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BEMVIVER
Monitoramento
do treinador
impede
que atletas
se machuquem
ou sejam
impedidos de
correr por dores
musculares
RENATO WEIL/EM/D.A PRESS
CORRIDA
O professor de educação física Cássio Vilela diz que as dores musculares tardias normalmente são sentidas nos músculos e incluem rigidez e leve sensação de inchaço
Orientação
evita lesões
MARCELO SANT’ANNA/EM/D.A PRESS
HUMBERTO SIQUEIRA
André Rodrigues e Fernando Assunção estão em ritmo acelerado para a meia maratona
Ritmo adequado
de treinos
Fernando César Menezes Assunção, nefrologista, de 33 anos,
mantém ritmo de treino semelhante ao de André. “Treino seguindo rigorosamente a planilha
do meu treinador. Para mim, estar bem orientado é o principal
segredo para que a corrida proporcione qualidade de vida e saúde, e não doenças e lesões. A única vez em que me machuquei foi
justamente por estar praticando
sem o suporte de um educador
físico. Tive uma lesão conhecida
como síndrome da banda íleo-tibial. Precisei me tratar por três
meses com fisioterapia, gelo, anti-inflamatório e alongamento,
além de interromper os treinamentos. Ou seja, não compensa”,
defende. Ele pretende completar
os 21.097 metros da meia maratona em 1 hora e 24 minutos.
O circuito abrangerá a orla da
Pampulha e um trecho dentro do
Parque Ecológico. "São esperados
grandes nomes internacionais do
atletismo, além dos principais
corredores do Brasil, o que irá garantir um alto nível à competi-
ção", garante Bruno Khouri, organizador da corrida. A premiação
total da meia maratona, distribuída entre os primeiros cinco
competidores que cruzarem a linha de chegada será de R$ 30 mil.
E a classificação será feita por idade e sexo.
Simultaneamente à meia maratona, será realizado um circuito de cinco quilômetros no entorno da orla, o que irá permitir a
participação de iniciantes e amadores. O ponto inicial e de chegada dessa prova será na Praça
Pampulha. Participantes deficientes largam às 7h30 e 7h35. A
elite feminina às 7h40. E as demais largadas simultaneamente
às 8h, com transmissão, ao vivo,
pela TV Alterosa.
AMeiaMaratonaInternacional
de Belo Horizonte é uma realização dos Diários Associados e TBH
Esportes e promoção do Estado
de Minas, Aqui, TV Alterosa, Guarani FM, Portal Uai e Ragga e tem o
apoio da Prefeitura de Belo Horizonte. Informações: www.meiamaratonadebh.com.br.
Quem já fez algum tipo de
treinamento físico sabe bem
que, não raro, surgem dores
localizadas. Mas é preciso ter
atenção, pois essa sensação é
normal apenas quando ocorre nos músculos mais exigidos durante a atividade física. Incômodos constantes
que até impeçam a realização
do exercício não são comuns.
Nesses casos, o ideal é buscar logo um profissional para avaliá-las, pois
podem ser os primeiros sinais de futuras
lesões mais sérias, muitas vezes consequência de excesso de atividade física
e/ou execução incorreta.
Segundo Cássio Vilela, professor de educação física da academia Rio Sport Center,
tanto na musculação quanto em atividades
aeróbicas, a dor muscular tardia é comum
porque nessas modalidades as pessoas utilizam diferentes métodos de treinamento
que variam o tipo de exercício, a intensidade, a velocidade e a amplitude do movimento, principais variáveis que contribuem para a dor de início tardio.
Dores tardias se manifestam, em média, dentro de 24 ou 48 horas depois da
prática de algum exercício e podem persistir por alguns dias. “Normalmente, essa sensação é percebida apenas nos
músculos. Os sintomas incluem rigidez
muscular local, leve sensação de inchaço, sensibilidade à apalpação e ao alongamento, e não incomodam durante o
exercício. Aparecem sempre depois, como consequência das microlesões causadas nos músculos pelo esforço.
Descrições como contraturas, pinçamento, ardores, entre outras sensações, que
são diferentes daquelas relacionadas à dor
tardia, são relatadas em quadros de entorses, estiramentos e contusões. Repouso e
métodos anti-inflamatórios são usualmente recomendados. Pode-se afirmar que as
dores são sinais de que de algo não vai bem
quando se tornam frequentes.
De acordo com Cássio, as dores tardias
em geral são bilaterais, com igual intensidade. “Sempre vale lembrar que essa dor, que
pode ser considerada normal, ocorre nos
músculos, nunca em ligamentos ou articulações, por exemplo. No caso das corridas, os
praticantes costumam ter dores nas pernas,
pois são as partes mais exigidas. E quando
treinam em descidas, as dores são piores,
pois os músculos têm um esforço extra de
frenagem”, explica.
É preciso estar atento aos sinais que o corpo dá. Microlesões podem se transformar
em macrolesões e, em seguida, em traumas.
Além da orientação de um educador físico,
que determinará o ritmo, a periodicidade, o
tênis correto e a intensidade, é necessário
controle da alimentação, nível de estresse,
sono e descanso. No caso do corredor, as lesões mais comuns são tendinites rotulares,
do calcâneo, da pata de ganso e a síndrome
do joelho de corredor, caracterizada por uma
sensibilidade aumentada com dor na tíbia,
abaixo e ao lado da rótula.
ORTOPEDISTA Em preparação para participar da 1ª Meia Maratona Internacional de
Belo Horizonte, no próximo domingo, o
ortopedista André Soares Rodrigues, de 34
anos, sabe bem a importância de se cuidar
e observar os tipos de dores pelo corpo.
“Como ortopedista, sempre recebo pacientes com lesões causadas por treinos incorretos. Como desde o início sempre busquei
orientação de um treinador, nunca tive
problemas. Só mesmo as dores tardias, que
são essas microlesões que ocorrem na estrutura do músculo e dos tecidos envoltórios”, esclarece. Esses pequenos danos no
músculo são responsáveis por estimular o
reparo das fibras afetadas, tornando-as
maiores e mais resistentes.
Há dois anos treinando, André reduziu o
peso em 25 quilos. Antes e depois dos treinamentos ou provas, faz aquecimento com
corridas lentas de 10 a 15 minutos. São quatro treinos semanais, em que percorre um
total de 50 quilômetros. “Não se deve sair
correndo por aí. Muitos detalhes devem ser
observados. Até o calçado a ser escolhido
tem seus segredos. A pessoa precisa ver se
tem pisada normal, pronada ou supinada e,
se for o caso, usar uma palmilha para corrigila. Além disso, ter em mente ainda que o
amortecimento do tênis dura 600 quilômetros, depois já é preciso trocar”, pontua.
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