NOTA da REDAÇÃO
Em geral nos condicionamos a pensar que nossas vidas estão
centradas em ganhar dinheiro para satisfação dos desejos materiais.
Possuir, é o grande objetivo.
Informativo de circulação
interna da Associação
IRMÃO BENEDITO
(AECAID)
edição nº 017
junho/2013
jornal on line
Rua Mariana, 966
Pedra de Guaratiba – RJ
Redação e edição realizada pela
diretoria da Associação.
Aqueles que desejarem receber por
e-mail as edições futuras do jornal,
que enviem e-mail para:
A luta por conquistas materiais é natural, a sobrevivência é um
desa¿o, mas, em cada dia da vida escrevemos uma página no livro de
nossa vida e os momentos que serão valorizados nas últimas páginas são
os dos momentos mais simples, aqueles em que ajudamos um irmão, na
dedicação a família e aos amigos e aos que cruzaram nossas vidas.
Os momentos mais simples, frequentemente nos pegam de
surpresa e estão guardados em recantos que quase todo mundo considera
sem importância, quando nos damos conta, já passou.
As pessoas podem não se lembrar exatamente o que você fez por
elas ou o que você disse.
Mas elas sempre se lembrarão de como você as fez sentir-se.
Portanto, você pode fazer a diferença.
[email protected]
Expediente
Responsável
José Cosme da Cunha
Designer Grá¿ca
Mônica Cinelli Ribeiro
Web Designer
Patrícia Fumagalli
Colaboradores
Pedro Popovitch
Meire J.Costa
Fernando Rodrigues da
Costa Filho
Claudio Pinheiro
Bianca da Cunha
Colaborações para a
manutenção deste jornal,
assim como de nossas obras
sociais, poderão ser feitas
através de depósito no Banco
Itaú - agência 8113 – conta
corrente 00259-9 - CNPJ
12.522.430/0001-52
Quem Somos???
A Associação Espírita Caridade e Amor Irmão Benedito além de
produzir o jornal “Em busca da Paz”, realiza obras de assistência social
em comunidades carentes, assim como, dirige o Centro Espírita Irmão
Benedito, onde realiza todos os Sábados à partir das 8:30 horas, na Fazenda Vale da Paz, à Rua Mariana, 966, no ¿nal da Av.das Américas
em Guaratiba, nas doutrinas Kardecista e Umbanda; reuniões de “Tratamento e energização espiritual”; “Desobsessão”; “Resgate e transporte”,
e “Consulta com Entidades”.
Energização e Cura Espiritual
Jose Cosme da Cunha
Por sermos pura energia manifestada através
de sentimentos, pensamentos e atitudes que utilizam
uma matéria corporal com tempo de vida útil limitada ,
encarnamos e desencarnamos num processo constante de
evolução.
Quanto mais densa energia, mais presa à matéria,
conquanto a sublimidade energética do espírito se
conquista com o auto conhecimento, com a eliminação
de sentimentos egoísticos, da eliminação da vaidade e do
orgulho, do prazer a todo custo, da ambição movida pelo
dinheiro e pelo poder, que oferecem uma falsa sensação
de felicidade, embriagando os sentidos, anesteziando a
verdadeira alegria de viver.
Tais posturas negativas, cujas raízes promoverão
os sofrimentos que serão necessários vivenciar para a
própria regeneração, para um recomeço, representam
sempre o justo pagamento devido à justiça divina,
incorruptível e perfeita.
Dessa forma, muitas di¿culdades e obstáculos do
presente foram plantados no passado, assim como no
presente estamos semeando o futuro.
Em busca da boa semeadura, pessoas com
mediunidade aÀorada ou não, reunem-se todos os
sábados pela manhã no centro Irmão Benedito, na
fazenda Vale da Paz, em Pedra de Guaratiba, onde
além de outras reuniões espirituais, participam de uma
academia de “ginástica”, não para o corpo físico, mas
sim, para o espírito, sopro de Deus, criação imortal.
Ao estenderem as mãos que transmitem a energia
produzida pela mente e condensada no coração sobre a
forma de caridade e generosidade, exercitamos a maior
de todas as energias, a do Amor.
Atuando dessa forma, está sendo propiciado
ainda, a oportunidade para que os irmãos espirituais que
cercam a cada um, os chamados espíritos amparadores,
também venham exercer este trabalho edi¿cante, uma
vez que somente com a caridade e ajuda ao próximo,
obtém-se a tão sonhada evolução espiritual, a grande,
verdadeiramente a própria salvação.
Nas academias de ginástica exercita-se o corpo
físico para modelá-lo ante os padrões culturais, realçando
as silhuetas e os músculos, massageando o ego e a
vaidade, numa batalha que de antemão tem-se como certa
a derrota, numa luta perdida contra a marcha impossível
de ser detida que é o desgaste e envelhecimento do corpo,
que o tempo lentamente vai promovendo.
Em contra partida, nas salas de cura e energização
espiritual ocorre o oposto, a marcha constante e
progressiva proporcionada pelo desejo de servir, de doarse para o bem do irmão, num processo lento, mas real
de evolução espiritual e aprendizado constante que tem
como certo a vitória.
Nesta simbólica academia, exercita-se ainda
a mente na produção de energias restauradoras, ao
contrário do que normalmente ocorre ao longo dos dias
e na vida cotidiana, em que são produzidos verdadeiros
lixos mentais, de criações próprias ou as produzidas nos
noticiários, fomentando tentações, pensamentos raivosos,
de desprezo, desamor e críticas para com o próximo
ou ainda, atos de corrupção e de crimes de todas as
naturezas. Triste realidade existente nas sociedades
humanas !
- Estou pressentindo que alguém de sua relação
vai ser mordido por uma víbora.
Neste processo de cura e energização estão
envolvidos vários aspéctos fundamentais que podem ou
não alterar o estado doentio dos que se apresentam para
este tratamento.
De pronto, a senhora retrucou indagando como ele
poderia prever o que estava acontecendo, quando logo se
viu saindo do meio da Àoresta, um jovem que trazia um
punhado de lenha sobre os ombros.
No campo dos que se envolvem neste ato
de doação de amor, não necessariamente são todos
detentores de dons de cura ,conforme preconizado por
São Paulo em suas cartas aos Coríntios em que ele dizia
haver vários dons, tais como , de mestres, professores,
dons de dominio das línguas, dons de cura, etc..e que
eram distribuidos pelo Espirito Santo.
Há aqueles que por sua atuação aos mais
desfavorecidos, fomentam em seu interior energias tão
poderosas que transformam, curam e realizam milagres,
como meros instrumentos da espiritualidade superior. A
estes, a verdade que o coração é terra que ninguém anda,
se faz indiscutível.
Cada um de nós é dono de seu próprio destino à
medida que serve ¿elmente ao Senhor, em sua própria
caminhada em direção da Luz.
No campo dos que procuram a cura de seus
próprios males, várias situações podem se apresentar.
Muitas doencas estão previstas ao curso da vida
de cada um. Tais males físicos que afetam o corpo são
remédios amargos capazes de curar as almas e agindo
como hipersensibilizante, tornam o espírito mais apto a
ouvir as verdades divinas. Nestas situações, nada se pode
fazer além de energizar o corpo para fortalecê-lo ante as
provações a serem enfrentadas.
Segundo Ramatis, “ A dor tem sido a moldura
viva das mais grandiosas interpretações messiânicas e
conquistas espirituais na Terra”.
Há outros casos de doenças que são adquiridas
pelas atitudes imprudentes, pensamentos mórbidos e
sentimentos inferiores que atraem para si espíritos que
agem como verdadeiros vampiros, sugando as energias
e produzindo doenças que não estavam necessariamente
previstas no curso da vida. Nestas situações, os irmãos
espirituais que agem na sala de cura através ou não dos
médiuns presentes, promovem o que no entendimento
carnal se considera a cura do problema, mas que
retornará por certo, se o irmão atendido continuar
a produzir sentimentos e atitudes que reacendam o
problema. Como se diz : “ Não adianta espantar as
moscas sem curar a ferida. Elas sempre voltam!”
Lembremo-nos entretanto, com relação a
primeira situação, da história do velho sábio que se
dirigindo a uma solitária cabana no meio do mato,
encontrou uma senhora e dirigindo-se a ela, disse :
- É meu ¿lho, disse a senhora.
Quando o jovem se aproximou de ambos e jogou
a lenha no chão, viu-se uma enorme serpente escorregar
pela terra em atitude de fuga, ao que o velho sábio
perguntou ao jovem.
- O que aconteceu na Àoresta ?
- Nada de especial, disse o jovem, exceto que
estava sentado descansando quando surgiu um senhor
que estava faminto e perdido pelo mato. Entao, mostreilhe o caminho a seguir e reparti com ele o meu pão.
Dito isso, o velho sábio retrucou :
- Que ele seria mordido pela serpente, eu não
tenho dúvidas, mas, se algo mudou, foi pela ação da
providência divina que foi subornada por um simples
pedaço de pão.
Que esse episódio, sirva de exemplo para aqueles
que mesmo que tenham doenças ditas como terminais,
que a providência divina está sempre olhando para as
atitudes e para o coração de todos, sem excessão.
Assista um momento deste ato de amor ao próximo:
http://www.youtube.com/watch?v=oaCjIwcB0KE&feature=y
outu.be
confraternização
JUNINA
A comemoração das festas juninas pelos
participantes da Associação Irmão Benedito serviu de
pretexto para um encontro entre os médiuns e os irmãos
de nossa comunidade.
Essa ocasião foi uma oportunidade para muitos,
de servir em vez de ser servido, dar em vez de receber,
apreciar a alegria das crianças nas pescarias dos “
brindes”, dos brinquedos e bolas; observá-las ainda,
dançando ao som das músicas interpretadas pelo
professor de violão, que todos os domingos ministra
áulas de violão para todas elas.
Festa junina sem interesse argentil, tudo distribuido
até que os pratos ¿cassem vazios e a cada momento
que isso ocorria, os corações de todos os que ajudaram
nesta realização, se enchiam de um sabor grati¿cante
que é inerente ao prazer de ver a felicidade de seus
semelhantes, especialmente aqueles que estão esquecidos
pelas oportunidades que a vida contemporânea oferece,
num claro processo de exclusão social.
A variedade de comidas tipicas, resultado do
trabalho incessante das senhoras que prazeirosamente
¿caram madrugada a dentro a beira do fogão.
Talvez quem sabe... este dia estará sendo lembrado
como aquele em que em um passado distante, os que
sempre foram servidos tiveram a oportunidade de exercer
a mesma tarefa com que supostamente se bene¿ciaram,
numa ocasião em que estavam com outra roupagem
carnal.
As bandeirinhas feitas com carinho por quem
desejava tornar o ambiente o mais adequado possivel
para a ocasião.
Por todos os acontecimentos e evidências recentes,
há uma enorme possibilidade desta realidade espiritual
ser verdadeira.
Tudo estava perfeito !
Nada acontece nesta vida por acaso!
A UMBANDA e suas ORIGENS
Jose Cosme da Cunha
Durante séculos o trá¿co de escravos vindo do
continente africano alimentou os vales espirituais de
sofrimento e dor que existem na crosta terrestre.
Os navios negreiros transportaram algo em torno
de cinco milhões de irmãos da raça negra que aportaram
no Brasil, além de setecentos mil que desencarnaram
durante a viagem em função das inúmeras provações que
suportavam.
espíritos iluminados incorporados na ¿gura de Pretos
Velhos, ou de maneira vigorosa, como Caboclos, deram
início a uma prática religiosa que já prestou e certamente
ainda prestará incessante ajuda a tantas pessoas.
As correntes que aprisionavam os escravos e as
chibatadas recebidas no tronco, não produziram tantos
sofrimentos quanto o desejo de vingança, o ódio e o
ressentimento que estas situações promoveram.
Não obstante esta situação vivenciada, mesmo
antes da viagem já viviam em difícil situação uma vez
que estavam em constantes guerras com as tribos rivais,
cujos prisioneiros eram vendidos para os mercadores
portugueses, indigna pro¿ssão existente à época.
O aprisionamento de sentimentos inferiores dentro
de si, causam in¿nitamente maiores males para quem
os detém do que as que as dores físicas e morais podem
produzir.
Durante séculos, esta população de negros aqui
se multiplicou e por conseguinte o ódio produzido pela
interação entre estes irmãos e seus algozes cada vez mais
se fez sentir.
Pretos Velhos, Caboclos, não atuam somente em
centros de Umbanda. Eles estão presente também nas
Igrejas Evangélicas, Católicas, Kardecistas, en¿m, em
toda a parte, acompanhando os passos daqueles que de
ajuda e doutrinação ainda precisam.
Realmente foi o Brasil o maior de todos os países
a exercer a escravidão como prática mercantilística.
A titulo de comparação, os Estados Unidos receberam
cerca de trezentos e oitenta mil escravos e que exigiu
uma guerra civil para que fossem libertos enquanto que
o Brasil recebeu cinco milhões, ou
seja, quase quinze vezes mais.
Este triste recorde por
certo trouxe consequências para
o ambiente espiritual e muito
provavelmente tenha sido a razão
pela qual espíritos evoluidos e
abnegados de ex escravos tenha
recebido a nobre missão de
resgatar os mais resistentes em
aceitar os grilhões que carregaram
da mesma forma como Cristo
carregou a cruz.
Muito provavelmente por
essa razão, em contra partida à
esse triste pódio, surgiu neste país
a Umbanda, onde se apresentando
com postura frágil e humilde, estes
No centro Irmão Benedito, eles frequentemente
exercem a missão que Deus lhes con¿ou e sempre
surgem antes do inicio das costumeiras reuniões dos
sábados.
DESOBSESSÃO
José Cosme da Cunha
Ditados populares estão repletos de sabedoria e é muito
comum ouvir das pessoas, especialmente do interior, a expressão:
“Tá amarrado! , por parte daqueles que entendem que algo
de mal pode lhes acontecer vindo do mundo espiritual, no qual
normalmente interpretam como “coisas” oriundas do mal.
Em verdade, a expressão em si tem total fundamento e por
certo sua origem está numa experiência real vivida num passado
remoto em algum centro espírita, uma vez que isso ocorre com
razoável frequência nas mesas de desobsessão, quando muitos
espíritos obsessores são para lá encaminhados e a medida que
incorporam nos médiuns, assim se manifestam como estando
acorrentados ou amarrados por terem sido trazidos para aquele
local, contra a própria vontade, pelos espíritos de luz que realizam
este trabalho de ajuda aos irmãos obsediados.
Entretanto, o sentido com que estas palavras são ditas,
tem uma interpretação de algo demoníaco, o que divorcia-se da
realidade.
Estes irmãos obsessores, não demônios como muitos
pensam, estão carentes de luz, perdidos dos caminhos do Bem já
que são movidos pelo ódio e vingança, fruto de ressentimentos
por erros do passado ou de vidas passadas, ou então, pobres
irmãos que passaram por esta vida carnal sem evangelização
e que desencarnaram perdidos nas trevas da ignorância e por
estarem ainda presos à matéria, vivem nas ruas, nas estradas e
encruzilhadas, recebendo muitas vezes pequenos agrados materiais
de irmãos encarnados igualmente ausentes de luz, estimulados que
são para a prática do mal à seus desafetos. Triste realidade!
Nas ocasiões em que isso ocorre na mesa de desobsessão,
estes irmãos obsessores não são tratados como inimigos ou ¿lhos
do mal, mas sim,como irmãos ausentes de luz, necessitados de
ajuda para que se convertam aos ensinamentos cristãos, recebendo
as primeiras palavras da doutrina ditas com carinho e respeito,
para em seguida , ao desencorporarem dos médiuns, serem
encaminhados para as diferentes Casas do Pai, onde receberão
atendimento fraterno e ajuda necessária para um novo recomeço.
Muitos desses irmãos obsessores, estavam sedentos de
oportunidade para serem resgatados do sofrimento em que viviam e
não raramente ocorre a vinda de algum familiar próximo a este em
vida passada, cujo estágio de evolução mais adiantado, promove a
ajuda para o sucesso do resgate, normalmente gerando uma cena
de profunda emoção pelo reencontro familiar.
Situações diversas neste trabalho de desobsessão no centro
Irmão Benedito ocorrem frequentemente, e serve como exemplo
para que jamais seja esquecido que JESUS CRISTO ama tanto
os justos da mesma forma como os pecadores e eles estão entre
os encarnados e assim como desencarnados, tratando-se apenas
de uma pequena diferença entre duas dimensões onde a vida se
processa num constante embate entre o bem e o mal, tão necessário
o
para que se processe a evolução espiritual de todos os seres geradoss
pelo sopro Divino.
Desde o mineral, o vegetal ,o animal até o ser humano, a
vida segue o seu curso, num Universo em constante expansão.
RESGATE e TRANSPORTE
O Centro Irmão Benedito está vinculado em grande
parte ao resgate de um passado à época da escravidão.
Já nas primeiras reuniões espirituais se estabeleceu
este vínculo com a vinda do Espírito Lúcia de Castilho que
se apresentou como tendo a incumbência juntamente com
outros Espíritos, de resgatar aqueles que sofriam num vale de
dor e que se aglomeravam uns aos outros movidos pelo ódio e
vingança e outros mais, em estado de absoluta inconsciência
clamando por socorro e ajuda.
Ao longo de inúmeras reuniões que se sucederam, a
vinculação entre os diversos médiuns que participam deste
trabalho e os Espíritos de irmãos que foram escravos à época
da escravidão, se fez sentir.
O entendimento entre os de então ex “coronéis”, ex
“barões”, ex “capitães do mato”, com os que sofreram como
escravos e ciganos foi ocorrendo à cada reunião.
Revelações surpreendentes e resgates após incorporação
e manifestação do ocorrido no passado, com intensa emoção,
foram estabelecidos a cada reunião.
Juntamente com os espíritos de ex escravos, outros mais
que haviam sido vítimas de assassinatos, afogamentos, e várias
outras desencarnações brutais e que se encontravam naquele
vale de sofrimento, ainda vivenciando o momento e a dor que
sentiram no último instante como se o tempo não houvesse
passado, incorporavam nos médiuns presentes relatando o
acontecido com eles próprios quase sempre com lamúrias,
gritos de dor e desespêro, ou então, com revolta e ódio.
Por ¿m, aquele vale foi esvaziado conforme relatado
pelo Espírito Lúcia de Castilho, uma vez que os espíritos dos
ex escravos que sintonizavam com os médiuns na ocasião
envolvidos com aquela história, perdoaram seus algozes do
passado, em havendo alguns episódios de profunda emoção
regada com lágrimas de um reencontro já que o coração havia
entendido a mensagem : “É perdoando que se é perdoado “.
Em seguida, eram encaminhados pelos espiritos
consoladores para uma das inúmeras moradas do PAI.
Mas o trabalho continuou, pois vales de sofrimento
estão espalhados por toda a crosta terrestre. E em pensar que
somente no que tange às barbaridades ocorridas à época da
escravidão, milhões de irmãos da raça negra desembarcaram no
Brasil e durante séculos tiveram seus ¿lhos e netos arrancados
de seus braços, vendidos como se mercadoria fossem, além
dos que morreram na travessia do Atlântico, gerando marcas
fundidas nas almas produzidas por sentimentos nada nobres.
Quantas reencarnações entre as famílias ocorreram e
ainda ocorrem para decantar estas energias negativas através
do amor dos laços entre famíliares ?
Hoje, este trabalho é realizado pelo Espírito Manuel
e de inúmeros outros obreiros da Luz e a cada reunião a
esperança e recomeço surgem para muitos que são resgatados
por esses Espíritos que operam nesta seara do Bem.
Os médiuns desta Casa se sentem honrados por
servirem de instrumentos para os mesmos.
A ÚLTIMA VIAGEM
Houve um tempo em que ganhava a vida como
motorista de táxi. Os passageiros embarcavam totalmente
anônimos e às vezes me contavam episódios de suas vidas,
suas alegrias e tristezas.
Encontrei pessoas que me surpreenderam, mas, nenhuma como aquela noite de 31 de dezembro, último ano
em que trabalhei na praça.
Havia recebido já tarde da noite uma chamada de
um pequeno e humilde prédio no subúrbio, em uma rua
tranquila do bairro do Méier.
Quando lá cheguei ouvia latidos de cachorros e o
prédio estava escuro com exceção de uma única lâmpada
acesa numa janela do térreo.
Nestas circunstâncias, outros teriam buzinado duas
ou três vezes, esperariam só um pouco e, então iriam embora.
Mas, eu sabia que muitas pessoas dependiam de
táxis como único meio de transporte a tal hora.
Embora a situação não fosse favorável, resolvi esperar, pois pensei : “ Este passageiro pode ser alguém que
necessita de ajuda. “
Assim, fui até a porta e bati.
- Um minutinho - respondeu uma voz fraca e idosa.
Ouvi alguma coisa ser arrastada pelo chão...
Depois de uma pausa longa, a porta abriu-se.
Vi-me diante de um idoso, de aparência cansada e
fragilizada.
Usava roupas simples, de chinelo tipo havaianas,
embora a noite estivesse fria.
Ele mal podia caminhar e segurava com di¿culdade
uma pequena mala.
Dava para ver que não havia mobília, exceto uma
mesinha com fotogra¿as antigas.
O velho senhor, esboçando então um tímido sorriso
de quem já havia perdido até os dentes, pediu-me:
O senhor poderia ajudar-me com a mala ?
Eu peguei a mala e ajudei-o a caminhar até o carro,
e enquanto se acomodava ¿cou me agradecendo.
- Não é nada, é um prazer poder ajudá-lo !
- Oh ! Você é um bom rapaz, respondeu-me.
Quando embarcamos, deu-me o endereço e pediu:
O senhor poderia ir até o centro da cidade ?
- Este não é o trajeto mais curto, alertei-o prontamente.
- Eu não me importo. Não estou com pressa, meu
destino é o último, um asilo de idosos.
Surpreso, olhei pelo retrovisor.
Os olhos do velhinho estavam marejados.
- Eu não tenho mais família e para onde eu vou, não
sei o que encontrarei.
Então perguntei :
- Qual o caminho que o senhor deseja que eu tome?
Nas horas seguintes nos dirigimos por toda a cidade.
Ele me mostrou a escola em que havia feito o
primário, lembrou-se de sua mãe e de seu pai indo buscálo na hora da saída, e o fez com grande nostalgia.
Lembrou-se ainda do colégio em que ¿zera as séries
seguintes, a casa em que morava, os vizinhos, das brincadeiras com os amiguinhos, da primeira comunhão, quantas
lembranças...
Passamos ainda pelo prédio em que trabalhara em
seu primeiro emprego, dos bares em que tomava uma média com café para contornar a fome que sentia durante o
almoço, já que nem sempre sobrava tempo ou dinheiro, ou
ambos, para um almoço num restaurante.
A igreja em que se casara, e onde inclusive as duas
¿lhas foram batizadas. A igreja continuava igual como se
o tempo não houvesse passado.
Passamos por parques, ruas, locais dos mais diversos e tudo vinha na lembrança daquele senhor idoso.
Quando o primeiro raio de Sol surgiu no horizonte,
ele disse de repente.
- Estou cansado e pronto, vamos agora !
Seguimos então em silêncio para o endereço que ele
havia me dado.
Chegamos a um local em que havia vários idosos
nas mesmas circunstancias.
Uma senhora caminhou até o táxi assim que paramos. Era amável e atenta e logo se acercou do velho senhor a quem parecia esperar.
Eu abri o porta malas do carro e levei a pequena valize até a porta do quarto.
Haviam outros senhores sentados na sala assistindo
televisão.
Ao despedir-me daquele senhor, dei-lhe um forte
abraço e ele me retribuiu com a mesma intensidade, dizendo para mim.
- Você deu a mim, bons momentos de alegria como
não tinha a muito tempo.Visitamos não só lugares, mas
momentos que vivi.
- Só Deus é quem sabe o que você fez por mim.
- Obrigado meu amigo, mil vezes obrigado.
Apertei a sua mão e caminhei até o carro e dirigi olhando perdidamente o horizonte com o dia amanhecendo
ao fundo.
Não consegui parar de chorar e pensar como vivemos e ao que damos valor, se daqui não levamos nada.
Atrás de mim, uma senhora fechando o portão e os
outros velhinhos também acenando, dando-me adeus.
Naquele dia ¿quei sem rumo, perdido nos meus
pensamentos. Mal podia falar.
FARDOS
Chico Xavier
Quando a ilusão o ¿zer sentir o peso do próprio
sofrimento, como sendo agressivo e injusto, recorde que
você não segue sozinho.
Cada pessoa tolera a carga que lhe pertence.
Existem fardos de todos os tamanhos e feitios.
O sacerdote sofre a tortura de um condutor de almas.
O coração materno angustia-se com a sorte de seus
¿lhos.
O poderoso arca com o peso da responsabilidade
de decisões que inÀuenciam grandemente o destino
alheio.
O enfermo desamparado carrega as dores de sua indulgência.
A criança sem ninguém sofre seu pavor.
Aprenda a entender o serviço da luta dos semelhantes para não se supor indevidamente vítima ou herói.
No campo das provações, todos são irmãos uns dos
outros, mutuamente identi¿cados por semelhantes di¿culdades, dores e sonhos.
Suporte com amor o peso de suas obrigações e
caminhe.
Do acervo da pedra bruta nasce o ouro puro.
Do cascalho pesado emerge o diamante.
Do fardo que transportamos de boa vontade procedem as lições de que necessitamos para a vida
maior.
Talvez você se pergunte qual a carga transportada
pelos maus e levianos, que aparentemente passam a vida
isentos de provações.
Provavelmente eles, sob uma falsa aparência de
vitória, vivem sob encargos singularmente mais pesados
que os seus.
Impunidade e injustiça são conceitos estranhos às
leis divinas.
O céu não é um local físico predestinado, mas um
estado de consciência.
Ele somente é acessível, com seus tesouros de paz e
luz, para quem está em harmonia com as leis divinas.
Nada há para invejar de quem nem começou a se
recompor com essas leis, por leviandade e preguiça.
Pior ainda é a situação de quem, pela desdita de
praticar o mal, está adquirindo débitos perante a vida.
Se o suor alaga a sua fonte e se a lágrima lhe visita
o coração, isso é um sinal de que a carga já está sendo
aliviada.
Quem desempenha corajosamente, sem murmurações as tarefas que lhe compete está caminhando para a
plenitude de sua consciência.
Provas bem suportadas sem desânimo ou preguiça,
convertem-se de forma gradativa em tesouros de entendimento, paz e luz para a ascensão da criatura.
Lembre-se do madeiro injusto que dobrou os ombros doloridos de jesus cristo.
Sob as vigas duras do lenho infamante, jaziam
ocultas as asas divinas de ressurreição para a imortalidade.
Deus criou o mundo estruturado por leis perfeitas,
belas e justas.
Nesse harmônico conceito, por certo você não foi
esquecido.
A sua vida não é regida por acasos.
As provações que o visitam visam a forti¿cá-lo,
lapidá-lo, despi-lo de inferioridades que o infelicitam a
longo tempo.
Não imagine, sequer por um momento, que o pai
amoroso que jesus nos revelou possa ser cruel.
As provas duram o tempo estritamente necessário
para ajudá-lo a adquirir valores e aprender as lições de que
necessita.
Reduza sua cota de dores, dedicando-se ao bem
com vigor e determinação.
De um basta nas reclamações e nos vicios, alegrando-se ao executar as tarefas que a vida lhe con¿ou.
Fardos e di¿culdades não são desgraças, mas desa¿os a serem vencidos e superados, com otimismo e esperança.
Texto retirado do livro Tambores de Angola
Banhos e Defumações?
- Quanto aos banhos e ervas de defumações utilizadas pelos umbandistas, haverá
algum fundamento cientí¿co nisso tudo?
- Fundamento, há, meu amigo Ângelo, embora
nem sempre as pessoas que se bene¿ciem desses recursos
o saibam. Tomemos como exemplo os chamados
banhos de descarrego, tão receitados por pretos velhos
e caboclos. Você sabe muito bem do poder das ervas,
de seu magnetismo próprio. Quando são utilizadas
adequadamente, podem operar verdadeiros prodígios,
gerando equilíbrio e harmonia. As plantas guardam nesse
estado de evolução, muita energia, muita vitalidade, e
os raios absorvidos do sol no processo de fotossíntese
formam uma aura particular em cada família do reino
vegetal, o que se associam ao próprio quimismo da
planta. Quando colocadas em infusão, transmitem à água
todo o seu potencial energizante, curador, reconstituinte.
É o que se passa com os Àorais usados atualmente.
Quando o adepto toma o banho com a mistura de
ervas, todo o magnetismo que está ali associado
provoca, em alguns casos, um choque energético ou
uma reconstituição das camadas mais externas de sua
aura. Na verdade, isso não tem nenhuma relação com
o misticismo; é cientí¿co. Sob a inÀuência abençoada
das ervas, muitos benefícios têm sido alcançados por
inúmeras pessoas.
Irmãos nossos de outras con¿ssões religiosas,
mesmo os espíritas, julgam que tais providências são
um absurdo e recusam qualquer receituário que venha
com tais indicações. Estão até indo contra os métodos
empregados pelo mestre Allan Kardec, pois recusam-se
a pesquisar, questionar, certi¿car-se cienti¿camente dos
efeitos bené¿cos desses recursos da natureza. A própria
essência do Espiritismo é a pesquisa, a comprovação dos
fatos. Mas recusam-se a pesquisar, a comprovar, e muitos
reputam como misticismo algumas práticas. Felizmente,
na atualidade, muitos cientistas têm levado a sua
contribuição com a descoberta dos Àorais, que obedecem
ao mesmo princípio terapêutico dos nossos chás e banhos
de ervas.
No caso das defumações empregadas na Umbanda,
o princípio é o mesmo, mas em lugar de empregar as
ervas em infusão, elas são queimadas. Na queima, suas
propriedades terapêuticas são transferidas ou utilizadas
de forma energeticamente pura, ou seja, o fogo, a
combustão, transforma a matéria em energia; isso é uma
lei da física, e quando determinada erva é queimada,
sua parte astral ou etérica passa a concentrar, além de
seu potencial próprio, o potencial da parte física, que
é transformado no momento da combustão. O produto
obtido, aliado ao Àuidos dos espíritos que sabem
manipular tais recursos, são de e¿cácia comprovada
em casos de parasitismos, simbioses e larvas astrais,
que são literalmente ”arrancadas” de seus hospedeiros
encarnados. Isso ocorre pela ação conjunta dos
Àuidos liberados na ocasião da queima das ervas, nas
defumações. Mesmo que alguns ou muitos não aceitem
tais recursos, não signi¿ca que não sejam e¿cazes. Basta
que sejam feitas observações, com métodos cientí¿cos,
e tudo será comprovado. Neste caso, também, não se
trata de misticismo, mas de puro conhecimento de certas
propriedades dos elementos vegetal, mineral ou animal, a
serviço do bem aos semelhantes.
Santos, Robson Pinheiro. Tambores de Angola, Ângelo Inácio; bompsicografado por Robson Pinheiro. — Contagem: Casa dos Espíritos, 2005. págs 116/117
Um TRABALHO em EXTINÇÃO
Em se plantando tudo dá! A famosa frase escrita
na carta de Pero Vaz de Caminha ao rei Dom Manuel, à
época do descobrimento do Brasil, já falava da maravilha
de terra que de tudo poderia produzir. Faltou entretanto
mencionar que nela não havia tornados, furacões,
tsunamis, neve, frio intenso e terremotos.
Nas zonas urbanas, onde setenta porcento da
população se concentra, a intimidade com a terra para
produzir alimentos é praticamente inexistente.
Terra abençoada que os colonizadores portugueses
durante séculos tiveram uma atitude extrativista com o
pau brasil e, ao cultivar a terra para a produção de cana
de açúcar e café, em vez de trabahar a terra, preferiram
escravizar os negros e os índios para que ¿zessem o
serviço.
Mas ainda restam alguns homens que amam a terra
e nela estão produzindo alimentos. Homens simples, que
empunham a enxada com orgulho de um guerreiro tais
como os que residem na Fazenda Vale da Paz.
Aí talvez começou o desprezo pela enxada no
cultivo da terra, pelo sentimento de inferioridade por
eventuais calos nas mãos que esta caneta gigante produz,
em vez do orgulho por gerar a riqueza do alimento.
Enquanto nos países desenvolvidos não se vê
nenhum pedaço de terra que não esteja sendo cultivada,
onde até nas mais íngremes encostas, vinhedos tomam
conta da paisagem, no Brasil, em cada espaço vazio
encontramos capim ou um campinho de futebol.
O desprezo pela enxada é enorme, raramente se
vê alguém plantando uma verdura, legume ou árvore
frutí¿ca em seu jardim ou terreno da casa, e isso ocorre
em todas as moradias, desde as mais ricas assim como
nas humildes.
Este é realmente um problema cultural de
origem histórica e a oferta de hortaliças seria precária
sem a imigração japonesa e italiana. talvez quem sabe
estaríamos importante alface da China ou do Japão.
Sr. Francisco, produtor de
alimentos
Quantas pessoas podem dizer que já viram um
tomate, aipim, batata doce, feijão guandu, quiabo, etc.
antes da colheita e de ir para a prateleira de um mercado.
Produzindo aipim do tipo capixaba, giló, feijão
guandu e muito mais, com qualidade excepcional e
sem agrotóxicos, sonham em reviver os tempos em que
esta região, extensão da Barra da Tijuca e do Recreio,
e parte de extensas fazendas existentes na época do
Brasil colonia, volte a ser um cinturão verde com a
produção de alimentos além de grande variedade da
plantas ornamentais especialmente palmeiras de diversas
espécies.
Nas fotos abaixo, os nossos heróis Sr.Francisco
e Sr.Manuel, produtores de aipim e Sr.Paulo, nosso
produtor de plantas ornamentais.
Eles, nossos heróis produtores urbanos,
trabalhadores quase extintos, estão à disposição na
fazenda Vale da Paz para retirar da terra o aipim,colher
legumes na horta, bem como conhecer a enorme
diversidade de plantas ornamentais e variedades de
belíssimas palmeiras, colaboradores que são, das
atividades sociais da Associação Irmão Benedito.
É para conferir.
Sr. Paulo, produtor de alimentos
e plantas ornamentais
Informações de horário para acesso: tel 8461-0206
O signi¿cado prático da frase:
“não existe obra sem fé assim como não existe fé sem obra”
Recentemente observei uma discussão virtual
acerca do sentido desta frase escrita por Paulo nos
primórdios tempos do Cristianismo, em que havia
entre os interlocutores o entendimento que a obra era
desnecessária pois a fé por si só já era su¿ciente.
Destacando a qualidade de expressão verbal
dos que esgrimavam num duelo de palavras, entre si,
esbanjando a cultura literária , com predominancia
dos que julgavam a obra desnecessária, e , sem querer
participar deste combate verbal, lembrei-me do próprio
Paulo que em outra ocasiao enfatizava .
Ainda que eu fale todas as línguas, ainda que tenha
todos os dons, se não tiver amor, nada terei.
Mas o que é a obra se não a mais pura das
manifestações de amor. A obra está em ajudar um irmão,
levar uma palavra consoladora ou de esperança, amparar
a quem precisa de apoio, especialmente os pobres e
necessitados.
Obra, não se faz com materiais de construção e sim
com o coração.
Fora da caridade não há salvação !
OBRA COM FÉ
colocando em prática esta expressão
Sempre aos domingos pela manhã,
sob a coordenação do irmão Jorge Eiras,
a Assoc. Irmão Benedito oferece áula de
música para as crianças que participam
da Evangelizacão Cristã Ecumênica.
As áulas são ministradas pelo maestro
Bartolomeu dos Santos, carinhosamente
conhecido como professor Beto que oferece
oportunidade aos jovens e crianças, para
dominarem instrumentos musicais como
violões, teclados, bateria, etc.., melhorando
assim a auto estima e ocupando o tempo
de cada um com uma atividade sadia que
aÀora nos mesmos a sensibilidade artistica
que os jovens conservam dentro de si.
Esta é uma das formas de
transformação da fé contemplativa em fé
atuante, já que sem a obra, ou seja, acão,
retem-se dentro de si próprio o que de bom
se tem para doar.
OBS. Colabore com esta obra doando
instrumentos musicais em desuso. tel 99135351 - RJ 21
Todos têm suas crises, proporcionais a seus erros, cujos pesos se alteram conforme cada um Cristianiza o seu
coração. E quando o caminho parece levar a obstáculo intransponível, nunca acrediteis que isso é verdade.
Um SONHO ou uma REALIDADE?
Jose Cosme da Cunha
Recentemente vinha caminhando pela
fazenda Vale da Paz, que junto com a vizinha
fazenda Alvorada compõe a última grande área
rural da região oeste do RJ. Cansado de tanto andar,
sentei-me junto ao tronco de uma mangueira para
descansar e decorrido alguns minutos, ao olhar para
o lado deparei-me com um senhor negro, ja bem
velho, sentado num toco ao meu lado.
Sem negar que tomei um susto, pois não
havia percebido ao ali chegar, a presença daquele
velho e nem a chegada dele logo após, perguntei em
seguida.
- Olá meu amigo, não tinha visto o senhor,
tudo bem?
- Sim, meu ¿lho, e você? Respondeume.
Daí em diante, ouvi uma história que
me deixou hipnotizado.
Com sentimento de tristeza e
melancolia na voz, contou que naquele
mesmo local, há mais de um século,
trabalhara na enxada com muitos outros
iguais a ele, como escravos que eram.
Aquele local em que estava, era
o ponto em que se reuniam após longa
caminhada desde a senzala e que toda aquela
região era parte de uma enorme fazenda que
produzia cana de açúcar , um pouco de cafe
e gado,
Contou-me ainda que sofrera muito
por ser dentro dos conceitos da época,
rebelde e atrevido, razão pela qual inúmeras
vezes fora posto no tronco.
Lembrou-se ainda que certa vez,
por pouco não foi posto na fogueira logo
após ter sido chicoteado no tronco, prática
comum naquela triste época, e que isso por
pouco não ocorreu, graças a intervenção
de um senhor que por lá apareceu e que
posteriormente lhe deu abrigo em sua
fazenda.
Com a mente ¿xa em atenção àquela
trágica narrativa tão interessante, perguntei
então o nome daquele velho e, sorrindo para mim,
disse:
- Meu nome .... sou conhecido como Pai
Antonio e em seguida me deu um longo e carinhoso
abraço.
Aquele abraço me deixou uma grande paz
e sem que viesse a perceber, de tão cansado que
estava, adormeci em seguida.
Horas se passaram e ao ouvir o latido de
um cachorro, acordei e ao olhar para o lado para
despedir-me do velho, ele lá não estava.
Humildade e Religião
O Espiritismo como doutrina religiosa no centro
Irmão Benedito e nas obras de assistencia social
da Associacao, tem por princípio o entendimento
ecumênico.
A espiritualidade superior voltada para o Bem
está presente em todos os lugares. Está nas igrejas
católicas, nos templos protestantes, nos terreiros, nos
centros espiritas, nas sinagogas e mesquitas, ajudando
os espíritos encarnados e desencarnados quanto à
necessidade de aprenderem que somente através da
caridade, do amor e da humildade, se encontra o
caminho da evolucao espiritual.
As diversas formas com que se pratica a
religião fazem parte do livre arbítrio de cada um e
a discriminação religiosa é a triste face da pobreza
espiritual de quem a exerce.
O exemplo de humildade dado pelo Papa
Francisco serve de modelo para todos.
Uma das últimas cadeiras da igreja é ocupada pelo
Papa. É o que se vê na foto. Ele está a celebrar uma
Missa muito peculiar: os convidados são os jardineiros
e o pessoal de limpeza do Vaticano. Num momento da
celebração o Papa pede a todos que orem em silêncio,
cada um pelo que o seu coração deseja. Nesse instante,
ele levanta-se da sua cadeira presidencial que está na
frente e vai sentar-se numa das últimas cadeiras para
fazer a sua própria oração. Dá a impressão de que
este chefe preferiu que todos se centrem em ver de
frente a verdadeira razão da sua existência, esse Cristo
cruci¿cado que está ali presente e não em que o vejam
a ele, o seu chefe, que não é mais que um homem
que falhou e continuará a falhar, e a quem hoje todos
chamamos o Papa Francisco.
A famosa diferença entre chefe e líder é absoluta
nesta foto. O chefe sempre se emproa, pondo-se
à frente para que todos o vejam e lhe obedeçam,
enquanto que o líder sabe quando se deve sentar atrás,
não incomoda, acompanha, facilita o caminho para
que os outros consigam os seus propósitos; o líder é
capaz de desaparecer no momento oportuno, para que
os seus companheiros cresçam e se centrem no que é
verdadeiramente importante. O líder não teme perder
o seu lugar, porque sabe que, muito para além do “seu
lugar”, trata-se de ajudar aqueles que se encontrem no
seu caminho.
Na foto, o admirável Francisco está de costas.
Ele sabe que muitos o queriam ver de frente, mas neste
instante tão íntimo, ele prefere ¿car de costas para os
fotógrafos e dar a cara a esse Deus de todos, Amor para
o jardineiro e Amor para o Papa, esse Deus que não
diferencia o abraço nem dá mais por um ou por outro,
ambos são pecadores e ambos precisam d’Ele.
Quantos chefes terão
a capacidade de ir sentarse naquela cadeira de trás?
Quando é que mães e pais
teremos que “celebrar”
essa cerimônia chamada
vida com os nossos ¿lhos,
e num momento oportuno
sermos capazes de nos
sentarmos atrás, para que
eles ¿quem de frente para
a sua missão? Quantos
poderemos voltar as costas
aos aplausos, à barafunda
dos “clicks”, aos elogios,
para dar a cara, num
momento íntimo, a essa
oração profunda que torna
o nosso coração despido
de orgulho, a um Deus que
deseja com fervor escutarnos?
O PRESENTE
A história realmente sempre se repete, muda de cara,
vem com roupa nova, maquiada e por vezes enfeitada com
subterfúgios, mas, na verdade, a triste face interior está sempre
presente.
A Fazenda Vale da Paz, sede da Associação e do Centro
Irmão Benedito, está abrigando em suas casas, algumas
famílias com 15 crianças, as quais receberam ordem de
despejo de uma fazenda próxima, local onde quase todos
nasceram e cujo patriarca que lá trabalhava e morava com
esposa, ¿lhas e netos, há mais de 40 anos, veio a falecer.
Este patriarca que na década de 40, quando jovem
ainda, começou a trabalhar nesta fazenda que na época
produzia mil litros de leite por dia, numa região a apenas vinte
minutos da Barra e do Recreio, e que era então considerada o
cinturão verde da cidade, produzindo verduras e hortaliças.
Os tempos mudaram e com o falecimento do
proprietário da fazenda por volta dos anos 60, assim como
dos outros produtores locais que também faleceram, a região
foi sendo abandonada, transformando-se de produtora de
alimentos em atividades extrativistas com a retirada de terra de
emboço para construção.
Durante todo este período este patriarca e sua família
, mesmo após a morte do patrão, continuaram morando neste
local, vivendo de pequenos biscates e zelando pela propriedade
em troca da moradia.
Mas a velhice chegou, a saúde foi embora e o espírito
teve sua hora de partida anunciada. No dia seguinte ao
falecimento, todos da família, receberam o comunicado
que teriam uma semana para deixar o local. e como pessoas
humildes e simples que são, sem recursos materiais e
fragilizados, sem emprego formal e nenhuma escolaridade
entre os adultos, procuraram os membros do Centro Irmão
Benedito em busca de socorro, e por já fazerem parte do
grupo de assistidos pela Associação, foram por ela amparados,
passando todos a residirem na Fazenda Vale da Paz.
Mas esta atitude ainda insu¿ciente e provisória,
clama por uma solução de¿nitiva e os membros da Associação
doarão um lote para cada uma das famílias em uma área
próxima, para que tenham no futuro suas próprias casas e não
venham reviver essa difícil situação.
Mas isso ainda e muito pouco, a necessidade de
inseri-los no mercado formal de trabalho uma vez que morando
numa extensa fazenda desde que nasceram , em uma das
ultimas grandes áreas ainda existentes na zona oeste, em Pedra
de Guaratiba, nesses últimos 40 anos , vivendo em pequenas
casas humildes sem água encanada e luz precária , mas
mantendo no entanto o que de mais importante existe, os laços
familiares fundamentais entre suas famílias apesar de todas as
di¿culdades e obstáculos.
Este episódio ocorrido com estas famílias em nada
difere do que ocorreu com milhares de outras em 1888, em que
o poder constituído à época, não se preocupou em promover
uma reforma agrária para as milhares de famílias, nem acesso à
educação e muito menos à saúde.
Observação: Qualquer comparação com os dias atuais
não se trata de mera coincidência!
Por ¿m, graças a esta postura egoística e
irresponsável, sem nenhuma preocupação social de uma lei
libertadora, mas tardia e capenga, foi que surgiram os cortiços,
embrião das favelas atuais e da injustiça social que promove a
insegurança generalizada.
Foi entretanto a escravidão o berço original e a grande
razão da vinda dos espíritos consoladores e doutrinadores que
se apresentam como Pretos -Velhos e Caboclos, a quem muitos
devem agradecer pelas gracas recebidas nas longas e pacientes
conversas ao “pé do toco”.
Como se diz: Nunca tantos, deveram, devem e sempre
deverão a tão poucos !
Nada surge por acaso, tudo tem sua origem.
Ação e reação !
“Caridade é um sol que aquece as almas e quem lhe serve de instrumento se ilumina com mais intensidade.”
MEDIUNIDADE
Bianca da Cunha
A mediunidade é um dom aÀorado naqueles que
vieram com a missão de exercita-lá.
Não basta somente ser médium; é preciso muito
preparo moral e devemos compreender que somente
atraímos para nós mesmos, o que somos na vida.
A melhor mediunidade que conhecemos é
ser instrumento do amor de Jesus, aquele amor que
não exige, que não violenta, que não troca, que não
envaidece, que não é orgulhoso, que não serve de
instrumento para o egoísmo, que não fere, que não
entristece; é o amor puro, reÀexo da pureza que a verdade
serve, é o amor que expressa o caminho, a verdade e a
vida.
recolher as informações sem desespero, porque a vida
te responderá o que queiras perguntar-lhe, se não saíres
das normas da harmonia. Paulo de Tarso nos manda ler
de tudo e tirar de todas as leituras o que é bom, desde
quando aprendamos a ler com equilíbrio e não sejamos
inÀuenciados por escritores desequilibrados, nem pelos
próprios Espíritos.
Busca, na profundidade do teu entendimento, a luz
que possa brilhar nos teus caminhos.
Toda incredulidade é falta de amadurecimento
espiritual. A fruta, quando se encontra madura, deve logo
sair da prisão da árvore, senão, cairá por si mesma e pode
não servir de alimento.
A base para o exercício mediúnico é a que o
Evangelho nos ensina: dar de graça o que de graça
recebemos.
Um médium não pode marcar acontecimentos,
nem fazer de uma reunião, mediúnico espetáculo público,
porque a direção não é dos homens.
A mediunidade é um bem natural, quem deseja
viver bem que a eduque.
Os médiuns são simples instrumentos das
manifestações.
Quanto mais provas, mais dores, mais problemas
nos teus caminhos, mais oportunidades terás de elevarte, porque é neste clima que o despertamento espiritual
aparece, dando-te ensejo de compreender as leis naturais
do Criador, e vivenciá-las.
A verdade não pede licença para se expressar
onde Deus achar melhor. No cano pelo qual passa a água
suja, pode passar água limpa. É importante a elevação
moral dos médiuns, para que ele por sintonia, sirvam
com acerto a Espíritos de boa índole espiritual, visto que
semelhantes atraem semelhantes.
Estamos numa época em que a mediunidade se
manifesta amplamente. “O vento assopra onde quer,
e ouves a sua voz”, disse Jesus. É a voz dos espíritos
entregando aqui e ali, os valores que transformam a
om maior
Terra na grande casa de Deus. Os homens com
nidade
amadurecimento espiritual exercem a mediunidade
vando cada
constantemente em função do progresso, elevando
vez mais suas condições de amar e de servir.
Conta-se que certo sábio quis provar que estava
com 110 anos por conhecer a ciência da vidaa e dominar
ncontrou-see
biologicamente seu corpo em plena saúde, encontrou-se
fabeto. Tudo
com um camponês de 120 anos que era analfabeto.
eposita a sua
vem de Deus, e o homem inteligente e que deposita
con¿ança no amor, reconhece que quanto mais
ais sabe, mais
unicarr cco
om
precisa saber, procurando aprender a se comunicar
com
ncarrna
nado
doos.
todos os seres humanos, encarnados ou desencarnados.
Devemos nos cercar de cuidados especiais
cia
iaais nno
o tr
ttrato
rato
atto
com a mediunidade, que ela seja bem cuidada,
porque
da, por
or e
orque
spiritua
ual.
ua
l
seus processos são regulados pela sintonia espiritual.
m senso te
Cumpre a ti adotar os meios que o bom
natismo e
mostra, estudar sem paixões, analisar sem fanatismo
“Filoso¿a da mediunidade” - João Nunes Maia
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NOTA da REDAÇÃO Quem Somos???