INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FUNORTE / SOEBRAS
TRATAMENTO DA MORDIDA ABERTA
ANTERIOR.
LILIAN DE CARVALHO BRAZ
Feira de Santana, 2014
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FUNORTE / SOEBRAS
TRATAMENTO DA MORDIDA ABERTA
ANTERIOR.
LILIAN DE CARVALHO BRAZ
Monografia
apresentada
ao
Programa
de
Especialização
em
Ortodontia
do
ICS
–
FUNORTE/SOEBRÁS NÚCLEO Feira de Santana-Ba,
como parte dos requisitos para obtenção do titulo de
Especialista.
ORIENTADORA: Prof (a): Carolina Calabrich
Feira de Santana, 2014
DEDICATÓRIA
A Deus em primeiro lugar por me proporcionar saúde e perseverança me permitindo
viver mais este momento importante em minha vida.
A minha mãe Valdinéia Batista exemplo de vida e dignidade, a quem devo tudo, e a
quem só tenho motivos de agradecimentos.
A equipe de Ortodontia do IFAP que estiveram sempre prontos a cooperar com o bom
andamento do curso.
AGRADECIMENTOS
Acima de tudo agradeço a Deus, pois é Ele que caminha ao meu lado todos os dias de
minha vida.
A minha orientadora Carolina Calabrich pela paciência, confiança, amizade, pelos
ensinamentos transmitidos e pela orientação que tanto contribuíram para este trabalho.
À equipe de funcionários e professores do Instituto de Ciências da Saúde, IFAP, que me
atenderam carinhosamente durante esses três anos.
.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Hábito de sucção digital ..............................................................................14
Figura 2 - Hábito da Chupeta .......................................................................................14
Figura 3 - Interposição Lingual......................................................................................16
Figura 4 - Respirador Bucal .........................................................................................16
Figura 5 - Grade Lingual .............................................................................................20
Figura 6 – Esporão .........................................................................................................20
Figura 7 - Quadri-Hélice com Grade Palatina ..............................................................21
Figura 8 - Grade Palatina Removível.............................................................................21
Figura 9 - Binator Fechado ...........................................................................................21
Figura 10 – Aparelho Thurow ...................................................................................... 20
Figura 11 - Aparelho extrabucal AEB...........................................................................23
Figura 12 - Educador Lingual com elástico....................................................................23
Figura 13 - SN3..............................................................................................................24
Figura 14 - Elásticos intrabucais ..................................................................................24
Figura 15 - Hawley com grade......................................................................................25
RESUMO
A mordida aberta anterior pode ser definida como a presença de um trespasse vertical
negativo existente entre as bordas incisais dos dentes anteriores superiores e inferiores,
classificada uma discrepância no sentido vertical. É considerada uma das más oclusões
de maior comprometimento estético funcional, com diversos fatores etiológicos
envolvidos. Torna-se fundamental o diagnóstico precoce e preciso desta má oclusão
identificando seus fatores etiológicos associados e direcionando o tratamento mais
adequado para cada caso. Deste modo, o objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão
de literatura sobre a mordida aberta anterior. Discutindo seus fatores etiológicos a ela
associados, os tipos de tratamentos mais adequados e usualmente empregados em sua
correção.
Palavras Chave: má oclusão; mordida aberta anterior; mordida aberta esquelética;
tratamento.
ABSTRACT
The anterior open bite can be defined as the presence of a negative vertical overlap
between the incisal edges of the upper and lower front teeth, a as discrepancy in the
vertical direction. It is considered one of with greater functional impairment aesthetic,
with different etiologic factors involved. Its is essential to early and accurate diagnosis
the malocclusion, identifying etiologic factors associated and directing the most
appropriate treatment for each case. Thus, the aim of this study was to conduct a
literature review on the anterior open bite. Discussing their etiological factors associated
with the types of treatments best suited and usually employed in its correction.
Keywords: malocclusion; anterior open bite; skeletal open bite; treatment.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
RESUMO
ABSTRACT
1
INTRODUÇÃO..................................................................................................09
2
OBJETIVO..........................................................................................................11
3
REVISÃO DE LITERATURA..........................................................................12
3.1
CLASSIFICAÇÃO DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR ..........................12
3.2
ETIOLOGIA DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR.....................................13
3.3
DIAGNÓSTICO DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR...............................16
3.3
TRATAMENTO DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR................................18
4
DISCUSSÃO.......................................................................................................27
5
CONSIDERAÇOES FINAIS.............................................................................32
6
REFERÊNCIAS..................................................................................................33
9
1. INTRODUÇÃO
A mordida aberta anterior é considerada uma discrepância de natureza vertical,
definida como a presença de uma dimensão vertical negativa entre as bordas incisais dos
dentes anteriores superiores e inferiores (ALMEIDA
et al. 1198; REIS, PINHEIRO &
MALAFAIA, 2007). A mordida aberta anterior pode ser resultante de causas diversas que
envolvem o resultado da interação de diferentes fatores etiológicos. Estes fatores interferem
no crescimento e desenvolvimento normais das estruturas faciais, modificando não somente a
morfologia, mas também a função do sistema estomatognático. Esta má oclusão pode
acarretar alterações estéticas no indivíduo, dificultar apreensão e corte dos alimentos,
prejudicar, também, a pronúncia dos fonemas, originando funções oclusais e até condições
psicológicas desfavoráveis (LOPEZ, SOUZA & JUNIOR, 2007).
As mordidas abertas em adultos podem ser classificadas em dentárias e esqueléticas.
As dentárias são resultantes de interrupção do desenvolvimento vertical normal dos dentes
anteriores, ou seja, o distúrbio ocorre na erupção dos dentes e no processo de crescimento
dentoalveolar (IANNY FILHO, 2009).
A mordida aberta anterior esquelética caracteriza-se por uma deficiência ou alteração
no crescimento dos ossos faciais e do processo alveolar. Refere-se às displasias craniofaciais e
caracterizam-se pela rotação do processo palatino no sentido anti-horário, associadas a um
ângulo goníaco obtuso e a um ramo mandibular encurtado (ALMEIDA et al. 1198; LOPEZ,
SOUZA & JUNIOR, 200; IANNY FILHO, 2009).
Devido às diferentes características e etiologias, o diagnóstico da mordida aberta
anterior é de fundamental importância para ampliar as chances de sucesso do tratamento
(IANNY FILHO, 2009). O tratamento dessa má oclusão varia desde o controle do hábito até a
adoção de procedimentos mais complexos, como a cirurgia ortognática. Várias condutas têm
sido utilizadas na tentativa de melhorar o padrão facial do paciente, como o uso de grade
platina, aparelhos ortopédicos, aparelho extrabucal de tração alta, bite blocks, extração
dentária, miniplacas de titânio com sistema de ancoragem esquelética (SAS) e mini-implante
(LOPEZ, SOUZA & JUNIOR, 2007; MAIA et al. 2008; IANNY FILHO, 2009).
Logo, um estudo detalhado da morfologia e da função neuromuscular da respiração e
dos dados cefalométricos que refletem esta má oclusão torna-se imprescindível para a
avaliação do grau de dificuldade de correção da mordida aberta anterior e para o
10
restabelecimento das condições normais do sistema estomatognático (LOPEZ, SOUZA &
JUNIOR, 2007; AZENHA & MACLUF FILHO, 2011).
11
2. OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é avaliar, através de uma revisão de literatura, os métodos de
tratamento propostos para a correção da mordida aberta anterior.
12
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR
A mordida aberta pode ser definida como uma das más oclusões de maior
comprometimento estético funcional, com diversos fatores etiológicos envolvidos. Pode ser
determinada quando se verifica a presença de um trespasse vertical negativo entre as bordas
incisais dos dentes anteriores superiores e inferiores. Isso provoca alterações dentárias e
esqueléticas, atrapalhando a apreensão e o corte dos alimentos, além de poder criar condições
psicológicas adversas para o paciente portador da má oclusão (MOYERS, 1991; MAIA et al.
2008).
De modo geral, as mordidas abertas anteriores (MAA) podem ser classificadas em
dentárias e esqueléticas, conforme as estruturas que afetam. As de natureza dentária são
resultantes da interrupção do desenvolvimento vertical normal dos dentes anteriores, sem o
comprometimento do processo alveolar. O distúrbio ocorre na erupção dos dentes e no
processo de crescimento dentoalveolar (IANNY FILHO, 2009). A mordida aberta dentária
está normalmente associada a hábitos bucais deletérios, como sucção digital, e seus
portadores caracterizam-se por apresentar uma face proporcional, com um padrão de
crescimento vertical normal, incisivos na maioria das vezes protruídos, dentes anteriores em
infra-oclusão por deficiência vertical alveolar e altura molar levemente excessiva (ALMEIDA
et al. 2002). Estes hábitos, quando não removidos precocemente, podem interferir no
crescimento dentofacial, agravando a má oclusão (PERES, TRAEBERTB & MARCENESC
2002; IANNY FILHO, 2009).
As mordidas abertas esqueléticas, por sua vez, envolvem displasias craniofaciais e
caracterizam-se pela rotação no sentido anti-horário do processo palatino, associada a um
aumento da altura facial ântero-inferior, a um ângulo goníaco obtuso, a um ramo mandibular
encurtado e à hiperplasia dentoalveolar, tanto da maxila quanto da mandíbula (MOYERS,
1991; ALMEIDA et al. 1998). A mordida aberta esquelética geralmente causa uma rotação
horária da mandíbula, o que gera um aspecto facial de desequilíbrio entre os terços faciais
médio e inferior. Apresenta, também, um maior desenvolvimento vertical dos molares e um
desenvolvimento normal dos processos alveolares na região anterior dos arcos dentários, que
encontram-se em infra-oclusão devido a uma divergência entre as bases ósseas (ALMEIDA
et al. 2002). Segundo Azenha &Macluf Filho (2011), a mordida aberta anterior esquelética
pode envolver um desenvolvimento vertical alveolar posterior excessivo, bem como altura
13
facial anterior inferior aumentada, associada, frequentemente à falta de selamento labial
passivo.
A mordida aberta anterior também pode ser classificada em simétrica e assimétrica.
Considerada simétrica quando há em geral uma postura lingual interdental baixa. A língua
está posicionada habitualmente entre os dentes, bloqueando o mecanismo de erupção
contínua, que em geral, resulta em contatos relativamente homogêneos entre as arcadas
antagonistas, na posição de máxima intercuspidação. Uma mordida aberta anterior assimétrica
resulta da postura habitual de um dedo ou outro objeto entre os dentes (ALMEIDA et al 1998;
RODRIGUEs et al. 2008).
3.2 ETIOLOGIA DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR
A etiologia da mordida aberta anterior é considerada multifatorial, sendo que os principais
fatores etiológicos envolvidos são a hereditariedade e as causas ambientais. Acredita-se que
nas fases de dentadura decídua e mista, os fatores casuais mais encontrados são os ambientais
como a hipertrofia das tonsílas faríngeas, respiração bucal e principalmente, os hábitos bucais
deletérios (MOYERS, 1991; REIS, PINHEIRO & MALAFAIA, 2007).
A mordida aberta anterior pode ser resultante de causas diversas, como: irrupção
incompleta dos dentes anteriores, alterações nos tecidos linfóides da região da orofaringe, que
levam à dificuldades respiratórias e ao mau posicionamento da língua, persistência de um
padrão de deglutição infantil e presença de hábitos bucais deletérios, bem como renitentes. Ou
seja, ela se desenvolve como o resultado da interação de fatores etiológicos diversos
(AZENHA & MACLUF FILHO, 2011).
Outros fatores relacionados são: anquilose dentária, anomalias no processo de erupção,
traumas ou patologias condilares e as iatrogenias. A macroglossia verdadeira, apesar de rara,
também é considerada como um fator etiológico (SIMOES, 2008). Além de que pode haver
causas diversas como: irrupção incompleta dos dentes anteriores, alterações dos tecidos
linfáticos da região da orofaringe, que levam às dificuldades respiratórias e ao mau
posicionamento da língua; persistência de um padrão de deglutição infantil e presença de
hábitos bucais deletérios rinitentes (ALMEIDA et al, 1998)
A genética é considerada o fator etiológico elementar das mordidas abertas esqueléticas,
uma vez que o seu desenvolvimento e sua gravidade estão diretamente relacionados ao padrão
de crescimento facial do paciente, além de que esta pode ser agravada caso hábitos bucais
14
deletérios estejam presentes principalmente a respiração bucal e a deglutição atípica
(MACIEL & LEITE, 2005).
A sucção digital constitui-se no hábito bucal mais frequentemente encontrado entre as
crianças, ao lado da sucção de chupetas. Quando o dedo é sugado, várias alterações ocorrem
na região dos dentes e da musculatura peribucal. Os dentes ântero-superiores e o processo
alveolar sofrem uma pressão nos sentidos vestibular e apical, favorecendo o aparecimento de
diastemas entre os incisivos, enquanto os incisivos inferiores são inclinados para lingual e
apical, com consequente aumento do trespasse horizontal. A sucção da chupeta produz as
mesmas alterações morfológicas que a sucção digital, porém, a mordida aberta anterior
desenvolvida nessas condições mostra um aspecto mais circular (ALMEIDA et al, 1998).
Os hábitos de sucção digital e chupeta têm uma grande participação na etiologia da
mordida aberta anterior (Figuras 1 e 2). Quando associada a estes fatores, esta má oclusão é
considerada deformidade de caráter dentoalveolar, já que a abertura da mordida é restrita à
região de sucção. Quando advinda do uso de chupeta, apresenta-se na forma circunferencial e
circular, já com a sucção de polegar acarreta a inclinação dos incisivos superiores para
vestibular e inferiores para lingual (REIS, PINHEIRO & MALAFAIA, 2007). O dedo ou a
chupeta, durante a sucção, interpõem-se entre os incisivos superiores e inferiores, restringindo
a erupção destes dentes, enquanto os dentes posteriores continuam a desenvolver-se no
sentido vertical (REIS, PINHEIRO & MALAFAIA, 2007).
As Figuras 1 e 2 mostram um esquema do efeito do hábito da sucção digital e do uso da
chupeta.
Fig. 1: Hábito de sucção digital
Fig. 2: Hábito da Chupeta
Fonte: www.ortodontista.net.com.br
Fonte: www.ortodontista.net.com.br
Segundo Graber (1996), a instalação de alterações morfológicas na presença do hábito
depende de sua intensidade, duração e frequência, assim como da suscetibilidade individual,
determinada, principalmente, pelo padrão de crescimento facial.
15
A maioria dos autores acredita que a respiração bucal é um dos fatores mais potente,
constante e variado que leva ao desenvolvimento assimétrico dos músculos, ossos do nariz,
maxilas, mandíbula e a desorganização das funções exercidas pelos lábios, bochecha e língua.
As adenoides e tonsilas hipertróficas são a causa mais comum de obstrução nasal e,
consequentemente, respiração bucal em crianças. Em um respirador bucal, ocorre o desvio
funcional da musculatura bucal, do rosto e da postura que levam a um desenvolvimento
inadequado do aparelho mastigatório, o que é uma indicação para a má oclusão do tipo
mordida aberta (SIMÕES, 2008).
Na respiração bucal, deixa-se de ter a necessária massagem e pressionamento de ar junto à
região bucosinusal (nariz e seios paranasais), um dos principais fatores estimuladores do
crescimento e desenvolvimento do terço médio da face. Portanto, os tecidos linfoides
hipertróficos e a obstrução nasal podem obrigar a língua a se manter em uma posição
projetada para permitir a respiração pelo espaço orofaríngeo, ao invés do nasofaríngeo.
Devido à postura da língua, ocorre também à erupção contínua dos dentes posteriores
aumentando a dimensão vertical do paciente, e em consequência aparece a Mordida Aberta
Anterior (Figura 4) (ALMEIDA et al. 1998).
No paciente que apresenta a deglutição atípica, há um desequilíbrio muscular entre a
língua, lábio e músculos da bochecha, caracterizando-se por uma participação ativa da
musculatura perioral. Esta é causada por problemas neurológicos, respiração bucal,
macroglonia, anquiloglonia, mordida aberta anterior, perdas precoces dentre outras (SIMOES,
2008).
Acredita-se que uma pressão suave, porém contínua, exercida pela língua contra os dentes
seja capaz de movimentá-los, produzindo efeitos significativos. Se um paciente tem uma
postura anterior de repouso da língua, a duração dessa pressão, mesmo que muito leve, pode
interferir no processo de erupção ou movimentar os dentes anteriores resultando em mordida
aberta (ARTESE et al, 2011).
A interposição lingual, ou pressionamento lingual atípico, encontra- se presente em
100% dos casos com mordida aberta anterior (Figura 3) Ela pode ser classificada como
primária, quando consiste na causa principal do desenvolvimento da má oclusão, ou
secundária, quando a língua apenas adapta-se a uma alteração morfológica já existente,
causada pela sucção de dedos ou de chupeta (MACIEL& LEITE, 2005).
16
Para que se obtenha um selamento anterior adequado para a deglutição, o paciente
sente a necessidade de interpor a língua entre os incisivos, o que acaba por agravar e perpetuar
o trespasse vertical negativo e acentuar o trespasse horizontal que porventura ainda exista.
Quando da dicção de certos fonemas, a interposição lingual também está presente,
atrapalhando ou acentuando os aspectos negativos mencionados (ALMEIDA et al. 2002).
Nas Figuras 3 e 4 pode-se verificar o efeito do hábito da interposição língual e um
respirador bucal respectivamente.
Fig. 3: Interposição Lingual
Fig. 4: Respirador Bucal
Fonte: www.ortodontista.net.com.br
Fonte: www.maissauderevista.com.br
3.3 DIAGNÓSTICO DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR
Devido às diversas características e etiologias, o diagnóstico da MAA é de
fundamental importância para se aumentar as chances de sucesso do tratamento. Diagnosticar
é identificar o componente dentário ou esquelético da má oclusão e entender com que
severidade e em que plano do espaço esses componentes se combinam (IANNY FILHO,
2009). Assim sendo, para se iniciar o tratamento desta má oclusão do tipo MAA, é necessário
um exame detalhado do paciente, observando a faixa etária, os fatores predisponentes, com o
intuito de tentar eliminar os hábitos deletérios e os funcionais associados ao quadro da má
oclusão o mais cedo possível (SIMÕES, 2008).
Azenha & Macufl Filho (2009) acreditam que, para o correto diagnóstico desta má
oclusão, deve-se sempre estar atento a sua etiologia e agrupar um maior número de
informações para que se possa traçar um plano de tratamento adequado para cada caso. Desta
forma, levando em consideração a análise facial, embora não possa ser vista de maneira
isolada, pode ser considerado o item mais importante do diagnóstico, pois permite ao
ortodontista avaliar as características morfológicas responsáveis pela estética do indivíduo.
Durante a análise do diagnóstico facial, deve-se levar em consideração o padrão facial do
paciente, relacionando-o ao crescimento da face e a tipologia facial, determinada pela
morfologia óssea e muscular, as alterações verticais, o plano frontal e sagital, as alterações
estéticas do sorriso, bem como, o posicionamento horizontal da maxila.
17
Ianny Filho (2009) afirma que, na análise facial, a proporção dos terços faciais em um
paciente com esta má oclusão é de considerável importância,
pois,
terço inferior aumentado
indica um padrão vertical de crescimento (dolicofacial), com um prognóstico, por exemplo,
menos favorável no tratamento da MAA.
Outro ponto relevante para se obter sucesso no diagnóstico da MAA é avaliar os
estudos cefalométricos, uma vez que, além de estabelecer padrões de normalidade para uma
determinada população, facilitam o diagnóstico e o planejamento do tratamento ortodôntico
(NOUGUEIRA & OLIVEIRA, 2003; SANTOS et al. 2005). A análise cefalométrica,
especificamente, tem sido empregada com o intuito de identificar as características e as
alterações de crescimento dos portadores de má oclusão, realizar o diagnóstico diferencial
entre a mordida aberta dentoalveolar e esquelétca e analisar os resultados de tratamento
(ARAS, 2002; ALIMERE et al. 2005).
A exposição dos incisivos pode auxiliar o ortodontista no momento de se estabelecer o
diagnóstico da MAA. Quando o lábio inferior tem valor próximo à média de referência e não
há deficiência de crescimento ou de erupção dos dentes anteriores da maxila, a exposição dos
incisivos em repouso deve ser entre 2mm e 4mm. No sorriso a exposição ideal é de ¾ da
coroa clínica até 2mm de gengiva. O aumento da exposição gengival, que compromete a
estética facial, deve ser analisada, conjuntamente, com o comprimento de lábio superior.
Lábio com comprimento normal e diminuição na exposição dos incisivos sugere deficiência
de crescimento anterior da maxila e/ou falta de erupção dos dentes anteriores. A análise do
comprimento de lábio superior, da exposição dos incisivos em repouso, e no sorriso, contribui
para o diagnóstico diferencial da falta de erupção dos dentes anteriores/deficiência no
crescimento vertical anterior da maxila ou do excesso de erupção dos dentes
posteriores/excesso de crescimento vertical posterior maxilar (IANNY FILHO, 2009).
A protusão do lábio superior também ajuda na decisão pelo tratamento com ou sem
extrações da MAA. Assim, quanto maiores forem o envolvimento esquelético e a dificuldade
de tratamento, maior será a necessidade da exodontia. Nesse sentido, as linhas de Brustone
(SN Pog’) e o Plano Estético de Ricketts (PN Pog’) são importantes para quantificar a
protusão ou a retrusão dos lábios superiores e inferiores e, portanto, a necessidade de extração
de pré-molares nos casos de MAA (IANNY FILHO, 2009).
Avaliar a base nasal é relevante para se traçar o diagnóstico da MAA, pois, ela permite
diagnosticar a estenose da abertura nasal anterior, ajuda no diagnóstico de desvio de septo
18
nasal anterior e ainda facilita a constatação de problemas funcionais como a respiração bucal,
que deve ser tratada, pois o equilíbrio das funções é primordial para a estabilidade do
tratamento da MAA (ALIMERE, THOMAZINHO, FELÍCIO 2005).
Agrupar o maior número de informações é o mais coerente para se fazer um bom
diagnóstico da má oclusão do tipo MAA, devido a sua etiologia multifatorial. A mordida
aberta anterior é assunto complexo, cujo diagnóstico preciso é de fundamental importância
para o sucesso do tratamento. O fator etiológico é essencial na determinação do tipo da
mordida aberta, o que torna necessário o tratamento do caso o mais precocemente possível,
com métodos preventivos e terapêuticos adequados.
3.4 TRATAMENTO DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR
Fazer um exame minucioso do paciente para elucidar as possíveis causas relacionadas
ao problema da mordida aberta é muito importante. Deve-se avaliar se a mordida aberta é de
caráter emocional ou um distúrbio respiratório ou uma alteração funcional ou ainda a
combinação de todos esses fatores (ALMEIDA et al. 1998). Deste modo, quando existe uma
mordida aberta anterior, vários fatores devem ser considerados antes de qualquer intervenção
(FAYYAT, 1999).
Feitas essas considerações, Almeida et al (1998), acreditam que durante o planejamento
do tratamento deve-se observar a faixa etária do paciente. Os autores afirmam que caso este
esteja na faixa etária dos 4 anos de idade, os hábitos de sucção não devem sofrer
interferências, visto que o benefício emocional do mesmo supera os prejuízos funcionais que
acarretam. Na fase de dentadura mista torna-se importante intervir diretamente no problema
ortodôntico do paciente, pois aumentam as chances de agravamento das alterações dentárias
que porventura já tenham se instalado, dificultando a possibilidade de auto-correção. Para
tanto, é necessária a eliminação dos hábitos deletérios e dos problemas funcionais associados
ao quadro da má oclusão o mais cedo possível (ALMEIDA et al. 1998).
Para uma boa elaboração do diagnóstico funcional no tratamento da mordida aberta
anterior, é importante também bordar as alterações ligadas a deglutição e fonação, que se sabe
que estes podem induzir o mau posicionamento da língua, resultando em protrusão
dentoalveolar anterior. Os hábitos bucais, quando diagnosticados, devem ser eliminados o
mais precocemente possível para que danos mais severos não ocorram (AZENHA &
MACLUF FILHO, 2011).
19
A eliminação espontânea do hábito é sempre mais desejável, diminuindo-se as chances de
recidiva após o tratamento e o paciente deve ser assim estimulado. Se não houver sucesso
com este tipo de abordagem, deve-se recorrer ao auxílio de um psicólogo, ao mesmo tempo
em que a má oclusão é interceptada com aparelhos ortodônticos adequados (ALMEIDA et al.
1998).
A terapia miofuncional é utilizada para a modificação de função e consiste de um
conjunto de exercícios para reeducar a musculatura orofacial na deglutição, fonação e posição
postural de descanso. Acredita-se que as atividades voluntárias como a deglutição e a fonação
sejam mais fácil de correção utilizando-se exercícios miofuncionais, enquanto que atividades
involuntárias como o hábito postural de língua sejam de difícil automação. Outra forma de se
corrigir hábitos funcionais é através de mecanismos que impeçam que a língua se apoie sobre
os dentes. Conhecer a posturas de língua em repouso pode guiar o ortodontista na escolha do
tratamento a ser realizado, que tem como objetivo trazer a língua a uma postura de repouso
correta, removendo, assim, o agente causador da má oclusão (ARTESE et al, 2011).
Uma vez definido que o agente etiológico da MAA é a postura anormal da língua, cabe ao
ortodontista, através da análise das características mofológicas dessa má oclusão, classificar a
postura da língua em repouso.
Dentre os procedimentos utilizados para a correção das mordidas abertas anteriores de
natureza dentária e dentoalveolar com relação oclusal normal, causadas pelos hábitos de
sucção e de interposição de língua, o mais difundido como afirmam Almeida et al. 1999;
Azenha & Macluf Filho, (2011) é a utilização da grade palatina, adaptada no arco superior.
Esse aparelho pode ser fixo ou removível e a eleição do tipo a ser utilizado dependerá do grau
de colaboração do paciente. Já Artese et al. (2011) acreditam que como as grades palatinas
estruturas lisas, permitem que a língua se apoie sobre as mesmas, de tal forma que, em alguns
casos, isso impeça a sua reeducação funcional. Nesses casos, a língua volta à sua posição
original, ocorrendo, assim, a recidiva da MAA.
No tratamento da mordida aberta de origem dentária, o importante é atrapalhar a língua
para que ela não se interponha entre os dentes. Para isso, se utiliza aparelhos que tenham
grades ou esporões (Figuras 5 e 6). As pontas ativas forçam uma mudança na postura de
repouso da língua, permitindo, dessa forma, a erupção dos dentes e o fechamento da mordida
aberta. Essa mudança na posição da língua modifica a percepção sensorial pelo cérebro,
obtendo-se, assim, uma nova resposta motora. Essa resposta pode ficar impressa
20
definitivamente no cérebro, o que explica a mudança permanente da postura lingual produzida
pelas pontas ativas, sendo esse um dos fatores responsáveis pela estabilidade do tratamento da
mordida aberta (ARTESE et al 2011).
Além disso, o trabalho do fonoaudiólogo pode ser indispensável para que se obtenha
sucesso no final do tratamento. Então, os casos de mordida aberta de caráter esquelético, a
preferência é pelo controle vertical, principalmente fazendo o uso da barra palatina afastada
ou Bite Block (normalmente por um período que varia de 6 meses a 1 ano). A grade língual
também pode ser usada para somar formas de controle do mau posicionamento da língua. Em
alguns casos, associam-se estes recursos, porém esta associação pode causar desconforto para
o paciente, devido ao excesso de parafernália instalada na cavidade oral. Um ponto relevante
deste tratamento é que, com este tipo de aparelho, não se depende da colaboração do paciente,
tendo o ortodontista um maior controle dos resultados do seu tratamento (AZENHA &
MACLUF FILHO, 2011).
O aparelho grade lingual e um tipo de esporão são ilustrados nas Figuras 5 e 6.
Fig. 5: Grade Lingual
Fig. 6: Esporão
Fonte: www.labolyra.com.br
Fonte: www.scielo.com.br
Ramos et al. (2008) creditam que o uso da grade palatina fixa em dentição mista poderá
travar o crescimento transversal do paciente. Então, eles acreditam que seria mais indicado
usar um aparelho removível com grade palatina e torno expansor, nos casos em que o paciente
apresente dentição mista (Figura 8). A grade palatina é um aparelho passivo que não exerce
força alguma sobres estruturas dentárias, ou seja, funciona como um obstáculo mecânico que
não só impede a sucção do dedo ou da chupeta, como também mantém a língua em uma
posição mais retruída, não permitindo sua interposição entre os incisivos, durante a deglutição
e a fala (ALMEIDA, ET AL 1998).
Nos casos em que o paciente não colabora com o tratamento, uma alternativa é substituir o
aparelho removível por um Quadri-Hélice com grade palatina que, por sua vez, obtém
21
características de ação semelhantes, de barrar a língua e fazer expansão dento-alveolar
(Figura 7) (RAMOS et al. 2008).
O modelo do aparelho Quadri-hèlice com Grade Palatina e o aparelho Grade Palatina
Removível com expansor estão ilustrados nas Figuras 7 e 8.
Fig. 7: Quadri-Hélice com Grade Palatina
Fonte: Ramos et al. 2008.
Fig. 8: Grade Palatina Removível com
expansor.
Fonte: Ramos et al. 2008
No tratamento precoce da má oclusão do tipo MAA, os aparelhos utilizados têm a
finalidade de eliminar hábitos deletérios. Alguns aparelhos são bem utilizados como os
aparelhos interceptores e funcionais. Dentre eles, estão o Bionator de Balters fechado, que é
indicado para a correção da mordida aberta anterior causada por interposição lingual e sucção
digital ou de chupeta (Figura 9). Esse aparelho proporciona função e postura normal para a
língua, orientada pela alça palatina além que, ao mesmo tempo corrige a relação molar de
classe II (REIS, PINHEIRO & MALAFAIA, 2007).
O aparelho Binator Fechado esta apontado na Figura 9.
Fig. 9: Binator Fechado
Fonte: Ramos et al 2008.
Outro tipo de aparelho que pode ser utilizado na correção da MAA é o Esporão Colado
Lingual Nogueira. Ele é utilizado no tratamento da deglutição atípica por pressionamento
lingual, podendo ser aplicado tanto no arco superior como no inferior (Ramos et al. 2008).
22
E no tratamento das mordidas abertas esqueléticas, o aparelho extrabucal (AEB) com
tração alta é descrito na literatura como um meio de se controlar a extrusão dos dentes
póstero-superiores (Figura 11). Para um efeito ortopédico, esse aparelho pode ser utilizado
por um período de 12 a 14 horas/dia, com uma força de aproximadamente 350 a 400g de cada
lado (REIS, PINHEIRO & MALAFAIA, 2007). Os aparelhos extrabucais podem ser usados
individualmente ou combinados a aparelhos fixos ou removíveis. A forma com que o aparelho
extrabucal atua sobre a maxila e mandíbula depende da direção da força aplicada, podendo
esta ser cervical, alta (occipital) ou média (casquete de Interlandi) (Ianny Filho, 2009;
Oliveira, 2012)
Outro aparelho extrabucal para auxiliar no tratamento da MAA foi apresentado por
Thurow em 1975. Este aparelho combina a tração extrabucal e aparelhos removíveis que tem
como efeito a restrição do crescimento da maxila, permitindo também, uma rotação antihorária da mandíbula. Este autor propôs, um aparelho extrabucal acoplado a uma placa de
acrílico com cobertura oclusal de todos os dentes superiores erupicionados, que ele
denominou de “Splint maxilar”. Este aparelho proporciona um controle em massa de todos os
dentes superiores, em todas as direções, exceto mesiodistalmente. A cobertura de acrílico
desocluí os dentes eliminando possíveis interferências oclusais durante a aplicação da força, o
que não apenas facilita o movimento dos dentes superiores, como também permite a correção
de deslocamentos mandibulares funcionais. Este aparelho pode ser modificado dependendo da
necessidade de tratamento, podendo o ortodontista incluir a grade lingual nos casos da
mordida aberta ou, por exemplo, o torno expansor quando houver necessidade de adequação
tranversal do arco superior. (Figura 10) (OLIVEIRA, 2012).
Fig. 10: Aparelho de Thurow
Fonte: www.google.com.br
Como a mordida aberta dentária esta associada há hábitos viciosos, como a interposição
lingual e deglutição atípica, para tratar este hábito deletério, um dos aparelhos mais utilizados
é o Educadores Lingual, que pode ser confeccionado com ou sem torno expansor (Figura 11).
23
A força do elástico presente neste aparelho é aplicada na vestibular, no intuito de fazer a
desinclinação e extrusão dos incisivos superiores (Figura 12) (RAMOS et al. 2008).
Nas Figuras 11 e 12 estão a demonstração do aparelho extrabucal AEB e o Educador
Lingual com elástico.
Fig. 11: Aparelho extrabucal AEB
Fig.12: Educador Lingual com elástico
Fonte: www.cetrobh.com.br
Fonte: Ramos et al 2008
Segundo Santiago & Santiago Jr. (1996) os aparelhos ortopédicos funcionais mais
indicados no tratamento da mordida aberta anterior, seriam os aparelhos Simões Network,
idealizados pela Dra. Wilma Alexandre Simões, SN2, SN3, SN6 e Bimler C. Eles podem ser:
Bioplásticos- um pouco mais rígidos, por exemplo, SN1 e SN7 ou Bioelásticos- aparelhos
mais leves, tendo como exemplo SN2, SN3 e SN6. O aparelho Simões Network 1; SN1 - são
usados para neutroclusão e distoclusão e nunca para mesioclusão bem quando os incisivos
não erupcionam o suficiente para colocar escudo e gravata de Bimler e indicados também na
época de erupção dos segundos molares para colocação de acessórios para girar os mesmos. O
aparelho Simões Network 2; SN2, estimulam a mudança de postura da língua, elevando a sua
ponta e a levando para cima. Também é indicado para quadrar a mandíbula . Já os Simões
Network 3; SN3, esta indicado nos casos de Biprotusão ou mordida aberta, principalmente
quando há divergência dos planos oclusais. Atuam no desenvolvimento transversal e
favorecem o controle da região anterior (Figura 13).
Azenha & Macluf Filho, (2011) afirmam também que para o a correção não cirúrgica da
MAA vários tratamentos têm sido propostos para corrigir esta má-oclusão. As
intervenções podem ser realizadas com o uso de aparelhos ortopédicos funcionais como o
Regulador de função de Frankel. O aparelho Regulador da Função de Frankel foi
desenvolvido pelo Dr. Rol Frankel por volta de 1967. Ele tem ação muscular que visa
exercitar a musculatura e estimular a remodelação óssea. Neste aparelho na região do palato
não há a base de acrílico o que facilita o seu uso em pacientes que apresentam dificuldade de
24
respiração e com problemas posturais da língua. Além de que outros aparelhos ortodônticos
fixos como a técnica MBT podem ser usados no tratamento da mordida aberta anterior
(ARAGÃO, 1992).
O tratamento mais utilizado na dentadura permanente é o uso do aparelho ortodôntico
fixo com elásticos intermaxilares na região anterior, com o objetivo de extruir os dentes
anteriores (Figura 14). A mecânicas dos elásticos intrabucais são utilizadas tanto para a
extrusão de incisivos como para a intrusão de molares e giro do plano oclusal, associados aos
arcos multiloops (ARTESE et al. 2011). Outros preconizam que, além desse subsídio, o que
pode facilitar a correção da mordida aberta e talvez melhorar sua estabilidade são as extrações
dentárias que, dependendo da situação, podem ser dos pré-molares ou dos primeiros molares
(REIS, PINHEIRO & MALAFAIA, 2007).
O modelo do aparelho SN3 e os elásticos intrabucais são apresentados nas Figuras 13
e 14.
Fig.13: SN3
Fig. 14: Elásticos intrabucais
Fonte: Ramos et al 2008.
Fonte:www.beflash.com.br
Ianny Filho (2009) acreditam que em crianças o grau de dificuldade do tratamento pode ser
definido a partir da análise de alguns indicadores da severidade da má oclusão. Em alguns casos, a remoção
dos hábitos deletérios concomitante com o uso de aparelhos específicos são suficiente para se obter sucesso
no tratamento da mordida aberta anterior.
A extração dentária pode ser uma alternativa para solucionar casos de mordida aberta
anterior. A extração de incisivo inferior em casos limítrofes e a de primeiros ou segundos prémolares bem como segundos molares, seriam alternativas de tratamento para situações
limitadas, não rotineiras, com características específicas (REIS, PINHEIRO & MALAFAIA,
2007).
No tratamento da mordida aberta esquelética, a extração dos primeiros pré-molares,
mesmo quando o apinhamento é considerado moderado, tem sido aceita por muitos clínicos
25
(ARAS 2002). Aras (2002) acredita que o objetivo da extração de pré-molares é mesializar
molares para permitir a rotação anterior da mandíbula. Para este autor as extrações dos
segundos pré-molares também são úteis no tratamento de pacientes com mordida aberta e face
inferior longa limitando o aumento na altura alveolar posterior. Alguns autores levantaram a
hipótese de que a terapia com extração, preferível em indivíduos com um padrão de
crescimento vertical, torna-se inválida em pacientes em fase de crescimento com tendência a
apresentarem mais extrusão dos dentes posteriores. Portanto, sugeriram que o tratamento
ortodôntico deveria ser adiado até que o surto do crescimento puberal estivesse praticamente
completo ou após a puberdade (ARAS, 2002).
Dentre os últimos recursos tecnológicos incorporados na prática ortodôntica,
destacam-se os dispositivos temporários de ancoragem. Estes dispositivos tanto os miniimplantes, nos seus diversos desenhos, como as miniplacas de titânio têm permitido ampliar a
capacidade corretiva nos tratamentos compensatório da mordida aberta anterior,
principalmente nos casos de caráter esqueléticos (RAMOS et al. 2008).
Após a finalização do tratamento corretivo da mordida aberta, Almeida et al. (1998),
Freitas et al. (2003); Reis, Pinheiro & Malafaia (2007) preconizam a instalação a contenção
inferior (3 x 3) placas de Hawley no arco superior com a grade palatina, durante a noite. Esta
tem como objetivo impedir a interposição da língua durante o sono, diminuindo assim as
chances de recidiva da mordida aberta anterior (Figura 15).
A Figura 15 mostra um aparelho de Hawley com grade que pode ser usado no final do
tratamento ortodôntico para impedir a recidiva da MAA.
Fig. 15: Hawley com grade (usado para impedir a recidiva da mordida aberta anterior).
Fonte: www.peo.com.br
Em pacientes adultos, um bom diagnóstico permite entender os componentes dentários
e esqueléticos da má oclusão já estabelecida, sua severidade, o padrão facial o grau de
26
dificuldade do tratamento por camuflagem ou cirúrgico, a mecânica ortodôntica consistente e
o prognóstico do tratamento (IANNY FILHO, 2009). Assim, o insucesso deste tratamento é
com frequência atribuída á falta de colaboração do paciente no uso de determinados
aparelhos. Entretanto, muitas vezes, parte do insucesso, decorre da não percepção e da
indefinição do correto grau de dificuldade do tratamento, em virtude da falha no processo do
diagnóstico. Com um diagnóstico bem elaborado e a definição da etiologia da mordida aberta
anterior, é possível determinar o grau de dificuldade e severidade durante o tratamento.
(IANNY FILHO, 2009).
27
4. DISCUSSÃO
O tratamento da mordida aberta anterior torna-se um desafio para o ortodontista, porque o
seu desenvolvimento resulta de muitos fatores etiológicos diferentes, tais como: hábitos
bucais deletérios (sucção de polegar ou chupeta), tonsilas palatinas hipertróficas, respiração
bucal, interposição lingual, macroglossia, fatores hereditários, anquilose dentária, traumas,
patologias condilares, iatrogenias, padrão de crescimento desfavorável, displasia óssea e a
ausência de maturação do sistema neuromuscular. Estes fatores interferem no crescimento e
desenvolvimento normais das estruturas faciais, modificando não somente a morfologia, mas
também a função do sistema estomatognático (LOPEZ, SOUZA &JUNIOR, 2007).
Dessa forma, a mordida aberta anterior é motivo de grande preocupação na clínica
ortodôntica. Para Reis, Pinheiro & Malafaia, (2007); Capelozza Filho, (2011) ela é
considerada de difícil terapêutica não só pela sua dificuldade de tratamento, mas também
pelas dificuldades para se manter os resultados obtidos, devido a estabilidade duvidosa do pós
tratamento, em decorrência da sua etiologia multifatorial. Assim uma abordagem
multidisciplinar é necessária para a manutenção da oclusão normal obtida através do
tratamento ortodôntico.
Simonetti, Siqueira, Maltagliatti (2009) concordam quanto à dificuldade de tratamento
para a mordida aberta anterior em pacientes, principalmente, em adultos. Por ser difícil de ser
tratada e de se manter a sua estabilidade muitos autores têm apresentado várias modalidade de
tratamento, de acordo com a etiologia. Almeida et al. (2002); Maia et al. (2008) e Oliveira
(2012) acreditam que o tratamento da mordida aberta anterior deve receber atenção, o mais
precocemente possível, para que o crescimento ósseo e dentário não seja influenciado por
fatores internos, como amígdalas hipertróficas, respiração bucal ou hábitos bucais deletérios
(sucção de polegar ou chupeta). Estes autores afirmam que o tratamento da mordida aberta na
fase da dentadura decídua deve envolver basicamente o controle dos hábitos e o atendimento
multidisciplinar com fonoaudiólogo, otorrinolaringologista bem com o ortodontista.
Alguns autores acreditam que as forças geradas durante a deglutição e a fonação sejam
capazes de provocar a alteração de forma das arcadas dentárias. Apesar dessas disfunções
estarem associadas na literatura, com a etiologia da MAA, outros estudos demonstram que
essas funções têm curta duração, não sendo suficientes para realizar modificações dentárias
(ARTESE et al, 2011). Artese et al, ( 2011) acreditam que a frequência da fonação e da
deglutição atípicas é muito maior do que a prevalência da MAA, o que pode explicar a fraca
28
associação de causalidade entre a existência de fonação e deglutição atípicas e a presença
dessa má oclusão.
Autores buscaram revisar alguns conceitos a respeito das razões e dos tipos de
tratamento mais usualmente empregados para correção da mordida aberta anterior e avaliaram
que o padrão facial vertical foi, ao longo dos anos, sendo considerado como o principal fator
de risco para a MAA e para a instabilidade de seu tratamento. No entanto, outros estudos
relata que a maior parte de indivíduos hiperdivergentes apresenta uma sobremordida normal
ou exagerada, enquanto pacientes com padrões faciais normais apresentam “mordidas abertas
persistentes” (ARTESE et al 2011).
Devido aos inúmeros fatores etiológicos descritos na literatura, diversos tipos de
tratamento foram propostos para a correção da MAA, não existindo, ainda, consenso a
respeito do que seria o melhor tratamento para essa má oclusão (ARTESE et al 2011). Porém
Maia et al. (2008) afirmam que na correção das mordidas abertas anteriores, de natureza
dentária e dentoalveolar, causadas pelos hábitos de sucção e interposição de língua, um dos
procedimentos utilizados, é a utilização da grade palatina, adaptada ao arco superior para a
correção da má oclusão.
Por outro lado Azenha & Macluf Filho, (2011) preferem tratar a mordida aberta anterior
em certos casos com a grade lingual inferior (devido à inserção da língua) e fixa para não
depender da colaboração do paciente. Em casos onde não se pode se ter a mesialização dos
dentes posteriores, os esporões são bem indicados, pois com a grade lingual o paciente pode
pressiona-la empurrando os molares para mesial. Quando se indica a etapa de aparelho fixo, a
colagem compensatória dos braquetes dos incisivos (deslocados mais para cervical) também
ajuda, bem como um controle com barra palatina afastada do palato.
Almeida et al. (2002) em seu estudo sobre a interceptação de uma mordida aberta
esquelética associada à sucção digital concluíram que apesar da estreita relação entre os
hábitos de sucção com a mordida aberta anterior, esta má oclusão, pode estar presente mesmo
sem a presença do hábito, o que torna necessário uma avaliação criteriosa dos fatores
etiológicos. Neste estudo os autores trataram o aspecto dentoalveolar com aparelhos que
impediam a interposição lingual e a perpetuação da mordida aberta anterior e concluíram
conforme que a grade e o esporão mostraram-se eficientes no controle da postura da língual.
Azenha & Macluf Filho, (2011) concordam com Santiago & Santiago Jr. (1996) quanto ao
uso do aparelho SN3 para o tratamento da MAA. O SN3 também chamado de Simões
29
Network 3, tem sua principal indicação para a mordida aberta anterior por evitar a
interposição lingual melhorando assim o seu posicionamento.
Freitas et al. (2003) realizaram um estudo que teve como objetivo demonstrar a correção
de uma má oclusão de Classe II, divisão 1, na dentadura mista com mordida aberta anterior.
Neste estudo utilizou-se o AEB conjugado para tratamento e concluíram que este tipo de
aparelho quando bem indicado em relação às características faciais do paciente e ao seu nível
de colaboração, apresenta-se bastante efetivo no tratamento da MAA. Já Dib et al. (2009),
acreditam que o aparelho Bite-Block possibilita um maior controle do deslocamento vertical
da maxila e mandíbula, podendo ser indicado para pacientes com mordida aberta anterior
associada à altura facial ântero-inferior aumentada e ângulo do plano mandibular aberto. Estes
autores concluíram que o Bite-Block posterior, quando utilizado em estágios precoces do
desenvolvimento, onde o paciente possui um bom potencial de crescimento, proporciona
resultados satisfatórios e aumenta as chances de estabilidade pós-tratamento.
Através da literatura levantada, foi possível verificar que diversos autores como: Lopez et
al. (2007); Simonetti, Siqueira, Maltagliatti (2009) e Ianny Filho (2009) recomendam a extração
de pré-molares em pacientes com altura facial aumentada, pois a mesialização dos molares
permite uma rotação da mandíbula no sentido aniti-horário, o que favorece a correção da
mordida aberta anterior.
Simonetti, Siqueira & Maltagliatti, (2009) em seu estudo sobre a extração de primeiros
molares para a solução de mordida aberta anterior em paciente adulto concluíram que a
exodontia de molares como recurso terapêutico para fechamento da mordida aberta anterior é
eficiente para aqueles indivíduos que apresentam excesso vertical dento-alveolar. Foi
verificado que a extração dos primeiros molares superiores permite uma diminuição da curva
de Spee, com consequente rotação anti-horária da mandíbula e fechamento da mordida aberta.
Os dados encontrados no trabalho de Lopez et al. (2007) corroboram com os dados
encontrados por Simonetti, Siqueira & Maltagliatti (2009) quanto a extração de primeiros
molares. Lopez et al. (2007) também acreditam que a extração dos primeiros molares
permanentes (parcial ou total) é uma alternativa segura no tratamento da MAA. Porém eles
afirmam que a extração dos primeiros molares é mais indicada para casos onde se deseja
fechar a mordida aberta com mínima ou nenhuma alteração no perfil tegumentar. Eles
acreditam nesta conduta porque esta auxilia o fechamento da mordida aberta anterior pela
30
mesialização do fulcro, que promove uma rotação anti-horária da mandíbula e diminui a
hiperdivergência entre os planos mandibular e palatal.
No entanto, Azenha & Macluf Filho (2011) não recomendam a extração dos primeiros
molares para a correção da mordida aberta anterior, pois acreditava que, devido ao grande
tamanho desses dentes, tornar-se-ia difícil o fechamento dos espaços pós-extração.
Aras (2002) em seu estudo sobre as alterações verticais após o tratamento ortodôntico
com extração em indivíduos com mordida aberta esquelética, concluiu que nenhuma alteração
rotacional mandibular significante foi observada após o tratamento ortodôntico com as extrações do
primeiro pré-molar em indivíduos com uma mordida aberta esquelética, consistindo apenas do
envolvimento de dentes anteriores. Ainda foi verificado neste mesmo estudo, que com as indicações
apropriadas, a extração dos segundos pré-molares ou dos primeiros molares causaram uma rotação de
fechamento da mandíbula na mordida aberta anterior esquelética, estendendo-se para os dentes posteriores.
Ianny Filho (2009) afirma que em muitas situações o paciente é beneficiado pelas extrações. No
aspecto funcional, se as exodontias puderem corrigir as relações oclusais e propiciar uma oclusão mais
equilibrada e funcional, ou ainda, quando a face puder ser beneficiada esteticamente com extrações, elas
são consideradas benéficas, sendo um valioso recurso terapêutico.
Rodrigues et
al. ( 2008)
e Capelozza Filho (2011) acreditam que em pacientes adultos, o
tratamento ortodôntico da mordida aberta anterior apresenta muitas limitações e a terapêutica
adequada seria a cirúrgica. Porém, devido às limitações econômicas e psicológicas de certos
pacientes, no seu estudo, foi verificado que os tratamentos ortodônticos compensatórios, que
normalmente envolvem extrações dentárias, produziram resultados avaliados pelo paciente e
seus familiares como bastante satisfatório, apesar de produzir pouca influência na estética
facial, sendo o resultado essencialmente dentário com alguma melhora no selamento labial.
Recentemente, o uso de miniplaca de titânio (SAS) e mini-implantes têm sido difundido
na Ortodontia com inúmeras finalidades. Para Ramos et al. (2008) o tratamento da mordida
aberta anterior com envolvimento esquelético foi, incontestavelmente, favorecido com estes
novos recursos. Em seu estudo sobre Miniplacas de ancoragem no tratamento da mordida
aberta anterior mediante o auxílio dos dispositivos temporários de ancoragem, tanto miniimplantes como miniplacas, apresentaram uma boa capacidade de correção não-cirúrgica.
Desta forma, os autores concluíram, com os dados obtidos em seu trabalho, que estes
corroboram as evidências atuais quanto à eficiência do uso de miniplacas e titânio como
ancoragem temporária, especialmente em situações de correções de grande amplitude,
envolvendo um problema vertical.
31
Reis Pinheiro & Malafaia (2007) juntamente com Ramos et al. (2008), acreditam que
em casos em que há um maior envolvimento de componentes esqueléticos, somente as
compensações dentárias podem ser insuficientes para a correção da mordida aberta. Nestes
casos, geralmente é necessário associar a cirurgia ortognática ao tratamento ortodôntico. Os
tratamentos combinados ortodontia e cirurgia ortognática, em casos de mordida aberta
esquelética, apresentam, segundo Teixeira (2002), estabilidade e estética final melhores que
os casos compensados.
Moyres (1991); Ianny Filho (2009) e Capelozza Filho (2011) acreditam ainda que as
mordidas abertas que tem etiologias relacionadas à base do crânio, normalmente, possuem
maior dificuldade de tratamento, quando comparadas as más oclusões associadas a hábitos
deletérios e localizadas no processo dentoalveolar. Em muitos casos, no tratamento da MAA
são necessárias estratégias de tratamento mais elaboradas e específicas para se atingir o
sucesso.
Almeida et al. (1998) acreditam que a recidiva após o tratamento pode ocorrer em
qualquer caso de mordida aberta anterior, mesmo quando tratada com cirurgia ortognática.
Porém, quando interceptada adequadamente em uma época precoce, eliminando-se todos os
seus fatores etiológicos, a estabilidade da correção aumenta significantemente.
32
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a revisão da literatura apresentada pode-se concluir que em todos os aspectos, um
diagnóstico correto e uma intervenção precoce das mordidas abertas anteriores podem trazer
grandes benefícios estéticos e funcionais ao paciente, minimizando o tratamento corretivo
posterior e atribuindo uma maior estabilidade nos resultados alcançados. Interceptar os casos
de mordidas abertas, muitas vezes pode parecer simples, mas requer extremo cuidado. A
inobservância da associação de diversos fatores etiológicos de uma mordida aberta pode levar
a resultados com métodos preventivos e terapêuticos inadequados.
33
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tratamento da mordida aberta anterior