Consumo Consciente do Dinheiro e do Crédito
Desenvolvido em parceria com o Instituto Akatu
cap.
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O que é curto, médio e longo
prazo? Diferença por tempo
de vida e de trabalho
Um planejamento financeiro exige que sejam estabelecidos objetivos de curto, médio e longo
prazo.
Para o curto prazo - menos de 1 ano - , é preciso definir quais as necessidades a serem satisfeitas
no consumo do dia a dia, como compra de roupas e alimentos, gastos de água e energia elétrica,
pagamento de aluguel e outras contas de consumo corrente.
O médio prazo - de 1 a 5 anos - é o tempo para o qual se estabelecem metas relativas a itens de
consumo durável, como, por exemplo, a compra ou troca do carro, ou a reforma da casa.
E o longo prazo, acima de 5 anos, envolve planos para a compra de bens duráveis, como um imóvel
ou a acumulação de recursos para a aposentadoria.
É importante montar uma estratégia para alcançar as metas de curto, médio e longo prazos,
calculando, por exemplo:
• a poupança necessária para adquirir um bem;
• a poupança necessária para as viagens de férias;
• a programação financeira para a aposentadoria;
• a poupança necessária para pagar os estudos dos filhos;
• a poupança ou as prestações necessárias para a compra da casa própria;
• a reserva financeira para emergências e imprevistos.
Cada meta deverá ter um prazo determinado para ser alcançada. Esses prazos vão direcionar as
necessidades de poupança e, com isso, definir as possibilidades efetivas de gastos cotidianos, de
forma que não comprometam o cumprimento das metas.
Os recursos poupados deverão ser aplicados em investimentos financeiros com perfis distintos de
acordo com o prazo em que os recursos virão a ser necessários. As metas de curto prazo deverão
contar com recursos mais líquidos, isto é, aplicados de forma a poderem ser retirados no dia a dia,
de forma a satisfazerem os pequenos prazeres e as necessidades correntes sem comprometerem
as metas de médio e longo prazos, incluídas as necessidades para a aposentadoria. Naturalmente,
é fundamental cumprir as metas de curto e médio prazo para não inviabilizar o cumprimento das
metas de longo prazo.
Delineadas as metas e calculados os recursos financeiros necessários aos seus cumprimentos, é
possível partir para um plano de ação, definindo-se o que deve ser cortado em termos de gastos
supérfluos e que não contribuem para que as metas sejam alcançadas. Caso necessário, deve-se
estabelecer um plano emergencial para controlar as finanças familiares de forma a não comprometer
o cumprimento das metas.
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O mais importante é que as metas sejam definidas de forma realista, buscando-se adaptá-las à
realidade financeira familiar e se pensando na contribuição à sustentabilidade social e ambiental
que cada membro da família pode dar. As possibilidades de renda de que se dispõe e uma definição
prudente dos gastos, seja do ponto de vista financeiro, seja do ponto de vista social e ambiental,
levam à possibilidade efetiva de que as metas sejam atingidas. E sua realização trará grande
satisfação do ponto de vista individual e familiar, assim como do ponto de vista da contribuição
para a sustentabilidade da vida no planeta, o que mostra que vale a pena planejar e se manter
dentro do planejamento.
É importante notar que o planejamento depende do tempo de vida e de trabalho. Uma pessoa que
inicie, por exemplo, um plano de previdência aos 20 anos, com contribuições mensais de R$ 360
e juros de 0,5% ao mês, terá acumulado R$ 1 milhão aos 65 anos. Agora, se iniciar o mesmo plano
aos 30 anos, será necessário poupar R$ 700 todo mês para atingir o mesmo objetivo aos 65 anos.
Essa constatação pode soar desanimadora para pessoas que tenham mais idade e que, por algum
motivo, ainda não estabeleceram um plano de poupança ou previdência. De fato, o desafio é maior
para quem tem uma expectativa de menos anos vindouros para geração de renda. Mas a realidade
brasileira mostra que essa é a situação de grande parte da população. As instituições de previdência
privada ou complementar têm uma proporção muito significativa de clientes que estão começando
seus planos já acima da faixa dos 40 anos. Seja por isso, seja pelo fato de que - queiramos ou não o tempo vai passar e possivelmente teremos muitos anos de vida pela frente após passado o pico
de nossa capacidade de geração de renda, a conclusão é uma só: nunca é tarde para começar, mas,
quanto antes, melhor.
Exercício de definição dos objetivos para o curto, médio e longo prazo
É importante definirmos quais são nossas prioridades e estabelecermos metas de acordo com
nossas possibilidades financeiras e com nosso desejo de contribuirmos com a sociedade e com o
planeta. Um bom exercício de avaliação é lembrarmos os objetivos que traçamos anos atrás. Se a
compra da casa própria continua tão distante quanto antes, algo não deu certo ao colocarmos em
prática o que foi planejado. Naturalmente, podem ter ocorrido imprevistos, como a perda de um
emprego ou um problema de saúde na família. Outra possibilidade é a de que os gastos cotidianos
tenham extrapolado o que foi planejado. Como exemplo, é possível que a meta de trocar de carro,
uma meta de médio prazo, tenha sido impossibilitada porque boa parte do salário foi destinada a
pagar as contas de celular, com gastos bem acima do que foi planejado. Ou então, talvez não tenha
sido possível comprar uma casa porque houve um gasto, em viagens não planejadas, de boa parte
do dinheiro que seria destinado à poupança. Assim, para atingir as metas de longo prazo, não se
pode deixar de lado o cumprimento das metas de curto e de médio prazo.
Para que a definição das metas possa ser realmente útil, cada meta tem que ser:
Específica - A meta não pode ser genérica, pois ela precisa orientar as ações do dia a dia. Em vez de
escrever genericamente “poupar dinheiro”, é importante estabelecer de maneira bastante específica
para o que se quer poupar o dinheiro.
Mensurável - É importante estabelecer a distância a ser percorrida para se atingir a meta. Em vez
de estabelecer “eu preciso de mais dinheiro para comprar uma nova casa”, é preciso estabelecer
claramente que: “uma casa nova custa R$ 300 mil, eu já tenho R$ 200 mil com a venda da minha
casa atual somada à minha poupança, faltando, portanto, R$ 100 mil para comprar uma casa nova”.
Atingível - A meta precisa ser estabelecida de forma a ser possível atingi-la. Por exemplo: “Poupar
15% do que eu ganho para em 3 anos trocar de casa”.
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Relevante - A meta tem que ser estabelecida em função das reais necessidades. Por exemplo, não
faz sentido poupar dinheiro para comprar uma casa de três quartos, quando se mora sozinho. Mas,
certamente, essa meta seria relevante para uma família com quatro filhos que mora em uma casa
com dois quartos.
Previsível - É essencial estabelecer uma “data alvo” para a meta. Por exemplo, trocar de casa
em 5 anos.
Ações para atingir os objetivos
As metas envolvem escolhas. E escolhas sempre significam a renúncia de algumas coisas para a
obtenção de outras. Nesse processo, entra o chamado “custo de oportunidade”, um conceito
econômico que se refere ao custo das escolhas em relação às renúncias necessárias. Ao se comprar
algo, renuncia-se a outras coisas, o que impõe um “custo de oportunidade”, isto é, o custo da
oportunidade deixada de lado em nome de outro benefício.
Ao se pensar nas metas, haverá sempre um custo de oportunidade, significando que, ao se fazer
uma determinada escolha, haverá renúncias. Quando se decide gastar o dinheiro em uma compra,
em vez de se fazer um investimento financeiro, o custo de oportunidade pode ser medido pelo
valor dos juros que se deixa de receber por não se fazer o investimento.
O dinheiro para a compra de um carro, por exemplo, poderia ser utilizado para se fazer uma
aplicação financeira que renderia juros para o investidor. Um carro, após a compra, implica novos
gastos (combustível, impostos, manutenção), além de sofrer depreciação, isto é, de perder valor
com a passagem do tempo. Já o investimento, ao contrário, rende juros. No processo de decisão pela
compra do carro ou pela aplicação, houve, a cada passo, escolhas relativas aos custos das renúncias.
Caso se decida comprar um imóvel, deixa-se de fazer a aplicação financeira da quantia gasta no
imóvel. Naturalmente, tem-se o custo de oportunidade dos juros perdidos por não se ter feito
a aplicação financeira do valor correspondente à compra do imóvel. Por outro lado, existe o
benefício representado pela economia do valor do aluguel, além de uma possível perspectiva de
valorização do imóvel comprado. Em suma, ao se fazer a escolha, houve o custo de oportunidade
da alternativa não escolhida, mas, em contrapartida, houve também o ganho correspondente à
alternativa escolhida, seja o ganho em satisfação pessoal, em conforto pessoal, em economia, ou
em valorização monetária do bem que se decidiu comprar.
O conceito de custo de oportunidade é útil para que se faça uma boa escolha. Quando as taxas de
juros estão muito elevadas e se decide gastar o dinheiro e comprar um bem ou um serviço, deixase de lado a oportunidade de poupar e ganhar com os juros. Assim, o custo de oportunidade de
qualquer compra é elevado.
Por outro lado, a vida não vai parar devido às taxas de juros elevadas. O que quer dizer que o
consumo continuará a existir, não sendo possível aguardar, no caso de vários itens de consumo, até
que as taxas de juros caiam e o custo de oportunidade de uma compra seja mais baixo.
No próximo capítulo, falaremos mais sobre reserva financeira.
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O que é curto, médio e longo prazo?