PRIMEIRA IGREJA BATISTA EM PORTO ALEGRE
REGIMENTO INTERNO DE CASAMENTOS
Aprovado pela Assembleia Geral de Membros
nº 11998 em 30.08.1981
A Primeira Igreja Batista em Porto Alegre, no intuito de oferecer aos seus membros a melhor
orientação possível, e na certeza de que somente a obediência completa aos princípios bíblicos, pode
gerar um lar genuinamente cristão e feliz, propõe aos interessados um padrão que servirá como
parâmetro para a realização de casamentos.
O espírito destas normas, é o de fazer o possível para evitar que casamentos em desacordo com a
orientação bíblica, recebam aprovação da igreja.
Ao mesmo tempo, visa um padrão de excelência pelo qual os jovens namorados e noivos poderão
nortear seus planos de casamento, corrigindo em tempo, tudo o que precisa ser corrigido, possibilitando
assim, entrar na nova vida, a conjugal, com a plena benção do Senhor e total apoio da igreja.
1. Que ambos os noivos sejam reconhecidos publicamente como crentes, membros em plena comunhão
de uma Igreja Cristã, de fé semelhante e compatível com a desta igreja.
2. Que ambos os noivos recebam, sob a orientação do Conselho de Anciãos, instrução sobre os critérios
bíblicos para o casamento, iniciando com tres meses de antecedência.
2.1. Orientar os noivos quanto a benção da aprovação completa dos pais, a respeito do casamento.
2.2. Orientar os noivos quanto ao que a Bíblia diz sobre as finanças do casamento.
2.3. Orientar os noivos quanto às implicações espirituais do casamento.
2.4. Orientar os noivos no acerto de situações passadas e no investimento de um futuro abençoado.
3. Que outros pastores convidados para oficializarem a cerimônia, sejam previamente aprovados pelo
Conselho, antes de serem oficialmente convidados.
4. Que por ocasião do ofício religioso, o casamento civil já tenha se realizado, ou que o seja
simultâneamente.
5. Que a reserva do templo e/ou do salão de esportes seja feita com tres meses de antecedência.
6. O relacionamento mixto (com não crente), seja namoro, noivado ou casamento é contrário aos
princípios bíblicos por nós adotados. Para evitar que tal ocorra, os pastores e anciãos estão ao inteiro
dispor dos interessados, para aconselhamento.
Conclusão: À luz do acima exposto, o Conselho de Anciãos se propõem a tratar cada caso em particular,
ministrando a cada um a orientação que melhor convier.
CRITÉRIOS BÍBLICOS PARA O CASAMENTO
Parte I
APROVAÇÃO EXPONTÂNEA E PLENA DOS PAIS DE AMBOS
1. A sujeição à orientação dos pais é princípio bíblico tão básico, que foi o primeiro mandamento
acompanhado de promessa.
Ex 20:12; Dt 5:16; Mt 19:19.
2. O buscar a honra dos pais, é muito mais do que uma obediência fria e mecânica. É, isto sim, fazer com
que as novas vidas, planos e decisões, lhe sejam totalmente agradáveis e favoráveis. Mc 7:8:13.
3. O desprezar os conselhos dos pais é erro grave, de funestas consequências. Dt 27:16; Pv 30:17; Mt
15:4.
4. A submissão à vontade preferencial dos pais é referendada no Novo Testamento com a mesma
ênfase. Ef 6:1-4; Cl 3:20.
5. Quando os pais não são crentes ou não são fiéis ao Senhor, ou simplesmente pensam de forma
diferente de nós, então:
5.1. O mandamento continua o mesmo, pois o princípio de autoridade permanece. Rm 13:1-7
5.2. A única exceção à obediência é quando os pais pedem dos filhos, algo que é diretamente
contrário à orientação da Palavra de Deus. At 4:19.
5.3. A obediência é que deve ser “no Senhor” e não necessariamente aos pais ou suas opiniões.
5.4. Os pais que temos foi Deus quem nos deu (Sl 139:13-18) e é Ele quem pode mudar-lhes o
coração e Ele o fará conforme Sua vontade. Pv 21:1
5.5. Deus está contando com a nossa confiança nEle. Os filhos devem entregar seus pais ao Senhor,
bem como as opiniões que eles têm, deixando com o Senhor o quando e como mudar essas
opiniões no coração deles. I Pe 2:18-23.
6. A rebeldia é abominável ao Senhor, e não haverá benção que sobreviva a ela. I Sm 15:23; Dt 21:18-21.
7. Desde que Deus foi quem instituiu o casamento (Gn 2:24), é que é Ele quem realiza os verdadeiros
casamentos (Pv 18:22 e 19:14). Devemos confiar que Ele dirigirá os passos dos noivos conforme Sua
vontade.
Pv 3:5-7 e 16:1-4; Sl 37:3-8.
Parte II
ESTABILIDADE FINANCEIRA ENCAMINHADA
1. A orientação bíblica para o casamento é a de emancipação dos noivos como dependentes dos pais. O
casamento implica em deixar o lar dos pais e formar um novo lar. Gn 2:24.
2. Essa emancipação é caracterizada pela nova independência financeira, que o noivo experimentará,
como provedor, através do próprio trabalho, do sustento de seu novo lar. Gn 3:16-17; Sl 128.
3. A conquista desta emancipação deve ser encaminhada antes do casamento em si, conforme nos
orienta Pv 24:27.
4. As condições financeiras que permitem um casamento são as mais básicas possíveis, segundo os
critérios bíblicos:
4.1. Ter um “ganha pão” honroso e estável. Pv 24:27 e 28:19
4.2. Ter o que comer e como se abrigar. I Tm 6:8
4.3. Dar a futura esposa o suficiente para ela ser feliz e se sentir bem cuidada. Ef 5:29; I Co 7:33
4.4. Ter o suficiente para, além das próprias despesas, contribuir para a obra de Deus (II Co 8:12) e
também ajudar os necessitados (Ef 4:28).
4.5. Entrar na vida conjugal sem dívidas. Rm 13:8
4.6. Contentar-se com o que se pode ter (Hb 13:5) mesmo que seja pouco (Fp 4:11-12).
4.7. Confiar que Deus, se permanecerem fiéis, suprirá cada uma das suas necessidades. Fp 4:19
5. A responsabilidade do sustento familiar é do marido. Embora a esposa possa cooperar, não se pode
colocar sobre a mulher qualquer peso de dependência do seu rendimento. Ef 5:29; Pv 31.
6. A vida financeira do novo casal, não deve ser regida por interesses materiais. Pv 23:4-6; Pv 28:6; Pv 8;
Pv 20
7. A estabilidade financeira deve estar sujeita ao Senhor, e originada nEle (Dt 8:17-18), dependente
dEle (Sl 127) e consagrada a Ele, tanto no que se ganha, como no que se perde, conforme nos orienta
Jó 1:20-21 e II Co 8:3-5.
Parte III
CONHECIMENTO DOS PROPÓSITOS DIVINOS PARA O CASAMENTO
1. A finalidade do casamento, é unir um homem e uma mulher, para que possam assim, se aproximar
mais do Senhor Deus, conhecê-lo e servi-lo com mais propriedade. Gn 1:26-27; Gn 2:18; Is 43:7; Rm
11:36; Ef 5:31-33.
2. A autoridade final sobre o casamento é Deus. Ele é quem deve ser consultado sobre o caso. Alguns Ele
quer como solteiros, outros como casados, assim Ele é quem decide sobre o nosso estado civil. Sl
40:7-8; Mt 19:10-12; I Co 7:7, 17-24, 39.
3. A fidelidade no casamento é tratada como condição absoluta, do ponto de vista de Deus (Mt 19:3-10).
Deus abomina o adultério (Ex 2:14; Lv 20:10; Hb 13:4), assim como o divórcio, o abandono e a
separação (Ml 2:14-16).
4. A dificuldade dos dias atuais é semelhante ao tempo de Paulo, quando as condições de manter um
casamento dentro dos moldes bíblicos, assim a vida conjugal como a criação dos filhos, são bastante
precárias (I Co 7:25-31). O casamento nos últimos tempos, para os crentes, deve ser assunto ainda
mais sério do que sempre foi (Mt 24:37-39).
5. A responsabilidade do casamento, embora some duas vidas, divide a consagração de ambos por dois,
desde que agora, servirão a Deus e um ao outro, (I Co 7:32-35) todavia, essa nova responsabilidade
não é de menor importância, se ambos considerarem o casamento um empreendimento espiritual.
6. A periculosidade do casamento é que sendo a célula básica, tanto da humanidade quanto da Igreja,
Satanás investe contra ele o melhor de suas forças. É tão estratégico o casamento, que dele depende
a participação no trabalho do Senhor, tal como declarado em I Tm 3:4-5 e Tt 1:6-7.
7. A natalidade é uma consequência natural do casamento (Gn 1:28; 9:1). Portanto, o controle da
natalidade é assunto pertinente primeiramente a Deus (Sl 127:3; Gn 33:5; Sl 139:13-16; Jr 1:5; Is 66:79). Todavia, o bom senso, os dias difíceis, as condições de prestar uma boa assistência, devem orientar
o casal na limitação de filhos. Seja qual for o caso, o Senhor deve ter a palavra final. Também, o medo
de engravidar deve ser absolutamente estranho ao casal espiritual (I Jo 4:18). Os meios
anticoncepcionais não devem ser abortivos nem prejudiciais.
Parte IV
PREPARO ADEQUADO PARA O CASAMENTO
1. ACERTANDO O PASSADO
1.1. Verifique se não está carregando da casa dos pais amarguras, ressentimentos ou complexos que
crescerão e prejudicarão o casamento. (Ef 4:26-27; Hb 12:14-17)
1.2. É necessário obter e conceder perdão de todas as ofensas das quais se lembra. Mt 5:23-24; 6:1215; Cl 3:13; I Pe 4:8
1.3. É indispensável que saiamos de casa com todas as nossas dívidas acertadas. A restituição é prova
do verdadeiro arrependimento. Lc 19:8; Mt 3:7-10; Pv 28:12-13; Rm 13:8
1.4. Especialmente na área moral, devemos cuidar para que estejamos em dia, pois o padrão bíblico é
de completa pureza moral. Mt 5:27-32; I Co 6:12-20; I Ts 4:1-8; Hb 13:4. Todo pecado nessa área
deve ser confessado a Deus, à pessoa implicada e colocado diante do noivo ou noiva, para que
não haja decepções, ressentimentos ou mesmo inibições e preconceitos sexuais.
1.5. Que a saída do lar para a formação de outro, feche com chave de ouro o procedimento de um
filho obediente, para que os pais possam dar toda a sua benção ao casamento. Pv 10:1; 15:20;
17:21; 23:15-28; 27:11; 1:8-19; 3:1-12
2.
VIVENDO O PRESENTE
2.1. A prudência é característica dos planos aprovados por Deus ( I Cr 22:12; Sl 11:10; Pv 1:4-5; 8:5-12;
9:9-10; 15:5; 16:16; 20:18; 24:6; Lc 1:17; Ef 1:8). A precipitação e a falta de domínio próprio, só
trazem tristezas (Pv 14:29; 19:2; 20:25; 29:20; 16:32; 25:28; At 24:25; Gl 5:23; II Pe 1:6).
2.2. É indispensável que diante de tal empreendimento avaliemos bem a sua viabilidade (Lc 14:2832), especialmente para o primeiro ano do casamento, quando o casal deveria ter tempo e
condições de se dedicarem de uma forma especial um ao outro (Dt 20:7; 24:5). É recomendável o
exame pré-nupcial, especialmente avaliando a necessidade de circuncisão (Gn 17:9-14; Lv 13:3).
2.3. Para uma decisão tão importante, é bom verificar se nossos amigos mais íntimos e mais
espirituais, recomendam esses planos (Pv 20:18; 11:14; 24:6; 13:10; 12:15; 18:1; Cl 3:16).
3.
CONSTRUINDO O FUTURO
3.1.Interessante é que a Bíblia não nos manda casar com quem se ama, mas ordena enfaticamente
que se ame aquele com quem se casou. O amor terá que ser aprendido, exercitado, disciplinado,
desenvolvido e praticado. I Co 13 deve ser o padrão de amor para o casal;
3.2.As responsabilidades do casamento são basicamente simples: o marido deve amar e guiar a sua
esposa, e a mulher deve respeitar e seguir o seu marido (Ef 5:22-33);
3.3 A atitude mór do casamento é o espírito de servo (Ef 5:21), o espírito de deferência (I Co 7:1-6),
o espírito de procurar a honra, o louvor e a felicidade do outro (Fp 2:4; Pv 31:12, 28; 12:4; I Co
11:7, 11). No domínio físico a mulher, tanto quanto o homem, deve encontrar um no outro a
plena satisfação de seu desejo. (Pv 5:15-23; Ct 5:10-16);
3.4 A espiritualidade, a vida devocional, a oração, a Igreja, o serviço do Senhor, devem fazer parte
da vida cotidiana do casal (Dt 6:4-9; I Co 14:35). Em tudo, portanto, Cl 3:17 deve estar presente.
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