentro da academia. Isto se evidencia quando se observa o
nascimento das empresas de base t ecnológica de cl asse mundial a par tir da s
universidades e i nstitutos tecnológicos (Stanford U niversity, U niversity of C alifórnia at
Berkeley, U niversity of N orth C arolina, N orth C aroline S tate U niversity, H arvard e
Massachusetts Institute o f Technology. Os fundadores e em preendedores eram
pesquisadores e alunos destas instituições. Outra característica relevante, que certamente
fez a diferença no sucesso das empresas e posteriormente na consolidação dos clusters
de i novação, f oi o el emento capital, cu ja facilidade de ace sso por meio de l inhas de
fomento a pe quenas empresas ( já na déca da de 50) e pos teriormente out ras linhas de
fomento, ca pital se mente e ca pital d e r isco ( a partir da déca da de 70 ), p ossibilitaram o
desenvolvimento r ápido das empresas dentro dest es m ecanismos. Deste m odo, a
experiência am ericana de par ques de pr imeira g eração teve um i mportante papel e
relevância estratégica no desenvolvimento de determinadas regiões e setores tecnológicos
de ponta, como a indústria de semicondutores, de computadores, de biotecnologia e
tecnologia da informação, também fortemente induzida pelo momento histórico (guerra fria)
onde o papel do g overno na i ndução e fomento ao dese nvolvimento t ecnológico foi
fundamental.
Aspectos relevantes para a experiência brasileira
O Brasil vive um momento histórico diferente no desenvolvimento de seus PCTs, onde o
desenvolvimento de t ecnologias inovadoras encontra um ambiente muito mais competitivo
e acirrado. No entanto, a experiência americana aponta para dois elementos importantes e
essenciais para o dese nvolvimento das EBTs: a cu ltura em preendedora dentro do
ambiente aca dêmico com am pla possi bilidade dos
pesquisadores participarem
efetivamente dos negócios gerados pela pesquisa, e a cultura de investimento voltada para
a promoção de negócios, possibilitando criar um ambiente propício a captação de recursos
financeiros, seja por fomento, seja por investidores. Destacam-se os programas sistêmicos
de apoi o à cr iação de em presas inovadoras como o S BIC ( Cia de i nvestimento em
empresa de pequeno porte), o programa de garantia de empréstimo (garantia para
empréstimos a longo prazo para as start-ups e com potencial de elevado crescimento) e a
Rede “Angel Capital” (voltada a negócios em eletrônica).
ANEXO 2
22
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.1.2 Reino Unido
Os parques científicos e tecnológicos abordados neste estudo tiveram sua origem a partir
do su cesso d a experiência nor te-americana. Estes parques, pioneiros no R eino U nido,
podem ser classificados como científicos, são oriundos das universidades e localizam-se
junto a est as. Marcaram o surgimento de um a nova fase ascendente de desenvolvimento
de tais mecanismos, fato consolidado a partir da segunda geração de parques científicos
(em meados da década de 80, num prazo de quatro anos o número de parques científicos
cresceu de 2 par a 31 par ques). No est udo se considerou nesta g eração os primeiros
parques científicos surgidos no R eino U nido, cu jo obj etivo principal er a a t ransferência
tecnológica das universidades para as empresas, a ex emplo do Parque T ecnológico de
Cambridge ( Inglaterra) q ue hoj e abr iga 90 em presas que empregam apr oximadamente
5.000 f uncionários, e Edinburgh T echnopole Park (Escócia), com 83 empresas e número
superior a 4. 000 em pregos. O PT de C ambridge, pi oneiro na I nglaterra e na E uropa,
contribuiu para que houvesse uma valorização das tecnologias geradas nas engenharias,
na época, menos prezadas na Inglaterra, em contraste com a Alemanha e França. Além
disso, e apesa r de de morar quase 12 anos para apr esentar r esultados, o par que d e
Cambridge auxiliou o R eino Unido a aperfeiçoar sua política industrial e de P&D, como a
política de co mpras governamentais, po r ex emplo, que foi modificada par a contemplar
também as pequenas e nascentes empresas de bases tecnológicas, e não só as empresas
britânicas grandes e tradicionais.
Principais características da experiência do Reino Unido
A ca racterística m ais relevante da ex periência do R eino U nido é a su a r elação co m a
academia. A causa “espontânea” da criação dos parques no Reino Unido foi uma mudança
na política industrial que provocou a quebra do monopólio da exploração de patentes pelas
universidades públicas somada a um a falta de di namismo da i ndústria. Isto f orçou a s
universidades a dese nvolver um a nov a est ratégia par a co ntinuar recebendo apor te de
recursos financeiros par a a pes quisa uni versitária e usu fruir das pat entes por m eio d e
empresas criadas por pesq uisadores (spin-offs universitárias). A in stalação de u m
ambiente de ne gócios j unto à s universidades agregou v alor ao m eio em presarial,
desenvolveu um sistema eficiente e ativo de transferência tecnológica gerando novos
negócios e maior competitividade para a indústria local com um modelo de relacionamento
de pesquisa e treinamento baseado em parcerias e “networking”. Como os fundos de
financiamento da pes quisa no R eino U nido s ão or ganizados e geridos regionalmente
através de co nselhos regionais (Research C ouncils), e os PCTs desta geração sã o
oriundos das universidades, naturalmente se tornaram mecanismos de estratégia regional
e local.
Aspectos relevantes para a experiência brasileira
Da ex periência do R eino U nido dest aca-se o f orte f inanciamento da pesquisa nas
universidades pelo g overno naci onal por meio de doi s grandes sistemas de apoi o: os
Conselhos de E ducação S uperior q ue financiam pr ojetos e i nclusive sa lário de
pesquisadores, treinamentos e centros de pesquisa para o desenvolvimento de produtos
pré-competitivos; e os fundos oriundos da secretaria de C&T do Departamento de Indústria
e Comércio e de doações por meio do Wellcome Trust. Também se destaca a estratégia
de atração de empresas maduras para os PCTs como potenciais clientes da pesquisa
universitária e das start-ups universitárias. Além disso, o investimento privado por meio de
joint-ventures visando dese nvolver, g erir e ope rar os empreendimentos dos PCTs como
negócios, par ticipação em pat entes, royalties e e tc. Por fim, a cu ltura d e r ede i nformal,
criando os networkings que garantem o processo ef iciente de t ransferência t ecnológica.
ANEXO 2
23
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Um e feito “ colateral” po sitivo dest a est ratégia foi a r evitalização ur bana e eco nômica de
regiões e localidades próximas às universidades.
ANEXO 2
24
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.1.3 França
Os parques científicos e tecnológicos abordados neste estudo também tiveram sua origem
a par tir d o su cesso d a experiência nor te-americana e do P arque de Cambridge. Estes
parques, pioneiros na França, não e stavam inicialmente integrados às universidades ou
outros mecanismos de apoio à inovação e visavam principalmente a atração de em presas
para det erminadas regiões da Fr ança. Recebem a deno minação de “Parcs ou P ôles
Technologiques”, Technoparcs, Innopôpes ou “Technopoles, caracterizando-se como
importantes mecanismos para o dese nvolvimento de em presas tecnológicas para a s
regiões. Os primeiros parques tecnológicos foram incentivados principalmente por atores
locais e pelos governos locais e federal (em menor proporção) como forma de pulverização
do co nhecimento científico t ecnológico i ndustrial – concentrado na ca pital f rancesa, e a
partir de ent ão, direcionado à outras cidades do interior. O estudo concentrou-se no caso
do Sophia Antipolis (com maior destaque), Parque de Labè ge Innopole (1975) e o ZI RST
(Zona para Inovação e Realizações Científicas e Técnicas) de M eylan (1972), este último
atualmente chamado de Inovallée.
Principais características da experiência francesa
A característica mais relevante da experiência francesa é o papel dos PCTs de 1ª. geração
no desenvolvimento regional/ local e geração de emprego e renda. Induzidos por iniciativas
governamentais locais para a p romoção da desc entralização industrial e do conhecimento
(até então centralizada em Paris), estes mecanismos foram implantados nos arredores de
cidades oferecendo infra-estrutura para a i mplantação de em presas locais, de preferência
indústrias limpas, com f oco tecnológico. Esta e stratégia r egional/local foi apoi ada por l ei
mais tarde (1982) r eafirmando a pol ítica de desce ntralização da eco nomia e do
conhecimento na França. Os PCTs franceses funcionaram como atratores de instituições
de pesq uisa e ensi no reconhecidas que a cabaram i nstalando uni dades ou m esmo
mudando sua sede de modo a se beneficiar da proximidade com empresas dos parques e
dos ambientes de inovação.
Aspectos relevantes para a experiência brasileira
Da experiência francesa destaca-se a importância do incentivo dos atores locais e
governos locais e federal na implantação dos PCTs pelo país. A visão descentralizadora
da atividade econômica promoveu consequentemente a descentralização da pesquisa
tecnológica. Os PCTs franceses também focaram setores tecnológicos sempre associados
à pot encialidade ou v ocação l ocal, o q ue a judou a pr omover a i nteração em presauniversidade nos l ocais e di namizou a est rutura em presarial nest es ambientes. A
articulação entre os atores locais e governos local e federal é o fator de promoção do
desenvolvimento dos parques franceses, se ndo q ue a a rticulação ent re est es diversos
atores tem sido o modelo de gestão de diversos PCTs franceses.
ANEXO 2
25
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.1.4 Japão
Logo após o fim da s egunda guerra mundial, o Ja pão a ssumiu co mo pr ioridade de
reconstrução do paí s, a ci ência e a t ecnologia como est ratégia naci onal de est ruturação
econômica e base para sua competitividade. Os primeiros parques surgem neste contexto,
como co nseqüência de um a pol ítica naci onal de C &T, focada na r eestruturação d as
cidades como di stritos industriais. As sementes dos parques científicos e t ecnológicos
foram as chamadas “Cidades da C iência”, a ex emplo de T sukuba, K ansai e H arima
Science City. Conforme estudo do NISTEP – National Institute of Science and T echnology
Policy, cerca de 25% do orçamento nacional é d estinado ao fortalecimento da política de
ciência e tecnologia sendo q ue os PCTs são o pr incipal m ecanismo de i novação e
competitividade. São atualmente 158 parques no Japão, sendo q ue 114 estavam em
operação até 1998.
A est ruturação do s PCTs, or iginados pelas aglomerações naturais induzidas pela
necessidade, senso de priorização e al inhamento com a estratégia nacional, est imularam
ainda m ais o su rgimento de pr ogramas co mo o “Technopolis”. O s primeiros resultados
imediatos foram a i ndustrialização das regiões “Technopolisadas” c riando ce rca de 6 m il
novas fábricas entre 1981 e 1993, e cerca de 752 em presas de alta tecnologia no m esmo
período. I sto resultou em 1,3 milhões de empregos diretos acumulados até 1992, criando
valor agregado para a indústria na ordem de 10,5 bilhões de yenes neste mesmo ano.
Principais características da experiência japonesa
A característica mais marcante da experiência japonesa é a estratégia de desenvolvimento
tecnológico traçada pelo g overno nacional japonês, que se iniciou com forte investimento
em infra-estruturas no interior do país de modo a estimular a descentralização da C&T, e a
criação e dese nvolvimento de pólos industriais associados, em setores intensivos no uso
de tecnologias com o propósito de c riar uma forte base competitiva nacional. As ações de
C&T v isavam reposicionar o paí s frente a s eus concorrentes internacionais (EUA e
Europa), ao mesmo tempo em que revitalizavam a estrutura industrial. O desenvolvimento
foi focado em ações regionais e locais gerando efeitos de “clusterização” e um ambiente
criativo, o que estimulou não só a atração de massa crítica qualificada, como reteve aquela
que es tava se formando na r egião. Os primeiros parques estruturaram a ba se de
desenvolvimento f undamentada e m ca pacitação e f ormação de r ecursos humanos
qualificados e se es tabeleceram como os ambientes de geração e transferência de
tecnologia para os clusters industriais que se formavam.
Aspectos relevantes para a experiência brasileira
Da experiência japonesa destaca-se a importância de um plano nacional de
desenvolvimento científico e i ndustrial, su portado por pesa dos investimentos em infraestrutura de q ualidade e i ncentivos locais. A ca pacidade de formação de r edes locais e
uma f orça-tarefa naci onal envolvendo governos, instituições de ensino e pesquisa,
pequenas e médias empresas e instituições de apoio. E a criação de agências de ciência e
tecnologia (STAs), associada a i mplementação de pl ano de tecnologia, planos setoriais e
inter-setoriais orientados por estas STAs, e principalmente, um programa específico de
desenvolvimento de em preendimentos de al ta t ecnologia, o T echnopole P rogram. E ste
programa, criado na déc ada de 80, era um programa nacional liderado pelo ministério de
indústria e co mércio japonês (MITI) e teve na su a co ncepção, a v isão or gânica das
relações entre a indústria de alta tecnologia e a academia dentro de um contexto urbano e
residencial: viver, morar e trabalhar com qualidade. Este programa originou uma lei para
“aceleração do dese nvolvimento r egional base ado em co mplexos industriais de al ta
tecnologia”.
ANEXO 2
26
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.2 Parques Científicos e Tecnológicos de 2ª Geração
Os parques de 2ª g eração nasceram de forma planejada e/ ou estruturada, p ara
"seguir" os passos de u ma "tendência/caso de s ucesso". N esta ca tegoria, é
possível i dentificar d uas grandes vertentes: aq ueles que t iveram r elação c om
universidades fortes e out ros que s e l igaram a u niversidades “medianas”. Q uase
sempre, todos esses ca sos tiveram apoi o/suporte si stemático e statal ( nacional,
regional ou local).
Por outro lado, os resultados se dividem num espectro que
varia do desempenho bom, passando pelo mediano e fraco.
Para a nálise foram el encados parques ci entíficos e
tecnológicos vinculados a asso ciações naci onais de
parques, dos quatro países que desenvolveram modelos de
1ª geração – Estados Unidos, Reino Unido, França e Japão.
ANEXO 2
27
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.2.1 Estados Unidos
Seguindo os casos de sucesso que se desenvolveram nos modelos de 1ª geração, uma
centena de experiências proliferou nos Estados Unidos, não só em virtude da possibilidade
de al avancagem do de senvolvimento r egional, co mo da possi bilidade de melhoria d a
competitividade de alguns setores econômicos.
Segundo dados da A URP – Association of U niversity R esearch P arks, sã o 195 par ques
científicos e t ecnológicos consolidados e em i mplantação nos Estados Unidos, so mando
4.450 companhias e organizações (numa escala que oscila entre 3 e 240 empresas
instaladas em pa rques científicos e t ecnológicos), o v olume de e mprego é de 350. 000
profissionais (a esca la o scila ent re 4. 000 e 38. 000 em pregos). O i mpacto eco nômico d o
total dos parques sobre a eco nomia a mericana é de U S$ 31 bi lhões. A base de dados
utilizada par a a pesq uisa co mpreende a relação de par ques asso ciados à A URP ( 110
membros), a mesma a ssociação at ravés de p esquisas publicadas forneceu um a v asta
fonte de informação.
Principais características da experiência americana
A ca racterística m arcante dos parques de 2ª geração am ericanos é a sua forte r elação
com a aca demia e o foco r egional. As i nstituições de ensi no e pes quisa, na ânsi a de
transformar o se u P &D em nov os negócios, e, calcadas no su cesso do s parques de 1 ª
geração, l evou-as a um pr ocesso de i mplantação des tes mecanismos junto às
universidades. Como a maioria destas universidades não tem um destaque com Harvard
ou S tanford, por ex emplo, est as instituições se es forçaram na bus ca de al ianças e
cooperações e se apóiam fortemente tanto nas agências de desenvolvimento econômico,
como nos incentivos do governo para viabilizar seus empreendimentos. Estes PCTs tem
funcionado como fomentadores do desenvolvimento setorial com um impacto na economia
americana bastante positivo, apesar de não tão expressivo quanto os de 1ª geração.
Aspectos relevantes para a experiência brasileira
Como sã o i niciativas regionais, al gumas r egiões criaram em presas de ca pital de r isco
públicas dirigindo subsídios do governo para o financiamento de pequenas empresas
intensivas em tecnologia. Neste ponto, cabe destacar o modelo americano de parques com
relação a su a ca pacidade de f inanciamento e al to índice de viabilidade. Além di sso, f oi
criada a l ei B ayh-Dole q ue deu às universidades e aos pesquisadores o di reito de
propriedade e patente para os inventos desenvolvidos em seus laboratórios, o que deu um
novo fôlego ao processo de transferência tecnológica que vinha se mostrando pouco
recompensador. Recentemente, em 2005, foi criado o “Ato administrativo de parques
científicos”, q ue incentiva a i mplantação de p arques científicos nos EUA, at ravés de
empréstimos e de g arantias federais, além de oferecer uma série de i ncentivos fiscais às
empresas que se instalarem nos PCTs, e de es tabelecer um programa de capital de r isco
voltado aos PCTs. Quanto aos programas antigos, como o S BIR (small busi ness
innovation r esearch), o SBIC ( capital de risco p ara pe quenos negócios), o P rograma de
garantia de empréstimo (direcionado às start-ups) e a rede “Angel Capital”, têm sido
mantidos e co ntinuados, de monstrando co erência e co
mprometimento com o
desenvolvimento tecnológico e econômico do país.
ANEXO 2
28
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.2.2 Reino Unido
Os PCTs de 2ª geração n o R eino U nido, co ntinuaram su rgindo fortemente l igados às
universidades e centros de pesquisa. Atualmente são mais de 100 pa rques de ciência que
somam aproximadamente 2.200 empresas (sendo 200 multinacionais). Cabe ressaltar que
o volume de em prego praticamente dobrou entre 1999 e 2005, passando de 30. 000 para
60.000 segundo a U KSPA. A infra-estrutura tem si do um elemento chave para o su cesso
dos parques científicos e t ecnológicos britânicos, que co ntam co m rede de fibra ót ica e
comunicação moderna, além de sistema de telecomunicações sofisticado. A proximidade
de aeroportos permite e facilita a internacionalização dos negócios, do mesmo modo que a
proximidade com as universidades e centros de pesquisa (provedoras de serviços e infraestrutura para a pesquisa e desenvolvimento).
Principais características da experiência do Reino Unido
Os parques científicos de 2ª g eração no R eino U nido, co meçaram a ser pl anejados de
modo a atrair indústrias de alta tecnologia (P&D) para ambientes com benefícios locais em
termos de pr oximidade co m uma uni versidade ou ce ntro de pes quisa. A s estratégias de
atração de em presas contemplaram a co nstrução de t oda um a i nfra-estrutura q ue
projetasse um a i magem de m odernidade, busca ndo co nciliar esp aços mais amplos fora
dos centros urbanos, o q ue co nsequentemente pr omoveu um a r egeneração ur bana e
econômica em determinadas regiões. No entanto, esta estratégia nem sempre funcionou
bem, porque o fator chave de su cesso estava no enco ntro da de manda da indústria (local
certo e na ho ra ce rta) c om o ce ntro de co nhecimento p rovedor dessa demanda. Com o
objetivo de atrair indústrias de alta tecnologia (P&D) para estes ambientes, foi criada uma
política, cu jos vários critérios visam m anter al tos níveis de dese nvolvimento t ecnológico
dentro do parque. Estes parques são uma continuação da est ratégia das universidades e
centros de pesquisa na atração de indústrias de alta tecnologia que possam utilizar os
resultados das pesquisas dessas instituições ou m esmo abr igar os empreendimentos/
negócios gerados a pa rtir de suas patentes. A co nsolidação da C omunidade E uropéia
contribuiu na implantação dos PCTs com a criação de fundos de investimento e
mecanismos de apoio a empresas inovadoras.
Aspectos relevantes para a experiência brasileira
Os parques científicos de 2ª geração no Reino Unido foram planejados para atrair
indústrias de alta tecnologia, com P&D para os ambientes dos PCTs, de modo que tanto a
indústria quanto as universidades e centros de pesquisa se beneficiassem da proximidade.
A estratégia basicamente é a mesma dos parques de 1ª geração, mas com uma política
formal de at ração de em presas somada a u ma forte política de dese nvolvimento da C &T.
O co mprometimento governamental em ouv ir a co munidade ci entífica para a formulação
das estratégias governamentais de C&T e a facilitação ao acesso de programas de apoio à
inovação principalmente par a a s pequenas e médias empresas, a judou a co nsolidar o
movimento de parques. Enquanto inicialmente os investimentos em parques se originaram
do setor público (agências governamentais, autoridades locais e universidades) a partir de
1993 est a configuração se m odificou um pouc o, e m função das joint-ventures que s e
formaram entre as universidades, ce ntros de pesquisa, autoridades locais, agências de
desenvolvimento e em presas instaladas ou mesmo i nvestidores do se tor pr ivado fora do
parque. E stas joint-ventures assumiram, p rincipalmente, a gestão dest es PCTs. Embora
estas ações tenham contribuído efetivamente para o cr escimento do nú mero de PCTs no
Reino Unido, estes mecanismos não tiveram o mesmo destaque e relevância como os
parques pioneiros, provavelmente porque ficaram limitados às condicionantes e interesses
locais, sem uma estratégia nacional de desenvolvimento focada nestes mecanismos.
ANEXO 2
29
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.2.3 França
Os Parques Tecnológicos de 2ª geração surgiram na França de forma planejada, apoiados
em políticas públicas de incentivo a implantação de pólos de competitividade induzidos por
meio de m ecanismos promotores de inovação como parques tecnológicos, incubadoras e
centros de inovação. A maioria dos PCTs de 1ª geração durante o seu desenvolvimento
acabaram por reposicionar-se e strategicamente co ntribuindo pa ra a c onsolidação dos
chamados pólos de co mpetitividade. E stes PCTs foram i ncentivados pelo g overno co mo
estímulo ao desenvolvimento de vantagem competitiva regional, nacional e internacional.
Neste processo, diversas iniciativas de parques e “technopoles” surgiram por intermédio de
renomadas universidades, em um a cl ara est ratégia naci onal de est ímulo a cr iação de
empresas e desenvolvimento de projetos inovadores de classe mundial.
Principais características da experiência francesa
A ex periência f rancesa dos PCTs de 2ª g eração m ostra a ev olução da or ganização do
modelo de dese
nvolvimento r egional, anc orado fortemente em pr ocessos de
associativismo e co operação ent re os diversos atores regionais / l ocais. A f ormação de
redes e a gestão estratégica exercida por meio de agências de desenvolvimento regionais
viabilizam se rviços e va ntagens competitivas aos pólos por m eio d e se us diversos
mecanismos, entre eles os PCTs. A lei de descentralização de 1982 r eforçou o modelo de
desenvolvimento, repassando boa parte da responsabilidade de desenvolvimento
econômico, científico e tecnológico para as regiões.
Aspectos relevantes para a experiência brasileira
Apesar do modelo de desenvolvimento ser regional e do papel de mecanismos como os
PCTs estarem focados no dese nvolvimento de pól os regionais de co mpetitividade ( de
classe mundial), a política de financiamento para os PCTs foi uma política pública dentro
de um plano nacional desdobrado em planos regionais e locais. Ou seja, mesmo com uma
forte cu ltura regionalista, o papel do g overno n acional f oi extremamente i mportante de
modo a dar uma coesão e uma visão sistêmica de desenvolvimento do país. Para tanto,
foram criadas leis como a Lei de Inovação (1999) como forma de estimular a inovação e a
mobilidade ent re e mpresas e aca demia. A s diversas alterações e ev oluções desta l ei
resultaram em um Plano Nacional para a Inovação. No contexto deste plano, os PCTs são
importantes instrumentos de políticas industriais, sobretudo pela importância que ocupam
em se tores estratégicos co mo o de bi otecnologia, TI C, nanotecnologia e f ármacos. Os
investimentos por meio de par cerias público-privadas começaram a se r i ncentivadas no
final dos anos 90, sendo que atualmente a Fr ança conta com Business Angels, capital de
risco entre outros. No entanto, o grande financiador continua sendo o governo francês por
meio de edi tais de f omento aos pólos de co mpetitividade. E stes pólos são apoi ados por
fundos públicos para a promoção de P &D, se ndo q ue o i nvestimento p úblico de 2006 a
2008 é de 500 milhões de euros / ano.
ANEXO 2
30
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.2.4 Japão
O pr ograma “Technopolis”, em bora ob jetivasse a i nteriorização da C &T no Ja pão,
estimulou a formação de PCTs como instrumentos de uma política nacional, orientado para
o desenvolvimento de regiões e a expansão econômica regional. A 2ª geração de PCTs no
Japão se desenvolveu or ganizada em t rês classes, co nforme o grau d e esp ecialização:
Centros de Inovação, Parques Científicos e P arques de P esquisa e Desenvolvimento. Os
chamados Centros de I novação foram estabelecidos para dar su porte a peq uenas e
médias empresas existentes, e m am bientes com incubadoras que assumem a g estão
desses empreendimentos. Os do tipo Parque Científico estão focados em atrair indústrias
de alta tecnologia além de prover suporte a empresas e, e o t ipo Parques de P&D se
estabeleceram para dar suporte às atividades dos centros de i novação e t ambém da s
indústrias de alta tecnologia.
Principais características da experiência japonesa
A experiência japonesa de PCTs de 2ª geração mostra a evolução do modelo de
desenvolvimento tecnológico japonês. Na 1ª geração de parques, estes surgem como uma
conseqüência da política de indução do desenvolvimento industrial do país que criou
clusters industriais cuja dinâmica vez induziu a criação de uni versidades e instituições de
P&D e o desenvolvimento de uma massa crítica regional. A 2ª geração nasce como
conseqüência da nece ssidade dest es cl usters de en trar e m u ma nov a cu rva de
crescimento baseada no desenvolvimento de alta tecnologia nos setores de biotecnologia,
semicondutores e TIC. P ara t anto, o governo j aponês cria l inhas de i ncentivo ao
desenvolvimento t ecnológico e m co operação com a i ndústria l ocal e se ut iliza dos
mecanismos de par ques para i nstalação e ope ração dest a i ndústria co m forte apoi o de
P&D.
Aspectos relevantes para a experiência brasileira
Os parques de 2ª geração j aponeses caracterizam-se co mo v erdadeiros complexos de
pesquisa, construídos para oferecer facilidades de P&D, forte interação e cooperação entre
as instituições de en sino, ci ência e t ecnologia e a i ndústria, por meio de pr oximidade e
infra-estrutura de q ualidade. Os PCTs são v erdadeiras ferramentas de i nserção d a
indústria num contexto de desenvolvimento econômico regional ainda mais especializado
em se gmentos de al ta tecnologia. A es tratégia j aponesa é um a es tratégia naci onal de
longo prazo, que buscou reconstruir o país e firmar competências tecnológicas, elevando o
patamar de desenvolvimento do país como um todo. O foco do desenvolvimento dos PCTs
está orientado para pequenas e médias empresas inovadoras a partir de um a indústria já
instalada, sendo sempre presente a valorização das capacidades locais para a p romoção
da di namização da co mpetitividade naci onal. O i nvestimento e m i nfra-estrutura de
qualidade é pe rmanente, e a formação de r edes de a tores locais facilita e a mplifica a
competitividade dos PCTs, criando e direcionando relações de suporte inter-regional, bem
como disponibilizando recursos humanos locais. Cabe destacar que apesar da política de
desenvolvimento ser um a pol ítica nacional ( Technology Law ), estimulando o
desenvolvimento regional orientado para a alta tecnologia, o Ja pão estimula também a
formação de ent idades autônomas a partir dos PCTs em conjunto com a iniciativa privada
regional/local, potencializando as ações de desenvolvimento tecnológico como um todo. A
lei básica de ciência, a lei de promoção do setor privado e a lei cérebros da indústria local
são exemplos claros da estratégia japonesa.
ANEXO 2
31
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.3 Parques Científicos e Tecnológicos de 3ª Geração
A 3ª g eração de parques, d enominada “ Parques Estruturantes”, beneficiou-se do
aprendizado acumulado das experiências dos parques de 1ª e 2ª geração, e t em
sido responsável pelo crescimento tecnológico de países emergentes.
Criados como fruto de um a pol ítica r egional ou n acional e orientados para
promover um pr ocesso de d esenvolvimento s ócio-econômico ex tremamente
impactante, co ntaram co m a poio e i nvestimento est atal f orte, m as são
extremamente orientados para o mercado globalizado. Em geral, estão integrados
a ou tras políticas e es tratégias de des envolvimento ur bano, r egional e a mbiental.
Estes tipos de parques são influenciados por fatores contemporâneos, tais como:
a m aior facilidade de acesso a o co nhecimento, o aprendizado co m ex periências
positivas e n egativas do passado e p ela n ecessidade de v elocidade de
desenvolvimento motivada pela globalização.
ANEXO 2
32
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.3.1 Coréia do Sul
Os PCTs que surgiram na Coréia do S ul são fruto de um a política regional e/ou nacional,
orientada para p romover um p rocesso de d esenvolvimento só cio-econômico. E sses
parques causam um a forte i mpressão dev ido à co mbinação de m últiplos componentes
para o seu sucesso, entre eles, o apoio e o investimento estatal de forma significativa, bem
como, as parcerias (consórcios) ent re o g overno, as universidades e a s indústrias. São
extremamente orientados para o mercado global, e para sua implantação, tem sido levado
em consideração o trabalho em rede e a globalização através da interação da tecnologia e
da i ndústria v oltada par a a i novação. O m odelo su l-coreano enco raja a i mplantação de
parques através das facilidades para se obter f inanciamentos e incentivos fiscais. Uma
inflação moderada, baixo nível de desemprego, muitas exportações e boa distribuição de
renda caracterizam a economia da Coréia do Sul. Iniciativas do governo e os consórcios
entre universidades e institutos de P&D são consideradas fontes de sucesso dos parques.
Principais características da experiência sul-coreana
A experiência sul-coreana caracteriza-se pelo esforço de adaptação e de internalização de
tecnologias externas com base na f ilosofia “ learning-by-doing”. A eco nomia est á v oltada
para o mercado externo que necessita adquirir ou dominar rapidamente as tecnologias
definidas estratégicas para o paí s. Para t anto a C oréia do S ul f ortaleceu a i nteração
universidade-empresa p or m eio de um p rograma naci onal de P &D que es timula o
desenvolvimento de projetos cooperativos nacionais e internacionais. A estratégia nacional
traçada há 20 anos focou na alta tecnologia, em especial a biotecnologia. Para tanto, criou
mecanismos de estímulo e fomento que estimularam o investimento privado coreano em
P&D, destacando-se o mecanismo de parques tecnológicos com programas que prevêm a
criação de nov os parques, o fortalecimento de ce ntros de i ncubação de t ecnologias e
estabelecimentos de consórcios regionais entre universidades e empresas. Destaca-se a
atuação das grandes empresas, responsáveis pela geração de spin-offs com forte atuação
na de finição da pol ítica eco nômica e t ecnológica do paí s. Esta pol ítica, q ue di reciona o s
investimentos públicos e pr ivados, es tá se ndo c onstruída par a el aborar es tratégias de
modo a adaptar o desenvolvimento industrial a um novo cenário da economia mundial
baseado na economia do conhecimento.
Aspectos relevantes para a experiência brasileira
A política do governo sul-coreano tem focado a promoção do desenvolvimento regional de
modo a desce ntralizar o co nhecimento, fato que tem estimulado a cr iação de par ques no
interior. No entanto, não tem conseguido obter muito êxito nesta ação, pois as facilidades
sociais e culturais de qualidade ainda estão concentradas nos grandes centros como Seul,
o que vem desestimulando as novas empresas a se instalarem longe dos grandes centros,
apesar das medidas legais que o governo vem tomando como a imposição de cotas para a
instalação de novas fábricas. Além disso, se observa uma dissonância política com relação
às prioridades de dese nvolvimento ent re os governos nacional e r egional, o q ue pode
implicar na necessidade de se estabelecer sistemas distintos para a inovação no
desenvolvimento r egional e par a o si stema naci onal de i novação. Por out ro l ado, são
vários os programas de estímulo a i nstalação de P CTs nas principais áreas industriais,
bem como em torno das universidades e centros de P&D. Outro destaque para a
experiência su l-coreana é o t rabalho em rede, que oco rre de forma est ratégica, e é
apoiada por leis de incentivo a inovação científica e tecnológica (lei especial para a
inovação ci entífica e t ecnológica e o pl ano qüinqüenal – que v isam el evar o pat amar da
C&T sul-coreana aos padrões dos países do G7), bem como incentivos fiscais. A cultura
do setor privado sul-coreano de participar nos investimentos de P&D é parte integrante da
ANEXO 2
33
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
filosofia do dese nvolvimento i ndustrial do pa ís, se ndo que a i ndústria su l-coreana é
considerada a maior e mais bem sucedida do capital de risco.
ANEXO 2
34
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.3.2 Cingapura
Incentivados principalmente pel o g overno, os parques científicos de C ingapura foram
desenvolvidos com o objetivo de atrair empresas estrangeiras e promover o crescimento
de em presas intensivas em P &D. Os primeiros par ques científicos su rgiram e m 1980, e
foram ut ilizados pelo governo co mo i mportantes mecanismos para a pr omoção e
desenvolvimento do se tor de ci ência, tecnologia e i novação de Cingapura. As estratégias
de incentivos adotadas pelo governo foi bem sucedida, sendo que os parques científicos
deste país se tornaram o elemento chave para o desenvolvimento tecnológico. Atualmente
são ch amados de S cience Park I, II e I II. Cingapura é co nsiderada co mo um dos
destaques no co ntinente asi ático, pel a su a pol ítica de i ncentivo à inovação. Esse f ato é
comprovado por ações estruturantes ligadas a atividades de conhecimento, destacando-se
o s uporte a em presas de al ta t ecnologia e f acilidades em at ividades de pesq uisa e
desenvolvimento; a f acilitação de parcerias universidades-indústria e comercialização; o
investimento em capital humano; e a capacitação em tecnologia da informação.
Principais características da experiência de Cingapura
De modo geral, Cingapura desenvolveu sua infra-estrutura de P&D provendo suporte
financeiro para essas atividades e a cr iação de f undos de capital semente para empresas
start-ups, b em co mo o incentivo financeiro pa ra i nventores que t rouxerem i novações de
mercado, facilitando i nclusive at ividades sociais entre est es pesquisadores e
empreendedores. A est ratégia de C ingapura foi focar no setor de t ecnologia,
principalmente no se gmento de t ecnologia da i nformação. A través de fundos nacionais
atrai ci entistas e en genheiros, r ecrutando mão-de-obra i nternacional esp ecializada par a
suas atividades de P &D, al ém de apoiar esco las com j ovens estudantes de t alento. A
estratégia de dese nvolvimento r ápido dos P CTs est á anco rada na a tração de e mpresas
maduras nos
segmentos de co mputadores, se micondutores, n ovos materiais,
equipamentos de t elecomunicação, bi otecnologia e aeroespacial, at raindo pr incipalmente
corporações estrangeiras e proporcionando um ambiente em que empresas intensivas em
P&D possam crescer.
Aspectos relevantes para a experiência brasileira
Cingapura dese nvolveu uma das melhores infra-estruturas de t ransporte e co municação
mundial conquistando sua competitividade. A mais proeminente infra-estrutura de ciência e
tecnologia em Cingapura é uma importante área de pesquisa conhecida como "Corredor
Tecnológico", onde a Universidade Nacional de Cingapura, a Universidade Tecnológica de
Nanyang, o P arque C ientífico de C ingapura, o Instituto P olitécnico de Cingapura e u m
número cr escente de i nstitutos de pes quisa es tão l ocalizados. O s parques geralmente
oferecem um a i nfra-estrutura a bai xo cu sto e um am biente onde as empresas podem
formar clusters e co mpartilhar facilidades como ár eas comuns, co municação de al ta
velocidade, engenharia e outros serviços.
ANEXO 2
35
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.3.3 Taiwan
Visando a reestruturação da economia do país, a partir do início da década de 80, Taiwan
iniciou o p lanejamento de um pr ograma de l ongo al cance par a si tuar a eco nomia
taiwanesa em sua perspectiva para o século XXI, focando o desenvolvimento da educação
para a f ormação de m ão-de-obra esp ecializada, o dese nvolvimento da C&T e o ap oio à
empresas de risco. Os primeiros parques surgiram a partir desta mesma década, porém foi
em meados da década de 90 e primeiros anos do século XXI, que se estabeleceram os
grandes parques científicos e tecnológicos taiwaneses. Os parques em Taiwan são
considerados modelos de parque tipo "Cidade da T ecnologia" com a missão de est ruturar
o desenvolvimento do paí s em setores de ponta, tendo sido utilizados pelo governo como
mecanismos par a a cr iação de um esp aço i deal par a P &D&I co m foco i ndustrial. N este
contexto, os parques científicos que mais contribuem para o desenvolvimento da economia
de Taiwan e su a expressiva posição em P&D e inovação, são o Southern Taiwan Science
Park, Hsinchu Science Park e T ainan Science Park, todos os parques, são administrados
pela divisão do Conselho Nacional de Ciência de Taiwan. Os parques de Taiwan na sua
maioria sã o esp ecializados em det erminadas á reas do co nhecimento, especialmente e m
eletrônica, informática, biotecnologia e ciências biológicas.
Principais características da experiência taiwanesa
Muitos dos parques em Taiwan são caracterizados pela presença de institutos de pesquisa
e por um a f orte pr edominância de i nvestimentos para p rodução est ritamente i ndustrial.
Possuem forte relação com universidades e, em alguns casos, universidades instaladas no
seu interior, a ex emplo do Hsinchu que possui duas universidades (National T sing-Hua e
National Chiao-Tung Universities) e que hoje é um dos maiores fornecedores de
equipamentos e componentes de eletrônicos e informática do mundo. O crescimento dos
PCTs taiwanenses está intimamente ligado a demanda global de computadores e outros
dispositivos de co nsumo el etrônico, co mo os PDAs e t elefonia m óvel. O governo d e
Taiwan teve uma f orte intervenção na cr iação, desenvolvimento e i mplantação dos PCTs
neste país. Visando atrair as empresas para os parques, disponibilizou empréstimos com
taxa de juros reduzida, direito de retenção de lucros de até 200% do capital, isenção do
imposto de r enda por ci nco anos durante os primeiros nove an os de oper ação,
depreciação acelerada de equipamentos voltados para pesquisa e desenvolvimento (P&D)
e baixo custo de terrenos.
Aspectos relevantes para a experiência brasileira
Os parques científicos e t ecnológicos em Taiwan co ntam co m um a forte i ndução e
investimento do poder público e são montados a partir de planos estratégicos nacionais. O
governo introduziu mais incentivos para universidades e instituições de pesquisa
fortalecendo a i ntegração co m a i ndústria e apl icando as capacidades de P &D no se tor
industrial. A s universidades foram est imuladas a dese nvolver a l inha de frente de
tecnologias industriais e produzir patentes para proteção do capital intelectual. Ainda,
agências governamentais induziram a co laboração uni versidade - indústria após uma
mudança na estrutura p olítica do país orientando para a inovação. O desempenho dos
parques taiwaneses é, na m aioria dos casos, estimulado por co ndições favoráveis de
acesso a e mpréstimos, pela i senção de i mpostos, redução de taxas, bai xos preços para
aluguéis e pel a co nsiderável pr esença d e em presas. Tais iniciativas podem se r
classificadas, sem dúvida, como boas práticas para a experiência brasileira.
ANEXO 2
36
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.3.4 China
A China destaca-se pelo seu estágio de desenvolvimento científico e tecnológico,
alicerçado na consolidação de parques científicos criados pelo governo, estimulando ações
que mesclam iniciativas voltadas para o m ercado externo e abso rção de tecnologia numa
estratégia a gressiva. C om se u m ercado i nterno forte e pr odução focada no mercado
mundial (produtos de alta tecnologia representam 30% das exportações), a China possui
53 parques científicos nacionais, onde atuam aproximadamente 40 mil empresas. Destacase ainda, um volume superior a 100 par ques científicos provinciais ou universitários e 400
incubadoras de base tecnológica, o que representa uma base empreendedora significativa,
mesmo para um país do tamanho da China.
Principais características da experiência chinesa
A experiência chinesa caracteriza-se pela forte relação entre universidades e centros
promotores de desenvolvimento, e, grandes empresas atraídas para os parques,
construindo as chamadas “Bridge high technology”. Este modelo baseia-se em clusters ou
distritos de aprendizado que favorecem a formatação de pon tes entre o estágio inicial de
produção, dominado por empresas offshore e suas satélites, e o estágio final de produção
onde su rgem e mpresas pi oneiras locais de al ta-tecnologia. Os parques científicos são
implantados com recursos federais, i nvestidos a par tir do es tímulo e est ruturação d e
iniciativas públicas a nível provincial e municipal. A participação federal e local na
consolidação de um P CT r eflete na formação de um co nselho adm inistrativo, co m
representantes dos
governos locais, m inistérios e ou tros ór gãos nacionais, e,
representantes de empresas instaladas nos parques. Este comitê administrativo é uma
autarquia do g overno l ocal. Os PCTs são um a "importante base de de senvolvimento da
indústria de al ta tecnologia na C hina“ e a " fonte de r adiação par a a di sseminação do
conhecimento de alta tecnologia para indústrias tradicionais”.
Aspectos relevantes para a experiência brasileira
Políticas públicas de i ncentivo a i mplantação de em presas em par ques tecnológicos sã o
muito u tilizadas, at uando at ravés da concessão de bene fícios tributários alinhados a
investimentos em capacidade de inovação e pesq uisa e desenvolvimento. A captação de
investimentos externos é facilitada pela extensa lista de benef ícios (até 2003, os parques
científicos nacionais haviam at raído apr oximadamente U S$ 3 bi lhões em i nvestimentos):
políticas especiais de impostos; políticas especiais de importação e exportação; incentivos
não-financeiros - pesquisadores e professores incentivados a cooperar com empresas de
base tecnológica; subsídio para investimento e g astos com pesquisa científica - exemplo:
“TORCH Program” que foca os pequenos e médios negócios; empréstimos para apoio a
transferência tecnológica e fundo de suporte à internacionalização.
ANEXO 2
37
RELATÓRIO EXECUTIVO
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Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.3.5 Índia
Os PCTs indianos se consolidaram como seguidores rápidos em setores de TI na década
de 90, a tuando e m de senvolvimento de so ftware e se rviços baseados em tecnologia.
Como resultado criou-se uma indústria globalmente competitiva com crescimento anual
superior a 50%. Da experiência indiana destaca-se o forte investimento em formação de
recursos humanos no exterior, criando vínculos especialmente com o Vale do Silício/ EUA
e educação de uma massa crítica para a ár ea de i nformática. Atualmente, o esforço está
em buscar, no segmento da biotecnologia, uma posição competitiva mundial que torne a
Índia referência em P&D nesta área de competência ao mesmo tempo em que desenvolve
e fortalece o crescimento da indústria local.
Principais características da experiência indiana
Diversas ações têm estimulado ainda mais o crescimento da indústria indiana, induzindo a
formação de pessoal capacitado em áreas do conhecimento com alto valor agregado para
o país. Neste sentido, a Índia produz anualmente cerca de 2, 5 milhões de graduados em
TIC, en genharia e
ciências humanas, cerca de 650
.000 p ós-graduados e
aproximadamente 1. 500 P hDs em biociências e eng enharia. Os m ercados dos PCTs
indianos, concentram-se em duas vertentes principais, a de so ftware e se rviços de TIC e
mais recentemente no mercado de biotecnologia e fármacos. Um exemplo desse ação
focada é o i nvestimento na co nstrução do International Biotech Park em Hinjewadi, cujo
orçamento foi de US$ 140 m ilhões para atender o m ercado mundial de soluções em BioTIC. A ex periência indiana em dese nvolvimento dos empreendimentos de base
tecnológica, gerou expertise na promoção de ações de crescimento acelerado, que contam
com incentivos governamentais, su bsídios e i nvestimentos, at raindo em presas maduras.
Também o desenvolvimento de pr ogramas voltados a pr omover m aior i nteração ent re
universidades, instituições de P&D e indústria têm contribuído no su cesso da e xperiência
indiana. Devido a su a destacada posi ção co mpetitiva e um m ercado interno de pouca
expressão, as empresas instaladas nos parques indianos têm seu foco no m ercado
externo. Quanto ao pr ocesso de i mplantação, os PCTs são r esultados de par cerias
público-privadas na sua grande maioria, oferecendo um conjunto de infra-estrutura de alta
qualidade em serviços.
Aspectos relevantes para a experiência brasileira
Observa-se na experiência indiana a existência de um amplo portifólio de facilidades desde
o ace sso a programas governamentais de i ncentivos fiscais (principalmente focados na
internacionalização de em presas de TIC e bi otecnologia), suporte em presarial (espaços
laboratoriais, e tc.) e be nefícios não-fiscais (estímulo ao dese nvolvimento de r ecursos
humanos altamente qual ificados). Estas facilidades criam alta atratividade para a
instalação de empresas maduras e geração de spin-offs, que tem resultado no
adensamento dos clusters tecnológicos da Índia.
ANEXO 2
38
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.3.6 Finlândia
Os parques tecnológicos t êm se co nsolidado em um fator ch ave par a o crescimento da
economia finlandesa, sendo entendidos como forma de fomento via políticas públicas de
ciência e t ecnologia. Criados com a m issão de recuperar a eco nomia d a f inlandesa pós
muro de B erlim, ap roveitaram a mão-de-obra al tamente e specializada, ao m esmo t empo
em que paralelamente " capitalizavam" o “efeito No kia”. A asso ciação finlandesa de
parques – TEKEL destaca-se co mo u ma r ede de âm bito naci onal de cooperação q ue
conecta 24 parques de ciência e tecnologia, atuando como mediador entre policymakers e
os PCTs. Os parques finlandeses acomodam 2.400 em presas e out ras organizações,
empregando 50.000 pessoas em campos diferentes de tecnologia, tais como TIC, saúde,
biotecnologia, tecnologia ambiental e alimentar, engenharia de materiais e meios digitais.
Principais características da experiência finlandesa
Os parques finlandeses sã o i nstrumentos para a ex ecução de um pr ojeto naci onal de
desenvolvimento e contam com empresas originadas a partir de desenvolvimento técnico e
científico provenientes de universidades ou de grandes empresas do entorno. Atuam por
meio do provimento de uma série de serviços: aluguel de espaço físico; pré-incubação e
incubação de e mpresas; acesso facilitado a treinamento e co nsultoria de ne gócios e
processos; aprendizagem e ace sso a conhecimento; possibilidade de t ransferência
tecnológica e serviços de internacionalização; e, serviços de apoio técnico, administrativo e
estratégico à criação e desenvolvimento de empresas. Estes parques estão estruturados
com a finalidade de est imular o pr ocesso de transferência tecnológica entre universidades
e instituições de P&D, contando com mecanismos de estímulo a criação de empresas spinoffs e canalização do conhecimento acadêmico ao mundo dos negócios. Por dispor de um
mercado do méstico p equeno, a so brevivência e o cr escimento destas empresas
dependem da habi lidade de i nternacionalização dos negócios. O s parques finlandeses
contam co m apoi o públ ico no f inanciamento de start-ups, destacando-se o a cesso
facilitado a linhas de capital e existência de pr ogramas locais e nacionais de est ímulo ao
desenvolvimento de clusters e e mpreendimentos com forte r elação entre os PCTs e
universidades.
Aspectos relevantes para a experiência brasileira
A ex periência finlandesa r evela a i mportância do apoi o a o pr ocesso d e transferência d e
tecnologia como forma de viabilização de novos negócios vinculados aos PCTs. Destaque
para a ex istência de l inhas de fomento e financiamento, al ém de pr ogramas para
estruturação de a mbientes voltados ao di namismo e mpresarial. H á foco ex plicito na
exploração de r esultados vinculados a P&D de uni versidades e de i nstituições de
pesquisa.
ANEXO 2
39
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.3.7 Irlanda
A partir de meados da década de 80 a Irlanda investiu maciçamente na elevação de seu
domínio científico e t ecnológico. N a es teira dest as açõ es fortaleceu-se o papel
desempenhado pel as agências voltadas ao de senvolvimento r egional, q ue po r su a v ez
tiveram papel fundamental na co nsolidação de p arques científicos e tecnológicos no país.
Na pr esente a nálise f ocou-se p rincipalmente a r egião de S hannon, responsável pel a
alavancagem da indústria irlandesa, com destaque para a atuação dos cinco principais
parques tecnológicos da I rlanda – Limerick, K erry, T ipperary, B irr e E nnis. E stes são
baseados em uni versidades, i nstitutos e ce ntros tecnológicos, que funcionam co mo
nucleadores do desenvolvimento científico irlandês.
Os PCTs irlandeses atuam com a estratégia de atração de grandes empresas, fortificando
a inovação através de P&D aplicado e com amplo processo de transferência tecnológica.
Em g eral focam em presas orientadas para o dese nvolvimento de pr odutos tecnológicos
voltados ao m ercado i nternacional, di recionados para as áreas de de senvolvimento de
software, TIC, mídia e tecnologia digital, e, microeletrônica.
Principais características da experiência irlandesa
Foi através dos Planos Nacionais de Desenvolvimento e se us diversos programas, que o
governo irlandês aportou recursos próprios e da União Européia para modificar a estrutura
de C &T do paí s desenvolvendo m assa cr ítica par a apoi ar o des envolvimento das
inovações. A realização de grande aporte de r ecursos possibilitou o início deste processo
que trouxe a r ápida mudança da v isão tecnológica, e que apontou para a necessidade de
exploração e desenvolvimento em tecnologias futuras: biotecnologia e TIC. Para tanto, o
governo irlandês estabeleceu f undos de dese nvolvimento t ecnológico que f inanciaram a
infra-estrutura de pes quisa nece ssária par a a al avancagem dest as t ecnologias. O
crescimento da estrutura de produção de conhecimento e das atividades de P&D na
Irlanda se deu principalmente pela vinda de empresas estrangeiras em setores de alta
tecnologia que criaram um ambiente de negócios favorável para novos locais de produção.
Neste contexto, os parques irlandeses são estruturas de desenvolvimento regional criadas
e g eridas pelos diversos atores locais públicos e pr ivados, m as com su porte e apoi o
nacional por m eio dos diversos programas de dese nvolvimento t ecnológico do paí s.
Fisicamente, nos PCTs i rlandeses há a p reocupação de di sponibilizar um a mbiente d e
interação com um centro tecnológico e universidade por meio de ligação física e uma infraestrutura tipo " plug and pl ay" onde a em presa possa r apidamente se i nstalar e m um
ambiente flexível para atender às suas demandas.
Aspectos relevantes para a experiência brasileira
Destaca-se no caso da experiência irlandesa com parques tecnológicos, o forte
investimento no dese nvolvimento da C &T, co m est ruturação de p rogramas voltados às
empresas, ao des envolvimento de tecnologias avançadas e co nsolidação de ce ntros de
expertise dent ro das uni versidades. O a linhamento d e Planos Nacionais de
Desenvolvimento co m um a v isão t ecnológica est ratégica de l ongo pr azo pr oporcionou e
financiou programas de desenvolvimento tecnológico e infra-estrutura de pesquisa. A partir
do P lano N acional de Desenvolvimento 2000 - vários programas e su b-programas para
promoção do desenvolvimento tecnológico foram criados com o aporte de recursos
significativo da U nião E uropéia: o P rograma d e P esquisa, Tecnologia e I novação e o
Programa Terceiro Nível para Incubação de Empresas. No caso da Região de Shannon,
são ainda oferecidas vantagens competitivas por meio de um pacote de incentivos fiscais,
além de facilidades de logística e distribuição internacional, serviços financeiros e
atividades de suporte customizadas.
ANEXO 2
40
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.3.8 Espanha
Os primeiros par ques t ecnológicos espanhóis foram c riados a pa rtir de co munidades
autônomas ( governos regionais). A tualmente, o s parques tecnológicos espanhóis estão
vinculados a ce ntros de co nhecimento bem qualificados e est ruturados a par tir da
identificação de nece ssidades e/ou po tencialidades para dese nvolvimento r egional. E ssa
característica r egional t em si do co mbinada com a atuação em se tores promissores,
geralmente beneficiados por investimentos de infra-estrutura (logística, urbana e de ciência
e tecnologia) da União Européia.
Atualmente, na E spanha, sã o 87 par ques científicos e t ecnológicos em oper ação ou em
implantação. E m 2005 , se gundo dados da Asociación de Parques Científicos y
Tecnológicos de España – APTE, nos 65 parques científicos e tecnológicos, que
respondiam por um produto interno bruto de 7 ,5 bilhões de euros, estavam estabelecidas
2.000 e mpresas, que geravam ap roximadamente 51. 000 em pregos, se ndo 10. 000
empregos diretos em atividades de P&D.
Principais características da experiência espanhola
O desenvolvimento dos parques esteve relacionado a iniciativas regionais, e a implantação
dos mesmos esteve se mpre v inculada a ce ntros de ensi no e pesq uisa, pr incipalmente
universidades. A atração de empresas âncoras (proyectos tratores), possibilitaram o
desenvolvimento do m eio em presarial l ocal, g erando sp in-offs locais, e desenvolvimento
regional. É pr esente a pr eocupação co m a c riação de i nfra-estruturas que pe rmitam
implantação de em presas de alta tecnologia, junto a at ividades industriais e serviços com
alto valor agregado (caráter inovativo).
A Espanha conta com uma rede nacional de transferência de tecnologia – gerenciada pela
APTE – sendo est e um pr ograma de apo io a c onsolidação de no vas MPEs, at ravés do
fomento a iniciação e desenvolvimento de projetos de cooperação entre empresas de base
tecnológica l ocalizadas no ent orno dos parques científicos e t ecnológicos de âm bito
estatal. S ão des tacadas também i niciativas regionais em pr ol de cr iação de r edes de
parques tecnológicos, em geral investimentos das Comunidades Autônomas espanholas.
Há duas formas de i nvestimento em par ques científicos e t ecnológicos na E spanha, ou
feitos por co munidades autônomas, ou v ia gr andes investimentos públicos federais. N os
dois casos há apoi o da A ssociação de P arques Tecnológicos da E spanha. Tais
investimentos resultaram no sa lto tecnológico espanhol, colocando os Parques Científicos
no centro do sistema de ciência e tecnologia da Espanha.
Aspectos relevantes para a experiência brasileira
Entre as iniciativas relevantes que se rvem de modelo para a experiência br asileira,
destaca-se a c riação de um sistema par a a pr omoção de P arques Científicos e
Tecnológicos com forte apoi o f inanceiro d o g overno ce ntral e r egional, e um a est reita
parceria entre universidade e em presas visando a inovação e o dese nvolvimento regional.
O governo esp anhol apoi ou o dese nvolvimento desse s parques destinando m ais de 300
milhões de eur os por meio de aco rdos firmados co m a A PTE (Associação N acional dos
Parques Tecnológicos Espanhóis) par a a i mplantação de pa rques t ecnológicos. O
Ministério de Ciência e Tecnologia possui um acordo de colaboração com a APTE, através
da S ecretaria de E stado de P olítica C ientífica e T ecnológica obj etivando a di vulgação e
promoção de medidas de fomento à investigação e desenvolvimento dos parques
científicos e t ecnológicos. Também é des tacado o auxí lio par a at ividades de pes quisa e
desenvolvimento em empresas instaladas em parques científicos e tecnológicos.
ANEXO 2
41
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
4. Considerações Finais
Os parques científicos e tecnológicos analisados no contexto da pesquisa foram mapeados
e estudados de forma ampla e sob a ótica de três gerações de parques: os “pioneiros”, os
“seguidores” e os “estruturantes”. Ao longo das análises de cada uma dessas gerações foi
possível detectar, nos diferentes países, peculiaridades e também similaridades nos
processos de implantação, dese nvolvimento e oper acionalização de stes parques
científicos e tecnológicos.
As tabelas a seguir objetivam extrair, a partir da percepção dessas diferenças e
semelhanças, características marcantes e relevantes dos PCTs em cada uma das três
gerações, de forma a condensar algumas “idéias força” que envolvem os parques e países
estudados, tirando lições e sistematizando boas práticas que possam inspirar um processo
de reflexão f uturo para a experiência brasileira de parques. É importante destacar que, o
exercício de apontar somente as “idéias força” reduz em muito os aspectos identificados
de c ada parque, os quais foram t ratados de m aneira m ais profunda no documento
completo. Apesar de reducionista, a intenção é justamente traçar de maneira pragmática
uma espécie de fio condutor que represente o impacto das diferenças entre as gerações e
ressalte os pontos comuns e representativos das variáveis analisadas.
Tabela 1: Parques tecnológicos de primeira geração – Pioneiros
Conceitos e Modelos de Parques Tecnológicos bem sucedidos (Modelo de Luis Sanz
Expandido)
De modo geral, os parques apresentam forte relação com os centros promotores
de c onhecimento c omo i ndutores/alavancadores da s ua c riação. Instituições de
ensino (fortes) fomentaram o de senvolvimento r egional ( empresarial o u
científico). Em particular no caso do Japão, os centros de conhecimento e os
parques f oram c riados a par tir de pol íticas gov ernamentais que v iabilizaram a s
chamadas Cidades da Ciência.
Epicentro e/ou vanguarda e m onda s t ecnológicas q ue garantiram a os pa íses
pioneirismo n o des envolvimento de t ecnologias par a o des envolvimento
econômico.
Parques c ientíficos e t ecnológicos f ocados no d esenvolvimento d e s etores
estruturantes, baseados em novas tecnologias. Ambientes não necessariamente
especializados.
a
Relação com
centros
promotores de
conhecimento de
qualidade
b
Posição no Fluxo
Tecnológico
c
Grau de
Especialização
d
Empresas "Alvo"
Desenvolvimento de em presas start-ups universitárias, f omento / e stímulo a o
empreendedorismo por par te da m assa c rítica qualificada, ou, desenvolvimento
de novas empresas de setores industriais tradicionais.
e
Mercado Objetivo
Mercado obj etivo é o m ercado i nterno, s endo que o e feito po sitivo ( colateral)
possibilitou alcançar o mercado externo.
f
Densidade Urbana
Agregados / integrados aos espaços urbanos, com aproveitamento de estruturas
tecnológica, industrial e logística disponíveis.
g
Espaço e Infraestrutura de
qualidade
h
Portifólio de
Serviços às EBTs
i
Trabalho em Rede
j
Modelo de Gestão
ANEXO 2
Aproveitamento das i nfra-estruturas t ecnológica, i ndustrial, l ogística e ur bana
pré-existentes. E m al guns casos, houve s uporte gov ernamental par a o
desenvolvimento das infra-estruturas.
Em alguns casos (EUA e França) já existiam mecanismos públicos e privados de
investimento e f inanciamento par a as em presas nas centes ( Venture Capital,
Seed Money, entre outros), facilitando o desenvolvimento dos Parques. De modo
geral, a s I ES e I nstituições T ecnológicas nuc leadas d entro do s P arques,
ofereciam serviços tecnológicos e capacitação para as empresas.
As redes entre os atores locais são um fenômeno espontâneo e informal,
alicerçada no c ontato pessoal, mas f undamentais para o des envolvimento do s
parques.
Modelo de gestão institucional, capitaneada pela instituição nucleadora (ex:
universidades, governo local, etc.).
42
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Papel estratégico dos Parques Tecnológicos em relação à economia do país e ao
desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial - Variáveis Analisadas
Os parques estruturaram regiões, mas a resultante do desenvolvimento foi de
a
Relevância
impacto n acional, pr omovendo o pr ogresso d a C &T e da indústria n o paí s
estratégica nacional como um t odo. C riaram base de competitividade p ara t odo o p aís
fortalecendo a sua política industrial e de C&T.
Relevância
Não identificadas informações relevantes.
estratégica
b
regional/setorial
Relevância
Não identificadas informações relevantes.
c
estratégica local
Estratégias de Implantação dos Parques Científicos e Tecnológicos relacionados - Variáveis
Analisadas
Geração
Os primeiros parques foram gerados de forma espontânea.
a
Espontânea
b
Iniciativa
Acadêmica
c
Forte Intervenção
Estatal – Nacional
d
Intervenção de
Entidades
Regionais
e
Intervenção de
Entidades Locais
De m odo g eral, o s par ques apr esentaram f orte r elação c om o s c entros
promotores de c onhecimento como indutores/alavancadores da s ua criação.
Fortes instituições de ensino fomentaram o desenvolvimento regional
(empresarial ou científico).
Os gov ernos centrais es timularam a c riação de stes m ecanismos, pel a
necessidade de m aior c ompetitividade nacional por m eio do av anço
tecnológico e maior dinamismo industrial. Em alguns casos, o pós guerra e o
estado de tensão no cenário internacional, direcionaram/aceleraram a
demanda científica e tecnológica.
Em muitos casos, a pré-existência de entidades regionais e locais de ensino,
ciência e tecnologia c riaram as condições par a i mplantação dos pr imeiros
parques.
Em ca sos e specíficos (RTP e Labège Innopole), entidades locais c omo
prefeituras, g overnos di stritais f oram indutores/apoiadores da i mplantação
dos parques.
Investimento
Não identificadas informações relevantes
Privado/Empresarial
Arcabouço de Políticas Públicas e Soluções Financeiras para estímulo e viabilização dos
Parques Científicos e Tecnológicos relacionados - Variáveis Analisadas
f
a
b
c
d
e
Regulamentação d o processo de t ransferência t ecnológica e c oncessão do
direito de p atente de pr opriedade intelectual a p esquisadores e un iversidades
Leis e Sistemas
(spin-offs universitários). N o caso e specífico do R eino U nido a quebra do
Regulatórios
monopólio d e pa tentes pelas un iversidades d esencadeou o pr ocesso de
geração de start-ups.
Linhas de Fomento e Existência de linhas de fomento e f inanciamento públicos para P&D. No caso
EUA e F rança existência de cultura empreendedora com estímulo privado em
Financiamento
forma de investimento.
Programas
Educacionais e/ou
de Apoio à C&T
Políticas de
Incentivo Fiscal
Políticas Industriais
e de Comércio
Exterior
Programas voltados para o fortalecimento do desenvolvimento científico e
tecnológico, com ênfase na academia.
Incipiente. Não identificadas informações relevantes.
A política industrial foi um dos elementos indutores do desenvolvimento
tecnológico e indiretamente dos parques (efeito colateral).
Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de criação e
implantação dos Parques Tecnológicos
Programas
Sistêmicos de
No c aso d os E UA, v inculados ao desenvolvimento t ecnológico de mandado
Apoio à criação de
a
pelo estado (departamento de defesa).
Empresas
Inovadoras
ANEXO 2
43
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
b
Programas
Sistêmicos de apoio
Não identificadas informações relevantes
a Parques
Tecnológicos
Tabela 2: Parques tecnológicos de segunda geração – Seguidores
a
b
c
d
e
f
g
Conceitos e Modelos de Parques Tecnológicos bem sucedidos (Modelo de Luis Sanz
Expandido)
Relação com
Necessidade de t ransformar P &D ap licado em n egócio di recionou os
centros
esforços dos centros produtores de conhecimento em desenvolver parques
promotores de
C&T. Necessidade de atrair e capacitar recursos humanos para gerar
conhecimento de
demanda qualificada e competitividade internacional.
qualidade
Setores que possibilitavam a melhoria da competitividade regional por
Posição no Fluxo meio de i ndução / i ntrodução de no vos s etores, o u des envolvimento d e
Tecnológico
setores v oltados a pr ioridades r egionais / pr omoção da r egeneração
econômica regional.
Parques científicos e tecnológicos especializados em áreas científicas,
Grau de
como T IC, s emicondutores, en genharia de transporte, c iências da s aúde,
Especialização
fármacos, etc.
Empresas voltadas a transformar resultado de pesquisas universitárias em
spin-offs (universitários e i ndustriais), e, empresas start-ups. Algumas
Empresas "Alvo" vezes a poiadas em i ncubadoras de
empresarias. C aso J aponês
direcionado p ara a atração de em presas det entoras de c onhecimento e
tecnologia para instalação em parques.
Foco m ercado ex terno, c om fortalecimento do arranjo r egional, c apaz de
Mercado Objetivo
tornar as empresas instaladas nos parques referência de mercado.
Planejados no entorno de áreas urbanizadas, próximos ou dentro de
Densidade Urbana
centros de conhecimento, e/ou distritos industriais.
Espaço e Infraestrutura de
qualidade
h
Portifólio de
Serviços às EBTs
i
Trabalho em Rede
j
Modelo de Gestão
ANEXO 2
Parque as sociado ao c onceito "trabalhar-morar-viver", b usca de espaços
mais amplos (Parkland) e expansão urbana.
Criação e/ou desenvolvimento de estruturas tecnológicas para orientar as
atividades de P &D c om foco nas E BTs e i ndústrias l ocais. S urgem os
mecanismos para transferência tecnológica, proteção ao capital intelectual
e s uporte ao d esenvolvimento em presarial. O s mecanismos formais de
pré-incubação e incubação ganham importância.
Surgem as pr imeiras r edes f ormais de t rabalho, inclusive i ncentivadas e
regulamentadas por ações governamentais. No entanto, em muitos casos,
prevalece ainda a importância do contato pessoal.
Modelo d e ges tão m ais aut ônomo s eja públ ico ou pr ivado. O s par ques
criados pelo setor pú blico na s ua maioria são geridos por uma instituição
privada (terceirização da gestão).
44
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Papel estratégico dos Parques Tecnológicos em relação à economia do país e ao
desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial - Variáveis Analisadas
Relevância
a
Não identificadas informações relevantes
estratégica nacional
Os parques tentam seguir a esteira do sucesso dos parques de primeira
geração, m as não c
onseguiram t er r elevância nac ional. O
Relevância
desenvolvimento econômico dos países já estava em ascensão
estratégica
b
independentemente d a ex istência dos p arques. N ão er a "a diferença"
regional/setorial
para o país, mas foram extremamente importantes para o
desenvolvimento setorial/regional e em alguns casos local.
Relevância
c
Não identificadas informações relevantes
estratégica local
Estratégias de Implantação dos Parques Científicos e Tecnológicos relacionados - Variáveis
Analisadas
Geração
Os parques tentam seguir a esteira do sucesso dos parques de primeira
a
Espontânea
geração, parques planejados.
Iniciativa
Na maioria dos casos, a academia é o grande nucleador da
b
Acadêmica
replicabilidade dos mecanismos de inovação.
Os gov ernos nac ionais d esencadearam u m c onjunto de aç ões d e
Forte Intervenção
c
estímulo ao des envolvimento da C&T, que indiretamente influenciaram
Estatal – Nacional
a implantação de parques.
Intervenção de
Forte i nfluência de e ntidades r egionais e l ocais qu e v islumbraram a
Entidades
d
possibilidade d e des envolvimento r egional por m eio desse t ipo d e
Regionais
mecanismo.
Intervenção de
e
Não identificadas informações relevantes
Entidades Locais
Investimento
No c aso norte am ericano, f undos d e i nvestimento privado ap oiaram
f
Privado/Empresarial financeiramente a implantação de alguns parques.
Arcabouço de Políticas Públicas e Soluções Financeiras para estímulo e viabilização dos
Parques Científicos e Tecnológicos relacionados - Variáveis Analisadas
Leis e Sistemas
Lei de i novação na França, pr imeiras iniciativas específicas em C &T e
a
Regulatórios
esboço para estímulo e viabilização dos parques.
Apoio institucional não sistêmico nas primeiras fases de implantação de
parques (infra-estrutura). Com exceção dos EUA e França, que já
Linhas de Fomento
tinham a cultura de investimento (Venture Capital, seed money etc.) os
b
e Financiamento
demais paí ses c omeçam a des envolver l inhas do f omento es pecíficas
para criação e desenvolvimento de EBTs.
Os países investiram fortemente em programas educacionais e de
Programas
apoio à C &T, o que v iabilizava o desenvolvimento t ecnológico e
Educacionais e/ou
c
consequentemente o pr ocesso de t ransferência t ecnológica e c riação
de Apoio à C&T
de EBTs (start-ups e spin-offs).
incipiente par a a maioria dos países, com exceção dos EUA que
Políticas de
d
possuía abatimento ou crédito de impostos para a atração de empresas
Incentivo Fiscal
e suporte de comercialização e transferência tecnológica.
De m odo ger al, as pol íticas i ndustriais es tavam voltadas par a o
Políticas Industriais
desenvolvimento e ampliação de empresas de base industrial que
e de Comércio
e
necessitavam de des envolvimento t ecnológico para se t ornarem mais
Exterior
competitivas.
ANEXO 2
45
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
a
b
Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de criação e
implantação dos Parques Tecnológicos
Programas
Em al guns c asos, es truturação de pr ogramas de apoi o a pequenas e
Sistêmicos de Apoio
médias empresas inovadoras (Ex.: consolidação de programas tipo
à criação de
SBIR - Small Business Innovation Research).
Empresas Inovadoras
Programas
Em al guns c asos, c riação de pr ogramas es pecíficos t ipo Tecnopoles,
Sistêmicos de apoio a levando à liderança de uma política de escala nacional de implantação
Parques
de par ques c omo el ementos de es truturação de c idades or ientadas
Tecnológicos
para a C&T.
Tabela 3: Parques tecnológicos de terceira geração – Estruturantes
Conceitos e Modelos de Parques Tecnológicos bem sucedidos (Modelo de Luis Sanz Expandido)
Relação com Centros de conhecimento apropriam-se das tecnologias e da curva de
centros
experiência do s etor i ndustrial c riando diferenciais no processo de i novação
a promotores de tecnológica c riando al ternativas de no vos ne gócios, por meio da ger ação d e
conhecimento demanda qua lificada, r esultando n a c riação d e M PEs c om competitividade
de qualidade global. Direcionador que possibilitou o desenvolvimento regional.
Foco em s etores de al ta tecnologia, p assam a i nduzir f ortemente a i novação
Posição no
tecnológica em ní vel m undial, c om or ientação ao m ercado g lobal. Política
Fluxo
b
industrial a poiando estes s etores f ortalecendo os par ques c ientíficos e
Tecnológico
tecnológicos existentes e estimulando a criação dos chamados parques satélites
(serviços) ou de negócios.
Parques a ltamente es pecializados, objetivando dom ínio tecnológico avançado,
Grau de
para n ichos t ecnológicos de d emanda g lobal. Exceção f eita a E spanha o nde
c
Especialização parques t ecnológicos t ambém es tão or ientados ao d esenvolvimento de s etores
vocacionais.
Direcionado a atração de grandes empresas (âncoras), capazes de incrementar
Empresas
rapidamente o tecido industrial local. Em f ases iniciais s e es tabelecem as
d
empresas âncoras (geralmente estrangeira), nas seguintes desenvolvem-se spin"Alvo"
offs e start-ups locais ocorre naturalmente (conseqüência).
Prioritariamente voltados para o mercado global em segmentos de alta
Mercado
tecnologia e c ompetitividade ( nichos t ecnológicos), na m aioria dos c asos c om
e
Objetivo
programas f ormais aux iliando / es timulando a exportação. Preocupação ( Ásia)
em fortalecer cada vez mais a balança comercial.
Integrados ao tecido urbano, sendo importantes atratores do desenvolvimento e
transformação das cidades (pequenas e médias inclusive). Em alguns casos, há
Densidade
f
a preocupação de ocupação de áreas menos favorecidas, induzindo o
Urbana
desenvolvimento desta região por meio de parques especializados (ex:
Bioparques na Ásia).
Espaços de q ualidade, c riando ambientes pr opícios (tipo plug and play) para o
Espaço e Infradesenvolvimento de novas tecnologias e instalação de empresas de classe
estrutura de
g
mundial. Muitos deles voltados para a integração desenvolvimento tecnológico e
qualidade
bem-estar humano (urbanismo, qualidade de vida, lazer, etc.)
Consolidação de serviços de transferência tecnológica, propriedade intelectual e
Portifólio de
surgimento de par ques s atélites de s erviços - Business P arks. N os casos d a
Serviços às
h
Finlândia e Irlanda os mecanismos de pré-incubação e incubação são elementos
EBTs
chave para consolidação dos Parques.
Consolidação de várias redes formais (universidades, incubadoras, associações
ou redes internacionais, que funcionam como apoiadores). No caso asiático, há
Trabalho em
i
utilização intensa do trabalho em rede, explorando vantagens de mercados
Rede
competitivos e f uso-horário, par a i nstalação de u nidades f iliadas de em presas
asiáticas visando vantagem competitiva.
Modelo de ges tão a inda mais aut ônomo s eja púb lico ou pr ivado, r epresentado
Modelo de
por conselho. Os parques criados pelo setor público na sua maioria são geridos
j
Gestão
por um a i nstituição pr ivada ( terceirização da g estão). O bjetivam a aut osustentabilidade (viabilização da autonomia).
ANEXO 2
46
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
a
b
c
a
b
c
d
e
f
a
b
c
d
e
Papel estratégico dos Parques Tecnológicos em relação à economia do país e ao
desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial - Variáveis Analisadas
Os parques são mecanismos essenciais para a execução e manutenção da
Relevância
política nacional tecnológica e industrial, fortalecendo cada vez mais a
estratégica nacional economia e a balança comercial. Assumem, como no caso dos parques de
1a. Geração, o papel de alavancador do salto tecnológico nacional.
Ao m esmo t empo, a s aturação das ár eas ur banizadas, ou m esmo a
necessidade de promoção do desenvolvimento de regiões/locais menos
Relevância
favorecidos, es tá c riando par ques es pecializados que at uam como
estratégica
referência m undial em ár eas e/ ou s egmentos em ergentes ( biotecnologia,
regional/setorial
convergência d igital, en ergia, etc.), por m eio d e uma pol ítica nacional
agressiva de incentivos.
Relevância
Não identificadas informações relevantes
estratégica local
Estratégias de Implantação dos Parques Científicos e Tecnológicos relacionados - Variáveis
Analisadas
Geração Espontânea Não identificadas informações relevantes
A ac ademia ai nda desempenha i mportante papel nas es tratégias de
Iniciativa Acadêmica implantação, pr incipalmente pel a pr oximidade/conexão dos c entros de
conhecimentos no processo de transferência tecnológica.
Os gov ernos nac ionais pl anejaram o des envolvimento t ecnológico
Forte Intervenção
nacional, a par tir d e m ecanismos pr omotores da inovação en tre e les os
Estatal – Nacional
parques.
Atuam c omo gr andes par ceiros da po lítica de des envolvimento
Intervenção de
tecnológico nacional, por meio de associações,
agências de
Entidades Regionais
desenvolvimento e governos regional-local.
Intervenção de
Não identificadas informações relevantes
Entidades Locais
Investimento
Existência de parcerias público-privadas para implantação de i nfraPrivado/Empresarial estrutura de parques (edificações, acessos etc.)
Arcabouço de Políticas Públicas e Soluções Financeiras para estímulo e viabilização dos
Parques Científicos e Tecnológicos relacionados - Variáveis Analisadas
Forte estrutura legislativa e de regulação estabelecidas nacionalmente
para implantação de parques de C&T como elementos de competitividade
Leis e Sistemas
mundial. Leis intimamente i ntegradas ao des envolvimento e es truturação
Regulatórios
das c idades, criando at rativos par a em presas de c lasse m undial
instalarem-se, e, em al guns c asos i nclusive, legislação que o briga a
transferência de expertise para o local.
Principalmente di rigidos a no vos em preendimentos t ecnológicos, por ém
outras a lternativas c ontemplam o des envolvimento de m ecanismos e
ambientes de i novação. Existência de linhas es pecíficas v oltadas par a
Linhas de Fomento e Parques de C&T, criando um conjunto de benefícios junto às empresas e
Financiamento
entidades que se instalam no parque ou em seu entorno, bem como
durante a f ase de oper ação des tes em preendimentos. D e f orma ger al,
estes benef ícios c ontemplam des de e mpréstimos a j uros r eduzidos at é
investimentos a fundo perdido de origem governamental.
Continuidade de forte investimento em programas educacionais e de C&T.
Programas
Na m aioria dos c asos, f oram c riados m odelos e ducacionais f ocados em
Educacionais e/ou de
C&T que es timulam a t ransferência de c onhecimento en tre a indústria
Apoio à C&T
estabelecida e as instituições de ensino locais.
Existência de um conjunto de políticas de incentivos voltadas tanto para a
implantação de p arques, c omo par a a i nstalação de em presas. E ste
Políticas de Incentivo
conjunto d e i ncentivos s ão f ortemente r epresentados por i senção f iscal,
Fiscal
redução de taxas alfandegárias (EPEs e Zonas Francas) e condições
ainda mais especiais para empreendimentos instalados nos parques.
Políticas Industriais Política de d esenvolvimento n acional f ocada nos par ques, or ientada
e de Comércio
fortemente par a o c omércio ex terior, es timulando o perações no m ercado
Exterior
global.
ANEXO 2
47
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
a
b
Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de criação e
implantação dos Parques Tecnológicos
Programas es truturados de ex pansão da base d e em presas de al ta
tecnologia, incentivando a transferência de em presas de c lasse m undial e
Programas
estimulando a criação de empresas locais por meio do desenvolvimento de
Sistêmicos de
tecnologias aliado à curva de experiência das empresas locais. Atuam como
Apoio à criação de
promotores da inovação tecnológica estimulando a academia para formação
Empresas
de start-ups em mercados de n icho tecnológico e spin-offs universitários.
Inovadoras
(Ex.: "The 21st.Century Research Programme, Third Level Incubation
Programme e Spin-Off Programme).
Sistemas par a pr omoção de p arques c ientíficos e t ecnológicos c om f orte
apoio f inanceiro de g overnos c entrais e r egionais, c ontando c om par cerias
Programas
junto a c entros universitários e
empresas v isando a i novação e
Sistêmicos de apoio desenvolvimento regional.
a Parques
Em alguns casos, devido a limitação geográfica encontradas nesses países,
foram estabelecidos programas denominados "Cluster Programmes" locais,
Tecnológicos
originando Parques d e Alta T ecnologia qu e a liam des envolvimento
ambiental regional em suas atividades de inovação.
Com base n a a nálise g eral d as informações obtidas nos diversos estudos
consultados, foi p ossível t raçar um d esenho d o co mportamento dos parques
segundo seu enquadramento sugerido, de modo a fazer uma comparação genérica
de seu desenvolvimento ao longo do tempo. A figura a seguir representa de forma
esquemática a performance e r elevância das três gerações de parques. N ela, é
possível i dentificar q ue o pioneirismo dos parques de primeira g eração, fez co m
que a lgumas nações alcançassem o domínio tecnológico de s etores estratégicos.
Os parques desta g eração também de monstraram a o l ongo d e su a
operacionalização u ma not ável ca pacidade de a daptação às novas tendências
tecnológicas, f ato este q ue t em ass egurado su a r elevância f rente às demais
iniciativas. No entanto, observa-se uma diferença dentro do grupo pioneiro quando
se compara a experiência americana contra a ex periência européia e j aponesa. O
foco am ericano, que g erou espontaneamente os parques sempre f oi o f oco no
negócio. O “business” alavancou fortemente a C&T nos EUA e consequentemente
os mecanismos de criação e dese nvolvimento de novos negócios de base
tecnológica, m esmo quando hav ia u ma forte i ndução g overnamental, por t rás
estava o i nteresse ec onômico e negocial. N este ponto, nas demais experiências
pioneiras, embora o desenvolvimento econômico de países fosse o objetivo final, o
foco estava na C&T, no entendimento que a C&T é que alavancavam os negócios
e não a lógica inversa.
Com relação aos parques “seguidores”, estes claramente foram na esteira dos de
primeira geração, através de modelos de replicação. E por seguirem “copiando” as
iniciativas anteriores, tiveram um impacto econômico e tecnológico mais localizado
e por v ezes até m ais limitado. Embora e m al guns casos este m odelo t enha
resultado e m benefícios econômicos relevantes. M as de modo geral, co mo o s
indutores, n a su a maioria, foram as universidades, o foco est ava m uito mais no
desenvolvimento ci entífico e formação de massa cr ítica, q ue se co nsolidava em
negócios dentro dos parques.
Já os parques de t erceira g eração s ão i niciativas implementadas em paí ses em
desenvolvimento. N a maioria dos casos, a i mplantação d esses parques está
fortemente associada a políticas nacionais e r egionais de d esenvolvimento. Os
parques de terceira geração repetem uma curva de aprendizado curta com foco no
ANEXO 2
48
RELATÓRIO EXECUTIVO
Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
desenvolvimento da C &T, mas saltam r apidamente para u ma n ova cu rva co m o
foco n o neg ócio e pr incipalmente no mercado de produtos e se rviços de cl asse
mundial. Isto confere aos PCTs de terceira geração um diferencial extraordinário de
performance e um a alta r elevância / impacto par a est es países. As políticas
nacionais de d esenvolvimento i ntegrado de l ongo pr azo tem conferido um a
destacada performance a estas iniciativas.
A co nclusão g erada pel a an álise dos par ques científicos e t ecnológicos
estrangeiros fortalece a imagem destes empreendimentos e sua importância para o
desenvolviment
o eco nômico,
tecnológico,
social e
ambiental. Por
envolver a
possibilidade
de el
evação
dos
padrões
tecnológicos,
econômicos e
sociais
tem
despertado não
só o i nteresse,
mas a atuação
ativa do se tor
público em diversos outros países. Por s e t ratarem de e mpreendimentos que
envolvem mobilização si gnificativa de r ecursos financeiros, articulação política,
criação de r ede de geração e t ransferência de c onhecimento é, se m d úvida,
fundamental o apoio e di recionamento p or par te não só dos governos, m as da
academia e sociedade civil como demonstrado nas experiências internacionais.
5. Referências
ANEXO 2
49
Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
17 ANEXO 3
Página 39
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
ANEXO 3
II
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
ANEXO 3
III
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
ANEXO 3
IV
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
SUMÁRIO
1.
Introdução .......................................................................................................... 13
2.
Sociedade do conhecimento: visão de país ....................................................... 19
2.1. Sociedade do Conhecimento ............................................................... 21
2.2. Economia do Conhecimento ................................................................ 24
2.3. Organizações Intensivas em Conhecimento ........................................ 27
2.4. Trabalhadores do Conhecimento ......................................................... 31
2.5. Indicadores da Sociedade do Conhecimento ....................................... 32
2.6. Referências .......................................................................................... 43
3.
Planos de países baseados na economia do conhecimento.............................. 45
3.1. Introdução ............................................................................................ 45
3.2. Grupo 1: União Européia...................................................................... 47
3.2.1. Espanha ........................................................................................ 47
3.2.2. Finlândia ........................................................................................ 61
3.2.3. França ........................................................................................... 77
3.2.4. Irlanda ............................................................................................ 91
3.2.5. Nova Zelândia.............................................................................. 101
3.2.6. Reino Unido ................................................................................. 117
3.3. Grupo 2: América do Norte ................................................................ 137
3.3.1. Estados Unidos da América......................................................... 137
3.4. Grupo 3: Ásia ..................................................................................... 155
3.4.1. China ........................................................................................... 155
3.4.2. Coréia do Sul ............................................................................... 169
3.4.3. Índia ............................................................................................. 182
3.4.4. Japão ........................................................................................... 197
3.4.5. Malásia ........................................................................................ 209
3.4.6. Singapura .................................................................................... 223
3.4.7. Taiwan ......................................................................................... 235
4.
Considerações Finais ....................................................................................... 245
5.
Anexo: Documentos Complementares ............................................................. 247
ANEXO 3
V
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
ANEXO 3
VI
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1.1- Caminho para uma 4ª Geração de Parques Científicos e Tecnológicos. .......................... 16
Figura 2.1 - Sociedade do Conhecimento em dimensões de análise................................................... 21
Figura 3.1 - Impacto do Programa INGENIO ........................................................................................ 51
Figura 3.2 - Novos objetivos de investimento em P&D relativos ao PIB Fonte: Programa .................. 52
Figura 3.3 - Novos objetivos de investimento pelo setor privado Fonte: Programa ............................. 52
Figura 3.4 - Impacto do Plano sobre a convergência com a UE em termos de investimentos ............ 53
Figura 3.5. Indicadores Estruturais. ...................................................................................................... 57
Figura 3.6. Performance Espanhola em Inovação no ano de 2005. ..................................................... 58
Figura 3.7 Inovação Tecnológica nas Empresas Espanholas .............................................................. 59
Figura 3.8 Número de Empresas Inovadoras e Gastos Total de Inovação .......................................... 59
Figura 3.9 Gastos em Inovação e Distribuição Percentual por tipo de Atividade Inovadora ................ 60
Figura 3.10 Fonte: European Innovatrion Progress Report .................................................................. 64
Figura 3.11 - Modelo do Sistema de Ciência e Tecnologia da Finlândia ............................................. 65
Figura 3.12 - Processo do Programa TEKES de Tecnologia ............................................................... 66
Figura 3.13 ............................................................................................................................................ 74
Figura 3.14 ............................................................................................................................................ 75
Figura 3.15 - Investimento % do PIB investido em P&D ....................................................................... 76
Figura 3.16 - Evolução do qualificação em nível de Doutorado ........................................................... 76
Figura 3.17 - Evolução do PIB da Finlândia em comparação com a Euro Área e EUA ....................... 76
Figura 3.18 - Articulação dos Atores no Processo de Inovação na França. ......................................... 79
Figura 3.19 - Modelo de criação de empresas inovadoras na França.................................................. 84
Figura 3.20 - Empresas Inovadoras e as Pré-Incubadoras, Modelo Francês ...................................... 84
Figura 3.21 ............................................................................................................................................ 89
Figura 3.22 ............................................................................................................................................ 90
Figura 3.23 - Modelo de Competitividade da Irlanda ............................................................................ 97
Figura 3.24 ............................................................................................................................................ 99
Figura 3.25 .......................................................................................................................................... 100
Figura 3.26 - Comparação da Nova Zelândia com outros países ...................................................... 104
Figura 3.27 - Modelo sistêmico de relação entre Agências Governamentais na Irlanda ................... 112
Figura 3.28 .......................................................................................................................................... 115
Figura 3.29 - Aplicação do Modelo REA para o Reino Unido ............................................................. 118
Figura 3.30 - Visão Geral do Sistema de Inovação do Reino Unido .................................................. 122
Figura 3.31 - Investimento em P&D – Setor Público e Setor Privado - % do PIB (5) ......................... 124
Figura 3.32 - Cenário indicativo para o investimento em P&D em 2014 - % do PIB (5) .................... 124
Figura 3.33 - % de estudantes em várias áreas do conhecimento no RU ......................................... 126
Figura 3.34 - Perspectiva histórica de desenvolvimento de P&D ....................................................... 127
Figura 3.35 - Financiamento e Desempenho da Ciência, Engenharia e Tecnologia (SET) ............... 132
ANEXO 3
VII
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.36 - Mecanismos e Canais da Política de Inovação do Governo do RU .............................. 133
Figura 3.37 .......................................................................................................................................... 135
Figura 3.38 .......................................................................................................................................... 136
Figura 3.39. ......................................................................................................................................... 137
Figura 3.40 .......................................................................................................................................... 138
Figura 3.41 .......................................................................................................................................... 139
Figura 3.42 .......................................................................................................................................... 140
Figura 3.43 .......................................................................................................................................... 141
Figura 3.44 - Innovation Framework ................................................................................................... 142
Figura 3.45 - Innovation Framework ................................................................................................... 142
Figura 3.46 .......................................................................................................................................... 143
Figura 3.47 - A nova e a velha economia. .......................................................................................... 144
Figura 3.48 .......................................................................................................................................... 145
Figura 3.49 .......................................................................................................................................... 145
Figura 3.50 .......................................................................................................................................... 148
Figura 3.51 - Cluster Regional de Tecnologia da Informação do Estado de Atlanta .......................... 152
Figura 3.52 .......................................................................................................................................... 154
Figura 3.53 - Framework institucional da China .................................................................................. 159
Figura 3.54 - Economic and Technological Development Zones ....................................................... 164
Figura 3.55 - Free Trade Zones .......................................................................................................... 164
Figura 3.56 - Export Processing Zone ................................................................................................ 165
Figura 3.57 .......................................................................................................................................... 172
Figura 3.58 .......................................................................................................................................... 174
Figura 3.60 .......................................................................................................................................... 180
Figura 3.61 - Framework Institucional Indiano em C&T ...................................................................... 185
Figura 3.62 .......................................................................................................................................... 194
Figura 3.63 - Central Scientific Department Progress of Plan Expenditure ........................................ 196
Figura 3.64 - Dois Círculos virtuosos focados em inovação. .............................................................. 198
Figura 3.65 - Framework Institucional Japonês em C&T .................................................................... 199
Figura 3.66 - Mapa dos Knowledge Clusters ...................................................................................... 204
Figura 3.67 - Fukuoka Silicon Sea-Belt ............................................................................................... 205
Figura 3.68 .......................................................................................................................................... 207
Figura 3.69 .......................................................................................................................................... 213
Figura 3.70 - Implementation of the MSC Malaysia is divided into three phases from 1996-2020 .... 216
Figura 3.71 - MSC Malaysia 2a. Phase .............................................................................................. 217
Figura 3.72 - Concept of the MSC Malaysia National Rollout ............................................................. 218
Figura 3.73 - Biomedical Research Council ........................................................................................ 226
Figura 3.74 - Science and Engineering Research Council ................................................................. 226
Figura 3.75 .......................................................................................................................................... 227
Figura 3.76 - Technology Corridor Fonte: www.sciencepark.com.sg ................................................. 232
ANEXO 3
VIII
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.77 .......................................................................................................................................... 238
Figura 3.78 - APROC PLAN ................................................................................................................ 241
Figura 3.79 - Management do Global Logistics Development Plan .................................................... 242
Figura 3.80 .......................................................................................................................................... 243
ANEXO 3
IX
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
ANEXO 3
X
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
ÍNDICE DE QUADROS
Tabela 1 - Hipótese de transição do desenvolvimento econômico e social ......................................... 22
Tabela 2 - Categorias de Investimento Econômico .............................................................................. 23
Tabela 3 - Participação no PIB de setores com uso intensivo do conhecimento ................................. 29
Tabela 4 - Nível de emprego em empresas intensivas em conhecimento, .......................................... 30
Tabela 5 - Nível de emprego em empresas intensivas em conhecimento ........................................... 30
Tabela 6 - Projeção Ocupacional de Trabalhadores do Conhecimento ............................................... 31
Tabela 7 - Relação de países analisados por Grupo ............................................................................ 45
Tabela 8 - The share of the forest industry in the industry in the Finnish economy ............................. 61
Tabela 9 - Parques Tecnológicos.......................................................................................................... 86
Tabela 10 - Programa de Ações da Irlanda .......................................................................................... 95
Tabela 11 - Medidas da Política de Inovação adotadas no RU .......................................................... 130
Tabela 12 - ATP Summary Data–Funding ($ Millions) - Technology Area by Year ........................... 151
Tabela 13 - Selected key organisations within the national innovations systems-2005 ..................... 157
Tabela 14- Selected key organisations within the National Innovation ............................................... 171
Tabela 15 - Selected key organisations within the National Innovation Systems ............................... 194
Tabela 16............................................................................................................................................. 195
Tabela 17............................................................................................................................................. 195
Tabela 18 - Ações em prol da inovação .............................................................................................. 202
Tabela 19 - Selected key organisations within the National Innovation Systems ............................... 208
Tabela 20 - Ratio of successful innovation by district ......................................................................... 208
Tabela 21 - Selected key organisations within the National Innovation Systems ............................... 211
Tabela 22 - Selected key organisations within the National Innovation Systems ............................... 224
Tabela 23 - Selected key organisations within the National Innovation Systems ............................... 237
Tabela 24 – Documentos com versão eletrônica disponível .............................................................. 247
ANEXO 3
XI
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
ANEXO 3
12
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
1. Introdução
Sempre foi possí vel ao
homem a nalisar o pass ado par a melhor
compreendê-lo, mesmo q uando j á di stante no t empo de s eu foco de an álise.
Atualmente p ode-se discorrer so bre a S ociedade A grícola e a S ociedade
Industrial com razoável segurança e co m conceitos reconhecidamente aceitos
por m uitos. R elativamente ao p eríodo da ch amada S ociedade da Informação,
cuja etapa se teria encerrado na véspera do momento atual, já se apresentam
dificuldades relativas em sua análise, posto sua efetiva proximidade. Porém, é
inegável que, mesmo não podendo imputar-se limites muito rígidos de inicio e
fim a estes per íodos, v ive-se at ualmente em um m omento p osterior ao da
Informação, com mudanças vertiginosas em nossa sociedade, tendo um novo
fator como foco inquestionável, o conhecimento.
Visualizando es tas mudanças através da história da ci ência, pode-se
deduzir que passa mos por m omentos de e stabilidade t eórica e m omentos de
revolução científica (2). Caracteriza-se o primeiro momento pela não alteração
dos paradigmas e o segundo pelas suas crises, onde se constatam mudanças
conceituais, de v isão de m undo e a i nsatisfação co m os modelos vigentes,
tanto devido à evolução científica quanto pela necessária ruptura com vistas à
sobrevivência.
Dentro d este co ntexto, a bordado
por um a v isão di cotômica – normalidade
versus ruptura – vivemos o m omento de
inicio de uma nova era, Era da Sociedade
do C onhecimento, c ujo i nicio p ode-se
afirmar se r r ecente, e q
provavelmente m ais
ue se u fim,
breve q ue
“A próxima sociedade será a
sociedade do conhecimento. O
Conhecimento será o recurso
primordial e os trabalhadores do
conhecimento serão o grupo
dominante na força de trabalho”
(DRUCKER, 2001) (3).
as
anteriores, impreciso – pelo menos em termos conceituais.
Nesta fase, se gundo i números autores, o ‘ conhecimento’ n ão po de se r
tratado como ‘um’ fator de produção desta nova Era, como eram considerados
anteriormente a ‘terra’, o ‘trabalho’ e o ‘capital’, mas ‘o’ único recurso, “... o que
ANEXO 3
13
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
torna si ngular esta n ova so ciedade” ( 4). Agora os ativos imobilizados, di tos
tangíveis, passam a ter menor valor que a capacidade intelectual e de serviços
das pessoas e organizações, ca racterizados como at ivos intangíveis. N este
sentido, tem-se convergência ao afirmar q ue “ ... o conhecimento é a fonte de
poder, ... e a ch ave para futuras mudanças de poder ” (4), o q ue coloca, além
dos indivíduos e das or ganizações, t ambém os governos como f atores de
inestimável i mportância n o se ntido d e l iderar est ratégias de desenvolvimento,
com foco em um mundo global e co m visão de futuro, para agregar valor aos
novos produtos e serviços e a su stentabilidade de s eu crescimento e do b em
estar social de sua população.
Neste co ntexto, p oder-se-ão i nserir os
Parques
Científicos
e
Tecnológicos (PCTs), co mo i nstrumento e i ndutor d e u m des envolvimento
sustentável, i novador e si stêmico. D e aco rdo co m A BDI ( 1), a o l ongo d os
últimos cinqüenta anos pode-se identificar três gerações de PCTs. A primeira,
ao longo dos anos 50 e 60, referente aos ‘Parques Pioneiros’, criados de forma
espontânea, p ara pr omover a cr iação de empresas de b ase t ecnológicas e a
transferência d e t ecnologias, a p artir de universidades fortes e dinâmicas. A
segunda g eração, de ‘ Parques Seguidores’, f oi cr iada de forma pl anejada,
formal e
estruturada, par a ‘ seguir’ os
passos de u ma tendência ou
‘benchmarking’, tendo-se estendido entre os anos 80 e 90 do século passado.
Na Figura 1. 1 procura-se ilu strar est a ev olução, o nde es tes PCTs são o s
emuladores desta 1ª Fase, gerando programas e políticas públicas.
A terceira geração, conferindo inicio à 2ª Fase, a par tir do fim dos anos
90, apresenta uma tendência de inverter o processo anterior, posto ser fruto de
estratégias e planejamento de longo prazo, com visão de futuro, colocadas em
curso a par tir de pr ogramas e operacionalizadas pelos PCTs desta g eração,
chamados de ‘ Parques Estruturantes’. E sta g eração, si stêmica e su stentada
pela área da ci ência e t ecnologia, al ém da nova di sciplina d e G estão do
Conhecimento, debruçada so bre nov as metodologias e pr áticas de g estão,
apresenta o conhecimento e a inovação como o primordial objeto de estudo.
ANEXO 3
14
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Visualizar a pr óxima f ase, 3ª , é o des afio q ue se i mpõe a t odos os
países, e a o B rasil em p articular, diminuindo as distâncias q ue os separam e
oferecendo um caminho novo a u ma provável 4ª geração de P CTs, cujo curso
ainda está por ser definido.
Como i lustra a Figura 1. 1, est as três fases também pod erão servir,
extrapolando-se, par a indicar caminhos semelhantes para outras ações
igualmente r elevantes, al ém d e P arques Científicos e Tecnológicos: G overno
Eletrônico, Arranjos Produtivos Locais, Pólos de Competitividade, entre outras.
À l uz do m omento at ual, t endo o co nhecimento como f oco, an alisar
profundamente experiências de outros países, seus planos e políticas públicas,
suas ações e suas conseqüências, é uma ação primordial. A partir de um plano
ontológico, principalmente em nível de g overno, ter-se-ão melhores condições
de visualizar e pot encializar iniciativas estratégicas para o balizamento de s ua
atuação c omo um e fetivo at or na S ociedade do C onhecimento e no mundo
global at ual, pr imordialmente n o co ntexto de P
arques
Científicos
e
Tecnológicos, como o aqui pretendido.
No Capítulo 2 é comentada a visão de um país aderente à Sociedade do
Conhecimento, aquele país que acompanha de perto esta inexorável mudança,
seus requisitos, indicadores e tendências.
No C apítulo 3,
a partir de u
m co njunto d e q uatorze p aíses,
geograficamente e ec onomicamente aj ustados em três grupos, é realizada
análise s ucinta de suas políticas públicas, se us i nstrumentos e açõ es,
procurando-se contextualizar no entorno do papel dos Parques Científicos e
Tecnológicos sua importância para a inovação e o desenvolvimento.
No C apítulo 4, C onsiderações Finais, é f eito co mentário i ndicativo de
tendências relativas à análise elaborada, conferindo espaço e importância para
a su a per manente c onstrução e at ualização. D e f orma co mplementar, sã o
comentadas recomendações que poderão dar continuidade a este trabalho.
ANEXO 3
15
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 1.1- Caminho para uma 4ª Geração de Parques Científicos e Tecnológicos.
Ao f inal, no A nexo, co m v istas a enr iquecer est a i niciativa, est ão
indicados os principais documentos consultados, de i nestimável v alor par a
qualquer apr ofundamento q ue s e faça necessário a p artir d esta análise
preliminar, além daqueles já referenciados em cada país abordado.
ANEXO 3
16
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Referências
ABDI, A ssociação Brasileira de D
esenvolvimento Industrial. Parques
Tecnológicos no Brasil: Estudo, Análise e Proposições. Módulo 1. Brasília:
ABDI - ANPROTEC. 2007. 131 p.
CARVALHO, I sabel C ristina L. K aniski, A na Lúci a. A S ociedade d o
Conhecimento e o ac esso à i nformação: p ara q uê e par a q uem? Ciência da
Informação, ISSN 0100-1965, v.29 n.3. Brasília set/dez 2000.
DRUCKER, Peter. The Next Society. Economist 1 November 2001. Disponível
em: <http://economist.com/surveys/displayStory.cfm?Story_id=770819>.
Acesso em: junho 2007.
NONAKA, I. TAKEUCHI, H . Criação de Conhecimento na Empresa. R io de
Janeiro. Editora Campus – 14ª edição, 1997.
ANEXO 3
17
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
ANEXO 3
18
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
2. Sociedade do conhecimento: visão de país
Na Era da Agricultura a terra era o principal recurso. Na Era Industrial os
recursos naturais respondiam pel o des envolvimento eco nômico, ca rvão,
minério de f erro e o
trabalho manual. N a Era at ual, da S ociedade d o
Conhecimento, o conhecimento é o principal fator produtivo.
Não é
uma i déia no va o f ato de o co nhecimento r epresentar u m
importante pap el na economia, ne m t ampouco q ue se ja este u m fato nov o.
Todas as economias, de uma forma linear, estão baseadas no conhecimento,
indicando c omo plantar, minerar e co nstruir, por
exemplo, on de este
conhecimento s ofreu razoável aum ento desde a R evolução I ndustrial. M as,
atualmente, o g rau d e i ncorporação do c onhecimento e da i nformação na s
atividades econômicas adquiriu el evada i mportância a ponto de induzir um a
completa
mudança t anto
estrutural co mo q ualitativa na s
operações
econômicas, transformando suas bases das vantagens competitivas (2).
O co nhecimento i ntensivo no m undo ec onômico e o a
umento d a
habilidade h umana de di stribuir e co mpartilhar o co nhecimento ag regou v alor
para t odos os participantes no si stema eco nômico co ntemporâneo. As
conseqüentes implicações destas mudanças são profundas, não somente nas
estratégias das empresas e nas políticas governamentais, m as também p ara
as instituições e si stemas utilizados na r egulação do co mportamento
econômico e no comportamento humano desta nova Sociedade.
A v isão de
Conhecimento dev
futuro de u m p aís no co ntexto da
erá co
ntemplar su
a co
nvergente E
Sociedade do
conomia d
o
Conhecimento. E m muitos países há co nsenso pol ítico e i ntelectual co m esta
visão. A s diferenças o correm na t radução desta visão par a a teoria e par a a
prática (3). I mpõem-se a pergunta: co mo fazer? U ma so ciedade dentro des te
contorno nec essita d e açõ es políticas que t enham cu nho naci onal, r egional e
local, des envolvendo est ratégias para t odas as áreas. D esenvolvimento
econômico é um processo social, tal como a economia do conhecimento não é
somente cr escimento e co mpetitividade, mas também i nclusão s ocial e bem
ANEXO 3
19
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
estar so cial. A ssim, a ag enda d a eco nomia do co nhecimento dev e se r
geograficamente bem distribuída e utilizada como base para unificar e agrupar
áreas aparentemente pouco relacionadas.
As nações que t enham a i ntenção de pr osperar co m el evado p adrão
competitivo na eco nomia do c onhecimento serão aquelas que competirão com
alta t ecnologia e força i ntelectual, atraindo pess oas altamente q ualificadas e
empresas com potencial de inovação e potencial de transformar a inovação em
oportunidade c omercial ( 5). E stas deverão ser as fontes desta n ova f ase de
prosperidade para um país. Esta é a oportunidade posta. Para tanto, cada país
deverá co nstruir se u c aminho e m odelo, passando de forma c onvergente p or
pelo menos um po nto em c omum: i nvestimento e m ci ência, c omo pedra
fundamental para o futuro econômico.
Nesta pr ofunda m udança ambiental, as u niversidades posicionam-se
como par ceiras atraentes para as empresas. Pesquisadores universitários
operam co m r edes em ní vel i nternacional, o btendo maior cl areza e
conhecimento d o av anço ci entífico v isto de f orma g lobal. Por est a r azão,
governos de m uitos países estão co nstruindo ‘ pontes’ en tre universidades e
empresas (6). Um exemplo a ser citado é oferecido pelo Japão, ao desenvolver
a capacidade de pesquisa no si stema universitário. O país apresenta elevada
taxa de i nvestimento em P&D, mas uma grande proporção deste investimento
era r ealizada dentro de l aboratórios co orporativos. N o mundo atual, d e a mpla
colaboração e pesquisa m ultidisciplinar, no Ja pão, q ue er a t ido co mo uma
grande força, su a si stemática d e pesquisa in company poderá se t ransformar
em uma fraqueza. O sistema universitário e seu entorno, caracterizando aqui o
potencial d os Parques Científicos e Tecnológicos (PCTs), poderá se r um
núcleo de i novações e novas descobertas. Neste co ntexto, as indústrias e a s
empresas devem trabalhar juntamente com as universidades para transformar
estas descobertas em produtos inovadores a serem comercializados a partir de
modelos de negócios adequados.
Assim, de uma forma aberta e não fazendo desta abordagem um recorte
estreito da r ealidade, a ev olução do m undo at ual poder á se r t ambém
ANEXO 3
20
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
visualizada a p artir d e q uatro dimensões, não est anque entre si , t endo o
conhecimento como foco de ação e interesse:
 Sociedade do Conhecimento
 Economia do Conhecimento
 Organizações Intensivas em Conhecimento
 Trabalhadores do Conhecimento
SOCIEDADE DO CONHECIMENTO
ECONOMIA DO CONHECIMENTO
ORGANIZAÇÕES INTENSIVAS EM CONHECIMENTO
TRABALHADORES DO CONHECIMENTO
Figura 2.1 - Sociedade do Conhecimento em dimensões de análise
2.1. Sociedade do Conhecimento
A visão de uma sociedade a partir de sua perspectiva histórica sempre
enriquece se u co nhecimento e oferece m aiores condições para um a an álise
mais ampla e realista, baseada em f atos vivenciados. E vocando a T eoria da
Transição ( 1), po demos visualizar q ue a t ransição de um p eríodo hi stórico de
uma sociedade para outro ocorre sempre que um novo fator de produtividade
inovador é i ntroduzido. E sta i déia p ode se r m elhor ab ordada av aliando-se o
ANEXO 3
21
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
quadro a se guir, onde é i lustrada a hipótese de t ransição do desenvolvimento
econômico e social (1).
Tabela 1 - Hipótese de transição do desenvolvimento econômico e social (1)
Etapa
I
II
III
IV
Fator de Produtividade
Redes comerciais de longe
distância
Trabalho intensivo em
propriedade agrícola e
mineração industrial
Produção industrial e
organização
Conhecimento
Fonte: Adaptado pelos autores
De
Agricultura de
subsistência
Sociedade agrícola
Transição
Produção de material
‘in natura’
Industrialização e
comercialização
Para
Império comercial
Produção de material ‘in
natura’
Industrialização e
comercialização
Sociedade e Economia
do conhecimento
Conceito a mplamente de fendido por es pecialistas registra q ue o
conhecimento s ubstituiu a or ganização i ndustrial e de
produção co mo a
principal f ator de pr odução. D e fato, at ualmente, o v alor ag regado nos
modernos produtos não est á v inculado t ão so mente a o v alor do m aterial
utilizado, ou ao t
rabalho e ca
pital env olvido em su a pr odução, mas
principalmente ao conhecimento agregado ao produto final. No atual período de
mudança, ou mesmo de transição, o c onhecimento apresenta-se como o mais
importante fator de produção, superando o capital e o trabalho. Neste contexto
de co mparação d e fatores de produção, quando s e av alia a t ransição da
Sociedade Industrial para a Sociedade do Conhecimento, existem importantes
diferenças entre o trabalho e o capital, inerentes à primeira, e o conhecimento,
podendo-se citar pelo menos dois aspectos (1):
 conhecimento é um fator de produção de difícil mensuração, sendo
também ca racterizado co mo u m at ivo i ntangível das organizações,
ou mesmo dos produtos; e
 mesmo quando outros fatores de produção de bens têm seu valor
diminuído, a pr odução co m maior d ependência d o co nhecimento
mantém sua utilidade, mesmo que de forma ainda marginal.
ANEXO 3
22
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Da mesma forma, estimar o impacto do crescimento econômico devido
ao uso i ntensivo do co nhecimento a presenta di ficuldades. O i nvestimento e m
educação ou e m P &D é g
eralmente u tilizado co mo u m i ndicador do
conhecimento co mo entrada par a a Sociedade do C onhecimento. C ientistas,
técnicos e engenheiros são co nsiderados t rabalhadores do conhecimento,
prioritariamente a outras atividades um pouco mais distantes da área científica
e tecnológica.
A O ECD ( Organisation for Economic Co-operation and Development)
desenvolveu um i ndicador co mposto para acompanhar o ‘ Investimento em
Conhecimento’ ( ver I tem 2. 5 – Indicadores: T abela 9) , i ncluindo: i nvestimento
em P &D, i nvestimento em e ducação, investimento e m T ecnologia d a
Informação e C omunicação (TIC). A partir desta medida, pode-se identificar o
investimento dos países em três grupos (4):
 Alto investimento econômico (aproximadamente 6% do PIB)
 Médio investimento econômico (aproximadamente 3-4% do PIB)
 Baixo investimento econômico (aproximadamente 2-3% do PIB)
Na Tabela 2 a seguir, dentro deste contexto, estão identificados dez dos
quatorze países analisados neste documento.
Tabela 2 - Categorias de Investimento Econômico
Grupos
1994
%
Alto Investimento
Estados Unidos
5,4
Finlândia
4,7
Coréia do Sul
4,9
Japão
3,9
Médio Investimento
Austrália
3,9
França
3,4
Reino Unido
3,5
Baixo Investimento
Espanha
2,1
Nova Zelândia
-Irlanda
2,6
Fonte: OECD Factbook 2006, p 131 (4)
ANEXO 3
2002
%
alteração
%
6,6
6,1
5,9
5,0
+ 1,2
+ 1,4
+ 1,0
+ 1,1
4,1
3,7
3,7
+ 0,2
+ 0,3
+0,2
2,8
2,8
2,4
+ 0,7
-- 0,2
23
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Algumas ca racterísticas podem s er aq ui i ndicadas como fatores de
identificação de uma S ociedade do Conhecimento, m erecendo anál ise m ais
profunda para o seu melhor entendimento (1):
 População co m elevado nível de ed ucação e m co mparação c om
outras sociedades, apresentando cr escimento desta f orça de
trabalho como trabalhadores do conhecimento;
 Produção com base na inteligência artificial;
 As organizações – governo, empresas privadas e sociedade civil –
estão se transformando em organizações inteligentes;
 Crescimento do conhecimento organizacional na forma de sistemas
digitais, r epositórios
de d ados, si stemas
inteligentes, pl anos
organizacionais e outros meios;
 Existência de m uitos ce ntros de ex celência e um a produção
descentralizada do conhecimento;
 Maior cl areza na di ferença e ntre produção do co nhecimento e
utilização do conhecimento.
De acordo com Evers (1), conceituar Sociedade do Conhecimento pode
induzir à co nfusão c om o q ue se en tende por S ociedade da Informação,
conferindo-se maior ên fase e r elevância à
Tecnologia d a I nformação e
Comunicação ( TIC). Este é u m ca minho que nor malmente s ugere-se co mo
equivocado, mantendo ainda o pe nsamento aderente à cu ltura epistemológica
da Sociedade Industrial. Agora, não é o ‘hardware’, mas sim o ‘software’, sendo
esta a p edra fundamental d a S ociedade d o Conhecimento. N esta direção, n a
Sociedade d o C onhecimento, os si stemas não dependem somente d a
tecnologia empregada, mas são determinados por seu conteúdo, significado e
conhecimento.
2.2. Economia do Conhecimento
A E conomia do C onhecimento é mais usualmente def inida ( 7)
considerando a bas
ANEXO 3
e das
organizações em t ermos de t ecnologia e
24
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
conhecimento: investimento e m P&D, alta utilização de t
ecnologias de
informação e co municação e u m grande número de graduados e profissionais
nas áreas de ci ência, eng enharia e t ecnologia. C abe a r essalva q ue u ma
definição co mpleta s eria de di fícil al cance, p osto q ue a e conomia do
conhecimento aplica-se a todos os tipos de organizações.
A Economia do Conhecimento apresenta dois vetores fundamentais: (a)
o aum ento das atividades econômicas intensivas em co nhecimento e ( b) a
globalização eco nômica. E nquanto o pr imeiro a presenta c omo fatores
motivadores a r evolução t ecnológica e o ac elerado r itmo d e su a mudança, o
segundo v etor – globalização – tem n a desr egulamentação naci onal e
internacional e, t ambém, na r evolução t ecnológica se us pr incipais fatores.
Porém, cabe ressaltar que a t erminologia Economia do C onhecimento afeta a
toda u ma nova est rutura eco nômica q ue e stá em ergindo na at ualidade, nã o
somente vinculada a um dos vetores mencionados, ou sua combinação. O que
atesta por sua complexidade de análise.
Nos últimos vinte e ci nco an os houve um a explosão na aplicação das
tecnologias de i nformática e de c omunicação e m t odas as áreas, t anto em
negócios empresariais como na vida diária das pessoas. Este fato foi motivado,
entre outros, pela queda drástica do valor dos equipamentos de informática e
pelo r ápido d esenvolvimento d e r elevantes
aplicações
para at ender
necessidades de usuários. Digitalização, sistemas abertos, desenvolvimento de
software e t ecnologias de su porte – tecnologias de sca nner e i magens,
repositórios, memória, apr esentação d e mídias e có pias – refletem o s
profundos avanços percebidos pelos usuários referentes ao potencial d a
revolução das
tecnologias da i nformação. A nteriormente, e nquanto os
momentos de transição estavam centrados em produtos específicos ou setores
industriais, a t ecnologia da i nformação er a genérica. S eu i mpacto oco rre e m
todo e qualquer elemento da economia, em bens como em serviços, em cada
elemento da cadeia produtiva, na pesquisa e desenvolvimento da produção, no
marketing e na distribuição (2).
ANEXO 3
25
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
A g lobalização, o ou tro v etor dest a n ova eco nomia, Economia d o
Conhecimento, est á a feta à r ápida g lobalização das at ividades econômicas.
Mesmo c onsiderando out ros períodos com r elativa ab ertura eco nômica
mundial, o momento atual apresenta-se como sem precedentes, considerando
seu ritmo evolutivo e sua abrangência.
Algumas características da E conomia do C onhecimento p odem s er
aqui indicadas (4):
 A Ec
onomia d
oC
onhecimento r
epresenta u
ma l
eve
descontinuidade co m o pass ado, n ão p ode se r co nsiderada u ma
‘nova’ eco nomia so b um nov o co njunto d e ‘ novas’ l eis e ‘ novas’
regras econômicas;
 A Economia do Conhecimento está presente em todos os setores
econômicos,
não so
mente nas
empresas
intensivas
em
conhecimento;
 A E conomia do C onhecimento apr esenta el evada ut ilização das
tecnologias
de i nformação
e co municação, e m co nstante
crescimento, bas eada em um a m assa de t rabalhadores altamente
qualificada e bem educada;
 A E conomia do C
onhecimento a presenta m aior fração de
investimento em ativos intangíveis, quando comparados com capital
físico;
 A E conomia do C onhecimento co nsiste e m organizações
inovadoras utilizando novas tecnologias para introdução da inovação
em organizações, processos e produtos;
 As organizações da E conomia d o C onhecimento r eorganizam o
trabalho par a per mitir ca pturar, estocar, co mbinar e co mpartilhar o
conhecimento através de novas práticas de gestão do conhecimento.
ANEXO 3
26
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
2.3. Organizações Intensivas em Conhecimento
Para ca racterizar as
necessário av aliação dos
Organizações Intensivas em C onhecimento é
Setores Intensivos em C onhecimento. C omo
anteriormente comentado, a Economia do Conhecimento é f requentemente
definida em t ermos de i ndústrias i ntensivas em c onhecimento co m su a
produção baseada na tecnologia da i nformação e co municação, sua utilização
e co mpartilhamento e um a força d e t rabalho al tamente q ualificada. A s
definições estavam i nicialmente focadas na m anufatura e
frequentemente
utilizavam a P &D in tensiva co mo u m i ndicador par a di stinguir os setores com
alto, médio e baixo uso de tecnologia. E sta definição vem sofrendo constante
alteração, i ncluindo s etores de se rviços que, por u m l ado, apr esentam b aixo
investimento em P&D, por ém, por ou tro, sã o usu ários intensivos de al ta
tecnologia ou apr esentam el evada ca pacidade e habi lidade p ara ut ilizar os
benefícios da inovação tecnológica (4).
Neste co ntexto, há um pr imeiro se tor a c onsiderar, i dentificado aq ui
como M ercado B ase, co mposto p or or ganizações das áreas de m anufatura
com alta e média tecnologia, financeira, seguros, telecomunicações e serviços
empresariais. C ritérios e d efinições mais recentes já i ncluem outras áreas,
como s aúde e educação. A tualmente, documentos da O ECD apont am para
inclusão de n ovas áreas que apr esentam el evada i ncorporação d e at ividades
intensivas de co nhecimento, t ais como ár ea cu ltural e i ndústrias de di versão.
Retorna-se assim ao fato de que a Economia do C onhecimento é um conceito
aplicável a t odo o co ntexto ec onômico – envolvendo t odos os s etores, nã o
somente aqueles vinculadas à alta tecnologia.
Outro se tor q ue nã o pode se r des prezado, t ambém por i mportância
econômica, é o s etor de v arejo, ou as organizações que nel e o peram. E ste
setor é u m i ntenso u suário das tecnologias de i nformação e c omunicação,
responsáveis pelo imenso aumento de sua produtividade, fruto da combinação
de modernas práticas de mercado e do uso inteligente das TIC.
ANEXO 3
27
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
A T abela 3 a presenta a ev olução des tes conceitos, i ndicando o uso
intensivo do conhecimento no Mercado Base, acima identificado, e em todo o
conjunto de setores, como comentado (4). Avaliando estas informações, notase q ue a I rlanda é o país da C omunidade Européia q ue se apr esenta mais
fortemente vinculado à Economia do Conhecimento, com 47,8% das atividades
vinculadas ao uso i ntensivo do co nhecimento, se guido pelos Estados Unidos,
Alemanha e Suécia.
ANEXO 3
28
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Tabela 3 - Participação no PIB de setores com uso intensivo do conhecimento
Fonte: OECD Science and Tecnology Scoreboard 2005 (4)
Por outro lado, adotando-se a de finição do Gabinete de E statísticas da
União E uropéia ( Eurostat), o nde a i dentificação do co njunto de setores fica
ampliada e m r elação à O ECD, i ncluindo-se os setores de di versão, c ultura,
esportes e t urismo, pode-se av aliar o r elevante i mpacto d a E conomia do
ANEXO 3
29
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Conhecimento nas organizações atuais (7). A s tabelas 4 e 5 r eferem-se a o
grupo de 15 países (EU15) da Comunidade Européia.
Tabela 4 - Nível de emprego em empresas intensivas em conhecimento,
com referência aos países - Grupo EU15 da Comunidade Européia
Fonte: (7) - Eurostat
Tabela 5 - Nível de emprego em empresas intensivas em conhecimento, com referência
aos setores – Grupo EU15 da Comunidade Européia
Fonte: (7) - Eurostat
ANEXO 3
30
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
2.4. Trabalhadores do Conhecimento
Em u m n ovo co ntexto, ond e o pr incipal fator de pr odução pass a a se r o
conhecimento, t rabalhadores que ac ompanham esta t ransição a presentam o
‘rótulo’ que se convenciona chamar de ‘Trabalhadores do C onhecimento’. A
definição d este t ítulo t em a v antagem d e se r multisetorial, ev itando-se as
dificuldades já co mentadas relativas ao setor i ndustrial. Alguns caminhos
podem se r i dentificados
como co ntribuições
para u ma d efinição de
Trabalhadores do Conhecimento:
 Todos aqueles que trabalham em três ocupações típicas: gestores,
engenheiros e técnicos;
 Todos aqueles que apr esentam el evado ní vel de habilidades e
elevada qualificação educacional;
 Todos aqueles que desenvolvem tarefas que requer excelência de
raciocínio e h abilidade par a co municação complexa co m o uso de
computadores.
Avaliando a ev olução dest a n ova t ipologia de t rabalhadores, o Reino
Unido r ealizou um a projeção para o an o de 2014, buscando avaliar o av anço
dos tipos ocupacionais de se us t rabalhadores, co nsiderando q uatro t ipos d e
atividades, conforme ilustra a Tabela 6 a seguir.
Tabela 6 - Projeção Ocupacional de Trabalhadores do Conhecimento na Economia do
Reino Unido
Ocupação
1984
1994
2004
2014
Variação
%
%
%
%
%
Trabalhadores do
31
36
41
45
+ 45
Conhecimento
Serviços pessoais,
25
28
28
28
+ 12
comércio, adm.
Serviços
28
23
19
18
- 36
Manuais
Serviços sem
16
14
11
9
- 44
qualificação
Fonte: (4)
Uma f orma para m elhor apropriar a t ipificação oc upacional d estas
categorias está i ndicada e m ( 4), su gerindo a se guinte di visão par a as
habilidades humanas:
ANEXO 3
31
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
 Excelência de pensamento: solução d e pr oblemas onde as regras
existentes não se aplicam;
 Comunicação co mplexa: i nteração co m outras pessoas com a
intenção de a dquirir o u co nvencer so bre i nformações, per suadindo
outras
pessoas
de su as
implicações, t ais
como: g estores,
professores, vendedores;
 Rotina co gnitiva: dese nvolvimento d e t arefas mentais próprias da
capacidade c ognitiva humana, poi s são frequentemente v ulneráveis
para serem informatizadas vista a inerente tomada de decisão;
 Tarefas manuais não r otineiras: t arefas físicas que ex ijam di fícil
capacidade d e co ntrole, às v ezes muscular, às vezes ótico, p or
exemplo.
Pesquisa recente sugere a adoção de um conjunto de habilidades para a
identificação de g estores e ex ecutivos para em presas, no se ntido de g arantir
vantagens competitivas para o ano de 2020 (4), definindo distintas categorias.
2.5. Indicadores da Sociedade do Conhecimento
Vários são os indicadores utilizados para a valiar o gr au de i nserção e
crescimento de um a so ciedade nest a nova era com f oco no conhecimento.
Dependendo do ce ntro est atístico de est udo e ac ompanhamento, ocorrem
mensurações sobre i ndicadores distintos. A O ECD adota e o ferece v ários
estudos, pr incipalmente co m b ase e m se us países membros, assim co mo d e
outros, a par tir de est udos esp ecíficos. A presentando atualmente um
contingente de mais de t rinta m embros, s eguidamente a O ECD r eferenda
análises com foco em todo o seu conjunto, ou particionando a s ua amostra no
contexto de 1 5 m embros (EU15), ou v inte e ci nco m embros (EU25), por
exemplo. Ao longo do presente trabalho, algumas amostras de dados estarão
elencadas dentro deste objetivo.
A se guir, co mo i lustração ao complemento des te C apítulo, é
apresentado um conjunto de indicadores dos paises da OECD, f ortemente
ANEXO 3
32
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
considerados na E conomia do C onhecimento ( Fonte: O ECD F actbook 2007:
Economic, Environmental and Social Statistics).
 Indicador 1: Investimento em P&D
 Indicador 2: Pesquisadores
 Indicador 3: Investimento em TIC em locais não residenciais
 Indicador 4: Patentes
 Indicador 5: Telefones Celulares
 Indicador 6: Casas com acesso a computador
 Indicador 7: Investimento em Educação
 Indicador 8: PIB por hora trabalhada
 Indicador 9: Investimento em Conhecimento.
ANEXO 3
33
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
OECD Factbook 2007: Economic, Environmental and Social Statistics - ISBN 92-64-029
Science and technology - Research and Development (R&D) - Expenditure on R&D
Indicador 1: Gross domestic expenditure on R&D
As a percentage of GDP, 2005 or latest available year
ANEXO 3
Mexico
0,43
Slovak Republic
0,53
Poland
0,58
Greece
0,62
Turkey
0,66
India
0,69
Portugal
0,78
South Africa
0,87
Hungary
0,89
Brazil
0,91
Spain
1,07
Italy
1,11
New Zealand
Russian
Federation
1,14
Ireland
1,20
Czech Republic
1,27
China
1,34
Norway
1,61
Australia
1,64
Luxembourg
1,75
Netherlands
1,78
United Kingdom
1,88
Belgium
1,90
EU15
1,90
Canada
1,96
France
2,16
OECD Total
2,26
Austria
2,35
Denmark
2,48
Germany
2,49
United States
2,68
Korea
2,85
Japan
3,13
Iceland
2,92
Finland
3,51
Switzerland
2,94
Sweden
3,95
1,16
34
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
OECD Factbook 2007: Economic, Environmental and Social Statistics - ISBN 92-64-02946-X - © OECD 2007
Science and technology - Research and Development (R&D) - Researchers
Indicador 2: Researchers
Per thousand employed, full-time equivalent, 2004 or latest available year
ANEXO 3
Mexico
0,8
Brazil
1,0
Turkey
1,1
China
1,5
South Africa
1,6
Italy
2,9
Czech Republic
3,4
Hungary
3,8
Greece
3,9
Portugal
4,0
Netherlands
4,5
Poland
4,6
Slovak Republic
5,2
United Kingdom
5,5
Spain
5,5
Austria
5,8
Ireland
5,8
Switzerland
6,1
EU15
6,1
OECD Total
6,9
Korea
6,9
Germany
Russian
Federation
7,0
Luxembourg
7,1
Canada
7,2
Belgium
7,7
France
7,8
Australia
7,8
New Zealand
10,2
Norway
9,2
Japan
10,4
Denmark
9,5
Sweden
11,0
United States
9,6
Finland
17,3
7,1
35
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
OECD Factbook 2007: Economic, Environmental and Social Statistics - ISBN 92-64 02946-X - © OECD 2007
Science and technology, Information and Communications Technology (ICT), Investment in ICT
Indicador 3: Shares of ICT investment in non-residential fixed capital formation
As a percentage of total non-residential fixed capital formation, total economy, 2005 or latest available year
ANEXO 3
Ireland
8,1
Greece
10,8
Spain
11,6
Norway
12,6
Austria
13,2
Portugal
13,6
Germany
15,3
Korea
15,5
Italy
15,8
Japan
15,9
France
16,4
Canada
17,0
Netherlands
17,8
Denmark
19,6
New Zealand
19,6
Belgium
19,9
Australia
United
Kingdom
21,6
Finland
26,6
Sweden
26,6
United States
27,8
21,8
36
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
OECD F actbook 2007: E conomic, E nvironmental and Social S tatistics - ISBN 9 2-64
02946-X - © OECD 2007
Science and technology - Research and Development (R&D) – Patents
Indicador 4: Share of countries in triadic patent families
Percentage, Year 2003
United
States
EU25
Japan
Others
OECD
37,1%
30,9%
26,2%
5,8%
Source: OECD, Patent database, November 2006.
ANEXO 3
37
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
OECD Factbook 2007: Economic, Environmental and Social Statistics - ISBN 92-64-02946-X – © OECD 2007
Science and technology - Communications - Number of telephone
access
Indicador 5: Mobile cellular subscribers
OECD and non-OECD share in the world total, 1996-2004
OECD share
Non-OECD share
ANEXO 3
1996
83,0
1997
79,4
1998
77,3
1999
74,0
2000
69,5
2001
63,5
2002
58,0
2003
52,5
2004
47,2
17,0
20,6
22,7
26,0
30,5
36,5
42,0
47,5
52,8
38
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
OECD Factbook 2007: Economic, Environmental and Social Statistics - ISBN 92-64-02946-X - © OECD 2007
Science and technology - Information and Communications Technology (ICT) - Computer and internet access by households
Indicador 6: Households with access to home computer
Percentage of all households, 2005 or latest available year
ANEXO 3
Turkey
10,2
Mexico
18,4
Czech Republic
30,0
Greece
32,6
Poland
40,1
Hungary
42,3
Portugal
42,5
Italy
45,7
Slovak Republic
46,7
New Zealand
47,0
France
49,8
Spain
54,6
Ireland
54,9
United States
61,8
Austria
63,1
Finland
64,0
Australia
67,0
Canada
68,7
Germany
69,9
United Kingdom
70,0
Korea
78,9
Switzerland
70,6
Sweden
79,7
Norway
74,2
Japan
80,5
Luxembourg
74,5
Denmark
83,8
Netherlands
77,9
Iceland
89,3
39
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
OECD Factbook 2007: Economic, Environmental and Social Statistics - ISBN 92-64-02946-X - © OECD 2007
Education - Expenditure on education - Public and private education expenditure
Indicador 7: Total expenditure on educational institutions for all levels of education
As a percentage of GDP
1995
Turkey
2,3
3,7
Greece
3,0
4,2
Ireland
5,2
4,4
Spain
Czech
Republic
Slovak
Republic
5,3
4,7
5,1
4,7
4,7
4,7
Japan
4,7
4,8
Netherlands
4,7
5,0
..
5,1
Germany
5,4
5,3
Austria
6,1
5,5
Australia
5,5
5,8
Portugal
5,3
5,9
Canada
United
Kingdom
7,0
5,9
5,5
6,1
Hungary
5,4
6,1
Belgium
..
6,1
Italy
Finland
6,3
6,1
OECD Total
..
6,3
France
..
6,3
Poland
..
6,4
Switzerland
..
6,5
Norway
7,1
6,6
Sweden
6,2
6,7
Mexico
5,6
6,8
..
6,8
Denmark
6,2
7,0
United States
7,2
7,5
New Zealand
Korea
ANEXO 3
2003
..
7,5 Iceland
95
2003
..
8,0
40
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
OECD Factbook 2007: Economic, Environmental and Social Statistics - ISBN 92-64-02946-X - © OECD 2007
Macroeconomic trends - Productivity - Labour productivity
Indicador 8: GDP per hour worked
Avarage annual growth in percentage, 2000-2005 or latest available period
Portugal
0,2
Italy
0,3
Mexico
0,4
Spain
0,8
Switzerland
0,9
Netherlands
0,9
Austria
1,0
New Zealand
1,0
Belgium
1,1
Canada
1,1
Luxembourg
1,2
Denmark
1,3
Germany
1,3
France
1,5
Australia
1,7
United Kingdom
1,8
OECD Total
1,9
Finland
2,0
Norway
2,3
Japan
2,4
Sweden
2,4
United States
2,5
Ireland
3,0
Greece
4,0
Poland
4,1
Iceland
4,2
Korea
4,3
Hungary
4,7
Czech Republic
ANEXO 3
Slovak
4,7 Republic
4,9
41
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
OECD Factbook 2006 - ISBN 92-64-03561-3 - © OECD 2006
Science and technology - research and development (R&D) investment in knowledge
Investment in knowledge
As a percentage of GDP, 2002 or latest available year
ANEXO 3
Indicador 9: Investment in knowledge
Portugal
1,8
As a percentage of GDP, 2002 or latest available year
Greece
1,9
Italy
2,4
Ireland
2,4
New Zealand
2,8
Spain
2,8
Austria
United
Kingdom
3,4
France
3,7
Netherlands
3,8
EU15
3,8
Belgium
3,8
Germany
3,9
Australia
4,1
Canada
4,7
Japan
5,0
OECD total
5,2
Denmark
5,5
Korea
5,9
United
States
6,6
Finland
6,1
Sweden
6,8
3,7
42
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
2.6. Referências
1. EVERS, H ans-Dieter. T owards a M alaysian K nowledge S ociety. T hird
International Malaysian Studies Conference (MSC3). Bangi. 2001.
2. HOUGHTON, Jo hn. S HEEHAN, P eter. A P rimer on t he K nowledge E conomy.
Centre for Strategic Economic Studies. Melbourne City MC, Austrália. 2000. 25 p.
3. DTI. D epartment o f T rade a nd I ndustry. A R egional P erspective on t
Knowledge Economy in Great Britain. London. 2002. 54 p.
he
4. BRINKLEY, I an. D efining t he kn owledge eco nomy. T he Work Foundation.
London. 2006. 31 p.
5. DTI. D epartment o f Trade an d I ndustry. Science & I nnovation: i nvestiment
framework 2004 – 2014. London. 2004. 200 p.
6. Lambert Review Report. Final Report. 12 2003
7. BRINKLEY, I an. L EE, N eil. T he kn owledge eco nomy i n E urope. T he Work
Foundation. London. 2007. 31 p.
ANEXO 3
43
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
ANEXO 3
44
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.
Planos de países baseados na economia do conhecimento
3.1. Introdução
Dentro d o escopo d este t rabalho, foram e scolhidos países que pud essem
oferecer relevância em sua análise, não somente pela sua recente emergência, mas
também por sua história e tradição no desenvolvimento mundial.
Com vistas a a mpliar o esp ectro de a brangência d este estudo, o ptou-se por
agrupar este conjunto de países em três grupos, sem configurá-los necessariamente
por r azões sócio-políticas já est abelecidas, m as por a finidades que pod eriam
enriquecer este trabalho.
Estes Grupos assim compostos estão indicados na Tabela 7.
Tabela 7 - Relação de países analisados por Grupo
Grupo
G1: América do Norte
G2: União Européia
G3: Ásia
Paises
Estados Unidos
Espanha
Finlândia
França
Nova Zelândia
Irlanda
Reino Unido
China
Coréia do Sul
Índia
Japão
Malásia
Singapura
Taiwan
Os itens seguintes deste Capítulo 3 estão apresentados por Grupo e por país,
propondo-se u ma abordagem q ue poss a t ornar su a l eitura e interpretação m ais
homogênea e passí vel de c omparação. Neste as pecto, c abe dest acar q ue a
diversidade e a cu ltura dos países integrantes deste estudo t ornam co mplexa est a
uniformidade, em que pese ter sido esta o objeto do trabalho.
Neste sentido, para cada país foi proposta a identificação a partir de subitens
que possa m apr esentar co ndutas de g overno e de so ciedade co mpatíveis com os
45
ANEXO 3
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
momentos at uais. O corte e e nquadramento d estes t emas, p or v ezes de di fícil
visualização (até mesmo por não existirem em alguns momentos) nem sempre foram
possíveis de f orma cl ara e pr ecisa, r azão pel a q ual se su gere q ue a su a l eitura
considere o co njunto da ab ordagem para ca da p aís como fruto de u ma ação
sistêmica e orgânica.
O ex trato d e ca da país apresentado na se qüência co ntempla a abordagem
dos itens a seguir.
Contexto. Apresentando-se seu contexto e procurando-se quando possível o
foco de suas relações com a Sociedade do Conhecimento.
Políticas Públicas. Descrevem-se os planos e m arcos legais desenvolvidos
ou em de senvolvimento co m v istas à d efinição d e di retrizes em nível de g overno
com foco no conhecimento e inovação.
Instrumentos e Ações. Onde estão identificadas ações efetivas implantadas,
procurando-se r eferenciar se us instrumentos de a poio, metas, obj etivos e
resultados, sempre que possível esta identificação.
Papel dos PCTs. De forma ainda mais convergente com esta temática, estão
postadas iniciativas estritamente v inculadas a P arques Tecnológicos, ou m esmo
Parques de Inovação, procurando-se citar experiências de sucesso e sua relevância
para a sociedade na qual estão inseridos.
Referências. Utilizadas como f onte e s ubsidio, pr ocurando-se o ferecer
possibilidade de maior apr ofundamento nos temas abordados, l imitados, de ntro d o
escopo deste trabalho, a sua síntese.
Informações Complementares. Apresentação de dados tabulados de ca da
país, q uando i dentificados indicadores que poder iam ag regar valor a su a anál ise
individual, ou p ela c omparação co m os demais e, em u ma l eitura mais ampla,
inclusive com o Brasil.
ANEXO 3
46
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.2. Grupo 1: União Européia
3.2.1. Espanha
3.2.1.1. Contexto
Desde o ano de 19 65, a m aior p arte d os países membros da O rganização
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) já contava com políticas
explícitas de C iência e T ecnologia ( C&T), porém, na E spanha o s passos que se
deram n este se ntido foram de al cance menor. D urante as décadas de se ssenta e
setenta, era cl ara a diferença e ntre a r ealidade esp anhola ( estagnada) e a dos
países ocidentais. (1)
Esta situação só começou a mudar durante os anos de transição política, na
segunda metade da década de 1970, se ndo q ue e m 19 78 foi cr iado o C entro de
Desenvolvimento Tecnológico Industrial (Centro de Desarrollo Tecnológico Industrial
- CDTI) e, no m esmo ano, o M inistério de Universidades e P esquisa, o q ual t eve
uma vida efêmera. (1)
Apenas na segunda metade da década de 1980 q ue a E spanha abordou de
forma sistemática a de finição e o des envolvimento de pol íticas públicas de apoio a
C&T. Esses vinte anos de atraso com relação aos países vizinhos trouxeram ao país
uma si tuação bem d esfavorável. U m ex emplo disso é q ue, n o an o d e 19 86,
enquanto o gasto total espanhol (público e privado) em Pesquisa e Desenvolvimento
(P&D) foi de 0,3% de seu Produto Interno Bruto (PIB), a média dos países europeus
girava em torno de 2%. Desde então a si tuação vem evoluindo de forma favorável,
significativamente i nfluenciada p elo i ngresso do país na C omunidade Européia em
1986. (1)
Já n a d écada de 1 990, d entre os
países europeus, a Espanha ai nda
apresentava u m co nsiderável at raso e m matéria de P esquisa, D esenvolvimento e
Inovação (P&D&I) tanto no que se refere aos investimentos totais relativos ao PIB do
país, q uanto à par ticipação e mpresarial n o financiamento des tes investimentos.
Existia um
escasso apr oveitamento do co nhecimento g erado p elos Institutos
Públicos de P esquisa se ndo q ue, um si ntoma desse d éficit t ecnológico er a q ue as
empresas espanholas solicitavam dez
habitantes que a m édia dos
vezes menos patentes por m ilhão d e
países da U nião E uropéia ( UE). A s empresas
espanholas ai nda sã o p ouco e mpreendedoras e i sso ocorre devido à falta de
ANEXO 3
47
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
cooperação e ntre as peq uenas e m édias em presas, o bai xo i nvestimento em
inovação e pequena distribuição de venture capital. (2)
As responsabilidades sobre as políticas de pesquisa e inovação, que no final
da d écada de 1990 e i nício do ano 20 00 estavam a ca rgo d o a ntigo M inistério de
Ciência e Tecnologia (MCYT), foram dividas em dois novos ministérios: Ministério da
Educação e C iência (MEC) e Ministério da I ndústria, C omércio e T urismo. O
Ministério da E conomia e Finanças é responsável pela Políticas Fiscal Espanhola e
por todo desenvolvimento orçamentário público. (3)
Conferir adeq uada coordenação à p
olítica de i
novação, a pesar d a
descentralização das responsabilidades, co nstitui o m aior des afio par a o futuro e
grande i mportância para se or ganizar um bom fluxo d e i nformação e u m eficiente
sistema d e t omada d e deci são e nvolvendo stakeholders e ut ilizando f erramentas
inteligentes e modernas. (3)
No ano de 2 005 o g overno esp anhol publ icou Convergência e Emprego Programa Nacional de Reformas da Espanha (Convergencia Y Empleo Programa Nacional de Reformas de España) para fortalecer sua economia, sendo
que um dos
principais objetivos da r eforma é o i
nvestimento e m i novação
tecnológica e o suporte às empresas start-ups, fixando obj etivos para g astos em
P&D e so ciedade d a i nformação, u tilizando f erramentas, co mo: m ais recursos
focados em novas ações respondendo aos principais desafios do Sistema Espanhol
de C&T; reforma regulatória para a área de P&D&I; novo sistema de monitoramento
e avaliação das políticas de P&D&I. (3)
3.2.1.2. Políticas Públicas
Os países europeus, notavelmente os que compõem a U E, compartilham de
objetivos comuns em termos de política de inovação, baseados na “Lisbon Strategy”.
Em m arço de 20 00, o Conselho E uropeu de Lisboa est abeleceu que o obj etivo
estratégico da U E pa ra a pr imeira déca da do sé culo X XI er a: tornar-se a m ais
competitiva e di nâmica eco nomia b aseada no co nhecimento do mundo, ca paz de
um crescimento sustentável da economia, com mais e melhores empregos e maior
coesão so cial. N este sentido, a promoção de i novação é o pi lar central d a Lisbon
Strategy, visto que é o elemento chave para uma empresa, setor, região ou país se
tornar competitivo. (3)
ANEXO 3
48
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Na E spanha, de ntre os
principais desafios para o su cesso do S istema
Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (C&T&I) estão:
- as limitações orçamentárias;
- a f alta d e co operação ent re u niversidades e em presas, dad o o pr ocesso
burocrático de a plicação dos fundos públicos para desenvolvimento d e pr ojetos
tecnológicos;
- a f alta de uma estrutura estratégica comum da a dministração central, visto
que ca da um d os dezessete g overnos regionais espanhóis possui su a pr ópria
estratégia para política de inovação. (3)
Como j á mencionado a nteriormente, no ano
de 2 005 foi aprovado o
Programa Nacional de Reformas da Espanha que se c onstitui na r eferência
fundamental d a p olítica ec onômica do g overno es panhol entre os an os de 2 005 e
2010, i ncluindo um a fase de pr omoção, u ma de co municação e i nformação e um a
fase de formação. A est rutura d o P rograma i nicia-se com u m diagnóstico da
economia esp anhola, base ado e m estatísticas atualizadas e c onsiderando-se o
processo de globalização que inclui novos países emergentes; depois são indicados
os principais objetivos do programa em torno do desafio de se atingir a convergência
com U E e m 2010, tanto e m r enda p er ca pita q uanto em e mpregos; e por fim, s ão
delineados os sete pilares (linhas centrais) de at uação do programa para se atingir
tais objetivos: (2)
1. Reforço da estabilidade macroeconômica e orçamentária;
2. Plano E stratégico de Infra-estrutura e T ransporte (Plan Estratégico de
Infraestructuras y Transporte - PEIT);
3. Aumento e melhoria do capital humano;
4. Estratégia de P&D&I (INGENIO 2010);
5. Maior co mpetência, m elhor r egulamentação
e e ficiência das
administrações públicas e competitividade;
6. Mercado de trabalho e diálogo social; e
7. Plano de Fomento Empresarial. (2)
A seguir, são descritos os principais planos espanhóis para a área de P&D&I:

Plano Nacional de Pesquisa Científica, Desenvolvimento e
Inovação Tecnológica 2004-2007: (4)
ANEXO 3
49
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Este plano é a linha central da política espanhola de P&D&I entre os anos
de 2 004 e 2 007, b uscando co ntribuir par a a g eração d e co nhecimento a
serviço da so ciedade. E ste plano é ch ave par a s e manter o r itmo de
crescimento ec onômico e so
cial d o p aís, pr etendendo
alcançar
investimentos de 1,4% do PIB em P&D no ano de 2007 e, em inovação, a
meta a ser atingida é de 2,5% do PIB 2007.
A el aboração do pl ano co ntou co m a mpla participação de experts das
universidades, i nstitutos públicos, ce ntros tecnológicos e de e mpresas e,
entre os principais objetivos listam-se:
1. Buscar i ncremento d o ní vel das
áreas de ci ência e t ecnologia
espanholas;
2. Aumentar os r ecursos humanos em P &D&I n os setores pú blico e
privado;
3. Reforçar os direitos e garantias dos pesquisadores;
4. Fortalecer a par ticipação i nternacional d e pesquisas espanholas em
C&T, principalmente na Europa;
5. Potencializar o papel da pesquisa básica; e
6. Melhorar a co
mpartilhamento d os avanços produzidos com a
sociedade.

Programa INGENIO 2010 (5)
A Espanha ocupa as últimas posições dos principais indicadores de C&T
da U E. E xemplos disso pode m se r obse rvados nos números do ano de
2003: os recursos, em termos do PIB espanhol, destinados à área de C&T
foram de aproximadamente metade da média dos países da UE; das 500
empresas da U E q ue m ais investiram e m P &D, a penas nove er am
espanholas; o número de p atentes registradas foi dez vezes menor que o
da França e Reino Unido.
A U E, at ravés do co mpromisso firmado n a E stratégia de Li sboa, pr opõe
que até o a no 2010 os investimentos em P&D&I alcancem 3% do PIB. A
Espanha está bastante distante da realidade dos países vizinhos e é neste
sentido q ue o g overno esp anhol f oca t odos os esforços neste se tor
ANEXO 3
50
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
através do P rograma I NGENIO 2010, u m co mpromisso q ue pr etende
envolver o E stado, as
empresas, as
universidades e as
instituições
públicas de pesquisa no esforço para se alcançar o nível correspondente
ao peso econômico e político da Europa. O programa estabelece objetivos
para a umentar os investimentos em P&D&I r elativos ao P IB, promover o
financiamento privado dest es i nvestimentos, au mentar a porcentagem d o
PIB des tinado as Tecnologias de I nformação e C omunicação ( TICs) e
propiciar mais recursos, melhor gestão das políticas existentes e foco em
novos recursos destinados a ações estratégicas para o sistema de P&D&I
com objetivos mais ambiciosos (ver Figura 3.1).
Figura 3.1 - Impacto do Programa INGENIO
Fonte: Programa INGENIO (5)
A seguir, são explicitados os principais objetivos do programa:
1. Alcançar o i nvestimento de 2% d o P IB de stinado a P&D em 201 0, o
que contribuirá para o cu mprimento da es tratégia de Li sboa ( ver Figura
3.2).
ANEXO 3
51
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.2 - Novos objetivos de investimento em P&D relativos ao PIB
Fonte: Programa INGENIO (5)
2. Atingir 55% d e i nvestimento da i niciativa pr ivada em P &D em 2 010,
interrompendo a t endência neg ativa dos últimos anos, u ma v ez q ue a
Estratégia d e Lisboa estabelece co mo objetivo q ue em 20 10 dois terços
dos investimentos em P&D da UE sejam financiados com fundos privados
(ver Figura 3.3).
Figura 3.3 - Novos objetivos de investimento pelo setor privado
Fonte: Programa INGENIO (5)
ANEXO 3
52
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3. Alcançar a média d a U E de p orcentagem do P IB des tinado a T IC
(Plano AVANZA), passando de 4,8% em 2004 a 7% em 2010 (ver Figura
3.4).
Figura 3.4 - Impacto do Plano sobre a convergência com a UE em termos de
investimentos em TIC
Fonte: Programa INGENIO (5)
3.2.1.3. Instrumentos e Ações
A Lei de Ciência (abril de 19 86) foi u m i nstrumento fundamental par a se
estabelecer a i mportância e pr ioridade q ue a ci ência j á r epresentava par a a
sociedade espanhola. Este instrumento colocou em evidência a r epercussão social
de seus atores (os cientistas), o que introduziu uma nova etapa de desenvolvimento
mais flexível e co ordenada. As atividades foram estruturadas em um plano geral, o
Plano Nacional, com planejamento plurianual para dar continuidade ao si stema. Foi
estabelecida uma normativa para os Organismos Públicos de Pesquisa (Organismos
Públicos de Investigación - OPIS) q ue os r edefiniu dentro d o esq uema g eral,
fomentando as atividades de P&D. (6)
O Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (Fondo Europeo de
Desarrollo Regional - FEDER) também se ca racteriza co mo u m i mportante
instrumento d estinado a c ontribuir c om a r etificação d os principais desequilíbrios
regionais na co munidade, ag indo den tro d e um a es tratégia de estrutura g lobal e
integrada d o d esenvolvimento su stentável e g arantindo u m e feito sinérgico co m as
53
ANEXO 3
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
intervenções de ou tros fundos est ruturais. O nov o r egime d e programação v igente
corresponde ao período entre os anos de 2007 e 201 3. Dentro de suas funções, o
FEDER deve dar suporte aos arredores produtivos; à competitividade das empresas,
especialmente as pequenas e m édias; à pe squisa e dese nvolvimento t ecnológico;
entre outros. (6)
Os desdobramentos do P rograma I NGENIO 2010 co nstituem-se co mo as
principais ações estratégicas do governo espanhol na área de P&D&I:

Programa CENIT (5)
O Programa CENIT (Consorcios Estratégicos Nacionales de Investigación
Técnica) tem como objetivo aumentar a c ooperação pública e pr ivada em
P&D&I. N este se ntido, o pr ograma, co -financiado e m 5 0% p elos setores
público e privado, mobilizará €1 bilhão durante quatro anos para financiar
grandes linhas de pesquisa i ndustrial al ém de cr iar fundos de c apital de
risco ( venture capital) par a nov as empresas de bas e t ecnológica e,
também, at ravés do pr ograma T orres Quevedo f omentar a inserção de
pesquisadores - doutores no se tor pr ivado, su perando a marca de m il
doutores no ano de 2010.

Programa CONSOLIDER (5)
CONSOLIDER é u ma l inha est ratégica par a co nseguir a ex celência em
pesquisa a umentando a c ooperação e ntre pesq uisadores, formando
grandes
grupos
de pesq uisa, c ontratando
mais de
nov ecentos
pesquisadores. Tanto o P rograma C onsolider q uanto o C enit est ão
centrados no âmbito da P&D, fundamentais para o crescimento econômico
e de empregos sustentáveis a médio e longo prazo.

Programa AVANZA (5)
AVANZA é o programa para alcançar a média européia nos indicadores da
Sociedade do Conhecimento, incrementando a porcentagem de empresas
que ut ilizam o co mércio eletrônico de 8 % par a 55% , pr omovendo o
governo eletrônico, aumentando as taxas de alunos conectados à internet
nas escolas e dobrando o número de lugares com acesso à internet. Este
programa se enquadra de ntro d a pol ítica d e i novação co m o i ntuito d e
melhorar a pr odutividade e a e ficiência da e conomia espanhola em curto
prazo.
ANEXO 3
54
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.2.1.4. Papel dos PCTs
A Secretaria de E stado das Universidades e Pesquisa Espanhola estabelece
diretrizes para a concessão de ajuda do Plano Nacional de P&D&I para implantação
e melhoria de infra-estrutura e projetos de P&D realizados nos Parques Científicos e
Tecnológicos. A úl tima r esolução, publ icada em B oletim Oficial d e E stado, dat a de
março de 2007.
Segundo de finição da A ssociação d e P arques Científicos e Tecnológicos da
Espanha ( APTE), P arque C ientífico e
Tecnológico é u m pr ojeto, g eralmente
associado a um espaço físico que possui o papel de:
 Manter r elações formais e oper acionais com as universidades, c entros
de pesquisa e outras instituições do ensino superior;
 Ser desenhado para impulsionar a criação e o crescimento de empresas
baseadas n o co nhecimento e de outras or ganizações de alto v alor
agregado do terceiro setor, normalmente residentes no próprio parque; e
 Possuir um organismo estável de gestão que promova a transferência de
tecnologia e fomente a inovação entre as empresas e as organizações do
parque.
ANEXO 3
55
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.2.1.5. Referências
(1) ESPAN HA. El Sistema Español de Innovación - Diagnósticos y
Recomendaciones. Fundación Cotec para la Innovación Tecnológica: Madrid, 1998.
(2) ESPANHA. Convergencia y Empleo – Programa N acional de R eformas de
España: Madrid, 2005.
(3) EUROPEAN C OMMISSION. European Innovation Progress Report –
Trendchart: Luxemburgo, 2006.
(4) ESPANHA. Ministério da Educação e Ciência. Disponível em
http://www.mec.es/ciencia/jsp/plantilla.jsp?area=plan_idi&id=2. A cessado e m 1 1 abr
2007.
(5)
ESPANHA.
Programa
Ingenio
2010.
<http://www.ingenio2010.es.> Acessado em 11 abr 2007.
Disponível e
m
(6) ESPANHA. Ministério da Educação e Ciência. Disponível em
<http://www.mec.es/ciencia/jsp/plantilla.jsp?area=parques&id=30>. Acesso em : 1 1
abr 2007.
(7) OECD. Economic Policy Reforms - Going for Growth: 2007
(8) Espanha. Indicadores del sistema español de ciencia y tecnología. Ministerio
de Educación y Ciencia: 2005.
ANEXO 3
56
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.2.1.6. Informações Complementares
Figura 3.5. Indicadores Estruturais.
Fonte: OECD. Economic Policy Reforms - Going for Growth: 2007
ANEXO 3
57
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.6. Performance Espanhola em Inovação no ano de 2005.
Fonte: EUROPEAN COMMISSION. European Innovation Progress Report – Trendchart: Luxemburgo,
2006
ANEXO 3
58
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.7 Inovação Tecnológica nas Empresas Espanholas – Principais variáveis por tamanho da
empresa (2003-2004)
Fonte: Espanha. Indicadores del sistema español de ciencia y tecnología. Ministerio de
Educación y Ciencia: 2005.
Figura 3.8 Número de Empresas Inovadoras e Gastos Total de Inovação (2004)
Fonte: Espanha. Indicadores del sistema español de ciencia y tecnología. Ministerio de
Educación y Ciencia: 2005.
ANEXO 3
59
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.9 Gastos em Inovação e Distribuição Percentual por tipo de Atividade Inovadora e Tamanho
da Empresa (2003-2004).
Fonte: Espanha. Indicadores del sistema español de ciencia y tecnología. Ministerio de
Educación y Ciencia: 2005.
ANEXO 3
60
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.2.2. Finlândia
3.2.2.1. Contexto
A Finlândia, assim como alguns outros países, apresenta peculiaridades que
a diferem de países europeus e, sob outros aspectos, apresenta várias semelhanças
com a N ova Zelândia, por exemplo. É um país caracterizado por l agos, f lorestas e
pela b aixa densi dade populacional, al ém d e si tuar-se di stante do resto d os países
europeus. Anteriormente detinha uma economia fortemente baseada na atividade de
reflorestamento e extração de madeira, s endo q ue atualmente est a at ividade é
responsável por 3,8% do PIB nacional (1), conforme ilustra a Tabela 8.
Tabela 8 - The share of the forest industry in the industry in the Finnish economy
Percentage, 2004
Woody industry
Pulp and paper industry
Total forest industry
Share of GDP
1.0
2.8
3.8
Share of employment
1.3
1.5
2.8
Share of exports
5.3
18.7
24.0
Fonte: OECD Economic Surveys: Finland. Paris: OECD, 2006. (1)
Nas últimas cinco a seis décadas a população agrícola finlandesa sofreu uma
redução de 70% p ara 6% , base ada e m um a al teração do per fil m acroeconômico,
passando de u ma pr odução pr imária baseada em co mmodities p ara u ma i ndústria
baseada em pr odutos e se rviços de al ta t ecnologia. C omo r esultado r ecente, es ta
nova at ividade ec onômica a mpliou su a participação em mais de ci nco v ezes na
renda per capita da população, fazendo que este indicador sofresse um a elevação
muito acentuada.
O G overno e su a p opulação co mpreenderam q ue hav ia a nec essidade d e
atuar em um novo cenário, segundo novas regras. Neste sentido as estratégias de
desenvolvimento sofreram drástica mudança de perfil e o desemprego passou a ficar
sob co ntrole. M uitas das empresas com bas e na agricultura foram co nvertidas em
novas indústrias baseadas no conhecimento. Um caso notável e de reconhecimento
mundial é a Nokia, h oje um sí mbolo da al ta t ecnologia finlandesa. H istoricamente
conhecida co mo uma i ndústria de base, co m foco na pr odução de pol pa e p apel,
alterou seu business core a partir dos anos 80, tornando-se hoje uma das empresas
ANEXO 3
61
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
líderes do mercado mundial de eletrônica, respondendo atualmente por mais de 15%
das exportações do país.
Estudos recentes justificam a emergência d esta mudança oco rrida em u m
curto esp aço de t empo: ex istência de
elevada pe netração de t ecnologias da
informação junto à população e a clareza de definir estratégias para estas áreas.
A p artir da per da de mercados ainda nos anos 90, co mo a di ssolução d a
antiga U nião S oviética, o G overno da F inlândia desenvolveu estratégias para
suplantar est es novos desa fios. A ções voltadas para a S ociedade da I nformação,
lastreadas na desregulamentação do s etor de t elecomunicações, es timularam
programas econômicos. A partir da diversificação o país envolveu novas tecnologias
(1), t ecnologia de p rocessamento e m anufatura, e nergia, t ecnologia q uímica,
tecnologia de construção e economia do conhecimento em um primeiro momento, e,
mais recentemente, tecnologias da informação e comunicação, ambiente tecnológico
e bi otecnologia. B aseada n este nov o p erfil t ecnológico, a economia finlandesa
ampliou sua competitividade, f icando mais imune à f lutuação dos
preços das
commodities agrícolas.
As empresas com foco na i novação tecnológica passa ram a t er u ma atitude
mais pró-ativa, não somente aguardando ações governamentais para investimentos
em P&D, passando a investir mais do que o dobr o da m édia dos países da OECD
(1). Ao f inal dos a nos 90, so mente a e mpresa Nokia era r esponsável por
investimentos em P &D su periores à N ova Z elândia. E m per íodos recentes, o
investimento da F inlândia t em apresentado um í ndice 5 4% maior do q ue a média
dos países da OECD (2).
Este desenvolvimento foi possível e viável a partir de uma simultânea política
educacional, su stentando el evados indicadores educacionais. O s estudantes têm
acesso a os meios computacionais desde as
primeiras idades e os
currículos
educacionais contemplam disciplinas na área de i nformática. Todas as escolas têm
acesso à i nternet de banda larga com a utilização de al ta tecnologia; programas de
capacitação sofreram forte de manda por pr ofissionais, universidades e esco las
técnicas. A formação de bach aréis nas áreas de ciência e t ecnologia é ci nco vezes
maior d o q ue os graduados em di reito. A tualmente a F inlândia a presenta-se co mo
um país intimamente vinculado à tecnologia da informação, fazendo com que atinja,
por exemplo, elevados índices de casas com computador com acesso à internet per
62
ANEXO 3
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
capita ( 57 por 10 0/hab) e í ndices de ca nais telefônicos de a cesso ( 154,2 p or
100/hab), acima da média da OECD (2).
A partir de uma análise no European Innovation Scoreboard (EIS) (14) podese avaliar o d esempenho atual da Finlândia sob a luz de v ários indicadores, sendo
líder em i novação, co nsiderando-se q uesitos como: cr escimento, competitividade e
sofisticação e infra-estrutura tecnológica, ficando somente atrás da Suécia e Suíça.
Dentre os seis principais indicadores avaliados, co nforme o European Innovation
Progress Report 2006 (EIPR2006) (3), a F inlândia coloca-se entre os três primeiros
países da O ECD, se ndo o primeiro nos quesitos de demanda d e i novação e
governança i novativa. N este se ntido, o principal d esafio a se r en frentado é a
manutenção da posição de l iderança, face às ações pró-ativas de pol íticas de
inovação d os demais paí ses, apoiadas i gualmente na ex periência d e su cesso da
Finlândia e su as políticas de l ongo pr azo q ue co nduziram o país para o t opo do
ranking internacional (3). Baseado neste mesmo documento, uma eventual fraqueza
identificada é a bai xa capacidade de inovação de peq uenas e médias empresas, o
que não necessariamente é convergente com interpretações encontradas no próprio
país, onde o real foco de inovação encontra-se neste momento no desafio de manter
a atratividade para investimentos. No conjunto da O ECD, a F inlândia apresenta um
desempenho similar à França e à Holanda (3).
A Figura 3.10 ilustra a baixa variação da Finlândia em diretrizes de inovação
avaliadas a par tir de se te di mensões quando co mparadas à média da U nião
Européia, indicada em cinza.
ANEXO 3
63
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.10
Fonte: European Innovatrion Progress Report, 2006,
Mais recentemente, e m 200 6, a F inlândia par ticipou d e um projeto j unto à
OECD, KI SA ( Knowledge-intensive se rvices act ivities) ( 17), j untamente co m o utros
dez países da União Européia com vistas à melhoria de sistemas nacionais voltados
para a inovação.
3.2.2.2. Políticas Públicas
A F inlândia atualmente é u m p aís reconhecido i nternacionalmente co mo um
caso exemplar de i mplantação de p olítica de i novação. O bjetivos com foco na
inovação f oram f ortemente considerados no contexto da f ormulação do S istema
Nacional de I novação (NIS – National Innovation Sytem) (3 ) a partir d o i nicio d os
anos 90 do século passado.
Este m odelo est á ilustrado na Figura 3.11 a se guir, r elativo ao Sistema d e
Ciência e Tecnologia da Finlândia.
ANEXO 3
64
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.11 - Modelo do Sistema de Ciência e Tecnologia da Finlândia
Fontes: Finnish Innovation System, 2007 (4). Research in Finland. 2006 (5).
O N IS r eúne pr odutores e usu ários de n ovas informações, co nhecimento e
‘know-how’, o ferecendo v árias formas de i nteração. D entro d este c ontexto, n o
núcleo d o si stema d e i novação est ão: ed ucação, pesquisa e d esenvolvimento e
empresas intensivas de co nhecimento. A co operação i nternacional é u
ma
característica do sistema (4) (5).
Avaliação e at ividades de ‘ benchmarking’, al ém d e pol íticas de i nteligência
têm si do ex tensamente ut ilizadas pelos tomadores de d ecisão no se ntido d e
identificar
as
forças,
fraquezas, o portunidades
e a meaças. O rganizações
internacionais têm agregado valor no desenvolvimento destas políticas de inovação.
De u m modelo anterior, quando a Finlândia postava-se como u m país seguidor de
políticas inovadoras, hoje é considerado um modelo a ser seguido.
Como i lustrado n a figura ant erior, o C onselho de C &T ( Science and
Technology Policy Council) desenvolve suas ações vinculado às agências chave de
políticas de i novação, A cademia da F inlândia ( Academy of Finland) e a T EKES –
Agência p ara Tecnologia e I novação ( Finnish Funding Agency for Technology and
Innovation), p ermitindo u ma co ordenação co njunta de v árias atividades. Outra
agência com f orte atividade dentro do m odelo f inlandês é a
SITRA (Finnish
Innovation Fund). O fato de muitos agentes políticos participarem de v ários grupos
ANEXO 3
65
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
de trabalho, com o objetivo da pol ítica de i novação, tem garantido um melhor fluxo
de i nformação ent re os diferentes organismos envolvidos, assim co mo f acilitado a
integração de atividades entre diferentes organizações (EUROPEAN COMMISSION,
2006). E stas principais agências, pel a s ua i mportância n o s istema d e C T&I
apresentam o seguinte escopo de atividades:

Academia de Ciência - Academy of Finland (15)
Organização voltada para a alta qualidade em pesquisa científica. Apresenta como
missão ser um organismo especializado em ciência e pol ítica para ciência, além de
reforçar a i mportância da ci ência e da p esquisa. T rabalha p ara o av anço da
renovação e diversidade da p esquisa as sim co mo su porta a apl icação dos
resultados da pesquisa e m beneficio do bem est ar, c ultura, e conomia do m eio
ambiente. Seu campo de atuação cobre todas as disciplinas da área científica.

TEKES - Finnish Funding Agency for Technology and Innovation (16)

Organismo de fomento público para a pesquisa e
desenvolvimento da Finlândia. Visa induzir e apoiar a pesquisa
nas organizações, especialmente em inovação e projetos de risco.
Oferece e apóia o acesso de parceiros externos para o aporte de
alta tecnologia. O processo do seu Programa de Tecnologia pode
ser visualizado a partir da Figura 3.12.
Tekes’ Technology Programme Process
Proposals
from
industry etc.
Project
Funding
Process
Technology
Strategy
Process
Feasibility
Study
Programme
Planning
Assessment
report
Programm
e Plan
Programme
Execution
Project
reports
Final
evaluation
Evaluation
reports
Figura 3.12 - Processo do Programa TEKES de Tecnologia
Fonte: TILLI, Kari. TEKES. Technology Programmes (6)

Sitra - Finnish Innovation Fund
ANEXO 3
66
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Fundo público i ndependente co m o objetivo de su pervisionar a s atividades do
Parlamento F inlandês co m v istas ao be m est ar da s ociedade finlandesa. V isa
garantir o dese nvolvimento est ável e equi librado da F inlândia, o cr escimento
qualitativo e q uantitativo da eco nomia e c ompetitividade e co operação e m ní vel
internacional. Suas responsabilidades estão estipuladas em lei (7).
Iniciativa g overnamental, de abr il de 20 05, Goverment Resolution (8),
implantou uma estrutura pública para a pesquisa, definindo etapas para o futuro do
sistema g overnamental de i novação. E sta r esolução i nclui um pl ano de ação par a
reforçar a t omada d e deci são nas áreas de ci ência, t ecnologia e i novação. A
permanente cooperação entre o Ministério da E ducação e o M inistério do C omércio
e Indústria reforça e realça a importância do foco em ciência, tecnologia e inovação.
Esta si nergia est á co locada co mo fundamental p ara de finir os atuais desafios a
serem enfrentados, podendo ser citados, por exemplo: (3)
 Dualidade de
foco a inda ex istente entre as
áreas de ci ência e
tecnologia e seus domínios; e
 O si stema c orrente ainda a presenta a t endência de neg ligenciar o
estabelecimento do di álogo em ci ência, tecnologia e i novação en tre, por
um lado, políticas implementadas e organismos de fomento, e, por outro,
agentes políticos.
3.2.2.3. Instrumentos e Ações
Com a per iodicidade de três anos, o C onselho d e C T&I pr omove a r evisão
das estratégias para o se tor, t endo a úl tima oco rrido e m 2 004. A at ual v isão
estratégica foca a r ápida i nternacionalização d o a mbiente d e i novação, su gerindo
mudanças estrutural e operacional na Finlândia.
As s eguintes açõ es se
e ncontram e m d esenvolvimento ou
foram
recentemente re-lançadas, definindo iniciativas estratégicas para o país (3):

Projeto de E stratégia de T ecnologia (Technology Strategy Design),
integrante do escopo de atividades desenvolvidas pela TEKES;

Capital de Risco (Venture Cup Finland), lançado em 2000, encontra-se
em sua 3ª edição, foca competição de planos de negócios para empresas
ANEXO 3
67
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
que apr esentam i ntenção e t endência de cr escimento, i ncluindo as
melhores idéias de universidades, institutos e centros de pesquisa (9);
 Programa N acional para o
desenvolvimento d e I ncubadoras ( YRKE
Project), pr ograma c olaborativo ent re S ITRA, M inistério do C omércio e
Indústria, TE (Labour and Economic Development) Centers e TEKES, com
o obj etivo de r
eforçar os
recursos e co mpetências dos P arques
Tecnológicos e dos Centros de Tecnologia (8);
 Programa de I novação ( Innovation Programme), l ançado p ela a gência
SITRA em 2004, propôs a criação de um objetivo compartilhado entre os
vários atores do setor: transformar a F inlândia em líder em atividades de
inovação (7);
 Financiamento par a e mpresas emergentes (Seed Financing), p rograma
dedicado para o financiamento de empresas em seus primeiros estágios,
lançado ao i nicio d e 2004, t em o foco de enc orajar i nvestimentos em
empresas nascentes;
 Programas de P esquisa f omentados pela Academia de
Ciências,
normalmente compostos de projetos com f oco no entorno de um m esmo
campo de pesquisa;
 Prêmio “ Millennium Technolocy Prize”, suportado pel a Millennium Prize
Foundation, or ganização independente fruto de par ceria e ntre a i ndústria
Finlandesa e o Governo;
 Projeto I NNO-SUOMI – INNOFINLAND, v oltado par a a pr omoção d a
criatividade, habilidade, espírito empreendedor e cooperação na Finlândia,
como uma forma prática e cr iativa de m elhorar as novas oportunidades
(10).
Por outro lado, o documento Goverment Resolution (8), já comentado, definiu
a partir de 2005 diretrizes mais amplas a serem perseguidas. Seus objetivos podem
ser assim resumidos:
 Desenvolvimento econômico sustentável e equilibrado da sociedade;
 Elevado ní
vel de em
prego, c
onsiderando pr
odutividade e
competitividade como fatores chave;
ANEXO 3
68
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
 Estabelecimento de i ndicadores para av aliar o des envolvimento da
pesquisa e da tecnologia e a utilização dos seus resultados.
Da mesma forma, a resolução atua como uma resposta aos desafios relativos
à cu ltura e ao ambiente. O desenvolvimento est rutural do si stema d e p esquisa
pública d everá apoi ar a r ealização dos objetivos propostos de aco rdo co m a s
mudanças constantes do c enário i nternacional ( 8). O co njunto de r esoluções
remonta a vinte e oito itens, distribuídos a partir de várias diretrizes, a saber:
 Níveis do sistema de pesquisa (3 itens)
 Tomada de Decisão e Organizações Âncoras (6 itens)
 Universidades e Centros Politécnicos (7 itens)
 Pesquisas Setoriais e Institutos de Pesquisa Setoriais (6 itens)
 Níveis Intermediários de Apoio (4 itens)
 Monitoramento e Avaliação da Implementação da Resolução (2 itens)
Em fevereiro de 2006, o C onselho da Sociedade de Informação elaborou um
relatório como forma de c ontribuição ao Programa da S ociedade de I nformação do
Governo, pr opondo u m co njunto d e açõ es a se rem co nsideradas tanto q uanto
possível para a pr eparação de u ma estratégia nacional (12), entre as quais podem
ser citadas:
 Treinamento, pesquisa e des envolvimento de produto – plano de ação
para 2006-2015;
 Desenvolvimento de p rocesso cooperativo para toda a ad ministração
pública;
 Leis para D ireitos Autorais para as necessidades da S ociedade da
Informação;
 Promoção do uso e compartilhamento da informação;
 Reforçar o co njunto d as bibliotecas para a pr estação de se rviços na
Sociedade da Informação;
 Desenvolvimento d e i ndicadores e m edidas para a
Economia do
Conhecimento;
ANEXO 3
69
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
 Desenvolvimento d e comunidades de pr áticas em g estão e se rviços
especializados;
 Renovação d os processos de i novação e dos
processos de
produtividade;
 Foco no mercado internacional;
 Desenvolvimento e di sseminação d e w orkshops referente a m étodos
para a melhoria da produtividade.
3.2.2.4. Papel dos PCTs
A partir de uma ampla cooperação entre o SITRA, o Ministério do Comércio e
Indústria, o TE Centers e a T EKES foram implantados e canalizados recursos para
investimentos em Parques de Ciências e Parques de Negócios, impulsionando esta
iniciativa em todo o país.
Sob o nome de P rojeto Y RKE ( YRKE Project), co m o o bjetivo de
desenvolvimento de um
projeto naci onal de
incubadoras, três foram os focos
delineados:

Novos serviços;

Fomento de longa duração;

Promoção de ‘know-how’.
O pr imeiro pi loto d o Projeto Y RKE foi i niciado c om q uatro or ganizações,
sendo seguido posteriormente por mais quatro, alimentando a intenção de introduzir
gradualmente novos modelos homogêneos em todo o país.
Este P rojeto é parte de um conjunto de medidas estimuladas pelo Ministério
de Comércio e Indústria para impulsionar o empreendedorismo no país e aproximar
e pr omover a co laboração co njunta de s etores públicos voltados para a C &T,
investidores regionais e os governos regionais.
Suas características principais estão a seguir relacionadas (7).
ANEXO 3
70
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
 Novos Serviços e Melhores Práticas
O projeto avalia modelos correntes utilizados pelas empresas incubadas e
envolve nov os modelos para enc orajar no vas empresas e melhorar as
empresas existentes. Em c ada r egião as e mpresas piloto i mpulsionaram
seu próprio programa de desenvolvimento com vistas a ampliar o número
de organizações baseadas em conhecimento e tecnologia. A proposta visa
também à di sseminação das melhores práticas obtidas pelos diferentes
pilotos espalhados pelo país.
O Projeto YRKE oferece vários tipos de serviços de apoio, incluindo:
1. Reconhecimento regional de idéias de negócios;
2. Viabilização do desenvolvimento de serviços de organizações em seus
primeiros estágios;
3. Avaliação de ideais de negócios;
4. Colaboração em novos planos de negócios; e
5. Oferta de co nsultoria especializada na e tapa de i ncubação com vistas
a facilitar o conhecimento do negócio e a aceleração do crescimento.
A maioria das empresas inovadoras são resultados do reconhecimento de
idéias de negócios originadas no mundo da pesquisa a par tir da i nterface
entre U niversidades e g randes organizações. N este se ntido, a F inlândia
tem realizado enorme esforço para identificar idéias que não fazem parte
do foco de g randes empresas, fazendo c om q ue as m elhores dest as
idéias sejam comercializadas.

Investimento de Longa Duração
Uma i mportante c aracterística do P
rojeto Y RKE é o ace
sso a
financiamento d e l onga dur ação par a as em presas incubadas. D esta
forma, empresas envolvidas com o pr ojeto têm a i niciativa de m apear as
possibilidades de financiamento de longa duração para fomentar parcerias
com empresas incubadas.

Rede de Cooperação
A Rede de Cooperação formada na Finlândia tem se apresentado de uma
forma m uito s egura, sendo u ma das mais co mpetitivas no m undo. S eu
grande objetivo pode ser mensurado pelo desafio de procurar duplicar, em
apenas alguns anos, o número de empresas intensivas em conhecimento
ANEXO 3
71
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
e tecnologia. Os principais ‘nós’ desta Rede, distribuídos em todo o país,
são:
1. Jyväskylä Science Park
2. Kareltek Science Park,
3. Oulutech Technopolis Incubator Oy
4. Technopolis Ventures Oy
5. Lahti Science and Business Park,
6. Technology Centre Teknia
7. PrizzTech Ltd.
8. Professia Ltd. Consórcio, incluindo Finn-Medi e Hermia
9. Seinäjoki Technology Centre,
10. Merinova Technology Centre e
11. Turku Science Park
ANEXO 3
72
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.2.2.5. Referências
1. OECD. OECD Economic Surveys: Finland. Paris: OECD, 2006.
2. OECD Factbook 2006 - ISBN 92-64-03561-3 - OECD 2006.
3. EUROPEAN COMMISSION, Trendchart. European Innovation Progress Report
2006. Bélgica, Luxembourg, 2006. 249 p. Disponível em:
http://ec.europa.eu/enterprise/innovation/index_en.html. Acesso em: 03 mar. 2007.
4. Finnish Innovation System. http://www.research.fi/en/innovationsystem, (acesso
em 20/05/07).
5. Research in Finland. 2006. 28p. www.research.fi Ministry of Education. Committee
for Public Information.
6. TILLI, Kari. TEKES. Technology Programmes. Workshop on benchmarking
national and regional policies in support of the competitiveness of the ICT sector.
Apresentação (12/11/2004). Brussels. National Technology Agency (TEKES)
7. SITRA. Finnish Innovation Fund. http://www.sitra.fi/en/. Acesso em: 20 maio 2007.
8. Government Resolution on The Structural Development of The Public Research
System http://www.minedu.fi/export/sites/default/OPM/Tiede/tiede_ja_teknologianeuvosto/erillisraportit/liitteet/resolution_2005.pdf. Acesso em: 20 maio
2007.
9. Venture Cup Finland. http://www.fvca.fi/english/node/295. Acesso em: 20 maio
2007.
10. INNOSUOMI 2007. http://www.innosuomi.fi/en/main.html. Acesso em: 20 maio
2007.
12. Efficiency and vitality in future Finland. The information society council’s report
2006. INFORMATION AND COMMUNICATION TECHNOLOGY & PRODUCTIVIT Y.
Publisher Prime Minister’s Office. Fevereiro de 2006. 106 p.
13. OECD. Economic Policy Reforms: Going for Growth. Paris: OECD, 2007. 183 p.
14. European Trend Chart on Innovation. TrendtChart: Innovation Policy in Europe.
http://trendchart.cordis.lu/. Acesso em: 30 abr. 2007.
15. Academy of Finland.
http://www.aka.fi/index.asp?id=eb9a8e15a46244d989ac56c132e8d13a. Acesso em:
25 maio 2007.
16. TEKES. Finnish Funding Agency for Technology and Innovation.
http://www.tekes.fi/eng/. Acesso em: 25 maio 2007.
17. OECD. OECD Innovation and Knowledge-Intensive Service Activities. Paris:
OECD, 2006.
ANEXO 3
73
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.2.2.6. Informações Complementares
Figura 3.13
Fonte: OECD. Economic Policy Reforms: Going for Growth, 2007 (13)
ANEXO 3
74
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.14
Fonte: European Innovation Progress Report 2006 (14)
ANEXO 3
75
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.15 - Investimento % do PIB investido em P&D
Fonte: Research in Finland (5)
Figura 3.16 - Evolução do qualificação em nível de Doutorado
Fonte: Research in Finland (5)
Figura 3.17 - Evolução do PIB da Finlândia em comparação com a Euro Área e EUA
Fonte: OECD Economic Surveys Finland. 2006 (1)
ANEXO 3
76
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.2.3. França
3.2.3.1. Contexto
A F rança é r econhecidamente u m g rande país, apr esentando c ontribuições
em t odos os campos do co nhecimento, q ualquer q ue se ja o per íodo ou o foco d a
análise. A presenta-se co m um s ólido si stema d e P &D, em qu e p ese ne cessite,
atualmente, enfrentar desa fios de i mportantes mudanças estruturais com v istas à
sustentabilidade do sistema nacional de inovação que permita em longo prazo maior
competitividade no mercado global (2). Dentro deste contexto, três desafios podem
ser identificados:
 Aumento dos gastos das empresas em P &D, at ravés da m elhoria das
Parcerias Público-Privadas;
 Apoio para inovações não tecnológicas; e
 Educação Continuada.
Ambientar a F rança n o m omento at ual d e d esenvolvimento g lobal não pode
prescindir d e u ma a valiação, m esmo q ue br eve e m su a história r ecente de
desenvolvimento, da t erminologia inovação, ou mesmo inovação tecnológica, posto
ser um dos focos estratégicos da maioria dos países. Neste contexto, os primeiros
desenvolvimentos tecnológicos na F rança t iveram i nicio a
programas governamentais, p odendo-se citar o P
partir de g randes
lano C oncorde, n o S etor
Aeronáutico, e o P rojeto A riane, no S etor E spacial, por exemplo. Destas iniciativas
nasceram grandes empresas, desenvolvimento de pesquisa e domínio de tecnologia
de ponta.
Seguindo os passos de países como os Estados Unidos e o R eino Unido, os
primeiros Parques Tecnológicos remontam ao inicio dos anos 70. Naquele momento
estas iniciativas visavam nucl ear e mpresas de bas e t ecnológica em l ocais
adequados, conferindo origem aos Tecnoparques, Tecnópolis, etc. (1). Como nesse
momento o foco era uma nucleação geográfica das empresas, procuraram-se locais
de m enor cu sto d e i mplantação, n ão l evando a u ma m aior i ntegração co m as
universidades ou mesmo organismos de apoio à inovação.
ANEXO 3
77
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Sintetizando est as etapas de dese nvolvimento co m f oco no q ue hoj e
chamamos de inovação tecnológica, pode-se melhor visualizar estas etapas a partir
de breve linha do tempo (1):

1979. Criação d a A NVAR ( Agência N acional d e V alorização da
Pesquisa), des tinada ao a
poio e financiamento à pesq uisa. S ua
importância às micros, peq uenas e m édias em presas foi n otável nesse
período.

Anos 80. Surgimento das Incubadoras de Empresas. Em 1984, a partir
de Edital da Comunidade Européia, foram criados os Centros Europeus de
Empresas de I novação ( CEEI), eq uivalentes às Incubadoras, o ferecendo
acompanhamento e apoio adequado às empresas criadas.

Criação das A gências de I novação ( Células de Valorização) nas
Universidades com objetivos de: pr ospectar pesq uisas de cu nho
tecnológico e co m r esultados a se rem v alorizados; asse gurar pr oteção à
Propriedade Intelectual; fomentar interface entre Universidade e Empresas
para colocar os produtos da pesquisa no mercado.

Anos 90. Estabelecimento da Rede CURIE, integrando as Células de
Valorização de t odas as Universidades. Permite troca de experiências, de
know-how, de práticas e o compartilhamento de recursos.

1999. Lei d e I novação. Alterando pr ofundamente o co ntexto da
inovação tecnológica na França.

2003. Lei d as Jovens Empresas Inovadoras (JEI). P ara o a poio e
incentivo a empresas emergentes.

2004. Governo F rancês lança v ários Editais com v istas à cr iação de
Pólos de Competitividade, destinados a f
omentar e est imular a
competitividade da economia a p artir de m aior sinergia entre empresas e
centro de pesquisa.

2006. Lei de P rograma para a P esquisa. Objetiva aprimorar o apoio e
fomento à pesquisa e desenvolvimento.
Mesmo co m t odas estas ações, o desempenho d a F rança frente ao q uesito
Inovação apr esenta-se em 9º l ugar no co ntexto do g rupo de 25 paí ses da U nião
Européia ( EU 25) , participando d e u m g rupo co m Á ustria, H olanda, B élgica, R eino
Unido, A lemanha e Itália. Seus pontos fortes estão na criação do conhecimento e
ANEXO 3
78
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
diretrizes de i novação. S uas fraquezas apresentam-se nos quesitos de i novação e
empreendedorismo (2).
3.2.3.2. Políticas Públicas
O processo de inovação tecnológica na França mobiliza muitos atores, o que
pode ser visualizado pela figura a seguir.
Figura 3.18 - Articulação dos Atores no Processo de Inovação na França
Fonte: BRUNET, Michel. O Modelo Francês de Inovação Tecnológico: dos Parques Tecnológicos aos
Pólos de Competitividade. 2007. 41 p.
No co ntexto d o planejamento co m v istas ao or denamento d e p olíticas
públicas, três podem ser considerados os fundamentos mais recentes que suportam
estas iniciativas:

Lei da Inovação de 1999. Constituída de quatro eixos principais:
1. A mobilidade de pesquisadores públicos para atuar em empresas;
2. A colaboração entre a pesquisa pública e as empresas;
3. O quadro fiscal para as empresas inovadoras; e
4. O quadro jurídico para as empresas inovadoras.
Cria estruturas e meios de fomento para incentivar a criação de empresas
inovadoras, como por exemplo:
ANEXO 3
79
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
1. A criação de empresas a partir da pesquisa:
- As pré-incubadoras vinculadas à pesquisa pública;
- Os fundos de capital semente ("amorçage");
- O co ncurso N acional de apoi o à cr iação de em presas de t ecnologias
inovadoras.
2. A parceria público/privada na pesquisa:
- As redes de pesquisa e de inovação tecnológica;
- Os centros nacionais de pesquisa tecnológica.

Lei de Jovens Empresas Inovadoras de 2003. Amplia dispositivos de
apoio a empresas jovens:
1. Apoio à criação de empresas:
- Ensino do empreendedorismo;
- Incentivos fiscais para os Business Angels, atraindo investidores para as
jovens empresas inovadoras.
2. Apoio ao P&D na empresa:
- Novo crédito de imposto-pesquisa;
3. Apoio à transferência de tecnologia:
- Prêmio pelo registro de patente e à parceria público/privada;
- Apoio à transferência de tecnologia nos estabelecimentos públicos;
- Uma melhor valoração da pesquisa pelas empresas;
- Jovens cientistas na empresa.

Lei de Programa para a Pesquisa de 2006. Elaborada e
implementada como um novo apoio à pesquisa (Pacte pour la Recherche)
(5). Baseada em três princípios fundamentais:
1. Um desenvolvimento equilibrado do conjunto da pesquisa entre:
- Pesquisa fundamental;
- Pesquisa a plicada p ara fins sociais (saúde, se gurança, meio-ambiente,
desenvolvimento sustentável…);
- Pesquisa apl icada par a f ins econômicos (criação de r
iquezas e
empregos).
ANEXO 3
80
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
2. Desenvolvimento de interfaces e de cooperação entre os atores.
3. Desenvolvimento baseado em uma estratégia global e de longo prazo.
3.2.3.3. Instrumentos e Ações
No contexto mais recente, a Lei de Programa para a Pesquisa (Pacte pour la
Recherche) ( 5), v otada e m 2 006, apr esenta o bjetivos estruturais claros e be m
definidos (1):
 Fortalecer as
capacidades do E stado e m termos de or ientação
estratégica e de definição de prioridades:
1º linha: Nova governança.
- Criação de u m A lto C onselho p ara C iência e
Tecnologia ( HLST),
organismo independente consultivo e de orientação junto ao Governo.
- Papel do C onselho S uperior de P esquisa e T ecnologia ( CSRT) co mo
organismo de debate sobre a pesquisa.
2º linha: Articulação co mum en tre p olíticos Nacionais, R egionais e
Europeus.
- Criação de pólos de competitividade de domínio regional.
- Criação de Pólos de Pesquisa e Ensino Superior (PRES).
3º linha: Fortalecimento da cultura de projetos:
- Criação da A gência N acional d e P esquisa ( ANR). F inanciamento d e
projetos de pesquisa fundamental e aplicada.
- Criação d a A gência d e I novação Industrial ( AII). F inanciamento d e
projetos de inovação de grande envergadura sob a proteção de g randes
empresas.
 Criar um si stema d e av aliação d a pes quisa uni ficado, co erente,
transparente e reconhecido internacionalmente:
- Criação da Agência de Avaliação da Pesquisa (AER).
 Reunir as energias e f acilitar as cooperações entre os atores da
Pesquisa:
- Criação d e P RES: lógica de co ordenação r egional das atividades e
cooperação mútua dos recursos.
- Criação de campus de p esquisa: l ógica d e pr ojeto d e aproximação d as
atividades.
ANEXO 3
81
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
- Criação das RTRA: R edes Temáticas de P esquisas Avançadas, par a
acompanhar projetos de excelência científica sobre um determinado tema.
- Criação da ANR: financiamento de projetos de pesquisa em parceria.
Otimização dos procedimentos administrativos.
 Melhorar a atratividade e a evolução das carreiras científicas.
 Intensificar a di nâmica de i novação e aproximar a p esquisa pública e a
pesquisa pr ivada: i númeras medidas visando fortalecer as Jovens
Empresas Inovadoras ( JEI), e par a f avorecer o dese nvolvimento da
pesquisa privada.
 Fortalecer a i nserção do si stema francês no espaço E uropeu d a
Pesquisa.
O at ual M odelo d e I novação da F
rança apr esenta al guns ei xos de
desenvolvimento que apontam para ações estratégicas, podendo ser identificadas e
sumarizadas a partir de três eixos principais (1):
 Medidas de apoio à inovação nas Universidades. Objetivos:
1. Favorecer a m igração ou a co laboração de p esquisadores par a as
empresas;
- Procurando r eduzir a di stância e ntre a s Universidades e as Micro,
Pequenas e M édias E mpresas, apr oximando os
pesquisadores das
empresas.
2. Favorecer a m obilidade de
pessoal al tamente q ualificado p ara as
MPMEs;
- Favorecendo a i nserção d e D outores e p esquisadores nas e mpresas,
considerando que:
- o número de Doutores disponível atende a demanda e,
- a iniciativa eleva a competitividade das empresas.
3. Incentivar a transferência de tecnologia;
A C élula de V alorização nas Universidades, i mplantadas anteriormente,
tiveram su a at uação pot encializada a p artir de 1 999, co m a Lei
de
Inovação. Sua atuação é considerada essencial no pr ocesso de inovação
tecnológica.
ANEXO 3
82
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
4. Desenvolver a Parceria Público-Privada (PPP).
Com o obj etivo de de senvolver esta parceria, a Lei de I novação de 1999
permitiu a i mplantação de Redes de Pesquisa e de Inovação
Tecnológica (RRIT) com os seguintes objetivos:
- Reunir as equipes de pesquisa dos setores privado e públ ico em temas
prioritários;
- Derrubar as barreiras tecnológicas para desenvolver produtos e serviços
em comum e criar empresas inovadoras;
- Posicionar a França no nível europeu;
- Associar os parceiros estrangeiros, principalmente da União Européia;
- Lançar chamadas de projeto sobre temas inovadores.
Dentro deste foco foram cr iadas v árias redes de P PP; os C entros
Nacionais de P esquisa T ecnológica ( CNRT), co m o o bjetivo d e cr iar
condições de colaboração entre laboratórios públicos e pesquisa industrial
de al ta t ecnologia; e os Institutos Carnot – Selo C arnot, c onferido aos
centros de pesquisa públicos que desenvolvem atividades conjuntas com
o setor privado com foco no avanço do conhecimento.
 Medidas de apoio à inovação nas Empresas. Objetivos:
1. Favorecer a criação de empresas inovadoras:
- Pré-incubadoras de empresas;
- Incubadoras de empresas;
- Parques Tecnológicos (ou Tecnoparques);
2. Favorecer o financiamento de capital nas start-ups;
3. Desenvolver f erramentas de apoio a o financiamento de P &D nas
empresas;
4. Incentivar e favorecer o esforço de P&D e de Inovação nas empresas;
5. Promover co mpetências
necessárias
à i novação at ravés
do
desenvolvimento de Agências Especializadas.
Para atender a estratégia de a poio à cr iação de empresas inovadoras, a
França adotou u m modelo d e q uatro fases, pr ocurando i dentificar os
atores e seus respectivos papéis. A Figura 3.19 ilustra este modelo.
ANEXO 3
83
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Desenvolvimento
Pré-Incubação
Criação
Início da
atividade
Validação
Figura 3.19 - Modelo de criação de empresas inovadoras na França
Fonte: BRUNET, Michel. O Modelo Francês de Inovação Tecnológico: dos Parques
Tecnológicos aos Pólos de Competitividade. 2007. 41 p.
Observando a Lei d e I novação de 1 999, po de-se i dentificar as seguintes
funções:
- Função de Pré-Incubação: conduzida pelas pré-incubadoras;
- Função de ac ompanhamento das e mpresas criadas: co nduzida pel as
incubadoras.
A Figura 3.20 apresenta as a forma co mo a empresa i novadora er a
tratada, considerando-se a etapa anterior e posterior ao advento das préincubadoras.
Governo
Incubadora
Labs
CEEI
Hospedagem
Serviço escritorio
Labs
Financiamento
Portador
de
Projeto
Marketing
Comercial
Propriedade Indus
Estrategia
Pre-incubadora
ANVAR
CETI
Acompanhamento
"treinador"
Expertises
Financiamento
Plano de negocio
Juridico
Industrial
Situação anteriora aos pre-incubadoras
Região
Acompanhamento
"treinador"
Hospedagem
Serviço escritorio
Financiamento
Portador
de
Projeto
Marketing
Comercial
Propriedade Indus
Estrategia
Expertises
Financiamento
Plano de negocio
Juridico
Industrial
Situação com os pre-incubadoras
Figura 3.20 - Empresas Inovadoras e as Pré-Incubadoras, Modelo Francês
Fonte: BRUNET, Michel. O Modelo Francês de Inovação Tecnológico: dos Parques
Tecnológicos aos Pólos de Competitividade. 2007. 41 p.
 As Incubadoras de Empresas. Estas iniciativas remontam ao inicio dos
anos 80, apoiando empresas a partir de sua fase de cr iação e co nferindo
suporte geralmente ao longo de três anos. Com o selo da União Européia,
ANEXO 3
84
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
através da R ede E BN ( European BIC Network) ( 6), foram cr iados os
Centros Europeus de E mpresas Inovadoras (CEEI), co m o o bjetivo de
prospecção e ac ompanhamento de pr ojetos de cr iação de e mpresas
inovadoras, o u do desenvolvimento de empresas existentes através da
inovação.
O Selo "Technopole" é emitido pela rede RETIS, representante da EBN na
França, r epresentante f rancês da I ASP ( International Association of
Sciences Park, www.iasp.ws).
3.2.3.4. Papel dos PCTs
De aco rdo co m Brunet ( 1), as i niciativas precursoras dos Parques
Tecnológicos na F rança, o u ‘ Tecnópolis’, f oram adotadas como políticas de
desenvolvimento, co m o obj etivo de at rair em presas ‘limpas’, de bai xo i mpacto
ambiental e, preferencialmente, com forte base tecnológica.
Os primeiros Parques Científicos e Tecnológicos (PCTs) na França tinham o
foco d e d esenvolvimento l ocal e r egional, c oncentrados geograficamente. E m um
segundo momento o s PCTS passaram a
atividades inovadoras, a p
artir de n
ser f oco de f omento e atração de
ovos modelos de g estão e r edes de
competências.
O pa pel pr incipal des tes Parques, m antido no momento at ual, c onsiste na
organização de uma rede econômica e uma fonte de serviços e facilidades onde as
empresas inovadoras e de base tecnológica poderão ter suporte as suas principais
demandas (1):
 Ser hospedada (papel das incubadoras);
 Encontrar l ocais próprios após 3 a 4 anos de ex istência, a pós sair da
incubadora;
 Encontrar os fornecedores que ela precisa;
 Encontrar pess oal q ualificado, be m c omo e scritórios de c onsultoria e m
recursos humanos para fazer contratações;
 Encontrar capital inicial, de risco e de desenvolvimento;
 Encontrar bancos para o financiamento de curto prazo;
 Encontrar organismos de apoio e de financiamento da P&D; e
ANEXO 3
85
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
 Encontrar esp ecialistas de aco mpanhamento de e mpresas: co nsultores
jurídicos, advogados, profissionais de contabilidade, entre outros.
Com est a v isão, di versos foram os
nasceram na F rança nos
parques científicos e t ecnológicos que
últimos 30 a nos, p odendo-se ci tar aq ueles que se
transformaram em referências mundiais:
 Parque Tecnológico de S ophia A ntipolis na r egião P ACA ( Provence,
Alpes, Cote d’Azur) (www.sophia-antipolis.net);
 Parque Tecnológico d e La bège I nnopole, n a r egião d e M idi P yrénées
(www.sicoval.fr);
 ZIRST de M eylan em G renoble na r egião d e R hones Alpes
(www.zirst.com);
 Parque Biotecnológico do T ecnopolo de E VRY na r egião Parisiense (Île
de France);
 Parque Ulis na região Parisiense, entre outros.
Iniciativas mais recentes ilustram a emergência e a i mportância dos Parques
Tecnológicos na política de desenvolvimento na França. Dentre estas, pode-se citar:
Tabela 9 - Parques Tecnológicos
Parques tecnológicos
Alimentec
Toulon Var technopole
Rennes Atalante
Technopole de l'Aube
Eurasanté
Montpellier Technopole
Synergia
Agropole
Angers Technopole
Atlanpole
www.alimentec.com
www.tvt.fr
www.rennes-atalante.fr
www.technopole-aube.fr
www.eurasante.com
www.montpellier-technopole.com
www.synergia.fr
www.agropole.com
www.angerstechnopole.com
www.atlanpole.fr
Com o adv ento d e e stímulos devido às ações que env olvem os Pólos de
Competitividade, at ualmente c ontinuam em cu rsos ações d e v ulto co m v istas a
consagrar i niciativas com o o bjetivo d e co locar a i novação n o ce ntro d o
desenvolvimento. Exemplo a ser considerado é o Parque Tecnológico METROTECH
(http://www.st-etienne-metropole.com/),
situado na
região de
Saint E tienne,
implantado em local de 30 hectares, com mais de 60.000 m2, com forte atratividade
ANEXO 3
86
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
de empresas âncora, além de médias e pequenas empresas a partir de incubadoras
associadas.
As
experiências
francesas
neste ca mpo sã o bast ante co nhecidas,
apresentando resultados significativos, relevantes e positivos. Em seus modelos de
implantação e desenvolvimento, cada iniciativa apresenta uma prática própria, com
proposições diferenciadas para o conjunto de desafios impostos, dentre estes (1):
 Romper o isolamento (acesso a rodovias, ferrovias, aeroportos, etc);
 Manejo fundiário;
 Urbanismo;
 Transporte;
 Serviços a e mpresas: F inanciamentos, Correio, Telecomunicações,
Bancos, Suporte Tecnológico, etc;
 Serviços para as pessoas: Restaurantes, Creches, Esporte, Cultura.
Cabe ressaltar que, dentro do modelo francês, os PCTs não apresentam em
sua m issão o obj etivo de f inanciar di retamente as empresas que o co mpõem. S ua
missão é de pr ospecção, atração e atuar como facilitador na relação com os órgãos
de financiamento adequados, podendo-se citar, entre outros:
 ANVAR para o financiamento da P&D;
 Redes de Business Angels, Fundos de amorçage - financiamento inicial,
redes de “empréstimos d’honneur”, empresas de capital de r isco (venture
capital) ou desenvolvimento, para o financiamento em capital;
 COFACE para o financiamento para Exportação;
 Bancos para o financiamento de capital de giro.
ANEXO 3
87
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.2.3.5. Referências
1. B RUNET, M ichel. O M odelo F rancês de I novação Tecnológico: d os Parques
Tecnológicos aos Pólos de Competitividade. 2007.
2. E UROPEAN C OMMISSION, Trendchart. European I nnovation P rogress Report
2006.
Bélgica,
Luxembourg, 2006
.D
isponível em
:
<http://ec.europa.eu/enterprise/innovation/index_en.html>. Acesso em: 03 mar 2007.
3. OECD. Economic Policy Reforms: Going for Growth. Paris: OECD, 2007. 183 p.
4. OECD. OECD Economic Surveys: France. Paris: OECD, 2005.
5. D isponível em : http://www.pactepourlarecherche.fr/pacte/index.htm. Acesso em :
17 jan. 2007.
6. EBN - European BIC Network, http://www.ebn.be. Acesso em: 18 jan. 2007.
ANEXO 3
88
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.2.3.6. Informações Complementares
Figura 3.21
Fonte: OECD. Economic Policy Reforms: Going for Growth, 2007
ANEXO 3
89
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.22
Fonte: European Innovation Progress Report 2006
ANEXO 3
90
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.2.4. Irlanda
3.2.4.1. Contexto
A Irlanda vem desempenhando, em tempos recentes, um esforço reconhecido
mundialmente, com sua planificação inicial registrada em documento elaborado em
2002 ( 1), onde é r esgatado co m m uita pr opriedade o m omento g lobal at ual, a
emergente S ociedade do C onhecimento, o s indicadores deste país dentro deste
contexto – além de i ndicar su as eventuais forças e fraquezas relativas, e a
proposição dos desafios a s erem e nfrentados pelo g overno e um el enco muito
substancioso de recomendações ao governo com vistas a enfrentar esta nova era.
As estratégias que e stão no foco d e ação do paí s são apresentadas co m
vistas ao se u s ucesso q uanto ao des envolvimento s ócio-econômico, on de
simplesmente manter o status quo já não é mais suficiente, mas sim ampliar o valor
econômico d as atividades, co nquistar m elhores empregos e b uscar um a n ova
prosperidade s ocial, como forma de enfrentar e ev itar um eventual, e pr ovável,
retrocesso.
Podem ser aqui destacados como decididamente esclarecedores em relação
à S ociedade do Conhecimento, sua gênese e su as características, ações que vêm
balizando as atividades estratégicas da Irlanda dentro deste contexto (1):
 Os principais recursos desta nov a er a sã o a i
nformação e o
conhecimento, se ndo o co nhecimento a pr imordial fonte de g eração de
riqueza;
 Atualmente, as principais economias do m undo est ão b aseadas no
conhecimento;
 O avanço tecnológico atual não tem precedente, impondo aos governos
e gestores novas políticas de desenvolvimento;
 O v alor eco nômico e so cial da i nformação e d o co nhecimento é
ampliado na m edida em que sejam compartilhados e utilizados por outros
atores;
ANEXO 3
91
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
 A e fetiva cr iação, i novação, uso e di sseminação do co nhecimento é a
chave do su cesso, c onduzindo par a u ma eco nomia su stentável e um
desenvolvimento social que visa beneficiar a todos;
 Diferentes tipos de co nhecimento passam a ser i mportantes co mo
alicerces para a economia baseada em conhecimento: know-what, knowwhy, know-how e know-who. O s pr imeiros dois tipos, m ais vinculados à
informação, c aracterizando-se co mo co nhecimento ex plícito. O s dois
últimos,
de m ais
difícil
codificação e
m ensuração, t idos co mo
conhecimento t ácito, f atores absolutamente di ferenciais no momento
contemporâneo;
 Na passa gem d o sé culo X IX par a o sé culo X X, a ener gia el étrica
desempenhou fator insubstituível, agora, do século XX para o s éculo XXI,
o pr incipal meio para o des envolvimento e conômico é , ou ainda se rá –
para m uitos, a v irtual ca pacidade d e t ransmitir dados e i nformações –
broadband infrastructure, per mitindo q ue o c onhecimento se ja ace ssado,
utilizado e compartilhado;
 Na S ociedade do C onhecimento, a origem da v antagem co mpetitiva
depende do co nhecimento b aseado n a i novação, e ntendida est a como a
capacidade de co nverter r esultados de p esquisa em novos produtos,
serviços ou processos, e disponibilizando rapidamente ao mercado;
 A at ual f ronteira é o v alor de u ma i déia, a c apacidade de u tilizá-la e a
inovação que ela cria;
 Inovação n ão é de r esponsabilidade de a penas um se tor d a eco nomia
ou da s ociedade. O su cesso e m u ma Sociedade d o C onhecimento
significa cr iar um
am biente
para
que v ários
atores
possam
simultaneamente contribuir (governo, organizações e indivíduos);
 A S ociedade do C onhecimento dep ende d e pesso as com cr iatividade,
talento, adaptáveis e hábeis;
 Garantir a op ortunidade da ed ucação continuada, não somente para as
crianças ou a dolescentes, p assa a se r fundamental. M uitas das
ocupações ai nda hoje t radicionais estão m udando r apidamente face ao
ANEXO 3
92
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
avanço tecnológico, oferecer a atualização e o crescimento profissional do
trabalhador de hoje, é formar o trabalhador do conhecimento do futuro.
Neste c ontexto, a ed ucação, em su a g ênese, passa a se r fundamental n a
Sociedade d o C onhecimento, t anto p ela su a pot encialidade t ransformadora, co mo
por sua capacidade de dignificar o indivíduo, principalmente em uma sociedade que
tem como foco o co nhecimento e a gestão do saber, tendo sido adotada como um
dos principais alicerces para ações estratégicas do Governo da Irlanda.
Atualmente, a
economia da Irlanda t ende a
um l eve d eclínio d o se u
crescimento, prevendo-se um PIB de 5% p ara 200 7 e 4,5% par a 2008 ( 2). A pesar
disto, para o mesmo período as metas de inflação indicam que a mesma deverá ficar
abaixo da m édia e uropéia. O s investimentos pr ioritários deverão i ncidir em
investimentos de ca pital hu mano, de c apital físico e n uma d esaceleração no
consumo de energia, especialmente no setor de eletricidade e gás natural.
3.2.4.2. Políticas Públicas
A Irlanda at ualmente, f rente aos países da U nião Européia (UE), apr esenta
uma boa posição intermediária em relação ao seu desempenho à inovação, estando
posicionada da 11ª posição, entre um grupo de 25 paí ses membros (UE25), ou na
15ª posição no grupo UE33, resultando, na média, na 8ª posição para indicadores de
inovação. S eu m elhor dese mpenho ocorre nos
setores de i novação, est ando
posicionado na 1ª colocação no UE25 devido fortemente ao sucesso no c ampo dos
serviços e ex portações de al ta t ecnologia ( 3), c onforme i lustra a F igura 3 Application, item 3.2.4.6 – Documentos Complementares.
Por ou tro l ado, o país ainda a presenta m uitos desafios a enfrentar, f ruto de
um l ongo período de d esfavorecimento, q ue o i mpediram de a mpliar s ua i nfraestrutura e impor um ritmo mais vigoroso ao setor produtivo.
Neste se ntido, a I rlanda en frenta no m omento at ual os seguintes desafios
prioritários, o
q ue est á n orteando
a a doção d e
políticas
estratégicas
desenvolvimento:
 Baixa penetração de Banda Larga. E sta é co nsiderada u ma das
maiores fraquezas com v istas às políticas de i novação do g overno,
ANEXO 3
93
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
posicionando o país na 25ª posição frente à UE31, com um índice de 22%
desta m édia eur opéia. O Reforme Programme 2004-2007 pr omove u m
investimento de € 35 milhões por ano para a implantação de infraestrutura
de Banda Larga de alta velocidade para todas as cidades com mais de 1,5
mil habitantes.
 Insuficiente participação em projetos de Educação Continuada. Este
é um indicador em q ue a I rlanda se apresenta muito ab aixo da m édia
européia, o q ue j á é r econhecido pel o g overno e r epresenta o objeto d e
ações prioritárias para um quadro de qualificações na estrutura curricular
nacional.
 Investimento em P&D, Inovação e Venture Capital por parte das
empresas. C om i nvestimentos da or dem de 13% d a m édia e uropéia
(UE33) em inovação, a Irlanda coloca-se na 28ª posição frente aos demais
países. Já em termos de investimento em empresas iniciais, sua média a
coloca l ogo ab aixo da m édia e uropéia, tendência es ta q ue vem se
apresentando em queda desde o ano 2000.
 Baixa cooperação Universidade-Indústria. E sta co nstatação e stá
mensurada pel o baixo f inanciamento de em presas em universidades,
resultando e m so mente 5 7% da média e uropéia ( UE33), o q ue v em
conduzindo a o fortalecimento de aç ões com v istas à melhoria d este
desempenho. Esta política está delineada no National Reform Programme,
onde est a co operação é i dentificada c omo a m elhor pr ática a través da
produção de excelentes resultados de pesquisa. R ecentes investimentos
reforçam o investimento na base da fronteira de pesquisas de excelência.
3.2.4.3. Instrumentos e Ações
Nos anos mais recentes, várias iniciativas em termos de programas de ação
de governo foram adotadas no sentido de fortalecer a inovação, estando ilustradas e
sintetizadas na Tabela 10 a seguir.
ANEXO 3
94
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Tabela 10 - Programa de Ações da Irlanda
Referencia
Tema
Objetivo
Período
IE 25
R&D Capability
Iniciative
Aumento de investimento de empresas em
pesquisa e inovação tecnológica.
Aumento da taxa de comercialização das
atividades de inovação em empresas.
2000/06
IE 26
Research
Technology &
Innovation (RTI)
Competitive
Grants Scheme
Aumento de investimento de empresas em
pesquisa e inovação tecnológica.
Aumento da taxa de comercialização das
atividades de inovação em empresas.
2000/06
IE 27
Advanced
Technologies
Research
Programme
Promoção do desenvolvimento de colaboração
entre empresas e outros atores para articular
atividades de inovação e troca de conhecimento.
Aumento da taxa de comercialização das
atividades de inovação em empresas.
2001/06
IE 31
Knowledge
transfer accross
the Island of
Ireland
Aumento de investimento de empresas em
pesquisa e inovação tecnológica.
Facilitar a aquisição e transferência de
conhecimento e tecnologia para empresas,
incentivando iniciativas transversais.
Adequada infra-estrutura em novas tecnologias
para facilitar a sobrevivência e crescimento de
empresas.
2002/07
IE 33
Additional R&D
tax credits 2004
Aumento de investimento de empresas em
pesquisa e inovação tecnológica.
Aumento da taxa de comercialização das
atividades de inovação em empresas.
2004/10
IE 34
Innovation
Partnership
Iniciative
Facilitar acesso de empresas às habilidades
pessoais.
Facilitar a aquisição e transferência de
conhecimento e tecnologia para empresas,
incentivando iniciativas transversais.
Aumento da disponibilidade, escala e a
qualidade de serviços especializados às
empresas a fim aumentar a eficácia de suas
atividades em inovação.
2004/06
IE 35
Industry Led
Research
Networks
Aumento de investimento de empresas em
pesquisa e inovação tecnológica.
Promoção do desenvolvimento de colaboração
entre empresas e outros atores para articular
atividades de inovação e troca de conhecimento.
2005/07
IE 36
INNOVA
Collaborative R&
D Programme
Aumento de investimento de empresas em
pesquisa e inovação tecnológica.
Facilitar a aquisição e transferência de
conhecimento e tecnologia para empresas,
incentivando iniciativas transversais.
Promoção do desenvolvimento de colaboração
entre empresas e outros atores para articular
atividades de inovação e troca de conhecimento.
2005/08
ANEXO 3
95
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Além di sto, foi r ecentemente cr iado e i mplantado S ub-comitê d e C iência,
Tecnologia e Inovação (STI) conferindo status a um setor que até então não existia,
oferecendo um nível mais adequado de informação ao governo.
Outros instrumentos foram el aborados e ad otados com v istas a ca racterizar
uma política nacional para o setor:
 Plano Nacional de D
esenvolvimento, c om n ovas e per manentes
avaliações;
 Adoção de políticas a partir de estudos aprofundados; e
 Envolvimento d as parcerias em t odos os e stágios do processo e e m
experiências de outros países.
3.2.4.4. Papel dos PCTs
É convergente a i déia de que a i novação é um elemento chave e c rítico para
uma política nacional de desenvolvimento, devendo nortear ações futuras. Com este
sentido, al gumas iniciativas podem es tar m ais intimamente r elacionadas com as
ações de PCTs, podendo-se destacar:
 Indução para o crescimento de grandes empreendimentos;
 Internacionalização de empreendimentos;
 Aumento do número de empresas com maior investimento em P&D; e
 Ênfase no
desenvolvimento r egional d a i novação e
melhoria da
produtividade.
Políticas de co operação e a doção d e benchmarking internacional t êm
contribuído para a definição e estabelecimento de um Modelo de Competitividade da
Irlanda, o q ue é i lustrado pel a Figura 3.23, i dentificando políticas de ap oio – entre
estas, o ‘empreendedorismo’ e a ‘ inovação’, e co ndições essenciais ao s uporte de
um crescimento sustentável. Este modelo tem sido objeto de debate e discussão de
toda a so ciedade, auxiliando o g overno no se guimento de p olíticas econômicas e
influenciando a at itude de p otenciais parceiros econômicos, co ntribuindo so bre
maneira para a percepção pú blica d o v alor de u ma eco nomia de est ado p ara a
nação.
ANEXO 3
96
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
PCTs
Figura 3.23 - Modelo de Competitividade da Irlanda
Fonte: National Competitiveness Council (4)
ANEXO 3
97
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.2.4.5. Referências
1. I nformation S ociety Commission. B uilding t he K nowledge S ociety. R eport t o
Government. Ireland. December 2002.
2. OECD Economic Outlook Nº 80, 2006
3. E UROPEAN C OMMISSION, Trendchart. European I nnovation P rogress Report
2006.
Bélgica,
Luxembourg, 2006
.
Disponível em
:
<http://ec.europa.eu/enterprise/innovation/index_en.html>. Acesso em: 03 mar. 2007
4. N ational C ompetitiveness Council.Annual C ompetitiveness Report 200 4. Forfas,
Dublin, Ireland in European Trend Chart on Innovation, Ireland, 2006.
5. OECD. OECD Economic Surveys: Ireland. Paris: OECD, 2006.
6. O ECD. E conomic Policy R eforms: G oing f or G rowth. Paris: O ECD, 200 7.
ANEXO 3
98
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.2.4.6. Informações Complementares
Figura 3.24
Fonte: OECD. Economic Policy Reforms: Going for Growth, 2007 (6)
ANEXO 3
99
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.25
Fonte: European Innovation Progress Report 2006 (3)
ANEXO 3
100
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.2.5. Nova Zelândia
3.2.5.1. Contexto
Acompanhar esta nova ‘onda’, baseada no Conhecimento, requer entendê-la
e est udá-la profundamente, avaliando e ac ompanhando as experiências de m uitos
países. P ara q ualquer g overno, co locar se u paí s como at or nest e pr ocesso g lobal
requererá pr ofunda d eterminação e o e nvolvimento de t oda a so ciedade, ca so
contrário, por exemplo, um país como a N ova Z elândia ( NZ) “sobreviverá so mente
como um parque de di versões e um local de f érias para os cidadãos dos demais
países com economias mais desenvolvidas” (2).
A N ova Z elândia, assi m co mo outros paí ses – Irlanda, A ustrália, C oréia do
Sul, e tc. – que v isualizaram o m omento a tual co mo um ce nário d e opor tunidades,
procurou identificar neste contexto suas forças e fraquezas para melhor enfrentá-lo,
preparando doc umento e m ní vel g overnamental c om a finalidade de orientar s uas
ações e conduzi-las para o n ovo ce nário social e eco nômico ( 2), substancialmente
diferente do anterior – Era Industrial, baseado no capital tangível (capital e trabalho)
– rotulado co ntemporaneamente co mo E ra do C onhecimento, o nde a r iqueza se rá
provida pel a maior ou menor ca pacidade de ‘ acumulação’ d e c apital i ntangível,
representado pelo saber, produção e compartilhamento do conhecimento.
Nas economias mais desenvolvidas atualmente, m ais de 5 0% d o P IB t êm
origem no c onhecimento, dei xando p ara t raz a er a i ndustrial e ca minhando
firmemente para a era da informação. Na Nova Zelândia, em que pese mais de 40%
de sua população ter acesso à internet, o setor econômico baseado na tecnologia da
informação representa apenas 7% do seu PIB (7), deixando claro o árduo caminho a
perseguir no se
ntido das
importantes mudanças estruturais que dev em se r
realizadas no país. C om o a dvento da i nternet, e se u g eométrico cr escimento nos
últimos anos, pode-se dizer que caíram as fronteiras e as distâncias do mundo, os
acessos e o s r elacionamentos ficaram i nfinitamente m ais facilitados, e o co mércio
eletrônico passou a ser o grande facilitador destas ações. Participará deste mercado
quem es tiver apt o e pr eparado para u ma co mpetição g lobal. T ransformar a
economia ainda agrícola da NZ, baseada na exportação de produtos primários como
a carne congelada, em um a economia base ada no
ANEXO 3
conhecimento pod e ser
101
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
comparada ao advento do navio frigorífico na entrada do século XX à importância da
internet na entrada deste século XXI. O passaporte para este novo modelo de pais
requererá da NZ superar fraquezas identificadas em algumas áreas:
 Limitação de c ursos nas
áreas de tecnologia da i nformação e
comunicação, co m v istas a a mpliar o nú mero de g raduados em cursos
técnicos, qualificando tanto alunos como professores neste seguimento;
 Política de i migração, v isando à ca ptação e r etorno d e t écnicos
qualificados que vivem no estrangeiro;
 Investimento em P&D, principalmente advindo do se tor privado, através
de política de redução de impostos e incentivos;
 Ampliação do co njunto de artigos de ex portação, i ncorporando
principalmente produtos de alta tecnologia, em detrimento às commodities
vinculadas ao setor primário;
 Ampliar aç ões que v isem ca ptar ca pital de r
isco, i ncentivar o
empreendedorismo e criar uma cultura mais voltada à inovação;
 Ampliar a infra-estrutura de tecnologia do país;
 Definir visão est ratégica, pr incipalmente no sentido d o desenvolvimento
rumo à economia bas eada no co nhecimento, env olvendo a p articipação
de todos os habitantes da NZ.
No período 1985-1999 a NZ perseguiu, com sucesso, o encolhimento do setor
público, atingindo o ní vel identificado como um dos mercados mais flexível, aberto,
transparente e
desregulamentado d o mundo. H ouve, i nclusive, u m acr éscimo
substancial de pos tos de t rabalho no per íodo de 19 91-1999. P orém, ao final do
século XX, isto já não era suficiente. Estes podem ter sido considerados os primeiros
passos de u ma ca minhada m ais longa e necessária, p ois os países competidores
estão jogando outro jogo, com regras que devem ainda ser aprendidas pela NZ rumo
a uma nova economia.
Dois fatores de pr odução determinam o que ai nda s e co nsidera co mo a
economia tradicional, trabalho e capital. Na nova economia, o conhecimento passa a
ser um t erceiro fator, cr escendo muito de i mportância nas economias mais
avançadas, on de é necessária a formação de c apital humano c aracterizado p or
ANEXO 3
102
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
educação formal, t reinamento, ed ucação contínua e p ermanente da
força de
trabalho – trabalhadores do conhecimento. Simplesmente saber ‘o quê’ (know-what)
fazer não é mais suficiente, mas agregar o ‘ por que’ (know-why) e o ‘quem’ (knowwho) pode f azê-lo sã o fundamentais. O co nhecimento b aseado na ex periência
individual – conhecimento tácito – passa a ser valorizado tanto quanto (ou mais) que
o conhecimento f ormal, co dificado e est ruturado obt ido no
período esco lar –
conhecimento explícito. C om o r ápido desenvolvimento t ecnológico e o
advento
permanente de novas tecnologias, garantir a permanente aprendizagem é uma ação
vital tanto para indivíduos como para as organizações, sendo este Capital Intelectual
a f onte d e um a v antagem co mpetitiva g lobal – inúmeros são os autores que
oferecem m etodologias para m ensurar est a f orma de capital, pod endo-se ci tar
Sveiby (8, 9) co mo um a r eferência r elevante. N este co ntexto, vi sualizar a
implantação d e u ma pod erosa i nfra-estrutura e m t ecnologia de i nformação e
comunicação é fundamental para esta nova economia, sendo este o melhor caminho
para a cr iação do c onhecimento e d a i novação, r essaltando-se que a T I é
necessariamente v ista como u ma ferramenta, não c omo co ndutora do pr ocesso,
porém fundamental para u m mundo q ue o pera 2 4h por di a e onde os produtos
podem se r entregues e m q ualquer l ugar do mundo. M undo est e se m fronteiras,
colocando a N Z em se u ce ntro, co mo q ualquer paí s que es teja no r umo d a
Economia do Conhecimento.
Não existe modelo perfeito a se r seguido por qualquer país, a N ova Zelândia
tem co mo m eta d esenvolver e co nstruir o se u pr óprio ca minho. Aprender co m a
experiência de out ros países e co mpetidores em potencial é i mportante, m as suas
diferenças devem sempre ser consideradas, pois são dependentes de suas culturas,
prioridades nacionais, status econômico, di mensão, g eografia e pop ulação, par a
citar al guns fatores. Basear es ta a nálise a par tir de i ndicadores fornecidos por
organismos internacionais, co mo a O ECD, por ex emplo, p ode e m m uito co ntribuir
para conhecer as fraquezas e reconhecer a s forças para o enfrentamento e m um
mercado verdadeiramente global. No estudo formulado para o G overno da N Z pela
Ernest & Young (2) estes focos ficam bem identificados, se comparados com países
competidores deste mesmo mercado: o i ndicador r eferente ao nú
mero d e
computadores pessoais, co loca a N Z nu ma f aixa m ediana entre os países de
melhores índices; no quesito computadores vinculados à internet seu índice passa a
ANEXO 3
103
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
ser m ais próximo dos países mais avançados e,
em r elação ao nú mero d e
graduados em cursos técnicos e ao p ercentual de ex portação de produtos de altatecnologia, se u des empenho dei xa m uito a dese jar, co locando-a nos níveis mais
inferiores.
Como ilustração, a Figura 3.26 apresenta a representação do posicionamento
da NZ perante outros países competidores baseada na metodologia INEXSK (gráfico
radar), desenvolvida por Mansell e Wehn (1998), ferramenta utilizada no documento
com v istas melhor si tuar a N Z f rente a o utros países, co nsiderando o co ntexto da
Economia do Conhecimento.
Figura 3.26 - Comparação da Nova Zelândia com outros países
Fonte: Ernest & Young (2)
Nesta proposta inicial, foram resgatadas questões relevantes que deveriam e
estão sendo enfrentadas pelo Governo da Nova Zelândia, podendo ser aqui citadas
algumas:
1. Educação: a mpliação de v
agas
em c ursos
técnicos; a mpliar
qualificação de m estrados e do utorados em ár eas técnicas; i ncentivar a
prática par a o d esenvolvimento d e ha bilidades; i mplantar pol ítica de
educação c ontinuada par a g arantir per manência dos trabalhadores por
mais tempo no mercado de trabalho;
2. Incentivar
a
participação
dos
Mãori
na
economia
do
conhecimento: a cr ença n o be m es tar d a nação é i nseparável do b em
ANEXO 3
104
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
estar M ãori; os
Mãori pode m ag regar i mportantes
valores
ao
conhecimento; a cu ltura M ãori pode agregar v alor par a u ma m arca
genuína da NZ;
3. Política de imigração e retenção de ‘cérebros’: incentivar a at ração
de t rabalhadores do c onhecimento; d esenvolvimento d e or ganizações de
conhecimento como forma de reter e atrair de volta qualificados cidadãos
do país residentes no exterior; transformar a NZ em um país atrativo para
o mercado de trabalho global;
4. Pesquisa e desenvolvimento: i nvestimentos em P &D a fetam a t axa
de i novação e pr oduz m últiplos efeitos n a eco nomia; P &D habilita a
inovação co mo u ma vantagem co mpetitiva; i mplantação de p olítica co m
redução de taxas para empresas que investem em P&D;
5. Cultura da Inovação: a i novação deve ser precedida de um ambiente
adequado p ara a s ua pr omoção – os empreendedores necessitam
compreender as necessidades dos investidores;
6. Alterar o ‘mix’ de exportação: ampliar o l eque d e pr odutos ‘hi-tech’
para ex portação; a i nternet permite q ue p equenas empresas atuem n o
mercado internacional; o comércio eletrônico permite alcançar aumento do
mercado e a di minuição d os custos de produção; o co mércio el etrônico
influencia o direcionamento das exportações.
Para a Nova Zelândia, seus passos iniciais para entrar e participar desta nova
Era f oram baseados no l evantamento d as f orças e f raquezas do paí s e do se u
cenário, propondo q ue em menos de 1 0 a nos isto s eria possí vel, co ntando c om o
indispensável co mprometimento da toda a so ciedade. Para est e pr ocesso não
poderia ser esquecido o necessário ‘senso de urgência’ face à velocidade do avanço
do m undo global. A o Governo da N ova Zelândia cabe a m issão capital de se r não
apenas o i nstrumento desta proposta, m as seu l íder e co ndutor, definindo o senso
de direção a s eguir e o desenvolvimento d e u ma v isão est ratégica co m v istas ao
futuro, envolvendo lideres do próprio setor público, assim como do setor empresarial
e educacional.
ANEXO 3
105
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.2.5.2. Políticas Públicas
A economia da NZ tem apresentado uma contínua expansão de forma
vigorosa, tendo alcançado um crescimento de aproximadamente 4 ½ % no ano d e
2004, el evando a m édia da t axa de cr escimento par a 3 ¼ % após a fase d e
recessão oco rrida n o início dos anos 90.
Este f ato f oi al cançado devido,
principalmente, a implantação de uma política macroeconômica bem sucedida e d e
reformas estruturais colocadas em prática ao longo dos últimos 20 anos.
O atual e pr incipal objetivo, mantida esta base econômica solidamente
construída, é d e al cançar ef etivos ganhos relativamente a i ndicadores sociais para
toda a população. N este se ntido, a g estão pública i dentifica t rês desafios a s erem
enfrentados:
 1º Desafio. Aumentar o cr escimento da produtividade co mo forma de
ampliar os ganhos reais. Como ação de governo, o objetivo é de identificar
e remover obstáculos para fomentar o cr escimento e o provimento de um
ambiente no q ual e mpresas e pr ofissionais t enham mais condições de
florescer. D
e
forma co
mplementar
às
reformas
recentemente
implementadas, algumas áreas ainda carecem de maior apoio, como por
exemplo: co mpetição de mercado, t axação de e mpresas, i nfra-estrutura,
mercado de trabalho, inovação e formação de capital humano.
 2º Desafio. Alcançar m aior par ticipação de al guns grupos ainda pouco
representados no m ercado de trabalho como forma de r eduzir os efeitos
sociais da d ependência d e b enefícios. D ois são os g rupos mais
representativos e focos desta açã o: m ães q ue não r ecebem q ualquer
benefício e apr esentam a i ntenção de t rabalhar por ém t êm q ue su perar
obstáculos financeiros e p ráticos para tal; t rabalhadores que r ecebem
benefícios por um l ado, e por out ro u m ap oio m uito l imitado par a
abandonar esta dependência e retornar ao mercado de trabalho.
 3º Desafio. Continuar a gestão pública das finanças de forma prudente e
efetiva par a se m anter os
ganhos alcançados com a p olítica fiscal
alcançada ao l ongo d a úl tima d écada. O foco é co ntinuar i nvestindo em
políticas e programas que sejam prioritárias e que possam contribuir para
ANEXO 3
106
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
o d esenvolvimento s ocial e a
elevação dos indicadores de l ida d a
população.
Outros temas têm merecido especial atenção das políticas governamentais:
 Energia. Alguns se tores da ec onomia ai nda n ecessitam r esolver su as
incertezas regulatórias, se ndo o se tor de el etricidade e e nergia t alvez o
principal on de a c ompetição não ocorre d e f orma satisfatória, pod endo
agravar o cr escimento do
desenvolvimento. E ste fato t em i nduzido
dificuldades de avaliar o cu sto efetivo de di ferentes alternativas de fontes
energéticas, dentre estas: carvão, vento, hidráulica ou gás natural.
 Redes de Comunicação – Banda larga. Investimento na ampliação em
uma melhor i nterligação de co municação t em si do o bjeto de e xtenso
debate, pr incipalmente nas áreas congestionadas em A uckland e, co m
menos intensidade, na região de Wellington. Precaução deve ser dada ao
fato
de q ue
um al to i nvestimento nest e s etor
não r esulta,
necessariamente, em um au mento da pr odutividade. O est abelecimento
de um novo modelo de infra-estrutura para o setor, formalizado pelo Land
Transport Act de 20 03, per mite a participação d e P arcerias PúblicoPrivadas (PPP).
 Inovação.
O m odelo r eferendado pel o
Growth
and
Innovation
Framework – GIF (2005) confere destaque e importância à inovação como
a ch ave par a ca pacidade d e ex pansão d o paí s. E sta est ratégia, em se u
conjunto, par ece estar bem elaborada e projetada. A t axa d e i novação
entre as empresas está n o e ntorno d o ní vel dos países da U E, em q ue
pese os gastos em P&D destas ainda esteja abaixo da média dos países
que co mpõem a O ECD. O g overno da N Z opt ou por o ferecer o suporte
público par a a inovação privada at ravés de concessões e subsídios,
conferindo maior dinamismo à ação, maior capacidade de coordenação e
avaliação com vistas a prover políticas coerentes e minimizar os riscos de
um programa ‘descontrolado’. Com isto a I novação induziu uma melhor e
maior ca pacidade do se tor pr ivado d e a bsorver nov os conhecimentos,
desenvolver açõ es mais próximas e co laborativas entre uni versidades e
empresas privadas, permitindo uma maior difusão e apl icação das ações
ANEXO 3
107
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
de P&D. Nos itens seguintes este tema será novamente abordado, posto
estar mais convergente com o foco deste documento.
 Educação. Os serviços educacionais apresentam a ca pacidade de
redirecionar mais e fetivamente a c onstrução d o ca pital humano para o
país. O c apital hu mano, v isto t ambém c omo u m ativo i ntangível de
qualquer or ganização ou so
ciedade, apr esenta-se co mo u ma peça
importante no cr escimento d a pr odutividade, n ão so mente a partir de
habilidades especificas, mas porque a partir de uma força de trabalho bem
formada cresce a sua condição de adaptabilidade e com mais rapidez esta
se i ntegra a nov os equipamentos e pr ocessos. A tualmente o g overno
mantém um conjunto de instrumentos para conduzir o di recionamento de
fundos públicos para ár eas prioritárias, t endo r ecentemente r etirado
subsídios de c ursos que a presentavam co ntribuição i nsignificante para a
melhoria da força de trabalho.
 Produtividade no Setor Público. Alcançar o crescimento de uma maior
produtividade no s etor públ ico r equer m elhor ní vel de i nformação e
incentivo par a a aç ão dos gestores. C om foco n os gastos, dois setores
merecem m aior at enção: educação e s aúde. E xistem di ficuldades para
determinar ní veis de produtividade par a ca da ca so, assi m co mo agregar
valor aos serviços. D a m esma forma, esforços estão se ndo r ealizados
para co nferir m aior di nâmica à at uação do s gestores do se tor públ ico,
conferindo incentivos para identificar e i mplementar melhoria na eficiência
dos serviços.
3.2.5.3. Instrumentos e Ações
O objetivo da N Z está dirigido para recolocar o paí s no grupo que compõe a
metade su perior d os paí ses da OECD n o q ue c oncerne ao PIB per c apita. A
economia da N Z t em apr esentado um r ápido cr escimento, o nde o P IB at ual
representa um cr escimento de 4 0% se co mparado co m 10 an os atrás, a pesar da
queda sofrida em 1998 devido à cr ise asiática. E ste desempenho colocou a NZ no
grupo dos melhores na OECD, à frente dos EUA, porém atrás da Austrália. O futuro
crescimento dependerá dos ciclos econômicos, mas as expectativas são positivas e
ANEXO 3
108
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
refletivas em v ários fatores: o a
umento v ertiginoso da po pulação bas eado
principalmente no fluxo migratório; diminuição da taxa de desemprego; crescimento
do est oque do c apital de neg ócios. Existe a t endência de melhoria de um a m aior
produtividade no trabalho, porém ainda está abaixo dos indicadores da OECD.
A Agenda de Transformação Econômica – Economic Transformation Agenda
– da NZ tem o foco no progresso com vistas à elevação da renda, mercado baseado
na economia do conhecimento, com ca racterísticas de i novação e cr iatividade, e a
provisão de el evação da qualidade de v ida p ara t oda a p opulação. Em 2 006 o
governo da N Z consolidou este setor com uma das três prioridades para a próxima
década, dirigindo sua ação com base no GIF para ampliar o nível de i novação e o
desempenho econômico.
Este se tor, v inculado ao M inistério da E conomia e D
esenvolvimento,
apresenta-se c omo um d epartamento t ransversal co mprometido com ci nco t emas:
empresas com cr escimento c ompetitivo e m nível g lobal; esp aços de t rabalho
inovadores e pr odutivos; i nfra-estrutura d e cl asse m undial; A uckland: ci dade
competitiva internacionalmente e, sustentabilidade ambiental.
Empresas com crescimento competitivo em nível global
Prover as empresas da NZ de capacidade de competir globalmente é t ratado
como questão chave para o futuro da economia. Três níveis são considerados com
vistas à competitividade global:
 Ser internacionalmente competitiva dentro do mercado doméstico;
 Ser competitiva dentro do mercado global;
 Desenvolver empresas baseadas na NZ com presença global.
Para s erem g lobalmente c ompetitivas, as empresas requerem um a efetiva
ação d e g overno, pod erosos modelos de g estão, cu ltura d e i novação e g rupo d e
colaboradores motivado e com habilidade.
ANEXO 3
109
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Espaços de trabalho inovadores e produtivos
A economia da N Z será transformada a p artir de um a força de trabalho com
capacidade de apl icar suas habilidades, idéias e tecnologias. Os espaços de
trabalho deverão prover ambiente, incentivos e oportunidades para os trabalhadores
serem inovadores, criativos e receptivos à mudança.
Infra-estrutura de classe mundial
Este t ema i nclui t ecnologias de i nformação e co municação e banda l arga,
energia e transporte. Relativamente à infra-estrutura de banda larga, a visão da NZ
é de apresentar desempenho nesta área, até 2010, compatível com o grupo superior
de 25% dos países da O ECD. E nergia dev erá se r r egulamentada par a a mpliar os
níveis de co nfiabilidade e s uprimento, co m pr eços estáveis. I nfra-estrutura e m
transporte par a s ustentar o cr escimento e m elhoria l ogística d as ligações entre
regiões e s eguimentos, p ermitindo desl ocamentos m ais eficientes de bens e
serviços.
Auckland: cidade competitiva internacionalmente
Aplicada a A genda de T ransformação E conômica, A uckland v irá a se r um a
cidade com níveis de competitividade global, suportada por habilidades em serviços
de primeira classe. Auckland será vista como um dos melhores lugares para viver no
mundo, para negócios e para turismo.
Sustentabilidade ambiental
Baseado n o P rotocolo de K
yoto para o per
íodo d e 20 08-2012, a
sustentabilidade ambiental foca a mudança de clima e o gerenciamento da terra e da
água. Gestão sustentável da terra assegura que as necessidades sócio-econômicas
da população sejam encontradas hoje, enq uanto, ao m
esmo tempo, f icam
assegurados os interesses das futuras gerações.
O GIF i dentificou a inda a necessidade d e foco e m ár eas co m esca ssos
recursos de investimento, sendo as que passaram a merecer particular atenção são:
ANEXO 3
110
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
 Biotecnologia;
 Tecnologia da Informação e Comunicação
 Indústrias criativas e inovadoras, e, mais recentemente,
 Alimentação e Bebidas.
3.2.5.4. Papel dos PCTs
Nas ações de g overno da N Z nã o co nstam a tividades especificamente
destinadas ao papel do PCTs, tais como são consideradas no Brasil. Cabe destacar,
porém, ênfase concedida às ações voltadas ao conjunto de empresas que compõe o
grupo das pequenas e médias empresas, Small and Medium Enterprises – SMEs.
Ação est ratégica q ue é v alorada t ambém pela O ECD e, no q ue co mpete à N Z,
incluindo o
estabelecimento de
uma D iretoria esp ecífica j unto ao
Ministry of
Economic Development (MED) a p artir de 2003. E sta D iretoria é r esponsável em
aconselhar o governo na cr iação de um ambiente econômico e regulado com vistas
a pr omover o dese nvolvimento e o su
cesso das
SMEs, i ncluindo assi stência
empresarial, ace sso a ca pital e co nhecimento das melhores práticas. D a m esma
forma, este setor atua como um facilitador na ligação das empresas com o g overno
com o bjetivo de e fetivar m aior co municação e di álogo. R esumindo, a a tividade
enfoca:
 Apoio jurídico;
 Efetiva i nserção d as S MEs no d esenvolvimento de políticas a elas
afetadas;
 Melhor entendimento do foco e importância das atividades das SMEs;
 Melhoria dos serviços governamentais dedicados às SMEs.
O nível de co municação entre o g overno e as SMEs pode ser ilustrado pela
Figura 3.27 a seguir. Os diversos grupos têm liberdade de comunicação no sentido
de i nformar o andamento das ações, s eus pr ogressos e pr ioridades do t rabalho
adotadas pelas agências governamentais.
ANEXO 3
111
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.27 - Modelo sistêmico de relação entre Agências Governamentais na Irlanda
Fonte: Ministry of Economic Development (10)
Inovação, palavra chave neste contexto, parece estar com modelo projetado,
podendo ampliar a eficiência de políticas convergentes, que inclui, por exemplo:
 Adotar medidas adequadas em favor da colaboração entre universidades
e empresas privadas;
 Promover um a i ntegração mais próxima d e pol íticas entre e ducação,
imigração e mercado de trabalho com política de inovação para melhorar
capacidade do setor privado de absorver novos conhecimentos;
 Limitar o a umento da parcela de fundo não reembolsável para institutos
de pesquisa;
 Melhorar a g estão en tre ag entes responsáveis pelo su porte púb lico e
pelo est abelecimento de di retrizes para a provisão de su bsídios para
promover maior convergência das políticas;
 Monitorar o d esenvolvimento do mercado de ca pital de r isco, c om a
proposta de acompanhar as mudanças de taxas de mercado.
No que compete às ações de P&D, cabe alguns destaques:
 Investimentos em P&D adv indos de e mpresas privadas sofreram
aumento equivalente à 9,5% no período de 2002 a 2004;
 Em 2 002 so mente 5% do i nvestimento em
P&D r ealizado pel as
universidades foi financiado p elas empresas privadas, se ndo 23%
realizado pelo Crown Research Institute (CRI) e f inanciado por empresas
da NZ;
ANEXO 3
112
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
 No ano de 2002 o investimento em P&D suportado pelo Governo da NZ
e pelas universidades foi equivalente a 0,5% do PIB, tendo também como
proposta o s uporte à i novação. I nstituições prioritariamente en volvidas
com a g estão d e fundos públicos para a i novação est ão a se guir
relacionadas:
1. Foundation for Research Science and Technology (FRST);
2. Royal Society of New Zealand;
3. Health Research Council;
4. Ministry of Research Science and Technology (MoRST);
5. Tertiary E ducation Commission an d t he M inistry of E ducation.
Moreover;
6. New Zealand Trade and Enterprise(NZTE); e
7. Venture Investment Fund (VIF).
ANEXO 3
113
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.2.5.5. Referências
1. DUNCAN, Ian; YEABSLEY, John. S tructural reform: A ction and reaction in small
country: the case of New Zealand. Paris: Nzier, 2006.
2. E rnst &
Y oung N ew Z
http://www.knowledge.gen.nz. 1999.
ealand.
The K
nowledge E
conomy.
3. K ERR, S usi. The p olitical eco nomy o f st ructural r eform i n natural r esource us e:
observations from New Zealand. Paris: Motu, 2006.
4. M inistry of E conomic Development. Economic Transformation A genda. New
Zealand.
http://www.med.govt.nz/templates/StandardSummary____22996.aspx,
(acessado em 05/05/2007).
5. M inistry o f E conomic Development. SMEs in N ew Z ealand: S tructure an d
Dynamics. New Zealand. 2006.
6. Ministry of Economic Development. The Growth and Innovation Framework Sector
Taskforces: Progress with Implementation. New Zealand. 2005.
7a. OECD. OECD Economic Surveys: New Zealand. Paris: OECD, 2005.
7b. OECD. OECD Economic Surveys: New Zealand. Paris: OECD, 2007.
8. SVEIBY, K. The Invisible Balance Sheet. 1988
9. SVEIBY, K. Knowledge Management – Lessons from the pioneers. Article, 2001
10. M inistry o f E conomic Development. S mall-Middle-Enterprises - SMEs.
http://www.med.govt.nz/templates/StandardSummary____160.aspx ( acessado e m
05/05/2007).
11. M inistry of E conomic Development. SMEs in N ew Z ealand: S tructure and
Dynamics. 2006.
12. N ZIER A uthoritative A nalylis. S tructural r eform: A ction a nd r eaction i n a sm all
country: the case of New Zealand. 2006.
ANEXO 3
114
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.2.5.6. Informações Complementares
Figura 3.28
Fonte: OECD. Economic Policy Reforms: Going for Growth, 2007 (3)
ANEXO 3
115
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
ANEXO 3
116
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.2.6. Reino Unido
3.2.6.1. Contexto
O R eino U nido ( RU) apr esenta uma t radição hi stórica de l iderança al ém d e
suas fronteiras, pr incipalmente ao l ongo do s séculos XVIII e X IX, t anto no O riente
como no Ocidente. No século XX esta posição passou a sofrer forte competição de
outros países, t ornando o i nício dest e sé culo o m omento cr ucial par a o se u
reposicionamento em nível mundial.
Nos anos recentes, sã o i números os est udos, pl anos e pr ogramas
desenvolvidos pelo R eino U nido, co locando e m su a esp inha dorsal a i mperiosa
necessidade de inserção de sua economia na Era do Conhecimento. Neste sentido,
uma nova estratégia política tem norteado o desenvolvimento de políticas públicas e
norteado a implementação de programas de governo dentro do escopo da Economia
do Conhecimento, com envolvimento em nível regional, sub-regional e níveis locais,
procurando a mpliar, a glutinar e oferecer m aior ent endimento d este nov o m omento
nacional e global (4).
Após amplo p eríodo de de bate e di scussão, co nduzidos pelas A gências
Regionais
de D esenvolvimento ( RDA), f oram des envolvidos
modelos
de
desenvolvimento d entro da eco nomia do c onhecimento chamados de A rquitetura
Econômica R egional ( REA), ado tando o e mprego e ha bilidades como i ndicadores,
além d e benchmarking para medição do uso de co nhecimento i ntensivo na s
indústrias. E ste est udo, q ue abr angeu t odo o paí s a par tir de su as várias regiões,
mostrou claramente o dom ínio da região de Londres como a mais avançada no uso
intensivo do conhecimento (knowledge-intensive). Desta análise, ficou demonstrada
que existem duas incompatíveis geografias no p aís, dentro da escala da economia
do conhecimento: de um lado um relativo e bem distribuído padrão de cr escimento
em qualificação e t rabalho graduado, e de o utro uma alta concentração de trabalho
dentro do padrão knowledge-intensive favorecendo mais largamente as regiões de
Londres e South East (4).
A par tir d este co ntexto, o G overno do R eino U nido op tou por desenvolver e
elaborar uma visão própria da economia do conhecimento para as suas demandas e
necessidades. A ec onomia d o c onhecimento foi e é v ista co mo u ma j anela d e
oportunidade p ara n ovas estratégias e par a q ue o co nhecimento e a i novação
117
ANEXO 3
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
passassem a s er e muladores de um m aior nú mero de P equenas e M édias
Empresas (SMEs). N este ce nário, o G overno r econhece se r o s etor pú blico se u
principal ator.
A Figura 3.29 ilustra o r esultado d a a plicação d este estudo ( REA) par a o
Reino Unido, considerando a E conomia do Conhecimento. Notam-se as diferenças
entre vários indicadores a partir dos focos de análise. Esta análise fica enriquecida
quando são comparadas várias regiões, ou mesmo outros países.
K1 Setor
K2 Setor
K3 Setor
K4 Setor
≥ 40% de graduados compõe a força de trabalho
entre 25% e 40% de graduados compõe a força de trabalho
entre 15% e 25% de graduados compõe a força de trabalho
≤ 15% de graduados compõe a força de trabalho
Figura 3.29 - Aplicação do Modelo REA para o Reino Unido (4, p. 31)
Destas análises e est udos iniciais realizados a par tir do i nício dest e sé culo,
emerge uma n ova ag enda par a o R eino U nido, o nde os
seguintes pontos
apresentam relevância:
 Criação de uma genuína visão nacional;
 Oportunidade para a Economia do Conhecimento;
 Reconhecimento q ue o S etor P úblico é u m at or i mportante d entro da
Economia do Conhecimento;
 Cidades
como
motivadoras
e n ucleadoras
da E conomia do
Conhecimento.
Com esta visão preliminar estabelecida, o RU desenvolveu ao l ongo de 2 003
e 2 004 u ma av aliação d o a mbiente d e i novação, através de v árias atividades
relevantes no se ntido de pr opor um a aç ão mais afirmativa par a a adoçã o de u ma
política de Ciência e Inovação, podendo-se citar os itens a seguir.
ANEXO 3
118
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Lambert Review of Business - University Collaboration, 07/2003 (6).
Documento elaborado sob a responsabilidade de Robert Lambert. Objetivo: Reforçar
a relação entre as Universidades e as Empresas com vistas a prover maior benefício
para a economia do país.
O contexto do trabalho demonstrou a percepção que a q ualidade acadêmica,
em termos de ciência e tecnologia, apresenta bom desempenho. Porém, em sentido
inverso, a transformação do conhecimento gerado nas universidades em produtos e
serviços não apr esenta bo m d esempenho, principalmente q uando co mparado c om
outros países.
Lambert Review of Business- University Collaboration, 12/2003 (7).
Documento elaborado sob a responsabilidade de Robert Lambert. Objetivo: Elaborar
um co njunto de r ecomendações para a mpliar e r eforçar as relações entre as
Universidades, as Empresas e o Governo com vistas à inclusão do Reino Unido na
Economia do Conhecimento, atendendo requisitos de competitividade e inovação.
Este ‘Final Report’, publicado ao final do ano de 2003, procurou consolidar 31
recomendações com vistas a atender os objetivos do trabalho e fornecer ao Governo
do RU um plano de ação. Duas constatações iniciais sustentaram este trabalho:
1ª Alteração por parte das empresas de seus sistemas e padrões de P&D,
onde at uavam em
próprios laboratórios, pr eferencialmente de f orma
secreta, para a busca de uma maior colaboração e novas formas de obter
inovação;
2ª Tendência de globalização de P&D em empresas, fixando seus centros
de pesquisas mais próximos aos seus mercados e a centros relevantes e
reconhecidos de pesquisa.
Ficam identificadas ações para os principais atores:
 Universidades: identificar áreas para reforçar atividade mais competitiva
em pesquisa;
 Empresas: como explorar as idéias mais inovadoras desenvolvidas pelo
setor universitário;
 Governo: ampliar o suporte para a colaboração universidade-indústria.
ANEXO 3
119
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
DTI,
Innovation
Report,
12/2003
(8).
Documento
elaborado pel o
Departamento de Comércio e Indústria do Reino Unido (DTI – Departament of Trade
and Industry) e publ icado e m dez embro de 2003. O bjetivo: E laborar pr oposta de
ação co m v istas à co mpetição e m u ma ec onomia g lobal, co locando co mo d esafio
primordial a inovação.
Três pontos são co locados como r azões principais para a ur gência do f oco
em inovação por parte das empresas e dos países:
 Liberalização do comércio e a r ápida queda no custo das comunicações
e t ransporte. N ecessidade d e melhorar ní veis de co mpetitividade para
enfrentar produção d e b aixo cu sto ( China) e mão d e o bra qualificada
(Coréia);
 Ciência e a t ecnologia so frendo m udanças de forma muito m ais veloz
que em est ágio an teriores. N ovas áreas de co nhecimento: t ecnologia de
informação
e co
municação, nov
os m
ateriais, bi
otecnologia,
nanotecnologia, en tre out ras, est ão o ferecendo m aiores oportunidades
para empresas empreendedoras, assim como vantagens competitivas;
 Globalização das comunicações, est abelecida pel o fenômeno das 24
horas, 7 /7 di as, al terando pr ofundamente as
características
dos
consumidores ao início do século XXI.
Science & Innovation Investiment Framework 2004-2014, 07/2004 (5).
Documento el aborado em co laboração entre HM Treasury, Departament of Trade
and Industry e Departament of Education and Skills, e publ icado em julho de 2004.
Objetivo: E laboração pr opositiva de
estrutura d e i nvestimento, e m ci ência e
inovação, a par tir d e uma v isão de l ongo p razo, co m foco i nicial na d écada 2 0042014.
A construção deste documento, em nível nacional, contou com a participação
de mais de d uzentas or ganizações, p úblicas e privadas, co nsiderando u ma r eal
contribuição ao cr escimento econômico e à m elhoria dos s erviços públicos,
baseados em um sistema de pesquisa que permita este avanço. A visão proposta no
documento tem o o bjeto de colocar o RU como o local de maior atração no mundo
para a C iência e I novação, i ndicando c omo alvo pr incipal o cr escimento de
investimento em P&D de 1.9% a 2.5% do PIB em dez anos.
ANEXO 3
120
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
A economia do Reino Unido tem apresentado um crescimento consistente ao
longo da úl tima d écada ( média d e 2, 5% a.a.), oferecendo indicadores bastante
consistentes quando comparada com outros importantes países industrializados (2).
De aco rdo com o European Innovation Progress Report 2006 (2), o R U está na 7ª
posição e m I novação, q uando co mparado c om o g rupo d e 25 p aíses membros da
União E uropéia ( EU 25) . O utros indicadores, co mo f ormação em C iência e
Engenharia ( S&E) e E
ducação C ontinuada t ambém a presentam el evado
desempenho ( ver i tem 3 .2.6.6). O p aís está aci ma da m édia do g rupo E U 25 em
investimento em i novação, ca pital de r isco e i nvestimento em T ecnologias de
Informação e C omunicação, p or ex emplo. Porém, em v ários outros indicadores
apresenta t endência n egativa, co mo e m f inanciamento de P &D e m U niversidades,
por exemplo, enquanto que a tendência do grupo de membros da EU é inversa. Uma
das principais dificuldades do R U é t raduzir se u en orme po tencial de g eração d e
conhecimento e m pr odutos co merciais e s erviços. E m u ma análise m ais ampla,
dentro do escopo da U nião Européia, constata-se que a S uécia apresenta ‘forças e
fraquezas’ si milares a o R U, p orém, p or o utro l ado, a S uécia é l íder e m t odos os
indicadores de inovação (2).
Nas recentes análises r ealizadas no â mbito da European Commission (2) e
da O ECD ( 1,3), pode m-se obt er os principais desafios a se rem enf rentados pelo
Reino Unido no futuro próximo:
 Baixo investimento das indústrias e empresas em P&D;
 Alta d ependência d e p oucos se tores e g randes e mpresas no
investimento em P&D;
 Diminuição do financiamento de P &D em Universidades por parte d as
empresas;
 Baixo desenvolvimento de inovação por parte das SMEs.
Science & Innovation Investiment Framework 2004-2014: Next Steps,
03/2006 (9). Documento el aborado em co laboração p elo HM Treasury, o
Departament of Trade and Industry, o Departament of Education and Skills e o
Departamento of Health e publ icado em março de 200 6. O bjetivo: A presentar os
próximos passos em relação ao documento fonte, de 2 004, agregando novas áreas
para inclusão na estrutura anterior.
ANEXO 3
121
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Na per spectiva de a mpliação da co mpetitividade g lobal par a at ividades
intensivas em c onhecimento, est e d ocumento a presenta políticas-chave par a ci nco
novas áreas:
 Maximização do impacto do investimento em ciência através do aumento
da inovação na economia;
 Ampliação da efetividade dos Conselhos de Pesquisa;
 Apoio à pesquisa de excelência em Universidades;
 Apoio à Classe Mundial de pesquisa em saúde;
 Ampliação do s uporte às
habilidades em C iência, Engenharia,
Tecnologia e Matemática (SETM).
3.2.6.2. Políticas Públicas
As políticas públicas no R eino U nido v oltadas para a I novação r epresentam
uma aç ão t ransversal no G overno, env olvendo v ários atores, co nforme i lustra a
Figura 3.30.
Figura 3.30 - Visão Geral do Sistema de Inovação do Reino Unido (10)
A Secretaria de C iência e I novação (OSI – Office of Science and Innovation)
foi formada em abril de 2006, trazendo a Secretaria de Ciência e Tecnologia (OST ANEXO 3
122
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Office of Science and Technology) e o G rupo de I novação d o Departamento de
Comércio e I ndústria ( DTI Innovation Group) ( incluindo o G rupo E stratégico de
Tecnologia - Technology Strategy Board). A expectativa do G overno é de a mpliar a
contribuição de est ratégias governamentais em i novação at ravés de i mportantes
setores do g overno co m v istas à eco nomia do R U ( 9, 10) . E sta reformatação da
estrutura g overnamental v isa of erecer m aior su porte à i
novação em ár eas
importantes para alcançar maior crescimento e pr odutividade dentro do co ntexto de
ampliação da economia global. Apresenta também um foco particular para aproximar
as empresas das universidades, valorizando o investimento em pesquisa de base.
O pr incipal m arco d e r eferência d o R eino Unido foi p ublicado e m j ulho de
2004, Science & Innovation: Investiment Framework 2004-2014 (5), se ndo
posteriormente complementado com seu acompanhamento, ratificado em Science &
Innovation: Investiment Framework 2004-2014, Next Steps (9), publicado em março
de 2006. Em seu primeiro momento, 2004, o Governo do RU declara a i ntenção de
aumentar para 2,5% do PIB as despesas públicas e privadas em iniciativas de C&T
no Reino Unido ao longo da próxima década.
A P olítica Pública d e C iência e I novação, es tabelecida e m 2004 ( 5),
apresentava naquele momento as seguintes metas:
 Desenvolver pesq uisa de C lasse M undial a par tir de
Centros de
Pesquisa de Excelência;
 Capacidade de ação dos fundos públicos para a pesq uisa com vistas a
atender as demandas da economia e dos serviços públicos;
 Aumentar o v olume de investimento em pesquisa científica por meio do
crescimento an ual su stentado d e 5% em financiamentos a pr ogramas e
equipamentos através de Conselhos de Pesquisa;
 Investir m ais £ 50 milhões por an o at é 2005-06 e m a poio à pesquisa
colaborativa e ao dese nvolvimento de novas tecnologias-chave de grande
alcance;
 Aumento do investimento em P&D por parte das empresas, assim como
ampliar o eng ajamento das empresas no m odelo de inovação adot ado
para fomento de novas idéias e talentos;
 Fomento às empresas para capturar pesquisas inovadoras e boas idéias
junto às universidades e sua transformação em novos produtos e serviços;
ANEXO 3
123
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
 Fornecer n ovos e su bstanciais recursos aos Conselhos de Pesquisa,
possibilitando u ma c ontribuição m ais eficaz aos
custos totais das
pesquisas que patrocinam nas universidades;
 Reconhecimento da S ociedade d o R U dos avanços da p esquisa e da
aplicação de inovações.
Pela sua capital importância, os principais aspectos abordados ao longo deste
documento (5), encontram-se a seguir referidos.

Estrutura de Investimento. A s Figura 3.31 e Figura 3.32 refletem est a
intenção. A Figura 3.31 ilustrando as parcelas de investimento em P&D
por par te do Setor P úblico e do S etor P rivado, r eferenciado a 2 002,
comparando com outros países. A Figura 3.32 indicando claramente a
visão de f
uturo d o R U co m v istas à ev olução su stentada do
investimento em P&D entre 2004 e 2014.
Figura 3.31 - Investimento em P&D – Setor Público e Setor Privado - % do PIB (5)
Figura 3.32 - Cenário indicativo para o investimento em P&D em 2014 - % do PIB (5)
 Reforço à Ciência no Reino Unido. O Governo garante um cr escimento
anual real em f inanciamentos públicos à ciência de 5, 8% so bre o
orçamento de 20 04, c analizando £ 1 bi lhão a m ais em i nvestimentos na
124
ANEXO 3
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
ciência em 2007-08 do que em 2004-05. O objetivo é m anter o al to nível
de pr odutividade e co mpetência c ientifica desenvolvida no R U, e ntre os
melhores do m undo, e pr over r eestruturação e r eforma co m vistas a
minimizar o impacto da ciência na direção da inovação.
 Pesquisa de C
lasse M undial j unto a os C entros de P esquisa de
Excelência. Mesmo mantendo o alto nível científico da pesquisa no RU, o
acréscimo de i nvestimento deverá se r acompanhado d e estratégias
desenvolvidas pela OST com vistas a ajustar o Orçamento para a Ciência
proposto com as novas oportunidades e prioridades;
 Financiamento às Universidades e aos Laboratórios Públicos;
 Ampliação d a ca pacidade de r esposta d a pesq uisa bási ca p ara a
economia;
 Aumento d o i nvestimento das e mpresas e m P &D, d e ac ordo c om o
modelo científico adotado no R U. A partir do D TI – Technology Strategy,
desenvolvimento de estrutura para a definição de prioridades e melhorias
efetivas com vistas ao suporte à inovação nas empresas.
 Transferência de C onhecimento e I novação. A s universidades se rão
incentivadas a co mercializar se us avanços ci entíficos e a t rabalhar de
forma mais colaborativa com as empresas. Para tanto, através do Higher
Education Innovation Fund (HEIF) será investido um valor equivalente à £
110 milhões por ano até 2007-08.
 Capacitação e m ha bilidades nas áreas de C iência, E ngenharia e
Tecnologia. Para atender a necessidade de uma demanda de alto nível de
P&D se rá f undamental am pliar o nú mero de est udantes nas áreas de
ciência, engenharia e t ecnologia. P ara t anto, o pr ograma d o G overno
contemplará proposta de qualificação de professores e pesquisadores em
todas as escolas do país. A Figura 3.33 ilustra o desa fio a se r superado,
apresentando dados de diminuição destes índices em anos recentes.
ANEXO 3
125
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.33 - % de estudantes em várias áreas do conhecimento no RU. (5)
 Comprometimento público e engajamento em Ciência e Tecnologia;
 Ciência e Inovação como ação transversal no Governo;
 Parceria em nível global, envolvendo redes de cooperação internacional
e naci onal de P &D. A i ntenção d o G overno é co locar o R U co mo
possibilidade d e esc olha p ara as empresas l ocalizarem se us setores de
P&D, o u mesmo para uni versidades est rangeiras buscarem c olaboração
com base na ci ência e n os negócios. N este se ntido, se rá i mportante
reforçar as relações entre r edes nacionais e i nternacionais de P &D e os
planos econômicos dos países que co mpõem o R eino U nido e su as
regiões.
 Anexo A . C omenta a i nfluência d o i nvestimento pú blico em ci ência.
Destaca as demandas da ci ência p ara o adequado d esempenho de u m
sistema naci onal d e i novação. A Figura 3.34 ilustra, e m u ma perspectiva
histórica, o des envolvimento d e P &D, ex ternamente e i nternamente às
empresas, i ndicando q ue est as ações caminham a tualmente par a o
equilíbrio, co mpondo um m odelo mais flexível par a um si stema de
inovação.
ANEXO 3
126
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.34 - Perspectiva histórica de desenvolvimento de P&D. (5)
 Anexo B. Contempla a definição de metas e indicadores de medição
 Anexo C . C ontempla a r esposta do G overno do R eino U nido às
recomendações f ormuladas pelo Lambert Review of Business-University
Collaboration – Final Report.
3.2.6.3. Instrumentos e Ações
O G overno do R eino U nido est abeleceu c laramente q ue a ‘ invenção’ e a
‘inovação’ científicas são elementos cruciais para a competitividade. Neste sentido, o
RU cr iou pr ogramas de açã o p ara pr omover m aior q ualificação de pesq uisa em
ciência e t ecnologia nas universidades e laboratórios. Esses programas implicam a
adoção de novas idéias, novas práticas científicas e novas tecnologias pela indústria
privada. A s ações estabelecidas são d esenvolvidas fruto d a co laboração co njunta
dos pesquisadores.
Em julho de 2004, o compromisso do Reino Unido de fomentar esse ambiente
de co laboração r ecebeu u ma i njeção de £ 1 bi lhão, q uando o Governo di vulgou o
seu plano decenal de ciência e i novação. O plano define a i ntenção do G overno de
127
ANEXO 3
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
aumentar p ara 2, 5% do P IB as d espesas públicas e pr ivadas com P&D n o R eino
Unido ao longo da próxima década.
Entre o utros comentários já ci tados no i tem an terior, est e pl ano i nclui as
seguintes ações:
 Aprovação de l egislação q ue ap óie a i ndústria pr ivada e as instituições
públicas que conduzam pesquisa em C&T em áreas de excelência;
 Aumento do i nvestimento co mercial e m P &D e est ímulo par a que a
indústria utilize idéias e pesquisadores da base científica;
 Estabelecimento de programas inovadores em C&I (Ciência & Inovação)
que at raiam a par ticipação das comunidades acadêmica, i ndustrial, de
pesquisa e do governo;
 Financiamento de projetos para o avanço da Ciência e Inovação;
 Desenvolvimento e
apoio às
universidades e l aboratórios públicos
sustentáveis e financeiramente sólidos em todo o país;
 Divulgação da pesq uisa de C &I e su as diversas aplicações práticas,
garantindo a transparência das ações.
As principais áreas prioritárias atuais para o des envolvimento e m ci ência e
inovação no Reino Unido são:
 Biotecnologia e biociências;
 Energia e ambiente, engenharia avançada e de materiais;
 Ciências do espaço e planetárias;
 Tecnologia da informação e da comunicação; e
 Nanotecnologia.
Atualmente o R U apr esenta-se e m p osição de d estaque q uanto ao q uesito
‘inovação’, q uando co mparado aos países mais desenvolvidos do m undo. O p aís
está empenhado no fortalecimento da pesquisa universitária, a partir da utilização de
sua i nfra-estrutura para a ci ência e do estímulo à co laboração entre p esquisa e
negócios, que é um elemento-chave para que a excelência em ciência e tecnologia
se mantenha.
Neste co ntexto, o R eino U nido pr oduz um a em presa spin-off (empresa de
base tecnológica ou de serviços desenvolvida no meio acadêmico) para cada £ 12
milhões investidos em pesquisa. Para este mesmo parâmetro nos Estados Unidos, a
razão é de uma empresa spin-off a cada £ 46 milhões investidos. No momento atual,
128
ANEXO 3
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
tanto as u niversidades como as empresas t rabalham em co laboração di reta n a
economia do conhecimento. Já é visível uma mudança na cultura das universidades
nos últimos anos, g erando um r ápido au mento no n úmero de e mpresas spin-offs,
licenças e patentes resultantes de programas de pesquisa universitária.
Complementarmente aos
documentos Lambert Review – Final Report
(12/2003) (7) e Science & Innovation: Investiment Framework 2004-2014 (5), neste
mesmo período, o D TI l ança o
Innovation Report – Competing in the global
economy: the innovation challenge (8), já focalizado anteriormente. Este documento,
dentro do contexto de Instrumentos e Ações aqui abordado, estabelece um plano de
ação par a en frentar o desa fio d a i novação ( 8, p. 127) , est abelecendo: ár eas de
ação, proposições para a i novação, parágrafos vinculados ao longo do d ocumento,
organizações responsáveis e par ticipantes da açã o e o t empo d e dese nvolvimento
da ação. Entre estas ações podem ser citadas:
 Garantir a existência de habilidades para o suporte à inovação;
 Maximizar o potencial do mercado de trabalho;
 Suportar a inovação nas SMEs;
 Suportar o empreendedorismo feminino;
 Incorparar o design para agregar valor;
 Aumento d e n ovas idéias a partir das ár eas de ci ência, engenharia e
tecnologia;
 Incorporar especialistas em medição de indicadores;
 Encorajamento à gestão de Propriedade Intelectual;
 Incluir a agenda de inovação nas ações do Governo;
 Utilização do poder de compra do Governo para suportar a inovação;
 Estimular a inovação através de uma estrutura regulamentada;
 Alinhamento regional e nacional frente às estratégias de inovação;
 Encorajamento do crescimento regional através do investimento;
 Suporte à inovação nas diversas regiões do país;
 Encorajamento à inovação através da colaboração internacional.
A i novação é um dos principais desafios do G overno do R U, s endo t ema
central de p
olíticas
de al to ní vel. C onforme p ode se r vi sualizado na
Tabela 11, em sua política de aco mpanhamento, várias medidas foram e est ão
sendo implementadas.
ANEXO 3
129
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Tabela 11 - Medidas da Política de Inovação adotadas no RU
Medidas da Política de Inovação
UK 72
Micro and Nanotechnology Manufacturing Initiative
UK 71
Business Link
UK 70
Enterprise Capital Funds
UK 69
Sciencewise Grants
UK 68
Selective Finance for Investment in England
UK 67
Web-based Toolkit
UK 65
Collaborative Research and Development
UK 64
Knowledge Transfer Networks
UK 63
Manufacturing Advisory Service
UK 62
COMMUNITY INVESTMENT TAX RELIEF
UK 61
Enterprise Investment Scheme
UK 60
Venture Capital Trusts
UK 59
R&D Tax Incentives for Larger Companies
UK 58
CASE - Cooperative Awards in Science and Engineeri
UK 56
Corporate venturing & matchmaking
UK 54
UK High Technology Fund
UK 53
Regional Venture Capital Funds
UK 52
Fund for commercialisation of IP in PSREs
UK 50
Enterprise Insight Campaign
UK 46
Small Business Research Initiative
UK 45
Intellectual Property (IP) Portal
UK 41
Science and Engineering Ambassadors Scheme
UK 39
Science Research Investment Fund
UK 38
Higher Education Innovation Fund (HEIF)
UK 37
The Biotechnology Exploitation Platform Challenge
UK 35
Research & development: new tax incentives for sma
UK 31
Corporate Venturing Tax Relief
UK 23
Ufi/ Learndirect
UK 19
Faraday Partnerships
UK 18
Knowledge Transfer Partnerships (formerly Teaching
UK 10
National Endowment for Science, Technology and Art
UK 9
Grant for Research and Development (formerly SMART
UK 8
Small Firms Loan Guarantee Scheme
UK 6
Biotechnology Finance Advisory Services
UK 4
R&D Scoreboard
UK 1
Foresight Programme
Fonte: Trend Chart Innovation Policy in Europe. Disponível em:
<http://trendchart.cordis.lu/index.cfm>.
ANEXO 3
130
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Ajustadas ao momento atual e ao foco da inovação que irradia todas as ações
do G overno do R U e considerando al gumas t endências, al gumas ações tendem a
ser tomadas, baseadas no European Innovation Scoreboard (2):
 Aumento do investimento Público e Privado em P&D
- Ampliação do investimento público em P&D
- Criação de incentivos para o investimento de empresas privadas em P&D
 Ampliação da promoção d e financiamento de e mpresas para P &D em
universidades
- Aumento d e pr êmios e v antagens para a oco rrência d e co laboração
entre empresas e universidades, especialmente as SMEs
- Rever prioridades dos Fundos Públicos de P&D, considerando realidades
do m ercado, co m v istas a cr iar m aiores possibilidades para a oc orrência
de parcerias público-privadas
 Ampliação da capacidade de inovação das SMEs
- Acesso simplificado para as SMEs emergentes e inovativas
- Reforço a iniciativas com vistas à cooperação entre SMES e entre SMEs
e organizações de pesquisa
 Prover se rviços de co nsultoria e mpresarial na ár ea de c omercialização
de produtos e serviços.
3.2.6.4. Papel dos PCTs
No co njunto dos documentos pesquisados não foram i dentificadas ações
específicas que pu dessem r eferendar at ividades cuja t ipologia asse melha-se a
Parques Tecnológicos. Neste sentido, optou-se por aprofundar neste item a questão
da i novação, t ema atual do G overno d o R U, post o se r est a um a açã o es tratégica
que env olve em se u foco os três pi lares governo-universidades-empresas,
preferencialmente as S MEs, co ntexto pr incipal de q ualquer P arque C ientífico e
Tecnológico.
No Reino Unido, assim como no mundo industrial e desenvolvido, o papel das
universidades que p odem s uportar o d esempenho da i novação e da pr odutividade
ANEXO 3
131
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
tem si do en fatizado. No ca so d o R U est e f ato fica c onstatado pel o d ocumento
Science & Innovation Investiment Framework 2004-2014, (5) (11).
Para m elhor en tender a nat ureza da pol ítica de i ntervenção na r elação
universidade-empresa no R U é útil co locar este contexto dentro d e su a Política de
Ciência e do se u S istema d e P&D. A Figura 3.35 oferece um a visão am pla e
esquemática das principais organizações que financiam o conjunto de atividades de
Ciência, E ngenharia e T ecnologia ( SET), q uando i ndicados, os valores financiados
estão referidos ao ano de 2002. Organismos financiadores estão identificados pelos
quadros em so mbra. Os demais quadros ilustram o co njunto de or ganismos que
compõe a
área d e S ET, i ncluindo se tores públicos e pr ivados (empresas,
universidades, La boratórios do C onselho de P esquisa do R U, se tor públ ico e
institutos de pesquisa). (11)
Figura 3.35 - Financiamento e Desempenho da Ciência, Engenharia e Tecnologia (SET) no RU:
contexto das relações Universidade-Empresa (11)
Considerando o documento Innovation Report (8), “a inovação é o sucesso na
exploração de novas idéias”. A inovação ocorre porque se pode agregar valor a bens
e se rviços, pr ocessos de pr odução n ovos, l impos e m ais ef icientes e o
melhoramento dos modelos de negócios. O documento, com foco na Inovação e na
Competição Global, apresenta Plano de Ação já abordado no item anterior, mas que
ANEXO 3
132
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
aqui é or ganizado um co mentário final, d e caráter m ais resumido, em se is áreas
chaves:
 Transferência de C onhecimento: entre o ‘negócio’ e a ‘
ciência’, de
empresa para empresa, com a colaboração de parceiros internacionais;
 Captura da Inovação: utilizando o g rande poder de c ompra do Governo
para estimular a inovação;
 Habilidades e M ercado de Trabalho: s uportando el evado ní vel de
habilidades e alto desempenho dos mercados de trabalho;
 Inovação em nível das regiões do RU;
 Estrutura Regulamentada: direitos à propriedade intelectual, indicadores
para o suporte da inovação;
 SMEs: apoio ao empreendedorismo e pequenas empresas como fonteschave para a inovação.
A i novação de pende do co nhecimento, co mpetência e ha bilidades. O R eino
Unido des empenha um i mportante papel co m v istas a cr iar um a mbiente de
inovação. A Figura 3.36 apresenta, de forma esquemática, a forma como o Governo
do R U des envolve su as políticas de inovação, de aco rdo com o Innovation Report
(8), i ndicando m ecanismos e c anais através dos quais o G overno i nfluencia a
inovação.
Figura 3.36 - Mecanismos e Canais da Política de Inovação do Governo do RU. (8)
ANEXO 3
133
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.2.6.5. Referências
1. OECD. OECD Economic Surveys: United Kingdom. Paris: OECD, 2006.
2. E UROPEAN C OMMISSION, Trendchart. European I nnovation P rogress Report
2006.
Bélgica,
Luxembourg, 2006
.
Disponível em
:
http://ec.europa.eu/enterprise/innovation/index_en.html. (acesso em: 03/03/2007).
3. OECD. Economic Policy Reforms: Going for Growth. Paris: OECD, 2007.
4. DTI. Department of Trade and Industry. A Regional Perspective on the Knowledge
Economy in Great Britain. London. 2002.
5. D TI. D epartment o f T rade a nd I ndustry. S cience & I nnovation: i nvestiment
framework 2004 – 2014. London. 2004.
6. Lambert Review Report. Consultation. 07.2003
7. Lambert Review Report. Final Report. 12 2003
8. DTI_Innovation Report. 12 2003.
9. D TI. D epartment o f T rade a nd I ndustry. S cience & I nnovation: i nvestiment
framework 2004 – 2014, Next Steps. London. 2006.
10. E UROPEAN C OMMISSION, E uropean T rend C hart on I nnovation. Annual
Innovation Policy Trends and Appraisal Report: United Kingdom. 2006.
11. HUG HES, A lain. University-Industry Li nkages and U k Science and I nnovation
Policy. Centre for Business Research, University of Cambridge. Junho 2006.
ANEXO 3
134
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.2.6.6. Informações Complementares
Figura 3.37
Fonte: OECD. Economic Policy Reforms: Going for Growth, 2007 (3)
ANEXO 3
135
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.38
Fonte: European Innovation Progress Report 2006 (2)
ANEXO 3
136
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.3. Grupo 2: América do Norte
3.3.1. Estados Unidos da América
3.3.1.1. Contexto
Durante o s éculo X X, os Estados Unidos da A mérica ( EUA) m antiveram
liderança e m t ermos de eco nomia mundial g raças à pod erosa co mbinação d e
robustos investimentos, m ão-de-obra e ngenhosa e um mercado hosp italeiro p ara
inovações na área de d esenvolvimento d e p esquisa e t ecnologia. N o en tanto,
significativas mudanças estão per meando os primeiros anos do n ovo sé culo v isto
que ca da v ez m ais emergem p aíses competidores fazendo frente à v antagem
competitiva norte-americana. (1)
A v elocidade co m q ue a U nião Européia e a Á sia estão av ançando t em
trazido preocupações para a hegemonia norte-americana. Vários são os indicadores
que traduzem esse cenário: (2)
 Apesar dos EUA ai nda se rem os maiores det entores de p ublicações
científicas do m undo, entre 1 991 e 19 98 a t axa de cr escimento d e su as
publicações atingiu so mente 1 3%, enquanto a t axa da Europa O cidental
foi de 59% , do Ja pão 67% e d os países da Á sia, i ncluindo C hina,
Singapura, Coréia do Sul e Taiwan a taxa foi de 492% (ver Figura 3.39).
Figura 3.39
Fonte: EUA. The Knowledge Economy – Is the United States Losing its Competitive Edge.
2005.
ANEXO 3
137
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
 A t axa de cr escimento de s olicitação de patentes nos EUA cr esceu
116% no período entre 1998 e 200 1, enquanto que nos países asiáticos,
incluindo a C hina, Í ndia, S ingapura, C oréia do S ul e Taiwan a t axa de
crescimento foi de 759% (ver Figura 3.40).
Figura 3.40
Fonte: EUA. The Knowledge Economy – Is the United States Losing its Competitive Edge.
2005.
 Entre os anos de 19 80 e 20 03, as exportações da indústria high-tech
americana seguem em declínio (ver Figura 3.41).
ANEXO 3
138
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.41
Fonte: EUA. Measuring the Moment – Innovation, National Security and Economic
Competitiveness. 2006.
 O cr escimento da t axa de i nvestimento e m P &D r elativo ao P IB nos
países asiáticos (China, Coréia do Sul e Taiwan) atingiu 140% entre 1995
e 2001, enquanto que no mesmo período a taxa foi de 32% nos EUA (ver
Figura 3.42).
ANEXO 3
139
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.42
Fonte: EUA. The Knowledge Economy – Is the United States Losing its Competitive Edge.
2005.
Diante deste cenário, várias são as propostas e recomendações de políticas
relativas à inovação e competitividade desenvolvidas em âmbito nacional, nos EUA.
Tais recomendações resultam e m di versos Reports como ‘Innovate America’ e
Innovation: The New Reality for National Prosperity (escritos pela National Innovation
Initiative) e
‘Innovation America’ (reports de i niciativa do
National Governors
Association - NGA).
No documento ‘Innovate America’ as recomendações para p olíticas públicas
em inovação são apresentadas em três grandes categorias: (3)
 Talento. É a di mensão hu mana da i novação, i ncluindo a cr iação de
conhecimento, educação, capacitação e suporte técnico.
 Investimento. É a di mensão f inanceira da
inovação, incluindo os
investimentos em P&D, a di sponibilidade de capital de r isco e as políticas
macro-econômica fiscal e monetária.
ANEXO 3
140
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
 Infra-estrutura. S ão as estruturas físicas e pol íticas que su portam as
inovações, incluindo a infra-estrutura de r ede, saúde, transporte, energia,
sistemas regulatórios, pr oteção d e pr opriedade i ntelectual, g estão d e
inovação e políticas de comercialização.
A seguir, são apresentadas algumas questões, dentro de cada categoria, que
norteiam os estudos dos grupos de trabalho do National Innovation Initiative:
Figura 3.43
Fonte: EUA. Innovate America – Thriving in a World of Challenge and Change. National Innovation
Initiative: 2004.
O docu mento também pr opõe u m nov o framework de i novação que di verge
do modelo de produção do s éculo XX, o q ual se focava somente no lado da oferta
(ver Figura 3.44 e Figura 3.45). A n ova e strutura d e i novação, na ec onomia do
conhecimento, t em o f oco t anto na o ferta co mo na d emanda, influenciadas pelo
ambiente de co nhecimento, p elas políticas públ icas e por t oda estrutura o ferecida
pela so ciedade. N este nov o framework são ev idenciadas cinco ca racterísticas
principais:
globalização, m
ultidisciplinaridade, m
ultiplicação, ab
ertura
e
transformação. (3)
ANEXO 3
141
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.44 - Innovation Framework
Fonte: EUA. I nnovate America – Thriving in a World of C hallenge a nd C hange. N ational I nnovation
Initiative: 2004.
Figura 3.45 - Innovation Framework
Fonte: EUA. Innovation – The New Reality for National Prosperity. National Innovation Initiative: 2004.
ANEXO 3
142
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
O report ‘Innovation: The New Reality for National Prosperity’, também d e
iniciativa do National Innovation Initiative, trata d a i mportância da i novação ( ver
Figura 3. 46), pr opõe um a definição e d escreve as mudanças de na tureza da
inovação, além de fazer recomendações de ação. (4)
Figura 3.46
Fonte: EUA. Innovation – The New Reality for National Prosperity. National Innovation Initiative: 2004.
Segundo o docu mento, dur ante a d écada de 19 80, o Ja pão foi o paí s que
mais acelerou r umo à co mpetitividade c om os EUA. Para v encer esse d esafio, o
foco d as políticas norte-americanas se fixou n a r edução d e c ustos, eficiência
operacional e aumento de qualidade, visto que a economia daquela época transitava
do paradigma d e produção e m massa para a cu ltura d e g estão da q ualidade. N o
entanto, no início do século XXI, com a nova economia do conhecimento, as forças
de uma economia integrada e os avanços tecnológicos criam desafios diferentes e
complexos. P ara se garantir co mpetitividade su stentável, é ne cessário, al ém de
eficiência, q ualidade e ba ixos custos, cr iar nov os mercados, agregar valor aos
consumidores e i novar co ntinuamente. A
Figura 3.47 apresenta as
diversas
diferenças entre questões abordadas na velha e na nova economia. (4)
ANEXO 3
143
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.47 - A nova e a velha economia.
Fonte: EUA. The 2007 State New Economy Index – Benchmarking Economic Tranformation in the
States. Innovation America: 2007.
O documento também explicita os desafios que a nova economia traz através
da co mpetição g lobalizada, on de os paí ses, de uma forma g eral, est ão busc ando
estratégias de fortalecimento de suas políticas de inovação. A velocidade da taxa de
penetração de produtos e serviços inovadores, por exemplo, vem aumentando cada
vez m ais: foram 1 00 anos para q ue o a utomóvel al cançasse u ma t axa d e 5 0% de
penetração no m ercado m undial; 75 an os para o telefone; 50 anos para a energia
elétrica. Comparando-se, a taxa de penetração dos telefones celulares foi meteórica,
mais veloz que a dos computadores pessoais e da Internet (ver Figura 3.48). (4)
ANEXO 3
144
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.48
Fonte: EUA. Innovation – The New Reality for National Prosperity. National Innovation Initiative: 2004.
A nat ureza da i novação so freu t ransformações (ver Figura 3.49): ant es, a
inovação g irava em t orno da per gunta ‘ Como poss o fazer m elhor m eu pr oduto?’;
hoje, c om a nov a ec onomia d o co nhecimento, o foco d eve se r no v alor q ue o
produto ou serviço agrega ao consumidor (‘O que o consumidor mais valoriza hoje e
no futuro?’). (4)
Figura 3.49
Fonte: EUA. Innovation – The New Reality for National Prosperity. National Innovation Initiative: 2004.
ANEXO 3
145
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Para que os EUA possam fortalecer sua performance em inovação, o National
Innovation Initiative, no report ‘Innovation: The New Reality for National Prosperity’,
traz como objetivos estratégicos: (4)
 Manter a l iderança mundial e m fronteiras de ci ência e t ecnologias
emergentes;
 Capacitar ca pital hu mano par a a daptação à di nâmica força-trabalho
global;
 Implementar políticas fiscal e monetária para assegurar adequada oferta
de capital de r isco inovativo e de i ncentivo para rápida comercialização e
difusão;
 Promover ag enda de inovação, ac abando c om as barreiras políticas e
acelerando os investimentos em infra-estrutura de suporte;
 Modernizar os serviços de governo através da inovação;
 Expandir mercados mundiais de inovação.
3.3.1.2. Políticas Públicas
Fatores como a revitalização das políticas de inovação, a preparação do país
para o nov o cenário de competição global, os desafios da proteção de pr opriedade
intelectual, o declínio da f orça-trabalho doméstica em C&T, entre outros, balizam a
tomada de decisão nos EUA em suas políticas públicas para inovação: (6)
 Networking
and
Information
Technology
Research
and
Development Program (NITRD): (7)
O C onselho N acional de C iência e
Tecnologia ( National Science and
Technology Council – NSTC) f oi est abelecido e m 1 993 e at ua c omo uma
‘agência v irtual’ de co ordenação d as políticas de C &T do g overno federal.
Sob a t utela d o N STC q ue o P rograma N ITRD f oi est abelecido pel o
Congresso norte-americano (considerando-se o High-Performance Computing
Act , de 1991, e o Next Generation Internet Act , de 1998) como uma estrutura
de co ndução co laborativa das principais agências federais de P &D ( Agency
for Healthcare Research and Quality – AHRQ, Defense Advanced Research
Projects Agency – DARPA, Defense Information Systems Agency – DISA,
Department of Defense, Office of the Director, Defense Research &
ANEXO 3
146
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Engineering - ODDR&E, Department of Energy National Nuclear Security
Administration - DOE/NNSA, Department of Energy Office of Science
DOE/SC, Environmental Protection Agency – EPA, National Aeronautics and
Space Administration – NASA, National Institutes of Health – NIH, National
Institute of Standards and Technology – NIST, National Oceanic and
Atmospheric Administration – NOAA, National Security Agency – NSA,
National Science Foundation - NSF) nas seguintes áreas: t ecnologias de
gestão da i nformação, sistemas computacionais, software, redes avançadas,
assim co mo nas implicações dessas novas tecnologias no ce nário só cioeconômico do p aís. N este se ntido, o pr ograma permite q ue t ais agências
coordenem s eus planos e at ividades, i ntensificando a i nteroperabilidade do s
resultados das pesquisas, de
forma a m aximizar a apl
icação dos
investimentos federais em P&D, além de contribuir para a competitividade do
setor pr ivado. O governo f ederal define a nualmente o orçamento par a o
programa e os focos prioritários de atuação.
Os principais objetivos do programa são:
- Assegurar a co ntinuidade da liderança dos EUA em computação e TIC,
dando su porte aos interesses da aca demia, da i ndústria e do g overno
norte-americano para o século XXI;
- Acelerar o co mpartilhamento das TIC ex perimentais e av ançadas para
manter a
liderança m undial em
ciência, engenharia e m
atemática,
melhorando a q ualidade de v ida, pr omovendo o cr escimento eco nômico
em l ongo pr azo, pr otegendo o meio a mbiente, a umentando o nível de
aprendizagem, intensificando a segurança nacional;
- Aumentar a pr odutividade e co mpetitividade i ndustrial n orte-americana
através de pesquisa científica e de engenharia em computação e TIC.
 National Institute of Standard and Technology (NIST): (8)
Fundado em 1901, o National Institute of Standard and Technology (NIST) é
uma ag ência f ederal do Departamento de
Comércio e A dministração
Tecnológica d os EUA e poss ui a missão de promover a i novação e a
competitividade industrial, contribuindo para que a área de C&T intensifique a
ANEXO 3
147
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
segurança econômica e melhore a q ualidade de v ida no paí s. São quatro os
programas de cooperação do NIST: (8)
- NIST Laboratories: promovem pesquisas para melhorar a i nfra-estrutura
tecnológica do país, além de aperfeiçoarem, c ontinuamente, os bens e
serviços da indústria norte-americana;
- Baldrige National Quality Program: promove excelência em performance
dos fabricantes americanos, e mpresas de pr
estação de se rviço,
instituições de ensino e de saúde;
- Hollings Manufacturing Extension Partnership: u ma r ede naci onal de
centros locais que oferece assistência t écnica e d e n egócios para
pequenos empresários; e
- Advanced Technology Program: ace lera o d
esenvolvimento d e
tecnologias inovadoras para am plos benefícios nacionais através do co financiamento de parceiros da área de P&D e da iniciativa privada.
Os recursos para operação do NIST para o período entre janeiro de 2006
e se tembro d e 2 007 sã o de aproximadamente U $843.3 milhões (ver
Figura 3.50).
Figura 3.50
Fonte: EUA. National Institute of Standard and Technology. Disponível em <http://www.nist.gov>.
ANEXO 3
148
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.3.1.3. Instrumentos e Ações
Em 1 980, foi est abelecido o University and Small Business Patent
Procedures Act, co nhecido co mo Bayh-Dole Act, qu e foi um a vanço par a a
legislação em mecanismos de transferência de tecnologia norte-americana, uma vez
que co nfere às universidades, i nstituições de pesq uisas e peq uenas empresas o
controle so bre a pr opriedade i ntelectual do s resultados de pesq uisas financiadas
pelo g overno federal, asse gurando-se a
proteção e di reito d e pa tentes e o
licenciamento para comercialização.
Em 2005, foi introduzido o novo National Innovation Act, que corresponde à
nova legislação-base na área de inovação dos EUA, com os seguintes objetivos: (3)
 Criar o C onselho P residencial e m I novação ( President’s Council on
Innovation) para fomentar a inovação nos setores público e privado;
 Criar o P rograma de Aceleração de I novação ( Innovation Acceleration
Grants Programme) para promover f inanciamentos em P &D p ara as
agências federais nos setores de C&T;
 Aumentar o co
mprometimento n acional co m a
pesquisa b ásica,
duplicando o financiamento d e p esquisas pela F undação N acional d e
Ciência (National Science Foundation) até o ano de 2011; e
 Promover o dese nvolvimento e cr escimento de cl usters regionais em
inovação tecnológica.
Como j á mencionado ant eriormente, v árias são as ações e i nstrumentos
norte-americanos desenvolvidos em prol da nova economia do conhecimento:

Small Business Innovation Research Program (SBIR). Nos EUA
existe a f alta de coordenação ent re o governo f ederal e os estados
para a promoção de políticas de inovação, uma vez que as tomadas de
decisões dos governos estaduais são i ndependentes do g overno
federal. Os governos dos estados têm a t endência d e pl anejar e
implementar su as próprias iniciativas. U m dos
poucos programas
federais onde o governo federal dá suporte às atividades estaduais é o
Programa SBIR. (6)
ANEXO 3
149
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
O Programa SBIR originou-se em 1982 e se estenderá até o ano de 2008,
sendo q ue a ca da a no, dez ag ências federais destinam par te de se us
orçamentos em P&D para financiar propostas de pesquisas de pequenas
empresas baseadas em tecnologia. Os objetivos do programa são: (10)
1- aumentar a c omercialização das inovações derivadas de P &D f ederal
pelo setor privado;
2- utilizar pequenos negócios para suprir as necessidades de P&D federal;
3- estimular pequenos negócios em inovação tecnológica;
4- promover e e ncorajar a p articipação dos grupos m inoritários em
inovação tecnológica.

Advanced Technology Program (ATP): (11)
A v elocidade das mudanças tecnológicas está ca da v ez maior co m a
economia g lobalizada e, as
tecnologias competitivas avançadas são
fatores críticos para o cr escimento eco nômico naci onal. N os EUA, os
investimentos do se tor pr ivado em P&D sã o pr incipalmente focados no
aprimoramento
da
aceleração do r
etorno par a as
empresas
e
stakeholders. N este s entido, A TP aj uda as indústrias norte-americanas a
fazerem investimentos em longo prazo e em pesquisas de alto risco e, ao
dividir os custos com a iniciativa privada, ATP acelera o desenvolvimento
de t ecnologias inovativas em est ágio i nicial, co ntribuindo par a q ue as
indústrias elevem se u pot encial co mpetitivo al ém de proporcionar u m
melhor padrão de vida para os norte-americanos.
A m issão d o pr ograma, e ntão, é ac elerar o d
esenvolvimento de
tecnologias inovativas para benefício naci onal co m a p arceria d o se tor
privado (a Tabela 6 apresenta os investimentos por área e por ano da ATP
entre os anos de 1990 e 2004) e, dentre seus princípios citam-se:
1- Benefício Nacional. A celerar d esenvolvimento d e t ecnologias que
possibilitem aplicações múltiplas para o progresso dos norte-americanos;
2- Parceria. E ncorajar o ar ranjo de par cerias (empresas, uni versidades,
instituições de pesquisa, entidades locais, Estado) nos primeiros estágios
da pesquisa, desenvolvimento, manufatura e comercialização;
3- Comunicação (Compartilhamento de Conhecimento). C omunicar
resultados aos stakeholders e r eunir em presários para di scussão de
ANEXO 3
150
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
futuras op ortunidades de i nvestimento d a A TP, enc orajar as e mpresas a
publicarem e co mpartilharem seus resultados e também solicitar patentes
e l icenciamento par a dar opor tunidades a out ros se be neficiarem do
conhecimento criado nos projetos da ATP;
4- Monitoramento. Monitorar a performance dos projetos e encorajar as
melhores práticas de gestão, avaliando o i mpacto dos projetos na naçã o
através de ferramentas e técnicas do estado da arte; e
5- Organização. O s bens da ATP sã o as pessoas, o c onhecimento e a
reputação.
Tabela 12 - ATP Summary Data–Funding ($ Millions) - Technology Area by Year
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 TOTALS
Advanced Materials/
Chemicals
$0
$16
$11
$15
$92
$96
$7
$21
$62
$32
$23
$32
$26
$22
$33
$488
0
6
5
13
19
29
4
5
35
2
16
24
26
19
12
215
0
$0
10
$6
6
$13
2
$10
73
$75
67
$32
3
$4
16
$40
27
$46
30
$29
7
$30
8
$58
0
$51
3
$26
21
$29
273
$449
0
6
4
6
31
19
4
34
29
25
23
30
32
26
29
298
0
Electronics/Computer
$43
Hardware/Communiations
0
9
4
44
13
0
6
17
4
7
28
19
0
0
151
$31
$12
$24
$20
$50
$8
$23
$107 $16
$56
$32
$52
$47
$55
$576
• Single Applicants
• Joint Ventures
5
6
12
14
6
8
2
2
15
8
22
10
19
26
23
178
38
$1
25
$4
0
$3
10
$3
14
42
6
$115 $162 $0
21
$54
92
$16
8
$23
34
$8
22
$24
33
$21
21
$40
32
$30
398
$504
1
4
3
3
35
33
0
32
12
8
8
15
18
28
24
224
0
$2
0
$36
0
$9
0
$8
80
$7
129
$74
0
$0
22
$24
4
$4
15
$10
0
$27
9
$18
3
$6
12
$19
6
$8
280
$252
2
6
5
5
2
21
0
14
1
6
5
6
2
6
4
85
0
30
4
3
5
53
0
10
3
4
22
12
4
13
4
167
• Single Applicants
• Joint Ventures
Biotechnology
• Single Applicants
• Joint Ventures
Information Technology
• Single Applicants
• Joint Ventures
Manufacturing
• Single Applicants
• Joint Ventures
Fonte: EUA. Advanced Technology Program. Disponível em <http://www.atp.nist.gov/atp/
charter.htm>
3.3.1.4. Papel dos PCTS (12)
O Governo dos EUA possui um “guia” denominado ‘Cluster-Based Strategies
for Growing State Economies’ que tem como objetivo dar subsídios, aos governos de
cada est ado am ericano, so bre as vantagens competitivas e o v alor eco nômico
agregado das
iniciativas de cl usters (construção de r elacionamentos/network;
estabelecimento d e uma fundação s ólida; des envolvimento de ha bilidades e
talentos; al
inhamento de i
nvestimentos
em i
novação; ace
leração de
empreendedorismo; prioridades globais) para o cr escimento e a sustentabilidade da
151
ANEXO 3
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
economia em ca da estado. O g uia traz um a r evisão a r espeito do q ue j á foi
aprendido com clusters e as iniciativas de clusters desde a década de 1980, elucida
algumas mudanças associadas à g lobalização e a forma de co mo os efeitos das
mudanças globais afetam a est rutura e as razões para est ratégicas de ‘clustering’,
alterando geograficamente os mercados, a competitividade e a cooperação.
As estratégias de cl uster t omam u m nov o si gnificado na n ova eco nomia do
conhecimento, em q ue aco rdos comerciais, av anços nas áreas de co municação e
transporte, rápido crescimento das empresas, fortes recursos regionais, qualificação
das instituições educacionais e a r obustês das áreas de P &D t êm r eduzido as
barreiras comerciais e criado uma economia global extremamente competitiva.
Neste co ntexto, os clusters são d e i nteresse pr ioritário d os governos dos
estados americanos por pr omoverem o fortalecimento das economias regionais
através do estímulo à i
novação, r emuneração, o portunidades de e mprego,
empreendedorismo e diversificação d e neg ócios, co nduzidos por m eio d e pol íticas
de i ncentivo, educ ação e ca pacitação, i nvestimentos em pesquisa, de finição de
legislação e encorajamento de fomento e venture capital.
Na figura 3 .51 é i lustrado um ex emplo de estrutura d e cl uster r egional d o
estado americano de Atlanta:
Figura 3.51 - Cluster Regional de Tecnologia da Informação do Estado de Atlanta
Fonte: EUA. Cluster Based Strategies for Growing States Economy. Innovation America: 2006.
ANEXO 3
152
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.3.1.5. Referências
(1) E UA. Measuring the Moment – Innovation, N ational S ecurity and E conomic
Competitiveness. 2006.
(2) E UA. The Knowledge Economy – Is the U nited S tates Losing i ts Competitive
Edge. 2005.
(3) EUA. Innovate America – Thriving in a World of Challenge and Change. National
Innovation Initiative: 2004.
(4) E UA. Innovation – The New Reality for National Prosperity. National
Innovation Initiative: 2004.
(5) E UA. The 2007 State New Economy Index – Benchmarking Economic
Tranformation in the States. Innovation America: 2007.
(6) E UA. Key Findings on Innovation Strategies in the United States.
Washington: 2007.
(7) E UA. Advanced Foundations for American Innovation. Committee on
Technology National Science and Technology Council: 2003.
(8) E UA. National Institute of Standard and Technology. Disponível em
<http://www.nist.gov>. Acessado em: 15 mai 2007.
(9) E UA. National Innovation Act. Disponível em < http://trendchart.cordis.lu/
tc_policy_information_fiche.cfm?ID=3304>. Acessado em 22 mai 2007.
(10) E UA. Small Business Innovation Research Program. Disponível em
<http://patapsco.nist.gov/ts_sbir/general_info.htm>. Acessado em 15 mai 2007.
(11) E UA. Advanced Technology Program. Disponível em <http://www.atp.nist.
gov/atp/charter.htm>. Acessado em 22 mai 2007.
(12) E UA. Cluster Based Strategies for Growing States Economy. Innovation
America: 2006.
(13) OECD. Economic Policy Reforms: Going for Growth, 2007
ANEXO 3
153
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.3.1.6. Informações Complementares
Figura 3.52
Fonte OECD. Economic Policy Reforms: Going for Growth, 2007 (13)
ANEXO 3
154
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.4. Grupo 3: Ásia
3.4.1. China
3.4.1.1. Contexto
Após a Segunda Guerra Mundial, o S istema de Inovação Chinês foi baseado
no m odelo r usso t endo um a es trutura v ertical co m ag entes autônomos e i solados
não havendo cooperação vertical.
As atividades de C &T er am g eradas por Public Research Institutes (PRIs)
enquanto as atividades de pr odução eram r ealizadas exclusivamente p or State
Owned Enterprises (SOEs) sendo suas funções completamente separadas.
Em 1 985, de ac ordo co m a R esolução do C omitê C entral do P artido
Comunista da China, para mudar de um sistema centralizado de planejamento para
uma eco nomia baseada n o mercado, a r eforma estrutural do si stema d e C &T foi
realizada juntamente com as reformas no sistema de inovação. O Sistema Nacional
de I novação da C hina ent rou e m u ma fase de t ransição q ue ai nda per dura, se ndo
que est as iniciativas lhe ca usaram cl aro i mpacto em su a es trutura, dinâmica e
também em sua performance.
Os principais agentes do sistema são:
 Governo. T odas as importantes políticas e m edidas relacionadas à
inovação têm como origem o governo por meio do Ministério de Ciência e
Tecnologia cujo papel é de protagonista, ainda que outros departamentos
do g overno t enham u m i mportante papel n a r eforma ch inesa de C &T. A
maioria dos investimentos nacionais em inovação veio de planos nacionais
de ci ência e t ecnologia usa dos sistematicamente co mo um mecanismo
para promover a i novação e m áreas chaves e t ambém co mo meio d e
financiar o desenvolvimento de alta tecnologia.
 Universidades e institutos de pesquisa. A par tir das reformas est es
têm si do forçados a s e l igar ao m ercado e a ag irem co mo co rporações.
PRIs e universidades têm grande autonomia para vender seus outputs de
pesquisa enquanto o financiamento institucional do governo é reduzido de
modo a incentivar os institutos de pesquisas a satisfazerem as empresas.
ANEXO 3
155
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
As universidades chinesas são os principais realizadores de pesquisa
básica e r epresentam m etade deste f ilão, empregando m ais de m etade
dos pesquisadores engajados na pesquisa básica do país.
Também a Chinese Academy of Sciences (CAS), que é uma PRI, tem um
importante papel e é o melhor exemplo de comercialização e privatização.
No f inal de 2003 h avia um t otal de 1 16 i nstituições diretamente so b a
supervisão d a C AS; entre el as 89 er am i nstitutos de p esquisa, 3 er am
institutos de ed ucação, 1 2 er am órgãos administrativos da A cademia, 7
eram departamentos de apoio, 2 eram instituições de mídia e publicações
e out ros 3 er am d e d iferentes tipos de i nstituições. Empregando 44 m il
pessoas das quais 30 m il pesq uisadores e t écnicos, 5 m il ca rgos
administrativos e 9 mil outros trabalhadores.
Os dados est atísticos mostram q ue a C AS é a maior be neficiária do s
fundos de ciência e t ecnologia do g overno chinês. Em março de 2 005 ela
adotou u m approach interdisciplinar anun ciando o est abelecimento d e
base de inovação para os próximos cinco anos; este seria parte de seu, já
em andamento, Knowledge Innovation Programme (KIP).
 Empresas de negócios. A C hina t em v árias oportunidades de
empreendedorismo g raças a se u en orme mercado i nterno e r ecentes
reformas, t odavia l he f altam em preendedores para sa tisfazer a de manda
do m ercado. Três tipos de c ompanhias pr ecisam s er co nsiderados
separadamente para avaliar seus comportamentos inovadores:
1. Empreendimentos de propriedade estatal - no período de transição da
reforma do sistema de inovação em direção a um network com o mercado,
algumas empresas melhoraram s uas capacidades tecnológicas e
começaram a colaborar com universidades e PRIs.
2. Empresas de pr opriedade est rangeira – elas não s ão at ivamente
engajadas em at ividades de network. U m nú mero su bstancial del as
somente tem sua produção feita no país, sendo que a tecnologia das suas
matrizes vem do exterior. Todavia esta situação está mudando.
3. Empresas spin-off, ou se ja, der ivadas de out ras - durante o pr ocesso
de r eforma dos institutos de pesquisa pú blicos um nú mero s ubstancial
destas empresas foi criado e se tornou u m i mportante c omponente do
sistema d e i novação nacional. U ma v ez que o g overno não est imula os
156
ANEXO 3
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
estudantes a voltarem do exterior para iniciar seus próprios negócios, este
tipo de empresa é bastante curioso e sua maioria se localiza em B eijing;
sendo q ue aq uelas operadas ou pe la U niversidade de Pequim ou p ela
Universidade Tsinghua somam mais de 30% do lucro e ainda mantém sua
missão d e dar t reinamento prático a e
studantes universitários. A s
empresas da China investem mais na importação de tecnologia do que em
seu próprio desenvolvimento de ca pacidades de P&D, especialmente por
causa da f
alta de i ncentivos para os agentes primários de P&D
melhorarem sua capacidade de inovação de forma pró-ativa.
 Organizações financeiras. O s mercados de c apitais da C hina sã o
imaturos, o q ue dificulta a co leta suficiente de fundos para P&D do se tor
privado, forçando assim o g
overno a
fazer o pap
el de
pivô no
financiamento das atividades de P &D, o q ue t em p or co nseqüência, n o
país, uma escassez neste tipo de investimento. Ainda assim, empréstimos
bancários para a tividades de C &T di minuíram a f alta de i nvestimento
nesse setor nacional e vem com sucesso apoiando mais de 10 mil itens de
desenvolvimento de nova tecnologia.
Tabela 13 - Selected key organisations within the national innovations systems-2005
Country
Name of organisation (in English)
Government and legislative bodies
China
 MOST
Private sector organisations and entrepreneurship promotion
Knowledge institutes (R&D and education bodies)
China
 A broad list of universities appearing on
appendix 2
 CAS
 National Natural Science Foundation of
China
 Beijing University
 Tsinghua University
Website (where available)

www.most.gov.cn


http://english.cas.ac.cn
www.nsfc.gov.cn


www.pku.edu.cn
www.tsinghua.edu.cn

www.cast.org.cn


www.cdb.com.cn
www.bhti.com.cn
Industrial research centres and innovation intermediaries
China
 CAST
 Tech Zones
Financial system
China
 China Development Bank
 Beijing High Technology Venture Capital
Fonte: Annual Innovation Policy Trends Report
ANEXO 3
157
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
•
Realização das políticas de inovação e estruturas de entrega (delivery)
A China é u m caso interessante diante do seu esforço para realizar reformas
sem r ejeitar t otalmente se u passado s ocialista, se ndo q ue a maioria das grandes
organizações é resultado da reorganização de i nstituições pré-existentes baseadas
no modelo d a U nião Soviética. T odavia na s duas últimas décadas elas evoluíram
para uma versão chinesa dos modelos ocidentais mantendo características distintas
e próprias.
As organizações listadas a seguir administram agora a maioria das pesquisas
civis de ci ência e e ngenharia n a C hina, embora os Ministérios da D efesa, S aúde,
Agricultura e da A dministração E statal F lorestal e out ras agências econômicas
também tenham operações de pesquisa significantes sob sua administração direta.

State Steering Committee on S&T and Education – teve sua fundação em 1998
e de ntro do C onselho E statal é o mais alto órgão de co ordenação de política
estatal. O Premier do Conselho Estatal tem o papel de co ordenar as políticas
de governo como o decisor das estratégias nacionais de C&T e os campos de
educação, c oordenando a p olítica de i novação t anto no ministério q uanto
localmente.

Ministry of Science &Technology (MOST) – também cr iado em 199 8 é tido
como órgão de alta competência em relação ao design e à implementação das
políticas de inovação.
Outros ministérios também es tão envolvidos na r ealização d o processo de
política, esp ecialmente at ravés da al ocação d e fundos específicos. A ssim, o
Ministério da Educação fiscaliza e financia todas as universidades no país enquanto
o M inistério d as Finanças é r esponsável, assim co mo o M OST, pel o F undo de
Inovação para pequenas firmas de tecnologia.
ANEXO 3
158
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.53 - Framework institucional da China
Fonte: Annual Innovation Policy Trends Report - 2005
3.4.1.2. Políticas Públicas
• Desenvolvimentos na política de inovação - Tendências recentes sobre a
performance
A Ch ina é de p
articular i nteresse p or ca usa de se u t amanho, t axa de
crescimento e aumento de investimentos em tecnologia. O país é a força econômica
do mundo emergente com espetacular alto crescimento na última década e continua
até hoje a apresentar um rápido desempenho.
O m odelo de desenvolvimento ch inês sempre f oi det erminado p ela si tuação
política e, at é r ecentemente, a
economia er a fechada d esconsiderando a
competitividade internacional e a i novação era praticamente inexistente. A mudança
ocorreu n a úl tima d écada e o r ápido cr escimento é acompanhado por u m es forço
intensivo de m elhorar a ár ea de P &D&I e m um es forço par a conquistar nov os
mercados. A ár ea de i novação a presenta melhorias, m as somente e m algumas
áreas e a passos lentos, conforme indicado pelo seu baixo ranking - 70º lugar - no
Innovation Sub-index.
O í ndice de 584 p esquisadores por m ilhão de pess oas permanece m uito
baixo, ent retanto, e m núm ero a C hina agora t em um a das maiores forças de
trabalho em P&D do mundo.
ANEXO 3
159
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
O si stema de ed ucação ch inês evoluiu m uito v agarosamente e co mo
resultado o o utput do se u si stema de educação s uperior n ão i mpressiona, se ndo
relativamente forte em ci ências naturais e eng enharia, co locando m ais ênfase na
teoria do que no desenvolvimento de habilidades práticas e pensamento inovador.
Apesar d o cr escimento r ápido, o paí s ainda est á em d esvantagem nos
setores de alta tecnologia e su as principais vantagens atuais consistem nas baixas
tecnologias uma v ez q ue su a m ão de obra per manece se m p erícia par a se tores
intensivos mesmo tendo aumentado sua especialização em setores intensivos, como
o m aquinário elétrico e aviação. O i nvestimento estrangeiro direto t ende a se r
direcionado às indústrias de baixa tecnologia.
• Programas de inovação
Nos últimos anos, o país tem aumentado a intervenção nas políticas em favor
da i novação, se ndo q ue e m 1 998, a C hina apr ovou q ue a C AS i niciasse o Pilot
Project of Knowledge Innovation Program (KIP).
Plano Estratégico para Inovação em Ciência e Tecnologia – SAPI.
Lançado e m 20 01 é uma c ontinuação e a profundamento d o at ual e naci onal KIP
sendo ch ave na avaliação de ci ência e tecnologia par a a
CAS e para f azer
contribuições fundamentais, estratégicas e futurísticas ao crescimento econômico, à
segurança naci onal e ao des envolvimento so cial da C hina. Também se f az
necessário um passo à frente para melhorar a capacidade nacional de inovação em
ciência e t ecnologia, o q ual c ompreende um pl ano totalitário e q uatro o utros
subordinados, em
pesquisa bási ca, ci ências da v ida e t ecnologia, ci ência e
tecnologia em recursos e meio-ambiente, e P&D de alta tecnologia. O plano também
inclui outros quatro programas especiais e duas iniciativas especiais.
3.4.1.3. Instrumentos e Ações
Em 199 4, a Agenda 21 foi finalmente c ompletada co m base nas co ndições
específicas do p aís e l evando e m consideração a população, o m eio-ambiente e o
desenvolvimento, est abelecendo u ma meta est ratégica de dese nvolvimento
sustentável q ue possa pr omover de f orma co ordenada o des envolvimento d a
economia, da sociedade, dos recursos e d o meio a mbiente. A A genda po de se r
categorizada em quatro partes:
ANEXO 3
160
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
1. Estratégia compreensível e política de desenvolvimento sustentável;
2. Desenvolvimento social sustentável;
3. Desenvolvimento da economia sustentável; e
4. Utilização racional dos recursos e proteção ambiental.
A im plementação da A genda 21
pode s er di vidida em q uatro se ções
principais, são elas:
1. co nsideração d e ajustamento da estrutura econômica e transformação
do modelo de desenvolvimento econômico;
2. i ntegração g radual aos
planos
nacionais
de d esenvolvimento
econômico e social;
3. fortalecimento da c onstrução de c apacidade par a o des envolvimento
sustentável melhorando o entendimento do povo a seu respeito; e
4. promoção de cooperação internacional utilizando vários canais por meio
da formulação e i mplementação d o P rograma de P rioridades para a
Agenda 21 da China.
O National Program for Key Science & Technology Projetcs teve início em
1982 e é atualizado a ca da ci nco a nos e su bmetido à a provação d o National
People´s Congress. Seus objetivos estratégicos são: e ncontrar s oluções par a as
dificuldades científicas e tecnológicas no dese nvolvimento nacional eco nômico e
social a m édio e l ongo prazo; promover a m odernização de indústrias tradicionais e
otimização das estruturas industriais; apoiar o desenvolvimento de alta tecnologia e
a su a i ndustrialização; m elhorar a q ualidade do
desenvolvimento ec onômico
nacional e a vida das pessoas; e melhorar a capacidade de ciência e t ecnologia da
nação.
O Torch Programme é um programa-guia para o dese nvolvimento de nov as
tecnologias industriais na C hina cu jo propósito é a i mplementação d a estratégia
“promoção do desenvolvimento do país com educação e ciência”.
O National Basic Research Priorities Programme (Climbing Programme)
é de g rande i mportância su a i mplementação par a pr omover o desenvolvimento
nacional e o av anço científico e t ecnológico, bem como atingir os objetivos estatais
em pesquisa básica.
O National Development Research Programme é um pr ograma d e
atividades na implementação da estratégia chinesa de desenvolvimento sustentável
161
ANEXO 3
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
e uma pesquisa científica e t ecnológica nacional sobre desenvolvimento social que
tem p or obj etivo a pr omoção d a q ualidade de v ida das pessoas ajustando su as
relações com a natureza. Seu período de implantação é de 1996 a 2010.
O
National
Science
and
Technology
Achievements
Spreading
Programme tem co mo pr opósito mobilizar e or ganizar t rabalhos tecnológicos bem
como todas as camadas da sociedade para que apliquem os resultados científicos e
tecnológicos alcançados ao desenvolvimento da economia nacional, às vastas áreas
rurais e aos empreendimentos industriais e de mineração.
• Marcos regulatórios

International Traditional C hinese M edicine Program for C ooperation i n
Science and Technology [2006-08-18]

Trademark Law of the People's Republic of China [2004-12-27]

Copyright Law of the People's Republic of China [2004-12-27]

Patent Law of the People’s Republic of China [2005-01-05]

Implementing Regulations of the Patent Law of the People's Republic of
China [2005-01-07]

Product Q uality Law of t he P eople’s Republic of C hina ( Amended on
7/8/2000) [2005-01-05]

Law of t he P eople's Republic of C hina on S cience an d T echnology
Progress [2004-12-28]

Law of the People's Republic of China on Popularization of Science and
Technology [2005-01-12]

Regulations on the Protection o f L ayout-Designs of I ntegrated C ircuits
[2005-01-12]
• Ferramentas para a gerência das políticas de inovação
No at ual si stema de inovação, a di fusão d e t ecnologia é, g eralmente, d e
institutos d e p esquisas e universidades pa ra as empresas e, a t ransferência de
tecnologia entre empresas é rara. Três mecanismos principais de difusão existem na
China.
O primeiro é o de contrato de transferência de tecnologia. O segundo são os
mercados de tecnologia que são uma importante medida da reforma de sistemas de
ANEXO 3
162
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
inovação no país, pois eles contêm mecanismos que permitem ao fornecedor e a o
comprador al cançarem um t rato, pac to na transferência de t ecnologia o q ue i nclui
além dela, consultoria, treinamento, serviços tecnológicos e assim por diante.
O terceiro mecanismo são as empresas spin-offs sendo que um total de 1611
empresas derivou de uni versidades e, 43 34 de i nstitutos de pesquisa em 1 997,
ilustrando que elas representam uma transferência em larga escala de universidades
e institutos para as indústrias.
A Ch ina não faz ex ercícios de benchmarking relativos à performance de
inovação par a a t otalidade do p aís e at é a gora est es dados são de or ganizações
independentes como a OECD.
Uma pesquisa anual é conduzida com todas as grandes e médias empresas e
seus resultados são u sados como estatísticas oficiais de C &T. O g overno t ambém
faz av aliações sobre a m aioria das
políticas e m edidas implementadas que
acontecem anualmente e são de uso interno do ministério responsável ou do devido
órgão de administração. R elatórios anuais são p ublicados depois do final de c ada
ano e sã o usados para identificar o pr ogresso de ca da medida ou política, também
outros relatórios de avaliação são publicados cobrindo períodos de tempo superiores
a um ano.
A C hina est á s e abrindo par a as co nferências internacionais ajudando na
análise comparada dos sistemas nacionais de inovação.
A Chinese Academy of Sciences - CAS co nvidou per itos renomados
internacionalmente para formar co mitês d e av aliação ci entífica q ue d epois de
visitarem as instalações dos institutos, co letar dados com se us diretores e di scutir
com os principais investigadores, pesquisadores e estudantes de graduação devem
avaliar a performance dos institutos de acordo com os altos padrões internacionais e
a dar recomendações para o seu desenvolvimento futuro.
3.4.1.4. Papel dos PCTs
O si stema d e i novação naci onal c hinês é o dese nvolvimento d o sistema de
inovações regionais com a aj uda de z onas de d esenvolvimento d e al ta tecnologia.
Tais z onas – funcionam de parques de al ta t ecnologia o nde t odos os agentes d o
sistema de inovação nacional coexistem e várias taxas e incentivos fiscais estão em
vigor - totalizam o nú mero de 53 e foram baseadas na mais bem sucedida delas, a
ANEXO 3
163
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
de Zhongguancun e estão em sua maioria localizadas na costa e nas fronteiras que
atraíram g rande fluxo de i nvestimento est rangeiro di reto, se rvindo d e pl ataformas
para transferência, clustering e incubação de tecnologia.
Figura 3.54 - Economic and Technological Development Zones
Fonte: http://www.cadz.org.cn/en
Figura 3.55 - Free Trade Zones
Fonte: http://www.cadz.org.cn/en
ANEXO 3
164
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.56 - Export Processing Zone
Fonte: http://www.cadz.org.cn/en
ANEXO 3
165
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.4.1.5. Referências
Annual I nnovation P olicy T rends Reports f or Ja pan, C hina, K orea, Trhailand,
Indonesia. European Trend Chart on Innovation, 2005.
Challenge 2008 - The Six-year National Development Plan. Published: M ay 21,
2002 By: Government Information Office. Source: Government Information Office:
http://www.gio.gov.tw/taiwan-website/4-oa/20020521/2002052101.htm
Hong Kong Science and Technology Parks Corporation. A nnual R eport
2005/2006.
Huang, C , Amorim, C., S pinoglio, M . , G ouveia, B ., M edina, A. - Organization,
Program, and Structure: An Analysis of the Chinese Innovation Policy
Framework - Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial, Campus
Universitário de Santiago, Portugal – 2003
Hu, A . G. Technology Parks and Regional Economic Growth in China Department o f E conomics - National U niversity of S ingapore - Organisation de
Coopération et de D éveloppement E conomiques Organisation for E conomic Cooperation and Development Mar-2004
Katsuno, M. Status and overview of official ict indicators for china sti working
paper 2005/4 - Organisation d e C oopération et de D éveloppement E conomiques
Organisation for Economic Co-operation and Development 22-Mar-2005
Directorate for science, technology and industry Statistical Analysis of
Science,
Technology
and
Industry.
China D
evelopment Z
ones
www.cadz.org.cn/en
Proposal for the establishment of a science and technology park network
mechanism designed to foster international partnerships for sustainable
development
17 A
pril 200
2, B
eijing, C
hina
http://www.johannesburgsummit.org/html/calendar/beijing
Rongping, M. Development of Science & Technology Policy in China. Institute of
Policy & Management. Chinese Academy of Sciences – CAS www.most.gov.cn
Shaaper, M. An emerging knowledge-based economy in china? Indicators from
oecd databases directorate for science, technology and industry sti working
paper 2004/4 Statistical Analysis of Science, Technology and Industry
www.most.gov.cn
Tan, J. Growth of industry clusters and innovation: Lessons from Beijing
Zhongguancun Science Park. S chulich S chool o f Business, Y ork University,
Toronto, O
ntario, C
anada M
3J
1P3 acce
pted Ju
ne 2
005
http://www.gio.gov.tw/taiwan-website/4-oa/20020521/2002052101.html
ANEXO 3
166
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
CAST - www.cast.org.br
CADZ - www.cadz.org.br
Ministry of Science and Technology - www.most.gov.cn
ANEXO 3
167
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
ANEXO 3
168
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.4.2. Coréia do Sul
3.4.2.1. Contexto
Neste paí s está e mergindo um a t erceira geração de si stema nacional de
inovação.
A pr imeira su rgiu no s anos 60 e 70 co m a ca racterística das pol íticas e
atividades de ci ência, t ecnologia e i novação num modelo l inear. A se gunda, no s
anos 80, est abeleceu m uitos Institutos Governamentais de P esquisa; co nsórcios
entre e mpresas privadas, u niversidades, I nstitutos Governamentais de P esquisa,
e/ou governo foram formados sendo que o sistema nacional de inovação deu apoio
a grandes conglomerados.
O m odelo da terceira geração e nfatiza a c oerência das políticas do si stema
nacional de i novação em t ermos de metas, si gnificado, h armonização, t empo e
espaço; e é c aracterizado pel a i ntegração em t ermos de p olíticas nacionais da
economia e da s ociedade co mo u m t odo, bem c omo d a i ntegração ec onômica
regional.
O Vice - Primeiro Ministro de Ciência e Tecnologia é o encarregado de toda a
política m icroeconômica na C oréia e o est abelecimento do E scritório de C iência,
Tecnologia e I novação dentro do seu m inistério é o m elhor exemplo do m odelo de
terceira geração. Assim o país está se tornando um dos líderes globais em inovação
com políticas que visam participar do G7 até o ano de 2015.
Os principais agentes do sistema de CT&I são:
 Governo. O M inistério de C iência e T ecnologia, o M inistério d o
Comércio, I ndústria e E nergia, e o M inistério das Comunicações sã o os
departamentos chaves de pol íticas financiando mais de 6 4% dos
programas governamentais de pesq uisa e dese nvolvimento no ano d e
2002.
 Universidades e Organizações de Pesquisa. Um g rande nú mero de
universidades funciona dentro do país conduzindo pesquisas e programas
com a Universidade Nacional de Seul e a Universidade Pohang de Ciência
e T ecnologia. O utras uni versidades envolvidas em pesq uisa i ncluem a
Universidade da Coréia, a Sogang, a Pusan e a Hanyang.
Nos
últimos
anos v em
ocorrendo
o aum ento de
colaborações
internacionais com outras universidades tais como o MIT e a Universidade
169
ANEXO 3
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
de S tanford, t endendo a aco nteceram mais com os Estados Unidos do
que com a Europa.
As políticas atuais visam est reitar l aços e m odernizar os quase 150
Centros de E xcelência no
Engenharia e C
país. C entros de P esquisa C ientífica, de
entros Regionais de P esquisa f oram cr iados para
implementar pr ogramas encorajando a p esquisa bási ca n as grandes
universidades.
Os Centros de P esquisa C ientífica e d e Engenharia foram criados em
1989 focando a pe squisa i novadora em ci ências básicas e nov as
tecnologias. E les são se lecionados com base n a cr iatividade e n a
capacidade de pesquisa.
Já os
Centros Regionais de P esquisa que f oram cr iados em 199 5
enfatizam a pesq
uisa co operativa ent re uni versidades regionais e
indústrias locais e são selecionados tanto por sua capacidade quanto sua
contribuição à economia e comunidade regional.
Uma vez selecionados os centros eles recebem financiamento do governo
por n ove anos d esde q ue haja progresso nas av aliações q ue sã o
realizadas a cada três anos.
 Negócios e financiamento. O se tor de n egócios é dom inado por um
pequeno n úmero de conglomerados que t rabalham i ntensamente co m
pesquisa e ca da v ez m ais captura n ovos mercados com produtos
inovadores.
As pequenas e m édias empresas têm o apoio d a A dministração de
Pequenas e Médias Empresas da Coréia – SMBA – cujo principal objetivo
é pr omover o e mpreendedorismo e facilitar a co laboração entre as
mesmas e, também, entre instituições de pesquisa.
O Korea Invest é a ag ência de promoção nacional de i nvestimento e t em
como se u úni co pr opósito a facilitação da ent rada e o be m-sucedido
estabelecimento d e n egócios estrangeiros no p aís. E sta ag ência f ornece
um extenso serviço pós-estabelecimento projetado para assegurar que se
maximizem os be nefícios. O s eu pr opósito v aria ent re co nsultoria de
negócios, p esquisa d e m ercado e pr ocessos administrativos bem co mo
resolução d e di ficuldades com o g overno e m ediação de d isputas
trabalhistas.
ANEXO 3
170
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Tabela 14- Selected key organisations within the National Innovation
Country
Name of organisation (in English)
Website (where available)
Government and legislative bodies
Korea
Ministry of Science and Technology
www.most.go.kr
(MOST)
National
Science and Technology
Council (NSTC)
PCST
Ministry of Commerce Industry and
www.mocie.go.kr
Energy (MOCIE)
Ministry of Communications(MIC)
www.mic.go.kr
Private sector organisations and entrepreneurship promotion
Knowledge institutes (R&D and education bodies)
Korea
Seoul National University
Pohang
University of Science
Technology
Korea University
Sogang University
Pusan University
Hanyang University
www.snu.ac.kr
and www.postech.ac.kr
www.korea.ac.kr
www.sogang.ac.kr
www.pusan.ac.kr
www.hanyang.ac.kr
Industrial research centres and innovation intermediaries
Korea
Financial system
Korea
KAIST
Small
and
Medium
Business www.smba.go.kr
Administration
Invest Korea
Fonte: Annual Innovation Policy Trends Report - 2005
• Realização da política de inovação e estruturas de entrega
A Política de Ciência e Tecnologia começou no país no final dos anos 60 com
a criação do Instituto de Ciência e Tecnologia da Coréia e o Ministério de Ciência e
Tecnologia – MOST – que é r esponsável pe la i mplementação da co ordenação
nacional de ciência e tecnologia. Isto inclui iniciativas de P &D, desenvolvimento de
recursos humanos e educação, p olíticas internacionais, bem co mo a co ordenação
de atividades entre os ministérios da ciência e i nstitutos de pesquisa apoiados pelo
governo. S uas maiores prioridades são o d esenvolvimento de t ecnologia, ap oio à
pesquisa científica e prognósticos de tecnologia.
Através de um nov o at o, Science and Technology Framework Act, a dotado
em 2001, são governadas as atuais políticas na tentativa de enxugar todo o sistema
para torná-lo mais eficaz.
ANEXO 3
171
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
O governo criou em janeiro de 19 99, a fim de estabelecer prioridades para a
alocação de orçamentos de C&T e, de forma eficaz, revisar e coordenar as políticas
de C&T e pr ogramas de P &D. O Conselho Nacional de C iência e T ecnologia, cujo
encarregado é o presidente d o paí s, é c omposto pelos ministérios relacionados à
C&T e r epresentantes da co munidade d e C &T. H á t ambém u m se gundo ór gão d e
conselho, o C onselho P residencial de C iência e Tecnologia do q ual par ticipam
peritos científicos não-governamentais e líderes corporativos que representam várias
áreas de ci ência e
tecnologia q ue v êm se t ornando m ais relevante co m as
mudanças na política.
O Centro de Políticas de Inovação foi criado em 2004 como resultado de uma
grande reorganização de outro órgão e seu papel é apoiar as colocações e estudos
das políticas de inovação governamentais.
O M inistério do C omércio, I ndústria e Energia é r esponsável p or um g rande
número de at ividades e projetos de inovação cujas prioridades estão no ca mpo da
reestruturação da indústria de eletricidade.
Figura 3.57
Fonte: Annual Innovation Policy Trends Report – 2005
ANEXO 3
172
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.4.2.2. Políticas Públicas
• Desenvolvimentos na política de inovação: tendências recentes sobre a
performance
A C oréia do Sul é u m dos países desenvolvidos na r egião e q ue cr esce
rapidamente. S ensibilidade por causa da p otencial reunificação co m a Coréia do
Norte e o regime político influenciam consideravelmente a adoção e i mplementação
do modelo nacional de desenvolvimento.
A C oréia t em p ouca par ticipação d e i nvestimentos estrangeiros diretos,
resultado da regulação e n ão da relutância de companhias estrangeiras em investir
no p aís. E m termos de co ncorrência global o paí s está e m 1 8º l ugar ( índice m uito
ruim), sendo que o índice de desenvolvimento humano é ainda pior, ocupando a 28º
posição.
Um fator interessante sobre a C oréia é a s ua ênfase na política de i novação
conforme indicado pelos benchmarks: o país está em 6º globalmente no Technology
Index e e m 7 º no I nnovation S ub-index. É i mpressionante q ue a Coréia t enha um
número muito baixo de pesquisadores por milhão de pessoas, o que indica uma alta
produção científica de pesquisa.
De modo geral, o país fez um grande investimento nas políticas de inovação e
espera que isso o l eve ao des envolvimento rápido na pr óxima década permitindo-o
atingir al tas posições em t ermos de r iqueza. E a c
onsiderável at ividade
empreendedora é um bem a mais.
ANEXO 3
173
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.58
ANEXO 3
174
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
• Objetivos da política de inovação
Especialmente à c olaboração, ao networking e a os recursos humanos e m
ciência e tecnologia é dada alta prioridade pelo governo. A interface entre ciência e
indústria permanece muito fraca na Coréia.
O g overno co reano b usca d ois principais caminhos políticos para l idar co m
este des afio: u ma política em l ongo pr azo no ca
mpo d e pr omoção d o
desenvolvimento do c onhecimento e i ntensas atividades científicas, e t ambém u m
esforço a m édio/curto pr azo par a fazer co m q ue o si stema ci entífico se ja mais
responsivo às mudanças demandadas.
O g overno t ambém apói a u niversidades e obj etiva m elhorar se u per fil e
performance gerais. Especial foco é dado à participação da mulher em atividades de
pesquisa e através do Programa WISE tornou-se necessário que institutos públicos
de pesquisa aumentem a pr oporção de mulheres cientistas e engenheiras em, pelo
menos, 25% do total de empregados.
• Ferramentas para a gerência das políticas de inovação
Na Co réia ex iste um bai xo ní vel de i novação d e cl uster e as sim o paí s
alcança um nível médio na cooperação público-privada. E ntretanto, as políticas de
governo estão f ocadas na pr omoção de par
cerias público-privadas entre
companhias multinacionais, pequenas e médias empresas e o setor público.
O paí s tem um pr ograma a mbicioso de ap oio à i nfra-estrutura d e ci ência e
tecnologia. P ara promover at ividades de P&D no se tor pr ivado o governo of ereceu
incentivos de impostos e medidas de apoio desde o início dos anos 70.
O Instituto Coreano para Avaliação e Planejamento de Ciência e Tecnologia –
KISTEP – é u m dos principais órgãos para a av aliação das políticas de ci ência e
tecnologia. Ele foi criado em fevereiro de 1999 e, com a Lei de Framework de C&T,
sua m issão e o bjetivos foram fortalecidos e ex pandidos e ele é r esponsável pel as
diretrizes e est ratégias de ci ência e
tecnologia, pr ognóstico de t
endências
tecnológicas e co ndução de pesquisas estatísticas nacionais de at ividades de
pesquisa e desenvolvimento. T ambém pa ra promover pol íticas de i novação e
tendências ele implementa políticas de avaliação e benchmarking.
ANEXO 3
175
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.4.2.3. Instrumentos e Ações
• Programas de inovação. Vision 2025: Visão em Longo Prazo do
Desenvolvimento de C&T
Os principais direcionamentos para o desenvolvimento de C&T estabelecidos
incluem:
 Mudar o si stema nacional de i novação: de g uiado pelo g overno par a
guiado pelo setor privado;
 Melhorar a eficiência de investimentos nacionais em C&T;
 Alinhar os sistemas de C&T aos padrões globais;
 Ir ao e ncontro dos desafios e aproveitar as oportunidades apresentadas
por novas tecnologias.
Em um es forço para co ncretizar a v isão até o a no de 2 025, o g overno
coreano lançou o 21st Century Frontier R&D Program e, a Lei de Framework de C&T
foi sa ncionada em 1999. C om bas e n esta l ei o governo f ormulou o Five-Year
Science and Technology Plan (Plano de C&T de cinco anos) e National Technology
Road Map (Mapa de estradas da tecnologia nacional).
• Primeiro Plano Principal de C&T de cinco anos
Este pl ano est abelece o framework para a gerência do d esenvolvimento
científico e t ecnológico incluindo m edidas par a açõ es em investimento em C&T,
aumento da consciência pública sobre C&T, desenvolvimento de r ecursos humanos
em C&T, promoção da comercialização e transferência de tecnologia e, globalização
das atividades de C&T.
Este plano, que foi finalizado em dezembro de 2001, serve como um plano de
ação para alcançar o pr imeiro estágio da meta de d esenvolvimento estabelecida no
Vision 20 25 e su plementa o Five-year Plan for S&T Innovation. O pl ano busca
colocar a Coréia entre o ranking do Top 10 de potências de C&T até o ano de 2006.
Com este objetivo o plano segue as seguintes estratégias.
 Investir no des envolvimento d e C &T so b o pr incípio de “ seleção e
concentração”;
 Fazer o melhor uso da criatividade dos cientistas e engenheiros;
 Fazer o link do sistema doméstico de inovação ao sistema global;
 Aumentar o entendimento público sobre C&T e seus interesses;
ANEXO 3
176
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
 Uso eficiente dos recursos de Pesquisa & Desenvolvimento.
• Promoção da C&T Regional
A promoção da C&T regional é essencial para o desenvolvimento sustentável
da naçã o. O governo est abeleceu um Five-year Comprehensive Regional Science
and Technology Promotion Plan – Plano de Promoção de Compreensão Regional de
C&T em Cinco Anos – que consiste nos seis programas seguintes:
 Desenvolvimento de competências locais em tecnologias estratégicas;
 Criação de centros regionais para a inovação tecnológica;
 Desenvolvimento de recursos humanos locais de C&T;
 Estabelecimento de sistemas regionais de informações de C&T;
 Criação de uma cultura que conduza à inovação em C&T;
 Aumento dos investimentos em P&D por parte dos governos locais.
• 21st Century Frontier R&D Program
O 21st Century Frontier R&D Program foi lançado em 1999 para desenvolver
a competitividade científica e tecnológica em novas áreas emergentes e o governo
planejou i nvestir u m total de U S$3.5 bilhões em u m período de dez an os neste
programa que compreende 23 projetos – cada diretor de projeto tem autonomia total
de administração - em novas áreas de fronteira como a biociência, a nanotecnologia
e a tecnologia espacial sendo que 23 projetos já haviam sido lançados até setembro
de 2003.
Em 2002 um Plano de Promoção e Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia
Nacional (2002-2006) foi adotado juntamente com uma versão revisada do m esmo
para o período de 2003 até 2007.
O governo coreano também estabeleceu o objetivo de duplicar o investimento
nacional em P &D durante o per íodo de 200 1-2007. Também é i mportante a o
governo facilitar a transição para uma sociedade baseada no conhecimento.
Outros programas: Creative Research Initiative (CRI), National Research
Laboratory
(NRL),
Biotechnology
Development
Program,
Nanotechnology
Development Program, Space and Aeronautics Program.
ANEXO 3
177
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
• Projetos
Figura 3.59
• Marcos regulatórios
Há apr oximadamente 90 l eis para C &T e pr omoção d a t ecnologia. A s leis
principais são:
1. A l ei n acional d a P romoção da ci ência e da t ecnologia ( lei N o. 1864,
1967). E sta é a l ei bá sica par a promover si stematicamente a ci ência e a
tecnologia no ní vel nacional. As provisões importantes desta lei incluem o
estabelecimento das políticas e as plantas para a ciência e a t ecnologia e
o mecanismo total da sustentação para projetos e agências relacionados.
2. A lei industrial da Promoção do desenvolvimento da tecnologia (lei No.
2399.1972). E sta l ei f ornece i ncentivos financeiros e de i mposto par a
incentivar o desenvolvimento da tecnologia de empresas confidenciais.
3. A P romoção da engenharia pr esta se rviços de m anutenção à l ei ( lei
No. 2474, 1973). Esta lei aponta promover a indústria da engenharia, que
contribui a o d esenvolvimento d e i ndústrias de manufatura e ex pede a
comercialização de resultados de P&D.
ANEXO 3
178
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
4. A P romoção d a l ei ci entífica bási ca d a pes quisa ( lei N o. 4196 , 1 989)
Esta l ei fornece u ma bas e l egal para a s ustentação financeira par a a
pesquisa científica básica em institutos e universidades.
5. A lei da energia atômica (lei No. 483, 1959). Esta lei foi decretada para
promover o uso ca lmo da ener gia at ômica. I nclui t ambém as medidas a
respeito da segurança de desastre público da radiação.
6. A l ei especial n a i novação da ci ência e d a t ecnologia. Esta l ei está
sendo escrita e acelera a inovação na ciência e na tecnologia.
ANEXO 3
179
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.60
ANEXO 3
180
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.4.2.4. Papel dos PCTs
Na C oréia, as
Cidades da C iência foram co nstruídas em c inco ár eas
provinciais para promover P&D, instrução e atividades da pesquisa industrial. Cada
cidade foi c onstruída de modo a a proximar as indústrias e as instituições de um a
instrução mais elevada da região.
A primeira cidade da ciência foi a de Taedok, terminada em dezembro 1973.
Foi co nstruída para se rvir co mo o e
nlace e ntre i nstitutos de p
esquisa e
universidades e i ndústrias. A pós vinte anos desd e su a c onstrução, a ci dade age
como u m centro d e C&T. A tualmente, a ci dade da ci ência d e Taedok acomoda 5 2
organizações: 5 ag ências de governo, incluindo o M useu Nacional da C iência e 17
agências de governo, 6 institutos de governo na área de investimentos, 21 institutos
de pesquisa confidenciais, e 3 instituições educacionais, incluindo KAIST.
A construção de outras quatro cidades de ciência (em Pusan, em Taegu, em
Chunju, e em Kangleung) foi realizada pelos governos locais. As plantas básicas de
complexos industriais locais foram terminadas entre 1990 e 1991, sob a sustentação
do governo central.
ANEXO 3
181
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.4.2.5. Referências
Choi, Y. Technology Roadmap in Korea. In Korea Session 5: Foresight Activities in
Asian Countries Stepi - Korea
Chung, H. H. Document of the World Bank Lessons from the Korean Venture
Industry Development - Short Term Consultant [email protected]
Report No. 2034 6-KO - Republic of Korea Transition to a Knowledge- ased
Economy - East Asia and P acific Region - June 29, 2000 - Document of the World
Bank
Kim, J -H. Government Innovation in Korea: Focusing on Common Innovation
Subject - ScienceKyung H eeUniversity, S eoul, K orea. C ommittee on G overnment
Innovation M anagement. M inistry of G overnment A dministration a nd H ome A ffairs
KOREA Sep – 2005.
OECD 2005 Economic Survey of Korea, 2005. POLICY BRIEF.October 2005
Report Korea as a Knowledge Economy Evolutionary Process and Lessons
Learned 2006 The I nternational B ank for eco nstruction and D evelopment / The
World Bank
Report: INNOVATION POLICIES IN SOUTH KOREA & TAIWAN – VINNOVA
ANALY SISVA 2005 : 03 SÖREN ERIKSSON JÖNKÖPING INTERNATIONAL BUSI
NESS SCHOOL
Sunga, T.K, Gibsonb, D. V. Kangc, B.S. Characteristics of technology transfer in
business ventures: the case of Daejeon, Korea. Technological F orecasting &
Social Change 70 (2003) 449–466 accepted 11 September 2002
Yim, D, S. Korea’s National Innovation System and the Science and Technology
Policy. S cience and T echnology P olicy I nstitute ( STEPI) S eoul, K orea
ANEXO 3
182
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.4.3. Índia
3.4.3.1. Contexto
A Í ndia é u m paí s de eco nomia d ual, i sto é, p ossui p ólos competitivos
emergentes no su l, mas problemas massivos nas outras regiões com uma g rande
parte da população vivendo abaixo da linha da pobreza. Seus maiores desafios são
a pr omoção do
desenvolvimento b alanceado em s uas regiões e t ambém a
eliminação da pobreza. O paí s possui d uas características relevantes para a
competitividade g lobal: su a enor me po pulação e o r ápido cr escimento, n a úl tima
década, de al gumas regiões do p aís. A pós uma primeira onda de i nvestimentos
baseados em baixo custo, o país está enfatizando o desenvolvimento da pesquisa e
do ca pital h umano. O paí s simboliza um d esafio p ara a co operação n as indústrias
high-tech e uma ameaça competitiva para a Europa.
Apesar d e a i novação apar ecer co mo co mponente c have nas pol íticas e
planos da Índia, não existe nenhuma Política de Inovação propriamente dita no país.
A pol ítica do g overno est á co ntida n o se tor de C iência e Tecnologia do D écimo
Plano Q üinqüenal (2002-2007). A o se dar c onta da i mportância d a i novação c omo
condutora d e cr escimento, o g overno i ndiano cr iou, e m m arço d e 200 0 at ravés do
Departamento de C iência e
Technology), a F
Tecnologia ( DST – Department of Science and
undação N acional de Inovação ( NIF - National Innovation
Foundation) para coordenar e implementar políticas relacionadas com inovação.
A ev olução da performance econômica na Í ndia se deu d esde as reformas
econômicas dos anos 90, com o crescimento do Produto Interno Bruto superando os
6% nesse período e o índice de pobreza reduzido em 10%. A superpopulação ainda
é u m g rande pr oblema par a o paí s, v isto q ue e m t orno d e ¼ d a pop ulação v ive
abaixo da linha da pobreza. Enquanto a economia do país é dominada pelo setor de
serviços, o q ual continua mantendo uma média da taxa de crescimento de 8, 8%, a
agricultura ainda é o maior setor de empregos do país.
Apesar de existir um grande número de pessoal altamente treinado na Índia,
sua densidade de engenheiros e cientistas pesquisadores é uma das mais baixas da
região. A taxa do número de pesquisadores por 1000 pessoas é abaixo de 0,8. Isso
pode ser atribuído pela baixa demanda para inovação pelas empresas privadas e a
carência de incentivos, especialmente financeiros, para os pesquisadores.
ANEXO 3
183
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
O paí s tem uma l onga t radição em políticas de C &T, apesar de só
recentemente s erem bem s ucedidas. A e strutura so cial e su a hi stória co lonial
criaram u ma d upla s ociedade, on de u ma peq uena fração t eve ac esso à b oa
educação. Na última década, principalmente através da combinação da liberação da
economia e o es forço par a apr imorar a performance inovativa, pode -se observar o
crescimento guiado pela inovação em casos seletos, dos quais o mais espetacular é
o milagre do sul nos arredores de Bangalore, onde a indústria da TI e mídia formam
um cluster desafiador para a indústria de TI e a mão-de-obra de software da Europa
e dos Estados Unidos.
3.4.3.2. Políticas Públicas
A Índia, apesar de sua pobreza e do início tardio de sua inserção na nova economia
do conhecimento, tem a vantagem de um arranjo institucional mais maduro, quando
comparado com outros países da região, devido à tradição britânica. Na Figura 3.61,
apresenta-se o atual arranjo governamental indiano para o sistema de C&T&I: (1)
ANEXO 3
184
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.61 - Framework Institucional Indiano em C&T
1
DBT – Department of Biotechnology (Departamento de Biotecnologia).
2
DSIR – Department of Scientific and Industrial Research (Departamento de
Pesquisa Científica e Industrial).
3
DST – Department of Science and Technology (Departamento de C iência e
Tecnologia).
4
MOST - Ministry of Science and Technology (Ministério de Ciência e Tecnologia).
5
NIF – National Innovation Foundation (Fundação Nacional de Inovação).
6
SERC – The Science and Engineering Research Council (Conselho d e P esquisa
em Ciência e Engenharia).
7
TIFAC – Technology Information, Forecasting & Assessment Council (Conselho de
Planejamento e Avaliação em Tecnologia da Informação).
ANEXO 3
185
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
A Í ndia p ossui u ma co missão d e pl anejamento q ue traça pl anos de
desenvolvimento para todas as instâncias do governo de cinco em cinco anos. 2007
é o ano d e i nício do planejamento p ara o Décimo Primeiro Plano ( 2008-2012) e ,
consequentemente, o último ano do Décimo Plano Qüinqüenal (2002-2007). (2)
Segundo a co missão de pl anejamento i ndiana, a t arefa do Décimo Plano
Qüinqüenal é fazer uma reavaliação da estratégia de desenvolvimento traçada para
o país (que era pautada em um comportamento paternalista, controlador e cheio de
restrições) e t ambém da est rutura i nstitucional q ue g uia e ste pr ocesso d e
desenvolvimento. D evido ao r ápido r itmo d a g lobalização, à cr escente co mpetição
entre as nações e à crescente necessidade de proteção de propriedade intelectual, a
importância do fortalecimento da b ase de c onhecimento é u ma questão crucial que
necessita ser reconhecida no Décimo Plano Qüinqüenal do país. (2)
Neste se ntido, co mo foco des te P lano n o se tor de C , T & I, ci tam-se:
fortalecimento da área de P&D orientada para a g eração de tecnologia; estímulo ao
desenvolvimento d e r ecursos humanos, especialmente e m termos de enc orajar
novos cientistas; aplicação d e P &D p ara pr evisão, pr evenção e m itigação d e
desastres naturais; integração do desenvolvimento de C&T com todas as atividades
de esfera naci onal; pr oteção ambiental; geração de em prego para a ár ea de C&T;
ênfase no desenvolvimento de tecnologias inovadoras. (2)
Além dos pl anos qüinqüenais de des envolvimento, os
principais planos,
programas e políticas do governo indiano são:

Technology Vision 2020: (1)
É um programa de iniciativa do Conselho de Planejamento e Avaliação em
Tecnologia da I nformação ( TIFAC – Technology Information, Forecasting
& Assessment Council) que visa subsidiar diretrizes e uma forte base para
a estruturação de uma política de investimento e desenvolvimento em C&T
em ní vel dos
estados indianos e t ambém e m ní vel naci onal. E ste
programa j á envolveu di retamente mais de 500 p essoas e, i ndiretamente
mais de 5 000 experts da i ndústria, do g overno, d e i nstituições de P &D e
das universidades. D ezessete setores foram i dentificados dentro de t rês
grandes categorias: Tecnologias com implicações sócio-econômicas, Infraestrutura, Tecnologias avançadas;
ANEXO 3
186
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação

Science and Technology Policy 2003: (3)
Tem como objetivo principal a i ntegração direta entre os interesses da
sociedade e o ca mpo de C&T. É a aposta do governo indiano em uma
política m ais dinâmica e flexível no â mbito d a C &T q ue p ode se r
prontamente adaptável às rápidas mudanças no ce nário g lobalizado,
reiterando o comprometimento do país em uma participação vigorosa e
igualitária co mo
player
global. T rata da esp
ecificação da
implementação d e e stratégias que p ossibilitem a i dentificação d e
planos, programas e projetos específicos, com clareza de definição de
tarefas, estimativas de recursos necessários e tempo alvo. Alguns dos
elementos-chave da estratégia de implementação desta política são:
1- Investimentos e governo de C&T;
2- Utilização otimizada da infra-estrutura e competências já existentes;
3- Fortalecimento da infra-estrutura para C&T nas universidades;
4- Novos mecanismos de investimento para pesquisa básica;
5- Desenvolvimento de recursos humanos;
6- Desenvolvimento, transferência e compartilhamento de tecnologia;
7- Promoção de inovação;
8- P&D científica e industrial;
9- Recursos locais e Conhecimento tradicional;
10- Tecnologias de mitigação e gerenciamento dos desastres naturais;
11- Geração e gerenciamento de propriedade intelectual;
12- Compartilhamento com a sociedade dos resultados de C&T;
13- Cooperação internacional em C&T;
14- Medidas fiscais;
15- Monitoramento;
16- A nova visão.
ANEXO 3
187
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação

Home Grown Technology Programme (HGT Programme): (3)
A i ndústria i ndiana t rabalhava so b o r egime de u
ma economia
protecionista e, p ara que ho uvesse a adequação n o n ovo am biente de
negócios, i nicialmente houve a i ntervenção do g overno e das instituições
de P &D. Co m is so, su gerido pel a co missão de pl anejamento do paí s no
ano de 1993, o C onselho de P lanejamento e Avaliação em Tecnologia da
Informação - TIFAC deu i nício ao pr ograma HGT, dando sustentação aos
projetos industriais em P &D. E ste pr ograma é o m aior m ecanismo d o
TIFAC p ara o su porte da co mercialização de t ecnologias desenvolvidas
por P &D d entro d a Í ndia, pr omovendo a ca
pacitação
para o
desenvolvimento de novos produtos e pr ocessos. O programa H GT é
catalisador de esforços de P&D no país e promotor de integração entre as
instituições de P&D e a indústria.

Science & Technology Entrepreneurship Park (STEP) Programme:
(4)
O P rograma P arques Empreendedores de C &T ( STEP - Science &
Technology Entrepreneurs Park Programme) t eve i nício co m o i ntuito de
reorientar o em preendedorismo e i novação nas
áreas de ed ucação,
capacitação, pesquisa, finanças, gestão e governo. Os parques científicos,
e i niciativas similares, aj udam a cr iar u ma at mosfera p ara: i novação e
empreendedorismo; i nteração a tiva ent re uni versidades e i ndústrias;
compartilhamento de ex periências, i déias, co nhecimento e
facilidades
para o dese nvolvimento de n ovas tecnologias e a r ápida t ransferência
para o usuário final; crescimento da cultura de transdisciplinaridade entre
estudantes, professores, pesquisadores e gestores.
Dentre os principais objetivos do programa, citam-se:
1) Promover a co laboração e ntre universidades, i nstituições de
P&D e a indústria;
2) Promover iniciativas empreendedoras e inovadoras em C&T;
3) Prover su porte para peq uenas indústrias principalmente
através de interação com instituições de pesquisa; e
4) Promover empresas baseadas em inovação.
ANEXO 3
188
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.4.3.3. Instrumentos e Ações
 Information Technology Act, 2000: (5)
Em j unho do a no d e 200 0 f oi pr omulgado o A to d e T ecnologia da
Informação q ue de terminava o r
econhecimento l egal do c
omércio
eletrônico, envolvendo o uso de al ternativas para f acilitar a t ransação de
documentos eletrônicos, o ar mazenamento de i nformação, métodos de
comunicação entre as agências do Governo. Foi adotado o m odelo de l ei
de comércio i nternacional d a C omissão das N ações Unidas. A resolução
recomenda, en tre out ras coisas, q ue t odos os estados indianos sigam o
modelo d e l ei ao r evisarem su as próprias leis para q ue oco rra um a
uniformização de aplicação da mesma, com o intuito de promover serviços
de di stribuição e ficientes do g overno at ravés de r egistros eletrônicos
confiáveis.
 Science & Technology Entrepreneurship Development (STEP)
Project: (4)
O C omitê N acional d e D esenvolvimento de C &T e E mpreendedorismo
(NSTEDB - National Science & Technology Entrepreneurship Development
Board), cr iado em 1 982 pelo g overno da Í ndia so b os cu idados do
Departamento de C &T, é u m mecanismo i nstitucional par a aj udar n a
promoção de empresas intensivas em conhecimento e tecnologia. Uma de
suas
iniciativas
éoP
rojeto de D
esenvolvimento de
C &T e
empreendedorismo ( STED – Science & Technology Entrepreneurship
Development Project) que tem como objetivos:
1) Identificar possí veis recursos nas ár eas ( urbana e r ural) d e co bertura
do projeto;
2) Organizar programas de di vulgação das e mpresas e d e ca pacitação
para o desenvolvimento de ambiente empreendedor adequado ao local
de aplicação do projeto;
3) Identificar potencialidades de oportunidades empreendedoras em C&T;
ANEXO 3
189
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
4) Aprimorar o
desempenho d e e mpresas
baseadas
em C &T,
modernizando-as através de upgrade tecnológico; e
5) Abertura de n o m ínimo 200 micro-empresas de t ecnologia e m á reas
específicas previamente identificadas.
STED é um
pr ojeto co m q uatro a nos de dur ação e de s
uporte
financeiro, se ndo q ue a c ontinuidade do projeto depende de sua pr ópria
performance
que é
avaliada e m
onitorada
quantitativamente e
qualitativamente por um comitê consultivo de experts.
 Entrepreneurship Development Cell (EDC): (4)
Entrepreneurship Development Cell (EDC) scheme teve i nício para
desenvolver um mecanismo institucional para se criar cultura empreendedora
nas instituições acadêmicas de C&T e estimular o empreendedorismo na área
de C&T para geração de emprego. Os objetivos deste programa são:
1) Atuar co mo mecanismo i nstitucional pa ra pr over se rviços
informação com o intuito de alavancar empreendedores em C&T;
de
2) Criar cu ltura em preendedora nas instituições e pr omover os objetivos
do Comitê Nacional de Desenvolvimento de C&T e Empreendedorismo
(NSTEDB - National Science & Technology Entrepreneurship
Development Board), i ncluindo programas r elacionados a m inorias
sociais;
3) Estimular a i ntegração ent re i ncubadoras, indústrias, i nstituições de
P&D e or ganizações engajadas na promoção d e peq uenas e m édias
empresas, i ncluindo Organizações Não-Governamentais (ONGs) e
outras voluntárias;
4) Promover o d esenvolvimento de e mpresas de bas e tecnológica e
oportunidades de emprego; e
5) Responder efetivamente aos desafios emergentes e às oportunidades,
em nível nacional e internacional, relacionados às médias, pequenas e
micro empresas.
ANEXO 3
190
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
 Technology
Innovation
Management
and
Entrepreneurship
Information Service (TIME): (5)
O S erviço de G estão, E mpreendedorismo e I nformação e m I novação
Tecnológica ( TIME) é um
pr ojeto d e pa rceria ent re o N STEDB, o
Departamento de Ciência e Tecnologia, o Governo da Índia e a Federação
de I ndústria e C omércio da Í ndia ( Federation of Indian Chambers of
Commerce and Industry-FICCI) e at ua c omo ferramenta i nterativa e
modelo on-line facilitadores para os empreendedores. Tem como objetivo
auxiliar o s empreendedores a e ncontrarem o pções de tecnologias,
projetos, fundos e informações sobre o ambiente das políticas, planos de
incentivos, m ercados pot enciais e i nfra-estrutura d os governos dos
estados e do país.
3.4.3.4. Papel dos PCTs
 Technology Business Incubators (TBI): (4)
A nece ssidade de i nstrumentos como as
Incubadoras de B ase
Tecnológica ( Technology Business Incubators - TBI) sã o ca da ve z m ais
reconhecidas mundialmente c omo co ndutoras de novas empresas de
base t ecnológica e base adas no co nhecimento, al ém de i ncrementar
substancialmente a t axa de so brevivência dest as (de 3 0% par a mais de
70%). U ma c aracterística ess encial das TBIs é q ue a e mpresa fica
incubada num espaço entre 2 e 3 anos, sendo que as principais áreas de
atividade sã o:
Biotecnologia; N
Tecnologia de I
nformação e C
anotecnologia; A
gricultura;
omunicação ( TIC);
Tecnologia de
confecção/vestuário; serviços.
Segundo o g overno i ndiano, as TBIs têm co mo objetivo: -facilitar n a
agilidade de co mercialização dos resultados das pesquisas; -contribuir
para a so brevivência e cr escimento de
novas empresas, al ém d e
pequenas e m édias empresas já ex istentes na r egião;
-criar v alor
agregado aos serviços; facilitar a t ransferência de t ecnologia; -promover
espírito empreendedor.
ANEXO 3
191
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
 Software Technology Parks of India (STPI): (6)
No ano de 19 95, em Chennai, começaram as operações dos P arques
Tecnológicos de Software com 10 empresas, sendo que ao final de 2003
já ex istiam em torno de 86 6 e mpresas. N os primeiros três anos, o foco
inicial do S TPI era n ortear e d ar su porte par a as pequenas, m édias e
grandes empresas de dese nvolvimento de software. A pós a fase i nicial,
STPI passo u t ambém a dar su porte a i nstitutos e or ganizações como o
Software Quality Insitute (SQI), abr angendo também atividades da
indústria de f ibra ót ica e de estações de sa télites na T erra, al ém de
promover a interação entre indústrias e universidades.
ANEXO 3
192
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.4.3.5. Referências
(1) T SIPOURA, L ena. Z YGOURA, A nna. P ATSATZIS, Vasilis. Annual Innovation
Policy Trends Report for Japan, China, Taiwan, Singapore, India, Malaysia,
Thailand, Indonesia. European Trend Chart on Innovation. European Union: 2005.
(2) INDIA. Planning Commission. Disponível em < http:\\planningcomission.nic.
in/plans/planrel/ fiveyr/welcome. Html>. Acessado em: 02 mar 2007.
(3) IN DIA. National Science & Technology Information System. Disponível em
<http:\\ www.nstmis-dst.org>. Acessado em 02 mar 2007.
(4) IN DIA. National Science and Technology Entrepreneurship Development
Board. Disponível em <http:\\ www.nstedb.com>. Acessado em 05 mar 2007.
(5) INDIA. Technology Innovation Management and Entrepreneurship
Information Service. Disponível em < http:\\ www. techno-preneur.net>. A cessado
em 05 mar 2007.
(6) I NDIA. Software Technology Parks of India. Disponível e m < http:\\ www.
chennai.stpi.in>. Acessado em 05 mar 2007.
(7) TRIPATHI, M anorama. Transforming India intoa Knowledge Economy
through Information Communication Technologies – Current D evelopments.
Elsevier. New Delhi: 2006.
ANEXO 3
193
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.4.3.6. Informações Complementares
Tabela 15 - Selected key organisations within the National Innovation Systems
Fonte: TSIPOURA, Lena. ZYGOURA, Anna. PATSATZIS (1)
Figura 3.62
Fonte: INDIA. Planning Commission. (2)
ANEXO 3
194
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Tabela 16
Fonte: TRIPATHI, Manorama. (7)
Tabela 17
Fonte: TRIPATHI, Manorama. (7)
ANEXO 3
195
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.63 - Central Scientific Department Progress of Plan Expenditure
Fonte: Planning Commission. (2)
ANEXO 3
196
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.4.4. Japão
3.4.4.1. Contexto
Desde as décadas de 19 20 e 1 930, o J apão p ossui u m programa d e
desenvolvimento industrial nas áreas de indústria pesada, química, têxtil e de aço e,
em termos de maquinário, o paí s se t ornou auto-suficiente. T oda essa bas e
contribuiu p ara o d esenvolvimento das indústrias de a poio militar, o q ue nesse
mesmo per íodo f oi o di ferencial par a o cr escimento r ápido d as exportações. E sse
cenário, aliado ao c onstante cr escimento da pr odutividade, permitiu a o Ja pão
acumular u ma v aliosa ex periência r elativa ao cr
escimento econômico e ao
desenvolvimento tecnológico, os quais foram importantes forças promotoras de um
rápido crescimento do país pós-guerra. (1)
Assim, p olíticas públicas industriais do p ós-guerra, co mo por e xemplo, os
subsídios do g overno, der am v ida a u m g rande número d e i ndústrias (elétricas,
eletrônicas, de fundição de alumínio, automobilísticas, etc.) e t ambém a um enorme
número de grandes corporações (Toyota, Toshiba, NEC, Nissan). (1)
Durante 15 anos desde 1 955, o J apão cr esceu a nualmente a u ma t axa de
10,3%, m ais do q ue o dobr o d a m édia an ual de cr escimento ( 4,4%) dos outros
países da O rganização par a a C ooperação e o D
esenvolvimento E conômico
(OECD) no mesmo período. Mesmo durante a segunda metade da década de 1970,
quando o ambiente da economia mundial foi seriamente afetado pela segunda crise
do p etróleo, o J apão continuou como a maior eco nomia i ndustrial em cr escimento.
(1)
Todavia, a partir da década de 1990, o modelo japonês começou a apresentar
desempenho dec adente, o q ue acarretou a nece ssidade de mudanças estruturais
em su as instituições, si stemas e pr áticas nos campos da ed ucação, pesq uisa,
ciência e tecnologia e inovação (C&T&I). (2)
Dentre as causas desse problema, citam-se deficiências na contabilidade do
sistema financeiro local e a pr opensão das famílias japonesas à poupança ao invés
do co nsumo. A pesar de esse
s fatores t erem p ouca c onexão co m C &T&I,
investimentos nessas áreas e a c onseqüente ut ilização e fetiva de se us benefícios
ANEXO 3
197
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
são f atores-chave par a co locar a eco nomia j aponesa no r umo do cr escimento de
longo prazo, na chamada Nova Economia baseada no Conhecimento. (6)
Em busca da revitalização de sua economia, o Japão vem se articulando para
a promoção contínua dos sistemas de ciência, tecnologia e inovação (C&T&I). Neste
contexto, o M inistério da E conomia, Comércio e I ndústria do Japão, no doc umento
‘New Economic Growth Strategy’, de 2006, apresenta d entre as estratégias para o
crescimento d a ec onomia d o p aís, o fortalecimento d as iniciativas para i novação
dentro do p aís e, t ambém, do J
apão co m se us países vizinhos da Á sia,
caracterizando dois círculos virtuosos focados em inovação (Ver Figura 3.64):
Figura 3.64 - Dois Círculos virtuosos focados em inovação.
Fonte: Ministério da E conomia, C omércio e I ndústria J aponês. New Economic Growth Strategy.
Japão: 2006. (7)
3.4.4.2. Políticas Públicas
Na Figura 3.65, apr esenta-se o at ual arranjo g overnamental j aponês para o
sistema de C&T&I, no qual se identifica uma forte tendência de descentralização da
nova reestruturação institucional do Governo Japonês na área de C&T:
ANEXO 3
198
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.65 - Framework Institucional Japonês em C&T
1
AIST – National Institute of Advanced Industrial S&T (Instituto Nacional de Ciência e
Tecnologia Industrial Avançada).
2
JSPS – Japan S ociety f or t he P romotion o f S cience (Sociedade Ja ponesa par a a
Promoção da Ciência).
3
JST – Japan S cience a nd Technology A gency ( Agência Ja ponesa de C iência e
Tecnologia).
4
METI - Ministry of Economy, Trade and Industry (Ministério da Economia, Comércio
e Indústria).
5
MEXT – Ministry of Education, Culture, Sports, Science and Technology (Ministério
da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia).
6
NEDO – New E nergy and I
ndustrial T echnology Development O rganisation
(Organização de Desenvolvimento e Novas Energias).
7
NISTEP – National Institute of Science and Technology Policy (Instituto Nacional de
Políticas de Ciência e Tecnologia).
8
RIKEN - Institute of Physical and C hemical R esearch ( Instituto de P esquisa e m
Física e Química).
9
SCJ – Science Council of Japan (Conselho Científico do Japão).
No co ntexto da n ova eco nomia d o co nhecimento, l istam-se os programas,
planos e políticas do governo japonês:
ANEXO 3
199
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
 Plano Básico de C&T (1996-2000): (5)
Com a apr ovação da Lei B ásica de C &T pelo par lamento j aponês, e m
1995, o pl ano b ásico f oi formado e nfatizando o a umento do or çamento
destinado p ara a ár ea de C &T ( investimento do g overno su perior a 17
trilhões de Y en em P&D) e i niciando a pr eparação dos sistemas par a a
promoção de alianças entre indústria-universidade-governo;
 Programa ‘Centres of Excellence for the 21st
Century’ (CEO
Programme): (2)
Foi i ntroduzido n o a no de 2001 co m o obj etivo pr incipal de dar suporte
financeiro par a pesq uisas das 30 u niversidades nacionais, pú blicas e
privadas, se lecionadas como mais co mpetitivas. D entre as principais
atividades do pr ograma, l istam-se: aco mpanhamento de c andidatos a
pesquisadores PhD; apoio e p articipação de jovens pesquisadores assim
como de pesq uisadores post-doctoral; c olaboração en tre uni versidades;
fornecimento de esp aço e
equipamento nece ssários para pesq uisa;
estabelecimento de l aboratórios de p esquisa i nternacionais; c ontratação
de pesquisadores.
 Segundo Plano Básico de C&T (2001-2005): (5)
Dando co ntinuidade ao pl ano bási co antecedente, u m dos
principais
objetivos deste pl ano foi promover C &T em ca da r egião ge ográfica do
Japão através de estratégias de desenvolvimento de clusters locais, tendo
as universidades como ator crítico desse processo (ajudando a construir a
infra-estrutura i nicial necessária, es tabelecendo as p arcerias entre as
autoridades l ocais e as
organizações de su porte e enc orajando o
desenvolvimento de incubadoras) para maximizar o p otencial nacional. O
investimento do g overno japonês em P&D superou os 21 trilhões de yen,
com foco em quatro campos prioritários (ciências humanas, informação e
telecomunicação, meio ambiente, nanotecnologia e materiais).
 Programa Estratégico de Propriedade Intelectual: (2)
Teve i nício no an o d e 20 03 e v isa asse gurar hon orários de p atentes e
estabelecer escritório de bens intelectuais;
ANEXO 3
200
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
 Terceiro Plano Básico de C&T (2006-2010): (2)
Além d e dar co ntinuidade às idéias básicas e ao foco n os campos
prioritários do S egundo P lano, os pr incipais objetivos e pr ogramas do
Terceiro Plano Básico de C &T são: a m anutenção dos diversos sistemas
de f undos de pesq uisas de ac ordo c om o estágio de evolução d e P &D;
construção de um sistema progressivo e sustentável de colaboração entre
indústria-universidade-governo; pr omoção da
ut ilização d e nov as
tecnologias no setor público; promoção de atividades empreendedoras em
P&D e Venture Capital; promoção de P&D pelas empresas privadas.
3.4.4.3. Instrumentos e Ações
Desde o i nicio do s éculo X XI, v árias ações foram i mplementadas pel o
governo japonês:
 Reforma uni versitária ce ntrada nas mudanças legais da est rutura de
governança das
U niversidades
Nacionais, r eorganizando-as
em
Corporações, t ornando-se or ganizações f lexíveis, i ndependentes e
autônomas para desenvolverem suas próprias características individuais e
vitalizarem as pesquisas, trabalhando em coordenação com a indústria e o
governo;
 Promoção de um si stema d e C &T p ara a i
novação at ravés da
colaboração entre indústria-universidade-governo;
 Implementação do ’ Knowledge Cluster Iniciative ‘ (ver Figura 4) para a
formação de cl usters regionais com investimentos de fundos de pesquisa
focados para o dese nvolvimento de network entre i ndústria, g overno e
universidades para alavancar novas tecnologias resultantes de pesquisas;
 Promoção de estratégias de propriedade intelectual;
 Estabelecimento de si stemas de i novação adequados ao pr óprio paí s
(não si mplesmente r eplicando os de outros países, u ma v ez que h á
diferenças na estrutura e operação);
 Promoção de C&T regional.
Listam-se, abaixo, leis japonesas que norteiam a área de C&T&I: (5)
ANEXO 3
201
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
 Lei Básica de C&T (1995): tinha como objetivo transformar o Japão em
uma nação avançada em C&T;
 Lei de promoção de Transferência de Tecnologia das universidades
para indústrias (1998): estabelecendo-se O rganizações Licenciamento
de Tecnologia (TLO – Technology Licensing Organisations);
 Lei de medidas especiais para a revitalização industrial (1999):
pesquisa comissionada pelo governo e t ransferida para a implementação
de agências (versão japonesa do Bayh-Dole);
 Lei Básica de Propriedade Intelectual (2002): estabelecimento de um
plano p ara a pr oteção de propriedade i ntelectual co m foco n as
universidades, or ganizações públicas de pesquisa, se tor i ndustrial e
pesquisadores. E xiste t ambém
a pr oposta d e p articipação na
padronização i nternacional de m edidas para o si stema d e pr opriedade
intelectual.
As universidades e institutos de pesquisa também implementaram ações em
prol da inovação, conformeTabela 18.
Tabela 18 - Ações em prol da inovação
ANO
Instituições
2001
University of Tokyo
Research Center for
Advanced Science and
Technology
Osaka University, Graduate
School of Engineering
Research, Frontier
Research Center
Kyoto University Graduate
School of Medicine,
Horizontal Medical
Research Organization
2001
2002
2002
2003
2003
National Institute of
Advanced Industrial
Science and Technology,
Venture Development
Strategy Research Center
Tohoku University
Biomedical Engineering
Research Organization
Hokkaido University
Creative Research Initiative
ANEXO 3
Ações/Estratégias
Criação de laboratórios e organizações off-campus e
promoção de políticas para o compartilhamento dos
resultados das pesquisas com a sociedade em geral e
sua capacitação.
Criação do ‘Frontier Research Base Vision’ para se
construir uma base de pesquisa com o intuito de, num
contexto global, atrair atenção para os sistemas de
pesquisa e seus resultados.
Estabelecimento de organização de pesquisa voltado
para a pesquisa médica, laboratórios abertos com
jovens equipes, um centro de suporte para pesquisa e
mecanismos para compartilhamento dos resultados das
pesquisas.
Preparação de um ambiente aberto de pesquisa e de
um sistema suporte para o início de negócios baseados
em tecnologias embrionárias.
Criação de engenharia biomédica através do
estreitamento entre as tecnologias da engenharia com a
saúde e as ciências humanas.
Desenvolvimento de um modelo base de aliança entre
governo-indústria-universidade para a revitalização
202
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Instituições
ANO
2003
2004
“Sousei”
National Institute for
Materials Science,
International Center for
Young Scientists
Waseda University
Consolidated Research
Institute for Advanced
Science and Medical Care
2004
Keio University Research
Institute for Digital Media
and Content
2004
Kyushu University User
Science Institute
2005
Tokyo Women’s Medical
University
2005
Tokyo Institute of
Technology
2005
University of Tokyo

Ações/Estratégias
econômica e regional guiada pela ciência e tecnologia.
Introdução de remuneração e sistemas de recursos
humanos estritamente baseados em resultados e, um
sistema de pesquisa utilizando-se o inglês como
primeira língua.
Estabelecimento de facilitadores entre a participação de
pesquisadores dos campos das ciências natural,
humana e social com os das ciências médicas, dentro e
fora das universidades, a fim de capacitar novos
pesquisadores e identificar novos potenciais de
comercialização e industrialização.
Construção de uma organização de conteúdo digital e
atração de interatividade e criatividade internacionais
com a fusão das ciências sociais, humanas,
engenharias e medicina.
Construção de uma base de pesquisa e
desenvolvimento (P&D) pioneira para o novo campo do
”usuário da ciência”, combinando tecnologia e sentidos.
Formação de uma base de P&D e de desenvolvimento
de recursos humanos, combinando a medicina
tradicional com as várias especialidades para se
estabelecer um sistema de saúde integrado.
Construção de uma base que efetivamente implemente
pesquisas para se resolverem problemas, tomando-se
como partida a concepção de uma sociedade ideal e
suas soluções.
Construção de uma base altamente competitiva
internacionalmente sobre sustentabilidade através de
parcerias entre diversos institutos mediadas pela
Universidade de Tokyo.
Fonte: Traduzido de White Paper on Science and Technology –
Challenges for Building a Future Society. Ministry of Education,
Culture, Sports, Science and Technology. Japão: 2006.
3.4.4.4. Papel dos PCTs
Com r elação ao p apel dos PCTs, co mo j á citado no i tem anterior, o J apão
adotou a est ratégia de implementação do c hamado ’ Knowledge Cluster Iniciative ‘
(ver Figura 3.66) para a formação de clusters regionais com investimentos de fundos
de pesquisa focados para o des envolvimento de network entre indústria, governo e
universidades.
ANEXO 3
203
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.66 - Mapa dos Knowledge Clusters

Fonte: White Paper on Science and Technology – Challenges for
Building a Future Society. Ministry of Education, Culture, Sports,
Science and Technology. Japão: 2006.
Neste m esmo co ntexto, as recentes transformações nas políticas nacionais
japonesas de C &T&I, q ue est ão se ndo delineadas desde a promulgação da Lei
Básica de C &T, em 1995, enfatizam o co nceito do m odelo “Triple-Helix” (E tzkowitz
and Ley desdorff, 19 97 a pud K itagawa, 20 05) q ue r etrata o link entre i ndústriauniversidade-governo. Tal m odelo pode t er uma m ulti-escala de a plicação e m
espaços de inovação. Como exemplo, o Fukuoka Silicon Sea-Belt Project (ver Figura
3.67), um projeto de i niciativa j aponesa co m o o
bjetivo de pr
omover o
compartilhamento de P&D e o dese nvolvimento de network entre uni versidades,
institutos de pesquisa e organizações voltadas para a i novação entre o J apão e os
países do l este asi ático ( Coréia do Sul, Taiwan, S ingapura), r efletindo c omo u m
rápido desenvolvimento tecnológico de colaboração trans-regional no leste asiático.
204
ANEXO 3
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.67 - Fukuoka Silicon Sea-Belt
Fonte: KITAGAWA, Fumi. Regionalising the Governance of Science and Innovation: Triple Helix
and New Innovation Systems in East Asia. Robert Shuman Centre for Advanced Studies, European
University Institute: 2005. (5)
São considerados três níveis de interação no modelo “Triple-Helix”: (3)
1 - Atores (nível micro):

Pesquisadores das universidades tornam-se empreendedores de suas
próprias tecnologias;

Empreendedores trabalhando nos laboratórios de universidades ou em
escritórios de transferência de tecnologia;
 Pesquisadores trabalhando em empresas privadas.

2 - Instituições (nível médio):
 Agentes ‘híbridos’ de i novação, c omo p or ex emplo, as universidades
‘top’ e m des envolvimento d e al ta t ecnologia e em ajustes de sociedades
de venture capital;
 As interfaces de inovação entre pesquisa e business;
 Os ‘coordenadores de i novação’ r esponsáveis pelo g erenciamento e
coordenação das várias fases da at ividade de i novação. Ex: A gências
regionais de transferência de tecnologia.
3 - Políticas e Instrumentos (nível macro):
 Instrumentos tradicionais de política de C&T, como as leis de direitos de
propriedade e autonomia das universidades;
 Instrumentos de Mercado.
ANEXO 3
205
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.4.4.5. Referências
(1) CORORATON, Ca esar. Technological Innovations in Japan and S&T
Experiences in the Philippines. PIDS - Philippine I nstitute f or D evelopment
Studies. Makati City. Philippines: 2001.
(2) T SIPOURA, L ena. Z YGOURA, A nna. P ATSATZIS, Vasilis. Annual Innovation
Policy Trends Report for Japan, China, Taiwan, Singapore, India, Malaysia,
Thailand, Indonesia. European Trend Chart on Innovation. European Union: 2005.
(3) KITAGAWA, Fumi. Regionalising the Governance of Science and Innovation:
Triple H elix and N ew Innovation Systems in E ast A sia. R obert S human C entre f or
Advanced Studies, European University Institute: 2005.
(5) White Paper on Science and Technology – Challenges for Building a Future
Society. Ministry of E ducation, C ulture, S ports, S cience an d T echnology. Ja pão:
2006.
(6) STENBERG, L ennart. Government Research and Innovation Policies in
Japan. Swedish R esearch C ouncil and Swedish I nstitute for G rowth P olicy S tudies
(ITPS). Embassy of Sweden, Tokyo: 2004.
(7) JAPÃO. Ministério da Economia, Comércio e Indústria Japonês. New Economic
Growth Strategy. Japão: 2006.
(8) OECD. Economic Policy Reforms: Going for Growth. Paris: OECD, 2007.
ANEXO 3
206
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.4.4.6. Informações Complementares
Figura 3.68
Fonte: OECD. Economic Policy Reforms: Going for Growth. Paris: OECD, 2007.
ANEXO 3
207
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Tabela 19 - Selected key organisations within the National Innovation Systems
Fonte: TSIPOURA, Lena. Z YGOURA, An na. PATSATZIS, Va silis. Annual I nnovation Policy
Trends R eport f or J apan, C hina, T aiwan, S ingapore, I ndia, Ma laysia, Thailand, I ndonesia.
European Trend Chart on Innovation. European Union: 2005.
Tabela 20 - Ratio of successful innovation by district
Fonte: TSIPOURA, Lena. Z YGOURA, An na. PATSATZIS, Va silis. Annual I nnovation Policy
Trends R eport f or J apan, C hina, T aiwan, S ingapore, I ndia, Ma laysia, T hailand, I ndonesia.
European Trend Chart on Innovation. European Union: 2005.
ANEXO 3
208
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.4.5. Malásia
3.4.5.1. Contexto
Previamente um a eco nomia co nhecida co mo a
maior ex portadora d e
borracha e estanho, ela foi transformada em uma economia baseada na manufatura
em menos de duas décadas por meio do envolvimento ativo do governo.
O governo malasiano – fator chave do sistema de inovação nacional do país –
age co mo o pr incipal cr iador de p olíticas dando forma e dirigindo a ev olução
tecnológica e a adoção de atividades de inovação no país.
O M inistério e C iência, Tecnologia e M eio-ambiente ( MOSTE) co manda a
formulação de p olíticas científicas e t ecnológicas bem co mo a pesq
uisa e
desenvolvimento do s etor pr ivado c ujo c hefe é o Secretário-Geral. Sua m issão é
promover a co mpetência ci entífico-tecnológica enq uanto assegura a co nservação
ambiental e o desenvolvimento sustentável e sua esfera inclui:
 Pesquisa e d esenvolvimento, d esenvolvimento humano e m ci ência e
tecnologia,
 Transferência d e t ecnologia e desenvolvimento de i nfra-estrutura d e
pesquisa e desenvolvimento.
Embora o g overno seja mais como uma força-guia, oferecendo incentivos às
áreas que se jam co nsideradas importantes, as iniciativas por el e ado tadas para
atrair pessoal qualificado para trabalhar no país ainda não obtiveram muito sucesso.
Os principais agentes do sistema de inovação são:
 Universidades e Organizações de Pesquisa. E mbora h aja i númeras
universidades com moderna infra-estrutura, o país tem escassez de mãode-obra altamente qualificada. Isto se reflete nas baixas taxas de inscrição
em ed ucação su perior. O utro pon to fraco é bai xo l ink ent re i ndústrias e
universidades embora a colaboração entre elas seja promovida através de
muitos programas e p lanos de pesquisa. I sto aco ntece d evido ao pouco
gasto público e também pela falta de interesse do setor privado local em
pesquisa e desenvolvimento.
A criação do Centro Universidade-Indústria (UNIC) no recém estabelecido
Kolej U niversiti T eknikal K ebangsaan M alaysia ( KUTKM) e o B ureau of
Innovation an d C onsultancy na U niversidade de Tecnologia d a Malásia
bem c omo a ex
ANEXO 3
istência de p
arques tecnológicos ou i ncubadoras
209
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
localizados perto de universidades como a Universidade de Tecnologia da
Malásia e a Universidade de Multimídia são algumas iniciativas indicando
a disposição das universidades em terem uma participação mais ativa no
sistema nacional de políticas.
O Institute of Strategic and Internacional Studies (ISIS) co nduz est udos
estratégicos independentes e pesquisa de m arketing q ue aj udam n a
formação destas políticas.
O Research Institute of Investment Analysts Malaysia (RIIAM) co nduz
estudos e pesq uisas di rigidas ao G rupo de C ompanhias KLSE e à
Indústria d e S ecurities Malasiana se ndo q ue estas at ividades aj udam a
enriquecer o banco de conhecimento da nação.
 O Setor de Negócios. Embora o setor de pequenas e médias empresas
seja um i mportante co mponente do si stema de i novação n acional da
Malásia, el e c onstitui 93.2% de todas as empresas de manufatura, m as
por o utro l ado ele t ambém co nstitui um obst áculo eis que é m uito
tradicional e tem um sério déficit em competência tecnológica.
A m aioria des tas empresas busca o mercado l ocal e a s ua pr odução é
baseada em mão-de-obra barata enquanto seu link com outros agentes do
sistema de inovação nacional é muito fraco.
A Small and Medium Industries Development Corporation (SMIDEC) q ue
opera su bordinada a o M inistério I nternacional d e C omércio e I ndústria
(MITI) é uma iniciativa governamental para dar assistência às pequenas e
médias empresas no seu desenvolvimento e competitividade por meio da
disponibilização de se rviços de consultoria, assistência fiscal e financeira,
dependências de i nfra-estrutura, acesso ao m ercado e outros programas
de apoio.
O i nvestimento es trangeiro di reto é si gnificativo em t ermos de produção
local, mas como não há uma séria atividade de envolvimento e pesquisa
não há di stribuição d a su a t ecnologia par a a i ndústria l ocal. S eus links
com firmas locais são m uito fracos e el es se l imitam a
abundância de r
ecursos naturais e a
explorar a
mão-de-obra bar ata par a a
montagem de co mponentes importados. Ainda o utro co mponente d o
sistema de inovação nacional m alasiana consiste em Organizações NãoGovernamentais que contribuem para o d esenvolvimento de pesquisa e
210
ANEXO 3
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
desenvolvimento n o paí s e e mbora e stas organizações p oderiam,
potencialmente, t er u m p apel i mportante no es boço e de finição d as
políticas de i novação; t odavia o se u pap el é, at é o m omento, em su a
maioria, restrito à promoção/defesa dos interesses de seus membros.
 Instituições Financeiras. N estas incluem-se os capitalistas de ve nture
que po deriam a fetar o processo d e i novação na M alásia. A tividades
governamentais de financiamento também suplementam estes esforços.
O sistema bancário da Malásia e as instituições financeiras industriais são
as maiores fontes institucionais de crédito para o setor industrial do país.
Tabela 21 - Selected key organisations within the National Innovation Systems
Country
Name of organisation (in English)
Government and legislative bodies
Malaysia
•
Ministry of Science, Technology and
Innovations
•
Malaysia Industry – Government Group
for High Technology
•
Malaysian Technology Development
Corporation
•
Malaysian Industrial Development
Authority (MIDA)
•
Small and Medium Industries
Development Corporation (SMIDEC)
•
Malaysian Science and technology
information Centre
•
Ministry of International Trade and
Industry
Private sector organisations and entrepreneurship promotion
Malaysia
•
Multimedia Super Corridor
•
Federation of Malaysian Manufacturers
(FMM)
•
Association of the Computer and
Multimedia Industry, Malaysia (PIKOM)
•
Technopreneurs
Association
of
Malaysia (TeAM)
Knowledge institutes (R&D and education bodies)
Malaysia
•
University Technology Malaysia
•
Multimedia University (MMU)
•
Technology Park Malaysia
Industrial research centres and innovation intermediaries
Financial system
Malaysia
•
Malaysia Venture Capital Management
Bhd (MAVCAP)
•
Malaysian
Industrial
Development
Finance Berhad (MIDF)
•
Bank Industry and Technology
Website (where available)
•
www.mosti.my
•
www.might.org.my/
•
www.mtdc.com.my/
•
www.mida.gov.my/
•
www.smidec.gov.my
•
www.mastic.gov.my
•
www.miti.gov.my
•
•
www.msc.com.my
www.fmm.org.my
•
www.pikom.org.my
•
http://team.net.my
•
•
•
www.utm.my
www.mmu.edu.my
www.tpm.com.my
•
www.midf.com.my
•
www.bankindustri.com.my/
Fonte: Annual Innovation Policy Trends Report - 2005
ANEXO 3
211
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação

Realização da política de inovação e estruturas de entrega
Na f alta de u m framework institucional or ientado à i novação c laramente
definido no país, órgãos de diferentes altos escalões e ministérios estão lidando com
a inovação.
Pode-se m encionar o N
ational C ouncil f or S cientific Research an d
Development ( NCSRD) q ue aco nselha o g overno e m t emas r elacionados à s
políticas de ci ência e t ecnologia cu jo papel pr incipal é aj udar a fortalecer a b ase
tecnológica naci onal pelo au mento de at ividades de p esquisa e dese nvolvimento,
promoção da ci ência e formulação de um co mpreensível pl ano de ação pa ra o
desenvolvimento tecnológico.
O N ational I nformation Technology C ouncil ( NITC) t em foco especialmente
nas áreas e q uestões relativas às tecnologias de i nformação e co municação. O
Projeto do S upercorredor de M ultimídia ( MSC) é um a cr iação deste co nselho e o
MSC Implementation Council toma decisões relativas a ele.
No âmbito ministerial, as principais políticas de tecnologia e inovação do país
foram implentadas primariamente pelo MOSTE, que foi renomeado como MOSTI e
se tornou responsável pela promoção da Agenda de Ciência e Tecnologia do país; e
de forma secundária, pelo MITI por meio de várias agências e divisões que operam
de forma subordinada a estes dois ministérios.
O MOSTI agora também é responsável pelo desenvolvimento de tecnologias
de informação e comunicação e de multimídia que antes era de responsabilidade do
Ministério da E nergia, C omunicação e M ultimídia; p ela co ordenação e l inks com o
setor privado para a promoção de alta tecnologia, anteriormente responsabilidade do
Escritório d o P rimeiro Mi nistro e ai nda, pel a adm inistração d e ve nture ca pital q ue
ficava a ca rgo do M inistério de C omércio e I ndústria Internacional. Ainda há out ras
adições a su a su bordinação co mo o M IMOS B hd, M ultimedia D evelopment
Corporation ( MDC), Malaysian T echnology Development C orporation S dn B hd
(MTDC) e o C
entre for I ntellectual P romotion a nd Technological A dvancement
(CIPTA).
ANEXO 3
212
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.69
Fonte: Annual Innovation Policy Trends Report - 2005
3.4.5.2. Políticas Públicas
• Desenvolvimentos na política de inovação: tendências recentes sobre a
performance de inovação
O índice de 160 pesquisadores por milhão de pessoas é muito baixo e mostra
uma esca ssez de m ão-de-obra especializada. N a v erdade, em r elação à
disponibilidade de cientistas e engenheiros o país fica em 60º lugar de acordo com o
Global Competitiveness Report. A maioria dos cientistas e tecnólogos que trabalham
no país tem s omente g raduações bási cas embora a proporção de g asto c om
educação seja alto quando se considera as matrículas em cursos superiores.
• Objetivos da política de inovação
Embora a necessidade de se estabelecer uma política nacional de i novação
seja reconhecida pelo governo, até agora, não há uma única Política de Inovação no
ANEXO 3
213
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
país. T odavia a i novação a parece como c omponente c have e m t odos os Planos e
Políticas malasianas.
• Ferramentas para a gerência das políticas de inovação
Na M alásia par cerias público-privadas foram f ormalmente i niciadas com a
criação do
Industrial A dvisory Council em 1 979 e
foram significativamente
fortalecidas em 1 991 co m a M alaysia I ncorporated P olicy q ue cr iou p ainéis
consultivos em ca da M inistério/Departamento/Escritório nas esf eras federal,
estadual e distrital.
O P ainel Consultivo serve como um mecanismo para que ambos os setores
discutam a i mplementação de p olíticas/programas/projetos g overnamentais que
envolvam o se
tor p rivado e r
euniões acontecem d uas vezes ao an o. O
impressionante cr escimento do p aís desde então t em si do am plamente at ribuído a
esta pol ítica, poi s ela deu opor tunidade p ara m aior ent endimento das estratégias,
políticas e procedimentos g overnamentais e, ai nda, per mitiu ao se tor pr ivado
participar na formulação de estratégias, políticas e procedimentos.
O benchmarking é limitado no país acontecendo sobre uma base ad-hoc e é
incluído nos relatórios e estudos de avaliação. A avaliação, por outro lado, acontece
regularmente, mas p ode se r ca racterizada pr incipalmente co mo u m pr ocesso
interno; ela acontece como uma revisão de políticas, estudos e pesquisas nacionais
e a m aioria delas é r ealizada pel as Agências governamentais de i mplementação
como MIDA, MIGHT, MASTIC.
3.4.5.3. Instrumentos e Ações
• Principais programas
Vision 2020 é a maior estratégia que demonstra o objetivo da Malásia de ser
tornar um país totalmente desenvolvido até o ano de 2020 e foca em nove desafios
estratégicos a se rem alcançados até l á. O se xto del es é o desa fio de est abelecer
uma s ociedade ci entífica e pr ogressiva, i novadora e co m ol har no f uturo, q ue se ja
não somente uma tecnologia de consumo, mas também um contribuidor à civilização
científica e tecnológica do futuro.
ANEXO 3
214
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Formulada e m 200 2, a i mplementação d a S egunda P olítica N acional de
Ciência e
Tecnologia ( DSTN2) d estina-se a ace
lerar o des
envolvimento d a
capacidade ci entífica e t ecnológica e da ca pacidade par a uma co mpetitividade
nacional abordando sete áreas de prioridade, são elas:
1. fortalecimento da capacidade e competência de pesquisa e tecnologia;
2. promover a comercialização dos outputs de pesquisa;
3. desenvolver capacidades e competências em recursos humanos;
4. pr omover um a cu ltura par a a ci ência, i novação e em preendedorismo
técnico;
5. fortalecimento do framework institucional e administração para ciência e
tecnologia além do monitoramento da sua política de implantação;
6. asse gurar a mpla di fusão e aplicação de t ecnologia com o objetivo de
atingir um nível de pe squisa e des envolvimento melhorado e voltado para
o mercado; e
7. co nstruir co mpetência par a a esp
ecialização em
i mportantes
tecnologias emergentes.
A i novação t ambém está pr esente nos I ndustrial M aster P lans do paí s cujo
programa para o período de 1996-2005 foca no desenvolvimento industrial baseado
em clusters.
Como complemento ao IMP2, o SMI Development Plan foi desenvolvido pelo
SMIDEC em 2002 e tem por obj etivo criar um a mbiente f avorável à co ndução de
políticas para a umentar a pr odutividade, a ca pacidade p ara a aq uisição d e
tecnologia e a competitividade global das pequenas e médias empresas locais.
Human Resource Development Programme in Science and Technology
lançado p elo M inistério da Ciência, T ecnologia e M eio-ambiente l ançou em 19 97
objetiva aum entar o cr ítico núm ero de ci entistas/pesquisadores no paí s, f ortalecer
ainda m ais a p esquisa e t ecnologia e m i nstituições de aprendizado su perior e
instituições públicas de pesq uisa e, t ambém, melhorar a co mpetitividade do país
através do desenvolvimento de recursos humanos inovadores e criativos.
Supercorredor de Multimídia – MSC. O MSC teve como modelo o V ale do
Silício na C alifórnia co m i nputs de di versos parques de ci ência m undiais. E mbora
mais de 700 empresas operem no MSC, sendo mais de 50 del as consideradas de
classe mundial, a literatura acadêmica publicada na MSC é restrita.
ANEXO 3
215
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
O M SC é um a z ona de 50 x 50 km ² que t em i nício nas Torres Gêmeas
Petronas no centro de K uala Lumpur até o nov o ae roporto de K uala Lumpur.
Ele
abriga diversos nichos administrativos, industriais e de desenvolvimento tecnológico.
Figura 3.70 - Implementation of the MSC Malaysia is divided into three phases from 1996-2020
O M SC é um
pr ojeto co m dur ação d e apr oximadamente 20 anos
vislumbrando q ue a Malásia at inja a l iderança n a E ra da I nformação. O pr ojeto
compreende 3 fases:
1ª – engloba atrair e mpresas de cl asse mundial par a q ue i nstalem s uas
operações no MSC, o lançamento de 7 modelos de aplicações incluindo o
governo eletrônico
e a t elemedicina, bem como o es tabelecimento de 2
cidades inteligentes, Putrajaya e Cyberjaya.
ANEXO 3
216
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.71 - MSC Malaysia 2a. Phase
2ª – se concentra em criar networks entre o MSC e outros nichos no país,
atraindo m ais companhias e a i mplementação de m ais operações de
modelo.
ANEXO 3
217
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.72 - Concept of the MSC Malaysia National Rollout
3ª – verificar a cu lminação da M alásia como u ma so ciedade baseada n o
conhecimento, um lar para um grande número de empresas de multimídia,
com cidades lincadas à superestrada global de informação.
A performance do MSC é m edida especialmente pela avaliação do status de
suas companhias que são as consideradas desenvolvedoras ou grandes usuárias de
produtos e serviços de m ultimídia/informação tecnológica. E stas empresas passam
por um pr ocesso se letivo e um a v ez apr ovadas receberão i ncentivos financeiros e
também nã o-financeiros que podem variar da i mportação livre de impostos e t axas
de multimídia para infra-estrutura física e de TI uma vez que localizadas no MSC.
ANEXO 3
218
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Foram criados até agora 18 mil empregos no MSC dos quais mais de 15 mil
foram pr eenchidos por trabalhadores do co nhecimento; estes são esp ecialmente
(87%) buscados dentro do próprio país.
3.4.5.4. Papel dos PCTs
Na M alásia nã o se e ncontra menção esp ecífica so bre PCTs mas existem
tecnópoles que dão suporte a implementação do MSC.
Tecnópole. N a cr iação de u ma tecnópole o r esultado b uscado é um espiral
sustentável de cr escimento econômico p ela cr iação de novos empreendimentos,
expansão dos antigos e a atração de outros fora da região. Fatores institucionais se
relacionam c om a g rande q uantidade d e e ntidades físicas, i nfra-estrutura e capital
humano que dão apoio ao desenvolvimento da tecnópole.
Estes fatores podem ter iniciativa governamental ou privada sendo o MSC de
iniciativa do governo.
O sucesso de uma tecnópole é determinado pelos seguintes elementos:
1. Universidades. Eis que elas complementam as atividades dos institutos
de pesq uisa e ao
mesmo t empo ag em co mo c atalisadoras de u m
networking i nformal para os
futuros empreendedores. E mbora haj a
inúmeras universidades e instituições de aprendizado superior localizadas
dentro do M SC, n em t odas desenvolvem pesq uisas agindo mais como
provedoras de trabalhadores.
2. Recursos Humanos Talentosos e Diversificados. MSC h á um a
lacuna de recursos humanos para preencher as demandas de tecnologia
da informação e comunicação, ICT, e das indústrias de multimídia. O salto
em direção à tecnologia futurística cria uma demanda por engenheiros de
hardware, de s
oftware, a nalistas de s istemas, pr ogramadores de
computador e p essoal de s uporte t écnico. O
mercado de t rabalho
malasiano t ambém r egistra esca ssez de em pregados nas categorias de
administração, profissional e técnica.
Na tentativa de aliviar o problema o governo tem facilitado o recrutamento
de trabalhadores estrangeiros em curto prazo e enco rajado trabalhadores
do co nhecimento malasianos que m oram fora a v oltar a o se u p aís.
ANEXO 3
Ele
219
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
também t em v ários fundos para o t reinamento e r etreinamento d e
trabalhadores para indústrias de ICT em todos os níveis de educação.
3. Infra-estrutura para serviços de apoio. O P rincipal pr ovedor de
serviços de apoi o no M SC é a C
orporação de D esenvolvimento de
Multimídia, de pr
overno e cr
opriedade do g
iada em
1996 par a
sistematicamente checar a i mplementação e o d esenvolvimento do MSC.
A co rporação t ambém funciona co mo "centro d e úni co" p ara e mpresas
que desejam obter o status na MSC.
4. Papel do governo. P rimariamente se u pa pel t em si do o do
estabelecimento de
políticas para o d esenvolvimento do M SC, su as
empresas e se us recursos necessários o q ue i nclui v ários planos de
incentivo tais como facilitação na instalação e op erações das companhias
do MSC. Tais políticas estão previstas na Carta de Garantias que consiste
em 10 normas de garantia do governo malasiano com o desenvolvimento
do M SC e das
necessidades das companhias do M SC; po dendo-se
deduzir cl aramente, que assi m c omo o utros parques científicos, o
desenvolvimento do MSC está principalmente nas mãos do governo.
5. Institutos Governamentais e Corporativos de Pesquisa. a f im de
promover o dese nvolvimento d o M SC foi cr iado o M IMOS – Instituto
Malasiano de S istemas Microeletrônicos - para ag ir co mo co nselheiro do
governo nas políticas e est ratégias relacionadas ao d esenvolvimento d e
tecnologia. O s grupos de pesq uisa do M IMOS t êm se u f oco na próxima
geração da i
nternet, g erenciamento d e i nformações
adaptáveis,
criptografia e peer to peer computing.
6. The venture capital community. A falta de ca pital é frequentemente
vista co mo u ma barreira à formação e cr escimento d e e mpresas de al ta
tecnologia especialmente diante do alto risco da natureza destes produtos
e dos
procedimentos dest as empresas, daí a r elutância das f ontes
tradicionais de ca pital e m i nvestir ness es empreendimentos e em v irtude
disso se r um a est ratégia co mum entre t ecnópoles o estabelecimento de
programas
assistenciais
de ca pital. N a
Malásia em bora haj a
encorajamento a est es tipos de programas a g rande fonte é ai nda o
governo.
ANEXO 3
220
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
7. Incubadoras de pequenos negócios. São montadas em convênio com
grandes universidades malasianas e tem instalações que são destinadas a
assistir os empreendedores fornecendo a e les um ambiente de apoi o tipicamente el es oferecem aluguel de escritórios abaixo do m ercado e
espaço para laboratório, além de r ecepção, fax e co piadora - no início de
seus negócios. S eu p ropósito é r eduzir os custos do i nício a fim de que
diminua a taxa de mortalidade destas novas firmas.
8. Desenvolvimento. O dese nvolvimento de infra-estrutura física e d e
informação é i mportante par a uma t ecnópole e o t ransporte t anto de
pessoas quanto d e pr odutos é m uito i mportante, t anto q ue o pr ojeto do
MSC pode se r v isto co mo o m aior es forço de des envolvimento i nfraestrutural da Malásia o que inclui a criação de nov as cidades e g randes
redes de sistemas de transportes tanto por terra, ar ou mar.
ANEXO 3
221
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.4.5.5. Referências
Annual Innovation Policy Trends Reports for Japan, China, Korea, Trhailand,
Indonesia. European Trend Chart on Innovation, 2005.
Evers, H-D Towards a Malaysian Knowledge Society1 University of Bonn Second
Draft 1 August 2001.
JEFFERSON, T. RESPONDING TO CITIZENS
“I AM CAPTIVATED MORE BY THE DREAMS OF THE FUTURE THAN BY THE
HISTORY OFTHE PAST” OECD 1998.
Madieha, I., Azmi, M. Novidades Jurídicas: Medidas Tecnológicas de Protección
em Malásia. E-Boletim do Autor. Octubre-Deciembre, 2004.
Ramasamy, B . C hakrabarty, A ., C heah, M . Malaysia’s leap into the future: an
evaluation of the multimedia super corridor. Technovation 24 ( 2004) 87 1–883
www.elsevier.com/locate/technovation
Relatório Como Exportar: Malásia. Coleção Estudos e Documentos de
Comércio Exterior. MRE - Brasilia 2002
Report STI - Knowledge-based Industries in Asia. OECD 2000.
Report The annual Asian Development Outlook provides a comprehensive
economic analysis of 43 economies in developing Asia and the Pacific. Asian
Development Bank 2006.
ANEXO 3
222
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.4.6. Singapura
3.4.6.1. Contexto
A economia de S ingapura é um a das mais competitivas do mundo. Ela ficou
colocada co mo a s egunda ec onomia m ais competitiva do m undo pelo World
Competitiveness Yearbook (IMD 200) e m t ermos de n egócios e i nfra-estrutura e
eficiência governamental.
Principais agentes do sistema de CT&I são:
 Governo. O papel do governo na organização de políticas de inovação é
fortemente estabelecido no paí s. O Economic Development Board (EDB)
criado em 1 961 é a a gência l íder que pl aneja e i mplementa est ratégias
para manter o país como um hub global para negócios e investimentos.
O M inistério de C omércio e I ndústria é o r esponsável pel a a tividade de
Ciência e T ecnologia – não há um
ministério esp ecífico par a C T&I.
Agências governamentais como a IDA, A *STAR e SINGAPURA S PRING
lideram os esforços para desenvolver ci ência, t ecnologia e i novação.
Como r egra g eral, a co ordenação de C &T n a es fera p ública é feita pel a
A*STAR - Agency for Science, Technology and Research. Esta agência é
responsável pel a f ormulação e i mplementação das políticas referentes à
inovação.
 Universidades e institutos de pesquisa. A U niversidade T ecnológica
de Nanyang e o Singapore Science Park são atores fundamentais para o
desenvolvimento de
C&T. O
Singapore Science Park foi cr iado p or
iniciativa governamental em 1980 para fornecer infra-estrutura necessária
a promover P&D na cidade e para que ele fosse mais efetivo sua direção
foi pr ivatizada em 19 90 e t em ag ora co mo su a pr oprietária e g estora a
Ascendas Pte Ltd.
A*STAR é um dos agentes mais importantes nas atividades de p esquisa
em Singapura e estabeleceu um grande número de institutos de pesquisa
de p onta. Tais pesquisas, t odas e m i ndústrias de al ta t ecnologia e
algumas com ambiciosos approaches de interdisciplinariedade.
 Intermediários. São eles o Intellectual Property Office (IPOS) criado em
2002 para fornecer a infra-estrutura, plataforma e ambiente para a criação,
proteção e exploração de PI e também a SINGAPURA SPRING, criada em
223
ANEXO 3
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
abril de 2002 co m a m issão de el evar a pr odutividade e aumenta a
competitividade e o crescimento econômico de Singapura.
 Negócios e financiamento. A s atividades iniciais de pesq uisa de
Singapura foram a fetadas pela pr esença de g
randes companhias
multinacionais que operavam no paí s. T ecnologias eram transferidas
destas companhias para em presas e e mpresas locais. A ec onomia é
dominada por su bsidiárias de g randes multinacionais, ag indo co mo hubs
para uma a mpla r egião, mas t ambém es tá r apidamente desenvolvendo
um nexo local de SMEs.
Tabela 22 - Selected key organisations within the National Innovation Systems
Country
Name of organisation (in English)
Government and legislative bodies
Website (where available)
Singapore
www.sedb.com/
www.mti.gov.sg/
www.spring.gov.sg/
www.ipos.gov.sg/
Economic Development Board (EDB)
Ministry of Trade and Industry (MTI)
SPRING
IPOS
Private sector organisations and entrepreneurship promotion
Knowledge institutes (R&D and education bodies)
Singapore
Nanyang Technological University
Industrial research centres and innovation intermediaries
Singapore
Singapore Science Park
Financial system
Singapore
Fonte: Annual Innovation Policy Trends Report - 2005
www.ntu.edu.sg/
www.sciencepark.com.sg/
• Realização das políticas de inovação e estruturas de entrega
A i mplementação de política de i novação é al tamente c entralizada e est á a
cargo do E conomic Development Board (EDB). Na falta de um ministério exclusivo
da ci ência o ór gão governamental r esponsável pel as atividades de ci ência e
tecnologia é o Ministério de Comércio e Indústria.
A A gência par a C iência, T ecnologia e P esquisa t ambém é r esponsável pel a
formulação e i
mplementação
das
políticas
de i novação em
S ingapura
compreendendo o C onselho d e P esquisa B iomédica ( BMRC), o C onselho de
Pesquisa d e E ngenharia e C iência ( SERC), a di
visão de
Administração e
Planejamento Corporativo (CPAD), a A cademia de G raduação, A*STAR (A*GA) e o
ANEXO 3
224
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
ETPL. A mbos BMRC e S ERC pr omovem, a póiam e su pervisionam o s etor p úblico
de atividades de pesquisas de R&D em Singapura.
• Agência para Ciência, Tecnologia e Pesquisa (A*STAR)
A A gência par a C iência, T ecnologia e P esquisa ( A*STAR) f oi cr iada co m a
missão pr imária de
elevar o ní vel da ciênci a e da t
ecnologia em S ingapura.
Estabelecida em 1991 no l ugar d o N ational S cience and T echnology B oard el a
implementou d ois planos de 5 an os: o N ational T echnology P lan ( S$ 2 bi lhões de
1991 a 199 5) e o N ational S cience & T echnology P lan ( S$ 4 bi lhões de 19 96 a
2000). A A*STAR é a agência líder na implementação com o Plano 2005 de National
Science & Technology com um orçamento de S$ 7 bilhões de 2001-2005.
Para co nstruir um a economia b aseada n o co nhecimento ( KBE), S ingapura
deve i nvestir na cr iação, pr opriedade e ex ploração ( COE) do ca pital i ntelectual. A
A*STAR pr omove e enc oraja ex celente pesq uisa em ci ência, e ngenharia e
biomédica e c uida de talentos para ajudar a S ingapura a avançar a t ransição para
uma KBE.
• Foco Principal da A*STAR
A missão da A*STAR é abrigar pesquisa científica de classe mundial e capital
humano para uma Singapura baseada em conhecimento vibrante.
A*STAR r epresenta os
cientistas de pesquisa e a g
eração futura de
aspirantes a ci entistas da at ualidade q ue se at revem a co mpetir co m o m elhor do
mundo p elos limites da ci ência m oderna. Ju ntamente co m ci entistas que i rão
construir o ca pital i ntelectual e as habilidades científicas. Que i rão i mpulsionar a
competitividade econômica de Singapura.
A*STAR mapeia o curso da Ciência e da Tecnologia de Singapura. Ela inclui
o B iomedical Re search Co uncil ( BMRC), o S cience an d E ngineering R esearch
Council (SERC), Exploit Technologies Pte Ltd (ETPL), a A*STAR Graduate Academy
(A*GA) e a Corporate Planning and Administration Division (CPAD).
ANEXO 3
225
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.73 - Biomedical Research Council
Fonte: www.a-star.edu.sg
Figura 3.74 - Science and Engineering Research Council
Fonte:www.a-star.edu.sg
• Estrutura organizacional
2. A ag ência eng loba o B iomedical R esearch C ouncil ( BMRC), o S cience a nd
Engineering R esearch C ouncil ( SERC), a A*STAR G raduate A cademy ( A*GA), o
commercialisation ar m, E xploit T echnologies P te Ltd ( ETPL), Policy and P ersonnel
Division (P&P) e a Corporate Planning and Administration Division (CPAD).
ANEXO 3
226
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3. Ambos BMRC e SER C p romovem, apóiam e O VERSEE/FISCALIZAM o s etor
público de atividades de pesquisa em pesquisa e tecnologia em Singapura. A A*GA
dá a poio a o pr incipal f undo d e des envolvimento d e ca pital h umano d a A *STAR
através da pr omoção de b olsas de es tudos de ci ências e o utros programas e
iniciativas de dese nvolvimento d os trabalhadores. ETPL g erencia a P ropriedade
Intelectual criada pelos institutos de pesquisa e facilita a transferência de tecnologia
dos institutos de pesquisa par a as i ndústrias. P &P e C PAD dã o ap oio a os dois
Conselhos de P esquisa, A *GA e
Recursos
ETPL, r ealizando as
Humanos, P lanejamento da
funções de F inanças,
P olítica C orporativa, C omunicações
Corporativas, Legais, Tecnologia da Informação e Auditoria.
Figura 3.75
Fonte: www.mti.gov.sg
ANEXO 3
227
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.4.6.2. Políticas Públicas
• Desenvolvimentos na política de inovação
Sendo um hub para todas as grandes multinacionais de alta tecnologia, não é
surpresa q ue 60% de su as exportações sejam c onstituídas de mercadoria de al ta
tecnologia. Seu indicador competitividade global a posiciona em sexto lugar e i sto a
qualifica e m al ta posição embora, se ja i mportante mencionar i sto v enha ca indo
recentemente.
Em termos tecnológicos a s ua performance
não é t ão b oa q uando
comparada a benchmarks internacionais, ocu pando a 1 2ª e a 15ª
posi ção no
Tecnology Index e no Innovation Sub-index, respectivamente.
O g overno apar enta e star ci ente d esta fraqueza e i nveste pesadamente na
política tecnológica; um a boa
performance empreendedora e a
propensão ao
empreendedorismo, c ombinada co m es tes i nvestimento p ode ajudar o paí s a
melhorar ainda mais e diversificar suas bases produtivas.
• Objetivos da política de inovação
A i novação se t ornou um
foco em S ingapura e o pr
incipal objetivo é
transformá-la de uma “ cidade e ficiente” em um a “ nação d e i novação”, na q ual o
efeito das pol íticas de i novação não se ja l imitado e a c ultura de inovação p ermeie
toda a economia e a sociedade.
O g overno co ntinua a apoi ar a ci ência e t ecnologia e pol íticas amigáveis ao
empreendedorismo p ara al cançar maior cr escimento e d esenvolvimento da
economia a longo prazo e para isso estabeleceu um número de prioridades a serem
alcançadas até o ano de 2018, são elas:
 Globalização d a eco nomia onde S ingapura dev erá est ar e nvolvida n a
network global com links em todas as maiores economias do mundo;
 Promoção da criatividade e do empreendedorismo;
 Diversificação da economia onde o crescimento seja proporcionado por
dois grandes motores: manufatura e serviços.
ANEXO 3
228
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Em 20
03 a S
ingapura i
nvestiu 2,
15% do se
uP
IB em
C&T di stribuídos: 3 6% em pesq uisa apl icada, 17% e m pesq uisa bási ca e 47%
em desenvolvimento experimental. Do total de investimentos em C&T 58% foram
destinados a engenharia e t ecnologia, 14% para ciências naturais (excluindo as
ciências biológicas), 15% em bi omédicas, 1 % em ag ricultura e 13 % nas outras
áreas.
• Ferramentas para a gerência das políticas de inovação
Embora as colaborações público-privadas sejam i ntensas, S ingapura t em
bons links de inovação como resultado da presença dominante de multinacionais.
O benchmarking também é importante para o país uma vez que o g overno e
os órgãos responsáveis pela C &T r ealizam anual mente pesquisas estudos
comparativos com ou tros países. O aprendizado t ransnacional é o r esultado de
dedicados esforços para r eceber i nformação e se f oca pr incipalmente e m co ntatos
com o R eino U nido cooperando co m agências governamentais, uni versidades e
consultores privados. A valiações são bas tante des envolvidas e ex ercitadas em
todas as etapas pelas principais agências.
3.4.6.3. Instrumentos e Ações
• Principais programas
Propriedade
intelectual
para
internacionalização.
Este pr ograma da
International Enterprise of Singapore’s (IE Singapore) objetiva outputs de valores de
propriedade i ntelectual de m ais de $1 00 milhões, ben eficiando pel o m enos 500
companhias durante três anos por meio de treinamento, consultoria e i niciativas de
pesquisa. Os principais componentes do programa são:
1. Estratégia. Valendo-se da expertise de consultores, o portfólio de uma
empresa d e pr opriedade i ntelectual se rá au ditada e
avaliada p ara
determinar o v alor es tratégico de s eus planos de i nternacionalização e
seus resultados serão usados para desenvolver a gerência de propriedade
intelectual da companhia a longo prazo.
ANEXO 3
229
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
2. Pesquisa.
IE
SINGAPURE apoi ará pesq uisas
de m ercados
relacionadas à propriedade intelectual pelas indústrias ou comunidades de
negócios que se jam úteis aos seus membros quando estes formularem
estratégias de propriedade intelectual.
3. Treinamento. I
ES
INGAPURE t
rabalhará co
m
fornecedores
qualificados de t reinamento par a desenvolver programas customizados
para ajudar empresas a adquirirem melhor entendimento e est ratégias de
aplicação p ara su as propriedades intelectuais. E t ambém i rá co laborar
com associações de co mércio, câ maras de co mércio e i nstitutos de
treinamento par a or ganizar workshops e seminários de pr opriedade
intelectual para o mercado e à indústria.
4. Recursos. I E SINGAPURE t rabalhará c onjuntamente co m p arceiros
como o IPOS e a Academia de PI para tornar disponíveis recursos on-line.
Programa de ação para o empreendedorismo. Foi cr iada e m março de
2003 para abrigar um ambiente empreendedor, facilitar o networking entre firmas e
melhor o ace sso a f inanciamento. A lgumas ações tem si do f ormuladas para
promover e aj udar diferentes áreas de empreendedorismo como: Finanças, Cultura,
Propriedade Intectual e Internacionalização e Formação para Executivos Globais.
O foco é patrocinar a formação e crescimento de empreendimentos – através
de network de v aliosas relações e r ecursos – para cr iar u m h ost para
empreendimentos dinâmicos e inovadores em Singapura.
Trabalhos com nossos parceiros para cr iar um a mbiente pr ó-negócios que
encoraje a f ormação e crescimento de empreendimentos e f acilitar o crescimento
das indústrias.
Auxílio par a melhorar a pr odutividade e i novação e ca pacidades dos
empreendimentos e aum entamos o ace sso a m ercados e o portunidades de
negócios.
• Ações estratégicas
Ação estratégica 1: Promover um Ambiente Pró-negócio. Me lhorar u m
ambiente de negócios tornando-o pr opício para a f ormação, competitividade e
crescimento de empreendimentos.
ANEXO 3
230
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Trabalho com nossos parceiros para fortalecer a infra-estrutura dos negócios,
revisar regras e regulamentos, e f acilitar m elhor ace sso d e f inanciamento e o utros
recursos como local e mão-de-obra para os empreendimentos.
Ação estratégica 2: Patrocínio do Desenvolvimento Industrial. Criação de
approach integrado para melhorar a vitalidade e competitividade da nossa indústria.
Trabalho co njuntamente co m nossos p arceiros para apl icar i niciativas que
apóiem o upgrading de indústrias e sustente robusto crescimento nestes setores.
Ação estratégica 3: Aumento das Capacidades dos Empreendimentos.
Impulsionar um upg rade ca pacidades/habilidades dos empreendimentos. I dentificar
e facilitar as ca pacidades/habilidades e competência em br anding – uso de
propaganda, desi gn, marca -, ex celência d e se rviço, g erência de t ecnologia, mãode-obra e excelência organizacional. F ornecer assistência pr ópria ao aceleramento
do d esenvolvimento e cr escimento de empreendimentos por meio de ne twork de
relacionamentos e recursos.
Ação estratégica 4: Acesso ao Mercado e Oportunidades.Trabalho par a
ajudar os pr odutos e serviços dos empreendimentos a g anharem m elhor ace sso a
mercados reduzindo barreiras técnicas ao comércio, dando garantia de qualidade e
facilitando aos empreendimentos o e ntendimentos e u tilização dos FTAs – Free
Trade Agreements (Acordos de Livre Comércio).
Utilizar de net work de relacionamentos, tanto local quanto internacional, para
ligar empreendimentos a mais oportunidades de negócios.
3.4.6.4. Papel dos PCTs
Nas pesquisas realizadas não foi encontrado qualquer menção sobre o papel
dos PCTs nas polítcias de CT&I da Singapura. Construídos no Technology Corridor
o primeiro Science Park I construído em 1980, Science Park II em 1993 e o Science
Park III 2003. E stes parques têm u ma c oncentração d e co rporações baseadas no
conhecimento e agências de pesquisa.
ANEXO 3
231
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.76 - Technology Corridor
Fonte: www.sciencepark.com.sg
ANEXO 3
232
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.4.6.5. Referências
GOH, A . L . S . AN INNOVATION-DRIVEN ECONOMY THROUGH INDUSTRIAL POLICYMAKING: AN EVOLUTIONARY ANALYSIS OF SINGAPORE. The Innovation Journal: The
Public Sector I nnovation Jo urnal, V olume 10( 3), ar ticle 34. U niversity of London, U nited
Kingdom
Koh, F .C.C., K oh, W. T . H ., Tschang, F .T. An analytical framework for science
parks and technology districts with an application to Singapore. Journal o f
Business Venturing 20 (2005) 217–239
Kuruvilla, S. ILR Impact Brief – Sustainable Workforce Development: The Paths
of Singapore and India. Cornell University, [email protected]
Lesher, M ., M iroudot, S . Analysis Of The Economic Impact Of Investment
Provisions In Regional Trade Agreements. OECD T rade P olicy Working Paper
No. 36 Organisation for Economic Co-operation and Development 11-Jul-2006
Mani, S . Government, Innovation and Technology Policy, An International
Comparative Analysis. United N ations University/Institute for N ew T echnologies.
The Netherlands [email protected]
Report by the Government TRADE POLICY REVIEW SINGAPORE - WORLD TRADE
ORGANIZATION - Trade Policy R eview B ody
WT/TPR/G/13017 M ay 2 004
RESTRICTED
Ritchie, B . Foreign Direct Investment And Intellectual Capital Formation In
Southeast Asia - OECD D EVELOPMENT C ENTRE - Working P aper N o. 19 4
Research programme on: Global Interdependence and Income Distribution 2006
Tan, J., Gopinathan, S. Education Reform in Singapore: Towards
Greater Creativity and Innovation? Ministry of T rade & I ndustry (1986). The
Singapore Economy: New Directions. Singapore: Report of the Economic Committee.
Cornell University Year 2006
ANEXO 3
233
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
ANEXO 3
234
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.4.7. Taiwan
3.4.7.1. Contexto
Taiwan t em um si stema naci onal d e i novação q ue v em se des envolvendo
rapidamente e g anhando competitividade global. A indústria de ci rcuitos integrados
tem sido emblemática no processo atualização do país e o país se tornou o 4º maior
produtor de circuitos integrados e o 2º maior designer do mundo.
Há um a t radição de i ntervenção g overnamental e o si stema est á t entando
adotar uma política moderna de inovação.
As responsabilidades de pesquisa e des envolvimento de ci ência e tecnologia
e i novação est ão dividas entre v árias agências governamentais t ais o co mo o
Executive Yuan, o Council for Economic Planning and Development (CEPD), e o
recentemente criado, em 2002, Centre for Economic Deregulation and Innovation.
O National State Council do Executive Yuan é a m ais alta ag ência
responsável por promover o des envolvimento de ciência e tecnologia. Tal conselho
criou e su pervisiona um am plo net work de l aboratórios de pesquisa esp ecialmente
nas áreas de alta tecnologia.
Principais agentes do sistema de CT&I são:
 Universidades e organizações de pesquisa. As universidades do país
estão c onduzindo pr ogramas de p esquisa em u ma g rande v ariedade de
campos científicos focando em alta tecnologia. Entre outras universidades,
a U niversidade N acional de C hiao T ung i nclui o
Microeletronics and
Information Systems Research Centre, o Centre of Telecommunication
Research e o Brain Research Centre, entre outros.
Dentre as
universidades que fazem p esquisas intensivas estão a
Universidade de Tecnologia de K ung Shan e a U niversidade Nacional de
Taiwan.
Há também importantes institutos de pesquisa tais como:
- O In dustrial Technology Research Institute (ITRI), qu e é um a
organização de pesq uisa e des envolvimento sem fins lucrativos engajada
em pesquisa aplicada e se rviço técnico que serve como o ce ntro técnico
para a i ndústria e é t ambém um braço não-oficial das políticas industriais
de governo de Taiwan.
ANEXO 3
235
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
- O Institute for Information Industry (III), que também é uma organização
sem fins lucrativos sob o patrocínio do Ministério de Assuntos Econômicos
e o se tor pr ivado cu ja m issão é o dese nvolvimento e a pr omoção da
indústria de informação.
 Intermediários. O s i ntermediários no si stema de pesquisa e i novação
do p aís incluem os três principais Parques Industriais de C iência e m
Taiwan. O Hsinchu Science-based Industrial Park (HSIP) com re gistro
positivo de cr escimento, o Taiwan Science-based Industrial Park (TSIP)
que foi criado com a aprovação do Executive Yuan em fevereiro de 1995
como parte de um grande esforço par a melhorar a i ndústria no s udoeste
de Taiwan.
O Executive Yuan é o agente m ais importante no d esenvolvimento d e
sistemas de ci ência e t ecnologia em Taiwan. A lem del e, o Office of the
President é a ú nica a dministração em T aiwan q ue pode co mpartilhar o
poder de r ealização de pol íticas de ci ência e t ecnologia e el e é
independente d o Executive Yuan e r epresenta o c hefe su premo d o
governo.
O Intellectual Property Office (TIPO), antigo National Bureau of Standards,
do M inistério de Assuntos Econômicos tem co mo missão e ncorajar a
criação e i novação, pesquisa e dese nvolvimento e a t ransferência de
tecnologia a f im d e m anter a co mpetitividade g lobal das indústrias de
Taiwan.
Taiwan é bem-sucedida no ambiente de inovação de cluster, mas fica para
trás em linkages de i novação. E la t em um denso network de ce ntros de
pesquisa e tecnologia que promovem a infra-estrutura: no setor privado, a
maior e m ais influente associação de m anufaturadores é a T EEMA –
Taiwan Electrical and Electric Manufactures Association – cujos maiores
objetivos são prestar assistência ao governo no planejamento de políticas
de i ndústrias tecnológicas, co nduzirem p esquisas sobre t alentos de al ta
tecnologia disponíveis, servir como ponte de comunicação entre indústria
e o g overno, e e m p articular, ouv ir os desejos de pequenas e médias
empresas.
ANEXO 3
236
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
 Negócios e financiamento. O se tor de ne gócios é bast ante di nâmico,
composto or iginalmente p or i nvestimento e strangeiro e trabalho barato,
mas se adapta r apidamente, par te g raças à m icroeletrônica e de monstra
um g rande su cesso n o m ercado g lobal co m a cr iação de poucas, m as
muito bem-sucedidas multinacionais como a Acer e a BenQ.
Pequenas e médias empresas dominam o sistema de produção.
Esforços do g overno i ncluem m odelos de pol ítica de i novação par a
promover a so ciedade com base no conhecimento; entretanto a pesquisa
e o desenvolvimento são menores em Taiwan em comparação ao Japão e
à Coréia.
Tabela 23 - Selected key organisations within the National Innovation Systems
Country
Name of organisation (in English)
Website (where available)
Government and legislative bodies
Taiwan
The Executive Yuan
CEPD
Centre for economic deregulation and
Innovation
www.ey.gov.tw
www.cepd.gov.tw
www.cedi.cepd.gov.tw
Private sector organisations and entrepreneurship promotion
Knowledge institutes (R&D and education bodies)
Taiwan
ITRI
III
National Taiwan University
Kung Shan University of Technology
National Chiao Tung University
www.itri.org.tw
www.iii.org.tw
www.ntu.edu.tw
www.ksut.edu.tw
www.nctu.edu.tw
Industrial research centres and innovation intermediaries
Taiwan
HSIP
TSIP
Central Taiwan Science Park
TEEMA
Financial system
Taiwan
Fonte: Annual Innovation Policy Trends Report – 2005
http://www.sipa.gov.tw/en/sevices1.html
www.ststipa.gov.tw
www.teema.org.tw
• Realização da política de inovação e estruturas de entrega
O E xecutive Y uan é o
agente m ais importante n o desenvolvimento de
sistemas de ciência e tecnologia e também de inovações. Alem dele, o Office of the
President é a única a dministração em T aiwan que po de compartilhar o poder de
ANEXO 3
237
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
realização de p olíticas de ci ência e t ecnologia e el e é i ndependente d o Executive
Yuan.
O Council for Economic Planning and Development (CEPD) é responsável por
esboçar pl anos gerais par a o d esenvolvimento ec onômico nacional, av aliação d e
projetos e desenvolvimento, propostas e programas.
O Centre for Economic Deregulation and Innovation foi cr iado para expandir
ainda mais o t rabalho de l iberalização eco nômica, i nternacionalização e r eengenharia; e t ambém est á l igado a u m detalhado est udo do sistema nacional
regulador econômico e financeiro.
O National Science Council do Executive Yuan criado em 1959 é a m ais alta
agência governamental responsável pela promoção do desenvolvimento de ciência e
tecnologia.
Figura 3.77
Fonte: Annual Innovation Policy Trends Report – 2005
ANEXO 3
238
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.4.7.2. Políticas Públicas
• Desenvolvimentos na política de inovação
Tendências recentes sobre a performance. Taiwan é, assi m co mo a
Coréia, determinada pela sensibilidade política. Ela demonstra considerável sucesso
econômico o q ue a torna u m dos países m ais ricos da r egião. E ntretanto, a
performance econômica geral de T aiwan é melhor do que aq uela da C oréia, poi s
não é somente mais rica mas também tem uma colocação mais alta nos termos do
Global Competitiveness Rank e mais do q ue i sso, é 2ª e 3ª c olocada m undial n o
Innovation Sub-index e no Tecnology Index, respectivamente.
O fator de pr eocupação é q ue el a fica e m b aixa posi ção em t ermos de
empreendedorismo e i sto ex plica por que s eu r ecente su cesso s e ba seia m ais nos
poucos campeões nacionais de microeletrônica.
Objetivos da política de inovação. Em Taiwan a iniciativa governamental de
criar P arques Industriais baseados na Ciência e I
nstitutos de P
esquisa de
Tecnologia I ndustrial foi um fator cr ítico par a performance de i novação no paí s. A
indústria de semicondutores é m aior f orça do paí s eis que o cluster do Hsin-chu
Science Park está entre os melhores do mundo. Todavia, Taiwan não t em linkages
fortes entre u niversidades e i ndústrias o que ai nda é s eu ponto m ais fraco no
sistema de ciência e tecnologia.
Ferramentas para a gerência das políticas de inovação. As parcerias públicoprivadas constituem uma ênfase do governo com fortes incentivos às universidades
e ce ntros de pesquisa par a q ue foquem suas agendas par a a co mercialização. A o
mesmo t empo g randes investidores, em particular os grandes ag entes globais
emergentes como a A cer e a BenQ sã o co nsultados para o d esign de políticas de
inovação.
Taiwan usa i nstrumentos de be nchmark e tem expressado o d esejo d e se
tornar um membro da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
para se r ca paz de pa rticipar de se us exercícios, t odavia não po de se r ace ita p or
razões políticas.
Uma g rande c onferência i nternacional j á f oi or ganizada par a c ompartilhar
experiências com p aíses europeus e os E stados Unidos. N este c ontexto um
ANEXO 3
239
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
interesse particular foi ex presso na co operação co m I srael par a a pr omoção d e
venture capital.
Avaliações ex-ante são usadas para o financiamento de projetos e avaliações
ex-post são sistematicamente organizadas pelos grandes institutos de política e são
usados como feedback para n ovas políticas. O s grandes institutos de p esquisa
também são avaliados em termos institucionais.
3.4.7.3. Instrumentos e Ações
• Principais programas de CT&I
Taiwan não t em um m inistério es pecífico par a C T&I t em o
Center for
Economic Deregulation and Innovation – CEDI, subordinado ao Executive Yuan e
tem como missão: Servir como uma janela de ajuda para companhias estrangeiras
que dese jam investir e co mo p onte p ara a comunicação e ntre o governo e o se tor
privado. Coordena e i mplementa P lan to D evelop Knowledge-based E conomy in
Taiwan" a nd "Global Log istics Development P lan. É t ambém responsável pel o
planejamento do framework legal para o e-commerce e a co ntratação de operações
de governo para o setor privado.
• Plano Principal: Asia Pacific Regional Operations Center Plan (APROC Plan)
O A PROC P lan é des dobrado em dois grandes planos estratégicos: P lan t o
Develop Knowledge-based Economy in Taiwan" and " Global Logistics Development
Plan que tem como visão transformar Taiwan em a “Green Silicon Island”.
ANEXO 3
240
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Figura 3.78 - APROC PLAN
Fonte: www.cedi.cepd.gov.tw
Objetivos do aproc
 Aumentar a internacionalização econômica de Taiwan;
 Fortalecer o fluxo de pessoas, produtos e fundos;
 Atrair i nvestimentos de em presas domésticas e m ultinacionais para o
desenvolvimento de Taiwan, expandindo-se para o mercado asiático.
1. Knowledge-based economy
 Acelerar a co mercialização de n ovas invenções e a criação de nov os
mercados através da ut ilização de
mecanismos que e ncoragem a
inovação e promovam a aplicação das TIs e da Internet.
 Rever asp ectos
relevantes
de i nfra-estrutura bási ca, l eis
e
regulamentações, procedimentos administrativos e su porte de m ão-deobra nec essários ao dese nvolvimento d e i ndústrias intensivas em
conhecimento.
Ações concretas para o desenvolvimento do KBE
 Desenvolver mecanismos que encoragem a inovação e fomentar novas
empreendimentos;
 Expandir o uso das TIs e da Internet no cotidiano;
 Criar suporte para novos ambientes de uso de Internet;
ANEXO 3
241
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
 Promover m udanças no si
desenvolvimento d
as
stema educacional e m d uas direções:
necessidades
pessoais
et
reinamento e
desenvolvimento para formar trabalhadores do conhecimento;
 Melhorar os serviços governamentais; e
 Formular políticas sociais para a transformação da economia.
2. Global logistics development plan
Ações Concretas
 E-Commerce: des envolver l eis
de se gurança,
mecanismos
de
pagamento el etrônico, r ever controles de segurança de operações de
bancos e e-business, proteger os clientes;
 Promover o sistema de faturas eletrônicas;
 Promover o intercâmbio de dados eletrônicos; e
 Desenvolver proteção aos domínios.
Figura 3.79 - Management do Global Logistics Development Plan
Fonte: www.cedi.cepd.gov.tw
ANEXO 3
242
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.4.7.4. Papel dos PCTs
Os parques ci entíficos estão pensados par a at rair i ndústrias de al ta
tecnologia, pr omover a m elhoria d as indústrias, eq uilibrar o dese nvolvimento
regional e conduzir o desenvolvimento econômico. Situado ao norte da Ilha o Parque
Científico de Hsinchu - PCH concentra-se na produção de semicondutores; o Parque
do Centro está centrado em maquinaria de precisão e o ptoeletrônica e av iação e o
Parque do Sul em optoeletrônica.
As empresas investiram em P&D 1,5 milhões de dólares no PCH, este valor
representa 5% de todo o investimento feito em P&D em Taiwan.
Figura 3.80
Fonte: www. sipa.gov.tw
ANEXO 3
243
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
3.4.7.5. Referências
Annual Innovation Policy Trends Reports for Japan, China, Korea, Trhailand,
Indonesia. European Trend Chart on Innovation, 2005.
INVESTMENT AND TECHNOLOGY POLICIES FOR COMPETITIVENESS: Review
of successful country experiences
United Nations Conference on Trade and Development
United Nations New York and Geneva, 2003
Lai, H-C, Shyu, J. A comparison of innovation capacity at science parks across
the Taiwan Strait: the case of Zhangjiang High-Tech Park and Hsinchu Sciencebased Industrial Park
Institute of M anagement o f Technology, N ational C hiao T ung U niversity, N o. 10 01,
Ta-hsueh Road, Hsinchu City, Taiwan Technovation 25 (2005) 805–813
Lau, J., Li, K-T Industrialization, Innovation and Industrial Policy. Department of
Economics Stanford University
U.S.A.China Development Forum, Beijing, China March 23, 2003
Lin, M. Technology policy in Hard Times, or How Taiwan is Coping with the Current
Economic Downturn - Tech, Regions and Policy, PUBP 6415, December 3, 2001
Hu, T -S, L in, C-Y, Chang, S-L Technology-based regional development
strategies and the emergence of technological communities: a case study of
HSIP, Taiwan. Taiwan bGraduate Institute of Building and Planning, National Taiwan
University Technovation 25 (2005) 367–380
Mann, C. Information Technology Use and Diffusion: A Latin-Asian Dialogue A
First Look at Entrepreneurship and Innovation in Chile and Taiwan Background P resentations by G erman E checopar K oechlin a nd M eng-Chun Li u
March 7, 2003
Tsai, K-H, Wang, J-C. An Examination of Taiwan’s Innovation
Policies and R&D Performance Chung-Hua I nstitution for E conomic Research 2002
Sites:
www.ey.gov.tw
www.cepd.gov.tw
www.cedi.cepd.gov.tw
www.sipa.gov.tw
www.stsipa.gov.tw
ANEXO 3
244
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O t rabalho d esenvolvido de monstrou a n ecessidade d e se r s istêmica e
orgânica a abor dagem atual dos
países no que t ange ao conhecimento e
à
inovação. N as análises realizadas para os diversos países, é factível not ar q ue a
importância dos relacionamentos e parcerias não é m ais prescindível, ratificando a
globalidade e a complexidade do mundo atual na Era do Conhecimento.
Visto d esta forma, este documento encerra um a e tapa q ue pod e se r
ricamente es tendida, quer na a mpliação de dad os e i nformações de um país, o u
mesmo na a mpliação da r ede de paí ses aqui est udados. A v isualização de u ma
grande rede de experiências em constante mutação e evolução poderá oferecer ao
Brasil uma contribuição para a el aboração de proposta de pl anejamento futuro com
vistas a uma política de i novação voltada para Parques Científicos e Tecnológicos,
sustentada p or su as potencialidades e co m foco n a i novação c omo forte fator de
competitividade e o conhecimento como fator produtivo.
É v isível t ambém o e sforço constatado de anál ise baseado em indicadores,
muitos de forma isolada e outros poucos fruto de combinação de vários indicadores.
O ca so d o ‘ indicador de co nhecimento’ i nsere-se nes te se gundo co ntexto, o q ue
deverá se r m otivado e am pliado. A b usca de i ndicadores que poss am se r
balanceados e m elhor enca deados passa a se r açã o co ntributiva i mportante,
melhorando o ní vel d as análises e o per manente e nec essário acompanhamento.
Modelos associados de causa-efeito também poderão sugerir acréscimos para uma
avaliação mais consistente.
Cabe o r egistro, face ao estudo r ealizado, da nã o i dentificação mais precisa
de ev entuais barreiras encontradas com v istas à i novação. N este se ntido,
indicadores que poss am ac ompanhar a ‘ resistência’ à i mplantação de medidas
poderão auxiliar no enfrentamento do desafio para a implantação de novas políticas
de dese nvolvimento b aseadas em co nhecimento e i novação. D a m esma f orma, o
registro das ‘melhores pr áticas’, a assim como a av aliação d as ‘piores práticas’ na
implantação des tas medidas, po derão a uxiliar açõ es similares em co ntextos
distintos, considerando a di sseminação e o
compartilhamento do conhecimento
como características do mundo atual.
ANEXO 3
245
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Por out ro l ado, co m v istas
à co ntinuidade des te t rabalho, d uas
recomendações são aqui apresentadas:
 Ampliar o nú mero d e paí ses analisados, pr incipalmente aq ueles que j á
colocam a i novação co mo t ema estratégico em s uas propostas de
desenvolvimento. Neste contexto, aproveitando recente trabalho da OECD
(OECD, Innovation and Knowledge-Intensive Service Activities/KISA,
2007), anteriormente comentada no Capítulo 1 - Introdução, poderiam ser
acrescidas análises referentes à Dinamarca, Noruega e República Checa,
pois os demais países participantes desta ‘survey’ já se enc ontram aq ui
analisados. Incluir t ambém an álise so bre P ortugal r eveste-se de
importância, uma vez que este país, mais recentemente integrado à União
Européia, des envolve at ualmente pl ano nacional v oltado a
Tecnológicos
e t ambém i ntenso pr ograma de i
Parques
mplantação d e
características compatíveis com o chamado ‘governo eletrônico’, além de
apresentar relação histórica e econômica com o Brasil; e
 Buscar i ndicadores que r eflitam o i nvestimento dos países nos
seguimentos de conhecimento e inovação, como o comentado neste texto,
avaliando-se especificamente i nversões recentes e
futuras de ca pital
neste setor, fundamental para o desenvolvimento sustentável de um país,
oferecendo i nício ao que pod eria se r co nsiderado um O bservatório de
tendências sob o foco desta temática.
ANEXO 3
246
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
5. ANEXO: DOCUMENTOS COMPLEMENTARES
Na relação a seguir elaborada, encontram-se documentos que foram julgados
relevantes para u m aprofundamento dos t emas e ass untos tratados neste est udo.
Em su a g rande maioria est ão r elacionados nas Referências dos
Capítulos
anteriores, porém foram aditados novos títulos que transcendem a exclusividade dos
assuntos específicos dos países aqui estudados, mas conferem maior abrangência
sobre o tema conhecimento e inovação no contexto atual.
Foi adotada como condição para compor esta relação documentos que
apresentam v ersão el etrônica di sponível, est ando t odos est es
arquivos
disponibilizados em CD anexo.
Tabela 24 – Documentos com versão eletrônica disponível
Documento
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
Descrição
Australia. Australian Science and Innovation System – A Statistical
Snapshot. 2005
Australia. Mapping Australian Science & Innovation - Summary Report. 2003
Australia. Science and Innovation in Regional Australia. 2003
China: Annual Innovation Policy Trends Reports for Japan, China, Korea,
Trhailand, Indonesia. European Trend Chart on Innovation, 2005.
China: Challenge 2008 - The Six-year National Development Plan Published:
May 21, 2002 By: Government Information Office Source: Government
Information Office http://www.gio.gov.tw/taiwan-website/4oa/20020521/2002052101.htm
China: Hong Kong Science and Technology Parks Corporation Annual
Report 2005/2006
Espanha. Convergencia y Empleo - Programa Nacional de Reformas de
Espana. 2005
Espanha. El Sistema Español de Innovación - Diagnósticos y
Recomendaciones. 1998
Espanha. Indicadores del Sitema Español de Ciencia y Tecnologia. 2005
EUA. A Call for Action – Why America must Innovate. 2005
EUA. Advanced Foundations for American Innovation. 2003
EUA. Cluster Based Strategies for Growing States Economy. 2006
EUA. Knowledge for Development Strategy. 2004
EUA. The 2007 State New Economy Index – Benchmarking Economic
Transformation in the States. 2007
EUA. The Knowledge Economy - Is The United States Losing its Competitive
Edge. 2005
European Commission. Annual Innovation Policy Trends Report for Japan,
China, Korea, Taiwan, Singapore, India, Malaysia Thailand, Indonésia. 2005
European Commission. European Innovation Progress Report. 2006
European Commission. European Trend Chart on Innovation. Ásia. 2005
Finland. Goverment Resolution. Health2015.
Finland. ITC Cluster Finland. 2005
Finland. Knowledge Society. 2001
Finland. Research in Finland. 2006
Finland. Strategic Evaluation on Innovation. 2006
France. Artigo – Modelo Frances de Inovação. Michel Brunet. 2007
ANEXO 3
247
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
Documento
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
Descrição
India. Transforming India into a knowledge economy through information
communication technologies - Current developments. 2006
Ireland. Building Ireland’s Knowledge Economy. 2004
Ireland. Building the Knowledge Society. 2002
Ireland. European Commission. European Trend Chart on Innovation. 2006
Japão. Government Research and Innovation Policies in Japan. 2005
Japão. New Economic Growth Strategy. 2006
Japão. White Paper on Science and Technology – Challenges for Building a
Future Society. 2006
Korea: OECD 2005 Economic Survey of Korea, 2005. POLICY BRIEF
October 2005
Korea: Report Korea as a Knowledge Economy Evolutionary Process and
Lessons Learned 2006 The International Bank for econstruction and
Development / The World Bank
Malásia: Evers, H-D Towards a Malaysian Knowledge Society1 University of
Bonn Second Draft 1 August 2001.
Malásia: Ramasamy, B. Chakrabarty, A., Cheah, M. Malaysia’s leap into the
future: an evaluation of the multimedia super corridor. Technovation 24
(2004) 871–883 www.elsevier.com/locate/technovation
New Zealand. Growth through Innovation. 2005
New Zealand. Knowledge Economy. 1999
New Zealand. OECD Structural Reform. 2006
New Zealand. SMES Structure and Dynamics. 2006
OECD. Economic Policy Reforms GOING FOR GROWTH_2007
OECD. Economic Survey of Ireland. 2006
OECD. Economic Survey of New Zealand. 2005
OECD. Economic Survey of New Zealand. 2007
OECD. Economic Survey of United Kingdom. 2006
OECD. Economic Surveys Euro Area. 2007
OECD. Economic Surveys of Finland. 2006
OECD. Economic Surveys of France. 2005
OECD. Economic Surveys of United States. 2007
OECD. KISA – Innovation and Knowledge-Intensive Service Activities. 2006
Singapura: GOH, A. L. S. AN INNOVATION-DRIVEN ECONOMY
THROUGH INDUSTRIAL POLICY-MAKING: AN EVOLUTIONARY
ANALYSIS OF SINGAPORE. The Innovation Journal: The Public Sector
Innovation Journal, Volume 10(3), article 34. University of London, United
Kingdom
Singapura: Koh, F.C.C., Koh, W. T. H., Tschang, F.T. An analytical
framework for science parks and technology districts with an application to
Singapore. Journal of Business Venturing 20 (2005) 217–239
Singapura: Report by the Government TRADE POLICY REVIEW
SINGAPORE - W ORLD TRADE ORGANIZATION - Trade Policy Review Body
WT/TPR/G/13017 May 2004 RESTRICTED
Taiwan: Lau, J., Li, K-T Industrialization, Innovation and Industrial Policy.
Department of Economics Stanford University U.S.A.China Development
Forum, Beijing, China March 23, 2003
Taiwan: Tsai, K-H, Wang, J-C. An Examination of Taiwan’s Innovation
Policies and R&D Performance Chung-Hua Institution for Economic
Research – 2002
UK. DTI_Innovation Report. 12 2003
UK. Lambert Review Report. Final Report. 12 2003
UK. Science Framework 2004-2014. 2004
UK. Science Framework 2004-2014. Next Steps. 2006
EUA. Measuring the Moment - Innovation, National Security and Economic
Competitiveness. 2006
ANEXO 3
248
Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico
baseadas em conhecimento e inovação
ANEXO 3
249
Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições
18 ANEXO 4
Página 40
Projeto
Parques Tecnológicos no Brasil
Estudo, Análises e Proposições
Módulo 2
Levantamento de Informações Sobre os
Parques Científicos e Tecnológicos
no Brasil
Junho de 2007
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 4
2
METODOLOGIA ................................................................................................ 6
3
CENÁRIO BRASILEIRO DE PARQUES CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS.. 9
3.1
Instituição ................................................................................................... 9
3.1.1
Estágio de desenvolvimento dos parques pesquisados........................ 9
3.1.2
Natureza e Forma Jurídicas dos Parques Nacionais ............................ 9
3.2
Propósitos dos Parques Nacionais ........................................................ 11
3.3
Áreas de Atuação das Empresas ............................................................ 13
3.4
Empresas Instaladas nos Parques ......................................................... 14
3.4.1
Tipo de empresas ............................................................................... 14
3.4.2
Foco de Mercado ................................................................................ 15
3.4.3
Aspectos Financeiros das Empresas .................................................. 16
3.4.4
Pessoal dos Parques ......................................................................... 17
3.5
Mecanismos e Ambiente de Apoio à Inovação ...................................... 18
3.6
Mecanismos e Ambiente de Apoio à Inovação ...................................... 21
3.6.1
Modelo Conceitual do Parque ............................................................. 21
3.6.1.1
Relação dos Parques com Centros Promotores de Conhecimento
de Qualidade ................................................................................................. 21
3.6.1.2
Posição das empresas no fluxo tecnológico ................................ 22
3.6.1.3
Grau de especialização dos parques ........................................... 22
3.6.1.4
Empresas Alvo ............................................................................. 23
3.6.1.5
Mercado Foco (local, regional e internacional) ............................ 23
3.6.1.6
Nível de Integração à Malha Urbana ........................................... 24
3.6.1.7
Disponibilidade de Infra-estrutura bem ou pouco definidos ......... 25
3.6.1.8
Portifólio de serviços oferecidos às EBTs .................................... 25
3.6.1.9
Nível de Trabalho em Rede ......................................................... 26
3.6.1.10
Modelos de Gestão ...................................................................... 27
3.6.2
Importância Estratégica do Parque tecnológico .................................. 27
3.6.3
Estratégias de Implantação dos Parques Tecnológicos...................... 28
Figura 43: Comparativo das estratégias de implantação dos parques nacionais
.......................................................................................................................... 29
3.6.4
Informações Sobre o Status do Processo de Desenvolvimento,
Implantação ou Operação ................................................................................. 30
3.6.4.1 Projeto Conceitual Básico................................................................ 31
ANEXO 4
2
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.6.4.2
Estudo de Viabilidade Preliminar ................................................. 31
3.6.4.3
Plano de Negócios do Parque ..................................................... 31
3.6.4.4
Regularização Fundiária .............................................................. 31
3.6.4.5
Formatação Jurídica do Parque ................................................... 32
3.6.4.6
Regularização Ambiental e Urbanística ....................................... 32
3.6.4.7
Modelo de Financiamento ............................................................ 32
3.6.4.8
Infra-estrutura Básica ................................................................... 32
3.6.4.9
Modelo e Mecanismo de Participação da Universidade e/ou
Instituto de Pesquisa...................................................................................... 33
3.6.4.10
Empreendimentos Âncora............................................................ 33
3.6.4.11
Portifólio de Serviços às Empresas ............................................. 33
3.6.4.12
Modelo de Gestão do Parque ...................................................... 33
3.6.4.13
Modelo/sistemática de operação ................................................. 34
3.6.4.14
Plano de Marketing e Promoção .................................................. 34
3.6.4.15
Implementação de Projetos Empresariais.................................... 34
3.7
Principais
Acertos/Aprendizados,
Problemas/Erros
e
Desafios/Necessidades ...................................................................................... 34
3.7.1
3.7.1.1
Parques em Operação ................................................................. 34
3.7.1.2
Parques em Implantação ............................................................. 35
3.7.1.3
Parques em Projeto ..................................................................... 36
3.7.2
Principais Problemas e Erros .............................................................. 37
3.7.2.1
Parques em Operação ................................................................. 37
3.7.2.2
Parques em Implantação ............................................................. 38
3.7.2.3
Parques em Projeto ..................................................................... 38
3.7.3
3.8
Principais Acertos e Aprendizados...................................................... 34
Principais Desafios e Necessidades ................................................... 40
3.7.3.1
Parques em Operação ................................................................. 40
3.7.3.2
Parques em Implantação ............................................................. 40
3.7.3.3
Parques em Projeto ..................................................................... 41
Orçamento dos Parques .......................................................................... 42
3.8.1
Parques em projeto ............................................................................. 42
3.8.2
Parques em implantação .................................................................... 49
3.8.3
Parques em operação ......................................................................... 54
ANEXO 4
3
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
1 INTRODUÇÃO
As transformações ocorridas no mundo ao longo das últimas décadas do século XX
deixaram a sociedade diante de desafios sociais, políticos, econômicos e ambientais
extremamente co mplexos e pr ofundos. A lguns fenômenos nunca antes
experimentados na história d a h umanidade c olocaram países, e mpresas e
indivíduos numa posição i nusitada em q ue enor mes ameaças co nvivem co m
fantásticas oportunidades.
Dentre os principais fatores q ue l evaram a est e momento hi stórico t ão es pecial,
destacam-se:
•
O processo de globalização m undial, que promoveu a i ntegração de países,
economias e pessoas de uma forma avassaladora;
•
A ve locidade d e ac esso à informação e co nhecimento, v iabilizada pel o
avanço nos processos de comunicação e gestão de bases de dados;
•
A formação de u ma nova estrutura econômica global, com o su rgimento dos
grandes blocos econômicos, d as economias emergentes e d as megaempresas globais;
•
O cr escimento d a co nsciência cr ítica só cio-ambiental, co m o su rgimento de
movimentos, entidades e or ganismos or ientados formalmente para a d efesa
do meio ambiente e a redução das desigualdades.
Em meio a este turbilhão de mudanças, um tema que assume importância cada vez
maior trata da capacidade de se diferenciar produtos, serviços, empresas e países.
Em outras palavras, num mundo tão competitivo e integrado todos sofrem do mal de
“parecer igual”. Países “referência” têm suas estratégias de crescimento “copiadas”
por o utros países. Empresas “vencedoras” sã o an alisadas cu idadosamente p elos
concorrentes. P rodutos e se rviços “de su cesso” g anham si milares nas prateleiras
semanas depois de seus lançamentos.
O combustível que mantém esta corrida frenética chama-se inovação. Ao longo do
“Projeto P arques Tecnológicos no B rasil: Estudo, A nálises e P roposições” o t ema
inovação v endo s endo t ratado, especialmente, no q ue r efere-se ao p apel q ue os
parques científicos e tecnológicos cumprem no cenário da inovação.
No deco rrer da et apa ant erior a est e es tudo, os modelos de par ques científicos e
tecnológicos internacionais foram am plamente di scutidos. E ssa et apa per mitiu
reflexões sobre estes modelos, o que neste momento subsidia a presente etapa que
ocupa-se d o mapeamento das v ariáveis q ue e nvolvem a dinâmica d os PCTs
brasileiros.
Neste sentido, ainda que sem a pr etensão de esgotar o ass unto, o presente estudo
traz resultados de um a pesq uisa apl icada j unto aos parques científicos e
tecnológicos nacionais, o que p or su a v ez abr e caminhos para qu e em momento
oportuno, se jam el aboradas proposições sistemáticas para o fortalecimento e
incremento de p olíticas voltadas ao desenvolvimento dos parques científicos e
tecnológicos brasileiros.
ANEXO 4
4
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
ANEXO 4
5
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
2 METODOLOGIA
Para q ue s e b uscasse u ma melhor ca racterização da r ealidade d os parques
científicos e t ecnológicos brasileiros a presente pesquisa utilizou-se da combinação
de f ontes primárias e secundárias. Desta f orma a p esquisa foi em seu pr imeiro
momento orientada pelo levantamento de informações secundárias provenientes de
publicações, si tes, g overnos e ent idades representativas de par ques científicos e
tecnológicos. Esta primeira etapa teve seu maior detalhamento no “Módulo I”, onde
discutiu-se a s mais representativas experiências internacionais de par ques
científicos e tecnológicos. Cabe ainda destacar que o estudo apresentado no módulo
anterior per mitiu o est abelecimento de parâmetros, os quais orientaram a
formatação dos questionários utilizados para as entrevistas junto a os parques
científicos e tecnológicos nacionais.
Uma vez definidas as variáveis a serem investigadas junto às iniciativas nacionais, a
pesquisa co mposta p or asp ectos quantitativos e q ualitativos foi aplicada j unto a o
público alvo da amostra, constituído pelas diversas iniciativas de parques científicos
e tecnológicos do país, conforme os procedimentos detalhados na figura 1.
Figura 1: Procedimentos utilizados para a pesquisa
Definiçãodo
dopúblico
públicoalvo
alvoee
Definição
objetivos
da
pesquisa
objetivos da pesquisa
Definiçãoda
dacoleta
coletade
dedados
dados
Definição
Dados
Dados
secundários
secundários
Dados
Dados
primários
primários
Tabulaçãodos
dos
Tabulação
dados
dados
Definiçãodo
dométodo
métodode
de
Definição
pesquisa
de
dados
primários
pesquisa de dados primários
Pesquisa
Pesquisa
Qualitativa
Qualitativa
Definiçãodo
domeio
meiode
de
Definição
aplicação
da
pesquisa
aplicação da pesquisa
Pesquisa
Pesquisa
Quantitativa
Quantitativa
Elaboraçãodo
do
Elaboração
relatório
relatório
Definiçãoda
da
Definição
amostra
amostra
Elaboraçãodos
dosinstrumentos
instrumentos
Elaboração
de
pesquisa
de pesquisa
Aplicaçãoda
da
Aplicação
pesquisa
pesquisa
ANEXO 4
6
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
A pesquisa encaminhada via correio eletrônico f oi aplicada junto a 54 (cinqüenta e
quatro) PCTs, associados à ANPROTEC. Deste universo de par ques, foi obtido um
total de 35 questionários respondidos.
É opor tuno r essaltar que co m bas e no per fil dos parques entrevistados, t ornou-se
conveniente est abelecer um a s egmentação de ntre os entrevistados, face a se us
diferentes estágios de desenvolvimento. Esta segmentação fez com que a exposição
dos resultados fosse orientada a três categorias de parques: (I) os em operação, (II)
os parques em fase de i mplantação e, ( III) os parques fase de pr ojeto. C umpre
ressaltar, q ue est a se gmentação pr oporcionou a possi bilidade de i dentificação d e
tendências, por outro l ado, est e ag rupamento apresentou em al guns ca sos,
limitações de or dem q uantitativa e a té q ualitativa no q ue di z r espeito à ainda n ão
operação e co nseqüente não mensuração de resultados por parte dos parques em
implantação e em fase de projeto.
No contexto dos entrevistados, foram pesquisados os seguintes parques:
Parques em Operação:
•
Parque Tecnológico Agroindustrial do Oeste – PR;
•
Parque T ecnológico Conhecimento, I novação e Tecnologia d a U niversidade
Federal do Rio Grande do Sul - CIT _ UFRGS – RS;
•
Parque Tecnológico da UNIVAP – SP;
•
Sergipe Parque Tecnológico - Sergipe Tec – SE;
•
Parque Tecnológico de Uberaba – MG;
•
Parque Tecnológico do Rio/UFRJ – RJ;
•
Parque Tecnológico do Vale dos Sinos – VALETEC – RS;
•
Parque Tecnológico de Bodocongó – PaqTcPB – PB;
•
Porto Digital – PE;
•
Parque Científico e Tecnológico da PUCRS – TECNOPUC – RS;
•
Parque Tecnológico Itaipu – PTI – PR.
Parques em Implantação:
•
Parque Tecnológico CIENTEC – RS;
•
Parque Tecnológico de Pato Branco – PR;
•
Parque Tecnológico de Rio Claro - RCParque – SP;
•
Parque Tecnológico de São Carlos – São Carlos Science Park – SP;
•
Núcleo do Parque Tecnológico de São Paulo - CIETEC II – SP;
•
Parque Tecnológico de Viçosa - PTV – CENTEV/UFV – MG;
•
Parque Tecnológico do INMETRO – PTI- RJ;
•
Sapiens Parque – SC;
•
Parque Tecnológico de Belo Horizonte - BH-TEC – MG;
•
Parque Tecnológico Capital Digital – PTCD – DF;
ANEXO 4
7
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
•
Parque Tecnológico de Blumenau – ParqueBlu – SC;
•
Parque Científico e Tecnológico de Itabira – MG;
•
Parque Tecnológico de São José dos Campos – PTSJC – SP.
Parques em Projeto:
•
Parque Tecnológico PCT Samambaia – GO;
•
Parque Tecnológico de Maringá TECNOPARQ – PR;
•
Parque Tecnológico de Lavras – LAVRASTEC – MG;
•
Parque Tecnológico de Alagoas – PTA - AL;
•
Parque Tecnológico Damha - São Carlos – SP;
•
Parque Científico e Tecnológico Regional - UNISC – RS;
•
Parque Científico e Tecnológico Universidade de Brasília – PCTec-UnB – DF;
•
Parque de Ciência e Tecnologia Guamá – UFPA;
•
Parque de Inovação Tecnológica e Cultural da Gávea – PITCGÁVEA – RJ;
•
Centro de Biotecnologia da Amazônia – CBA – AM;
•
Parque de Inovação e Tecnologia de Joinville – PITJ – SC.
Os resultados destas entrevistas são apresentados de f orma esq uemática, se ndo
expostos na maioria dos casos sob a forma d e g ráficos, os quais permitirão abrir
espaços para futuras comparações da amostra nacional com os estudos realizados
sobre a atuação e políticas vigentes nos demais países estudados. Contudo, est a
pesquisa n ão i ntenciona se r ex austiva, porém abr e es paços para proposições
futuras so bre a est ruturação d e políticas para a a tuação e i mplementação d e
parques científicos e tecnológicos no Brasil.
ANEXO 4
8
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3 CENÁRIO BRASILEIRO DE PARQUES CIENTÍFICOS E
TECNOLÓGICOS
3.1 Instituição
3.1.1 Estágio de desenvolvimento dos parques pesquisados
Do total de 35 parques participantes da pesquisa, 11 del es estão em operação, 13
estão em fase de i mplantação e 11 e m fase de pr ojeto e pl anejamento. A figura 2
representa a pr oporção d estes parques que co ntribuíram c om respostas par a a
realização da pesquisa.
Figura 2: Estágio de operação dos parques
Estágio dos parques
31,4%
31,4%
37,1%
Implantação
Operação
Projeto
3.1.2 Natureza e Forma Jurídicas dos Parques Nacionais
De acordo com os entrevistados os resultados apontam para a natureza pública dos
parques nacionais, se ndo que esta condição foi v erificada e m 43% do t otal dos
pesquisados (figura 3). Essa natureza jurídica pública conforme destaca a figura 4,
é m ais evidente nos parques em estágios de i mplantação e pr ojeto, onde est a
natureza jurídica alcança respectivamente 46% e 45%.
Figura 3: Natureza jurídica dos parques
43%
23%
20%
14%
Privada
ANEXO 4
Pública
Mista
Outra (Associação Civil
sem fins lucrativos )
9
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Figura 4: Comparativo da natureza jurídica dos parques
46% 45%
36%
36%
27%
23%
18%
18%
15%
18%
9%
8%
Privada
Pública
Operação
Implantação
Mista
Outra (Associação Civil
sem fins lucrativos )
Projeto
Quanto a forma j urídica dest es parques, conforme d emonstrado na figura 5, o
volume m ais expressivo de respostas são at ribuídas à constituição de F undações,
as quais respondem por 63% dos casos.
Figura 5: Forma jurídica dos parques
63%
21%
17%
Associação
Fundação
Sociedade
(Limitada ou S/A)
Quando comparados os diferentes estágios de desenvolvimento, as Fundações tem
uma maior representatividade junto aos parques já em operação (figura 6).
Figura 6: Comparativo da formatação jurídica dos parques
55%
38% 36%
27%
18%
18%
8%
Associação
Fundação
Operação
ANEXO 4
18% 15%
15%
9%
9%
Sociedade
(Limitada ou S/A)
Implantação
Não respondeu
Projeto
10
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.2 Propósitos dos Parques Nacionais
De modo geral as respostas dos três grupos de parques pesquisados apresentaram
uma co nsiderável co ncordância q uanto aos se us pr incipais pr opósitos. O co njunto
de propósitos apontados, estão dispostos conforme ilustra a figura 7, na qual tem-se
o agrupamento do volume de respostas mencionados.
70%
86%
89%
66%
60%
80%
63%
74%
90%
74%
100%
89%
89%
Figura 7: Propósitos dos parques nacionais
43%
46%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Alterar a dinâmica
urbana da cidade e
região
Favorecer a criação
Criação de novos
e consolidação de postos de trabalho e
micro e pequenas geração de impostos
empresas
Atrair empresas e
investimentos
Fortalecer o espírito
empreendedor
Estimular o aumento
Apoiar o
de qualidade e
desenvolvimento de
competitividade
áreas tecnológicas
Aumentar a parceria
entre empresas e
outras instituições
Facilitar
transferência de
tecnologia
Oferecer espaços
condominiais e
promover ações
associativas
Outros
Com r elação aos dados agrupados os propósitos mais mencionados em g rau
decrescente de relevância são:
•
Atrair empresas e investimentos;
•
Apoiar o desenvolvimento de áreas tecnológicas;
•
Aumentar a parceria entre empresas e outras instituições
•
Favorecer a criação e consolidação de micro e pequenas empresas;
•
Fortalecer o espírito empreendedor.
Outros propósitos específicos foram identificados. O primeiro deles, relatado por um
dos entrevistados refere-se a est ratégia de i nserção estadual em ár eas intensivas
em co nhecimento ( Biotecnologia, E nergia e T IC). Um ou tro p arque relatou s eu
propósito de oferecer condições para o desenvolvimento de atividades relacionadas
com o empreendedorismo social.
O interesse em alterar a matriz produtiva local e de rentabilizar a pesquisa pública foi
apontado por dois parques distintos.
Para os parques em operação os propósitos mais relevantes e comumente citados
pelos entrevistados estão relacionados aos seguintes aspectos:
•
Aumentar a parceria entre empresas e outras instituições;
•
Fortalecer o espírito empreendedor;
•
Apoiar o desenvolvimento de áreas tecnológicas;
•
Facilitar a transferência de tecnologia.
•
Favorecer a criação e consolidação de micro e pequenas empresas.
ANEXO 4
11
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Os demais propósitos avaliados junto aos parques em operação são apresentados
na figura 8.
Figura 8: Propósitos dos parques em operação
100,0%
90,9%
81,8%
90,9%
90,9%
81,8%
72,7%
45,5%
72,7%
72,7%
Oferecer
espaços
condominiais e
promover ações
associativas
Outros
(especificar): 45,5%
Alterar a
Favorecer a
Criação de novos Atrair empresas
dinâmica urbana
criação e
postos de
e investimentos
da cidade e região consolidação de
trabalho e
micro e pequenas
geração de
empresas
impostos
Fortalecer o
espírito
empreendedor
Estimular o
aumento de
qualidade e
competitividade
Apoiar o
Aumentar a
Facilitar
desenvolvimento parceria entre
transferência de
de áreas
empresas e
tecnologia
tecnológicas outras instituições
No que di z r espeito aos parques em fase de implantação os propósitos mais
fortemente ev idenciados são apresentados na figura 9, c abendo m aior des taque
para os aspectos que seguem:
•
Atrair empresas e investimentos;
•
Apoiar o desenvolvimento de áreas tecnológicas;
•
Aumentar a parceria entre empresas e outras instituições;
•
Facilitar a transferência de tecnologia;
•
Oferecer espaços condominiais e ações associativas.
Figura 9: Propósitos dos parques em Implantação
100,0%
92,3%
76,9%
61,5%
84,6%
76,9%
84,6%
84,6%
69,2%
53,8%
15,4%
Alterar a
Favorecer a
Criação de novos Atrair empresas
dinâmica urbana
criação e
postos de
e investimentos
da cidade e
consolidação de
trabalho e
região
micro e pequenas
geração de
empresas
impostos
Fortalecer o
espírito
empreendedor
Estimular o
aumento de
qualidade e
competitividade
Apoiar o
Aumentar a
Facilitar
desenvolvimento parceria entre transferência de
de áreas
empresas e
tecnologia
tecnológicas outras instituições
Já co m r elação aos parques e projeto, os
apontados são:
Oferecer
espaços
condominiais e
promover ações
associativas
propósitos mais f requentemente
•
Favorecer a criação e consolidação de micro e pequenas empresas;
•
Atrair empresas e investimentos;
•
Apoiar o desenvolvimento de áreas tecnológicas;
ANEXO 4
Outros 12
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
•
Aumentar a parceria entre empresas e outras instituições;
•
Facilitar a transferência de tecnologia.
Os demais aspectos assinalados pelos parques em fase d e pr ojetos são ex postos
na figura 10.
Figura 10: Propósitos dos parques em projeto
Propósitos dos parques em fase de projeto
81,8%
81,8%
81,8%
81,8%
81,8%
63,6%
54,5%
54,5%
36,4%
36,4%
27,3%
Alterar a
Favorecer a
Criação de novos
dinâmica urbana
criação e
postos de
da cidade e região consolidação de
trabalho e
micro e pequenas
geração de
empresas
impostos
Atrair empresas
e investimentos
Fortalecer o
espírito
empreendedor
Estimular o
aumento de
qualidade e
competitividade
Apoiar o
Aumentar a
Facilitar
desenvolvimento
parceria entre
transferência de
de áreas
empresas e
tecnologia
tecnológicas
outras instituições
Oferecer
espaços
condominiais e
promover ações
associativas
Outros
(especificar): 3.3 Áreas de Atuação das Empresas
Na et apa d e p esquisa b uscou-se i dentificar as áreas de at uação dos parques
científicos e t ecnológicos nacionais. N este se ntido foram apontadas áreas já
atendidas pelos parques em op eração, b em co mo as áreas onde os parques em
implantação e em fase de projeto direcionam suas futuras atuações.
A figura 11 demonstra de f orma comparativa as áreas de atuação a tendidas ou a
serem atendidas pelos três estágios de parques.
31%
36%
31%
27%
46%
45%
38%
55%
64%
37%
36%
0%
15%
11%
18%
15%
31%
36%
26%
9%
9%
15%
31%
36%
55%
34%
36%
36%
31%
9%
'
0%
10%
9%
9%
8%
9%
20%
26%
30%
11%
18%
15%
23%
40%
26%
60%
64%
46%
50%
49%
45%
54%
45%
60%
55%
60%
45%
54%
70%
40%
45%
80%
73%
82%
90%
73%
83%
91%
85%
Figura 11: Comparativo das áreas de atuação nos parques pesquisados
100%
0%
Aeroespacial
Biotecnologia
Agronegócios
Construção
Eletroeletrônica
civil
Instrumentação
Energia
Mídia e
Audiovisual
Agrupamento dos parques
Meio-
Nanotecnologia
ambiente
Operação
Novos
Petróleo e
Materiais
derivados
Implantação
Químico-
TIC
Serviços
Outras
farmacêutica
Projeto
Com bas e na atuação e pr opósitos dos parques pesquisados foram i dentificadas
aproximadamente 2 0 áreas de atuação atendidas ou a serem at endidas pelos
parques entrevistados. Dentre as áreas mais citadas (já existentes ou em fase de
projeto ou implantação) cabe destacar a área de TIC, que por sua ação transversal e
provedora de soluções para outras áreas do conhecimento, está presente em 83%
ANEXO 4
13
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
das respostas dos parques. A s áreas de e nergia e bi otecnologia são ci tadas por
60% dos parques e a área de eletroeletrônica em 49% dos casos.
Cabe destacar com relação às áreas de energia e bi otecnologia que est as áreas já
são contempladas por alguns dos parques em operação, todavia, estas duas áreas
são mais evidenciadas junto aos parques em fase do projeto, o q ue de c erto modo
confirma u ma t endência pr omissora des te campo d e at uação. As áreas de m eioambiente e de q uímico/fármacos, t ambém m ostram-se bast ante presentes nos
propósitos dos parque em fase de projeto.
3.4 Empresas Instaladas nos Parques
Em co nformidade co m as áreas de atuação foi i dentificado um t otal de 249
empresas instaladas, sendo 236 delas nos parques em operação e 13 e m dois dos
parques em fase de implantação.
Na figura 12 pode-se observar que a área de TIC mantém uma posição destacada,
sendo a mais presente entre os parques. E sta condição faz co m q ue est a ár ea
responda por 61,6% das empresas instaladas nos parques entrevistados.
Figura 12: Empresas alocadas nos PCTs segundo suas áreas de atuação
1,6%
1,2%
1,6%
0,4%
4,0% 2,0% 2,0%
0,4%
4,4%
TIC
5,2%
6,0%
9,6%
61,6%
Agronegócios
Outras (pneumáticos e c omponentes;
design, automação ind.) Serviços
Eletroeletrônica / Instrumentação
Mídia e A udiovisual
Químico-farmacêutica
Meio-ambiente
Aeroespacial
Energia
Biotecnologia
Petróleo e derivados
Construção civil
Nota: Base percentual relativa aos parques em fase de operação
Um dos parques mencionou possuir um total de 103 empresas, sendo 101 delas na
área de TIC.
Outras áreas de dest aque q uanto a o nú mero de em presas alocadas em par ques,
relacionam-se às áreas de agronegócios, serviços e eletroeletrônica/instrumentação.
3.4.1 Tipo de empresas
Os tipos d e e mpresas instaladas de ac ordo co m as respostas obtidas junto aos
parques em operação estão dispostos conforme demonstra a figura 13.
ANEXO 4
14
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Unidades
Figura 13: Tipos de empresas instaladas no parque
250
200
150
100
50
0
193
50
25
Start ups Empresas c onsolidadas geradas
localmente: Empresas atraídas de out ras
regiões/países: Tipos de Empresas
Segundo informações obtidas junto a nov e dos parques em o peração, as
características das empresas alocadas nestes parques, são predominantemente do
setor de serviços. A figura 14 ilustra as características destas empresas.
Unidades
Figura 14: Características das empresas instaladas no parque
223
250
200
150
100
50
0
Empresas de s erviço
28
28
Empresas industriais Empresas de at ividade de
pesquisa (básica ou apl icada)
Características dos empreendimentos
3.4.2 Foco de Mercado
Com r elação ao per centual d e faturamento t otal das empresas instaladas nos
parques pesquisados, o r eduzido número de respostas (3 parques) limitou maiores
aprofundamentos sobre este aspecto, ainda deste modo, a figura 15 apresenta os
resultados colhidos junto a estes entrevistados.
Faixa de faturamento (%)
Figura 15: Percentual de faturamento total das empresas dos parques,
segundo os mercados de destino
80%
70%
60%
40%
60%
52%
38%
30%
20%
30%
10%
10%
0
0%
X
Mercado local
ANEXO 4
Y
Parques
Mercado Nacional
Z
Mercado Internacional
15
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Com relação à or ientação de mercado do co njunto d e em presas instaladas nos
parques tecnológicos em operação, o agrupamento das informações colhidas junto a
esses parques demonstra que 54% das empresas têm seu foco de atuação restrito
ao m ercado n acional. Constatou-se ai nda um excessivo volume de e mpresas
orientadas estritamente ao m ercado l ocal/estadual, co ndição es ta que ap onta u ma
menor ca pacidade de ssas empresas expandirem se us mercados. Não diferente a
realidade d a p ouca p articipação no m ercado g lobal, as empresas orientadas ao
mercado internacional representam somente 14% das empresas pesquisadas.
Como r esultado da pouca pe netração n o m ercado ex terno, bem co mo a forte
dependência do m ercado naci onal e l ocal, est e r etrato ap onta par a desa fios no
sentido de d esenvolver políticas e açõ es q ue apói em a m aior co mpetitividade
dessas empresas no mercado internacional.
A figura 16 ilustra a or ientação de mercado das empresas instaladas nos parques
tecnológicos.
Figura 16: Foco de mercado das empresas instaladas no parque
14%
Empresas que at uam somente no
Mercado Local/Estadual
32%
Empresas que at uam somente no
Mercado Nacional Empresas que at uam somente no
Mercado Internacional
54%
3.4.3 Aspectos Financeiros das Empresas
A et apa de análise dos aspectos financeiros das empresas instaladas nos parques
apresentou limitações quanto ao número de respostas obtidas. A inda assim, podese com base nos indicadores de seis parques, observar a f orte variação do v olume
de faturamento movimentado pelo conjunto de suas respectivas empresas.
Frente aos grupos e ntrevistados pode-se v erificar que o f aturamento geral das
empresas alocadas nos parques variou no ano de 2006 ent re R $ 600.000,00 e
R$ 500.000.000,00. Frente a essa configuração, buscou-se estabelecer um paralelo
entre o faturamento e o número de empresas, todavia tal comparação não permitiu
um diagnóstico conclusivo do faturamento médio por empresa, face a pr esença de
empresas líderes o que por sua vez acarreta forte distorções nesta relação.
A figura 17 apresenta a r elação da faixa de faturamento e o número de empresas
dos seis parques que responderam a essa questão.
ANEXO 4
16
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Número de empresas
Figura 17: Comparativo entre faturamento e número de empresas instaladas em
parques tecnológicos em 2006
120
100
80
60
40
20
0
120
-
100
200
300
400
Faturamento (R$ Milhões)
Parque Tecnológico
500
600
100
80
60
40
20
0
-
100,0
200,0
300,0
400,0
500,0
600,0
De acordo com a figura 17, pode-se verificar que dos seis parques que responderam
a est a q uestão, quatro del es (66,7%), alcançaram co m o co njunto d e e mpresas
neles alocados, um faturamento de até R$ 15 milhões no ano de 2006.
Diferenciando-se da maioria dos entrevistados, dois parques alcançaram no mesmo
ano com o co njunto de suas empresas, um montante de R $ 51 m ilhões e R $ 500
milhões. Contudo, cabe destacar do último caso, que o faturamento mais expressivo
foi v erificado d e forma co mbinada co m a existência de u m maior co ntingente de
empresas e também da existência de empresas líderes (âncoras).
No q ue se r efere às estimativas de am pliação de faturamento d as empresas, f oi
apontado pelos entrevistados, uma perspectiva de crescimento projetada para 2007,
da ordem de 12% a 35%.
Com r elação a o per centual de faturamento i nvestido em P&D pelas empresas do
parque, de acordo c om a v isão dos gerentes dos PCTs entrevistados, est a
proporção varia numa faixa de 10 a 47 por cento.
3.4.4 Pessoal dos Parques
Do total de 35 parques pesquisados, 16 deles apontaram para o somatório de 3.648
empregos gerados n as empresas neles abrigadas. É importante dest acar o
importante papel q ue essas empresas cumprem na geração de empregos de nível
superior, representando 89% dos empregos gerados.
Foi ainda identificado um contingente de 311 pessoas envolvidas na administração
dos parques pesquisados.
A figura 18 apresenta a relação da qualificação d os postos de trabalho g erados
pelas empresas presentes nos parques.
ANEXO 4
17
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Figura 18: Comparativo da qualificação dos postos de trabalho gerados pelas
empresas residentes nos parques tecnológicos
3500
3247
Unidades
3000
2500
2000
1500
1000
89%
342
500
59
9,4%
1,6%
0
nível superior
nível médio
nível básico Qualificação
3.5 Mecanismos e Ambiente de Apoio à Inovação
Ao longo da pesquisa buscou-se identificar os mecanismos e ambientes de apoio à
inovação di sponíveis em ca da um dos p arques entrevistados. D esta forma foi
avaliada a o ferta de mecanismos e a mbientes dos parques em at uação, a o pass o
que os parques em fase de i mplantação e projeto foram analisados levando-se em
consideração a oferta local própria ou não desses instrumentos.
Ainda co m r elação a disponibilidade d e m ecanismos e am bientes, os parques em
fase d e i mplantação e pr ojeto foram or ientados a c onsiderar a o ferta desse s
equipamentos sob a ótica da disponibilidade local. Um bom exemplo que ilustra esta
condição, diz respeito aos casos onde os parques em fase de projeto e implantação
consideraram a di sponibilidade desses instrumentos com bas e n as infra-estruturas
oferecidas por suas entidades mantenedoras ou mesmo gestoras.
De aco rdo c om o agrupamento de i nformações obtidas junto à totalidade d os
parques entrevistados, a figura 19 apresenta comparativos da disponibilidade dos
mecanismos e ambientes disponíveis.
91%
64%
73%
20%
18%
50%
45%
18%
20%
17%
30%
33%
17%
20%
11%
11%
18%
18%
73%
60%
30%
40%
Pré-incubadora Centro de P&D Centro de P&D Laboratórios Mecanismo de Consórcio de Mecanismo de Mecanismo de
privado
público
e/ou
transferências
P&D
promoção de
suporte
equipamentos de tecnologia
venture capital gerencial às
disponíveis às
empresas
empresas
abrigadas pelo
parque
Operação
Implantação
Projeto
ANEXO 4
0%
0%
Incubadora
17%
9%
10%
0%
9%
11%
30%
20%
82%
73%
56%
40%
25%
50%
40%
62%
60%
45%
Existência
70%
67%
80%
60%
90%
30%
100%
100%
Figura 19: Existência de mecanismos e ambientes de apoio à inovação
Ambientes/mecanismos
Mecanismo, Ambientes de
Centros de Área de esporte
sistema que serviços que
eventos e
e lazer
promova a abrigue bancos, treinamentos
integração de restaurantes,
ações entre as lojas e serviços
empresas do
técnicos?
Parque e entre
essas e centros
de P&D ou
Universidades
18
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Conforme a presentado na figura an terior t odos os parques em o peração poss uem
incubadoras, e 56% deles contam com pré-incubadoras. Ainda chama a atenção nos
parques em operação, a ampla presença dos seguintes mecanismos e ambientes:
•
Centros de eventos e treinamentos;
•
Mecanismo de transferência de tecnologia;
•
Laboratórios e/ou equipamentos disponíveis às empresas abrigadas pelo
parque;
•
Mecanismo de suporte gerencial às empresas do parque;
•
Mecanismo ou si stema q ue pr omova a i ntegração de aç ões entre as
empresas do parque e entre essas e os centros de P&D ou universidades.
Por o utro lado foi identificado que somente 20% dos parques em operação contam
com a existência de um mecanismo de promoção de venture capital. Frente a essa
situação, foi ap ontado p or esse g rupo de e ntrevistados que 40% del es pretendem
viabilizar um mecanismo desta natureza.
Outra et apa dess e t ópico da pesq uisa r eferia-se a i dentificação dos ambientes e
mecanismos de ap oio a i novação a se rem v iabilizados pelos 35 par ques
pesquisados. Deste modo, é representado na figura 20 o percentual de intenção de
implantação desses mecanismos e ambientes.
Incubadora
18%
18%
27%
36%
40%
50%
64%
70%
70%
73%
82%
92%
67%
70%
83%
78%
88%
73%
75%
80%
0%
0%
18%
20%
9%
11%
30%
10%
22%
40%
40%
38%
50%
67%
60%
60%
45%
55%
60%
70%
73%
82%
70%
80%
0%
Pretendem viabilizar (%)
90%
10%
89%
100%
89%
Figura 20: Mecanismos e ambientes de apoio à inovação a serem viabilizados
Pré-incubadora
Operação
Implantação
Projeto
Centro de P&D
privado
Centro de P&D
público
Laboratórios
e/ou
equipamentos
disponíveis às
empresas
abrigadas pelo
parque
Mecanismo de
transferências
de tecnologia
Consórcio de
P&D
Mecanismo de
promoção de
venture capital
Ambientes/mecanismos
Mecanismo de
suporte
gerencial às
empresas
Ambientes de
Mecanismo,
serviços que
sistema que
abrigue bancos,
promova a
restaurantes,
integração de
ações entre as lojas e serviços
técnicos?
empresas do
Parque e entre
essas e centros
de P&D ou
Universidades
Centros de
eventos e
treinamentos
Área de esporte
e lazer
De acordo com as representações das figuras 19 e 20, foi possível listar quais dos
mecanismos e am bientes são co nsiderados importantes sob a ót ica dos
entrevistados, v isto q ue esses faziam a i ndicação dos mecanismos ou a mbientes
que seriam viabilizados. Cabe salientar que esta relação foi realizada com base nos
equipamentos disponíveis e a se rem i mplementados. D esta forma, co m b ase nas
respostas dos entrevistados, a seguir são relacionados os aspectos mais relevantes:
•
Incubadoras: A s incubadoras estão pr esentes em 10 0% dos parques em
operação. D os parques em i mplantação e em fase d e pr ojeto, nem todos
possuem ainda est e a mbiente, t odavia, os que n ão os poss ui declararam o
propósito de implantá-lo.
ANEXO 4
19
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
•
Pré-incubadora: S omente 56% dos par ques em o peração p ossuem este
ambiente. A pr esença de pr é-incubadoras demonstra se r m ais v alorizada
pelos parques em fase de pr ojeto, s endo q ue 40% j á co ntam co m ess e
ambiente e 60% pretende implementá-lo.
•
Centro de P&D Privado: D os parques em oper ação, 67% di spõem desse
ambiente. No caso dos parques em fase de projeto, 30% deles os possuem e
70% pretendem implantá-los.
•
Centro de P&D Público: D os parques em oper ação, 60% dispõem dess e
ambiente e mais 10% tem interesse de criá-lo. No caso dos parques em fase
de projeto, 11% já os possuem e 89% declararam que esta é uma estrutura a
ser implementada.
•
Laboratórios e ou equipamentos disponíveis às empresas abrigadas pelo
parque: S etenta e três por ce nto d os parques em o peração d eclararam a
disponibilidade desta infra-estrutura e 9% apontaram que vão viabilizá-la. No
caso dos parques em fase de implantação e projeto, foi verificado uma ampla
intenção pela viabilização destas infra-estruturas.
•
Mecanismo de transferência de tecnologia: E sse mecanismo é b astante
presente nos parques em operação (82%). No caso dos parques em fase de
projeto, 30% deles relataram a ex istência desse mecanismo, sendo também
manifestado o i nteresse a mpliá-lo e mesmo i nstituí-lo. D e u m modo g eral,
aproximadamente 60% do total de parques (operação, implantação e projeto)
demonstraram o interesse de ampliar ou mesmo instituir este mecanismo.
•
Consórcio de P&D: A presença dos consórcios de P&D foi verificada em 60%
dos parques em operação, s endo ai nda r elatado q ue os demais 40%
pretendem viabilizá-los. A efetivação dos consórcios de P&D é uma estratégia
perseguida pelos parques entrevistados, visto que 65% dos que não utilizam
esse mecanismo pretendem viabilizá-los.
•
Mecanismo de promoção de Venture Capital: A co nsolidação d esse
mecanismo é uma meta bastante perseguida pela amostra geral dos parques.
Cerda de 70% dos parques pretendem viabilizar este mecanismo.
•
Mecanismo de suporte gerencial às empresas: Esse mecanismo já é presente
em 73% dos parques em operação, sendo que 27% desse grupo relatou sua
inclinação p ela est ruturação dest es instrumentos. A t endência da pel a
estruturação d esses mecanismos é t ambém d emonstrada pelos demais
estágios de parques, v isto q ue os q ue nã o os p ossuem pretendem
implementá-los ou mesmo remodelá-los.
•
Mecanismo ou sistema de promoção da integração de ações entre as
empresas dos parques e dessas com os centros de P&D e/ou Universidades:
Um t otal de 73% d os parques em o peração j á c onta com a est ruturação
dessa si stemática. R esguardados
os
respectivos
estágios
de
desenvolvimento, os par ques em i mplantação e em
projeto apo ntam
fortemente para a estruturação desse mecanismo.
•
Ambientes de serviços que abriguem bancos, restaurantes, lojas e serviços
técnicos: Esse tipo de ambiente ainda não é muito freqüente na maioria dos
parques em operação. De um modo geral, pouco mais de 50% dos parques
ANEXO 4
20
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
entrevistados (operação, i mplantação e projeto) pr etendem v iabilizar i nfraestruturas para acomodar esses serviços.
•
Centros de eventos e treinamentos: E ssa i nfra-estrutura est á pr esente e m
91% dos parques em operação, nesse grupo, um deles relatou a intenção de
ampliação dessa infra-estrutura e outro, a i ntenção de v iabilizá-la. Seguindo
essa t endência, os parques em i mplantação e e m fase d e pr ojeto apo ntam
para o propósito de viabilizar tais instrumentos.
•
Área de esporte e lazer: C erca de 65% dos parques em o peração co ntam
com essa infra-estrutura. Para os parques em fase de implantação e pr ojeto,
respectivamente, 70% e 73% del es, d eclararam q ue ess as são i nfraestruturas a serem viabilizadas.
3.6 Mecanismos e Ambiente de Apoio à Inovação
3.6.1 Modelo Conceitual do Parque
3.6.1.1
R elação dos P arques c om C entros P romotores de C onhec imento de
Qualidade
No q ue r efere-se ao r elacionamento dos parques com os centros promotores de
conhecimento, 84% dos parques entrevistados declararam manter uma forte relação
com essas instituições (figura 21). Na seqüência, a (figura 22) demonstra de forma
comparativa esse grau de relacionamento dos parques de acordo com os seus três
estágios de desenvolvimento.
Figura 21: Relação dos parques com os centros promotores de conhecimento
16%
0%
Forte
Médio
Fraco
84%
Figura 22: Comparativo do grau de relacionamentos dos parques com os centros
promotores de conhecimento de qualidade
82% 82%
90%
18% 18%
Forte
Médio
Operação
ANEXO 4
10%
Implantação
0%
0%
0%
Fraco
Projeto
21
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.6.1.2
P os ição das empres as no fluxo tec nológico
Conforme demonstra a figura 23, no q ue d iz respeito a p osição das empresas do
parque co m r elação a su a p osição no f luxo t ecnológico, 3 6% dos p arques
mencionaram q ue estas empresas são l igadas à p esquisa e q ue 25% estão m ais
relacionadas ao mercado.
Figura 23: Posição das empresas do parque no fluxo tecnológico
39%
Parque com empreendimentos mais ligados à
pesquisa
36%
Parque com empresas mais intensamente
relacionadas com o mercado
Parque com empresas distribuídas
uniformemente
25%
Figura 24: Comparativo das empresas do parque com relação ao fluxo tecnológico
50%
38% 38% 40%
31% 31%
31% 31%
10%
Parque com empreendimentos mais
ligados à pesq uisa
Operação
3.6.1.3
Parque com empresas mais
intensamente relacionadas com o
mercado
Implantação
Parque com empresas distribuídas
uniformemente
Projeto
G rau de es pec ialização dos parques
Quando q uestionados quanto a o g rau d e esp ecialização, 61 % dos gerentes
entrevistados classificaram seus parques como generalistas, enquanto que 39% dos
parques foram classificados como especialistas (figura 25). Um comparativo do grau
de especialização dos parques é demonstrado na figura 26.
Figura 25: Grau de especialização dos parques
39%
Generalista
Especialista
ANEXO 4
61%
22
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Figura 26: Comparativo do grau de especialização dos parques
75%
56%
50%
50%
44%
25%
Generalista
Operação
3.6.1.4
Especialista
Implantação
Projeto
E mpres as Alvo
Com r elação aos t ipos de e mpresas alvo dos par ques ent revistados, mais da
metade (51%), apontou para a combinação da atração de empresas maduras e spinoffs, conforme demonstra a figura 27.
Figura 27: Empresas alvo
51%
19%
Empresas spin-off (empresas nascentes)
Empresas maduras, já estabelecidas
30%
Distribuição uniforme
Figura 28: Comparativo das empresas focalizadas pelos parques tecnológicos
50% 54% 50%
33% 31%
25%
25%
17% 15%
Empresas spin-off (empresas
nascentes)
Operação
3.6.1.5
Empresas maduras, já
estabelecidas
Implantação
Distribuição uniforme
Projeto
Merc ado F oc o (local, regional e internac ional)
Foi identificado junto aos entrevistados que a pr edominância dos empreendimentos
atraídos para os parques são na maioria dos casos empresas locais ou até mesmo
regionais. Segundo o s indicativos da p esquisa, o foco n a at ração d e e mpresas
internacionais alcança o patamar de apr oximadamente 30% par a os parques em
operação. As figuras 29 e 30 ilustram o f oco de atuação dos parques e o
comparativo desta orientação de mercado frente aos três estágios estudados.
ANEXO 4
23
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Figura 29: Mercado foco dos parques
23%
40%
Empresas Locais/da Região
Empresas Nacionais
Empresas Internacionais
38%
Figura 30: Comparativo do mercado foco dos parques
35%
40%
44%
44%
35% 35%
29%
25%
13%
Empresas Locais/da Região
Empresas Nacionais
Operação
3.6.1.6
Implantação
Empresas Internacionais
Projeto
Nível de Integraç ão à Malha Urbana
Com relação ao nível de integração à m alha urbana, os resultados apontam que os
parques nacionais estão em 71% dos casos implantados em área urbana e 20% fora
do perímetro urbano, conforme apontado pela figura 31.
Figura 31: Nível de integração à malha urbana
Parque Implantado de forma pulverizada na
malha urbana, sem uma delimitação clara;
9%
20%
Parque instalado em área urbana, com
delimitação clara;
Parque instalado fora do perímetro urbano
(áreas periféricas à cidade).
71%
Comparativamente entre os três estágios de parques investigados, os em operação
demonstram um a m ais clara localização em ár eas urbanas, enq uanto que as
iniciativas em pr ojeto apontam par a u ma di screta t endência de l ocalização j unto à
áreas fora do perímetro urbano (figura 32).
Figura 32: Comparativo da integração à malha urbana
82%
0%
18% 15%
15% 9%
Parque Implantado de forma
pulverizada na malha urbana, sem
uma delimitação clara;
Parque instalado em área
urbana, com delimitação clara;
Operação
ANEXO 4
69% 64%
Implantação
27%
Parque instalado fora do perímetro
urbano (áreas periféricas à cidade).
Projeto
24
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
3.6.1.7
Dis ponibilidade de Infra-es trutura bem ou pouc o definidos
De acordo com esta variável buscou-se identificar a existência efetiva de um a área
física e infra-estrutura de qualidade bem definidas e formalmente relacionadas com
o par que t ecnológico. De aco rdo co m est a q uestão, co nforme dem onstrado n a
figura 32, 76% dos parques classificaram como forte a definição e a di sponibilidade
dessas áreas.
Figura 33: Disponibilidade de espaços e infra-estruturas
0%
24%
Forte
Médio
Fraco
76%
Figura 34: Comparativo da disponibilidade de espaços e infra-estruturas
73%
83%
73%
27%
17%
27%
0%
Forte
Operação
3.6.1.8
Médio
Implantação
0%
0%
Fraco
Projeto
P ortifólio de s erviç os oferec idos às E B T s
Esse tópico da pesq uisa ocupou-se d a i dentificação do por tifólio de se rviços
oferecidos pelos parques. N este sentido bu scou-se i dentificar a cl areza, q ualidade,
formalidade o u até m esmo a i nformalidade com q ue tais serviços são o ferecidos e
prestados às empresas de base tecnológicas.
De aco rdo co m as respostas co lhidas pelo t otal de e ntrevistados foi i dentificada a
necessidade de maiores esforços na formatação desses portifólios de serviços, visto
que segundo os entrevistados, o grau de definição desse mix alcança 62% entre os
patamares de média e pouca definição (figura 35).
Essa si tuação é ai nda m ais cr ítica, co mo pode-se obs ervar na figura 36, o nde os
próprios parques em operação apontam que 60% dos integrantes desse grupo, não
dispõe da determinação de seu portifólio de serviços claramente definida.
ANEXO 4
25
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Figura 35: Portifólio de serviços oferecidos às EBTs
21%
38%
Portifólio claramente definido
Portifólio medianamente definido
Portifólio pouco definido
41%
Figura 36: Comparativo do portifólio de serviços oferecidos às EBTs
50%
56%
50%
40%
30%
22%
22%
20%
10%
Portifólio cla ramente definido
Operação
3.6.1.9
Portifólio medianamente definido
Implantação
Portifólio pouco definido
Projeto
Nível de T rabalho em R ede
Quando avaliada a ocorrência estratégica ou ocasional e a existência de estruturas
sinérgicas que est ejam co ntribuindo par a a al avancagem dos negócios, os
entrevistados ap ontaram q ue e m 57% d os casos existe o predomínio d e u m forte
trabalho em rede.
Figura 37: Nível de trabalho em rede
14%
Forte trabalho em rede
Médio trabalho em rede
Fraco trabalho em rede
29%
57%
Em u ma anál ise comparativa, pode-se o bservar q ue os parques em op eração
conseguem al cançar um patamar de f orte à m édio nas co operações e m r edes.
Segundo os parques entrevistados em fase de pr ojeto, os resultados apontam para
um provável trabalho prévio de estruturação dessas redes de cooperação.
A figura 38 ilustra o co mparativo das r edes de co operação ex istentes nos t rês
estágios de parques pesquisados.
ANEXO 4
26
RELATÓRIO I
Parques Científicos e Tecnológicos –
Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior
Figura 38: Comparativo do nível de trabalho em rede
71%
55% 50%
45%
30%
20%
14%
14%
0%
Forte trabalho em rede
Operação
Médio trabalho em rede
Implantação
Fraco trabalho em rede
Projeto
3.6.1.10 Modelos de G es tão
A configuração dos modelos de gestão dos parques entrevistados, conforme figura
39, foi cl assificado na m aioria d os casos co mo se ndo u m modelo ai nda e m
construção. Cabe chamar a at enção que esta condição é t ambém evidenciada nos
parques em operação.
Figura 39: Modelos de Gestão
10%
35%
Modelo claramente definido
Modelo de Gestão em Construção
Modelo de Gestão pouco definido
55%
Figura 40: Comparativo dos modelos de gestão
78%
45%
45%
45%
45%
11%
Modelo claramente definido
Operação
9%
Modelo de Gestão em Construção
Implantação
9%
11%
Modelo de Gestão pouco definido
Projeto
3.6.2 Importância Estratégica do Parque tecnológico
Com relação a importância estratégica dos parques tecnológicos, os mesmos foram
avaliados com base nos seguintes aspectos de relevância:
•
Relevância estratégica Nacional: Diz respeito ao ca so de parques que foram
concebidos e implantados como elementos chave de uma estratégia nacional
de desenvolvimento, com po
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Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e