NEOLOGISMOS POLÍTICOS: UMA ANÁLISE DE PALAVRAS EM TEXTOS DA REVISTA
VEJA E SEU SITE
Patricia Damasceno Fernandes
UEMS
Nataniel dos Santos Gomes
UEMS
Natalina Sierra Assêncio Costa
UEMS
Resumo
As relações entre língua e sociedade têm sido estudadas pela linguística por várias gerações, Saussure ao tratar da
linguagem se refere a ela como um fato social, no livro Curso de Linguística Geral. A sociolinguística, subárea da
linguística, estuda a língua como um fenômeno social, examina as relações entre as estruturas sociais e o
funcionamento do código linguístico (Carvalho, 2012), buscando explicar e localizar as variações, mudanças e
acréscimos da língua. Os neologismos são produto do processo de criação lexical, ou seja, é o termo científico para
“palavra nova” (Alves, 2007), eles estão presentes dentro dos estudos sociolinguísticos no que diz respeito ao
crescimento das línguas ou acréscimo. A criação lexical se faz mediante as necessidades da sociedade de nomear
novos contextos, situações e realidades. As necessidades diárias de nomeação podem retratar um fato histórico, social,
um desenvolvimento científico e tecnológico (ALVES, 2004). Seguindo os pressupostos de Alves (1984) podemos ter
três tipos de neologismos, sendo eles: formais (aqueles criados por derivação, composição, sigla e redução de palavra);
semânticos (criados pela atribuição de um novo significado a um mesmo segmento fonológico) e por empréstimo (que
são formados pela adoção de um lexema estrangeiro). Este trabalho irá ater-se apenas aos neologismos formais, por
terem maior representatividade na amostra. Utilizamos como corpus, palavras encontradas em textos da revista Veja e
também de seu site. O corpus de exclusão é composto do Vocabulário ortográfico da Língua Portuguesa (2009) e o
Dicionário Digital Caldas Aulete (2012). O objetivo do trabalho é descrever os processos de formação dos
neologismos formais e apresentar uma análise das palavras novas presentes na amostra, explicando os processos de
formação e significação.
Palavras-chave: Sociolinguística; Neologismos; Política.
1. Introdução
Para perceber que a língua está se modificando constantemente não é necessário ser um estudioso ou
especialista, basta observar, por exemplo, sua utilização em distintas faixas etárias, classes sociais, grupos de pessoas
de regiões diversas, ou mesmo comparar textos escritos épocas diferentes.
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O estado em que a língua se encontra atualmente ou que esteve no passado é reflexo das características de
cada sociedade, são as necessidades dos falantes que irão nortear a criação de novas palavras, a ressignificação e o
empréstimo de outras línguas, que podem ajudar a nomear de maneira mais simples algo que em nossa língua
poderia ter um nome mais extenso.
De acordo com Guilbert (1975, p. 31 apud Wanderley 2012, p.50) o léxico de uma língua não constitui apenas
de um sistema lexical. Ele está extremamente ligado ao universo das coisas, dos acontecimentos, aos modos de ver o
mundo e às práticas da sociedade.
No que concerne a criação lexical, é importante levar em consideração o contexto histórico em que estamos
inseridos e os acontecimentos que motivaram a criação de novas palavras.
A mídia impressa e digital é uma das vias de acesso para o processo de construção de ideias, pois é um
instrumento utilizado pela sociedade para saber sobre os acontecimentos, a nível local, nacional e mundial.
Conforme Wanderley (2012) “o jornalismo político é uma área da mídia jornalística que tem grande
importância no funcionamento social, por ser responsável pela divulgação de informações que podem mudar a opinião
pública sobre determinados políticos, partidos e posições ideológicas”. Concentrando em suas mãos esta capacidade de
construção de ideias e persuasão, o jornalismo político propicia em sua escrita a criação lexical.
Além disso, a autora cita Martins (2005) para tratar da heterogeneidade de representações na mídia
jornalística, e explica que ao estudarmos o histórico do jornalismo político é possível observar que ele vem perdendo o
caráter partidário e tem atualmente separado o que é notícia do que é opinião.
O léxico tem a função de tornar concreto, linguisticamente falando, os acontecimentos na sociedade, criando
palavras para nomear novas realidades, situações, conflitos, escândalos etc.. Sendo assim a criatividade lexical a ser
explorada em tal campo é vasta e de grande importância para os estudos linguísticos.
A presente pesquisa tem a intenção de contribuir para área de sociolinguística no que se refere aos acréscimos
á língua, motivados pelo contexto social. Para isso selecionamos um corpus de palavras retiradas de textos do
jornalismo político da revista Veja e também de seu site, onde faremos uma análise quanto ao processo de formação e
significação de palavras.
A trajetória se dará da seguinte forma, primeiramente trataremos da metodologia adota para a realização da
pesquisa, depois faremos a fundamentação teórica, onde descreveremos os processos de formação neológicas e por fim
através do corpus selecionado, poderemos verificar através de exemplos a estrutura das palavras e também sua
significação.
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2. Metodologia
A metodologia adotada para esta pesquisa é de natureza qualitativa e tipologia bibliográfica, visto que,
trataremos de conceitos específicos de neologismos e processos de formação de palavras.
A obtenção dos dados a serem analisados foi feita por meio da leitura da revista Veja e do site nas colunas de
assuntos políticos. A seção de fundamentação teórica será de acordo com Alves (1984) e Alves (2007).
A análise de dados se utilizará do método chamado corpus de exclusão, que consiste em verificar se a palavra
a ser analisada já consta ou não no dicionário, caso esteja não poderá fazer parte da amostra, pois somente é
considerado neologismo as palavras ainda não dicionarizadas.
Nesta pesquisa, o corpus de exclusão será composto de Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa
(VOLP), de 2009 e do Dicionário formal digital Caldas Aulete de 2012.
3. Fundamentação Teórica
3.1
Neologismo: conceito
O conceito de neologismo de acordo do o dicionário de linguística Dubois (1993) é “palavra de criação recente
ou emprestada há pouco de uma outra língua, ou toda acepção nova de uma palavra já antiga”. Soma-se isso ao fato de
que os neologismos são produzidos e criados em um momento dado da história da língua, sendo fundamental então
segundo Carvalho (2012) analisar o contexto sociolinguístico.
De acordo com Alves (1984) os neologismos se dividem em três tipos: os formais, os semânticos e os por
empréstimo. Dentro de cada tipo existirão os processos de formação de palavras específicos, os quais serão descritos a
seguir.
3.1.1
Neologismos Formais
De acordo com Alves (1984) “os neologismos criados por meio de derivação, composição, siglas, redução de
palavras ou pela articulação de uma ou diversas sílabas que possuem um valor significante inédito”. Esse tipo de
neologismo tem como característica a alteração na estrutura da palavra.
Alves (2007) trata dos processos de formação de palavras quando se fala em neologismos formais:
3.1.2
Derivação prefixal
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É a união de um prefixo com uma base, atribuindo-lhe uma ideia acessória.
3.1.3
Derivação sufixal
Neste caso o sufixo que não possui caráter autônomo fornece a uma palavra-base uma ideia acessória podendo
com isso alterar a classe gramatical da palavra-base.
3.1.4
Derivação parassintética
Este processo de formação ocorre quando dois afixos (prefixo e sufixo) se juntam ao mesmo tempo a uma
palavra-base.
3.1.5
Neologismos por composição
A formação de palavras por composição implica a justaposição ou aglutinação de palavras-base autônomas ou
não autônomas. A unidade formada neste processo irá funcionar morfológica e semanticamente com um único
elemento.
3.1.6
Composição por siglas ou acronímica
Esse processo resulta da lei de economia discursiva, sendo assim, o sintagma é reduzido se tornando mais
simples e eficaz no processo da comunicação.
3.1.7
Conversão
A conversão pode ser chamada também de derivação imprópria, e ocorre quando uma unidade léxica sofre
uma mudança em sua distribuição sem que haja manifestação de mudanças formais. Um exemplo disso é quando
adjetivos são empregados substantivamente e também substantivação de verbos.
3.1.8
Derivação regressiva
É a supressão de um elemento considerado de caráter sufixal.
3.1.9
Palavra-valise
É outro tipo de redução, onde duas bases ou apenas uma delas são privadas de parte de seus elementos, uma
perde a parte final e a outra perde a parte inicial. Constituindo um novo item léxico. Também recebe o nome de
cruzamento vocabular ou contaminação.
3.1.10 Truncamento
Constitui-se com um tipo de abreviação em que parte da sequência lexical, em geral no final, é retirada.
Formas reduzidas de palavras também são classificadas como truncamento.
3.1.11 Reduplicação
Forma-se quando uma mesma base é repetida duas ou mais vezes, criando um novo item léxico.
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3.2. Neologismos Semânticos
Os neologismos semânticos podem ser chamados também de conceptual, são neologismos que são criados sem
que se opere nenhuma mudança formal em unidades léxicas já existentes.
A mudança no conjunto de semas dá-se por meio de processos estilísticos da metáfora, metonímia e
sinédoque.
3.3. Neologismo por empréstimos
São formações neológicas que possuem palavras-base de origem estrangeira. Podendo ser estrangeirismo, que
a primeira vista parece distante do vernáculo, mas aos poucos começa a ser utilizado em contextos específicos como
em vocabulários técnicos: esportes, economia, informática em linguagens publicitárias e colunismo social.
Ou ainda decalque, que consiste na versão literal do item léxico estrangeiro para a língua receptora.
4. Análise de Dados
A seguir faremos a descrição de um corpus composto por 10 palavras selecionadas a partir da leitura de textos
da revista Veja e também de seu site. A organização se dará da seguinte forma: primeiramente será apresentado o
trecho retirado da Revista ou do site e em seguida será realizada a explicação dentro do processo de formação de
palavras e seu significado de acordo com o contexto.
a) PTro Dollar
“O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), solicitou a retirada dos manifestantes que ocupavam a galeria
da Casa durante a votação da medida provisória que limita o acesso a benefícios trabalhistas. Estavam presentes
representantes da Força Sindical e outras centrais sindicais. A decisão se deu após os sindicalistas jogarem no plenário
notas de PTro Dollar, como os manifestantes batizaram cédulas de dólares fictícias que levavam o rosto de Dilma
Rousseff, Lula e de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT preso no escândalo do petrolão”. (SITE VEJA, 2015,
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/chuva-de-dolares-interrompe-votacao-do-ajuste-na-camara/).
Esta palavra é formada primeiramente por uma composição por aglutinação da sigla PT + a palavra
petróleo que em seguida são combinadas com a palavra dollar, que está grafada em língua inglesa,
formando um hibridismo, ou seja utiliza palavras de idiomas diferentes.
Foi o nome dado as cédulas parecidas com dólares com o rosto de integrantes do PT, durante votação
da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do ajuste fiscal na Câmara, jogadas por Manifestantes.
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b) Sincericídio
“A mesma reportagem de VEJA mostrou que, para surpresa de muitos, Dilma Rousseff fora a primeira pessoa a
levantar suspeitas sobre o negócio. Foi isso que ela tentou explicar na semana passada, no que pareceu a aliados e
adversários um ato de sincericídio. (REVISTA VEJA edição 2366 ano 47 n.13 26 de março 2014 p.46).
A formação se trata de uma composição por aglutinação, pois ocorre alteração morfológica, ou seja,
parte das duas palavras é suprimida para a formação da nova. É a união das palavras sinceridade + suicídio.
Então, ao ser sincera a pessoa está cometendo um ato de suicídio, se colocando em uma situação complicada
devido a sua “sinceridade”, logo, se autoprejudicando.
Esta palavra é utilizada pela revista Veja na 2366- ano 47 nº 13 de 26 de Março de 2014, p. 46. A
edição de título: “O que era solução virou problema”, se refere à compra de uma refinaria em Pasadena,
Texas, pela Petrobras. A Veja revelou que se tratava da compra de uma refinaria sucateada por cerca de 1
bilhão de dólares, preço mais de 1000% superior a seu valor de mercado.
c) Petrolão
“Entre os processos a que responde por participação no escândalo do petrolão, o Ministério Público Federal acusou
Cerveró de utilizar o cargo na estatal para favorecer contratações de empreiteiras e, em troca, receber propina”. (SITE
VEJA, 2015, http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/tag/petrolao/).
Esta palavra é formada por derivação sufixal sendo derivada da palavra petróleo + o sufixo –ão. O
sufixo aumentativo –ão é colocado por Bechara (2010, p. 522) como um dos principais formadores
de nomes aumentativos tomados pejorativamente ou afetivamente.
É o nome dado para um esquema de corrupção e desvio de fundos que ocorreu na Petrobras, a maior
empresa estatal brasileira. Este esquema foi usado para desviar dinheiro da Petrobras, através de contratos
superfaturados e dinheiro sujo para benefício de políticos.
d) Dilmamóvel
“Conselhos na caçamba do dilmamóvel”. (SITE VEJA, 2014, http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/conselhos-nacacamba-do-dilmamovel/).
Esse neologismo é formado pela composição por justaposição, ou seja, se pressupõe a conservação
morfológica das palavras, se constitui do nome próprio Dilma + móvel. Foi o nome dado aos carros que
Dilma utilizou em sua campanha eleitoral para visitar as cidades.
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e) Democradura
“A minha simpatia por Vladimir Putin e pela, se me permitem a brincadeira, democradura russa é abaixo de zero. Não
estou tentando livrar a cara do herdeiro da truculência soviética, não! Ao contrário! Mas também cumpre ser realista
nessas
coisas
—
até
porque,
com
frequência,
muitas
poupam-se
vidas”.
(SITE
VEJA,
2014,
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/2014/03/04/).
É
uma
composição
entre
as
palavras
democracia
e
ditadura.
Se refere à forma de governo que é uma ditadura disfarçada de democracia.
f) Ciclofaixismo
“Oposição consegue número de assinaturas para CPI apurar o
ciclofaixismo de Haddad”. (SITE VEJA, 2015,
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/oposicao-consegue-numero-de-assinaturas-para-cpi-apurar-ociclofaixismo-de-haddad/#.VNsWB9LCEb8.twitter).
É derivada da palavra ciclofaixa +o sufixo –ismo formador de nome de ação de verbos. Indica ato,
prática ou resultado.
Essa palavra foi criada no contexto em que o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, do PT,
espalhou ciclofaixas pela cidade de SP, e criou transtornos para a população em geral como, por exemplo,
criou ciclofaixa na frente de escolas e o espaço onde cabiam dois carros passou a caber apenas um e meio.
g)
Infanto-crechismo
“Há dias circulou uma informação que deixou perplexas as pessoas que acompanham de perto a política. Fernando
Haddad (PT), prefeito de São Paulo, o mais impopular desde Celso Pitta, obcecado pelo ciclofaixismo, mas não pelo
infanto-crechismo,
é
um
dos
conselheiros
de
Luiz
Inácio
Lula
da
Silva”.
(SITE
VEJA,
2015,
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/lula-como-lobista-de-haddad-pede-que-dilma-libere-r-8-bilhoes-paraprefeito-e-o-medo-das-urnas/).
O processo formação possui uma composição da forma reduzida infanto (infantil) + a palavra
creche e a derivação sufixal –ismo. Dando ideia de ato, prática ou resultado.
Este termo foi criado no contexto em que Fernando Haddad prometeu que criaria 243 creches na
campanha política, mas, não cumpriu afirmando a falta de dinheiro.
h) Distritão
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“Câmara
barra
o
distritão
na
maior
derrota
de
Cunha”.
(SITE
VEJA,2015,
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/camara-barra-distritao-na-primeira-derrota-cunha/).
Se forma a partir da palavra distrito + sufixo –ão. Atribuindo um sentido pejorativo a palavra.
Refere-se a uma proposta que mudaria o sistema eleitoral brasileiro. É um modelo que fortaleceria o
personalismo nas urnas, enfraqueceria os partidos e encareceria as campanhas.
i)
Haddadiana
“Acabou! Já era! O Arco do Futuro ficou no passado. Ninguém nem mais se lembra daquela besteira. De concreto, o
que se tem uma cidade rasgada por ciclofaixas da cor vermelho-deserto, uma invenção haddadiana, e só”. (SITE
VEJA,
2015,
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/haddad-e-chalita-a-soma-do-esquerdista-bulicoso-com-o-
conservador-aborrecido-resulta-em-milhares-de-criancas-sem-creche/).
É uma derivação do sobre nome Haddad se referido ao prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, +
com o sufixo –ana, que se junta ao nome de uma pessoa para indicar uma coleção dos seus pensamentos ou
ditos. Foi utilizada para referir-se às invenções do prefeito da cidade citada.
j) Fachinês
“É autor do indecifrável besteirol abaixo, escrito em fachinês. Partindo-se de uma análise crítica que arrosta a primeira
modernidade – entendida como o legado eurocêntrico de um sistema patriarcal, codificado e arrimado em um EstadoNação – a segunda modernidade – identificada em uma sociedade econômica regulada por leis próprias, na qual os
direitos fundamentais deixaram o campo do debate da efetividade para consubstanciar um hiperconsumo das ideias
destacadas da cidadania e da democracia –, buscar-se-á investigar como a complexidade do real e a mácula do
aparente convivem sob uma Constituição dirigente, que proclama a emancipação do indivíduo e funda uma ordem
pautada em princípios democraticamente erigidos. (SITE VEJA, 2015, http://veja.abril.com.br/blog/felipe-mourabrasil/2015/04/27/senado-tem-de-impedir-fachin-de-chegar-ao-stf-que-ele-va-fazer-ocupacao-pacifica-la-no-sitio-dafamilia-lula/).
É formada pelo nome próprio Fachin+ o sufixo –ês que indica origem, procedência.
Refere-se ao novo ministro indicado ao Supremo Tribunal Federal: Luiz Edson Fachin, mais precisamente a
forma complexa de escrita e fala do ministro.
Considerações Finais
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A amostra apresentada nesta pesquisa corrobora para demonstrar que a língua está em constante
processo de inovação. A necessidade de nomear novos objetos, situações e contextos é a motivação que
norteia a criação de novas palavras.
A partir do corpus analisado, observa-se que a criação lexical se utilizou em sua maioria de palavras
já pertencentes ao nosso vernáculo, que se arranjaram de modos diversos formando os neologismos.
Tal fato confirma uma das premissas de dos estudos lexicais de que o léxico está ligado às coisas e à
visão de mundo da sociedade então para estudá-lo é preciso levar em consideração os contextos históricos
em que surgiram palavras novas.
Com relação aos acréscimos à língua, pode-se dizer que quando uma palavra é criada e não é
difundida ela terá poucas chances de ser dicionarizada e se integrar ao léxico, já quando passa a ser utilizada
amplamente por vários segmentos da sociedade ocorre justamente o contrário.
O jornalismo político, sendo responsável pela divulgação de informações, ao criar palavras,
influencia as pessoas que buscam essas informações, que se identificam com a forma de comunicação e
acabam por difundir os neologismos culminando com a dicionarização de muitos deles.
Por intermédio da presente pesquisa conhecemos os tipos de neologismos e seus processos de
formação de palavras, vimos que muitas palavras sofrem mais de um processo em sua formação para que
tenhamos um neologismo.
O processo de inovação é natural na língua, os acréscimos são manifestações de criatividade,
enquanto houver necessidade de nomear novos elementos pertencentes ao nosso cotidiano os neologismos
continuarão surgindo.
Referências Bibliográficas
ACADEMIA. B. de L. VOLP – Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. Editora Global. São Paulo:
2009.
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ALVES, I. M. Neologismo: criação lexical. São Paulo. Ática. 2007.
___________. A integração dos neologismos por empréstimo ao léxico português. Alfa: Revista de
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N. (Org.) ; KRIEGER, Maria da Graça (Org.) . As Ciências do Léxico. Lexicologia, Lexicografia e
Terminologia - Volume II. 1ª. ed. Campo Grande - MS: Editora da UFMS, 2004. p.77-87.
CARVALHO, N. (ORG). Criação neológica: teoria e prática. 1ª Ed. Curitiba: Appris, 2012.
CAUDAS, A. Dicionário Aulete Digital.
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VEJA. Blogs e Colunistas. Disponível em: < http://veja.abril.com.br/colunistas/> Acesso de abril - junho de
2015.
_______. Brasil. Um poço de suspeitas. edição 2366 ano 47 N.13 26 de março 2014 p.46. Disponível em: <
http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx> Acesso em maio de 2015.
WANDERLEY, R. de K. K. Neologia lexical no jornalismo político: as eleições de 2010. Recife: O autor,
2012.
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