Jornal da
FEBRASGO
Ano 16 – edição 112 – Março 2010
Publicação da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
FEBRASGO FAZ
RAIO-X DOS
PROGRAMAS
DE RESIDÊNCIA
MÉDICA
haiti
A lição de
solidariedade
dos médicos
brasileiros
gripe A
Gestantes
recebem a
vacina em
todo o país
URGENTE
Solteiras
abandonam
o aleitamento
mais cedo
Recertificação
Primeiros certificados
de atualização
profissional serão
emitidos em 2011
*Bula na página 19
um piscar de olhos já se foi o
primeiro trimestre de 2010.
Felizmente, um período de bastante trabalho, decisões e conquistas
para a especialidade. Bom exemplo são
os resultados apresentados nesta edição
sobre o inédito mapeamento dos programas de residência médica brasileiros,
uma ação da Coordenadoria de Ensino e
Avaliação da FEBRASGO. Para compor o
levantamento, os integrantes da CEA se
dedicaram integralmente, sempre com o
intuito de melhorar o ensino da obstetrícia e ginecologia no Brasil. Certamente é
um trabalho que deve prosseguir e dele
ainda colheremos muitos frutos.
Nos próximos meses ainda apresentaremos outras descobertas deste estudo e
também as novas etapas a serem cumpridas. Mas já aproveito para agradecer, em
nome da Comissão, ao precioso apoio dos
representantes estaduais e a acolhedora
receptividade dos supervisores dos programas visitados, que permitiram que o
cadastro fosse realizado com sucesso.
Neste Jornal da FEBRASGO temos
ainda uma tocante reportagem sobre o
socorro às vítimas do terremoto do Haiti.
‘‘
Pesquisa
identificou que mães
solteiras têm cinco
vezes mais risco
de abandonar
o aleitamento
materno exclusivo
do que as demais
índice
’’
As lições de solidariedade de instituições
como AMB, APM e do Hospital Albert
Einstein nos confortam e demonstram
que, acima da dedicação e da experiência, o médico deve se pautar invariavelmente pelo humanismo.
Falando de atualidades, trazemos uma
série de notícias relevantes sobre a saúde
da mulher, razão de ser de nossa especialidade. Uma delas é a influência do meio no
desmame. Uma pesquisa identificou que
mães solteiras têm cinco vezes mais risco
de abandonar precocemente o aleitamento
materno exclusivo do que as demais. A informação serve para que possamos oferecer
ainda mais atenção e incentivo às pacientes
incluídas neste perfil.
Por fim, registro, com tristeza, a
partida da professora Ellen Hardy, em
março último. Pesquisadora, professora,
doutora e mulher, Ellen deixou familiares, amigos, colegas de trabalho e,
acima de tudo, admiradores.
Resta nos espelhar em sua luta diária
e vida de grandes realizações. Boa leitura
e até a próxima.
editorial
N
balanço positivo neste
primeiro trimestre
Nilson Roberto de Melo
Especial Residência Médica...........................................4
Haiti: uma lição de solidariedade................................. 6
Pílulas...........................................................................9
Direto da Fonte...........................................................12
Nota de falecimento...................................................13
Giro pelos estados......................................................16
Revalidação do título de especialista............................17
Portal da FEBRASGO...................................................18
Jornal da FEBRASGO – Março 2010
especialização
febrasgo mapeia programas
de residência médica
Integrantes de comissão visitaram, em 2009, mais de
100 projetos credenciados pelo Ministério da Educação
Q
uando de sua constituição, em
2008, a Coordenadoria de Ensino e Avaliação da FEBRASGO traçou dois importantes objetivos. Um deles
foi aperfeiçoar a prova para obtenção do
TEGO, plenamente alcançado em recente
avaliação, em Belo Horizonte, Minas Gerais, durante o 530 Congresso Brasileiro de
Ginecologia e Obstetrícia (CBGO). O outro
propósito era a realização de um “censo
nacional”, cadastrando, em minúcias, todos os programas de residência médica
em obstetrícia e ginecologia credenciados
pelo Ministério da Educação, o MEC.
“Nossa meta era cadastrar 100% dos
programas durante o ano de 2009. Infelizmente, o tempo curto não foi suficiente para visitar os mais de 150 projetos”,
explica Renato Passini, que coordenou o
trabalho. “Mas obtivemos avanços relevantes no processo de mapeamento.”
Passini conta que a iniciativa buscou
atingir um total de 7 programas de residência médica na região Norte, 23 no Nordeste, 17 no Centro-Oeste, 80 no Sudeste
e 26 no Sul, a serem visitados por um dos
membros do CEA entre os meses de fevereiro e outubro, totalizando 153 iniciativas.
Destas, 105 foram visitadas em 2009.
“Conhecemos programas em todas
as regiões, sempre por intermédio do representante da FEBRASGO no respectivo
estado. Após
autorizados
pelos supervisores
destes
projetos, marcávamos uma data para a visita.
Durante conversa informal, seguíamos
um roteiro predeterminado de oito páginas para conhecer melhor os aspectos
de funcionamento de cada iniciativa. É
necessário destacar o papel fundamental dos representantes das federadas da
FEBRASGO na Comissão de Residência,
durante o ano de 2009, que fizeram os
contatos e conseguiram autorização dos
responsáveis pelos programas para que
os membros da CEA pudessem visitálos. Muitos, inclusive, participaram dos
encontros em conjunto com os integrantes da comissão. Também é importante
salientar a receptividade e atenção que
tivemos nas visitas, não só pelos supervisores, mas por outros preceptores e médicos residentes dos programas que nos
ajudaram com informações detalhadas.”
Em meio a esse trabalho, boas surpresas foram observadas. Um exemplo,
aponta um dos integrantes do CEA, José
Geraldo Lopes Ramos, são os enormes
benefícios que os projetos proporcionam
localmente. “Em uma das regiões, a implementação da residência médica, há
Residência em números
17
7
80
23
26
cerca de três, anos já garantiu melhora
nos índices de qualidade de atendimento à população. Somente neste período,
houve redução de quase 80% da taxa de
mortalidade materna“.
Necessidades especiais
“Um fato que pudemos verificar foi
que algumas unidades com dificuldade
para conseguir treinamentos específicos
têm recorrido a convênios com outras com
o fim de suprir problemas momentâneos.
A partir dessa constatação, passamos a
deixar a FEBRASGO à disposição desses
hospitais e maternidades para auxiliar na
identificação de locais para treinamento
de pessoal”, informa Passini.
Segundo ele, a FEBRASGO poderá
intermediar estes convênios, sempre
que do interesse das Instituições, de
preferência dentro da própria cidade ou
do estado. Mais do que capacitação de
residentes, a meta é treinar os próprios
preceptores. Tudo isso, vale ressaltar,
custeado pelas próprias instituições interessadas. O papel da FEBRASGO será de
facilitador do processo.
Próximos passos
Renato Passini esclarece que as instituições não contatadas em 2009 receberão,
em breve, o convite para a visita de um
Jornal da FEBRASGO – Março 2010
•A maior parte dos programas de GO
ocorre em instituições públicas
•Praticamente 100% deles possuem
UTII, serviço de ultrassonografia, dopplervelocimetria, cardiotocografia e
colposcopia
•O número de leitos, em média, é de
15 a 20 para internação ginecológica e
30 a 40 para internações obstétricas
•Ambulatórios especializados, principalmente de ginecologia, têm sido implantados em número cada vez maior
•O número de preceptores variou,
em média, de 2 a 5 por programa. A
maioria deles possui TEGO e residência médica em GO
•O número médio de vagas credenciadas é de cerca de 5 para cada uma
das fases do programa (R1, R2, R3)
representante da Comissão de Residência
Médica (CORE), que dará continuação ao
trabalho iniciado pela CEA.
“Os novos membros da Comissão já
estão se organizando e devem recomeçar
os encontros nas próximas semanas. A
ideia é, além de comparecer às instituições, manter o banco de dados atualizado,
acrescentando, sempre, informações recentes. A média de procedimentos que os
residentes realizam durante os três anos,
quantidade de partos normais e cesáreas,
de partos operatórios, de histerectomias
abdominais e vaginais, por exemplo, são
informações importantes para conhecer
melhor o tipo de treinamento cirúrgico e
obstétrico oferecido no país.”
Outro objetivo a ser adicionado ao estudo é o melhor conhecimento do treinamento dos residentes em cirurgias e procedimentos específicos. “É necessário incluir
questões sobre alguns pontos específicos,
como as cirurgias uroginecológicas, videoendoscópicas e de mama, assim como os
atendimentos a pacientes mais graves.”
Por fim, é importante conhecer os
métodos de avaliação a que os médicos residentes são submetidos. “Constatamos que a maioria passa por avaliações teóricas (provas) e por conceito,
que é uma nota dada por desempenho
Ã
ao final de cada estágio.”
A opinião de alguns membros da CEA
“O grande benefício da CEA foi mapear a residência médica em GO no
país, ainda que tenhamos verificado
grande heterogeneidade no que se
ensina. Este cadastro também nos
permitiu iniciar a discussão sobre as
competências na formação do especialista. Neste momento, devemos
começar a pensar em ações colaborativas entre os programas.”
Vera Borges
“Acredito que o processo de cadastramento in loco realizado permite
ter ideia bem mais real da situação
das residências em GO no Brasil do
que a simples avaliação por meio de
um documento.”
Paulo Leão
“Foi uma experiência gratificante,
pois, na maioria dos serviços visitados, seja em capitais ou no interior,
observamos que o ponto em comum
é a vontade de aprimorar a residência, mesmo frente a dificuldades financeiras e estruturais, infelizmente
marcantes no nosso sistema de saúde. Os coordenadores dos programas
foram sempre solícitos e entenderam
nosso papel, não hesitando em mostrar os aspectos positivos e até as deficiências de cada serviço.”
Mario Dias
“O mapeamento significou um amplo diagnóstico de como estão os
treinamentos dos especialistas em
GO em todo o Brasil. Pudemos verificar como se comportam os diversos
tipos de programas e de que forma
cada um consegue realizar, da melhor maneira possível, as normativas
da Comissão Nacional de Residência
Médica. Também constatamos que,
pelo fato de o país ser muito grande,
e as necessidades extremamente diversas nas diferentes regiões, temos
tanto programas comparáveis aos do
Primeiro Mundo, como alguns com
necessidades primárias. Ou seja, enquanto certos residentes saem aptos
a realizar uma cirurgia oncológica,
outros não conseguem manter uma
relação médico-paciente adequada.”
José Geraldo Lopes Ramos
“Esse processo de cadastramento foi
muito importante para um primeiro
contato com a realidade da residência
médica no Brasil. A ação deve ser permanente para que problemas e soluções sejam encontrados rapidamente,
permitindo melhoria estrutural e funcional dos programas, a fim de que
possam ser nivelados por cima. Se todos os preceptores e residentes dominarem as competências mínimas da
residência médica em GO, isso redundará em beneficio no atendimento da
população como um todo.” Gutemberg Leão de Almeida Filho
especialização
Por dentro
dos serviços
Conheça os representantes estaduais
da Comissão de Residência Médica em 2010
AC –Edvaldo Amorim de Sousa
AL –José Antonio Morais Martins
AM–Maria Grasiela Correira Leite
AP –Carlos Glenny Valente Pó
BA –Omar Ismail Santos Pereira Darzé
CE –Flávio Lucio Pontes Ibiapina
DF –Antonio César Paes Barbosa
ES –Luiz Alberto Sobral Vieira Junior
GO –Washington Luiz Ferreira Rios
MA–Rosy Ane de Jesus P. Araujo Barros
MG–Anderson de Souza Bruno
MS –Maithê Vendas Galhardo
MT –José Meirelles Filho
PA –Lílian Cristina Caldeira Thomé
PB –Roberto Magliano de Morais
PE –Aurélio Antonio Ribeiro da Costa
PI –Ione Maria Ribeiro Soares Lopes
PR –Renato Luiz Sbalqueiro
RJ –Augusta Maria B. de Assumpção
RN –Patrícia Costa F. Meireles Bezerra
RO–Maria Conceição R. Simões
RR –José Antonio do Nascimento Filho
RS –João Sabino da Cunha Filho
SC –Ricardo Nascimento
SE –Menilson Menezes
SP –Gilberto Uemura
TO –Fabio Roberto Ruiz de Moraes
Jornal da FEBRASGO – Março 2010
SEM FRONTEIRAS
Haiti: a lição de solidarieda
Em acampamento, voluntários prestam atendimento à população haitiana
Profissionais
relatam os desafios
e a satisfação de
prestar ajuda às
vítimas do terremoto
U
m mês após os fortes tremores
que destruíram o já frágil Haiti,
16 voluntários brasileiros (médicos, enfermeiros e um técnico em radiologia) chegaram à cidade de Les Cayes,
localizada a aproximadamente 200 quilômetros da região mais atingida, a capital,
Porto Príncipe. O atendimento médico foi
realizado no Instituto Brenda Strafford,
que resistiu intacto à catástrofe.
O primeiro grupo de médicos brasileiros que prestou socorro ao país, organizado pela parceria entre a ONG Expedicionários da Saúde e a Associação Médica
Brasileira (AMB), havia estado no mesmo
local, para os atendimentos mais urgentes
durante as semanas subsequentes à tragédia. O segundo e terceiro grupos resultaram do cadastro promovido pela AMB,
no qual mais de mil profissionais voluntários se inscreveram. A seleção foi feita por
Maria Cecília Damasceno, do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Jornal da FEBRASGO – Março 2010
A iniciativa teve apoio da Associação
Paulista de Medicina e das Sociedades de
Especialidade: FEBRASGO, Sociedade Brasileira de Anestesiologia, Sociedade Brasileira
de Ortopedia e Traumatologia, Sociedade
Brasileira de Cirurgia Vascular e Colégio
Brasileiro de Cirurgiões, entre outras, além
das faculdades USP e Universidade Federal
de São Paulo. As indústrias farmacêuticas e
de equipamentos foram os patrocinadores
do engajamento. “A ação só foi possível
com a ajuda de todas essas entidades, que
uniram profissionais, meios de transporte,
equipamentos, suprimentos médicos e recursos financeiros diretos”, destaca José
Luiz Gomes do Amaral, coordenador da
missão e presidente da AMB.
As equipes utilizaram duas enfermarias,
uma central de esterilização e duas salas de
cirurgia. “Tínhamos um total de 40 leitos
para os pacientes e também assistimos as
crianças de um orfanato local e os haitianos
desalojados que se abrigaram em um campo de futebol próximo”, conta Amaral.
Chegada
“Partimos de avião até a República Dominicana e depois foram mais
13 horas em um micro-ônibus até Les
Cayes”, informou o ortopedista Robson
Azevedo. A equipe levou 1,5 tonelada
de insumos, medicamentos e aparelhagem, dividida em 75 caixas.
O cirurgião André Canesso Pierro,
integrante do primeiro grupo, descreve
o trajeto. “Cerca de 30 quilômetros de
muita destruição, rachaduras de 60 centímetros de diâmetro no asfalto, cheiro
de plástico e lixo queimados.” A visão
tampouco era animadora. “Pessoas vagando, muito angustiadas, pelas ruas e
estradas. Bastante pobreza e sujeira.”
Improvisos
Com a destruição do sistema de saneamento básico, as pessoas cozinhavam e
improvisavam banheiros ao ar livre. Como
suas moradias foram destruídas, alojavamse em barracas, espalhadas por terrenos
abandonados e praças. Mesmo com o
cenário difícil, a missão brasileira montou
uma estrutura adequada a um trabalho
de qualidade: “Ficamos instalados no pátio do hospital, que também nos ofereceu
quatro quartos para guardarmos nossos
pertences, alimentação e sanitários”, diz
o presidente da AMB. “Apesar da gravidade da situação, fizemos o atendimento
e as cirurgias no mesmo padrão de hospitais de alto nível, com total segurança,
sem improvisação”, relata. “Esses fatores,
aliados à competência e fibra de toda a
equipe, nos permitiram obter resultados
satisfatórios”, comemora.
Sérgio Lobo, anestesiologista, explica
que foi possível levar medicamentos, kits
laboratoriais, materiais de anestesia e equipamentos cirúrgicos que ajudaram a realizar cirurgias de médio e grande porte.
Equipe e atendimentos
Eles passaram por 12 horas diárias de
trabalho, totalizando 180 horas de assistência; centenas de atendimentos ambulatoriais, 61 internações e 83 cirurgias. “Foi
um prazer imenso poder melhorar a vida
dessas pessoas e constatar que a equipe
toda trabalhou com muito amor e carinho”, comenta Azevedo.
“Aos 20 anos de carreira, tive uma experiência incrível ao atuar nessa ação solidária”, emociona-se. “Ninguém, em nenhum
momento, se negou a ajudar, a colaborar”,
lembra. Tal dedicação era reconhecida por
todos. “Fomos elogiados pelo atendimento
humano; fazíamos questão de chamar os
pacientes pelo nome, nos esforçamos para
falar a língua deles, oferecíamos carinho,
atenção”, diz o ortopedista.
“Quando iniciamos o alistamento de
médicos, a inscrição de mais de 700 voluntários em uma semana nos deu a certeza
de que estávamos no caminho certo, que
poderíamos expressar a solidariedade dos
médicos brasileiros em relação ao povo haitiano”, afirma Amaral.
E, ainda que em meio a tanto sofrimento, a população do Haiti recebeu os
médicos muito bem. Conversavam sobre
futebol, pois adoram jogadores como
Kaká e Ronaldo. “Antes de ir, tínhamos
receio em relação à segurança, mas em
nenhum momento nos sentimos ameaçados nem vimos qualquer cena de violência”, garante Azevedo.
Apoio
O trabalho em equipe foi fundamental para o sucesso da missão. “Sem o
técnico em radiologia, os enfermeiros
ou as pessoas que se ocuparam da logística, nada teria sido possível”, reconhece
o coordenador da iniciativa.
As famílias dos voluntários tiveram
papel fundamental: “Não houve oposição. Todos entenderam que a medicina
é assim: um dia se trabalha num hospital;
no outro, em condições mais complicadas”, ressalta. “Todos ficaram muito satisfeitos por nós”, emociona-se.
Einstein também faz
missão humanitária
Claudio Lottenberg,
presidente do
hospital, relata
como tem sido esse
importante trabalho
D
esde o início de fevereiro, poucos
dias após o terremoto que vitimou
mais de 200 mil pessoas no Haiti, o
Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) vem
enviando missões humanitárias com médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e outros
profissionais das áreas de saúde e também
técnica. Ao todo, cerca de 50 profissionais,
divididos em três grupos, já participaram
das missões de socorro e solidariedade.
O atendimento do HIAE é prestado
em um hospital de campanha organizado pela Universidade Harvard, na cidade
de Fond Parisien, a cerca de 60 quilômetros da capital haitiana.
Segundo Claudio Lottenberg, presidente do Albert Einstein, logo após o terremoto,
uma equipe foi designada a ir ao Haiti identificar um local seguro e com estrutura adequada para que o hospital pudesse montar
uma tenda de assistência às vítimas.
“O primeiro grupo, composto por 15
profissionais, viajou em 5 de fevereiro. Tanto essa primeira equipe como as outras
duas posteriores tinha médicos de diversas
Futuro
Se a preocupação inicial era resgatar
os sobreviventes e atender os que apresentavam riscos de morte e corrigir lesões
graves, agora o maior perigo são as doenças infectocontagiosas, que prevalecem à
época de chuvas e podem comprometer
a recuperação das vítimas.
“A necessidade atual é de intervenções cirúrgicas corretivas e a preparação
para próteses e reabilitação, o que pode
ser ainda mais complicado que o próprio
terremoto”, avalia Amaral.
Um terceiro grupo, também formado a partir do cadastro promovido
pelas entidades, encaminhou-se para
Les Cayes no fim de fevereiro. Foram
novamente 15 profissionais, entre os
quais oito médicos. “A AMB tem buscado articular-se com os serviços médicos das Forças Armadas no sentido
de criar uma força-tarefa permanente,
destinada a assistir ocorrências tanto
no território nacional como no estrangeiro”, finaliza José Luiz Gomes do
Amaral, presidente da entidade.
Ã
Fonte: APM, por Karina Tambellini
SEM FRONTEIRAS
ade dos médicos brasileiros
áreas, como pediatras, cirurgiões e ortopedistas, além de farmacêuticos, engenheiros,
enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas
ocupacionais, psicólogo, fisiatra, técnico de
manutenção, entre outros.”
As missões do HIAE têm enfrentado
algumas dificuldades relativas à absoluta
falta de infraestrutura, consequência do
próprio terremoto, relata Lottenberg. “Ainda assim, já foram enviadas 4 toneladas de
medicamentos e materiais.” Formadas por voluntários, as equipes
são do corpo profissional do hospital, destacadas de acordo com as principais necessidades do povo haitiano. “Essa também foi
uma das atribuições dos primeiros enviados
ao local, estudar o que seria indispensável,
inclusive em termos de pessoal.”
No momento, adianta Lottenberg, o
hospital estuda, junto do governo federal, maneiras que colaborar com o esforço para a reabilitação da população, pois
é enorme o trabalho a realizar.
Jornal da FEBRASGO – Março 2010
SEM FRONTEIRAS
Tocoginecologista
integra uma das equipes
Que avaliação faz do cenário encontrado no Haiti?
Mais do que ajuda humanitária e
atendimento pós-terremoto, o país precisa de um sistema de saúde. Para aquelas pessoas, a cada dia que passa, o simples fato de estarem vivas é uma vitória.
Eduardo Cordiolli, durante missão no Haiti
A
ginecologia e obstetrícia esteve
bem representada no Haiti. Integrante do primeiro grupo do Hospital Israelita Albert Einstein a desembarcar em Porto Príncipe, Eduardo Cordiolli,
presidente da Comissão de Urgências em
Obstetrícia da FEBRASGO e coordenador
da maternidade do hospital que o enviou, permaneceu por dez dias em Fond
Parisien. Lá, ele acompanhou de perto a
tragédia que assola a região. Confira, na
entrevista a seguir, seu relato emocionante sobre a participação na missão.
Por quanto tempo ficou no Haiti e
como foi a experiência?
A missão aconteceu entre 5 e 16 de
fevereiro. Fizemos um voo até a República
Dominicana, e de lá partimos para Fond
Parisien, que fica bem próxima à fronteira. Fomos direto para o orfanato Love
a Child, base da Harvard Humanitarian
Iniciative, junto com o pessoal da Universidade de Chicago, que reúne 14 outros
hospitais de diversas partes do mundo. O
Einstein era o único hospital brasileiro, aliás, o único de língua portuguesa.
Quem eram os pacientes atendidos
por sua equipe?
Lá recebíamos os pacientes que já
haviam passado por um primeiro atendimento oferecido pelo próprio pessoal
do exército americano, realizado em um
de câncer de ovário ou outro, de uma
mulher com sangramento havia dois
anos, que tinha câncer de colo de útero.
Jornal da FEBRASGO – Março 2010
‘‘
Tivemos muitas
vezes até falta de
água. A comida era
restrita a arroz e
milho, todos os dias
’’
navio. Eles nos traziam os pacientes que
necessitavam de pós-operatório ortopédico, muitos casos de amputação.
Como era a estrutura para socorro?
Neste local existia um corpo clinico de
médicos, mas também outro posto avançado, em Porto Príncipe, onde tive a oportunidade de atuar. Era um orfanato arrasado
pelo terremoto; foi montado um acampamento na frente do desmoronamento.
O senhor chegou a realizar atendimento ginecológico e obstétrico?
Sim, nestas tendas pude atender grávidas com as mais diversas necessidades.
Desde curativos em amputadas, até prénatal. Tudo utilizando um aparelho de ultra-sonografia portátil que levei comigo.
Algum caso lhe chamou a atenção,
em especial?
Sim, atendi diversas mulheres com
necessidades que não tinham nenhuma
relação com o terremoto, como um caso
Como era a rotina dos profissionais
na missão?
Assim como para a população, as condições de sobrevivência do corpo clínico de
médicos era muito difícil. O calor intenso,
os insetos estavam por toda a parte, como
as mais variadas doenças, por exemplo, a
malária. Isso sem falar nas dificuldades de
logística, imensas. Tivemos muitas vezes
até falta de água. A comida ficava restrita
a arroz e milho, todos os dias.
Que conselho dá para quem quer embarcar como voluntário para o Haiti?
Para fazer atendimento, é indispensável ter a própria comida, a própria água. Não basta apenas colocar
uma mochila nas costas e ir, pois esta
atitude pode atrapalhar mais do que
ajudar. Vimos diversos voluntários,
infelizmente, sem a organização necessária. É preciso muita organização,
como tem feito o Einstein. Estudar o
que a população necessita, quais as especialidades em falta na região. Neste
momento, por exemplo, é necessário
pensar na recuperação das pessoas.
Foi a sua primeira missão humanitária?
Uma missão deste tipo, deste nível,
neste grau de dificuldade, foi a primeira.
O que ficou da viagem?
Não falo apenas por mim, mas é unânime entre aqueles que estiveram lá: voltamos valorizando demais o que temos
aqui. Desde as pequenas coisas, como
comer sentado ou ter água sempre que
necessário. Lá, quando tínhamos, mesmo
para beber, estava com temperatura de
40ºC. Para o banho, era ainda mais difícil.
Podíamos tomar banho a cada dois dias,
Ã
e restrito a 3 litros de água.
Um dos maiores clássicos da literatura da
especialidade, ganha agora diagramação
mais moderna e novas ilustrações
A
Editora Guanabara Koogan lança
a 11a edição de Rezende Obstetrícia, um dos mais importantes
livros do Brasil na área de saúde. Quase
cinco décadas após o lançamento da primeira edição, a obra, escrita pelo renomado professor Jorge de Rezende, e continuada por Rezende Filho e Carlos Antonio
Barbosa Montenegro, continua sendo
referência indispensável na biblioteca de
estudantes e obstetras. Na atualização, totalmente revisada, alguns capítulos foram
reescritos e reorganizados, com a participação de novos colaboradores. A obra já
está disponível em livrarias de todo o país
ou pelo site www.grupogen.com.br.
OS AUTORES
Jorge de Rezende Filho é chefe das
Enfermarias 27a e 33a (Maternidade) da
Santa Casa da Misericórdia do Rio de
Janeiro, professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo (USP) e professor associado da
Faculdade de Medicina da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Carlos Antonio Barbosa Montenegro
é professor titular de Obstetrícia da Facul-
dade de Medicina da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro titular
da Academia Nacional de Medicina. Ã
DADOS SOBRE A OBRA
Título: Rezende Obstetrícia
Autores: Jorge de Rezende Filho e
Carlos Antonio Barbosa Montenegro
Edição: 11ª / 2010
Quantidade de páginas: 1.118
Preço: R$ 495,00
Revistas Científicas são
disponibilizadas ao associado
O
conteúdo de quatro importantes
revistas
científicas
internacionais
da
especialidade está disponível gratuitamente ao associado no site da
FEBRASGO. O serviço é um dos mais
acessados em www.febrasgo.org.br.
Para os interessados, é possível visitar as páginas de American Journal
of Obstetrics & Gynecology; British
Journal of Obstetrics & Gynaecology;
Current Opinion in Obstetrics and Gynecology e Obstetrics & Gynecology.
Não deixe de aproveitar essa importante ferramenta de educação científica continuada que a FEBRASGO proporciona aos tocoginecologistas. Ã
INTERNACIONAIS
•
Foi aprovada, em 3 de março,
na Nicarágua, a lei de saúde sexual e reprodutiva e da interrupção
voluntária da gravidez. Estabelece
que no exercício de seus direitos à
liberdade, intimidade e autonomia
pessoal, todas as pessoas têm o direito a adotar livremente decisões
que afetem suas vidas sexual e reprodutiva. A aprovação aconteceu
justamente em meio a uma polêmica naquela país. O “caso Amélia”
(nome fictício adotado pela imprensa local), vinha sensibilizando
a sociedade havia cerca de um mês
para a luta de uma mulher de 27
anos pelo direito de realizar aborto
terapêutico para iniciar tratamento
contra um câncer metastático. De
acordo com o Centro Nicaraguense de Direitos Humanos, à frente
da discussão, sem quimioterapia
o estado de saúde da jovem estava se agravando. E o tratamento
não poderia ser iniciado durante a
gestação, pois o feto muito provavelmente seria afetado e poderia
acarretar danos severos à sua constituição física.
PÍLULAS
Lançada nova edição
de Rezende Obstetrícia
•
A Espanha aprovou em 24 de
fevereiro, de forma definitiva, a
Lei Orgânica de Saúde Sexual e
Reprodutiva e a de Interrupção
Voluntária da Gravidez, também
conhecida como Lei do Aborto. O
senado espanhol aceitou a livre interrupção da gravidez antes da 14a
semana, incluindo jovens a partir
de 16 anos, desde que autorizadas
por um dos pais, tutor legal ou responsável. A normativa entrará em
vigor 120 dias após a publicação
no Diário Oficial espanhol. Também permite a interrupção da gestação de até 22 semanas em caso
de risco para a saúde da mãe ou
má-formação do feto. Após a 22a
semana, somente será autorizado
o aborto em caso de doença grave
ou incurável do feto.
Jornal da FEBRASGO – Março 2010
direto da fonte
Cirurgia fetal para
hipoplasia pulmonar
A
Antonio Moron
inovadora cirurgia intrauterina para tratamento de hipoplasia pulmonar relacionada à
hérnia diafragmática tem apresentado
excelentes resultados e pode vir a ser
o caminho natural para tratamento da
hérnia diafragmática de mau prognóstico, uma malformação congênita que
leva ao desenvolvimento incompleto
dos pulmões. No entanto, a técnica é
restrita aos casos mais graves, e ainda
em fase experimental.
“Ainda é cedo para afirmar que a cirurgia deve ser implantada em todo o país.
Como toda nova técnica, é necessário
Solteiras abandonam o
aleitamento mais cedo
M
ães adultas e solteiras têm 5,3
vezes mais possibilidade de
abandonar precocemente o
aleitamento materno exclusivo do que
aquelas com companheiro. Essa é uma
das conclusões de um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz
(Fundação Oswaldo Cruz).
A pesquisa, publicada na Revista Brasileira de Epidemiologia, da Associação
Brasileira de Pós-Graduação em Saúde
Coletiva (Abrasco), avaliou as respostas
de 1.057 mães atendidas em 27 unidades básicas de saúde do Rio de Janeiro.
12
Jornal da FEBRASGO – Março 2010
Para Corintio Mariani Neto, presidente
da Comissão Nacional de Aleitamento
Materno da FEBRASGO, a mãe solteira
tem menos apoio
para seguir as orientações sobre a prática. Segundo ele, o
principal suporte entre os familiares seria
o do companheiro.
“Sem um estímulo de outra pessoa para acordar no meio
da noite e dar de mamar, pode ser mais
difícil para a mãe solteira amamentar por
mais tempo’’, afirma Mariani Neto.
Outro fator com provável influência na desistência precoce do aleitamento é que a maioria das mães
solteiras precisa trabalhar. “Essa mãe
geralmente chega cansada em casa e
ainda não tem ninguém para ajudar.
As dificuldades são maiores.’’
A pesquisa mostra que as mais jovens,
tanto solteiras quanto casadas, tendem a
amamentar os filhos por mais tempo. Ã
Fonte: Folha de S. Paulo
obedecer a um planejamento para que,
no futuro, esteja disponível para toda a
população, com segurança”, explica Antonio Moron, professor titular do Departamento de Obstetrícia da Unifesp.
A sobrevida, que era de até 10%,
com a cirurgia pode chegar a 50%. Estes dados foram constatados no acompanhamento de 35 casos tratados no
Hospital das Clínicas de São Paulo. Dos
17 fetos operados no sétimo mês de
gestação, nove sobreviveram ao procedimento e sete já estão em casa. Já
entre os 18 bebês tratados após o nascimento, apenas um sobreviveu. Ã
Seguridade
aprova
prioridade
no SUS para
vítimas de
violência
no lar
A
Comissão de Seguridade
Social e Família aprovou,
em março, a determinação de que mulheres, crianças e
adolescentes vítimas de violência
doméstica tenham atendimento
prioritário nos serviços públicos
de saúde. De acordo com o substitutivo da deputada Elcione Barbalho, as vítimas terão atenção
integral no tratamento das lesões
corporais, inclusive nos procedimentos cirúrgicos reparadores e
estéticos, no atendimento psicológico e na assistência social. O
projeto, que tramita em caráter
conclusivo, ainda será analisado
pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e JusÃ
tiça e de Cidadania.
Fonte: Agência Câmara
O
ex-presidente da AMB e atual deputado federal, Eleuses Paiva (DEM-SP),
protocolou na Câmara Projeto de Lei
nº 6989/10, que altera a lei 9.656/98 ao propor
gratificação anual ao médico a ser paga pelas
operadoras de planos de saúde as quais o profissional é credenciado.
Pela proposta de Eleuses Paiva, no mês de
dezembro de cada ano, a operadora de plano de
assistência à saúde pagará gratificação ao médico
credenciado, independente dos honorários que lhe
for devido. A gratificação vai corresponder a 1/12
dos honorários médicos pagos entre dezembro do
ano anterior e novembro do ano corrente.
Segundo o deputado Eleuses Paiva, a gratificação será um meio de incentivo para o aprimoramento profissional do médico, devendo ser utilizada em seu aperfeiçoamento profissional, ou seja,
na participação em cursos, congressos, conferências, simpósios e especializações.
“Com isso, o pagamento da gratificação vai refletir na melhoria e na qualidade do atendimento
médico, que com conhecimentos atualizados poderá usar o melhor do progresso científico em beÃ
nefício do paciente”, afirma Eleuses Paiva.
Fonte: APM
Gripe A: a imunização
continua no brasil
C
ontinua a todo vapor a campanha de imunização contra o vírus
da influenza A (H1N1). De 22 de março a 23 de abril, ocorreu a
etapa voltada a gestantes, crianças de 6 meses a 2 anos de idade e pessoas portadoras de doenças crônicas. No caso das gestantes,
no entanto, não há prazo de encerramento, pois podem ser imunizadas
em qualquer outra etapa, até 21 de maio.
Antes delas, em processo iniciado em 8 de março, médicos e demais profissionais que atuam na rede de atenção à saúde já haviam sido imunizados.
Foram incluídos nesta fase enfermeiros, recepcionistas, pessoal de limpeza e
segurança, motoristas de ambulância, equipes de laboratório e profissionais
que atuam na investigação epidemiológica, além da população indígena.
A terceira fase, de 5 a 23 de abril, recebeu os adultos de 20 a 29 anos,
e depois, de 24 de abril a 7 de maio, os idosos. Na quinta e última etapa, de
10 a 21 de maio, serão vacinados os adultos de 30 a 39 anos. A estimativa
do Ministério da Saúde é imunizar pelo menos 62 milhões de pessoas. Ã
direto da fonte
PL propõe 13º
salário a médicos
de planos de saúde
NOTA DE FALECIMENTO
Consternados, médicos, familiares, colegas de trabalho e
admiradores lamentam a morte da professora Ellen Hardy, em
13 de março. Além do companheirismo ao lado do prof. Anibal
Faundes, com quem foi casada, seu exemplo de vida e dedicação
ao trabalho foram ensinamentos que contribuíram para a melhoria da qualidade de vida das mulheres, na defesa de seus direitos
humanos e fizeram-na inesquecível. Certamente, Ellen será lembrada e admirada, eternizada por sua incansável luta.
Graduada em sociologia pela Universidade Católica do Chile
(1970), tinha Master of Arts pelo Goddard College, nos Estados
Unidos (1981), e doutorado em saúde pública pela USP (1988).
Foi professora associada do Departamento de Tocoginecologia da
FCM e pesquisadora sênior voluntária do Centro de Pesquisas em
Saúde Reprodutiva de Campinas (Cemicamp). Responsável pela
disciplina metodologia de pesquisa em reprodução humana I, ligada aos cursos de mestrado e doutorado em tocoginecologia na
área de ciências biomédicas do departamento de tocoginecologia,
de 1991 a 2008. Presidiu a Associação Latino-Americana de Investigadores em Reprodução Humana (ALIRH) de 1997 a 2001. Ã
Jornal da FEBRASGO – Março 2010
13
giro pelos estados
SOMAGO completa três décadas
de luta no mato grosso
A
SOMAGO (Associação Matogrossense de Ginecologia e
Obstetrícia), fundada em 19 de
junho de 1980, completa este ano três
décadas de existência. No início, contava
com apenas 21 associados. Hoje, alcança
mais de 230 membros, reflexo da consolidação da organização, que a tornou a
maior associação do Mato Grosso.
Grande parte dos sócios possui título
de especialista em ginecologia e obstetrícia (TEGO), avanço significativo comparado à época de sua criação, quando apenas
três membros tinham tal título.
De acordo com Zuleide Cabral, a
nova presidente, eventos voltados ao
profissional da área e debates sobre
temas relevantes são promovidos pela
SOMAGO regularmente. Entre eles, palestras mensais de atualização em Cuiabá
e, a cada três meses, no interior do Estado. Há também a Jornada de Ginecologia e Obstetrícia, que ocorre anualmente
reunindo especialistas do Brasil inteiro.
“A SOMAGO realiza congressos e
simpósios regionais, nacionais e locais. Os
dade do gênero. Para participar, o associado deverá doar um quilo de alimento não
perecível, que será encaminhado para uma
instituição de caridade”, explica Zuleide.
Para manter-se ativa em prol da saúde
das mulheres da região e atender às solicitações de aperfeiçoamento dos médicos
associados, a SOMAGO mantém uma parceria com a Unimed de Cuiabá e também
com algumas indústrias farmacêuticas. Ã
Zuleide Aparecida Félix Cabral
dois maiores, sem dúvida, foram o Brasil
Central, em 2006, que este ano acontece
em Brasília; e o Brasileiro da Infância e da
Adolescência, em 2002, em parceria com a
Sociedade Brasileira de Obstetrícia e Ginecologia da Infância e Adolescência.”
Além dos encontros tradicionais, está
nos planos da nova diretoria a realização
do Domingo da SOMAGO. “É uma ação
esportiva que deve ocorrer a cada quatro
meses, sob a forma de uma caminhada,
passeio ciclístico ou qualquer outra modali-
nova Diretoria
Presidente:
Zuleide Aparecida Félix Cabral
Vice-presidente:
Dalton Ferreira
Secretário:
Giovana da Gama Fortunato
Secretário adjunto:
Candice Castro de Barros Taques
Tesoureiro:
Ranuce Ribeiro Aziz Ydy
Tesoureiro adjunto:
Angelo Barrionuevo Gil Júnior
Hospital Universitário é referência em Sergipe
A
ala de ginecologia e obstetrícia
do Hospital da Universidade
Federal de Sergipe foi fundada
em 1987. É referência no atendimento aos pacientes do Sistema Único de
Saúde (SUS) nas áreas de cirurgia ginecológica e mastologia. Os serviços atraem até pacientes de cidades próximas
dos estados da Bahia e de Alagoas,
que chegam a percorrer mais de 200
quilômetros por ter a certeza de que
receberão atendimento de qualidade.
De acordo com Menilson Menezes, representante da residência médica na Sociedade de Ginecologia e
Obstetrícia de Sergipe – SOGISE, professor assistente, mestre e doutor em
ginecologia, o bloco Materno-Infantil
do HU está em acelerada construção,
16
Jornal da FEBRASGO – Março 2010
com previsão de entrega para 2011.
A nova maternidade, adianta ele,
pretende se tornar exemplo no Estado.
“Contaremos com ambulatório geral de
ginecologia; uroginecologia; patologia
cervical; centro cirúrgico – cirurgia ginecológica; videoendoscopia ginecológica;
mastologia; ambulatório de obstetrícia de
baixo e alto risco, conveniado com o ambulatório de referência da mulher Estadual;
maternidade de atendimento obstétrico de
baixo risco, conveniada com a maternidade Santa Izabel; e maternidade de atendimento obstétrico de alto risco, conveniada
com a maternidade N. S. de Lourdes.”O
Hospital Universitário dispõe hoje de
um corpo médico de aproximadamente
20 tocoginecologistas que desenvolvem as
atividades teóricas, ambulatoriais e cirúrgi-
cas ginecológicas. São 87 leitos, distribuídos em 12 para a enfermaria cirúrgica,
25 para a maternidade de alto risco e 50
para a maternidade de baixo risco.
Além da eficácia do atendimento no HU, dá respaldo ao ensino de
medicina da Universidade Federal de
Sergipe – UFS.
Segundo Menilson, o hospital realiza,
ainda, por meio de convênios, assistência ambulatorial de pré-natal de baixo e
alto riscos (Referência da Mulher Estadual), atendimento obstétrico e partos de
baixo risco (Maternidade Santa Izabel) e
atendimento obstétrico e partos de alto
risco (Maternidade N. S. Lourdes). “Estas
parcerias possibilitam a realização de cerca de 600 partos por mês, além de 30
Ã
cirurgias ginecológicas”.
Segundo AMB, mais de 12 mil médicos já
estão cadastrados e acumulando pontos
E
ncerra-se em dezembro o prazo de
cinco anos estipulado pela Comissão Nacional de Acreditação AMB/
CFM para a recertificação de títulos de
especialistas ou de área de atuação.
Conforme a Resolução 1772/05, o
procedimento é obrigatório para os que
obtiveram títulos ou certificados a partir
de janeiro de 2006. Para os demais, inclusive os graduados até 31 de dezembro de 2005, mesmo que o registro nos
conselhos regionais de medicina tenha
sido efetuado depois, a adesão ao processo é opcional.
Receberão os certificados todos
aqueles que, devidamente cadastrados
no CNA, reunirem um mínimo de 100
pontos acumulados entre cursos, simpósios ou congressos, presenciais ou virtuais, certificados pela Comissão Nacional
de Acreditação (CNA). Também valem
créditos de conclusão de mestrado, doutorado ou livre-docência e a publicação
de artigos científicos.
O principal objetivo da Resolução
1772/05 é garantir a reciclagem profissional regular do médico, por meio de eventos devidamente cadastrados no CNA.
A FEBRASGO tem feito a sua parte,
proporcionando aos tocoginecologistas
a possibilidade de alcançar um mínimo
de 40 créditos/ano, sendo 50% deles
em cada região geográfica e um adicio-
nal mínimo de 10 créditos/ano correspondente a atividades a distância.
implementação
de diretrizes
Mais uma etapa do acordo
assinado com a AMB e CFM, em
fevereiro de 2009, foi concretizada
pela Agência Nacional de Saúde
Como obter o certificado?
Suplementar (ANS). Em 3 de mar-
O médico já habituado a participar de
congressos e outras atividades científicas
esporádicas conseguirá facilmente reunir
os pontos necessários para a certificação
ao final do prazo de cinco anos. A pontuação pode ser acompanhada no site da CNA
(www.cna-cap.org.br), que traz ainda informações e respostas às principais dúvidas.
No último balanço da CNA, realizado em fevereiro, já estavam computados
18.548 eventos aprovados, sendo 1.855
a distância. Os eventos presenciais distribuíam-se entre as diversas regiões do
país: 58% no Sudeste, 12% no Sul, 7%
no Centro-Oeste, 11% no Nordeste e
2% na Região Norte.
Segundo o relatório da CNA, a ginecologia e obstetrícia tem participado ativamente do processo de recertificação,
oferecendo aos especialistas diversas
oportunidades de acumular pontos por
meio de atividades de atualização científica. Desde 2006, já foram aprovados
cerca de 1.500 eventos, que oferecem
um total de 15 mil pontos.
Outras informações podem ser obtidas
junto à Comissão Nacional de Acreditação
pelos telefones (11) 3178-6824, 3178-6828
Ã
ou pelo e-mail [email protected].
ço, durante o evento Diretrizes Clí-
eventos aprovados por região
urgente
Primeiros Certificados de
Atualização Profissional
começam a ser emitidos em 2011
nicas na Saúde Suplementar: Construindo Parcerias, a ANS firmou
termo de cooperação técnica com
nove instituições hospitalares que
se comprometeram a implementar
algumas das diretrizes.
Assinaram a parceria a ANAHP,
o Sindicato dos Hospitais, Clínicas
e Casas de Saúde do Município do
Rio de Janeiro (SINDHRIO), Hospital Moinho de Vento, Hospital PróCardíaco, Hospital Israelita Albert
Einstein, Hospital de Clínicas Niterói, Fleury, Semeando Saúde – Hospital Santa Celina e a Pronep.
“Já é consenso a importância
das diretrizes, mas como aplicá-las
e monitorá-las gera muitos conflitos. Esse esforço de várias instituições, com tantos parceiros agregados, faz parte da nossa estratégia
de implementação. Por isso, agradeço a confiança depositada”,
afirma Fausto Pereira dos Santos,
diretor-presidente da ANS.
Para o presidente da AMB, José
Luiz Gomes do Amaral, o que tem
sido feito é um excelente caminho
para melhorar a assistência à saúde. “Essa parceria, que agora se estende às operadoras de planos de
saúde e hospitais, é uma iniciativa
que deve ser apoiada e conduzida
adequadamente, pois potencializará a relação médico-paciente.”
Jornal da FEBRASGO – Março 2010
17
curtas
agenda
MAIO
20 a 23
XXVI Congresso Nordestino
e 360 Congresso Pernambucano de
Ginecologia e Obstetrícia
Local: Summerville Beach Resort –
Porto de Galinhas – PE
Realização: SOGOPE
Tel: (81) 3222-5112
[email protected]
www.sogope.com.br
27 a 28
V Congresso Paraense de Ginecologia
e Obstetrícia e XII Jornada Paraense
de Ginecologia e Obstetrícia
Local: Hangar Centro de
Convenções da Amazônia
Realização: APGO
Tel: (91) 3249-3888
[email protected]
www.apgo.com.br
26 a 29
XV Congresso Sul Brasileiro
de Ginecologia e Obstetrícia
Local: Estação Embratel
Convention Center – Curitiba - PR
Realização: SOGIPA
Tel: (41) 3022-1247
[email protected]
www.sogipa.org.br
JUNHO
17 a 19
35a Jornada Goiana de
Ginecologia e Obstetrícia
Local: Centro de Convenções
de Goiânia – GO
Realização: SGGO
Tel: (62) 3285-4607
www.sggo.com.br
24 a 25
II Congresso Amazonense
de Ginecologia e Obstetrícia
Local: Manaus - AM
Realização: ASSAGO
Tel: (92) 3584-9016
[email protected]
www.assago.com.br
18
Jornal da FEBRASGO – Março 2010
AGOSTO
4a7
XXV Congresso de Ginecologia
e Obstetrícia de Mato Grosso do Sul
Local: Centro de Convenções e Exposições
Albano Franco – Campo Grande/ MS
Realização: SOGOMAT-SUL
Tel: (67) 3321-8209 / 3042-2131
www.sogomatsul.org.br
13 a 14
III Jornada SOGIMIG do Triângulo
de Ginecologia - Obstetrícia
Local: Belo Horizonte - MG
Realização: SOGIMIG
Tel: (31) 3222-6599
[email protected]
www.sogimig.org.br
18 a 20
22a Jornada de G. e O. do
Rio Grande do Norte e Fórum Popular
Local: Hotel SERHS - Natal/ RN
Realização: SOGORN
Tel: (84) 3222-7415
[email protected]
www.sogorn.com.br
20 a 22
X Congresso Sul Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia
Local: Belo Horizonte – MG
Realização: SOGIMIG
Tel: (31) 3222-6599
[email protected]
www.sogimig.org.br
SETEMBRO
2a4
XV Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia
Local: Transamérica Expo Center
Realização: SOGESP
Tel: (11) 3884-7100
[email protected]
www.sogesp.com.br
2a4
V Jornada Sogimig-Unimontes
de G. e O. do Norte de Minas
Local: Minas Gerais - MG
Realização: SOGIMIG
Tel: (31) 3222-6599
[email protected]
www.sogimig.org.br
Jornal da
FEBRASGO
Febrasgo – Federação
Brasileira das Associações
de Ginecologia e Obstetrícia
www.febrasgo.org.br
[email protected]
(11) 5573-4919
Presidente:
Nilson Roberto de Melo
Secretário executivo
Francisco Eduardo Prota
Secretária executiva adjunta
Vera Lúcia Mota da Fonseca
Tesoureiro
Ricardo José de Oliveira e Silva
Tesoureira adjunta
Mariângela Badalotti
Vice-presidente da Região Norte
Pedro Celeste Noleto e Silva
Vice-presidente da Região Nordeste
Francisco Edson de Lucena Feitosa
Vice-presidente da Região Centro-Oeste
Hitomi Miura Nakagava
Vice-presidente da Região Sudeste
Cláudia Navarro Duarte Lemos
Vice-presidente da Região Sul
Almir Antonio Urbanetz
Jornal da Febrasgo
Editor: Nicolau D’Amico Filho
Jornalista responsável: Chico Damaso
– MTB: 17.358/SP - Redação: acontece@
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fórum do associado
O Jornal da Febrasgo mantém
um espaço para interlocução permanente com os leitores: o Fórum do
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São Paulo, SP, CEP 05021-000, aos
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agradecemos o seu apoio.
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