Olá amiguinhos!
Uma vez que todos já conseguiram identificar no céu as constelações que estudamos até aqui, vamos viajar pelo nosso Sistema Solar.
Antes mesmo de existir o Sol, nesta mesma região existiam outras estrelas de
grande porte, muito quentes e de “queima rápida”. Quando a maior parte do hi drogênio [H] contido nelas foi transformado em outros elementos químicos mais
pesados (como o hélio [He], lítio [Li], carbono [C], oxigênio [O], … etc, até o Ferro
[Fe]) ocorreram grandes mudanças em seus processos físicos internos que provocaram verdadeiras implosões (colapsos gravitacionais) fazendo com
que suas camadas externas fossem
ejetadas para o espaço, semeando
o meio interestelar com os elementos químicos que, porventura, vieram a se aglomerar novamente e
formar o nosso Sistema Solar, incluindo a Terra. Alguns dos elementos mais pesados que o ferro
que encontramos aqui na Terra,
como ouro [Au], chumbo [Pb], urâ-
Formação do Sistema Solar
nio [U], entre outros, foram forjados em eventos ainda mais catastróficos, chamado de supernovas — a explosão violenta de uma estrela bastante massiva no final
de sua vida. Esse material lançado no espaço, aglutinado pela gravidade ao longo
de centenas de milhões de anos, aos poucos formou o Sol, os planetas do nosso
Sistema Solar, todos os outros astros nele contidos, enfim, tudo que encontramos
neles, incluindo vida, plantas, animais e nós mesmos. Somos, como diz Carl
Sagan, matéria das estrelas (starstuff)!
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Resumo de Aula nº2 |Astronomia
Sol
É uma estrela tipo epectral G (anã amarela) de dimensões médias com idade de
4,6 bilhões de anos (a mesma idade da Terra, notem!). Tem um diâmetro de
1.392.000km, temperatura superficial de 5.500°C e massa 333.000 vezes maior
que a da Terra. Como as demais estrelas da seqüência principal com essa idade e
massa, ela possui 75% de H, 24% de He e o 1% restante os demais elementos. Em
aproximadamente 5 bilhões de anos, o Sol deve lentamente sair da seqüência
principal tornando-se uma Gigante Vermelha, quando deverá inchar até 200 vezes seu tamanho atual. Após essa fase, o Sol deve sofrer uma série de mudanças
em eventos que serão marcados por ejeções de matéria ao espaço, formando ao
seu redor uma Nebulosa Planetária. Será a morte do Sol, do qual restará apenas
um pequeno e fraco “caroço” luminoso, uma anã branca, que aos poucos irá se
esfriar completamente até se apagar.
1. Núcleo
2. Zona de radiação
3. Zona de convecção
4. Fotosfera
5. Cromosfera
6. Coroa Solar
7. Mancha Solar
8. Protuberância Solar
Estrutura do Sol
Planetas
Os Planetas (do grego, errante ou viajante) são astros remanescentes da formação
do sistema solar que orbitam o Sol em órbitas praticamente circulares (na verdade, elas são levemente elípticas, como descoberto por Johannes Kepler). Todos
orbitam quase que no mesmo plano, chamado de plano da Eclíptica, possuem
formatos aproximadamente esféricos e suas órbitas não se interceptam, ou seja,
não é possível haver colisões entre planetas. São classificados em dois grupos:
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
Resumo de Aula nº2 |Astronomia
Planetas telúricos ou terrestres: são aqueles que têm dimensões próximas
às do planeta Terra e caracterizam-se por serem compostos principalmente
por rochas e metais, além de apresentarem uma superfície sólida. São eles:
Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.

Planetas gigantes gasosos: São os maiores e mais massivos corpos do Sistema Solar (depois do Sol, naturalmente) e se desconhece se possuem um
núcleo rochoso ou metálico. É possível apenas constatar enormes quantidades de gases que estão em diferentes estados físicos à medida que se mergulha em direção ao núcleo, devido às altas temperaturas e pressões. Possuem, também, um grande número de satélites naturais. Todos eles apresentam um sistema de anéis, sendo que os de Saturno são os mais
notáveis. São eles: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
Planetas do Sistema Solar (exceto Plutão!)
Planetas Anões
Esta nova categoria de astros do
Sistema Solar só foi instituída a partir da descoberta de inúmeros outros corpos na região
chamada
“transnetuniana” (além da órbita de
Netuno) que possuem dimensões e
características de planetas, mas não
possuem órbitas “limpas”, ou seja,
não foram capazes de remover de
sua órbita outros corpos menores.
O seu representante mais famoso é
Planetas Anões: comparativo
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Resumo de Aula nº2 |Astronomia
Plutão mas outros quatro objetos já são reconhecidos também como planetas
anões: Éris, Ceres, Makemake e Haumea.
Asteróides
São corpos menores que os planetas (alguns atualmente estão classificados como
planetas anões – é o caso de Ceres) e orbitam o Sol, em sua grande maioria, a
uma distância média de 440.000.000km, entre as órbitas de Marte e Júpiter, no
chamado Cinturão de Asteróides. Muitos desses astros não obedecem a essa regra e podem ser encontrados nas mais diversas regiões do Sistema Solar, com
órbitas elípticas que podem cruzar as
órbitas dos planetas. Às vezes, alguns
deles aproximam-se perigosamente
da Terra! A extinção de parte das espécies de dinossauros há cerca de
60.000.000 de anos pode ser atribuída ao choque de um desses corpos
com a Terra. Caso isso ocorra novamente, além do impacto colossal que
exterminaria uma grande quantidade
e variedade de seres vivos nas proximidades do evento, a poeira levantada
e partículas deixadas pelo impacto,
cobriria a Terra por vários meses ou
Asteróide
até mesmo anos, o que faria com que
a luz do Sol não chegasse em quantidades necessárias para a realização da fotossíntese. Com isso, a cadeia alimentar inteira que depende desse tipo de alimento
sofreria imensamente, o que poderia levar a extinção de espécies por todo o globo (incluindo nós humanos).
Cometas
Estes, sem dúvidas, são os mais intrigantes e belos astros visíveis no céu noturno
(e às vezes, até mesmo durante o dia). São originários de uma região muito distante do Sol, o Cinturão de Kuiper e mais além, da Nuvem de Oort, que na verdade, é o limite do Sistema Solar —a quase um ano-luz de distância do Sol. O
núcleo de um cometa não excede a 60 quilômetros de diâmetro e são compostos
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de material rochoso poroso, preenchido com poeira, água e gases congelados.
Quando estão próximos do Sol, podem desenvolver caudas com mais de
200.000.000km de extensão.
Cometa McNaught (2007)
Como surge essa cauda?
Ao se aproximar do Sol, a temperatura do núcleo do cometa aumenta, fazendo
com que os gases lá congelados sublimem* de volta ao estado gasoso. A água
nele contida e a poeira também são liberadas, formando um rastro de partículas
que é empurrado para trás pelo vento solar. Essa cauda reflete a luz do Sol que
pode muitas vezes ser visível da Terra, formando um rastro brilhante no céu.
*Por estar no vácuo (sob nenhuma pressão), quando aquecido, o gelo passa do
estado sólido para o gasoso sem passar pelo estado líquido: esse efeito é chamado de sublimação. Você já viu uma pedra de gelo seco?
Meteoroides
Um número incontável desses minúsculos corpos está espalhado pelo Sistema Solar. São pedaços de rocha ou de ferro (às vezes rocha e ferro num mesmo bloco)
que tem sua origem no início da formação de nosso sistema. Eles variam muito e
forma e tamanhos. Pode ser do tamanho de um grão de arroz ou do Planetário de
Tatuí. São restos da matéria que originou o Sistema Solar ou fragmentos de outros corpos maiores que se chocaram e se quebraram no passado. Quando são
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atraídos gravitacionalmente por um astro maior – como a Terra ou a Lua, ou
quando suas órbitas se interseccionam, podem provocar grandes estragos. Você
já viu a superfície da Lua? E do planeta Mercúrio?
Quando olhamos a Lua, mesmo que seja através de um pequeno telescópio ou
luneta, podemos perceber um grande número de crateras em sua superfície. Algumas dessas crateras são originárias de atividades vulcânicas, mas a grande
maioria é o resultado do choque de corpos celestes menores que impactaram sobre nosso satélite natural durante bilhões de anos.
Quando esses corpos celestes se
aproximam da Terra, chegam a estar a cerca de 30 quilômetros por
segundo (30 km/s) ou mais (equivalente a 108.000km/h, imagine
só). Com tal velocidade, ao entrarem em contato com nossa atmosfera, eles se vaporizam e ionizam o ar ao seu redor, gerando um
rastro luminoso no processo. Se tiverem um tamanho considerável,
conseguem vencer a atmosfera e
Meteoro
cair em solo terrestre. Bilhões dessas “pedrinhas” caem na Terra todos os anos e alguns deles são
compostos quase que exclusivamente de ferro e níquel. Se você
encontrar uma dessas pedrinhas –
chamadas
Meteoritos,
avise-me
porque você estará realizando uma
grande descoberta científica. Ah!
Quando
elas
atravessam
a
at-
mosfera da Terra, chamamos a lu-
Meteorito
minosidade que provocam de “Estrela Cadente” ou, simplesmente, Meteoro.
— Prof. Astromar
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