LITURGIA - 5ª-FEIRA SANTA
“Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim!”
1. Introdução:
A “Festa da Ceia do Senhor”, para nós, tem gosto de festa, mas, para Jesus Cristo, teve gosto
de traição, de cruz e de morte! Durante a ceia pascal, Jesus anunciou a traição de Judas, e
sua prisão e morte na cruz aguardadas para as próximas horas!
Realmente, ele nos amou até o fim – até o último minuto de sua vida sobre a terra e até a
última gota de seu sangue derramado na cruz! Um soldado abriu seu peito com um golpe de
lança, e, de seu coração rasgado, saiu sangue e água! Não havia mais nada para dar!
Celebremos, com profunda emoção e agradecimento, a “Ceia do Senhor” e deixemo-nos
conquistar por seu amor incondicional e infinito: “Ele nos amou até o fim”.
2. Palavra de Deus:
Ex 12, 1-8.11-14 – Aqui é descrita a celebração da “Páscoa judaica”, recordando a libertação
do povo da casa da escravidão; que ela prefigure a “Páscoa de Jesus”, libertando-nos da
escravidão do pecado e da morte.
1Cor 11, 23-26 – Como foi que Jesus celebrou a sua Páscoa? Paulo descreve a celebração
primitiva. Ela continua imutável até os nossos dias. Vamos celebrá-la com respeito e
devoção!
Jo 13,1=15 – Jesus, antes mesmo de partir, deixa-nos o seu Corpo e Sangue em alimento e
remédio de salvação e vida eternal. Não se esqueceu de nos deixar um exemplo de
humildade e de serviço fraterno: lavar os pés uns dos outros.
3. Reflexão:
A Páscoa judaica é o resumo de duas antigas festas populares: a festa dos pastores
que imolavam um cordeiro para proteger o rebanho, e a festa dos agricultores que ofereciam
as primícias de suas colheitas, pedindo a proteção sobre toda a produção rural. Numa
palavra, celebravam o desejo de viver e de alcançar a bênção divina sobre a comunidade
inteira;
Moisés deu um novo sentido às festas dos pastores e dos agricultores: agora,
celebram a libertação da terra da escravidão! A celebração prescrita por Moisés prefigurava
a celebração da verdadeira Páscoa de Jesus, nossa libertação definitiva em seu Corpo e
Sangue. Não mais são mortos carneiros, mas ele mesmo se oferece em sacrifício. Somos
salvos pelo Sangue de Jesus, garantia da “bênção divina”;
A celebração da Páscoa é um memorial – “Fazei isso em memória de mim!” – da
paixão, da morte e da ressurreição de Jesus. Celebrar a Eucaristia não é uma devoção e,
muito menos, o cumprimento de um dever dominical. Significa recordar o amor infinito de
Jesus e deixar-se envolver por ele! Significa sair da celebração disposto a “lavar os pés” de
nossos irmãos. É um compromisso de vida; não é devoção nem louvação eucarística!
A Comunidade de Corinto celebrava a Eucaristia sem a partilha do pão entre os mais
necessitados e, por isso, foram repreendidos por Paulo. Nossas celebrações eucarísticas
devem estimular nossa vontade de “partilhar o pão” com os mais necessitados. Mas que
significa partilhar o pão? Com certeza, é uma partilha que vai além do pão material e do
dinheiro. É partilhar a vida e o coração. Significa amar o irmão com o mesmo amor com que
Jesus nos amou!
“Todas as vezes que receberdes o Corpo e o Sangue de Jesus fazei-o em minha memória”.
Frei Carlos Zagonel
Download

LITURGIA - 5ª-FEIRA SANTA “Tendo amado os seus que estavam