Abaixo a ditadura do
INCRA, IEF e EMATER
Nos Assentamentos de Janaúba, Jaíba, Pai Pedro e
Porteirinha, ninguém agüenta mais a ditadura destes órgãos.
Nada pode, e tudo o que seria de direito dos assentados, acaba
se transformando em uma série de condições que escravizam,
arruínam e desanimam os camponeses.
A dura realidade é que estas famílias assentadas, entre as
quais se encontram muitas que lutam pela terra há 26 anos,
como no caso do Poço da Vovó, em Jaíba, nunca alcançaram
a liberdade e prosperidade com que sonhavam quando se
livraram da exploração do latifúndio.
O cativeiro continua, e agora pelas mãos do INCRA, do
IEF e da EMATER.
E que ninguém se engane: esse cativeiro, essa escravidão,
essa miséria, essas perseguições, é isso que este velho Estado
brasileiro, com seus gerentes Sarney, Collor, FHC, Lula e agora
Dilma, enchem a boca para chamar de “Reforma Agrária”.
viver como empregado destes órgãos! Ninguém agüenta
mais esse cativeiro!
A situação é cruel e desumana
Triste e revoltante situação!
No Poço da Vovó, em Jaíba, até hoje dezenas de famílias
não têm água. Ou os poços não funcionam ou a água é tão
salobra, têm tanto calcário, que em poucos meses os canos estão
entupidos pela calcificação!
No União Santa Claudia, em Pai Pedro,os camponeses, que
já estão assentados no papel há 5 anos, têm de buscar água em
carroças a distâncias de até 20 km! Até hoje o poço artesiano não
foi perfurado dentro da área do assentamento. E várias famílias
que estão nos lotes ainda esperam para ser legitimadas, o que está
atrasando ainda mais a liberação dos créditos e dos projetos.
Na Mandassaia/Tracbel, em Janaúba, a situação é ainda
mais grave. Um técnico do INCRA, em 2009 e 2010,
levantou a situação de 32 famílias que estariam sob “processo
administrativo”, procedimento que criminaliza os camponeses
que não estão devidamente legalizados e regularizados, sendo
constantemente ameaçados de serem expulsos de seus lotes. E em
2010, acompanhados pela Polícia Federal, técnicos do INCRA
expulsaram 3 famílias de seus lotes. Um destes companheiros
expulsos tinha Contrato de Assentamento assinado ao mesmo
tempo de outros assentados, havia recebido o Pronaf A e aplicado
os recursos em seu lote, estava todo regular. Foi alegado que o
mesmo era funcionário efetivo da prefeitura, mas essa condição
ela já tinha quando fora assentado e assinou seu contrato! Absurdo
dos absurdos! Punido e perseguido por ser trabalhador! Mais uma
prova que esse Contrato de Assentamento não vale nada!
E mais: estes companheiros foram ‘queimados” na fogueira
da inquisição do INCRA para servir de exemplo e ameaçar os
outros assentados de expulsão, pois outros oito camponeses
foram notificados, o que é uma ameaça para todos da área.
Tudo isso acontece porque o INCRA não está desapropriando
mais nem os poucos latifúndios que desapropriava antes, e fica
criminalizando e expulsando camponeses para enganar que faz
“reforma agrária”.
O camponês não é criminoso. É vítima!
O INCRA nunca cumpriu o que estabelece o contrato de
assentamento, tudo é enrolado.
E se não bastassem esses exemplos do que sofremos ainda
têm a ditadura do IEF, que cortou nossos lotes pela metade.
É por isso que reina a miséria vergonhosa nos assentamentos.
Que em vez de serem pontos de apoio para os camponeses
destas cidades serem independentes, se transformam em áreas
miseráveis, que só sobrevivem muitas vezes pelo apoio das
Prefeituras.
Chega, vamos nos unir, ninguém agüenta mais ter terra e
não poder trabalhar! Ninguém agüenta mais ter terra e
Estas fotos foram tiradas em 2007, e essa
situação persiste até hoje. Esta companheira, que
vive na Tracbel-Janaúba, onde os camponeses
foram assentados há 11 anos atrás, ajuda o marido
que é doente. Ela é obrigada, como vemos na
primeira foto, a retirar água de um lamaçal. Na
segunda foto, o barraco onde a companheira vive:
ela nunca recebeu o crédito da moradia. Na terçeira
foto, a companheira é vista retirando lenha para
cozinhar, e foi perseguida pelo IEF por isso. Essa
heróica e trabalhadora camponesa não tem mais
de 50 anos. Sua aparência é de quem beira os 60.
Título da Terra Já!
Chega de escravidão, miséria e cativeiro.
Exigimos o título da terra, o documento que nos é de direito.
Se o INCRA e a EMATER só vem nos cobrar, nos chamar de vagabundos
e botar dificuldade, que se vão! Tudo o que alguns conseguiram foi pelo
próprio esforço. E se continuar essa escravidão esses assentamentos vão
virar áreas fantasmas.
Exigimos:
1.
Água para o Poço da Vovó.
2.
Legitimação imediata de todas as famílias no União Santa Cláudia.
3.
Liberação do Pronaf A para todos os camponeses que não receberam.
4.
Fim da perseguição do IEF.
5.
Anistia já para todas as dívidas.
6.
Apoio para a legalização de todos os lotes.
7.
Liberação imediata do crédito habitação.
8.
Fim da ditadura, do cativeiro e das expulsões de camponeses de seus lotes.
9.
Liberdade. Entrega do Título da Terra a todos que produzem nestas áreas.
Contamos com o apoio do povo das cidades, e de todas as autoridades
destas cidades do nosso Norte de Minas! Convocamos os companheiros
para entrar em contato com suas associações para participar mais
ativamente da luta. Convocamos todas as associações que quiserem se
somar nessa luta!
Associação dos Trabalhadores Rurais do Assentamento Poço da Vovó
Associação dos Trabalhadores Rurais da Mandassaia
Associação dos Assentados do União Santa Cláudia
Liga dos Camponeses Pobres do Norte de Minas e Bahia
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