Parágrafo Dissertativo
A importância do parágrafo dissertativo explica-se pela necessidade de que as
partes que compõem a dissertação – tese, desenvolvimento/argumentação e
conclusão- sejam delimitadas. Em princípio, são necessários, pelo menos três
parágrafos, um para cada parte da dissertação. Porém, um único parágrafo pode
apresentar uma organização dissertativa, contendo tese,argumentação/exposição
e conclusão, funcionando como um microtexto.Quando isso ocorre, temos o
parágrafo dissertativo.
A História demonstra que o convívio social foi (e continua a ser) decisivo
para o desenvolvimento da humanidade. As descobertas de um membro do
grupo, comunicadas aos outros, tornam-se estímulo e ponto de partida para
novos aperfeiçoamentos e novas descobertas. Transmitidas de geração em
geração, não se perdem com a morte de seus descobridores. Recomeçando de
onde outros pararam, as novas gerações podem avançar sempre mais. Graças
à sociabilidade, que colocou em comum os esforços de muitas inteligências, a
humanidade das cavernas já avança rapidamente na conquista do universo
extraterreno.
CARTA
A carta é uma modalidade redacional livre. Nela podem aparecer a
narração, a descrição, a reflexão ou o parecer dissertativo. O que determina a
abordagem, a linguagem e os aspectos formais de uma carta é o fim a que ela se
destina: um amigo, um negócio, um interesse pessoal, um ente amado, um
familiar, uma seção de jornal etc.
Estética
A estética da carta varia de acordo com a finalidade. Se o destinatário é
um órgão do governo, a carta deve observar procedimentos formais como a
disposição da data, do vocativo (nome, cargo ou título do destinatário), do
remetente e assinatura.
No caso das correspondências comercial e oficial – textos jurídicos,
comunicados, ofícios, memorandos emitidos por órgãos públicos - , a
linguagem é muitas vezes feita de jargões e expressões de uso comum ao
contexto que lhes é próprio.
Quando um exame vestibular sugere uma carta como proposta, o
aspecto formal, bem como a abertura e o fechamento do texto segundo o jargão,
é irrelevante, pois o que prevalece é conteúdo e a linguagem.
A Carta no vestibular
Muitas provas de redação oferecem ao candidato a possibilidade de optar
por uma carta. Sua abordagem é dissertativa e, portanto, deverá ser
fundamentada por meio de evidências, juízos, exemplos – que poderão ser
narrativos ou descritivos - , admitindo a expressão em 1ª pessoa.
Assim, qualquer que seja o assunto ou tema proposto, encaminhará o
candidato à defesa de um ponto de vista que deve ser exposto de forma
dissertativa, apresentando tese, argumentação e conclusão.
Observe que o vestibular avalia o corpo da carta, cujo conteúdo e
linguagem atestarão a capacidade discursiva do aluno, sua opinião, seus
argumentos, sua destreza linguística.
Caso o tema dado apresente como destinatário uma autoridade ou
instituição, o vestibulando deverá empregar o pronome de tratamento
adequado. Se for dirigida a um amigo, a linguagem poderá ser simples, em
razão da intimidade do autor com o destinatário.
O candidato não deve assinar a correspondência, pois a redação no
vestibular é sigilosa. Lembramos que o destinatário e o vocativo são opcionais.
Exemplo:
À Sua Excelência, o Senhor Doutor
Fernando Henrique Cardoso, Presidente da
República Federativa do Brasil.
Repito a frase aprendida de Vossa Excelência: “A política não é a arte do
possível. É a arte de tornar o possível necessário”.
Estou tranqüilo porque minha contribuição com lealdade e no limite de minha
capacidade, sem trair os ideais dos que lutam no setor saúde pela eqüidade e
pela garantia de acesso às camadas mais sofridas da população. Outros
complementarão o trabalho sob a liderança de Vossa Excelência, para que seja
possível atender ao necessário que detectamos.
Aproveito para manifestar-lhe o meu melhor apreço.
Cordialmente.
Adib Jatene
Ministro da Saúde
Meu Caro Jatene,
Exatamente porque acredito que é preciso tornar possível o necessário, apoiei
CPMF e fiz, junto consigo, os esforços para aumentar a dotação do Ministério
da Saúde. Só assim foi possível quase dobrar, em dois anos, os recursos do
SUS. Ainda assim, eles são insuficientes. O que fazer? Continuar lutando,
como continuarei: pena que sem você, embora com sua inspiração.
Resta agradecer, muito sinceramente, sua colaboração, sua coragem para
diagnosticar os problemas do ministério e enfrentar as soluções, e o ânimo
que você infundiu em todos nós. Tenha a certeza de que suas declarações
mostrando a disposição de continuar a luta pela saúde não ficarão nas
palavras. O Brasil precisa de gente como você.
Com afetuoso abraço.
Fernando Henrique Cardoso
No modelo que se segue, temos uma proposta da UNICAMP e a
carta que a desenvolve.
Suponha que você encontre, no arquivo municipal de uma cidade
mineira , uma caixa contendo documentos inéditos relacionados com a
atividade de uma empresa clandestina, que teria funcionado entre 1780 e
1789, em oposição política à metrópole portuguesa no Brasil.
Suponha, também, que você se interesse por esses documentos e
queira desenvolver uma pesquisa sobre o assunto.
Escreva uma carta ao Diretor de uma entidade incentivadora de
pesquisa, contando sua descoberta, expondo o interesse que ela tem
enquanto objeto de estudo, comentando as principais questões a que você
procurará responder na sua investigação, se possível, antecipando alguns
dos eventuais resultados.
São Paulo, 30 de novembro de 2008.
Ilmº. Sr.,
Diretoria do Conselho Nacional de Ensino e Pesquisa – CNPq
Prezado Senhor,
Solicito do Conselho Nacional de Ensino e Pesquisa – CNPq - informações
referentes à concessão de subsídios para desenvolver um projeto de pesquisa
sobre o valor histórico de publicações clandestinas do século XVIII,
encontradas em Minas Gerais.
Trata-se de uma coletânea de periódicos inéditos que obtive
consultando o arquivo municipal de Congonhas do Campo, os quais
atestam a existência de uma imprensa marginal cujos panfletos teriam
circulado nas cidades de Vila Rica, Mariana, Sabará e são João Del Rei, entre
1780 e 1789.
O estudo desse material permitirá reconstituir fatos da Conjuração
Mineira não revelados nos autos da devassa, nem registrados pela
história oficial, além de avaliar o caráter emancipacionista que norteou
os ideais político-libertários dos inconfidentes.
Caberia também a essa investigação apurar a importância
desses documentos usados pelos conjurados para indispor a população
das cidades mineiras contra os abusos da metrópole
portuguesa no Brasil.
Assim, gostaria de inteirar-me sobre o interesse do CNPq em
subvencionar esse trabalho, pois tenho intenção de atuar como
pesquisador.
Desde já, aguardo oportuna resposta.
CARTA DE LEITOR
A RESPEITO DA REPORTAGEM SOBRE CÉLULASTRONCO VEICULADA NA REVISTA ÉPOCA,
ALGUNS LEITORES SE POSICIONARAM DA
SEGUINTE MANEIRA:
“Admirou-me que Época, um excelente veículo de
informação, publicasse uma reportagem com enfoque
apenas em um lado da medalha. Deve ficar claro que o
embrião não é apenas ‘um amontoado de células longe de
ser uma vida’, mas um amontoado de células com
vida desde a fecundação.
T.G. , Barueri, S. Paulo.
“ Ótimo texto, além de muito oportuno. Ainda bem que
o avanço científico é inexorável e caminha junto com a
própria evolução humana. A Igreja Católica retarda o
processo e interrompe a expectativa de milhares de
pessoas. As autoridades religiosas precisam rever seus
conceitos e se fazer presente de maneira mais
consciente.”
L. O . B. , Belo Horizonte, MG.
1. A partir da leitura das duas cartas de leitor acima,
escolha um dos leitores e envie uma carta em que
você deixe claro seu posicionamento favorável ou
contrário em relação à opinião da carta escolhida
por você.
2. Envie uma carta para o jornal se posicionando à
respeito da pesquisa feita com células- tronco.
Comentando
pesquisas
e
reportagens
sobre
valores
e
comportamento da juventude, o Sr. E.B.M. enviou ao jornal Folha
de São Paulo a seguinte carta:
É irritante ler reportagens sobre “ o que pensa a juventude”. Excluindo
juízos de valor sobre temas específicos, o que se deve ter como verdade é
que é forçoso admitir que a nossa juventude não revela qualquer
capacidade de percepção da realidade. É notório a cretinice da juventude
brasileira. O “zeitgeist”, o espírito da época, submerge a atual geração
num mar de hedonismo e irresponsabilidade. É lindo ser alienado com
tênis Reebok e jeans Forum. O que eu gostaria de ver, mesmo, é essa
juventude vagabunda, indolente e indisciplinada como é a brasileira
encarar de frente os desafios históricos de nossa sociedade.
A leitura atenta da carta do Sr. E.B.M. permite identificar algumas
de suas opiniões sobre os jovens, expressas mais ou menos
diretamente. Para escrever sua redação, siga as seguintes instruções.
Instruções gerais
• Identifique 2 (duas) das opiniões emitidas pelo Sr. E.B.M.
• Transcreva-as na sua folha de redação.
• Após ter feito isso, escreva uma carta, dirigida ao Sr. E.B.M.,
apresentando argumentos para convencê-lo de que está equivocado.
Neste exercício de argumentação, você deverá discordar, portanto,
das opiniões que identificou na carta.
• Assine a carta com as iniciais de seu nome.
RELATO

Relato é um texto em que se
explana aquilo que se observa em
relação a alguma coisa ou a alguém.
Tem como característica a descrição
pessoal, que deve ser a mais fiel
possível aos fatos e onde devem ser
evitadas interpretações pessoais
tendenciosas ou não compatíveis
com os fatos.
EXEMPLO DE RELATO
A PRIMEIRA VEZ A GENTE NUNCA
ESQUECE.
Por Mauro Rezende
...
Lembro que tinha cerca de cinco anos. Hoje
tenho 46 anos, morava na avenida Sena
Madureira, 320 (a casa foi derrubada e existe no
local um sobrado-escritório), no bairro de Vila
Mariana.
Estava no quarto com minha mãe, era dia,
quando um objeto (sonda) metálico, do tamanho
de uma laranja, entrou no mesmo pela janela,
circulou pelo quarto e parou suspenso no ar...
Então eu peguei um tapete do chão e joguei
sobre o mesmo e tentei segurá-lo.
...
Mas uma criança de cinco anos não tem
muita força. Não consegui segurar o
objeto, que "forçou" e escapou pela
janela. Só muitos anos mais tarde,
conhecendo a Ufologia é que identifiquei
o tal "brinquedo voador" que deixou uma
criança triste, por não conseguir pegar o
mesmo.
Minha mãe era uma pessoa simples e
não saberia explicar o acontecido.
Eu não tenho muitas lembranças de
minha infância, mas essa ficou registrada.
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AULA 09-11