UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE SAÚDE COMUNITÁRIA
MESTRADO EM SAÚDE PÚBLICA / EPIDEMIOLOGIA
USO DO ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS ENTRE HOMENS
QUE FAZEM SEXO COM HOMENS EM TRÊS CENTROS
URBANOS DO ESTADO DO CEARÁ
JOÃO MARCOS DE MENESES E SILVA
FORTALEZA-CEARÁ
2005
2
JOÃO MARCOS DE MENESES E SILVA
USO DO ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS ENTRE HOMENS
QUE FAZEM SEXO COM HOMENS EM TRÊS CENTROS
URBANOS DO ESTADO DO CEARÁ
Dissertação apresentada ao Programa de Pósgraduação em Saúde Pública / Epidemiologia do
Departamento
de
Saúde
Comunitária
da
Faculdade de Medicina da Universidade Federal
do Ceará, como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do título de Mestre em Saúde
Pública.
Orientação: Ligia Regina Sansigolo Kerr-Pontes
FORTALEZA-CEARÁ
2005
3
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE SAÚDE COMUNITÁRIA
MESTRADO EM SAÚDE PÚBLICA / EPIDEMIOLOGIA
Título do Trabalho: Uso do Álcool e Outras Drogas Entre Homens Que Fazem Sexo
Com Homens em Três Centros Urbanos do Estado do Ceará
.
Autor: João Marcos de Meneses e Silva
Defesa em ____/____/____
Banca Examinadora
_______________________________________
Prof (a) Ligia Regina Sansigolo Kerr-Pontes - orientadora
_______________________________________
Florence Kerr-Corrêa
_______________________________________
Fábio Gomes de Matos e Souza
_______________________________________
José Wellington de Oliveira Lima
4
SILVA, João Marcos de Meneses e
Uso do Álcool e Outras Drogas Entre Homens Que Fazem
Sexo Com Homens Em Três Centros Urbanos do Estado do
Ceará/ Silva, João Marcos de Meneses e
Fortaleza / Ceará: DSC/ FAMED/ UFC, 2005.
103 páginas
Mestrado em Saúde Pública / Epidemiologia Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Medicina,
Departamento de Saúde Comunitária, 2005.
1. Álcool. 2. Comportamento de Risco. 3. Drogas.
4. Homens que fazem Sexo com Homens. - Dissertação
I. Mestrado em Saúde Pública / Epidemiologia - DSC/
FAMED/ UFC. II.Título.
5
Á minha família, meus pais, João Batista e Rosa Lúcia,
e meus irmãos Daniel e Lucas, que são o presente
maior do Criador, que soube educar-me e ensinar-me
nos caminhos retos.
Ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Ao Deus de
José Cândido, João Batista e João Marcos.
Que a Honra, a Glória e o Louvor sejam dados a Jesus
Cristo, o Cordeiro de Deus, para todo o sempre.
6
AGRADECIMENTOS
Ao Dr. Luiz Gonzaga Porto Pinheiro, pai na profissão médica;
À Profa. Lígia Regina Sansigolo Kerr-Pontes pela orientação e exemplo de vida;
A Professora Rosa Maria Salani Mota pela paciência e preciosa ajuda na análise dos
dados;
Aos funcionários do GAPA – Grupo de Apoio a Prevenção à AIDS e do GRAB –
Grupo de Resistência Asa Branca, de fundamental importância à realização do trabalho.
Sou grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me
considerou fiel, designando-me para o ministério e sacerdócio, o chamado - beruf - de
Deus.
7
RESUMO
Na população de homens que fazem sexo com outros homens – HSH a relação
do consumo de álcool como fator de risco para comportamentos sexuais tem relação
direta à transmissão e conseqüente mortalidade pelo HIV, principalmente quando
associada a múltiplos parceiros. Várias evidências sugerem que os usuários de drogas
têm um importante papel no recente crescimento da incidência de HIV e DST entre a
população de HSH nos Estados Unidos, principalmente, entre os jovens.
No estado do Ceará, no Nordeste do Brasil, a ocorrência de casos de AIDS entre
usuários de drogas injetáveis é pouco expressiva, destacando-se os casos entre homo/
bissexuais masculinos. Os estudos já realizados mostraram que o percentual de HSH em
risco tem variado de forma importante, com variáveis ainda desconhecidas ou pouco
compreendidas.
O conceito de “beber se embriagando” traz uma série de questionamentos sobre
a incidência de comportamentos de risco nesse padrão de consumo. É definido como
aquele bebedor que ingere uma grande quantidade de álcool por vez (cinco ou mais
doses) ficando embriagado, mas que não se encontra nos critérios para o abuso do
álcool ou dependência.
No presente estudo, a incidência destes bebedores foi de 63% dos HSH
entrevistados e não se observou o comportamento de risco (sexo anal desprotegido) em
maior proporção entre os bebedores do que naqueles não bebedores. Também se
observou que o consumo crescente de álcool leva a um aumento do uso concomitante de
outras drogas, sejam lícitas ou ilícitas. O álcool atuaria como uma porta de entrada –
gateway - para o consumo de outras drogas e para outros possíveis comportamentos de
risco, como o sexual.
8
O percentual de homens consumindo cinco ou mais doses mostrou-se muito
acima dos padrões encontrados em estudos americanos. Os indivíduos que referiram
receber dinheiro em troca de sexo foram mais freqüentemente classificados como
bebedores que se embriagam. Além disto, entre aqueles de classe sócio-econômicas
mais baixas (classe “D” e “E”) a troca de sexo por dinheiro, favores ou presentes foi
significativamente mais elevada. Os encontros sexuais aos quais estas subpopulações
estão sujeita são freqüentemente acompanhados pelo consumo elevado do álcool. A
bebida alcoólica tem sido referida por esta população como uma das mediadoras deste
tipo de relacionamento. Outro aspecto importante é o fato de que estas relações
costumam se iniciar em ambientes onde ocorre venda de bebidas.
Verificou-se, ainda, neste estudo, que 90% dos que referiram ter feito teste para
HIV no último ano eram bebedores que se embriagavam. É possível que a realização do
teste anti-HIV, em tal população, seja mais freqüente quanto maior seja sua percepção
do risco associada ao seu comportamento sexual. Isto levaria estes indivíduos a se
preocuparem mais com seu estato sorológico e, conseqüentemente, realizarem o teste.
Quanto à incidência de bebedores que se embriagam em relação à idade,
observou-se que há um aumento com a faixa etária, até 55 anos, idade máxima
investigada. Em outras populações estudadas, tende-se a observar uma queda na
prevalência destes bebedores, principalmente entre indivíduos mais velhos (acima de 60
anos). Esta população específica poderia, por demorar mais tempo para assumir sua
orientação, ter este padrão diferenciado, dado que ao assumi-la, passa a procurar seus
parceiros num ambiente que favorece o consumo do álcool. Um aprofundamento desta
questão faz-se necessário nesta população. Um aprofundamento dessas questões se faz
necessário, sendo objeto de estudo para futuras pesquisas.
9
INTRODUÇÃO
DROGAS
Na Europa, o consumo experimental de drogas é um aspecto cada vez mais
comum do comportamento dos adolescentes. O álcool continua a ser a droga mais
habitualmente consumida, sendo de 33% a 89% a proporção de jovens entre os 15 e os
16 anos que afirma já se ter embriagado.
A ingestão de álcool, mesmo em pequenas quantidades, diminui a coordenação
motora e os reflexos, comprometendo a capacidade de dirigir veículos, ou operar outras
máquinas. Pesquisas brasileiras revelam que grande parte dos acidentes é provocada por
motoristas que haviam bebido antes de dirigir. Neste sentido, segundo a legislação
brasileira (Código Nacional de Trânsito, que passou a vigorar em Janeiro de 1998)
deverá ser penalizado todo o motorista que apresentar mais de 0,6 grama de álcool por
litro de sangue. A quantidade de álcool necessária para atingir essa concentração no
sangue é equivalente a beber cerca de 600ml de cerveja (duas latas de cerveja ou três
copos de chope), 200 ml de vinho (duas taças) ou 80 ml de destilados (duas doses).
(CEBRID - Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas. UNIFESP Universidade Federal de São Paulo 2005)
Numa pesquisa realizada nos EUA em 2003 com dados de 1976 a 2001, tem-se
observado que embora haja uma diminuição no número de multas e acidentes
automobilísticos após o consumo de álcool, os dados permanecem com elevada
magnitude. (O'Malley & Johnston 2003)
Os jovens também fazem uso de forma importante da maconha: em alguns
países, cerca de um terço dos jovens adultos (15-16 anos) já experimentou essa droga. O
10
consumo de múltiplas drogas é uma tendência crescente, sobretudo entre os
freqüentadores regulares de festas, para os quais o consumo de álcool, maconha,
anfetaminas e drogas sintéticas, tais como o êxtase (MDMA), passa, durante algum
tempo, a fazer parte do estilo de vida. Por outro lado, é raro o consumo entre alunos do
ensino secundário de cocaína e heroína a título experimental (o consumo ao longo da
vida é de 0% a 4%).
Uma revisão da literatura científica quanto do uso de substâncias fornece
inúmeras definições para o uso de múltiplas drogas. Por exemplo, Greenwood et
al.(Greenwood et al. 2001) definiu o uso de múltiplas drogas como o “uso de três ou
mais drogas de rua durante o último ano”. Outros têm usado o termo como o uso de
múltiplas drogas (Stall et al. 2001) ou o co-uso de drogas (Leri, Bruneau, & Stewart
2003), mas, em geral, o uso de múltiplas drogas se refere ao uso de drogas ilícitas ou
drogas de rua exceto a maconha. (Greenwood, White, Page-Shafer, Bein, Osmond, Paul,
& Stall 2001)
O uso de múltiplas drogas é um indicador de graves problemas de abuso de
substâncias. (Lee et al. 2003) O potencial de toxidade associada com a combinação de
diferentes agentes químicos bem como a mortalidade por overdose é a principal
preocupação. (Lee, Galanter, Dermatis, & McDowell 2003)
Entre os indivíduos HIV - positivos, o uso de várias drogas ao mesmo tempo pode
interferir na eficácia de medicações anti-retroviral e na adesão ao tratamento. Além
disso, ingerir uma combinação de drogas pode levar a uma imunossupressão transitória.
O uso de múltiplas drogas está associado com a participação crescente no alto risco de
práticas sexuais, particularmente entre homossexuais jovens e bissexuais homens.
Estudos com usuários de drogas injetáveis têm mostrado que a injeção em bolos tanto
da heroína, quanto da cocaína sozinha, está associada com o grande aumento dos
11
índices de infecções por HIV e overdose, e é mais provável de ocorrer entre HSH.
(Craib et al. 2003;Ochoa et al. 2001)
Os inquéritos oficiais realizados sobre o consumo de droga entre os alunos do
ensino secundário tendem a subestimar o consumo entre os grupos vulneráveis em risco
de desenvolver problemas relacionados com a droga. São poucos os países que
realizaram inquéritos junto dos jovens vulneráveis. No entanto, nos que o fizeram,
observou-se um padrão de consumo muito mais elevado. Por exemplo, a investigação
levada a cabo nos Países Baixos revela que embora 8% dos alunos com idades
compreendidas entre os 12 e os 16 anos tenham recentemente consumido canabis, esse
valor sobe a 14% dos alunos que freqüentam o ensino escolar especial, 35% dos jovens
que participam em projetos de absentismo escolar e 76% dos jovens sem abrigo.
(Conselho da União Européia,Grupo Horizontal da Droga 2003;Hawkins, Catalano, &
Miller 1992;Hibell et al. 2000;Lloyd 1998;Petraitis et al. 1998)
Nos Estados Unidos da América, embora haja uma diminuição do consumo de
álcool nos últimos anos entre 1980 e 1999, as taxas de consumo de álcool permanecem
altas. Em estudo realizado em 2002, observou-se que dois entre cinco estudantes
consumiram cinco ou mais doses nas duas últimas semanas antes da pesquisa. O uso
entre homens foi superior ao de mulheres. Quanto á raça houve maior consumo de risco
entre brancos, consumo menor entre negros e intermediário entre hispânicos. (O'Malley
& Johnston 2002)
Nos países do leste europeu, tal como acontece nos Estados-Membros da UE, o
consumo de droga em contextos recreativos e experimentais faz cada vez mais parte
integrante da cultura dos jovens. Nos últimos 10 anos, registrou-se um aumento do
consumo de droga, no contexto experimental, entre a população em geral de todos os
países da Europa Central e Oriental. Esta tendência é particularmente visível entre os
12
estudantes, tendo duplicado o número de alunos com idades compreendidas entre os 15
e os 16 anos que experimentaram, pelo menos uma vez, qualquer droga ilícita, entre
1995 e 1999. Muitos países candidatos reconheceram agora que o consumo de droga
entre os jovens é uma das suas preocupações sociais mais prementes.
As substâncias consumidas e os padrões de consumo são muito semelhantes aos
dos Estados-Membros da UE. A canabis é a droga mais consumida, especialmente em
contextos de consumo experimental e recreativo. As drogas sintéticas são também cada
vez mais populares entre os jovens. Estas «substâncias novas», que não necessitam de
ser injetadas, poderão ser vistas como sendo «limpas», sofisticadas e inofensivas.
Historicamente considerado como um comportamento desviante, em geral associado a
uma juventude com problemas de integração social, o consumo de droga transforma-se
agora cada vez mais numa prática comum associada ao lazer entre os jovens.
Níveis cada vez mais elevados de consumo de droga entre os jovens são
acompanhados por um aumento concomitante do consumo de álcool e de tabaco. O fato
de, nestes países, o consumo de droga ocorrer mais cedo, em termos de idade, suscita
graves preocupações quanto ao seu impacto em longo prazo. (Centro Europeu de
Vigilância Epidemiológica da Sida 2002;Hibell, Andersson, Ahlstrom, Balakireva,
Bjarnason, Kokkevi, & Morgan 2000;Observatório Europeu da Droga e da
Toxicodependência
(OEDT)
2002;ODCCP
2000;Tossmann,
Boldt,
&
Tensil
2001;UNAIDS 2001;UNAIDS 2002;UNODC 2002)
Sendo embora baixo na população em geral, o consumo recreativo de drogas é
muito mais elevado entre os jovens que freqüentam locais de diversão noturna. No
entanto, as tendências na UE são muito variáveis, em função dos países. Por exemplo, o
consumo de êxtase ao longo da vida na população de adultos jovens em geral (15-34
anos) varia de menos de 1%, na Grécia, a 12%, no Reino Unido, sendo mais elevado
13
entre os homens da faixa etária dos 20 aos 30 anos de idade. Inquéritos efetuados em
locais de diversão noturna demonstraram que a prevalência do consumo de êxtase ao
longo da vida pode atingir 22% em Atenas e 85% em Londres. Cálculos aproximados
sugerem que 3 a 3,5 milhões de adultos da UE já experimentaram êxtase pelo menos
uma vez (EMCDDA 2001;EMCDDA 2002;Ramsay 2001). Destes, da 400 a 500 mil
consumiram-no uma vez por semana ou mais, durante um determinado período. As
principais razões pelas quais as pessoas dizem consumir êxtase são para sentirem maior
prazer ao dançar e para se divertirem.
Nos espaços de dança, o consumo de drogas estimulantes como o êxtase (que
contém geralmente MDMA), a cocaína e as anfetaminas são “comuns”, sendo também
consumidas drogas e plantas alucinógenas e «poppers» (nitrato de amilo) para fins
recreativos.
Por
vezes,
são
consumidas
maconhas,
sedativos,
hipnóticos
e
tranqüilizantes, juntamente com as drogas recreativas.
Outras drogas recreativas são consumidas para dar confiança ou energia e para
proporcionar novas experiências(Calafat 1999;Calafat 2001;Solowij, Hall, & Lee 1992).
A relação entre as drogas e o álcool é bem visível pelas elevadas taxas de consumo de
droga entre os jovens com uma situação financeira relativamente boa que freqüentam
discotecas, pubs e bares e que consomem muito álcool. O álcool continua a ser a
substância psicoativa consumida com mais freqüência e de forma mais generalizada
para fins recreativos.
O consumo de droga por via injetável disseminou-se muito depressa nos países
ocidentais nos anos 70 e 80, e parece agora estar a expandir-se rapidamente a outras
regiões do mundo. No entanto, nos anos 90, alguns países ocidentais relataram
decréscimos no consumo por via injetável. Tal pode querer indicar que há possibilidade
de evoluir e intervir — se a natureza dessas mudanças puder ser entendida.
14
Atualmente, estima-se que existam na EU entre meio e um milhão de
consumidores de droga por via injetável, sem incluir os que se injetam ocasionalmente
ou os que o fizeram no passado. Tal representa menos do que 0,4% da população da EU
com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos, e não mais do que 5% do total de
indivíduos, estimado em 18 milhões, que anualmente consomem drogas ilícitas
(Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT) 2001).
Na Europa, a principal droga injetável é a heroína e, em menor escala, a cocaína
ou as anfetaminas. Geralmente a cocaína não é consumida por via injetável, exceto
quando combinada com a heroína. Outras drogas, como as benzodiazepínicos são
também, por vezes, consumidas por via injetável. Alguns países registram decréscimo
nos últimos anos no consumo de droga por via injetável entre os consumidores de
heroína admitidos a tratamento; outros registram aumento (Observatório Europeu da
Droga e da Toxicodependência (OEDT) 2001). O consumo de droga por via injetável
está estreitamente ligado à marginalidade e estigmatização. Centra-se em comunidades
com elevados níveis de privação social e em indivíduos com problemas múltiplos ao
nível da saúde física e psíquica e do comportamento social e pessoal.
15
HIV, ÁLCOOL E DROGAS
O consumo de droga por via injetável é o denominador comum dos danos mais
graves para a saúde relacionados com o consumo de droga na UE (Observatório
Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT) 2001). Os principais riscos são as
doenças infecto-contagiosas, potencialmente fatais, tais como o HIV, a hepatite B e C, a
tuberculose e a endocardite, e ainda complicações como os abscessos ou overdoses não
fatais. A taxa de mortalidade dos consumidores de opiáceos por via injetável é 20 vezes
superior à da população em geral devido a overdoses, suicídios ou doenças e acidentes
relacionados com a droga. Os consumidores de droga por via injetável são também
fontes de transmissão sexual de doenças infecto-contagiosa à população que não se
injeta.
Nos países do norte da UE a infecção por HIV entre os consumidores de droga
por via injetável é relativamente baixa — menos de 5% — e estável, na maior parte dos
casos. Os países do sul da UE registram níveis de cerca de 20%, embora estejam, na
generalidade, a diminuir. No entanto, em vários países da UE registram-se aumentos
preocupantes a nível local de HIV entre os consumidores de droga injetada.
Numa pesquisa sobre o "Consumo de Drogas Lícitas e Ilícitas por Estudantes de
Primeiro e Segundo Graus de Escolas Públicas do Rio de Janeiro", realizada
recentemente (1995-1997), através do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao
Uso de Drogas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (NEPAD/ UERJ), foram
entrevistados 3.139 estudantes entre 10 e 20 anos. Os resultados mostraram que: as três
primeiras drogas mais consumidas pelos jovens são álcool, tabaco e inalante / solvente
(éter, cola de sapateiro, benzina, etc.), sendo que o percentual de uso do álcool é maior
do que os de todas as outras drogas somadas; as drogas lícitas (álcool, tabaco e
16
tranqüilizantes) são experimentadas mais precocemente que aquelas tidas como ilícitas
(maconha e cocaína); existe uma diferença significativa entre os percentuais relativos à
experimentação e aqueles que se referem ao uso recente das drogas. Essa mesma
pesquisa revelou que a idade média da primeira experiência com as drogas é entre 12 e
13 anos (Caldeira 1999). Dos entrevistados, 77% referiram ter experimentado bebida
alcoólica, enquanto 19,5% relataram o consumo nos últimos trinta dias; 34,4%
experimentaram cigarro (tabaco) e 4,6% fizeram uso nos últimos trinta dias; 9,2%
experimentaram
solventes/
inalantes
e
2,8%
usaram
recentemente;
7,1%
experimentaram tranqüilizantes e 1,6% fizeram uso recente; 6,3% experimentaram
maconha e 2,0% usaram recentemente; 1,9% experimentou cocaína e 0,6% usou nos
últimos trinta dias.
Embora a mortalidade por SIDA continue a declinar (Catania et al. 2001;Center
for Disease Control and Prevention 2003) existe uma nova onda de transmissão do HIV
entre HSH, causada pelo crescente aumento da incidência de infecção por HIV entre
HSH mensurado em torno de 17%, iniciada desde 1999(Center for Disease Control and
Prevention 2004c). Tal população possui uma alta taxa de prevalência de contaminação
por HIV se comparada à população em geral e estudos têm mostrado aumento contínuo
de relações anais desprotegidas desde meados dos anos 90.(Center for Disease Control
and Prevention 1999;Valleroy et al. 2000;Ward & Duchin 1997;Wolitski et al. 2001)
Múltiplos parceiros (Center for Disease Control and Prevention 2004b;Erbelding
et al. 2003) e uso de álcool e outras drogas (Center for Disease Control and Prevention
2004a;Colfax et al. 2001;Mansergh et al. 2002) continuam a ter forte associação com
relação anal desprotegida. Estudo realizado em seis cidades americanas entre a
população de HSH sobre seus padrões de conduta e comportamento comprovou uma
associação significativa entre uso de álcool e outras drogas com relação anal
17
desprotegida (Koblin et al. 2003) no entanto observou-se que essa associação variava de
acordo com a região estudada.(Hirshfield et al. 2004)
As chamadas “drogas de abuso” e novas formas de conhecer outros parceiros
também têm aumentado sua importância no entendimento dos comportamentos e
atitudes dessa população específica. “Drogas de abuso” incluem anfetamina cristal e
viagra, e a Internet tem se tornado um importante local para conhecer parceiros sexuais.
Usuários inveterados de múltiplas drogas relataram de maneira significativa
possuir mais parceiros sexuais HIV - negativos ou desconhecimento de sua condição, e
ainda mantinham relações sexuais mais desprotegidas com esses parceiros. Esses
usuários de várias drogas apresentaram também escores significativamente superiores
em relação à impulsividade e a autopercepção negativa, quando comparado aos usuários
leves. Nessa amostra de HIV-positivos em HSH, a maioria daqueles que usaram metaanfetamina tinha um parceiro usuário de múltiplas drogas. Tais usuários inveterados de
também relataram de forma significativa mais comportamentos sexuais de alto risco e
tendiam em direção a níveis mais elevados de impulsividade do que os usuários.
(Patterson et al. 2005)
Entre HSH o uso de droga insere-se dentro de um contexto sexual (Purcell et al.
2005). Homens que têm relação sexual com outros homens enquanto estão sob o efeito
de drogas continuam a usar drogas durante a prática sexual (“party and play”), e
algumas delas como inalantes (poppers), êxtase e anfetaminas podem “melhorar” as
experiências sexuais. O uso de drogas comuns em clubes como êxtase, gama-hidróxidobutirato (GHB), ketamina e cristais têm sido associados a comportamentos sexuais de
alto risco (Colfax, Mansergh, Guzman, Vittinghoff, Marks, Rader, & Buchbinder
2001;Lewis & Ross 1995;Mansergh, Marks, Colfax, Guzman, Rader, & Buchbinder
2002;Mattison et al. 2001;Romanelli & Smith 2004). Além disso, o mau uso do
18
sildenafil, isolado ou combinado com outras drogas (Chu et al. 2003;Colfax, Mansergh,
Guzman, Vittinghoff, Marks, Rader, & Buchbinder 2001;Kim, Kent, & Klausner
2002;Sherr et al. 2000), também tem sido relacionado à prática de sexo inseguro
(Mattison, Ross, Wolfson, & Franklin 2001;Woody et al. 1999).
Várias evidências sugerem que usuários de drogas têm um importante papel no
recente crescimento da incidência de HIV e DST entre a população de HSH nos Estados
Unidos, também e principalmente, entre jovens. (Difranceisco, Ostrow, & Chmiel
1996;Stueve et al. 2002;Thiede et al. 2003;Waldo et al. 2000;Weber et al. 2003) Tal
fato, bastante evidenciado na população jovem, deve-se em parte à observação de
comportamentos de riscos, tais como o aumento do sexo anal desprotegido, associação
crescente ao uso de álcool e drogas ilícitas. (Center for Disease Control and Prevention
2001a)Essa associação foi mais notável ainda entre negros. (Catania, Osmond, Stall,
Pollack, Paul, Blower, Binson, Canchola, Mills, Fisher, Choi, Porco, Turner, Blair,
Henne, Bye, & Coates 2001;Clatts et al. 2003;Koblin et al. 2000;Stueve, O'Donnell,
Duran, San, & Geier 2002;Valleroy, MacKellar, Karon, Rosen, McFarland, Shehan,
Stoyanoff, LaLota, Celentano, Koblin, Thiede, Katz, Torian, & Janssen 2000;Waldo,
McFarland, Katz, MacKellar, & Valleroy 2000)
A população jovem parece ter ainda maior risco principalmente por possuir uma
alta taxa de desconhecimento sobre sua condição sorológica. De 573 HSH jovens
infectados pelo HIV que foram estudados, em seis cidades dos Estados Unidos, 77%
não se sabiam estar infectados (Buehler et al. 1996). Entre 1994 e 1999, de 104.780
pessoas nas quais o HIV foi diagnosticado, a AIDS também foi diagnosticada em
43.089 (41%) um ano após o teste positivo para HIV. (Center for Disease Control and
Prevention 2001b)
19
Em estudo com adolescentes que faziam uso de Substâncias Psicoativas (SPA),
não foram encontradas diferenças entre os gêneros segundo as variáveis: idade de início
do uso e de procura por tratamento; tipo de drogas utilizadas; prática de atos ilícitos.
Apresentaram diferenças segundo o sexo, com maior prevalência no sexo masculino,
atraso escolar e “envolvimento com a polícia”. (Giusti et al. 2002)
Em uma pesquisa entre quatro populações distintas de HSH realizado em Nova
Iorque, composto de pessoas com e sem moradia, usuários de anfetaminas e HIV –
positivos, mostrou-se entre todos os grupos uma alta prevalência de risco de
contaminação através do uso de drogas e de práticas sexuais desprotegidas. (Clatts,
Goldsamt, & Yi 2005)
Ainda quanto à raça e à auto-identidade sexual, em estudo clínico randomizado
realizado em Nova Iorque, observou-se que a gravidade dos problemas relacionados ao
álcool não variava de acordo com a etnia ou identidade sexual, embora variassem os
tipos de drogas que eram utilizadas pelos participantes. Afro-americanos relataram um
alto número de doses bebidas por dia comparadas a outras categorias étnicas de forma
bastante significativa. Homens identificados como homossexuais e aqueles identificados
como brancos não-hispânicos ou hispânicos /latinos tiveram significativamente mais
probabilidade de ter usado drogas estimulantes (anfetamina ou meta-anfetamina) nos
últimos seis meses, enquanto brancos não-hispânicos tiveram menor probabilidade de
ter usado maconha quando comparados com outros grupos étnicos. Um alto índice de
co-morbidade de distúrbios do uso de drogas e álcool foi encontrado nessa amostra de
diversidade étnica de HSH. (Irwin & Morgenstern 2005)
No entanto em outro estudo realizado em âmbito nacional nos Estados Unidos
mostrou que estudantes negros, se comparados a estudantes brancos, mostraram-se mais
abstêmios em relação ao álcool, cigarro e maconha, além de serem mais religiosos. No
20
entanto quando selecionada amostra de apenas estudantes religiosos mostrou-se que os
brancos religiosos eram mais abstêmios que negros religiosos em uso de álcool e
maconha. (Wallace, Jr. et al. 2003)
Quanto à análise de fatores de risco sociais, observou-se que entre HSH jovens,
a falta de moradia – ou pobreza, mais do que conhecimento, atitude ou intenção,
mostrou-se fortemente preditivo em relação ao uso de drogas e risco sexual. (Clatts et
al. 2005)
No Brasil, embora a epidemia de Aids venha apresentando certa estabilidade nos
anos mais recentes, entre a população acima de 12 anos, observa-se, em algumas regiões
e em períodos distintos, o aumento do número de casos na categoria homo/ bissexuais
masculina. (Almeida 2001;Brasil/ Ministério da Saúde 2004)
O importante aumento de número de casos de AIDS ocorrido na categoria
heterossexual e em mulheres em nosso país, especialmente na década de 90, desviou a
atenção da categoria homo/ bissexual masculina, que parecia diminuir sua ocorrência,
especialmente quando analisada proporcionalmente às outras categorias em ascensão.
No entanto a categoria de bissexuais que não assumem sua orientação sexual mostrou-se
com importante papel na transmissão do HIV/ DST para mulheres. (Center for Disease
Control and Prevention 2004c)
Alguns estudos realizados nesta população específica mostram importantes
diferenças de comportamentos encontrados num país com as dimensões e diversidades
sócio-econômicas e culturais como o nosso (de Souza et al. 1996;Kerr-Pontes et al.
1999;Parker & Barbosa 1996;Parker & Terto 1998;Szwarcwald et al. 2004). Pesquisa
recente realizada pelo Ministério da Saúde (Szwarcwald, Barbosa, Jr., Pascom, &
Souza, Jr. 2004) mostrou que permanecem as desigualdades socioeconômicas de acesso
à informação e recursos de saúde no Brasil. Importantes diferenças foram encontradas
21
quando se relaciona estrato socioeconômico com todos os indicadores relacionados ao
uso de preservativo, ou seja, os resultados são sempre desfavoráveis aos indivíduos da
classe mais pobre em comparação às demais. Os níveis sócio-econômicos mais altos
apresentam um percentual do uso regular de preservativo com parceiro eventual
significativamente maior (58%) em relação àquelas menos favorecidos (48%).
Estudo transversal realizado em Porto Alegre com amostragem por conveniência
de 695 homens e mulheres acima de 15 anos, com uso recente de drogas e
comportamento de risco para exposição ao HIV, mostrou que a maioria dos voluntários
era masculina (75,8%) com idade média de 29,4 anos, com menos de sete anos de
estudo (42,4%). A renda familiar foi igual ou superior a quatro salários mínimos (46%).
Não houve associação significativa entre gênero e soro-positividade. Na análise
multivariada, observou-se que indivíduos acima de 30 anos tinham três vezes mais
chance de soro-positividade do que os menores de 20 anos. Usuários injetáveis tinham
sua chance aumentada em cinco vezes, quando em uso desde 1980, e, em quatro vezes,
quando em uso no último mês. (de Boni & Pechansky 2002)
Observou-se ainda que os indivíduos maiores de 30 anos apresentam chance
maior de soro-positividade do que os mais jovens, possivelmente por utilizar mais
cocaína injetável e repetir mais comportamentos de risco ao longo da vida. Não houve
diferença na soropositividade entre gêneros. Isto destoa da realidade “atual”,
considerando o aumento do número de mulheres soropositivas na população nos últimos
anos e o provável "risco duplo" que apresentam usuárias de drogas. (de Boni &
Pechansky 2002)
Em algumas regiões como a Nordeste, especialmente em estados onde a
ocorrência de casos de AIDS entre usuários de drogas injetáveis é pouco expressiva, os
casos entre homo/ bissexuais masculinos têm uma importância muito maior. No Ceará
22
chega a 40% o total de HSH com AIDS em relação ao total de casos registrados de 2000
a 2004 (Ceará/Secretaria de Saúde do Estado do Ceará 2004). Este estado é o único do
país que vem monitorando o comportamento sexual de risco (relação penetrativa sem
preservativo nos últimos seis meses) nesta população. Os estudos já realizados
mostraram que o percentual de HSH em risco tem variado de forma importante,
chegando próximo a 45% em 1995, baixando para 22% em 1998 e voltando a crescer
para mais de 50% em 2002 (Kerr-Pontes, Gondim, Mota, Martins, & Wypij 1999;KerrPontes, Gondim, & Werneck 2003).
23
ÁLCOOL E HIV
A relação entre consumo de álcool e indicadores de saúde é complexa e
multidimensional (Room, Babor, & Rehm 2005). O álcool é uma das muitas drogas
psicotrópicas, destacando-se entre tabaco e medicamentos, que tem seu consumo
admitido e incentivado pela sociedade ocidental. De acordo com a Organização Mundial
da Saúde (OMS), a mortalidade e limitação da condição funcional associada ao
consumo de bebidas alcoólicas superam aquelas associadas ao tabagismo (World Health
Organization 2002b). Calcula-se que, mundialmente, o álcool esteja relacionado a 3,2%
de todas as mortes e 4,0% das Disabilities Adjusted Life Year (DALY), e que nos países
em desenvolvimento e com baixa mortalidade, dos quais o Brasil faz parte, o álcool é o
fator de risco que mais contribui para a carga de doenças, sendo responsável por 6,2%
das DALY (World Health Organization 2002a). Como conseqüência são gerados gastos
públicos e privados altíssimos decorrentes do uso/ abuso ou dependência de álcool, com
impacto em condições de saúde, de trabalho e na família.
O consumo de bebidas alcoólicas, quando excessivo, pode provocar transtornos
como violência, suicídio e acidentes de trânsito, causar dependência química e outros
problemas de saúde como cirrose, pancreatite, demência, polineuropatia, miocardite,
desnutrição, hipertensão arterial, infarto e até certos tipos de cânceres (Rehm et al.
2003;UNITED STATES. Department of Agriculture Food and Nutrition Information
Center 2000;Victora et al. 1997;World Health Organization 2000).
Transtornos relacionadas ao uso do álcool são distúrbios psiquiátricos
reconhecidos pelo “Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fourth
Edition, Text Revision - DSM-IV-TR” da Associação Americana de Psiquiatria - APA,
2000 e pela Classificação Internacional de Transtornos Mentais e do Comportamento da
24
CID-10 (World Health Organization 1993) e seus predecessores. Estes incluem o abuso
do álcool, o qual envolve o comportamento persistente de beber repetidas vezes
socialmente, com problemas interpessoais, ocupacionais e às vezes jurídicos e mesmo
alguns agravos para a saúde os quais são devidos ao consumo excessivo de álcool. A
dependência de álcool inclui, além dos problemas psicossociais, a dependência
psicológica do álcool, tais como tolerância, compulsão ao consumo excessivo, uso por
mais tempo que o desejado e sintomas de abstinência. Esta é a síndrome que é
freqüentemente referida como alcoolismo. As formas de beber muito; de forma
constante; e beber de forma excessiva; são eventualmente operacionalizadas de diversas
maneiras de acordo com diferentes estudos.
O DSM – IV cita como dependência ao álcool a soma de três ou mais dos
seguintes sintomas: Tolerância; Abstinência; Usa mais tempo ou maior quantidade que
o pretendido; Compulsão; Repertório diminuído; Muito tempo despendido para obter ou
recuperar-se; Substância usada apesar de persistentes problemas. Classifica ainda como
uso nocivo ou abusivo como um ou mais dos seguintes sintomas: Uso constante do
álcool, não cumprindo obrigações; Beber em situações fisicamente comprometedoras;
Ter problemas legais pelo uso de álcool; Problemas sociais, familiares ou interpessoais.
Nota-se que o uso nocivo não pode preencher os critérios para dependência do álcool.
Por fim, define ainda outro conceito, o beber se embriagando, ou “ficando de fogo” ou
“de porre”, que é beber cinco ou mais drinques em uma única ocasião, por mais de uma
vez em um período de duas semanas. Pesquisas mostram que 25% dos estudantes
universitários bebem se embriagando. Nos EUA esses números são ainda maiores.
(Kerr-Correa et al. 2001)
De fato, recentemente, um importante debate propõe a definição de um bebedor
que se quando bebe se embriaga eventualmente – binge drinking - e se esta definição
25
deve ser diferente para mulheres e homens por causa de diferenças de gênero na
absorção do álcool. (Wechsler et al. 1995) Os parâmetros propostos pelo Instituto
Nacional no Abuso do Álcool e Alcoolismo definem que a quantidade de álcool
moderada para mulheres é não mais que 1 dose por dia, e a quantidade de risco como
sendo maior que 7 doses por semana ou mais que 3 doses por ocasião. Em contraste, a
quantidade moderada de álcool para homens é definida como sendo não mais que 2
doses por dia, e a quantidade de risco é definida como mais que 14 doses por semana ou
mais que 4 doses por ocasião. O bebedor que quando bebe “fica de fogo”, “toma porre”
ou se embriaga ocasionalmente é operacionalizado, tanto por homens quanto por
mulheres, como tendo bebido 5 ou mais doses por ocasião. (Nolen-Hoeksema 2004) Se
ele faz isso 2 ou mais vezes em um período de duas semanas, é dito que tem o chamado
padrão de beber do tipo binge ou do beber se embriagando.
Problemas relacionados ao álcool são utilizados para referir-se aos escores
(usualmente contínuos) de medidas das conseqüências psicossociais negativas do seu
consumo excessivo. Finalmente, define-se ao bebedor social o conceito de rótulo para
pessoas que ingerem álcool somente ocasionalmente, mas que não preenchem critérios
para o abuso do álcool ou dependência ou binge drinking. (Kreitman 1986)
Mesmo fazendo parte de uma parcela de baixo risco, por se constituir em um
grande número, os consumidores leves e moderados são responsáveis por uma fração
muito maior de problemas. Assim, prognósticos e conseqüências tanto de distúrbios do
uso do álcool como do espectro de problemas relacionados ao álcool e níveis de
consumo devem ser revisados, uma vez que os fatores de risco para o uso do álcool e os
fatores de risco para transtornos e problemas relacionados ao álcool podem ter grandes
diferenças. (Kreitman 1986;Skog 1999)
26
Nas últimas décadas, o consumo de álcool vem aumentando no mundo todo,
com ressalva para os países muçulmanos, onde o álcool é proibido e seus níveis de
consumo subestimados, sendo que a maior parte deste aumento vem acontecendo em
países em desenvolvimento (World Health Organization 2002a). A literatura mostra, de
forma consistente, que existem diferenças no consumo de álcool por sexo, sendo o uso
abusivo mais freqüente entre homens (Almeida-Filho et al. 2004;de Almeida &
Coutinho 1993). De acordo com estudos populacionais brasileiros, o alcoolismo está
negativamente associado com situação socioeconômica, educação, ocupação e renda
(Costa et al. 2004).
Quanto ao consumo de álcool no Brasil, em trabalho recente comparando as
principais capitais nacionais mostrou um percentual de indivíduos que relataram ter
consumido pelo menos uma dose de álcool nos últimos 30 dias (consumo atual) variou
de 32,4% em João Pessoa até 58,6% em Florianópolis. (Brasil/ Ministério da Saúde
2005) Os maiores percentuais de bebedores atuais foram encontrados na região Sul e
Sudeste e os menores valores nas regiões Norte e Nordeste. Analisando esse consumo
por gênero, constatou-se que, em todas as capitais, um percentual significativamente
maior de homens, em relação a mulheres, relatou ter consumido bebidas alcoólicas nos
últimos 30 dias. Essa diferença variou de 1,4 vez (em Porto Alegre) a 2,6 vezes (em
Manaus). No entanto, as capitais das regiões Norte e Nordeste foram as que
apresentaram as maiores razões de prevalência de consumo atual entre homens e
mulheres. Na maioria dessas capitais, a prevalência de consumo atual no sexo
masculino foi praticamente o dobro da encontrada no sexo feminino. Mas o fato mais
alarmante foi quanto à prevalência de consumo de álcool, que sendo considerado de
risco, apresentou considerável variação entre as cidades alvo do estudo (4,6% a 12,4%),
27
ultrapassando 10% em quatro delas. Este trabalho apresentou as mais altas taxas de
alcoolismo no Nordeste.
Do ponto de vista epidemiológico, na maioria das sociedades em que há
consumo alcoólico entre homens e mulheres, o homem bebe mais e também apresenta
maior número de problemas sociais relacionados ao álcool do que as mulheres (Simão,
Kerr-Correa, & Dalben 2002). Estudos realizados entre sociedades norte-americanas,
países africanos e países latinos apontam maior prevalência do beber pesado e dos
problemas decorrentes da bebida entre os homens (Wilsnack et al. 2000). Resultados
obtidos de um estudo feito com uma amostra da população dos Estados Unidos
revelaram uma prevalência estimada de 14,1% e 5,3% de homens e mulheres,
respectivamente, que apresentavam dependência ou uso nocivo (alcohol use disorder).
(Vogeltanz & Wilsnack 1997)
Em estudo recente realizado em São Paulo, com 114 homens e 57 mulheres
alcoolistas (CID-10), inscritos no ambulatório da Faculdade de Medicina de Botucatu,
no período de 1990-1994, observou-se que a proporção de ocorrência de alcoolismo em
homens e mulheres tem uma variação de 14:1 até 2:1, o que mostra a necessidade de
estudos mais específicos para a questão de gênero dos pesquisados. (Simão, KerrCorrea, & Dalben 2002;Tucci, Kerr-Correa, & Dias 2004)
Dentre os problemas sociais destacam-se em especial os problemas familiares.
No mesmo estudo citado anteriormente evidenciou-se um sério comprometimento da
estrutura familiar, com: relacionamento difícil para 55,6% das mulheres e 65,7% dos
homens; violência familiar em 74,1% das mulheres e 61,1% dos homens. (Simão, KerrCorrea, & Dalben 2002)
Muitos fatores contribuem para o desenvolvimento de problemas relacionados
ao álcool. Ignorância dos limites de ingestão de álcool e dos riscos associados com o
28
consumo excessivo são os principais fatores. Influências sociais e ambientais, tais como
costumes e atitudes que favorecem o ato de beber muito, também exercem importante
papel. A maior importância para o rastreamento, entretanto, é o fato de que pessoas que
não são dependentes de álcool podem parar ou reduzir seu consumo com assistência
apropriada e esforço. Uma vez que a dependência é desenvolvida, a cessação do
consumo de álcool se torna mais difícil e freqüentemente requer tratamentos
especializados. Embora nem todos os bebedores que fazem uso de risco se tornem
dependentes, nenhum desenvolve dependência do álcool sem ter consumido por certo
período quantidades perigosas de álcool. Dado esses fatores, justifica-se a necessidade
para o rastreamento destes pacientes. (Babor et al. 1992b)
O rastreamento de consumo de álcool entre pacientes sob cuidados primários
implica em muitos benefícios potenciais. Isto proporciona uma oportunidade para
educar pacientes sobre o baixo risco do consumo moderado e o risco do uso excessivo
do álcool. Informação sobre a quantidade e a freqüência de consumo de álcool pode
informar o diagnóstico da condição atual do paciente, e isto pode alertar clínicos para a
necessidade de advertir os pacientes o qual o consumo de álcool deve afetar
desfavoravelmente seu uso de medicações e outros aspectos do tratamento. O
rastreamento também oferece a oportunidade para médicos tomar medidas preventivas
que tem promovido efetiva redução nos riscos relacionados ao álcool. (Babor, HigginsBiddle, Saunders, & Monteiro 1992b)
Estudar o consumo de álcool e outras drogas nesta população específica poderá
contribuir para que os programas de prevenção à infecção pelo HIV e à AIDS incluam
esta temática em suas agendas diminuindo a vulnerabilidade deste grupo à AIDS.
29
OBJETIVOS
GERAL:
Investigar o uso de álcool e outras drogas entre homens que fazem sexo com
homens em três grandes centros do estado do Ceará.
ESPECÍFICOS:
1) Estudar a população de HSH quanto às suas características sócio-econômicodemográficas;
2) Estudar a população de HSH quanto ao uso de álcool e outras drogas;
3) Classificar aqueles que fazem uso de álcool dentro da população em estudo
quanto ao seu padrão de consumo;
4) Identificar os fatores de risco associados ao uso de álcool e drogas entre HSH;
5) Analisar o uso de álcool e drogas e fatores de risco associados entre os centros
urbanos estudados.
30
METODOLOGIA
Área de estudo
Realizou-se um estudo transversal (seccional, analítico) realizado em três
centros urbanos cearenses (Fortaleza, Sobral e região do Cariri), representando as
diversidades sócio-econômico-culturais do estado do Ceará.
Participantes
Foram incluídos no estudo 600 indivíduos do sexo masculino que referiram ter
tido sexo oral ou anal com outros homens nos seis meses que antecederam a pesquisa,
com 14 anos ou mais de idade, que concordaram em responder a um questionário e que
assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido. Destes participantes, 400
residiam em Fortaleza, 100 em Sobral e 100 na região do Cariri, procedentes dos
municípios de Juazeiro do Norte, Barbalha ou Crato.
Procedimento - Coleta de dados
Os participantes responderam a um questionário semi-estruturado aplicado por
entrevistadores previamente treinados e residentes nas regiões metropolitanas das
cidades anteriormente referidas. Um questionário semi-estruturado foi aplicado de modo
a permitir a comparabilidade com questões padrões recomendadas para este tipo de
população e que já vem sendo utilizado nas pesquisas anteriores neste estado, junto a
outros estudos no Ministério da Saúde e em estudos internacionais (Behavioral
Surveillance Surveys 2000). Continha perguntas relativas aos seguintes tópicos: dados
socioeconômicos e demográficos (idade, escolaridade, estado civil, raça, religião e
classe econômica (Critério Econômico Brasil do IBOPE - acessado em 18 de junho de
31
2005); identidade sexual; conhecimento, atitudes, percepções e práticas de risco para o
HIV, mecanismos de transmissão e formas de prevenção; busca por testagem para HIV,
conhecimento do status sorológico; dados sobre comportamento sexual (início da vida
sexual, número e tipos de parceiros sexuais (homens/ mulheres; eventual /estável/
comercial); uso de preservativo (freqüência, última relação sexual; consistência;
relações desprotegidas com diferentes tipos de parceiros e diferentes tipos de práticas
sexuais, barreiras ao uso do preservativo; participação em redes sociais e associações e
integração social (apoio mútuo entre HSH, familiares); histórico de violência sexual;
uso de drogas e álcool; locais onde os parceiros sexuais são procurados (Anexo 1). O
questionário continha questões utilizadas para o diagnóstico do uso problemático do
álcool, como forma de auxiliar na identificação precoce dos problemas provocados pela
bebida e do seu grau de consumo, reconhecido internacionalmente é o AUDIT.
Foi ofertada sorologia para HIV através de um teste rápido para todos os
participantes (Determine™ HIV 1/2 Laboratórios Abbott). O resultado do exame foi
dado pelo Centro de Testagem e Aconselhamento – CTA - LACEN, para onde os
participantes foram encaminhados com um número de identificação.
Aqueles que resultarem positivos foram submetidos a outro exame ELISA por
punção venosa para realização de um segundo exame. Os resultados discordantes foram
submetidos ao exame de Wetern Blot ou IFI para confirmação. O resultado foi
precedido de aconselhamento oferecido pelo CTA.
As entrevistas foram conduzidas por entrevistadores treinados previamente,
sendo em número de 20 em Fortaleza, quatro em Sobral e quatro em Cariri. Foram
organizados em equipes de dois componentes cada, totalizando 14 equipes. Os
entrevistadores tinham orientação homossexual e estavam acompanhados por auxiliares
de laboratório para auxílio na coleta dos exames. Foram formadas 10 equipes de
32
entrevistadores em cada centro urbano sob investigação, sendo um com as mesmas
características da população a ser estuda e o outro da área técnica de bioquímica. A
opção por entrevistadores com as mesmas características da amostra tiveram por
objetivo facilitar a inserção dos mesmos junto ao grupo sob estudo em ambientes gays,
onde foram conduzidas as entrevistas. Os entrevistadores da área de bioquímica visaram
promover a coleta de material para as sorologias. Os questionários foram coletados no
intervalo de três meses. Foram remetidos para a universidade coordenadora, onde foram
digitados e analisados.
Instrumento
O AUDIT (vide anexo I) foi desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde
(OMS) como um método simples de rastreamento da ingestão excessiva de álcool e para
auxiliar no diagnóstico de problemas associados ao abuso de álcool, identificando a
ingestão excessiva e de risco até possível doença presente, no caso a dependência do
álcool (Saunders et al. 1993a;Saunders et al. 1993b). Isto facilita a formulação de um
plano de intervenção para ajudar o paciente a reduzir o consumo perigoso de bebidas,
cessando ou diminuindo a ingestão de álcool e deste modo evitando as conseqüências
prejudiciais desse uso. Existem 10 itens para rastrear tanto os bebedores pesados que
ainda não vivenciaram conseqüências provocadas pela bebida, como aqueles com
problemas mais graves. Seu escore varia de 0 a 40 e sua pontuação pode ser feita de
vários modos. Uma pontuação superior a oito indica a necessidade de um diagnóstico
mais específico. Babor (Babor & Higgins-Biddle 2003), responsável principal pelo
instrumento, vem propondo quatro níveis de escore para o AUDIT, que sugeririam fazer
(ou não) uma intervenção breve, inserida na atenção primária à saúde e dirigida aos
profissionais de saúde. O escore, então, seria classificado da seguinte maneira: 1)
33
Consumo de baixo risco ou abstêmios = 0 a 7 pontos; 2) Consumo de risco = 8 a 15
pontos; 3) Uso nocivo ou consumo de alto risco = 16 a 19 pontos; 4) Provável
dependência = 20 ou mais pontos (Babor et al. 1992a;Babor & Higgins-Biddle 2003).
Pode ser auto-administrado e é particularmente designado para uso em cuidados
primários de saúde, para a atenção médica. Porém com treino, pode ser usado por outros
profissionais da saúde e em diferentes ambientes como emergência, ambulatórios e
enfermarias. (Babor, Higgins-Biddle, Saunders, & Monteiro 1992b)
Base Fortaleza
Neste município foram entrevistados 400 indivíduos por 20 entrevistadores
agrupados em 10 equipes de dois componentes cada. Foram considerados para a
entrevista indivíduos que residiam nas cidades que compõem a grande Fortaleza:
Aquiraz, Caucaia, Euzébio, Fortaleza, Guaiúba, Itaitinga, Maracanaú, Maranguape e
Pacatuba. A distribuição dos entrevistadores nas equipes se deu de forma a ter sempre
um entrevistador da área de laboratório para permitir a realização da coleta de material
para as sorologias. Cada entrevistador aplicou 20 questionários nos locais (cluster)
determinados pelo plano de trabalho de campo.
LOCAIS – CLUSTER
Estes locais foram organizados a partir de um mapeamento dos estabelecimentos
que se destinam ao público gay e/ ou possuem uma clientela que compartilha desta
orientação. Após esta etapa, os locais foram sorteados aleatoriamente considerando o
tamanho da amostra neste município e número de entrevistadores/ equipe. Cada equipe
visitou quatro locais previamente determinados pelo plano de campo e em cada um
deles realizou dez entrevistas. Por se tratar de um público flutuante, os diversos locais
34
foram identificados em dois momentos (p. ex: durante a semana e fim de semana) para
garantir uma caracterização melhor dos freqüentadores e devido ao fato de que o
número de pessoas (e as características p. ex: estrato sócio-econômico) que foram
encontradas em um dado local poderiam variar dia a dia, horário/ turno do dia, ou ainda
do período do mês (início/ meio/ fim, próximo a dias de pagamento, feriados, etc.).
Desta forma, cada local visitado foi considerado também em relação ao período/ turno.
Os estabelecimentos selecionados para entrevistas “durante a semana” foram acessados
em um dia da semana entre segunda e sexta-feira, exceto quando o dia já estava
especificado, através de sorteio. O mesmo foi observado também nos estabelecimentos
previstos a serem visitados no fim de semana, sábado ou domingo, que foram também
sorteados. O turno também foi levado em conta na visita de acordo com o horário de
funcionamento dos mesmos: bares e boates à noite, cines fim de tarde/ começo de noite,
saunas fim de tarde ou noite e algumas barracas de praia à noite.
SELEÇÃO DOS ENTREVISTADOS NOS LOCAIS
Depois de determinados os locais onde ocorreram as referidas entrevistas, o
passo seguinte foi selecionar os indivíduos a serem entrevistados. Cada equipe
selecionou aleatoriamente os indivíduos em cada cluster. Há várias maneiras de fazer
uma seleção aleatória. O importante é não selecionar voluntários e não deixar que o
proprietário e/ ou gerente o faça. Por exemplo: distribuir um pedaço de papel com um
número para cada indivíduo encontrado no local durante um determinado período (1
hora) e posteriormente sortear os dez números. Pode ser utilizada outra estratégia com
tanto que garanta a aleatoriedade dos entrevistados, por exemplo: nas saunas poderá ser
sorteado o número da chave dos armários dentre os que se encontram no local. É
importante fixar um intervalo de tempo (período de seleção), que neste estudo foi de
35
uma hora para cada local, e neste período considerar como possíveis respondentes todos
que se encontrarem no estabelecimento ou que chegaram neste intervalo. Uma vez
selecionado os entrevistados, procedeu-se à aplicação do questionário. Caso alguma
pessoa, selecionada previamente para entrevista, saísse do estabelecimento, seria
substituída por uma outra sorteada também. Como cada equipe era composta por duas
pessoas, cada um entrevistou 5 indivíduos em cada local. Não sendo possível completar
o número de entrevistas no dia da visita, o mesmo local foi visitado num outro dia,
levando em consideração o período determinado para o estabelecimento (durante a
semana ou fim de semana) e procedendo ao sorteio do dia do período. Isto foi repetido
até completar o número de questionários necessários.
Caso existissem menos de 15 indivíduos no local, durante o período de seleção,
todos seriam considerados para o sorteio.
SITUAÇÃO DE AGENDAMENTO
Em algumas situações, excepcionalmente, foi necessário o agendamento de
entrevistas com respondentes previamente sorteados nos locais visitados. Esta situação
pode acontecer em especial em boates onde o número de pessoas é muito grande e o
local não dispões de local adequado e reservado para a realização das entrevistas e/ ou
coleta de sangue. Nestas situações, após o sorteio dos sujeitos, foi solicitado um número
de telefone para agendamento da entrevista num outro local mais adequado. No entanto,
nunca o nome e o telefone do indivíduo foram associados ao questionário. Devido ao
fato de o entrevistado, mesmo concordando em realizar a entrevista num outro
momento, poder ter recusado, foi importante agendar um número maior de entrevistados
como margem de segurança. Por exemplo, para cada local era previsto entrevistar 10
36
pessoas sorteadas aleatoriamente. Neste caso, sorteou-se o dobro para garantir que fosse
alcançado o número esperado de entrevistas.
DUPLICAÇÃO
Para evitar-se a duplicação de um indivíduo, foi indagado ao mesmo se havia
respondido a alguma entrevista sobre comportamento sexual e de qual instituição, no
período do trabalho de campo. Os questionários aplicados foram entregues no Grupo de
Apoio a Prevenção a AIDS - GAPA-CE ao supervisor de campo as terças e sextasfeiras. Todas as entrevistas foram encerradas dentro de um prazo de quatro semanas a
contar da data da realização do treinamento.
Base Sobral
Neste município foram entrevistados 100 indivíduos por quatro entrevistadores
agrupados em duas equipes de dois componentes cada. A distribuição dos
entrevistadores nas equipes se deu de forma a ter sempre um entrevistador da área de
laboratório para permitir a realização da coleta de material para as sorologias. Cada
entrevistador aplicou 25 questionários nos locais (cluster) determinados pelo plano de
trabalho de campo.
LOCAIS – CLUSTER
Estes locais foram organizados a partir de um mapeamento dos estabelecimentos
que se destinam ao público gay e/ ou possuem uma clientela que compartilha desta
orientação. Após esta etapa, os locais foram sorteados aleatoriamente considerando o
37
tamanho da amostra neste município e número de entrevistadores/ equipe. Cada equipe
visitou quatro locais previamente determinados pelo plano de campo e em cada um
deles realizou catorze (14) entrevistas no cluster 1 e 2 e doze (12) entrevistas nos
demais locais. Por se tratar de um público flutuante, os diversos locais foram
identificados em dois momentos (p. ex: durante a semana e fim de semana) para garantir
uma caracterização melhor dos freqüentadores e devido ao fato de que o número de
pessoas (e as características p. ex: classe econômica) que foram encontradas em um
dado local poderiam variar dia a dia, horário/ turno do dia, ou ainda do período do mês
(início/ meio/ fim, próximo a dias de pagamento, feriados, etc.). Desta forma, cada local
visitado foi considerado também em relação ao período/ turno. Os estabelecimentos
selecionados para entrevistas “durante a semana” foram acessados em um dia da semana
entre segunda e sexta-feira, exceto quando o dia já estava especificado, através de
sorteio. O mesmo foi observado também nos estabelecimentos previstos a serem
visitados no fim de semana, sábado ou domingo, que foram também sorteados. O turno
também foi levado em conta na visita de acordo com o horário de funcionamento dos
mesmos.
SELEÇÃO DOS ENTREVISTADOS NOS LOCAIS
Uma vez determinado os locais onde ocorreram as entrevistas, o passo seguinte
foi selecionar os indivíduos a serem entrevistados. Cada equipe selecionou
aleatoriamente 14 indivíduos nos clusters 1 e 2 e doze indivíduos nos demais. Foi fixado
um intervalo de tempo (período de seleção), que neste estudo foi de uma hora para cada
local, e neste período considerou-se como possíveis respondentes todos que se
encontraram no estabelecimento ou que chegaram neste intervalo. Uma vez selecionado
os entrevistados procedeu-se à aplicação do questionário. Caso alguma pessoa,
38
selecionada previamente para entrevista, saísse do estabelecimento, deveria ser
substituída por uma outra sorteada também. Como cada equipe era composta por 2
pessoas, cada uma entrevistou sete ou seis pessoas em cada local dependendo do caso.
Não sendo possível completar o número de entrevistas no dia da visita, o mesmo local
foi ser visitado num outro dia, levando em consideração o período determinado para o
estabelecimento (durante a semana ou fim de semana) e procedendo ao sorteio do dia do
período. Isto foi repetido até completar o número de questionários necessários. Os
questionários foram entregues no Centro de Orientação e Aconselhamento - COAS –
Sobral as terças e sexta-feira, ao supervisor de área. Cada equipe preencheu o
formulário com os dados do local visitado e entregou junto com os questionários. Todas
as entrevistas foram encerradas dentro de um prazo de quatro semanas a contar da data
da realização do treinamento.
Base Cariri
Neste município foram entrevistados 100 indivíduos por quatro entrevistadores
agrupados em duas equipes de dois componentes cada. Foram considerados para a
entrevista indivíduos que residiam nas cidades de Juazeiro do Norte, Barbalha e Crato.
A distribuição dos entrevistadores nas equipes se deu de forma a ter sempre um
entrevistador da área de laboratório para permitir a realização da coleta de material para
as sorologias. Cada entrevistador aplicou 25 questionários nos locais (cluster)
determinados pelo plano de trabalho de campo.
39
LOCAIS – CLUSTER
Os locais foram organizados a partir de um mapeamento de estabelecimentos ou
zonas de freqüência gay e/ ou que possuíssem uma clientela que compartilhasse desta
orientação. Cada equipe visitou 6 locais previamente determinados pelo plano de campo
e realizou dez (10) entrevistas no Cluster 1 e 2 e oito (8) entrevistas nos demais locais.
Por se tratar de um público flutuante, os diversos locais foram identificados em dois
momentos (p. ex: durante a semana e fim de semana) para garantir uma caracterização
melhor dos freqüentadores e devido ao fato de que o número de pessoas e as
características (p. ex: classe econômica) que puderam ser encontradas em um dado local
poderia variar dia a dia, ou mesmo dependendo do horário/ turno do dia, ou ainda do
período do mês (início/ meio/ fim, próximo a dias de pagamento, feriados, etc.). Desta
forma, cada local veio a ser visitado levando em consideração também o período/ turno.
Os estabelecimentos selecionados para entrevistas “durante a semana” foram acessados
em um dia da semana, entre segunda e sexta-feira, sorteado previamente pela equipe. O
mesmo foi observado também nos estabelecimentos previstos a serem visitados no fim
de semana, sábado ou domingo, que também foram sorteados. O turno também foi
levado em conta na visita de acordo com o horário de funcionamento dos mesmos. Nos
casos onde os locais escolhidos forem praças ou parques e houver bares (ou outros
locais) vizinhos, os mesmos foram considerados para visitação.
SELEÇÃO DOS ENTREVISTADOS NOS LOCAIS
Uma vez determinado os locais onde ocorreriam as referidas entrevistas, o passo
seguinte foi selecionar os indivíduos a serem entrevistados. Todas as entrevistas foram
encerradas dentro de um prazo de quatro semanas a contar da data da realização do
treinamento. Os questionários foram entregues, em consultório médico, situado à Rua
40
Edward McClain, Edifício Medical Center – Sala 601, Bairro Triângulo – Juazeiro do
Norte/ CE, Fone/ FAX: (88) 3571-4003. Cada equipe preencheu o formulário com os
dados do local visitado e entregou junto com os questionários. Foi importante fixar um
intervalo de tempo (período de seleção), que neste estudo foi de uma hora para cada
local, e neste período considerou-se como possíveis respondentes todos que se
encontrassem no estabelecimento ou que chegaram neste intervalo. Uma vez
selecionado os entrevistados procedeu-se à aplicação do questionário. Caso alguma
pessoa, selecionada previamente para entrevista, saísse do estabelecimento, deveria ser
substituída por uma outra sorteada também. Como cada equipe era composta por 2
pessoas, cada uma entrevistou cinco ou quatro pessoas em cada local dependendo do
caso. Não sendo possível completar o número de entrevistas no dia da visita, o mesmo
local foi ser visitado num outro dia, levando em consideração o período determinado
para o estabelecimento (durante a semana ou fim de semana) e procedendo ao sorteio do
dia do período. Isto foi repetido até completar o número de questionários necessários.
ANÁLISE DOS DADOS
Análise univariadas entre a variável de desfecho (uso de álcool e outras drogas)
e
os
fatores
preditivos
(variáveis
sócio-econômico-demográficas,
variáveis
comportamentais, práticas, identidade, etc.) foram realizadas por região metropolitana e
no seu âmbito geral. Também foi definida a variável “beber se embriagando ou não”
(binge drinking) como aqueles que beberam, em uma só ocasião, 5 ou mais drinques.
(Wechsler, Dowdall, Davenport, & Rimm 1995)Para a análise univariada foram
empregados os testes de Pearson e Exato de Fisher (quando o Pearson não foi
41
adequado) para proporções e teste t (se paramétricas) e Wilcoxon (se não paramétricas)
para variáveis contínuas. As variáveis que se mostraram significativas (p<0,20) foram
analisadas através de regressão logística, a fim de acessar seu efeito de forma
independente. Os dados do estudo foram analisados através do STATA™, versão 8.0,
desenvolvido pela STATA Corporation, Texas, USA.
QUESTÕES ÉTICAS
O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética constituído junto ao
Hospital São José de Doenças Infecciosas do Estado do Ceará e aprovado pelo mesmo.
RESULTADOS
Características Sócio-demográficas
A amostra estudada compunha-se de 598 HSH residentes em Fortaleza (67%),
Sobral (17%) e região do Cariri (16%). A idade média dos participantes variou de
acordo com a localidade, sendo que Sobral apresentou homens com idades médias
inferiores a Fortaleza e Cariri, respectivamente (Sobral: média: 25 anos; dp: 6; mediana:
24; amplitude: 16-54 anos; Fortaleza: média: 29 anos; dp: 8; mediana: 28 anos;
amplitude: 15-55; p<0,001; Cariri: média: 28 anos; dp: 8; mediana: 27 anos; amplitude:
16-54; p=0.007). O percentual de homens pertencentes ao estrato social A ou B em
Fortaleza foi significativamente maior que em Sobral e Cariri (p<0.001). Por outro lado,
42
o percentual de homens que referiram ter recebido dinheiro, presentes ou favores em
troca de sexo foi significativamente maior em Sobral (p<0,001). O percentual de
indivíduos que fizeram o teste anti-HIV na região do Cariri foi significativamente maior
do que aqueles de Fortaleza (p<0.001) e Sobral (p<0.001). Não se observou diferença
entre estas proporções para Fortaleza e Sobral (p=0.345).
Consumo de álcool e drogas
Considerando-se que o uso de álcool está associado com comportamento sexual
de alto risco e com uso de drogas(Kington & Bryant 2002a), os participantes foram
classificados de acordo com dois diferentes escores de avaliação do consumo de álcool:
critério binge drinking e a classificação do AUDIT. Entende-se por binge drinking,
aquele bebedor que ingere uma grande quantidade de álcool por vez ficando
embriagado, mas que não se encontra nos critérios para o abuso do álcool ou
dependência. O AUDIT, por sua vez, constitui-se em um método de rastreamento da
ingestão excessiva de álcool.
As características sócio-econômico-demográficas desta população foram
estudadas, de forma bivariada, entre aqueles que foram classificados como tendo ou não
o padrão de uso do “beber se embriagando” (binge drinking; tabela 1). Não houve
diferença entre faixa etária, estado civil, escolaridade, estrato econômica, moradia e
identidade sexual (p>0.05). Religiões (p=0.01), raça (p=0.002) e ter feito teste para HIV
(p=0,048) mostraram-se significativas nesta análise.
43
Quanto à classificação do AUDIT, um importante percentual teve seu consumo
classificado como de risco (37%), uso nocivo ou consumo de alto risco (8%) e provável
dependência (8%). O uso de qualquer droga ou de drogas específicas cresceu
significativamente conforme aumentou o consumo de álcool (tabela 2).
O número de doses tomadas em um dia típico (p<0.03) e o escore no AUDIT
(p=0.001) entre as três localidades foram significativamente maiores na cidade de
Sobral. O uso de maconha e o uso de qualquer outra droga também foram mais elevados
nesta localidade (p=0.003 e p=0.002).
Na análise bivariada para avaliar associação entre ser ter o padrão de uso do
“beber se embriagando” e variáveis sócio-econômicas ou comportamentais (tabela 1)
somente foram significativas a religião (p=0,016), raça (0,002) e ter feito teste para HIV
(p=0.048).
Na análise multivariada (tabela 4), o efeito cluster das localidades foi levado em
consideração. Tomar qualquer droga (OR: 2,3; 95%IC: 1,8-2,9), ser negro (OR: 5,9;
95%IC: 1,7-20,1) ou pardo (OR: 1,8; 95%IC: 1,3-2,6) em relação a ser branco, possuir
família que não apóia a orientação sexual (OR: 1,4; 95%IC: 1,1-1,9), ter recebido
dinheiro, presentes ou favores em troca de sexo (OR: 2,0; 95%IC: 1,4-3,0), ter feito o
teste HIV (OR: 1,7; 95%IC: 1,3-2,2) e ter de 21 a 30 anos (OR: 1,5; 95%IC: 1,1-2,9) ou
mais de 30 (OR: 1,6; 95%IC: 1,2-2,3) foram variáveis que aumentaram o risco de ser
um binge entre os HSH.
44
Tabela 1: Padrão de uso “beber se embriagando” e variáveis sócio-demográficas e
comportamentais
Variáveis
Total
Beber se
embriagando
p
Sócio–demográficas
Idade
=< 20
21 |---| 30
>=31
68
204
157
55 (81)
176 (86)
135 (86)
0,521
Estado civil
Solteiro/ separado/ divorciado
Casado/ junto
403
30
347(86)
22 (73)
0,065
Escolaridade
1º grau
2º grau incompleto ou +
59
371
55 (93)
313 (84)
0,075
Estrato sócio-econômico
A/ B
C
D/ E
217
130
74
184(85)
111 (85)
66 (89)
0,669
Religião
católico
Evangélico/ protestante
Afro-brasileiro
Não tem
Outras
308
19
13
66
25
270 (88)
17 (89)
13(100)
48 (73)
20 (80)
0,016
Raça
Branca
Negra
Pardo
154
67
200
121 (79)
64 (95)
176 (88)
0,002
Moradia
Só/ parceiro/ amigos
Família/ parentes
132
302
112 (85)
258 (85)
0,884
Identidade sexual
Homossexual
Bissexual
Heterossexual
355
54
16
299 (84)
47 (87)
15 (94)
0,633
Sim
Não
107
324
97(91)
270(83)
Realizou teste para HIV?
Sim
Não
158
276
142(90)
228(83)
0,048
Reação familiar quando sabe da
orientação sexual
Apóia
Não Apóia
48
386
39 (81)
331 (86)
0,392
Sexo anal desprotegido
Sim
Não
234
200
196 (84)
174 (87)
Comportamentais
Recebeu dinheiro por sexo?
(*) Binge drinking, retirados entre aqueles pesquisados que referiram ter bebido pelo
menos uma vez nos últimos 06 meses, e que não eram dependentes de álcool pelo
AUDIT.
0,084
0,415
45
Tabela 2 – Consumo de álcool entre Homens que fazem Sexo com Homens, de
acordo com o AUDIT, em três grandes centros urbanos do Ceará, Brasil.
AUDIT
Drogas
Maconha
Sim
Não
Cocaína
Sim
Não
Anfetamina
Sim
Não
Inalante
Sim
Não
Poppers
Sim
Não
Êxtase
Sim
Não
0-7
N (%)
8-15
N (%)
16-19
N (%)
20 ou+
N (%)
P*
48 (18)
222 (82)
93 (44)
121 (56)
28 (57)
21 (43)
32 (65)
17 (35)
<0.001
18 (7)
253 (93)
22 (10)
192 (90)
11 (23)
38 (77)
12 (24)
38 (76)
<0.001
9 (3)
263 (97)
17 (8)
198 (92)
5 (10)
45 (90)
11 (22)
38 (78)
<0,001
54 (20)
208 (80)
72 (34)
138 (66)
15 (31)
34 (69)
26 (53)
23 (47)
<0.001
10 (4)
262 (96)
3 (1)
213 (99)
2 (4)
47 (96)
6 (12)
43 (88)
0,003
7 (3)
264 (97)
8 (4)
209 (96)
5 (10)
44 (90)
χ2 de tendência central
0 a 7 pontos= Consumo de baixo risco ou abstêmios
8 a 15 pontos= Consumo de risco
16 a 19 pontos= Uso nocivo ou consumo de alto risco
20 ou mais pontos= Provável dependência
7 (14)
43 (86)
0,001
Teste de qui - quadrado de Tendência
46
Tabela 3: Consumo de álcool e drogas por localidade estudada
Variáveis
P
Total
Cidade/Região
Fortaleza
Cariri
Sobral
N(1) (%)
N(1) (%)
N(1) (%)
397(100)
96(100)
99(100)
Freqüência de consumo
nenhuma
<=1/mês
2-4 vezes/mês
2-3 vezes/sem
>=4 vezes/sem
83 (21)
62 (16)
145 (37)
71 (18)
28 (7)
19 (20)
7 (7)
45 (47)
16 (17)
8 (8)
11 (11)
22 (22)
36 (37)
22 (22)
7 (7)
p=0,070
Número de doses em dia típico de
bebida
nenhuma
1-2
3-4
5-6
7-9
10 ou mais
72 (20)
21 (6)
82 (22)
49 (13)
50 (14)
96 (26)
18 (19)
3 (3)
19 (20)
12 (13)
15 (16)
27 (29)
9 (9)
4 (4)
13 (13)
11 (11)
16 (16)
45 (46)
p=0,028
Escore no AUDIT
0a7
8 a 15
16 a 19
>= 20
205 (52)
139 (35)
27 (7)
25 (6)
34 (35)
37 (39)
14 (15)
11 (12)
34 (35)
41 (42)
9 (9)
14 (14)
p=0,001
Sim
Não
120 (31)
271 (70)
33 (35)
62 (65)
48 (49)
50 (51)
p=0,003
Cocaína/ Crack
Sim
Não
49 (13)
342 (87)
7 (7)
89 (92)
7 (7)
92 (93)
p=0,146
Anfetamina
Sim
Não
23 (6)
370 (94)
7 (7)
89 (93)
12 (12)
87 (88)
p=0,096
Inalante
Sim
Não
116 (30)
271 (70)
21 (22)
75 (78)
31 (31)
68 (69)
p=0,253
Poppers
Sim
Não
17 (4)
376 (96)
0 (0)
96 (100)
4 (4)
95 (96)
p=0,118
Êxtase/ Ácido
Sim
Não
21 (5)
373 (95)
4 (4)
92 (96)
2 (2)
97 (98)
p=0,306
Qualquer droga
Sim
Não
162 (41)
230 (59)
41 (43)
54 (56)
60 (61)
39 (39)
p=0,002
Uso de álcool
Uso de drogas
(Últimos 12 meses)
Maconha
O fato de os agregados que não somarem o total deve-se à falta de informação.
47
Tabela 4 – Análise multivariada das variáveis preditoras de beber se embriagando entre
HSH em três grandes centros urbanos do Ceará, Brasil.
Variável
Usar qualquer droga x não usar
Raça negra x branca
Raça parda x branca
Família desaprova orientação sexual
Ser casado/ junto x solteiro/ separado/
divórcio
Recebeu dinheiro por sexo
Fez o teste para HIV
Ter de 21 a 30 anos x ter <21
Ter mais que 30 anos x ter <21
OR Bruto (IC 95%)
2,2 (1,7-3.0)
5,8 (2,1-15,9)
2,0 (1,4-2,9)
1,4 (1,0-1,9)
0,4 (0,2-1,1)
OR* Ajustado (IC 95%)
2,3 (1,8_2,9)
5,9 (1,7-20,1)
1,8 (1,3-2,6)
1,4 (1,1-1,9)
0,3 (0,2-0,6)
1,9 (1,3-3,0)
1,9 (1,6-2,1)
1,5 (0,9-2,4)
1,4 (1,0-2,0)
2,0 (1,4-3,0)
1,7 (1,3-2,2)
1,5 (1,1-2,9)
1,6 (1,2-2,3)
*OR ajustado para todas as outras variáveis da tabela
48
DISCUSSÃO
O consumo de álcool tem sido objeto de estudo quanto a sua possível associação
com comportamentos de risco entre Homens que fazem sexo com outros Homens –
HSH. O presente estudo evidenciou um elevado percentual de homens que consomem
cinco ou mais doses em um dia típico (Fortaleza, 53%; Cariri, 58% e Sobral, 74%) e
associam outras drogas ao consumo do álcool. Recentemente, um importante debate
define um tipo de bebedor que se embriaga eventualmente – binge drinking – como
aquele bebedor que ingere ocasionalmente uma grande quantidade de álcool, mas que
não preenche os critérios para o abuso do álcool ou dependência, segundo os critérios
do AUDIT ou de outros critérios. Este tipo de indivíduo é fundamental dentro da
população HSH, pois embora não seja dependente químico, tem seu comportamento
habitual alterado de maneira significativa pela intoxicação etílica, contribuindo para
acentuação dos comportamentos de risco em tais indivíduos.
No presente estudo, a incidência destes bebedores foi de 63% dos HSH
entrevistados e não se observou o comportamento de risco (sexo anal desprotegido) em
maior proporção entre os bebedores do que naqueles não bebedores. Também se
observou que o consumo crescente de álcool leva a um aumento do uso concomitante de
outras drogas, sejam lícitas ou ilícitas. O álcool atuaria como uma porta de entrada –
gateway - para o consumo de outras drogas e para outros possíveis comportamentos de
risco, como o sexual. Inclusive o uso de álcool pode mascarar resultados ou falsear
respostas devido ao efeito de amnésia de seus usuários após o consumo. É o chamado
efeito “blackout”, quando os usuários nada lembram de quando estavam embriagados.
O percentual de homens consumindo cinco ou mais doses mostrou-se muito
acima de padrões encontrados em estudos americanos. Estudo realizado em seis cidades
49
americanas entre HSH HIV negativos, e que relatam ter tido relação sexual anal com
um ou mais parceiros no último ano, observou-se que mais de 26% relataram o uso de
bebidas em pelo menos três vezes por semana, e mais de 10% eram bebedores pesados
(quatro doses por dia ou seis ou mais doses por ocasião). A maconha foi a droga não
injetável mais utilizada (46,3%). Homens que referiram ter usado maconha, poppers,
alucinógenos, cocaína e anfetamina nos últimos seis meses anteriores ao estudo tiveram
significantemente mais relações sexuais anais desprotegidas desconhecendo o status
sorológico do parceiro. Em usuários pesados de álcool também foram verificadas essas
associações. (Koblin, Chesney, Husnik, Bozeman, Celum, Buchbinder, Mayer,
McKirnan, Judson, Huang, & Coates 2003)
Pesquisa realizada em São Francisco, no ano de 2001, com 295 HSH que
participavam de festas durante fins-de-semana. Durante última festa de fim de semana,
80% usaram êxtase, 66% ketamina, 43% anfetaminas e 12% poppers; 53% usaram
quatro ou mais drogas. A prevalência foi maior em fins-de-semana com festas do que
sem festas (p <0.001). Sexo anal desprotegido com parceiros de estado sorológico
desconhecido foi maior durante as festas, sendo reportado por 21% dos HIV-positivos e
9% dos HIV-negativos. Em uma análise multivariada, os fatores preditores para sexo
anal desprotegido foram ser HIV-positivo (OR: 3.2; IC95%: 1.4-7.5), e uso de
anfetaminas nos fins-de-semana (OR 2.4; 95% CI, 1.1-4.9), sildenafil (OR, 3.8; 95% CI,
2.0-7.3), e êxtase (OR, 2.2; 95% CI, 1.3-4.0). (Colfax, Mansergh, Guzman, Vittinghoff,
Marks, Rader, & Buchbinder 2001)
A relação entre consumo de drogas e comportamento sexual de risco parece ser
mais complexa do que comumente tem sido entendida, mostrando controvérsias e
achados diferenciados. Uma revisão dos eventos associados ao consumo de álcool tem
mostrado mais freqüentemente uma associação positiva com comportamentos sexuais
50
de risco(Weinhardt & Carey 2000). Em alguns estudos, determinados padrões de uso do
álcool e outras drogas evidenciam uma forte associação com comportamentos de risco (
2004;Koblin, Chesney, Husnik, Bozeman, Celum, Buchbinder, Mayer, McKirnan,
Judson, Huang, & Coates 2003) mostrando, por exemplo, que o uso de quatro ou mais
doses de álcool triplicaram a chance de realizar sexo anal desprotegido com parceiros
primários (Vanable et al. 2004a). Estudo entre usuários leves e pesados de anfetamina
soropositivos para o HIV em Nova Iorque observou maior risco sexual para os usuários
classificados como pesados. (Patterson, Semple, Zians, & Strathdee 2005)
Este estudo realizado no Ceará mostrou que o percentual de bebedores que se
embriagam é maior entre aqueles cujas famílias desaprovam sua orientação sexual. Em
pesquisa realizada em São Paulo, entre pacientes alcoolistas tratados na Faculdade de
Medicina de Botucatu, os principais resultados mostraram que a estrutura familiar
estava comprometida com relacionamento difícil para 65,7% dos homens e a violência
familiar presente em 61,1% dos homens. (Simão, Kerr-Correa, & Dalben 2002)
O consumo problemático e intensivo de drogas mostra forte relação com fatores
sociais e econômicos, porém também está associado a circunstâncias individuais e
familiares. Indivíduos com tais problemas apresentam mais doenças psíquicas e
comportamentos que levam a criminalidade. Pode-se argumentar, ainda, que os
indivíduos com problemas desta natureza se envolvem de forma mais grave no consumo
de droga (Lloyd 1998;Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT)
2002).
Os indivíduos que referiram receber dinheiro em troca de sexo foram mais
freqüentemente classificados como bebedores que se embriagam. Além disto, entre
aqueles de estrato sócio-econômico mais baixo (classe “D” e “E”) a troca de sexo por
dinheiro, favores ou presentes foi significativamente mais elevada. Os encontros sexuais
51
aos quais estas subpopulações estão sujeita são freqüentemente acompanhados pelo
consumo elevado do álcool. A bebida alcoólica tem sido referida por esta população
como uma das mediadoras deste tipo de relacionamento. Outro aspecto importante é o
fato de que estas relações costumam se iniciar em ambientes onde ocorre a venda de
bebidas.
Verificou-se, ainda, neste estudo, que 90% dos que referiram ter feito teste para
HIV no último ano eram bebedores que se embriagavam. É possível que a realização do
teste anti-HIV, em tal população, seja mais freqüente quanto maior seja sua percepção
do risco associada ao seu comportamento sexual. Isto levaria estes indivíduos a se
preocuparem mais com seu estato sorológico e, conseqüentemente, realizarem o teste.
Quanto à incidência de bebedores que se embriagam em relação à idade,
observou-se que há um aumento com a faixa etária, até 55 anos, idade máxima
investigada. Em outras populações estudadas, tende-se a observar uma queda na
prevalência destes bebedores, principalmente entre indivíduos mais velhos (acima de 60
anos). Esta população específica poderia, por demorar mais tempo para assumir sua
orientação, ter este padrão diferenciado, dado que ao assumi-la, passa a procurar seus
parceiros num ambiente que favorece o consumo do álcool. Um aprofundamento desta
questão faz-se necessário nesta população.
Um importante fator de estudo comportamental para esta população é seu local
de laser, e como se comportam em tais lugares. Neste estudo observou-se que mais de
55% dos entrevistados conheciam seus parceiros em bares e boates, ambientes estes que
favorecem o consumo de bebidas alcoólicas.
52
CONCLUSÃO
O estudo desta população evidenciou um alto consumo de bebidas alcoólicas
entre os mesmos, aparecendo de forma muito freqüente o chamado bebedor que se
embriaga ou toma porre ou fica de fogo, que se associa a inúmeros outros
comportamentos de risco. Seria necessário explorar mais a complexa teia de fatores que
acompanham o comportamento de beber se embriagando, visto que muitos estudos são
contraditórios em mostrar uma associação direta entre os mesmos. O uso de outras
drogas conjuntamente, a troca de sexo por dinheiro, presentes ou favores, especialmente
numa região pobre como o Nordeste brasileiro, e os locais onde os parceiros são
procurados devem ser levados em consideração no delineamento de campanhas
preventivas entre esta comunidade específica. Esta é a primeira vez que se estuda a
associação de comportamentos sexuais de risco em homossexuais e bissexuais e binge
drinking.
53
Anexo I
AUDIT
1- Qual a freqüência do seu consumo de bebidas alcoólicas?
(0) Nenhuma
(2) 2 a 4 vezes por mês
(1) Uma ou menos de uma vez por mês
(3) 2 a 3 vezes por semana
I___I
(4) 4 ou mais vezes por semana
2- Quantas doses contendo álcool você consome num dia típico quando você está bebendo?
(0) Nenhuma
(2) 3 a 4
(4) 7 a 9
(1) 1 a 2
(3) 5 a 6
(5) 10 ou mais
I___I
3- Qual a freqüência que você consome 6 ou mais doses de bebidas alcoólica em uma ocasião?
I___I
(0) Nunca
(2) Mensalmente
(4) Diariamente ou quase diariamente
(1) Menos que mensalmente
(3) Semanalmente
4- Com que freqüência durante os últimos 12 meses você percebeu que não conseguia parar de beber uma vez que
havia começado?
I___I
(0) Nunca
(2) Mensalmente
(4) Diariamente ou quase diariamente
(1) Menos que mensalmente
(3) Semanalmente
5- Quantas vezes durante o ano passado você deixou de fazer o que era esperado devido ao uso de bebidas
alcoólicas?
I___I
(0) Nunca
(2) Mensalmente
(4) Diariamente ou quase diariamente
(1) Menos que mensalmente
(3) Semanalmente
6- Quantas vezes durante os últimos 12 meses você precisou de uma primeira dose pela manhã para sentir-se melhor
depois de uma bebedeira?
I___I
(0) Nunca
(2) Mensalmente
(4) Diariamente ou quase diariamente
(1) Menos que mensalmente
(3) Semanalmente
7- Quantas vezes durante o ano passado você se sentiu culpado ou com remorso depois de beber?
I___I
(0) Nunca
(2) Mensalmente
(4) Diariamente ou quase diariamente
(1) Menos que mensalmente
(3) Semanalmente
8- Quantas vezes durante o ano passado você não conseguiu lembrar o que aconteceu na noite anterior por que você
estava bebendo?
I___I
(0) Nunca
(2) Mensalmente
(4) Diariamente ou quase diariamente
(1) Menos que mensalmente
(3) Semanalmente
9- Você foi criticado pelo resultado das suas bebedeiras?
(0) Nunca
(2) Mensalmente
(1) Menos que mensalmente
(3) Semanalmente
I___I
(4) Diariamente ou quase diariamente
10- Algum parente, amigo, médico ou qualquer outro trabalhador da área da saúde referiu-se às suas bebedeiras ou
sugeriu a você parar de beber?
I___I
(0) Nunca
(2) Mensalmente
(4) Diariamente ou quase diariamente
(1) Menos que mensalmente
(3) Semanalmente
ESCORE TOTAL: I___I___I
54
Anexo 02 – Questionário de Entrevista aplicado na Pesquisa
Definição Operacional do Entrevistado: Homem que tenham tido sexo manual, oral
ou anal com outro homem nos últimos 6 meses.
001 Nº DO QUESTIONÁRIO |___|___|___|
002 CIDADE: ______________________
004 LOCAL: ______________________
INTRODUÇÃO: “Meu nome é ....... Eu estou trabalhando para o projeto HSH Ceará – 2002, da
UFC/SESA/GAPA-CE. Eu estou entrevistando pessoas em Fortaleza com o propósito de
colher informações sobre “conhecimento, práticas sexuais e prevalência de HIV e Sífilis
entre HSH. Você já foi entrevistado nas última 4 semanas para este estudo? SE O
ENTREVISTADO JÁ TIVER RESPONDIDO A ESTE LEVANTAMENTO NÃO O FAÇA
NOVAMENTE. Fale que você não poderá entrevistá-lo novamente, agradeça e encerre a
entrevista.Se não tiver sido entrevistado anteriormente, continue:
CONFIDECIALIDADE E CONSENTIMENTO: O presente projeto refere-se a um estudo que
está sendo realizado simultaneamente em 3 municípios do Ceará, entre homens que
referem práticas sexuais com outros homens (HSH). Os objetivos principais do
levantamento são: estudar o que vem correndo nesta categoria em anos recentes, em
relação a seus aspectos comportamentais, de atitudes e práticas, assim como
determinar os fatores que estão associados a estes aspectos, em diferentes regiões do
estado. Espera-se que com as informações colhidas os programas de prevenção às
DST/AIDS junto a esta população possam ser melhor planejados de forma a melhorar a
qualidade de vida destes homens. Após a leitura e a concordância com este termo, será
realizada uma entrevista baseada em um questionário previamente elaborado, com
perguntas abertas e fechadas, objetivando colher informações sobre aspectos sóciodemográficos, comportamentos, práticas sexuais e conhecimentos sobre DST/AIDS. Aos
participantes será oferecida a possibilidade de realização de exame para HIV e para
Sífilis, sendo colhida uma amostra de sangue para realização destes testes após a
realização da entrevista. Ao participante que aceitar a realização destes testes, será
fornecido uma senha e indicado o laboratório para posterior recebimento do resultado e
demais esclarecimentos (aconselhamento). Será garantido o total sigilo das informações
que você nos fornecer assim como o anonimato, de acordo com as normas éticas da
investigação científica no Brasil. Seu nome não será relacionado ao questionário,
amostra de sangue e/ou ao resultado das sorologias. Você não tem que responder
qualquer questão que você não queira e você poderá encerrar esta entrevista a qualquer
momento. O questionário e as amostras coletadas serão identificados apenas por
códigos. A entrevista não oferecerá risco à sua saúde e a colheita de material para
exame (sangue) é praticamente indolor, feita a partir de uma punção (furo) no dedo
médio da sua mão. Entretanto, sua honestidade em responder estas questões irá nos
ajudar a melhor entender os conhecimentos, as práticas sexuais que por ventura
colocam estas pessoas sob risco para o HIV e Sífilis. Nos agradeceríamos muito a sua
ajuda em responder esta pesquisa. As perguntas irão levar alguns minutos. Você
concorda em participar?
______________________________
_____________
(Assinatura do entrevistador certificando que o consentimento informado foi dado verbalmente pelo
entrevistado)
55
Visita do entrevistador
1ª Visita
2ª Visita
3ª Visita
Data
Entrevistador
Resultado
Código dos resultados:
completo 4; Outros 5.
Completo 1; Entrevistado não disponível 2; Recusado 3; Parcialmente
005 ENTREVISTADOR : Código [____|____] Nome: __________________________
006 DATA DA ENTREVISTA : _____/_____/_____
SUPERVISOR : Assinatura: _________________________ Data: _____/_____/_____
56
PARTE A - DADO SÓCIO - DEMOGRÁFICO
PULE
PARA
CÓDIGOS/CATEGORIAS
Nº
QUESTÃO OU FILTRO
Q101 Qual o bairro que você mora?
|_______________________________|
NÃO RESPONDEU
99
Q102 Quantos anos você tem?
ANOS
NÃO RESPONDEU
|___|
99
Q103 Você estudou até que série?
(CIRCULE UMA)
NÃO FREQÜENTEI A ESCOLA
PRIMEIRO GRAU INCOMPLETO
PRIMEIRO GRAU COMPLETO
Segundo grau incompleto
Segundo grau completo
1
2
3
4
5
6
7
99
SUPERIOR
Pós-graduação
NÃO RESPONDEU
Q104 Você está?
(DÊ O CARTÃO A AO ESPECIFIQUE: |___________________________|
ENTREVISTADO)
NÃO RESPONDEU
Q105 Qual a sua ocupação principal?
(DESCREVER CLARAMENTE, SE
DESEMPREGADO OU
APOSENTADO DESCREVER A
ÚLTIMA OCUPAÇÃO)
Q106 Em qual cidade você viveu a maior
parte de sua vida?
|___|
11
99
|_______________________________|
NÃO RESPONDEU
99
|_______________________________|
NÃO RESPONDEU
99
Q107 Qual o seu estado civil?
(CIRCULE UMA)
SOLTEIRO
CASADO
JUNTO/AMIGADO
DIVORCIADO
DESQUITADO/SEPARADO
VIÚVO
NÃO RESPONDEU
1
2
3
4
5
6
99
Q108 Qual a sua religião?
|_______________________________|
NÃO RESPONDEU
99
Q109 Qual a sua raça?
Q110 No último mês qual sua freqüência de
consumo de álcool?
|_______________________________|
NÃO RESPONDEU
99
TODO DIA 1
PELO MENOS UMA VEZ POR SEMANA 2
MENOS DE 1 VEZ POR SEMANA OU NUNCA 3
NÃO SEI 8
SEM RESPOSTA 9
57
Q111 Algumas pessoas fazem uso de
diferentes tipos de drogas. Você já fez
uso de alguma delas? Leia a lista
SIM NÃO NS SR
1
2
8
9
1
2
8
9
1
2
8
9
1
2
8
9
SIM 1
NÃO 2
NÃO SEI 8
SEM RESPOSTAS 9
Q112 Algumas pessoas usam drogas
injetáveis. Você fez uso nos últimos 12
meses?
OBS: Fazer a pergunta 112 quando a resposta da 111 for positiva ou suspeita.
]PARTE B - CONTEXTO SOCIAL - HABITAÇÃO E IDENTIDADE
Q201 Com quem você mora?
(CIRCULE UMA)
SOZINHO
COM O PARCEIRO
COM MINHA MULHER/FAMÍLIA
COM AMIGOS(AS)
COM OS PAIS/PARENTES
OUTROS. ESPECIFICAR:_________
1 ÆQ203
2
3
4
5
6
99
NÃO RESPONDEU
Q202 Quantas pessoas moram com você?
NÃO RESPONDEU
Nº
QUESTÃO OU FILTRO
Q203 Como você se definiria em relação a sua
sexualidade?
(POR FAVOR
APENAS UMA RESPOSTA E NÃO
LEIA OS ITENS)
Q204 Sua família sabe de sua orientação
sexual?
|___|
99
PULE
PARA
CÓDIGOS/CATEGORIAS
HOMOSSEXUAL
ENTENDIDO
VIADO
BICHA
GAY
BAITOLA
HOMEM
BOFE
MULHER
BISSEXUAL
OUTRA, QUAL? |_________________|
NÃO SEI
88
NÃO RESPONDEU
99
SIM
NÃO
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
88
99
1
2 ÆQ30
88 1
99
58
Q205 Qual das seguintes afirmações melhor
descreve o comportamento da sua
família em relação a sua sexualidade?
APOIA COMPLETAMENTE
APÓIA PARCIALMENTE
É INDIFERENTE
DESAPROVA PARCIALMENTE
DESAPROVA COMPLETAMENTE
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
1
2
3
4
5
88
99
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|___
_|
88
99
(DÊ O CARTÃO B)
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|___
_|
88
99
Q303 Qual das seguintes frases melhor
descreve o seu sentimento de atração,
nas seguintes épocas:
(DÊ O CARTÃO C)
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|___
_|
88
99
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|___
_|
88
99
PARTE C - ESTILO DE VIDA
Q301 Vamos falar agora de seu
comportamento e sentimento em relação
a sua sexualidade. Qual das seguintes
frases melhor descreve o que você faz
(ou fazia), nas seguintes épocas:
Nos últimos 12 meses?
(DÊ O CARTÃO B)
Q302
Nos últimos 5 anos?
Nos últimos 12 meses?
Q304
Nos últimos 5 anos?
(DÊ O CARTÃO C)
59
Parte D - Relações com parceiros sexuais
Q401 Qual o padrão de relacionamento sexual
que você tem mantido nos últimos
30 dias?
(LEIA OS ITENS)
Nº
QUESTÃO OU FILTRO
Q402 Se você manteve nos últimos 30 dias,
um relacionamento fixo com um
homem, há quantos meses dura esta
relação?
Q403
(CIRCULE UMA)
Qual das afirmações abaixo melhor
descreve o seu comportamento sexual
e o do seu parceiro fixo?
NÃO MANTENHO RELACIONAMENTO
SEXUAL
TENHO UMA RELAÇÃO FIXA COM UM HOMEM
SEM SEXO COM OUTROS HOMENS
TENHO UMA RELAÇÃO FIXA COM UM HOMEM
E AO MESMO TEMPO SEXO COM OUTROS
HOMENS
TENHO RELAÇÕES ESPORÁDICAS COM
DIFERENTES HOMENS
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
1 ÆQ40
4
2
3
4
88 ÆQ40
99 4
PULE
PARA
CÓDIGOS/CATEGORIAS
ATÉ 3 MESES
DE 04-12 MESES
DE 13-18 MESES
DE 19-24 MESES
DE 25-36 MESES
DE 37-48 MESES
DE 49-60 MESES
MAIS DE 60 MESES
NÃO TENHO RELACIONAMENTO FIXO
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
NENHUM DE NÓS TEM SEXO COM OUTRAS
PESSOAS
1
2
3
4
5
6
7
8
9
88
99
1
2
3
4
5
(CIRCULE UMA)
APENAS ELE TEM SEXO COM OUTRAS PESSOAS
APENAS EU TENHO SEXO COM OUTRAS
PESSOAS
NÓS DOIS TEMOS SEXO COM OUTRAS PESSOAS
EU TENHO SEXO COM OUTRAS PESSOAS, EU
NÃO SEI SE ELE TEM
EU NÃO TENHO SEXO COM OUTRAS PESSOAS,
EU NÃO SEI SE ELE TEM
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
6
8
9
60
Q404 Com que freqüência, média, você teve
relações sexuais com um homem nos
últimos 12 meses?
(LEIA OS ITENS)
DE MODO ALGUM
UMA OU DUAS VEZES
OCASIONALMENTE
IRREGULARMENTE
DE 1 A 5 VEZES NO MÊS
DE 2 A 3 VEZES NA SEMANA
DIARIAMENTE/QUASE DIARIAMENTE
OUTRA, QUAL? |__________________________|
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
Q405 21.Você manteve, nos últimos 12
meses, alguma relação fixa com um
homem?
(LEIA OS ITENS)
Q406 Você alguma vez teve relações sexuais
com uma mulher?
(CIRCULE UMA)
Q407 Com que freqüência, em média, você
teve relações sexuais com uma mulher
nos últimos 12 meses?
(LEIA OS ITENS)
1
2
3
4
5
6
7
8
88
99
NÃO MANTIVE RELACIONAMENTO SEXUAL
SIM, UMA RELAÇÃO FIXA COM UM HOMEM
SEM SEXO COM OUTROS HOMENS
SIM, UMA RELAÇÃO FIXA COM UM HOMEM E
SEXO COM OUTROS HOMENS
TENHO RELAÇÕES ESPORÁDICAS COM
DIFERENTES HOMENS
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
1
NÃO, NUNCA
SIM, UMA VEZ
SIM, MUITAS VEZES
SIM FREQÜENTEMENTE
OUTRO, QUAL? |_________________________|
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
1
2
3
4
5
8
9
DE MODO ALGUM
UMA OU DUAS VEZES
OCASIONALMENTE
IRREGULARMENTE
DE 1 A 5 VEZES NO MÊS
DE 2 A 3 VEZES NA SEMANA
DIARIAMENTE/QUASE DIARIAMENTE
OUTRA, QUAL? |________________________|
1
2
3
4
5
6
7
8
88
99
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
2
3
4
8
9
Æ
501
61
PARTE E- PARCEIRO SEXUAL
Q50
2
PULE
PARA
CÓDIGOS/CATEGORIAS
Nº
QUESTÃO OU FILTRO
Q50 Nos últimos 6 meses quantos parceiros
1
regulares masculinos você teve?
(DÊ O CARTÃO D)
Se NENHUM PARCEIRO colocar 0
(ZERO)
|___|
88
99
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
Nos últimos 6 meses quantos
parceiros regulares femininos você
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|___|
88
99
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|___|
88
99
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|___|
88
99
teve?
(DÊ O CARTÃO D)
Se NENHUM PARCEIRO colocar 0
(ZERO)
Q50 Nos últimos 6 meses, você teve quantos
3
parceiros casuais masculinos?
(DÊ O CARTÃO D)
Se NENHUM PARCEIRO colocar 0
(ZERO)
Q50 Nos últimos 6 meses, você teve quantos
4
parceiros casuais femininos?
(DÊ O CARTÃO D)
Se NENHUM PARCEIRO colocar 0
(ZERO)
Q50
5
Nos últimos 6 meses, onde você tem conhecido seu(s) parceiro(s) sexual(is)?
(LEIA AS SITUAÇÕES E CIRCULE AS RESPOSTAS)
SEMPRE
ÀS
NUNCA NÃO SEI
NR
VEZES
a) através de amigos
b) na rua / parque / praças que não sejam
áreas de pegação/cassação
c) na piscina / praia
d) na sauna
e) áreas de pegação
f) em banheiros públicos
g) em bares, discotecas /boates, clubes, etc.
(exceto quarto escuro/darkroom)
h) em quarto-escuro/darkroom
i) no local de trabalho
j) no teatro, shows, cinema (exceto cine
pornô) ou outro local cultural
1
2
3
8
9
1
2
3
8
9
1
2
3
8
9
1
2
3
8
9
1
2
3
8
9
1
2
3
8
9
1
2
3
8
9
1
2
3
8
9
1
2
3
8
9
1
2
3
8
9
62
k) em cinema pornô
l) em áreas de prostituição
m) através de anúncios de jornais/revistas
n) disque-namoro/disque-amizade/fone-sex
o) Internet
p) outros, especificar:
|____________________________________
_____|
Q50
Na sua avaliação, quantos de seus parceiros
6
sexuais foram anônimos, nos últimos 6
meses?
(DÊ NOVAMENTE O CARTÃO D)
1
2
3
8
9
1
2
3
8
9
1
2
3
8
9
1
2
3
8
9
1
2
3
8
9
1
2
3
8
9
TODOS
MAIS DA METADE
MENOS DO QUE A METADE
NENHUM
OUTRA, QUAL? |_______________________|
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
1
2
3
4
5
8
9
PARTE F - SEXO E FAVORES
Q601 Alguma vez você já recebeu dinheiro
em troca de sexo?
Nº
QUESTÃO OU FILTRO
Q602 Com que freqüência?
(LEIA OS ITENS)
Q603 Alguma vez você ofereceu dinheiro,
presente ou favores em troca de
sexo?
SIM
NÃO
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
1
2 ÆQ60
8 3
9
PULE
PARA
CÓDIGOS/CATEGORIAS
SEMPRE/QUASE SEMPRE
ÀS VEZES
RARAMENTE
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
1
2
3
8
9
SIM
NÃO
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
1
2
88
99
SEMPRE/QUASE SEMPRE
ÀS VEZES
RARAMENTE
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
1
2
3
8
9
Q604 Com que freqüência?
(LEIA OS ITENS)
Q701
63
PARTE G - NÚMERO DE PARCEIROS
Q701 Tendo como ponto de vista que
“parceiro sexual” é a pessoa com quem
teve (ou tem) contato sexual e com ele
prazer ou gozo, para um ou ambos;
quantos parceiros sexuais você tem
tido: Se NENHUM PARCEIRO
colocar 0 (ZERO)
Na sua vida inteira, quantos parceiros
masculinos você teve?
Q702 Na sua vida inteira, quantos parceiros
femininos você teve?
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|____|
88
99
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|____|
88
99
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|____|
88
99
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|____|
88
99
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|____|
88
99
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|____|
88
99
Q703 Nos últimos 6 meses, quantos dos seus
parceiros foram homens?
Q704 Nos últimos 6 meses, quantos dos seus
parceiros foram mulheres?
Q705 Nos últimos 30 dias. quantos dos seus
parceiros foram homens?
Q706 Nos últimos 30 dias, quantos dos seus
parceiros foram mulheres?
64
PARTE H - PRÁTICAS SEXUAIS
Nº
QUESTÃO OU FILTRO
CÓDIGO/CATEGORIAS
PULE
PARA
Q801
Nos últimos 6 meses, você: (Prática sexual), COM/SEM camisinha?
Foi penetrado no ânus por alguém COM
Foi penetrado no ânus por alguém SEM
Penetrou o ânus de alguém COM
Penetrou o ânus de alguém SEM
Fez felação em alguém (chupou) COM
Fez felação em alguém (chupou) SEM
Recebeu felação de alguém (foi chupado) COM
Recebeu felação de alguém (foi chupado) SEM
Penetração na vagina COM
Penetração na vagina SEM
S
N
NS
NR
1
2
8
9
1
2
8
9
1
2
8
9
1
2
8
9
1
2
8
9
1
2
8
9
1
2
8
9
1
2
8
9
1
2
8
9
1
2
8
9
PARTE I - DROGAS
Q901
Você já usou alguma destas drogas?
Com que freqüência?
12
FREQ.
MESES
Maconha
Cocaina/Crack
Anfetaminas (Hipofagin, Moderex,
(DÊ O CARTÃO E PEÇA O Glucoenrgin, Inibex, Calina)
NÚMERO CORRESPONDENTE A Inalantes (lança-perfume, loló,
RESPOSTA)
cola, éter, esmalte, tinta
clorofórmio, solvente)
Outros inalantes (Poppers)
Ecstasy, Acid
Outros. Especificar:
|__________________________|
NR
|____|
|____|
9
|____|
|____|
9
|____|
|____|
9
|____|
|____|
9
|____|
|____|
9
|____|
|____|
9
|____|
|____|
9
65
Q902 Qual a freqüência do seu consumo de
bebidas alcoólicas?
(LEIA OS ITENS)
Q903 Quantas doses contendo álcool você
consome num dia típico quando está
bebendo?
OBS.:
UMA DOSE EQUIVALE A: 120 ML
DE VINHO (TAÇA); 350 ML DE
CERVEJA (LATA);
1 COQUETEL; 36ML DE
DESTLADO (WHISKY, VODKA,
PINGA)
Q904 (UTILIZE O CARTÃO E PARA AS
QUESTÕES Q904 A Q911)
Qual a freqüência que você consome 6
ou mais doses de bebidas alcoólicas em
uma ocasião?
Q905 Com que freqüência durante os últimos
12 meses você percebeu que não
conseguia parar de beber uma vez que
havia começado?
QUESTÃO OU FILTRO
Nº
Q906 Quantas vezes durante o ano passado
você deixou de fazer o que era esperado
devido ao uso de bebidas alcoólicas?
Q907 Quantas vezes durante os últimos 12
meses você precisou de uma primeira
dose pela manhã para sentir-se melhor
depois de uma bebedeira?
Q908 Quantas vezes durante o ano passado
você se sentiu culpado ou com remorso
depois de beber?
Q909 Quantas vezes durante o ano passado
você não conseguiu lembrar o que
aconteceu na noite anterior por que você
estava bebendo?
Q910 Você foi criticado pelo resultado das
suas bebedeiras?
Q911 Algum parente, amigo, médico ou
qualquer outro trabalhador da área da
saúde referiu-se às suas bebedeiras ou
sugeriu a você parar de beber?
NENHUMA
2 A 4 VEZES POR MÊS
4 OU MAIS VEZES POR SEMANA
UMA OU MENOS DE UMA VEZ POR MÊS
2 A 3 VEZES POR SEMANA
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
0
2
4
1
3
8
9
NENHUMA
3A4
7A9
1A2
5A6
10 OU MAIS
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
0
2
4
1
3
5
8
9
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|____|
8
9
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|____|
8
9
CÓDIGO/CATEGORIAS
PULE
PARA
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|____|
8
9
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|____|
8
9
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|____|
8
9
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|____|
8
9
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|____|
8
9
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|____|
8
9
66
Q912 Que idade você tinha quando começou a
beber mais que só um “golinho”? Em
anos.
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|____|
8
9
Q913 Nós gostaríamos de saber os efeitos que
|____|
a bebida pode ter em você. Quando você Fica mais fácil se abrir com os outros
bebe...
Você acha mais fácil conversar com seu companheiro(a) |____|
(LEIA OS ITENS E AS RESPOSTAS) sobre seus sentimentos/problema?
RESPOSTAS:
3. EM GERAL VERDADEIRO
2. ÀS VEZES VERDADEIRO
1. NUNCA VERDADEIRO
8. NÃO SEI
9. NÃO RESPONDEU
Você se sente mais desinibido(a) com sexo?
|____|
As atividades sexuais são mais prazerosas para você?
|____|
Você se sente mais atraente sexualmente?
|____|
Você se torna mais agressivo(a) para comas pessoas?
|____|
PARTE J - SAÚDE E FATORES SOCIAIS
Q1001 INFORMAÇÃO SOBRE A
TRANSMISSÃO DO HIV
Considerando, agora, o assunto da
AIDS e a infecção pelo HIV, para
cada uma das afirmativas abaixo,
indique a resposta que mais se
aproxima da sua opinião:
(DÊ O CARTÃO F AO
ENTREVISTADO - LEIA AS
OPÇÕES ABAIXO E PEÇA O
NÚMERO CORRESPONDENTE A
RESPOSTA)
Eu acho que:
HIV É TRANSMITIDO PELO SÊMEN
NÃO RESPONDEU
HIV É TRANSMITIDO POR SANGUE
NÃO RESPONDEU
HIV É TRANSMITIDO POR SALIVA
NÃO RESPONDEU
UMA PESSOA PODE TRANSMITIR O HIV APESAR
DE PARECER MUITO SAUDÁVEL
NÃO RESPONDEU
O USO DE (UM PRESERVATIVO) VAI PREVENIR
A TRANSMISSÃO DO HIV
NÃO RESPONDEU
DIMINUIR O NÚMERO TOTAL DE PARCEIROS
SEXUAIS VAI REDUZIR RISCO DE CONTRAIR O
HIV
NÃO RESPONDEU
O QUE É IMPORTANTE PARA REDUZIR O RISCO
DE INFECÇÃO COM O HIV NÃO É O NÚMERO DE
PARCEIRO QUE VOCÊ TEM, MAS O QUE FAZ
COM ELES
NÃO RESPONDEU
|____|
9
|____|
9
|____|
9
|____|
9
|____|
9
|____|
9
|____|
9
PARTE K - AUTO-EFICIÊNCIA
Q1101 Em que medida você concorda
com cada umas das seguintes
declarações?
QUANDO VOCÊ TEM RELAÇÕES SEXUAIS, VOCÊ
NORMALMENTE É A PESSOA QUE DETERMINA O QUE |____|
FAZER E QUANDO FAZER
8
NÃO SEI
9
NÃO RESPONDEU
67
NÃO HÁ REALMENTE NADA QUE VOCÊ POSSA FAZER
PARA EVITAR CONTRAIR O HIV
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
SE O SEU PARCEIRO SEXUAL NÃO QUER PRATICAR
(DÊ O CARTÃO G AO SEXO MAIS SEGURO, VOCÊ PODE FAZER BEM POUCO
ENTREVISTADO E LEIA AS
PARA MUDAR ISSO
OPÇÕES )
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
QUALQUER PESSOA PODE EVITAR SE CONTAMINAR
COM O HIV
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
PARA EVITAR O CONTÁGIO COM O HIV, BASTA
SIMPLESMENTE TOMAR CUIDADO COM O TIPO DE
RELAÇÃO QUE VOCÊ TEM
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
VOCÊ NÃO TEM PROBLEMA EM DIZER NÃO, ÀS
PESSOAS QUE SE RECUSAM A PRATICAR SEXO MAIS
SEGURO
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
EM TERMOS DE SUA SAÚDE, NÃO HÁ MUITO QUE
VOCÊ POSSA FAZER DEPOIS QUE VOCÊ JÁ CONTRAIU
O HIV
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
SE VOCÊ TEM (COITO ANAL) USANDO (UM
PRESERVATIVO), NÃO VAI PEGAR, NEM TRANSMITIR
O HIV
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|____|
8
9
|____|
8
9
|____|
8
9
|____|
8
9
|____|
8
9
|____|
8
9
|____|
8
9
PARTE L - ESCALA DE COMUNICAÇÃO SEXUAL
Q1201 Em relação a comunicação entre você e seu parceiro sexual, em que medida você concorda com cada uma
das seguintes declarações?
(DÊ NOVAMENTE O CARTÃO G AO ENTREVISTADO)
a) Você não tem problemas em, antes de transar, falar com
os seus parceiros sexuais o que você gosta de fazer na
cama.
b) Você não tem problema em dizer o que fará ou não na
cama, à um parceiro sexual.
c) Em geral, sente-se envergonhado ao conversar com os
seus parceiros sexuais sobre sexo.
d) Você acha fácil perguntar aos seus parceiros sexuais o
que eles acham de sexo mais seguro.
CC
CP
DP
DC
NS
NR
1
2
3
4
8
9
1
2
3
4
8
9
1
2
3
4
8
9
1
2
3
4
8
9
68
PARTE M - ATITUDES SOBRE SEXO E SAÚDE
Q1301 Atitudes sobre o uso de preservativo
(DÊ NOVAMENTE O CARTÃO G AO ENTREVISTADO)
a) Você acha fácil falar com um parceiro sexual que não vai
transar sem usar (preservativo).
b) Você acha difícil, no auge da excitação, fazer sexo mais
seguro.
c) Desde que você use (um preservativo) durante (coito
anal) não tem que se preocupar com AIDS.
d) Sua saúde é determinada pela sorte.
CC
CP
DP
DC
NS
NR
1
2
3
4
8
9
1
2
3
4
8
9
1
2
3
4
8
9
1
2
3
4
8
9
PARTE N – MUDANÇAS NA VIDA SEXUAL
QUESTÃO OU FILTRO
Nº
Q140 Desde que você ouviu falar sobre a
1
AIDS, você tem feito mudanças na
sua vida sexual?
(Leia as opções para o entrevistado):
Q140 De que maneira?
2
CÓDIGO/CATEGORIAS
PULE
PARA
MUITAS
ALGUMAS
POUCAS
NENHUMA
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
1
2
3
4
8
9
DIMINUINDO O NÚMERO DE PARCEIROS
USANDO CAMISINHA
PROCURANDO RELACIONAMENTO ESTÁVEL
EVITANDO PENETRAÇÃO
OUTRAS. ESPECIFICAR:
|________________________|
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
1
2
3
4
5
8
9
SIM
NÃO|
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
1
2
8
9
SEMPRE
ALGUMAS VEZES
RARAMENTE
NUNCA
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
1
2
3
4
8
9
PARTE O – USO DE CAMISINHA
Q150 Você usou camisinha na sua última
1
relação sexual (penetração)?
Q150
2
Com que freqüência você usa
camisinha nas relações sexuais?
Æ
Q1501
Æ
Q1501
Æ
Q1501
69
Q150
3
Nos últimos 6 meses você fez sexo
anal com um homem onde nem você
ou ele usaram camisinha (isto inclui
SIM
NÃO
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
1
2
8
9
1-5 VEZES
6-10 VEZES
11-15 VEZES
16-20 VEZES
MAIS 20 VEZES
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
1
2
3
4
5
8
9
gozar fora)?
Q150 Quantas vezes você fez sexo anal sem
4
camisinha nos últimos 6 meses?
Q150 Com qual das seguintes afirmações
5
você concorda?
EU SÓ FIZ SEXO ANAL SEM CAMISINHA COM
O MEU PARCEIRO REGULAR (CASO,
NAMORADO)
EU FIZ SEXO ANAL SEM CAMISINHA COM
OUTRO HOMEM QUE NÃO ERA MEU
PARCEIRO REGULAR (CASO, NAMORADO)
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
1
2
8
9
ÆQ160
1
70
QUESTÃO OU FILTRO
CÓDIGO/CATEGORIAS
Nº
Q150 As vezes que você fez sexo anal sem camisinha, nos últimos 6 meses, foi por que:
6
(DÊ O CARTÃO H PARA O ENTREVISTADO)
S
MP
VQ
R
N
NS
NR
Sente-se melhor fazendo sexo sem
1
2
3
4
5
8
9
camisinha?
Seu parceiro lhe disse que era HIV
1
2
3
4
5
8
9
negativo?
Não havia camisinha disponível?
1
2
3
4
5
8
9
1
2
3
4
5
8
9
1
2
3
4
5
8
9
Usar camisinha perde o tesão
1
2
3
4
5
8
Você sabia que você e o seu parceiro
tinham o mesmo sorostatus?
Você estava farto de fazer sexo seguro?
1
2
3
4
5
8
1
2
3
4
5
8
Você concordou em não gozar (dentro)
no seu parceiro?
Seu parceiro concordou em não gozar
(dentro) em você?
Você estava apaixonado?
1
2
3
4
5
8
1
2
3
4
5
8
9
1
2
3
4
5
8
9
1
2
3
4
5
8
9
Você estava muito excitado e não parou
para colocar a camisinha?
Você tinha bebido ou usado alguma
droga?
Ambos já tinham feito sexo anal sem
camisinha antes, então você pensou que
não havia razão para usá-la?
9
9
9
9
PARTE P - FONTES DE INFORMAÇÃO
Q160
1
Nos últimos 6 meses, você: (LEIA OS ITENS ABAIXO) quantas vezes (FREQUÂNCIA)?
Atividade
Recebeu camisinha gratuitamente de alguma ONG/AIDS
(GAPA-CE, GRAB, APROCE, etc.)?
Participou de alguma oficina sobre sexo seguro?
Você foi abordado por algum multiplicador de alguma
ONG/AIDS sobre prevenção do HIV/AIDS?
Recebeu alguma material educativo de alguma ONG/AIDS
(GAPA-CE, GRAB, APROCE, ETC...)?
Recebeu camisinha gratuitamente da SESA-CE?
Recebeu alguma material educativo da SESA-CE?
Recebeu alguma informação no seu local de trabalho?
Participou de alguma palestra/treinamento sobre
HIV/AIDS?
S
N
NS
NR
1
2
8
9
1
2
8
9
1
2
8
9
1
2
8
9
1
2
8
9
1
2
8
9
1
2
8
9
1
2
8
9
FQ
|_______
|
|_______
|
|_______
|
|_______
|
|_______
|
|_______
|
|_______
|
|_______
|
PULE
PARA
71
Assistiu a algum vídeo educativo sobre HIV/AIDS da
SESA-CE ou de alguma ONG/AIDS?
Recebeu alguma informação sobre DST/AIDS de outra
fonte? Qual?
1
2
8
9
1
2
8
9
|_______
|
|_______
|
PARTE Q - INSTITUIÇÃO NA SUBCULTURA “GAY” ENVOLVIMENTO
Q170 Você alguma vez na sua vida se envolveu em alguma das seguintes atividades?
1
Atividade
S
Visitando bares, boates ou restaurantes “gays” (ou principalmente “gays”?)
1
Visitando saunas “gays” (ou principalmente “gays”)
1
Trabalhando com organizações ou grupos homossexuais, como GRAB?
rabalhando em outras organizações ou grupos não homossexuais (por
exemplo, grupos políticos?)
Trabalhando em grupos de luta contra a AIDS, como GAPA-CE?
N
NS
NR
2
8
9
2
8
9
1
2
8
9
1
2
8
9
1
2
8
9
PARTE R - REDES SOCIAIS
QUESTÃO OU FILTRO
Nº
Q180 Falando agora dos seus amigos(as)
1
íntimos, quantos amigos íntimos você
diria que tem? (ESCREVER O
TOTAL)
CÓDIGO/CATEGORIAS
PULE
PARA
MASCULINOS
FEMININOS
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|____|
|____|
88
99
Q180 Em geral, até que ponto você acha que
2
pode contar com:
(DÊ O CATÃO H AO
ENTREVISTADO)
a) Amigos?
b) Organizações ou grupos formais ou
informais quando você tem problemas
pessoais?
Q180 Quantas vezes, durante os últimos 30
dias, você teve contatos agradáveis ou
3
informais com parentes, amigos e
vizinhos, incluindo cartas, telefonemas
ou e-mails?
S
MP
VQ
R
N
NS
NR
1
2
3
4
5
8
9
1
2
3
4
5
8
9
DIARIAMENTE OU QUASE TODOS OS DIAS
VÁRIAS VEZES POR SEMANA
UMA OU DUAS VEZES POR SEMANA
UMA OU TRÊS VEZES NOS ÚLTIMOS 30 DIAS
NENHUMA
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
5
4
3
2
1
8
9
6 OU MAIS
4A 5
2A 3
UMA
NENHUMA
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
5
4
3
2
1
8
9
Q180 Com exceção do seu cônjuge ou
4
companheiro(a), com quantas pessoas
você tem confiança para conversar a
respeito de seus problemas pessoais?
PARTE S - SOROPOSITIVIDADE/SORONEGATIVIDADE
72
Q190 Você alguma vez na sua vida já fez o
1
teste contra o HIV?1.Sim 2.Não
(PASSE PARA 78)
Q190 Quantas vezes você já fez o teste?
2
SIM
NÃO
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
1
2
8
9
VEZES
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|____|
88
99
|_____
_|
MÊS
88
99
|_____
_|
ANO
88
99
SIM
NÃO
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
1
2
8
9
SIM
NÃO
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
1
2
8
9
SIM
NÃO
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
1
2
8
9
Q190 Quando foi a ÚLTIMA vez que você
3
fez o teste?
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
Q190 Você tem vontade de fazer (ou de
4
voltar a fazer)?
Q190 Você conhece(eu) alguém que tem
5
(teve) HIV/AIDS?
ÆQ190
4
PARTE T - Violência
Q200 Você já sofreu algum tipo de violência
1
por, causa de sua sexualidade?
ÆQ210
1
73
Parte U - Renda e Classe
QUESTÃO OU FILTRO
Nº
Q210 Renda pessoal
1
Em qual dessas faixas de renda você se
enquadra?
CÓDIGO/CATEGORIAS
PULE
PARA
SEM RENDIMENTO
MENOS DE UM SALÁRIO MÍNIMO
UM A MENOS DE QUATRO SALÁRIOS
MÍNIMOS
QUATRO A MENOS DE OITO SALÁRIOS
MÍNIMOS
OITO A MENOS DE DOZE SALÁRIOS
MÍNIMOS
DOZE SALÁRIOS MÍNIMOS OU MAIS
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
1
2
3
4
5
6
8
9
SEM RENDIMENTO
MENOS DE UM SALÁRIO MÍNIMO
UM A MENOS DE QUATRO SALÁRIOS
MÍNIMOS
QUATRO A MENOS DE OITO SALÁRIOS
MÍNIMOS
OITO A MENOS DE DOZE SALÁRIOS
MÍNIMOS
DOZE SALÁRIOS MÍNIMOS OU MAIS
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
1
2
3
4
5
6
8
9
ANALFABETO
PRIMEIRO GRAU INCOMPLETO
PRIMEIRO GRAU COMPLETO
SEGUNDO GRAU INCOMPLETO
SEGUNDO GRAU COMPLETO
SUPERIOR
PÓS-GRADUAÇÃO
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
Q220 Quantos destes itens você possui em sua casa? (CIRCULE A QUANTIDADE)
4
Itens
NS
Aspirador de pó
0
1
2
3
4+
8
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Q220 Renda familiar
2
Em qual dessas faixas de renda a sua
família se enquadra?
Q220 Qual o grau de instrução do chefe da
3
sua família?
NR
9
Automóvel
0
1
2
3
4+
8
9
Banheiro
0
1
2
3
4+
8
9
Empregada mensalista
0
1
2
3
4+
8
9
Freezer (ou parte da duplex)
0
1
2
3
4+
8
9
Geladeira duplex
0
1
2
3
4+
8
9
Geladeira simples
0
1
2
3
4+
8
9
Máq. de lavar roupa
0
1
2
3
4+
8
9
Rádio
0
1
2
3
4+
8
9
TV em cores
0
1
2
3
4+
8
9
74
Videocassete
0
1
2
3
4+
8
9
Parte V: ONGs
Q230 Você já participou de atividades
1
realizadas pelo GAPA-CE?
SIM
NÃO
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
Q230 Com quais das seguintes atividades você se envolveu, nos últimos 12 meses? e quantas vezes ?
2
SIM
NÃO
NS
NR
FREQ
Atividade
a) Sendo voluntário de uma organização que
1
2
8
9
|________|
trabalha com prevenção do HIV/AIDS?
b) Sendo voluntário de uma organização que
1
2
8
9
|________|
apóia homossexuais?
c) Participando de uma oficina sobre
1
2
8
9
|________|
HIV/AIDS?
d) Participando de um evento para arrecadar
1
2
8
9
|________|
fundos para a AIDS?
e) Lendo uma revista ou jornal gay?
1
2
8
9
|________|
f) Freqüentado algum local gay (bar, boate)
1
2
8
9
1
2
8
9
|________|
QUESTÃO OU FILTRO
CÓDIGO/CATEGORIAS
Nº
Q230 Em que medida você concorda com cada uma das seguintes declarações?
3
(DÊ O CARTÃO G AO ENTREVISTADO)
CC
CP
DP
DC
NS
NR
Declarações
Meus amigos usam camisinha.
1
2
3
4
8
9
Meus amigos me encorajam a usar camisinha.
Eu prefiro fazer sexo com alguém cujo
sorostatus seja igual ao meu.
Meus amigos acham que é importante usar
camisinha quando for fazer sexo com um novo
amigo.
A maioria dos homens gay pensa que é
impossível fazer sexo seguro até haver uma
cura para a AIDS.
1
2
3
4
8
9
1
2
3
4
8
9
1
2
3
4
8
9
1
2
3
4
8
9
PULE
PARA
Parte X: SEXO ANAL
Q240 NÓS TEMOS MAIS ALGUMAS
1
QUESTÕES SOBRE SEXO
Você fez sexo anal uma ou mais vezes
nos últimos 12 meses?
SIM
NÃO
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
1
2
8
9
ÆQ250
1
75
Q240 Nos últimos 12 meses, quantas vezes aconteceu alguma da seguintes situações quando você estava
fazendo sexo anal?
2
Situação
a) A camisinha saiu
FREQUENCIA
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|_____
_|
88
99
FREQUENCIA
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|_____
_|
88
99
FREQUENCIA
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
|_____
_|
88
99
b) A camisinha rasgou
c) Não usei camisinha
Q240 Pensando apenas sobre o(s) parceiro(s)
3
com quem você fez sexo anal SEM
camisinha, nos últimos 12 meses, qual
das seguintes situações melhor
descreve o seu conhecimento sobre o
sorostatus do HIV do seu parceiro?
EU SABIA O SOROSTATUS DE TODOS OS
MEUS PARCEIROS
EU SABIA O SOROSTATUS DE ALGUNS OS
MEUS PARCEIROS
EU NÃO SABIA O SOROSTATUS DE NENHUM
OS MEUS PARCEIROS
NÃO SEI
NÃO RESPONDEU
1
2
3
8
9
Parte Y: DST
Q250
1
Você teve algumas das seguintes doenças nos últimos 12 meses?
SIM
NÃO
NS
NR
Hepatite B
1
2
8
9
Gonorréia
1
2
8
9
Sífilis
1
2
8
9
Úlceras/feridas nos genitais ou no ânus
1
2
8
9
Corrimento uretral/pênis
1
2
8
9
Herpes genital ou anal
1
2
8
9
Verrugas nos genitais ou ânus
1
2
8
9
ÆQ250
1
76
Referência Bibliográfica
2004, Alcohol Alerts, National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism, National Institutes of
Health, U.S. Department of Health and Human Services.
Almeida, R. L. C. 2001, Distribuição espacial da aids no município de Fortaleza e seus determinantes
sócio-econômicos, Mestrado Mestrado, Universidade Federal do Ceará.
Almeida-Filho, N., Lessa, I., Magalh, e. L., Araujo, M. J., Aquino, E., Kawachi, I., & James, S. A.
2004, "Alcohol drinking patterns by gender, ethnicity, and social class in Bahia, Brazil", Rev.Saude
Publica, vol. 38, no. 1, pp. 45-54.
Babor, T. F., Dolinsky, Z. S., Meyer, R. E., Hesselbrock, M., Hofmann, M., & Tennen, H. 1992a,
"Types of alcoholics: concurrent and predictive validity of some common classification schemes",
Br.J.Addict., vol. 87, no. 10, pp. 1415-1431.
Babor, T. F. & Higgins-Biddle, J. C. 2003, Intervenções breves para uso de risco e nocivo de álcool:
manual para uso em atenção primária PAI-PAD, Ribeirão Preto-SP.
Babor, T. F., Higgins-Biddle, J. C., Saunders, J. B., & Monteiro, M. G. 1992b, A U D I T - The
Alcohol Use Disorders Identification Test Guidelines for Use in Primary Care, 2 edn,
WHO/MSD/MSB/01.6a Department of Mental Health and Substance Dependence.
Behavioral Surveillance Surveys 2000, "Guidelines for repeated behavioral surveys in populations
at risk of HIV", Family Health International.
Brasil/ Ministério da Saúde 2004, Boletim Epidemiológico - AIDS e DST, vol. 13, no. 2.
Brasil/ Ministério da Saúde 2005, Inquérito Domiciliar sobre Comportamentos de Risco e Morbidade
Referida de Doenças e Agravos não Transmissíveis. Brasil, 15 capitais e Distrito Federal 2002–2003.
Buehler, J. W., Diaz, T., Hersh, B. S., & Chu, S. Y. 1996, "The supplement to HIV-AIDS
Surveillance project: an approach for monitoring HIV risk behaviors", Public Health Rep., vol. 111
Suppl 1, pp. 133-137.
Calafat, A. 1999, Night life in Europe and recreative drug use: Sonar 98 Martin impressores,
Valencia.
Calafat, A. 2001, Risk and control in the recreational drug culture: Sonar Project Irefrea Martin
impressores, Valencia.
Caldeira, Z. F. 1999, Drogas, indivíduo e família: um estudo de relações singulares, Mestrado
Mestrado, Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública.
Catania, J. A., Osmond, D., Stall, R. D., Pollack, L., Paul, J. P., Blower, S., Binson, D., Canchola, J.
A., Mills, T. C., Fisher, L., Choi, K. H., Porco, T., Turner, C., Blair, J., Henne, J., Bye, L. L., &
Coates, T. J. 2001, "The continuing HIV epidemic among men who have sex with men",
Am.J.Public Health, vol. 91, no. 6, pp. 907-914.
Ceará/Secretaria de Saúde do Estado do Ceará 2004, Dados não publicados.
CEBRID - Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas. UNIFESP - Universidade
Federal de São Paulo. Bebidas Alcoólicas (Álcool Etílico: Etanol). Manual de Bebidas Alcoólicas .
21-1-2005.
Ref Type: Electronic Citation
Center for Disease Control and Prevention 2004a, "High-Risk Sexual Behavior by HIV-Positive
Men Who Have Sex with Men-16 Sites, United States, 2000-2002", Morb.Mortal.Wkly.Rep., vol. 53,
no. 38, pp. 891-894.
77
Center for Disease Control and Prevention 2004b, "High-Risk Sexual Behavior by HIV-Positive
Men Who Have Sex with Men-16 Sites, United States, 2000-2002", Morb.Mortal.Wkly.Rep., vol. 53,
no. 38, pp. 891-894.
Center for Disease Control and Prevention 2001b, "Outbreak of syphilis among men who have sex
with men – Southern California, 2000", Morb.Mortal.Wkly.Rep., vol. 50, pp. 117-120.
Center for Disease Control and Prevention 2001a, "HIV Incidence among Young men who have sex
with men – Seven US cities, 1994-2000", Morb.Mortal.Wkly.Rep., vol. 50, no. 21, pp. 440-444.
Center for Disease Control and Prevention 1999, "Resurgent bacterial sexually transmitted
diseases among men who have sex with men – King County, Washington, 1997-99",
Morb.Mortal.Wkly.Rep., vol. 10, pp. 1555-1561.
Center for Disease Control and Prevention 2004c, "HIV transmission among black college student
and non-student men who have sex with men--North Carolina, 2003", Morb.Mortal.Wkly.Rep., vol.
53, no. 32, pp. 731-734.
Center for Disease Control and Prevention 2003, "Increases in HIV diagnoses—29 states, 1999–
2002", Morb.Mortal.Wkly.Rep., vol. 52, pp. 1145-1148.
Centro Europeu de Vigilância Epidemiológica da Sida 2002, HIV/ AIDS surveillance in Europe,
relatório semestral, 2002 67.
Chu, P. L., McFarland, W., Gibson, S., Weide, D., Henne, J., Miller, P., Partridge, T., & Schwarcz,
S. 2003, "Viagra use in a community-recruited sample of men who have sex with men, San
Francisco", J.Acquir.Immune.Defic.Syndr., vol. 33, no. 2, pp. 191-193.
Clatts, M. C., Goldsamt, L., Neaigus, A., & Welle, D. L. 2003, "The social course of drug injection
and sexual activity among YMSM and other high-risk youth: an agenda for future research",
J.Urban.Health, vol. 80, no. 4 Suppl 3, p. iii26-iii39.
Clatts, M. C., Goldsamt, L., Yi, H., & Gwadz, M. V. 2005, "Homelessness and drug abuse among
young men who have sex with men in New York city: a preliminary epidemiological trajectory",
J.Adolesc., vol. 28, no. 2, pp. 201-214.
Clatts, M. C., Goldsamt, L. A., & Yi, H. 2005, "Drug and sexual risk in four men who have sex with
men populations: evidence for a sustained HIV epidemic in New York City", J.Urban.Health, vol.
82, no. 1 Suppl 1, pp. i9-17.
Colfax, G. N., Mansergh, G., Guzman, R., Vittinghoff, E., Marks, G., Rader, M., & Buchbinder, S.
2001, "Drug use and sexual risk behavior among gay and bisexual men who attend circuit parties:
a venue-based comparison", J.Acquir.Immune.Defic.Syndr., vol. 28, no. 4, pp. 373-379.
Conselho da União Européia,Grupo Horizontal da Droga. Resolução do Conselho relativa à
importância da intervenção precoce para prevenir a Tóxico-dependência, bem como os riscos e a
criminalidade que lhe estão associados, entre os jovens consumidores de drogas. 5034/4/03. 13-62003. 13-6-2003.
Ref Type: Bill/Resolution
Costa, J. S., Silveira, M. F., Gazalle, F. K., Oliveira, S. S., Hallal, P. C., Menezes, A. M., Gigante, D.
P., Olinto, M. T., & Macedo, S. 2004, "[Heavy alcohol consumption and associated factors: a
population-based study]", Rev.Saude Publica, vol. 38, no. 2, pp. 284-291.
Craib, K. J., Spittal, P. M., Wood, E., Laliberte, N., Hogg, R. S., Li, K., Heath, K., Tyndall, M. W.,
O'Shaughnessy, M. V., & Schechter, M. T. 2003, "Risk factors for elevated HIV incidence among
Aboriginal injection drug users in Vancouver", CMAJ., vol. 168, no. 1, pp. 19-24.
de Almeida, L. M. & Coutinho, E. S. 1993, "[Prevalence of alcoholic beverage consumption and
alcoholism in a metropolitan region of Brazil]", Rev.Saude Publica, vol. 27, no. 1, pp. 23-29.
78
de Boni, R. & Pechansky, F. 2002, "Age and gender as risk factors for the transmission of HIV in a
sample of drug users of Porto Alegre, Brazil", Rev.Bras.Psiquiatr., vol. 24, no. 3, pp. 137-140.
de Souza, R. P., de Oliveira, J. S., Wagner, M. B., & Vinciprova, A. R. 1996, "Sexual behavior of
teenagers: conclusions from the results of a comparative study between two surveys--south Brazil",
J.Adolesc.Health, vol. 18, no. 3, pp. 166-167.
Difranceisco, W., Ostrow, D. G., & Chmiel, J. S. 1996, "Sexual adventurism, high-risk behavior,
and human immunodeficiency virus-1 seroconversion among the Chicago MACS-CCS cohort, 1984
to 1992. A case-control study", Sex Transm.Dis., vol. 23, no. 6, pp. 453-460.
EMCDDA 2001, Annual Report 2001.
EMCDDA 2002, Annual Report 2002.
Erbelding, E. J., Chung, S. E., Kamb, M. L., Irwin, K. L., & Rompalo, A. M. 2003, "New sexually
transmitted diseases in HIV-infected patients: markers for ongoing HIV transmission behavior",
J.Acquir.Immune.Defic.Syndr., vol. 33, no. 2, pp. 247-252.
Giusti, Jackeline, S., Sanudo, A., & Scivoletto, S. 2002, "Differences in the pattern of drug use
between male and female adolescents in treatment", Rev.Bras.Psiquiatr., vol. 24, no. 2, pp. 80-82.
Greenwood, G. L., White, E. W., Page-Shafer, K., Bein, E., Osmond, D. H., Paul, J., & Stall, R. D.
2001, "Correlates of heavy substance use among young gay and bisexual men: The San Francisco
Young Men's Health Study", Drug Alcohol Depend., vol. 61, no. 2, pp. 105-112.
Hawkins, J. D., Catalano, R. F., & Miller, J. Y. 1992, "Risk and protective factors for alcohol and
other drug problems in adolescence and early adulthood: implications for substance abuse
prevention", Psychol.Bull., vol. 112, no. 1, pp. 64-105.
Hibell, B., Andersson, B., Ahlstrom, S., Balakireva, O., Bjarnason, T., Kokkevi, A., & Morgan, M.
2000, The 1999 ESPAD Report, Consumo de álcool e de outras drogas em alunos de 30 países
europeus, Conselho Sueco para a Informação sobre o Álcool e Outras Drogas, Grupo Pompidou no
Conselho da Europa, Estocolmo.
Hirshfield, S., Remien, R. H., Humberstone, M., Walavalkar, I., & Chiasson, M. A. 2004,
"Substance use and high-risk sex among men who have sex with men: a national online study in the
USA", AIDS Care, vol. 16, no. 8, pp. 1036-1047.
Irwin, T. W. & Morgenstern, J. 2005, "Drug-Use Patterns Among Men Who Have Sex with Men
Presenting for Alcohol Treatment: Differences in Ethnic and Sexual Identity", J.Urban.Health.
Kerr-Correa, F., Dalben, I., Trinca, L. A., Simão, M. O., Mattos, P. F., Ramos-Cerqueira, A. T. A.,
& Mendes, A. A. 2001, I Levantamento do uso de álcool e de drogas e das condições gerais de vida dos
estudantes da UNESP (1998) Fundação VUNESP, São Paulo.
Kerr-Pontes, L. R., Gondim, R., Mota, R. S., Martins, T. A., & Wypij, D. 1999, "Self-reported
sexual behaviour and HIV risk taking among men who have sex with men in Fortaleza, Brazil",
AIDS, vol. 13, no. 6, pp. 709-717.
Kerr-Pontes, L. R. S., Gondim, R., & Werneck, G. L. Monitoramento do comportamento sexual de
risco entre Homens que fazem sexo com homens no Ceará, 1995, 1998 e 2002. 2003.
Ref Type: Unpublished Work
Kim, A. A., Kent, C. K., & Klausner, J. D. 2002, "Increased risk of HIV and sexually transmitted
disease transmission among gay or bisexual men who use Viagra, San Francisco 2000-2001", AIDS,
vol. 16, no. 10, pp. 1425-1428.
79
Kington, R. & Bryant, K. Alcohol and HIV/AIDS. Alcohol Alert 57. 2002a. National Institute on
Alcohol Abuse and Alcoholism.
Ref Type: Magazine Article
Kington, R. & Bryant, K. Alcohol and HIV/AIDS. Alcohol Alert 57. 2002b. National Institute on
Alcohol Abuse and Alcoholism.
Ref Type: Magazine Article
Koblin, B. A., Chesney, M. A., Husnik, M. J., Bozeman, S., Celum, C. L., Buchbinder, S., Mayer,
K., McKirnan, D., Judson, F. N., Huang, Y., & Coates, T. J. 2003, "High-risk behaviors among men
who have sex with men in 6 US cities: baseline data from the EXPLORE Study", Am.J.Public
Health, vol. 93, no. 6, pp. 926-932.
Koblin, B. A., Torian, L. V., Guilin, V., Ren, L., MacKellar, D. A., & Valleroy, L. A. 2000, "High
prevalence of HIV infection among young men who have sex with men in New York City", AIDS,
vol. 14, no. 12, pp. 1793-1800.
Kreitman, N. 1986, "Alcohol consumption and the preventive paradox", Br.J.Addict., vol. 81, no. 3,
pp. 353-363.
Lee, S. J., Galanter, M., Dermatis, H., & McDowell, D. 2003, "Circuit parties and patterns of drug
use in a subset of gay men", J.Addict.Dis., vol. 22, no. 4, pp. 47-60.
Leri, F., Bruneau, J., & Stewart, J. 2003, "Understanding polydrug use: review of heroin and
cocaine co-use", Addiction, vol. 98, no. 1, pp. 7-22.
Lewis, L. A. & Ross, M. W. 1995, "The gay dance party culture in Sydney: a qualitative analysis",
J.Homosex., vol. 29, no. 1, pp. 41-70.
Lloyd, C. 1998, "Risk Factors for Problem Drug Use: identifying vulnerable groups," in Drugs:
education, prevention and policy, vol. 5.
Mansergh, G., Marks, G., Colfax, G. N., Guzman, R., Rader, M., & Buchbinder, S. 2002,
""Barebacking" in a diverse sample of men who have sex with men", AIDS, vol. 16, no. 4, pp. 653659.
Mattison, A. M., Ross, M. W., Wolfson, T., & Franklin, D. 2001, "Circuit party attendance, club
drug use, and unsafe sex in gay men", J.Subst.Abuse, vol. 13, no. 1-2, pp. 119-126.
Nolen-Hoeksema, S. 2004, "Gender differences in risk factors and consequences for alcohol use and
problems", Clin.Psychol.Rev., vol. 24, no. 8, pp. 981-1010.
O'Malley, P. M. & Johnston, L. D. 2003, "Unsafe driving by high school seniors: national trends
from 1976 to 2001 in tickets and accidents after use of alcohol, marijuana and other illegal drugs",
J.Stud.Alcohol, vol. 64, no. 3, pp. 305-312.
O'Malley, P. M. & Johnston, L. D. 2002, "Epidemiology of alcohol and other drug use among
college students", Journal of Studies on Alcohol, vol. 14, pp. 23-39.
Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT) 2001, Relatório Anual sobre a
Evolução do Fenômeno da Droga na União Européia —2001 Luxemburgo.
Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT) 2002, Relatório 2002: Evolução
do Fenômeno da Droga nos Países da Europa Central e Oriental - PECO candidatos à adesão Lisboa.
Ochoa, K. C., Hahn, J. A., Seal, K. H., & Moss, A. R. 2001, "Overdosing among young injection
drug users in San Francisco", Addict.Behav., vol. 26, no. 3, pp. 453-460.
ODCCP 2000, World drug report, 2000.
80
Parker, R. & Barbosa, R. M. 1996, Sexualidades Brasileiras Relume/Dumará, Rio de Janeiro.
Parker, R. & Terto, V. 1998, Entre homens: homossexualidade no Brasil ABIA, Rio de Janeiro.
Patterson, T. L., Semple, S. J., Zians, J. K., & Strathdee, S. A. 2005, "Methamphetamine-using
HIV-positive men who have sex with men: correlates of polydrug use", J.Urban.Health, vol. 82, no.
1 Suppl 1, p. i120-i126.
Petraitis, J., Flay, B. R., Miller, T. Q., Torpy, E. J., & Greiner, B. 1998, "Illicit substance use among
adolescents: a matrix of prospective predictors", Subst.Use.Misuse., vol. 33, no. 13, pp. 2561-2604.
Purcell, D. W., Wolitski, R. J., Hoff, C. C., Parsons, J. T., Woods, W. J., & Halkitis, P. N. 2005,
"Predictors of the use of viagra, testosterone, and antidepressants among HIV-seropositive gay and
bisexual men", AIDS, vol. 19 Suppl 1, p. S57-S66.
Ramsay, M. Drug misuse declared in 2000: results from the British crime survey research study.
Home Office Research Study 224. 2001. Development and Statistics Directorate.
Ref Type: Generic
Rehm, J., Gmel, G., Sempos, C. T., & Trevisan, M. 2003, "Alcohol-related morbidity and
mortality", Alcohol Res.Health, vol. 27, no. 1, pp. 39-51.
Romanelli, F. & Smith, K. M. 2004, "Recreational use of sildenafil by HIV-positive and -negative
homosexual/bisexual males", Ann.Pharmacother., vol. 38, no. 6, pp. 1024-1030.
Room, R., Babor, T., & Rehm, J. 2005, "Alcohol and public health", Lancet, vol. 365, no. 9458, pp.
519-530.
Saunders, J. B., Aasland, O. G., Amundsen, A., & Grant, M. 1993a, "Alcohol consumption and
related problems among primary health care patients: WHO collaborative project on early
detection of persons with harmful alcohol consumption--I", Addiction, vol. 88, no. 3, pp. 349-362.
Saunders, J. B., Aasland, O. G., Babor, T. F., de, l. F., Jr., & Grant, M. 1993b, "Development of the
Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT): WHO Collaborative Project on Early
Detection of Persons with Harmful Alcohol Consumption--II", Addiction, vol. 88, no. 6, pp. 791-804.
Sherr, L., Bolding, G., Maguire, M., & Elford, J. 2000, "Viagra use and sexual risk behaviour
among gay men in London", AIDS, vol. 14, no. 13, pp. 2051-2053.
Simão, M. O., Kerr-Correa, F., & Dalben, I. 2002, "Alcoholic women and men: a comparative
study of social and familial aspects and outcome", Rev.Bras.Psiquiatr., vol. 24, no. 3, pp. 121-129.
Skog, O. J. 1999, "The prevention paradox revisited", Addiction, vol. 94, no. 5, pp. 751-757.
Solowij, N., Hall, W., & Lee, N. 1992, "Recreational MDMA use in Sydney: a profile of 'Ecstacy'
users and their experiences with the drug", Br.J.Addict., vol. 87, no. 8, pp. 1161-1172.
Stall, R., Paul, J. P., Greenwood, G., Pollack, L. M., Bein, E., Crosby, G. M., Mills, T. C., Binson,
D., Coates, T. J., & Catania, J. A. 2001, "Alcohol use, drug use and alcohol-related problems
among men who have sex with men: the Urban Men's Health Study", Addiction, vol. 96, no. 11, pp.
1589-1601.
Stueve, A., O'Donnell, L., Duran, R., San, D. A., & Geier, J. 2002, "Being high and taking sexual
risks: findings from a multisite survey of urban young men who have sex with men", AIDS
Educ.Prev., vol. 14, no. 6, pp. 482-495.
Szwarcwald, C. L., Barbosa, A., Jr., Pascom, A. R., & Souza, P. R., Jr. 2004, "Pesquisa de
Conhecimento, Atitudes e Práticas na População Brasileira de 15 a 54 anos, 2004", Boletim
Epidemiológico - AIDS e DST, vol. 18, no. 1, pp. 16-21.
81
Thiede, H., Valleroy, L. A., MacKellar, D. A., Celentano, D. D., Ford, W. L., Hagan, H., Koblin, B.
A., LaLota, M., McFarland, W., Shehan, D. A., & Torian, L. V. 2003, "Regional patterns and
correlates of substance use among young men who have sex with men in 7 US urban areas",
Am.J.Public Health, vol. 93, no. 11, pp. 1915-1921.
Tossmann, P., Boldt, S., & Tensil, M. D. 2001, "The use of drugs within the techno party scene in
European metropolitan cities", Eur.Addict.Res., vol. 7, no. 1, pp. 2-23.
Tucci, A. M., Kerr-Correa, F., & Dias, R. S. 2004, "Social disability of Brazilian mood disorder
patients", Braz.J.Med.Biol.Res., vol. 37, no. 11, pp. 1713-1720.
UNAIDS. Drug abuse and HIV/AIDS: lessons learned. 2001. Nova Iorque, UNAIDS Best Practice
Collection, ODCCP Studies on Drugs and Crime. Fact sheet 2002: Eastern Europe and Central
Asia. UNAIDS.
Ref Type: Serial (Book,Monograph)
UNAIDS 2002, Fact sheet 2002: Eastern Europe and Central Asia.
UNITED STATES. Department of Agriculture Food and Nutrition Information Center 2000,
Dietary Guidelines for Americans.
UNODC 2002, Global illicit drugs trends, 2002.
Valleroy, L. A., MacKellar, D. A., Karon, J. M., Rosen, D. H., McFarland, W., Shehan, D. A.,
Stoyanoff, S. R., LaLota, M., Celentano, D. D., Koblin, B. A., Thiede, H., Katz, M. H., Torian, L. V.,
& Janssen, R. S. 2000, "HIV prevalence and associated risks in young men who have sex with men.
Young Men's Survey Study Group", JAMA, vol. 284, no. 2, pp. 198-204.
Vanable, P. A., McKirnan, D. J., Buchbinder, S. P., Bartholow, B. N., Douglas, J. M., Jr., Judson, F.
N., & MacQueen, K. M. 2004a, "Alcohol use and high-risk sexual behavior among men who have
sex with men: the effects of consumption level and partner type", Health Psychol., vol. 23, no. 5, pp.
525-532.
Vanable, P. A., McKirnan, D. J., Buchbinder, S. P., Bartholow, B. N., Douglas, J. M., Jr., Judson, F.
N., & MacQueen, K. M. 2004b, "Alcohol use and high-risk sexual behavior among men who have
sex with men: the effects of consumption level and partner type", Health Psychol., vol. 23, no. 5, pp.
525-532.
Victora, C. G., Huttly, S. R., Fuchs, S. C., & Olinto, M. T. 1997, "The role of conceptual
frameworks in epidemiological analysis: a hierarchical approach", Int.J.Epidemiol., vol. 26, no. 1,
pp. 224-227.
Vogeltanz, N. D. & Wilsnack, R. W. 1997, "Alcohol problems in women: Risk factors,
consequences, and treatment strategies," in Health care for women: psychological, social, and
behavioral influences, S. Gallant, G. Keita, & R. Royak-Schaler, eds., American Psychological
Association, Washington, DC, pp. 75-96.
Waldo, C. R., McFarland, W., Katz, M. H., MacKellar, D., & Valleroy, L. A. 2000, "Very young
gay and bisexual men are at risk for HIV infection: the San Francisco Bay Area Young Men's
Survey II", J.Acquir.Immune.Defic.Syndr., vol. 24, no. 2, pp. 168-174.
Wallace, J. M., Jr., Brown, T. N., Bachman, J. G., & LaVeist, T. A. 2003, "The influence of race
and religion on abstinence from alcohol, cigarettes and marijuana among adolescents",
J.Stud.Alcohol, vol. 64, no. 6, pp. 843-848.
Ward, J. W. & Duchin, J. S. 1997, "The epidemiology of HIV and AIDS in the United States",
AIDS Clin.Rev. pp. 1-45.
82
Weber, A. E., Craib, K. J., Chan, K., Martindale, S., Miller, M. L., Cook, D. A., Schechter, M. T., &
Hogg, R. S. 2003, "Determinants of HIV serconversion in an era of increasing HIV infection among
young gay and bisexual men", AIDS, vol. 17, no. 5, pp. 774-777.
Wechsler, H., Dowdall, G. W., Davenport, A., & Rimm, E. B. 1995, "A gender-specific measure of
binge drinking among college students", Am.J.Public Health, vol. 85, no. 7, pp. 982-985.
Weinhardt, L. S. & Carey, M. P. 2000, "Does alcohol lead to sexual risk behavior? Findings from
event-level research", Annu.Rev.Sex Res., vol. 11, pp. 125-157.
Wilsnack, R. W., Vogeltanz, N. D., Wilsnack, S. C., Harris, T. R., Ahlstrom, S., Bondy, S., Csemy,
L., Ferrence, R., Ferris, J., Fleming, J., Graham, K., Greenfield, T., Guyon, L., Haavio-Mannila, E.,
Kellner, F., Knibbe, R., Kubicka, L., Loukomskaia, M., Mustonen, H., Nadeau, L., Narusk, A.,
Neve, R., Rahav, G., Spak, F., Teichman, M., Trocki, K., Webster, I., & Weiss, S. 2000, "Gender
differences in alcohol consumption and adverse drinking consequences: cross-cultural patterns",
Addiction, vol. 95, no. 2, pp. 251-265.
Wolitski, R. J., Valdiserri, R. O., Denning, P. H., & Levine, W. C. 2001, "Are we headed for a
resurgence of the HIV epidemic among men who have sex with men?", Am.J.Public Health, vol. 91,
no. 6, pp. 883-888.
Woody, G. E., Donnell, D., Seage, G. R., Metzger, D., Marmor, M., Koblin, B. A., Buchbinder, S.,
Gross, M., Stone, B., & Judson, F. N. 1999, "Non-injection substance use correlates with risky sex
among men having sex with men: data from HIVNET", Drug Alcohol Depend., vol. 53, no. 3, pp.
197-205.
World Health Organization 1993, Classificação Internacional de Transtornos Mentais e do
Comportamento da CID-10, Artes Médicas, Porto Alegre-RS.
World Health Organization 2000, International guide for monitoring alcohol consumption and
related harm, WHO, Geneva.
World Health Organization 2002b, About global alcohol database, WHO, Geneva.
World Health Organization 2002a, The World health report 2002: reducing risks, promoting healthy
life, WHO, Geneva.
83
ARTIGO
84
Beber se embriagando, Uso de Drogas e Comportamentos de
Risco entre Homens que fazem Sexo com Homens no Ceará,
Brasil.
João Marcos de Meneses e Silva 1, Ligia Regina Sansigolo Kerr 2.
Mestrado em Saúde Pública do Departamento de Saúde Comunitária, Faculdade de
Medicina - FAMED, Universidade Federal do Ceará - UFC. NESC, 5º andar, Fortaleza
– Ceará, Brasil.
1- Mestrando em Saúde Pública pela Faculdade de Medicina – FAMED/ UFC
2 – Professora Adjunta do Depto. de Saúde Comunitária – UFC (Orientadora)
RESUMO (Abstract)
RESUMO
O conceito de “beber se embriagando” destaca-se de forma valiosa por sua
associação freqüente com comportamentos de risco. É definido como aquele bebedor
que ingere uma grande quantidade de álcool por vez (cinco ou mais doses) ficando
embriagado, mas que não se encontra nos critérios para o abuso do álcool ou
dependência. Na população de homens que fazem sexo com outros homens – HSH a
relação do consumo de álcool como fator de risco para comportamentos sexuais tem
relação direta à transmissão e conseqüente mortalidade pelo HIV, principalmente
quando associada a múltiplos parceiros. No presente estudo, a incidência de “bebedores
que se embreagam” foi de 63% dos HSH, muito acima dos padrões encontrados em
estudos americanos. Observou-se ainda que o consumo crescente de álcool leva a um
aumento do uso concomitante de outras drogas, sejam lícitas ou ilícitas. Quanto à
incidência de “bebedores que se embriagam” em relação à idade, observou-se que há
um aumento com a faixa etária, até 55 anos, idade máxima investigada. Em outras
populações estudadas, observa-se uma tendência de queda nesta prevalência,
principalmente entre indivíduos mais velhos (acima de 60 anos). Um aprofundamento
desta questão faz-se necessário nesta população, sendo objeto de estudo para futuras
pesquisas.
85
INTRODUÇÃO (Background)
Entende-se por binge drinking como aquele bebedor que ingere uma grande
quantidade de álcool, cinco ou mais doses por vez, ficando embriagado, e que não se
encontra nos critérios para o abuso do álcool ou dependência (Kreitman 1986;Wechsler,
Dowdall, Davenport, & Rimm 1995). Tal conceito está associado com uma série de
conseqüências físicas ao uso de álcool, como problemas cardiovasculares (Pletcher
2005), lesões cerebrais (Townshend 2005), conseqüências sociais, como problemas
policiais (Rhodes 2005), aumento de violência (Molcho 2004), problemas no trabalho
(Wiesner 2005), fatores comportamentais (Stein 2005, Rosengard 2005), uso
concomitante de nicotina (Rahman 2005, Tang 2005, Strine 2005) e outras drogas
(Champion 2004), sendo importante problema de saúde pública, principalmente entre
jovens (Slutske 2005).
Entre a população de homens que fazem sexo com homens tem sido importante
motivo de investigação a associação entre uso de álcool e outras drogas e o
comportamento sexual (Parsons 2005, Patterson 2005). Nessa população o uso de droga
insere-se dentro de um contexto sexual (Purcell, Wolitski, Hoff, Parsons, Woods, &
Halkitis 2005). Homens que têm relação sexual com outros homens enquanto estão sob
o efeito de drogas continuam a usar drogas durante a prática sexual (“party and play”), e
algumas delas como inalantes (poppers), êxtase e anfetaminas podem “melhorar” as
experiências sexuais. O uso de drogas comuns em clubes como êxtase, gama-hidróxidobutirato (GHB), ketamina e cristais têm sido associados a comportamentos sexuais de
alto risco (Colfax, Mansergh, Guzman, Vittinghoff, Marks, Rader, & Buchbinder
86
2001;Lewis & Ross 1995;Mansergh, Marks, Colfax, Guzman, Rader, & Buchbinder
2002;Mattison, Ross, Wolfson, & Franklin 2001;Romanelli & Smith 2004).
No Ceará, os estudos já realizados mostraram que o percentual de HSH em risco
sexual tem variado de forma importante, chegando próximo a 45% em 1995, baixando
para 22% em 1998 e voltando a crescer para mais de 50% em 2002 (Kerr-Pontes,
Gondim, Mota, Martins, & Wypij 1999;Kerr-Pontes, Gondim, & Werneck 2003).
Nesse estudo é proposto investigar o uso de álcool e outras drogas entre homens
que fazem sexo com homens em três grandes centros do estado do Ceará – Brasil, de
modo a representar as diversidades sócio-econômico-culturais desse estado,
identificando seus padrões de consumo alcoólico e os fatores de risco associados à
bebida. Poderá ainda contribuir para que os programas de prevenção à infecção pelo
HIV e à AIDS incluam esta temática em suas agendas diminuindo a vulnerabilidade
deste grupo à esta tão temível doença.
METODOLOGIA (Method)
DESENHO DO ESTUDO (Design)
Trata-se de um estudo transversal (seccional, analítico), utilizando-se
questionário semi-estruturado aplicado por entrevistadores previamente treinados e
residentes nas regiões metropolitanas das cidades selecionadas para a pesquisa. Tal
questionário vem sendo utilizado em pesquisas anteriores neste estado, junto a outros
estudos no Ministério da Saúde e em estudos internacionais referentes ao mesmo
87
assunto (Behavioral Surveillance Surveys 2000). Contém perguntas relativas aos
seguintes tópicos: dados socioeconômicos e demográficos; identidade sexual;
conhecimento, atitudes, percepções e práticas de risco para o HIV, mecanismos de
transmissão e formas de prevenção; busca por testagem para HIV, conhecimento do
status sorológico; dados sobre comportamento sexual; uso de preservativo; histórico de
violência sexual; uso de drogas e álcool; locais onde os parceiros sexuais são
procurados. Contém ainda questões utilizadas para o diagnóstico do uso problemático
do álcool, a fim de identificar os problemas provocados pela bebida e o seu grau de
consumo, por instrumento internacional, o AUDIT.
O AUDIT foi desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como
um simples método de rastreamento da ingestão excessiva de álcool e para auxiliar na
avaliação de sua etiologia (Saunders, Aasland, Amundsen, & Grant 1993a;Saunders,
Aasland, Babor, de, Jr., & Grant 1993b). Isto pode ajudar a identificar a ingestão
excessiva com a causa da doença presente. Isto proporciona uma formulação de um
plano de intervenção para ajudar a reduzir o perigo de ser bebedor, cessando ou
diminuindo o consumo de álcool e deste modo evitar conseqüências prejudiciais desse
consumo. O AUDIT também ajuda a identificar a dependência do álcool e algumas
conseqüências específicas da ingestão nociva. Isto é particularmente designado por
atenção médica e uma série de planejamentos de saúde, mas com instruções apropriadas
isto pode ser auto-administrado ou usado por profissionais que não sejam da área da
saúde (Babor, Higgins-Biddle, Saunders, & Monteiro 1992b).
Ele se constituiu de 10 itens para rastrear tanto os bebedores pesados que ainda
não vivenciaram conseqüências provocadas pela bebida, como aqueles com problemas
mais graves. Seu escore varia de 0 a 40 e sua pontuação pode ser feita de vários modos.
Uma pontuação superior a oito indica a necessidade de um diagnóstico mais específico.
88
Babor, responsável principal pelo instrumento, vem propondo quatro níveis de escore
para o AUDIT, que sugeririam fazer (ou não) uma intervenção breve, inserida na
atenção primária à saúde e dirigida aos profissionais de saúde. O escore, então, seria
classificado da seguinte maneira: 1) Consumo de baixo risco ou abstêmios = 0 a 7
pontos; 2) Consumo de risco = 8 a 15 pontos; 3) Uso nocivo ou consumo de alto risco =
16 a 19 pontos; 4) Provável dependência = 20 ou mais pontos (máximo = 40 pontos)
(Babor, Higgins-Biddle, Saunders, & Monteiro 1992b;Babor & Higgins-Biddle 2003).
LOCAL DA PESQUISA (Setting)
A pesquisa foi realizada em três grandes centros urbanos do estado do Ceará, a
iniciar-se pela capital Fortaleza, seguida de Sobral e região do Cariri, de modo a
representar as diversidades sócio-econômico-culturais do referido estado. As entrevistas
foram conduzidas por entrevistadores, treinados previamente, em número de vinte em
Fortaleza, quatro em Sobral e quatro em Cariri. Foram organizados em equipes de dois
componentes cada, totalizando quatorze equipes. Foram formadas 10 equipes de
entrevistadores em cada centro urbano sob investigação. Os questionários foram
coletados no intervalo de três meses. Foram remetidos para a universidade
coordenadora, onde foram digitados e analisados.
Os locais foram organizados a partir de um mapeamento dos estabelecimentos
que se destinam ao público gay e/ ou possuem uma clientela que compartilha desta
orientação. Após esta etapa, os locais foram sorteados aleatoriamente considerando o
tamanho da amostra neste município e número de entrevistadores/ equipe. Cada equipe
visitou locais previamente determinados pelo plano de campo e em cada um deles
89
realizou suas entrevistas. Por se tratar de um público flutuante, os diversos locais foram
identificados em dois momentos (p. ex: durante a semana e fim de semana) para garantir
uma caracterização melhor dos freqüentadores e devido ao fato de que o número de
pessoas (e as características p. ex: classe econômica) que foram encontradas em um
dado local poderiam variar dia a dia, horário/ turno do dia, ou ainda do período do mês
(início/ meio/ fim, próximo a dias de pagamento, feriados, etc.). Desta forma, cada local
visitado foi considerado também em relação ao período/ turno. Os estabelecimentos
selecionados para entrevistas “durante a semana” foram acessados em um dia da semana
entre segunda e sexta-feira, exceto quando o dia já estava especificado, através de
sorteio. O mesmo foi observado também nos estabelecimentos previstos a serem
visitados no fim de semana, sábado ou domingo, que foram também sorteados. O turno
também foi levado em conta na visita de acordo com o horário de funcionamento dos
mesmos: bares e boates à noite, cines fim de tarde/ começo de noite, saunas fim de tarde
ou noite e algumas barracas de praia à noite.
PARTICIPANTES (Participant)
Foram incluídos no estudo 600 indivíduos do sexo masculino que referiram ter
tido sexo oral ou anal com outros homens nos seis meses que antecederam a pesquisa,
com 14 anos ou mais de idade, que concordaram em responder a um questionário e que
assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido. Destes participantes, 400
residiam em Fortaleza, 100 em Sobral e 100 na região do Cariri, procedentes dos
municípios de Juazeiro do Norte, Barbalha ou Crato.
90
RESULTADOS (Results)
Características sócio-demográficas
A amostra estudada compunha-se de 598 HSH residentes em Fortaleza (67%),
Sobral (17%) e região do Cariri (16%). A idade média dos participantes variou de
acordo com a localidade, sendo que Sobral apresentou homens com valores médios
inferiores a Fortaleza e Cariri, respectivamente (Sobral: média: 25 anos; dp: 6; mediana:
24; amplitude: 16-54 anos; Fortaleza: média: 29 anos; dp: 8; mediana: 28 anos;
amplitude: 15-55; p<0,001; Cariri: média: 28 anos; dp: 8; mediana: 27 anos; amplitude:
16-54; p=0.007). O percentual de homens pertencentes à classe econômica A ou B em
Fortaleza foi significativamente maior que em Sobral e Cariri (p<0.001). Por outro lado,
o percentual de homens que referiram ter recebido dinheiro, presentes ou favores em
troca de sexo foi significativamente maior em Sobral (p<0,001). O percentual de
indivíduos que fizeram o teste anti-HIV na região do Cariri foi significativamente maior
do que aqueles de Fortaleza (p<0.001) e Sobral (p<0.001). Não se observou diferença
entre estas proporções para Fortaleza e Sobral (p=0.345).
Consumo de álcool e drogas
Considerando-se que o uso de álcool está associado com comportamento sexual
de alto risco e com uso de drogas (Kington & Bryant 2002b), os participantes foram
classificados de acordo com dois diferentes escores de avaliação do consumo de álcool:
91
critério binge drinking e a classificação do AUDIT. Entende-se por binge drinking,
aquele bebedor que ingere uma grande quantidade de álcool por vez ficando
embriagado, mas que não se encontra nos critérios para o abuso do álcool ou
dependência. O AUDIT, por sua vez, constitui-se em um método de rastreamento da
ingestão excessiva de álcool.
As características sócio-econômico-demográficas desta população foram
estudadas, de forma bivariada, entre aqueles que foram classificados como tendo ou não
o padrão de uso do “beber se embriagando” (binge drinking; tabela 1). Não houve
diferença entre as distintas faixas etárias, estado civil, escolaridade, classe econômica,
moradia e identidade sexual (p>0.05). Religiões (p=0.01), raça (p=0.002) e ter feito
teste para HIV (p=0,048) mostraram-se significativas nesta análise.
Quanto à classificação do AUDIT, um importante percentual teve seu consumo
classificado como de risco (37%), uso nocivo ou consumo de alto risco (8%) e provável
dependência (8%). O uso de qualquer droga ou de drogas específicas cresceu
significativamente conforme aumentou o consumo de álcool (tabela 2).
O número de doses tomadas em um dia típico (p<0.03) e o escore no AUDIT
(p=0.001) entre as três localidades foram significativamente maiores na cidade de
Sobral. O uso de maconha e o uso de qualquer outra droga também foram mais elevados
nesta localidade (p=0.003 e p=0.002).
Na análise bivariada para avaliar associação entre ser ter o padrão de uso do
“beber se embriagando” e variáveis sócio-econômicas ou comportamentais (tabela 1)
somente foram significativas às religiões (p=0,016), raça (0,002) e testagem para HIV
(p=0.048).
Na análise multivariada (tabela 4), o efeito cluster das localidades foi levado em
consideração. Tomar qualquer droga (OR: 2,3; 95%IC: 1,8-2,9), ser negro (OR: 5,9;
92
95%IC: 1,7-20,1) ou pardo (OR: 1,8; 95%IC: 1,3-2,6) em relação a ser branco, possuir
família que não apóia a orientação sexual (OR: 1,4; 95%IC: 1,1-1,9), ter recebido
dinheiro, presentes ou favores em troca de sexo (OR: 2,0; 95%IC: 1,4-3,0), ter feito o
teste HIV (OR: 1,7; 95%IC: 1,3-2,2) e ter de 21 a 30 anos (OR: 1,5; 95%IC: 1,1-2,9) ou
mais de 30 (OR: 1,6; 95%IC: 1,2-2,3) foram variáveis que aumentaram o risco de ser
um binge entre os HSH.
DISCUSSÃO (Discussion)
O consumo de álcool tem sido objeto de estudo quanto a sua possível associação
com comportamentos de risco entre Homens que fazem sexo com outros Homens –
HSH. O presente estudo evidenciou um elevado percentual de homens que consomem
cinco ou mais doses em um dia típico (Fortaleza, 53%; Cariri, 58% e Sobral, 74%) e
associam outras drogas ao consumo do álcool. Recentemente, um importante debate tem
concluído a definição de um tipo de bebedor que se embriaga eventualmente – binge
drinking – como aquele bebedor que ingere ocasionalmente uma grande quantidade de
álcool, mas que não se encontra nos critérios para o abuso do álcool ou dependência,
segundo os critérios do AUDIT. Este tipo de indivíduo é fundamental dentro da
população HSH, pois embora não seja dependente químico, tem seu comportamento
habitual alterado de maneira significativa pelo efeito etílico, contribuindo para maior
acentuação dos comportamentos de risco em tais indivíduos.
No presente estudo, a incidência destes bebedores foi de 63% dos HSH
entrevistados e não se observou o comportamento de risco (sexo anal desprotegido) em
maior proporção entre os bebedores do que naqueles não bebedores. Também se
93
observou que o consumo crescente de álcool leva a um aumento do uso concomitante de
outras drogas, sejam lícitas ou ilícitas. O álcool atuaria como uma porta de entrada –
gateway - para o consumo de outras drogas e para outros possíveis comportamentos de
risco, como o sexual. Inclusive o uso de álcool pode mascarar resultados ou falsear
respostas devido ao efeito de amnésia de seus usuários após o consumo. É o chamado
efeito “blackout”, quando os usuários nada lembram de quando estavam embriagados.
O percentual de homens consumindo cinco ou mais doses mostrou-se muito
acima de padrões encontrados em estudos americanos. Estudo realizado em seis cidades
americanas entre HSH HIV negativos, e que relatam ter tido relação sexual anal com
um ou mais parceiros no último ano, observou-se que mais de 26% relataram o uso de
bebidas em pelo menos três vezes por semana, e mais de 10% eram bebedores pesados
(quatro doses por dia ou seis ou mais doses por ocasião). A maconha foi a droga não
injetável mais utilizada (46,3%). Homens que referiram uso de drogas ilícitas nos
últimos seis meses anteriores ao estudo foram significantemente mais relacionados à
relação sexual anal desprotegida desconhecendo o status sorológico do parceiro. Em
usuários pesados de álcool também foram verificadas essas associações (Koblin,
Chesney, Husnik, Bozeman, Celum, Buchbinder, Mayer, McKirnan, Judson, Huang, &
Coates 2003).
Em São Francisco foi realizada pesquisa, no ano de 2001, com 295 HSH que
participavam de festas durante fins de semana. Durante última festa de fim de semana,
80% usaram êxtase, 66% Ketamina, 43% anfetaminas e 12% poppers; 53% usaram
quatro ou mais drogas. A prevalência foi maior em fins-de-semana com festas do que
sem festas (p <0.001). Sexo anal desprotegido com parceiros de status sorológico
desconhecido foi maior durante as festas, sendo reportado por 21% dos HIV-positivos e
9% dos HIV-negativos. Em uma análise multivariada, os fatores preditores para sexo
94
anal desprotegido foram ser HIV-positivos (OR: 3.2; IC95%: 1.4-7.5), e uso de
anfetaminas nos fins-de-semana (OR 2.4; 95% CI, 1.1-4.9), sildenafil (OR, 3.8; 95% CI,
2.0-7.3), e Êxtase (OR, 2.2; 95% CI, 1.3-4.0) (Colfax, Mansergh, Guzman, Vittinghoff,
Marks, Rader, & Buchbinder 2001).
A relação entre consumo de drogas e comportamento sexual de risco parece ser
mais complexa do que comumente tem sido entendida, mostrando controvérsias e
achados diferenciados. Uma revisão dos eventos associados ao consumo de álcool tem
mostrado mais freqüentemente uma associação positiva com comportamentos sexuais
de risco (Weinhardt & Carey 2000). Em alguns estudos, determinados padrões de uso
do álcool e outras drogas evidenciam uma forte associação com comportamentos de
risco (Koblin, Chesney, Husnik, Bozeman, Celum, Buchbinder, Mayer, McKirnan,
Judson, Huang, & Coates 2003) mostrando, por exemplo, que o uso de quatro ou mais
doses de álcool triplicaram a chance de realizar sexo anal desprotegido com parceiros
primários (Vanable et al. 2004b). Estudo entre usuários leves e pesados de anfetamina
soropositivos para o HIV em Nova Iorque observou-se maior risco sexual para os
usuários classificados como pesados (Patterson, Semple, Zians, & Strathdee 2005).
Este estudo realizado no Ceará mostrou que o percentual de bebedores que se
embriagam é maior entre aqueles cujas famílias desaprovam sua orientação sexual. Em
pesquisa realizada em São Paulo, entre pacientes alcoolistas tratados na Faculdade de
Medicina de Botucatu, os principais resultados mostraram que a estrutura familiar
estava comprometida com relacionamento difícil para 65,7% dos homens e a violência
familiar presente em 61,1% dos homens (Simão, Kerr-Correa, & Dalben 2002).
O consumo problemático e intensivo de drogas mostra forte relação com fatores
sociais e econômicos, porém também está associado a circunstâncias individuais e
familiares. Indivíduos com tais problemas apresentam mais doenças psíquicas e
95
comportamentos que levam a criminalidade. Pode-se argumentar, ainda, que os
indivíduos com problemas desta natureza se envolvem de forma mais grave no consumo
de droga (Lloyd 1998;Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT)
2002).
Os indivíduos que referiram receber dinheiro em troca de sexo foram mais
freqüentemente classificados como bebedores que se embriagam. Além disto, entre
aqueles de classes sócio-econômicas mais baixas (classe “D” e “E”) a troca de sexo por
dinheiro, favores ou presentes foi significativamente mais elevada. Os encontros sexuais
aos quais estas subpopulações estão sujeitas são freqüentemente acompanhados pelo
consumo elevado do álcool. A bebida alcoólica tem sido referida por esta população
como uma das mediadoras deste tipo de relacionamento. Outro aspecto importante é o
fato de que estas relações costumam se iniciar em ambientes onde ocorre a venda de
bebidas.
Verificou-se, ainda, neste estudo, que 90% dos que referiram ter feito teste para
HIV no último ano eram bebedores que se embriagavam. É possível que a realização do
teste anti-HIV, em tal população, seja mais freqüente quanto maior seja sua percepção
do risco associada ao seu comportamento sexual. Isto levaria estes indivíduos a se
preocuparem mais com seu status sorológico e, conseqüentemente, realizarem o teste.
Quanto à incidência de bebedores que se embriagam em relação à idade,
observou-se que há um aumento com a faixa etária, até 55 anos, idade máxima
investigada. Em outras populações estudadas, observa-se uma queda na prevalência
destes bebedores, principalmente entre indivíduos mais velhos (acima de 60 anos). Esta
população específica poderia, por demorar mais tempo para assumir sua orientação, ter
este padrão diferenciado, dado que ao assumi-la, passa a procurar seus parceiros num
96
ambiente que favorece o consumo do álcool. Um aprofundamento desta questão faz-se
necessário nesta população.
Um importante fator de estudo comportamental para esta população é seu local
de laser, e como se comportam em tais lugares. Neste estudo observou-se que mais de
55% dos entrevistados conheciam seus parceiros em bares e boates, ambientes estes que
favorecem o consumo de bebidas alcoólicas.
CONCLUSÕES (Conclusions)
O estudo desta população evidenciou um alto consumo de bebidas alcoólicas
entre os mesmos, aparecendo de forma muito freqüente o chamado bebedor que se
embriaga, que pode ter uma série de outros comportamentos de risco associados a este
comportamento. Seria necessário explorar mais a complexa teia de fatores associados ao
comportamento de beber se embriagando, visto que muitos estudos são contraditórios
em mostrar uma associação direta entre os mesmos. O uso de outras drogas
conjuntamente, a troca de sexo por dinheiro, presentes ou favores, especialmente numa
região pobre como o Nordeste brasileiro, e os locais onde os parceiros são procurados
merecem ser levados em consideração no delineamento de campanhas preventivas entre
esta comunidade específica. Esta é a primeira vez que se estuda a associação de
comportamentos sexuais de risco em homossexuais e bissexuais e binge drinking no
Brasil e os achados deste estudo remetem à importância que este problema de saúde
pública assume nesta população específica e à necessidade de se qualificar profissionais
da saúde para trabalharem com esta questão.
97
Tabela 1: Padrão de uso “beber se embriagando” e variáveis Sócio-Demográficas e
comportamentais
Variáveis
Total
Beber se
embriagando
p
Sócio–Demográficas
Idade
=< 20
21 |---| 30
>=31
68
204
157
55 (81)
176 (86)
135 (86)
0,521
Estado Civil
Solteiro/ separado/ divorciado
Casado/ junto
403
30
347(86)
22 (73)
0,065
Escolaridade
1º grau
2º grau incompleto ou +
59
371
55 (93)
313 (84)
0,075
Classe econômica
A/ B
C
D/ E
217
130
74
184(85)
111 (85)
66 (89)
0,669
Religião
Católico
Evangélico/ protestante
Afro-brasileiro
Não tem
Outras
308
19
13
66
25
270 (88)
17 (89)
13(100)
48 (73)
20 (80)
0,016
Raça
Branca
Negra
Pardo
154
67
200
121 (79)
64 (95)
176 (88)
0,002
Moradia
Só/ parceiro/ amigos
Família/ parentes
132
302
112 (85)
258 (85)
0,884
Identidade sexual
Homossexual
Bissexual
Heterossexual
355
54
16
299 (84)
47 (87)
15 (94)
0,633
Sim
Não
107
324
97(91)
270(83)
Realizou teste para HIV?
Sim
Não
158
276
142(90)
228(83)
0,048
Reação familiar quando sabe da
orientação sexual
Apóia
Não Apóia
48
386
39 (81)
331 (86)
0,392
234
200
196 (84)
174 (87)
Comportamentais
Recebeu dinheiro por sexo?
Sexo anal desprotegido
Sim
Não
(*) Binge drinking, retirados entre aqueles pesquisados que referiram ter bebido pelo
menos uma vez nos últimos 06 meses, e que não eram dependentes de álcool pelo
AUDIT.
0,084
0,415
98
Tabela 2 – Consumo de álcool entre Homens que fazem Sexo com Homens, de
acordo com o AUDIT, em três grandes centros urbanos do Ceará, Brasil.
AUDIT
Drogas
Maconha
Sim
Não
Cocaína
Sim
Não
Anfetamina
Sim
Não
Inalante
Sim
Não
Poppers
Sim
Não
Êxtase
Sim
Não
0-7
N (%)
8-15
N (%)
16-19
N (%)
20 ou+
N (%)
P*
48 (18)
222 (82)
93 (44)
121 (56)
28 (57)
21 (43)
32 (65)
17 (35)
<0.001
18 (7)
253 (93)
22 (10)
192 (90)
11 (23)
38 (77)
12 (24)
38 (76)
<0.001
9 (3)
263 (97)
17 (8)
198 (92)
5 (10)
45 (90)
11 (22)
38 (78)
<0,001
54 (20)
208 (80)
72 (34)
138 (66)
15 (31)
34 (69)
26 (53)
23 (47)
<0.001
10 (4)
262 (96)
3 (1)
213 (99)
2 (4)
47 (96)
6 (12)
43 (88)
0,003
7 (3)
264 (97)
8 (4)
209 (96)
5 (10)
44 (90)
χ2 de tendência central
0 a 7 pontos= Consumo de baixo risco ou abstêmios
8 a 15 pontos= Consumo de risco
16 a 19 pontos= Uso nocivo ou consumo de alto risco
20 ou mais pontos= Provável dependência
7 (14)
43 (86)
0,001
Teste de qui - quadrado de Tendência
99
Tabela 3: Consumo de álcool e drogas por localidade estudada
Variáveis
P
Total
Cidade/Região
Fortaleza
Cariri
Sobral
N(1) (%)
N(1) (%)
N(1) (%)
397(100)
96(100)
99(100)
Nenhuma
<=1/mês
2-4 vezes/mês
2-3 vezes/sem
>=4 vezes/sem
83 (21)
62 (16)
145 (37)
71 (18)
28 (7)
19 (20)
7 (7)
45 (47)
16 (17)
8 (8)
11 (11)
22 (22)
36 (37)
22 (22)
7 (7)
p=0,070
Número de doses em dia típico de
bebida
Nenhuma
1-2
3-4
5-6
7-9
10 ou mais
72 (20)
21 (6)
82 (22)
49 (13)
50 (14)
96 (26)
18 (19)
3 (3)
19 (20)
12 (13)
15 (16)
27 (29)
9 (9)
4 (4)
13 (13)
11 (11)
16 (16)
45 (46)
p=0,028
Escore no AUDIT
0a7
8 a 15
16 a 19
>= 20
205 (52)
139 (35)
27 (7)
25 (6)
34 (35)
37 (39)
14 (15)
11 (12)
34 (35)
41 (42)
9 (9)
14 (14)
p=0,001
Sim
Não
120 (31)
271 (70)
33 (35)
62 (65)
48 (49)
50 (51)
p=0,003
Cocaína/ Crack
Sim
Não
49 (13)
342 (87)
7 (7)
89 (92)
7 (7)
92 (93)
p=0,146
Anfetamina
Sim
Não
23 (6)
370 (94)
7 (7)
89 (93)
12 (12)
87 (88)
p=0,096
Inalante
Sim
Não
116 (30)
271 (70)
21 (22)
75 (78)
31 (31)
68 (69)
p=0,253
Poppers
Sim
Não
17 (4)
376 (96)
0 (0)
96 (100)
4 (4)
95 (96)
p=0,118
Êxtase/ Ácido
Sim
Não
21 (5)
373 (95)
4 (4)
92 (96)
2 (2)
97 (98)
p=0,306
Qualquer droga
Sim
Não
162 (41)
230 (59)
41 (43)
54 (56)
60 (61)
39 (39)
p=0,002
Uso de álcool
Freqüência de consumo
Uso de drogas
(Últimos 12 meses)
Maconha
Agregados que não somam o total são devido à falta de informação.
100
Tabela 4 – Análise multivariada das variáveis preditoras de ser binge drinking entre
HSH em três grandes centros urbanos do Ceará, Brasil.
Variável
Usar qualquer droga x não usar
Raça negra x branca
Raça parda x branca
Família desaprova orientação sexual
Ser casado/ junto x solteiro/separado/divórcio
Recebeu dinheiro por sexo
Fez o teste para HIV
Ter de 21 a 30 anos x ter <21
Ter mais que 30 anos x ter <21
OR Bruto (IC 95%)
2,2 (1,7-3.0)
5,8 (2,1-15,9)
2,0 (1,4-2,9)
1,4 (1,0-1,9)
0,4 (0,2-1,1)
1,9 (1,3-3,0)
1,9 (1,6-2,1)
1,5 (0,9-2,4)
1,4 (1,0-2,0)
*OR ajustado para todas as outras variáveis da tabela
OR* Ajustado (IC 95%)
2,3 (1,8_2,9)
5,9 (1,7-20,1)
1,8 (1,3-2,6)
1,4 (1,1-1,9)
0,3 (0,2-0,6)
2,0 (1,4-3,0)
1,7 (1,3-2,2)
1,5 (1,1-2,9)
1,6 (1,2-2,3)
101
Referência Bibliográfica
1. Babor, T. F. & Higgins-Biddle, J. C. 2003, Intervenções breves para uso de risco e nocivo de
álcool: manual para uso em atenção primária PAI-PAD, Ribeirão Preto-SP.
2. Babor, T. F., Higgins-Biddle, J. C., Saunders, J. B., & Monteiro, M. G. 1992, A U D I T - The
Alcohol Use Disorders Identification Test Guidelines for Use in Primary Care, 2 edn,
WHO/MSD/MSB/01.6a Department of Mental Health and Substance Dependence.
3. Behavioral Surveillance Surveys 2000, "Guidelines for repeated behavioral surveys in
populations at risk of HIV", Family Health International.
4. Champion, H. L., Foley, K. L., DuRant, R. H., Hensberry, R., Altman, D., & Wolfson, M. 2004,
"Adolescent sexual victimization, use of alcohol and other substances, and other health risk
behaviors", J.Adolesc.Health, vol. 35, no. 4, pp. 321-328.
5. Colfax, G. N., Mansergh, G., Guzman, R., Vittinghoff, E., Marks, G., Rader, M., & Buchbinder,
S. 2001, "Drug use and sexual risk behavior among gay and bisexual men who attend circuit
parties: a venue-based comparison", J.Acquir.Immune.Defic.Syndr., vol. 28, no. 4, pp. 373-379.
6. Kerr-Pontes, L. R. S., Gondim, R., Mota, R. S., Martins, T. A., & Wypij, D. 1999, "Self-reported
sexual behaviour and HIV risk taking among men who have sex with men in Fortaleza, Brazil",
AIDS, vol. 13, no. 6, pp. 709-717.
7. Kerr-Pontes, L. R. S., Gondim, R., & Werneck, G. L. Monitoramento do comportamento sexual
de risco entre Homens que fazem sexo com homens no Ceará, 1995, 1998 e 2002. 2003.
Ref Type: Unpublished Work
8. Kington, R. & Bryant, K. Alcohol and HIV/AIDS. Alcohol Alert 57. 2002. National Institute on
Alcohol Abuse and Alcoholism.
Ref Type: Magazine Article
9. Koblin, B. A., Chesney, M. A., Husnik, M. J., Bozeman, S., Celum, C. L., Buchbinder, S.,
Mayer, K., McKirnan, D., Judson, F. N., Huang, Y., & Coates, T. J. 2003, "High-risk behaviors
among men who have sex with men in 6 US cities: baseline data from the EXPLORE Study",
Am.J.Public Health, vol. 93, no. 6, pp. 926-932.
10. Kreitman, N. 1986, "Alcohol consumption and the preventive paradox", Br.J.Addict., vol. 81, no.
3, pp. 353-363.
11. Lewis, L. A. & Ross, M. W. 1995, "The gay dance party culture in Sydney: a qualitative
analysis", J.Homosex., vol. 29, no. 1, pp. 41-70.
12. Lloyd, C. 1998, "Risk Factors for Problem Drug Use: identifying vulnerable groups", Drugs:
education, prevention and policy, vol. 5, no. 3, pp. 217-232.
13. Mansergh, G., Marks, G., Colfax, G. N., Guzman, R., Rader, M., & Buchbinder, S. 2002,
""Barebacking" in a diverse sample of men who have sex with men", AIDS, vol. 16, no. 4, pp.
653-659.
14. Mattison, A. M., Ross, M. W., Wolfson, T., & Franklin, D. 2001, "Circuit party attendance, club
drug use, and unsafe sex in gay men", J.Subst.Abuse, vol. 13, no. 1-2, pp. 119-126.
15. Molcho, M., Harel, Y., & Dina, L. O. 2004, "Substance use and youth violence. A study among
6th to 10th grade Israeli school children", Int.J.Adolesc.Med.Health, vol. 16, no. 3, pp. 239-251.
16. Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT) 2002, Relatório 2002:
Evolução do Fenômeno da Droga nos Países da Europa Central e Oriental - PECO candidatos
à adesão Lisboa.
102
17. Parsons, J. T., Kutnick, A. H., Halkitis, P. N., Punzalan, J. C., & Carbonari, J. P. 2005, "Sexual
risk behaviors and substance use among alcohol abusing HIV-positive men who have sex with
men", J.Psychoactive Drugs, vol. 37, no. 1, pp. 27-36.
18. Patterson, T. L., Semple, S. J., Zians, J. K., & Strathdee, S. A. 2005, "Methamphetamine-using
HIV-positive men who have sex with men: correlates of polydrug use", J.Urban.Health, vol. 82,
no. 1 Suppl 1, p. i120-i126.
19. Pletcher, M. J., Varosy, P., Kiefe, C. I., Lewis, C. E., Sidney, S., & Hulley, S. B. 2005, "Alcohol
consumption, binge drinking, and early coronary calcification: findings from the Coronary
Artery Risk Development in Young Adults (CARDIA) Study", Am.J.Epidemiol., vol. 161, no. 5,
pp. 423-433.
20. Purcell, D. W., Wolitski, R. J., Hoff, C. C., Parsons, J. T., Woods, W. J., & Halkitis, P. N. 2005,
"Predictors of the use of viagra, testosterone, and antidepressants among HIV-seropositive gay
and bisexual men", AIDS, vol. 19 Suppl 1, p. S57-S66.
21. Rahman, M. M., Luong, N. T., Divan, H. A., Jesser, C., Golz, S. D., Thirumalai, K., Reedy, A.,
& Olivas, G. S. 2005, "Prevalence and predictors of smoking behavior among Vietnamese men
living in California", Nicotine.Tob.Res., vol. 7, no. 1, pp. 103-109.
22. Rhodes, W. A., Singleton, E., McMillan, T. B., & Perrino, C. S. 2005, "Does knowledge of
college drinking policy influence student binge drinking?", J.Am.Coll.Health, vol. 54, no. 1, pp.
45-49.
23. Romanelli, F. & Smith, K. M. 2004, "Recreational use of sildenafil by HIV-positive and negative homosexual/bisexual males", Ann.Pharmacother., vol. 38, no. 6, pp. 1024-1030.
24. Rosengard, C., Clarke, J. G., DaSilva, K., Hebert, M., Rose, J., & Stein, M. D. 2005, "Correlates
of partner-specific condom use intentions among incarcerated women in Rhode Island",
Perspect.Sex Reprod.Health, vol. 37, no. 1, pp. 32-38.
25. Saunders, J. B., Aasland, O. G., Amundsen, A., & Grant, M. 1993a, "Alcohol consumption and
related problems among primary health care patients: WHO collaborative project on early
detection of persons with harmful alcohol consumption--I", Addiction, vol. 88, no. 3, pp. 349362.
26. Saunders, J. B., Aasland, O. G., Babor, T. F., de, l. F., Jr., & Grant, M. 1993b, "Development of
the Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT): WHO Collaborative Project on Early
Detection of Persons with Harmful Alcohol Consumption--II", Addiction, vol. 88, no. 6, pp. 791804.
27. Simão, M. O., Kerr-Correa, F., & Dalben, I. 2002, "Alcoholic women and men: a comparative
study of social and familial aspects and outcome", Rev.Bras.Psiquiatr., vol. 24, no. 3, pp. 121129.
28. Slutske, W. S. 2005, "Alcohol use disorders among US college students and their non-collegeattending peers", Arch.Gen.Psychiatry, vol. 62, no. 3, pp. 321-327.
29. Stein, M., Herman, D. S., Trisvan, E., Pirraglia, P., Engler, P., & Anderson, B. J. 2005, "Alcohol
use and sexual risk behavior among human immunodeficiency virus-positive persons", Alcohol
Clin.Exp.Res., vol. 29, no. 5, pp. 837-843.
30. Strine, T. W., Okoro, C. A., Chapman, D. P., Balluz, L. S., Ford, E. S., Ajani, U. A., & Mokdad,
A. H. 2005, "Health-related quality of life and health risk behaviors among smokers",
Am.J.Prev.Med., vol. 28, no. 2, pp. 182-187.
31. Tang, X., Chen, X., Li, H., Stanton, B., & Li, X. 2005, "Smoking and drinking patterns among
residents of Li ethnic minority villages in Hainan, China", Subst.Use.Misuse., vol. 40, no. 5, pp.
687-701.
103
32. Townshend, J. M. & Duka, T. 2005, "Binge drinking, cognitive performance and mood in a
population of young social drinkers", Alcohol Clin.Exp.Res., vol. 29, no. 3, pp. 317-325.
33. Vanable, P. A., McKirnan, D. J., Buchbinder, S. P., Bartholow, B. N., Douglas, J. M., Jr.,
Judson, F. N., & MacQueen, K. M. 2004, "Alcohol use and high-risk sexual behavior among
men who have sex with men: the effects of consumption level and partner type", Health
Psychol., vol. 23, no. 5, pp. 525-532.
34. Wechsler, H., Dowdall, G. W., Davenport, A., & Rimm, E. B. 1995, "A gender-specific measure
of binge drinking among college students", Am.J.Public Health, vol. 85, no. 7, pp. 982-985.
35. Weinhardt, L. S. & Carey, M. P. 2000, "Does alcohol lead to sexual risk behavior? Findings
from event-level research", Annu.Rev.Sex Res., vol. 11, pp. 125-157.
36. Wiesner, M., Windle, M., & Freeman, A. 2005, "Work stress, substance use, and depression
among young adult workers: an examination of main and moderator effect model",
J.Occup.Health Psychol., vol. 10, no. 2, pp. 83-96.
Download

Uso do álcool e outras Drogas entre Homens que fazem Sexo com