MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO GENERAL GOMES FREIRE DE ANDRADE
Metodologia para Escolha de Distribuição
GNU/Linux
Versão 1.0
Agosto de 2007
Realização
Centro de Desenvolvimento de Sistemas - CDS
Núcleo de Estudos em Software Livre - NESOL
Versão : 1.0
Licença : CC-GPLv2
Data : 10/08/2007
Esta versão para o Exército Brasileiro é uma adaptação da Metodologia para Escolha de Distribuição
GNU/Linux, versão 0.5, Abr 2007, autorizada pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão,
obedecendo ao disposto no modelo de licenciamento livre General Purpose License-GPL, versão 2.
(www.opensource.org/licenses/gpl-license.php)
Apoio:
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Grupo de Trabalho Migração Para Software Livre
Governo Federal
Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
ÍNDICE DOS ASSUNTOS
Pg
Considerações Iniciais da Metodologia para Escolha de Distribuição GNU/Linux...................................... 3
1. Como usar adequadamente esta Metodologia............................................................................................ 3
2. Introdução................................................................................................................................................... 4
3. Objetivo ..................................................................................................................................................... 5
4. Distribuições ou “Distros” GNU/Linux .................................................................................................... 6
5. Características institucionais que podem afetar a avaliação...................................................................... 6
5.1 Apoio da Comunidade........................................................................................................... .................. 8
5.2 Controle de Pacotes.................................................................................................................................. 8
5.3 Segurança................................................................................................................................................. 8
5.4 Solução de Suporte Corporativa............................................................................................................... 8
5.5 Atualizações............................................................................................................................................. 9
5.6 Ferramentas gráficas para a Administração de Preferências.................................................................... 9
5.7 Desempenho............................................................................................................................................. 9
5.7.1 Definição do perfil de usuários............................................................................................................. 9
5.7.2 Customização para cada perfil de usuário............................................................................................. 9
5.8 Suporte a hardware................................................................................................................................... 10
5.9 Controle de Qualidade.............................................................................................................................. 10
5.10 Documentação........................................................................................................................................ 10
5.11 Equipe Disponível................................................................................................................................. 10
5.12 Padronização ......................................................................................................................................... 11
5.12.1 Padronização da Hierarquia de Sistema de Arquivos (FHS).............................................................. 11
5.12.2 Linux Standard Base (LSB)................................................................................................................ 11
5.12.3 Internacionalização (Openl18N)......................................................................................................... 11
5.12.4 Impressão (Comunidade OpenPrinting)............................................................................................. 11
5.12.5 Clustering (Open Cluster Framework - OCF)……………....…........…...........……………………. 11
5.12.6 e-PING......................................................................................................................……...............… 11
5.13 Facilidade de customizar a distribuição (Personalização)...................................................................... 12
5.14 Acessibilidade........................................................................................................................................ 12
6. O Processo de Avaliação…........................................................................................................................ 12
7. Etapas para processo de escolha da Distribuição....................................................................................... 13
7.1 Levantamento de necessidades e diagnóstico.......................................................................................... 13
7.2 Levantar as distribuições de Sistemas Operacionais existentes............................................................... 13
7.3 Selecionar solução mais adequada de acordo com as características apresentadas................................. 13
7.4 Revisar aderência da solução às necessidades levantadas........................................................................ 13
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Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
7.5 Analisar qualidade e segurança da solução.............................................................................................. 14
7.6 Iniciar projeto piloto................................................................................................................................. 14
7.7 Revisar resultados do projeto piloto, comparando à lista de expectativas............................................... 14
7.8 Homologação da distribuição................................................................................................................... 14
7.9 Planejar para colocar a distribuição em produção.................................................................................... 14
7.10 Acompanhar o sistema em produção...................................................................................................... 14
8. Conclusão................................................................................................................................................... 15
ANEXO I - Grade de Avaliação de Distribuição........................................................................................... 16
ANEXO II - Grade de Avaliação de Distribuição para Estações de Trabalho (desktops)............................. 18
ANEXO III - Descrição dos Itens de Avaliação............................................................................................ 22
ANEXO IV - Referências.............................................................................................................................. 28
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Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
Considerações Iniciais da Metodologia para Escolha de Distribuição GNU/Linux
IMPORTANTE
Esta metodologia foi elaborada para avaliar as distribuições GNU/Linux especificamente destinadas a
estações de trabalho, permitindo uma escolha baseada em conceitos técnicos, de acordo com as
funcionalidades definidas para avaliação, consideradas as peculiaridades das Organizações Militares do
Exército Brasileiro.
1. Como usar adequadamente esta Metodologia:
1.1 - Leia com ATENÇÃO o objetivo do documento.
1.2 - O documento NÃO defende a utilização de uma distribuição específica.
1.3 - Este documento é construído colaborativamente e seu conteúdo é livre; logo, sugira alterações,
de forma proativa, quando julgar pertinente.
1.4 - Poderá ser usada alternativa de criar bônus para equilibrar a pontuação da avaliação, conforme
descrito no item 3, do Anexo I.
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Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
2. Introdução
Uma das maiores dificuldades encontradas durante o processo de migração é a escolha da distribuição
a ser adotada pela Instituição. Muitas instituições adotam aquela em que os técnicos, responsáveis pela
migração, possuem maior experiência ou preferência. Em outros casos, são desenvolvidas novas
distribuições/customizações para atender às suas necessidades específicas. A estruturação de uma
metodologia, que considere as características da organização e acompanhe o nível de satisfação dos usuários
é uma das dificuldades enfrentadas pelas áreas técnicas, para realizar a escolha adequada de uma
distribuição que evite escolhas pessoais. Optar por não usar uma metodologia de avaliação, ou estruturá-la
inadequadamente, pode acarretar muitas vezes o insucesso do plano de migração ou implementação. Isto
ocorre por não serem analisados – corretamente – o ambiente computacional, as necessidades essenciais dos
integrantes da organização, os sistemas legados e, também, a avaliação técnica de quais ferramentas cada
usuário, em particular, necessita para o seu trabalho.
No dia 20 de setembro de 2005 foi realizada a Oficina Técnica de Migração para Software Livre do
Governo Federal [1], estruturada em grupos de trabalho e abrangendo 15 temas da área de Tecnologia da
Informação. Entre estes temas foram abordadas questões relativas aos "Sistemas Operacionais" e "Estações
de Trabalho". Tal evento buscou mapear adequadamente as demandas dos diversos Órgãos governamentais,
analisando em que estágio de migração se encontravam e apontando os problemas mais comuns, enfrentados
em cada tema específico, diante de um processo de migração. Foram mais de 60 instituições, que definiram
o que, convencionalmente, se passou a chamar de nós de migração. Os nós de migração são os pontos
técnicos comuns entre as instituições, ou internamente em cada organização, onde são identificados os
problemas semelhantes que dificultam ou impedem o processo de migração para software livre. A escolha
adequada de uma distribuição, ou simplificadamente “distro”, foi considerada um nó de migração pelos
participantes da Oficina Técnica.
O Ministério do Planejamento, durante a execução de seu Plano de Padronização de Ambiente e
Migração para Software Livre [2], elaborou uma grade de avaliação de distribuições, que se encontra no
Anexo II, onde são apontados diversos fatores levantados pela equipe técnica, como fundamentais para a
escolha de uma distribuição, que atendam às necessidades gerenciais, técnicas e do usuário da organização,
considerando, também, a opinião dos usuários no transcorrer do diagnóstico do ambiente (neste caso, através
da aplicação de um questionário junto a esses usuários). A partir da experiência interna de montagem da
grade de avaliação, preparada pelo Ministério do Planejamento durante seu processo de migração para
Software Livre, somada à importância dada a tal estudo durante a Oficina Técnica, é que foi elaborada esta
proposta metodológica, com a finalidade de garantir um documento-base às diversas instituições envolvidas
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Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
em planos de migração, bem como estruturar seu processo de avaliação de distribuição GNU/Linux.
A partir da proposta do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG, o Núcleo de
Estudos em Software Livre – NESOL, do Centro de Desenvolvimento de Sistemas – CDS, atendendo
determinação da Chefia do Departamento de Ciência e Tecnologia – DCT, adaptou a metodologia, inserindo
alguns itens e modificando outros. Assim sendo, elaborou uma grade de pontuação (Anexos I e II) específica
para a avaliação de distribuições voltadas para estações de trabalho (desktops), considerando o cenário mais
sensível no esforço de implementação do software livre, em ampla escala, no Exército Brasileiro.
A avaliação de distribuições destinadas a equipamentos servidores, com funções específicas no EB, é
considerada encargo das equipes técnicas responsáveis por sua implantação, sendo recomendada para
servidores de uso geral, com baixa complexidade, a solução Debian Linux.
Embora tal avaliação não esteja inserida no escopo deste documento, os conceitos gerais e a
metodologia concebida pelo MPOG, ora adaptada ao Exército, podem ser aproveitados e/ou redefinidos para
incluir itens específicos, considerados úteis à avaliação de distribuições para servidores de missão crítica ou
de uso específico.
3. Objetivo
O objetivo deste documento é formalizar o processo de análise da distribuição GNU/Linux (desktops)
que melhor se adapte às necessidades das Organizações Militares (OM) do Exército Brasileiro.
A metodologia busca estruturar um conjunto de requisitos para a elaboração de justificativa técnica
sobre a escolha da melhor opção para estações de trabalho, que possam ser utilizadas pela maioria dos
integrantes das diversas OM (militares ou civis), como instrumentos de trabalho em atividades de escritório.
Da mesma maneira, deve permitir a utilização dessas máquinas para acesso à Internet/intranet, estudos,
armazenamento de dados sob sua responsabilidade, acesso a correio eletrônico, organização pessoal,
conteúdos multimídia e acesso a sistemas corporativos.
Usos específicos, como estações gráficas, destinadas a desenvolvimento de sistemas, implementações
de clientes leves (thin clients) e outras, estão fora da abrangência inicial da avaliação.
Em um segundo momento, esta sistemática poderá ser reavaliada. As lições aprendidas serão
utilizadas para sua própria evolução, de forma a aprimorar o processo de seleção de distribuições no
Exército Brasileiro, devendo ser repassadas ao MPOG, como contribuição para o aperfeiçoamento da
Metodologia original.
Não é oportuno, neste momento, recomendar modificações nas indicações exaradas no Plano de
Migração para Software Livre no Exército Brasileiro. Pretende-se, antes, permitir às OM do Exército
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Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
classificar, tecnicamente, as distribuições mais conhecidas e disponíveis, registrar as evoluções
implementadas nesses produtos, e acompanhar o surgimento de novas soluções.
Diante de uma sistemática bem estabelecida, caberá, às diversas OM optar dentre as distribuições
avaliadas, considerando sempre as peculiaridades da própria organização e de todo o Exército Brasileiro.
4. Distribuições ou “Distros” GNU/Linux
Distribuições GNU/Linux são sistemas operacionais livres, com "estruturas" definidas que criam,
através de uma metodologia, uma espécie de "personalidade" para o sistema. São maneiras diferentes de
agrupar os diversos conjuntos de programas e softwares necessários para se usar o sistema.
Algumas distribuições estruturam o uso do sistema operacional para um fim específico: servidores,
supercomputadores, uso doméstico, segurança, etc. Isto faz com que cada distro possua um conjunto de
determinados pontos fortes que acabam "formatando" a sua característica de acordo com o foco estruturado,
sendo eles: a estabilidade, a atualização constante, facilidade de uso e instalação, entre outros que podem ser
observados [3].
A escolha de uma distribuição GNU/Linux para atender às necessidades de uma instituição é
particular à mesma. Entretanto, alguns pontos básicos podem e devem ser considerados durante a análise das
diferentes distros.
5. Características institucionais que podem afetar a avaliação
Por se tratar de uma Instituição pública federal e entidade orçamentária, o Exército dispõe, em seu
parque de (micro)computadores, diversas estações de trabalho com características técnicas modestas,
normalmente utilizadas em atividades administrativas.
A presença e a abrangência nacionais da Instituição contribuem com restrições para o treinamento
continuado e o suporte desejável, de forma que se tornam essenciais a máxima facilidade de uso, instalação e
gestão.
O grande número de usuários de estações de trabalho, de conhecimento técnico-operativo
diferenciado, implica em um enorme desafio ao estabelecimento de uma cultura uniforme em software livre,
em face de sua inovação, mesmo diante do treinamento que está sendo proporcionado.
A ampla cultura pré-existente, fruto de predominância durante mais de vinte anos principalmente em
ferramentas de escritório, conduzem a indagações quanto à efetiva conveniência e oportunidade da adoção
do produto equivalente e livre. O desconforto provocado pela necessidade de mais algum aprendizado é
agravado pela aparente inocuidade de se substituir uma ferramenta por outra que faz exatamente a mesma
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Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
coisa e da mesma maneira. As inovações gráficas, que tanto seduziram o usuário há vinte anos, não são tão
substantivas nos produtos que lhes são disponibilizados para o seu trabalho. No entanto, os aspectos
econômico e tecnológico que revestem o software livre são desconsiderados e parecem incompreensíveis ao
usuário final.
Portanto, reveste-se de extrema relevância a adequada, persistente, oportuna e esclarecida motivação
de todos os integrantes do Exército, para o significado fundamental da opção entre as duas soluções,
software fechado e software livre. Ambas são relevantes. Há que se decidir, diante de circunstâncias
eventuais em cada OM do Exército, e em cada tipo de trabalho a ser executado, sobre qual o produto que
proporciona o melhor atendimento aos princípios da mais efetiva Administração Pública.
Enfim, no Exército Brasileiro, são consideradas fundamentais para a criteriosa avaliação da
distribuição de um Sistema Operacional livre, as seguintes características:
. facilidade de personalização do produto (remasterização, customização, etc);
. suporte geral a hardware, incluindo mídia removível e dispositivos USB;
. suporte e eficaz desempenho em hardware antigo;
. facilidade de utilização;
. facilidade de instalação e de manutenção, incluindo a qualidade do conjunto de pacotes disponíveis e
a facilidade de atualizações e gerenciamento desses pacotes;
. amplitude do suporte ao idioma português, do Brasil, e às configurações locais (moeda, fuso horário,
etc);
. disponibilidade de conteúdo de apoio ao aprendizado, bem como a qualidade dos mecanismos de
ajuda ao usuário;
. extensão, maturidade e grau de atividade da comunidade de usuários; e
. disponibilidade de suporte comercial para instalação, treinamento e customizações.
Em qualquer hipótese, antes de fazer a análise de qualquer distribuição, deve-se saber qual o
planejamento de médio e longo prazo no ambiente de TI da instituição, considerando por exemplo: o período
no qual se espera ou se pretende atualizar o hardware, o sistema básico, a arquitetura básica dos sistemas
utilizados e outros pontos de infra-estrutura, que projetam a realidade de cada instituição.
A análise entre diferentes distribuições selecionadas deve considerar um conjunto de características
técnicas, para que se possa elaborar um plano de testes para a homologação de uma distribuição. As
características, tais como as apresentadas nos Anexos I e II, devem ser pontuadas de acordo com a
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Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
importância que cada uma tem em relação ao perfil de usuário que está sendo avaliado (ou ao ambiente de
servidores).
5.1 Apoio da Comunidade
Para que uma distribuição possa se manter em um padrão de qualidade adequado aos seus usuários e
administradores é necessário que uma comunidade ou uma empresa seja responsável por sua manutenção. O
grau de atividade dessa comunidade dentro do desenvolvimento da distribuição é responsável tanto pela sua
popularidade, quanto pelo nível de qualidade dos recursos disponíveis.
5.2 Controle de Pacotes
Para executar com sucesso seu trabalho, um administrador de sistemas precisa de maior controle e
quantidade de informações possíveis sobre os pacotes chaves, dos quais dependerá o sistema que administra,
permitindo identificar rapidamente os "bugs" conhecidos em cada pacote, patches de segurança, contato com
o responsável pelo pacote, versões para diferentes arquiteturas, etc. O domínio e controle dos pacotes
instalados, assim como dos processos de instalação, atualizações e remoção de pacotes no sistema escolhido,
permitem ao administrador de sistemas um melhor trânsito dentro desta, bem como o controle de um grande
parque de máquinas instaladas. O gerenciamento de pacotes é de grande importância para o administrador de
sistemas e um facilitador da manutenção dos softwares instalados em seu parque computacional.
5.3 Segurança
Uma das maiores preocupações para qualquer administrador é o nível de segurança do ambiente e o
tempo de resposta para correções de falhas de segurança. A distribuição a ser escolhida precisa oferecer um
tempo mínimo (ou suficiente para sua realidade) de disponibilização de novos patches (correções de falhas
de segurança, por exemplo) após apontadas falhas e, para isso, é necessário que exista uma equipe voltada
para a sua identificação, assim como mecanismos que facilitem a aplicação dessas correções. Importante,
também, fazer a análise em função da política de segurança da organização.
5.4 Solução de Suporte Corporativa
Para atender às necessidades de estações de trabalho, nem sempre é necessário apoio direto das
equipes responsáveis pelas distribuições, já que o tempo de resposta necessário garante aos responsáveis
pelo suporte local a opção de resolver o problema.
Nota:
No que se refere a servidores que trabalham com aplicações corporativas de missão crítica, cabe
ao administrador analisar a existência de garantia de suporte do fabricante do hardware para a
distribuição analisada. Normalmente, não existe garantia de suporte pelo fabricante, a não ser que
sejam utilizadas as distribuições indicadas. Desse modo, no que se refere a serviços de missão crítica, o
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Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
suporte imediato representa fator de alta importância, cabendo ao administrador verificar a opção de
suporte a ser garantido pela empresa especializada/certificada na distribuição, quando existente.
5.5 Atualizações
Atualizações freqüentes de aplicações devem ser disponibilizadas, garantindo evoluções e novas
funcionalidades para os usuários do sistema, de acordo com a necessidade da instituição e atendendo às
demandas por melhorias. Deve-se considerar o tempo médio de atualização da “distro”.
5.6 Ferramentas gráficas para a Administração de Preferências
Uma das maiores dificuldades encontradas por usuários ao utilizar sistemas GNU/Linux refere-se à
administração dos serviços e suas configurações em sua estação de trabalho. Desse modo, é fundamental que
uma distribuição disponibilize aplicações gráficas de fácil utilização e uma interface amigável e intuitiva,
contendo ferramentas necessárias para seu uso.
Deve ser levada em consideração a política da instituição de permissão aos usuários com relação a
alterações de configuração do sistema, normalmente associadas com as suas preferências pessoais, tais
como: resolução de tela, temas do desktop, cores, etc.
5.7 Desempenho
5.7.1 Definição do perfil de usuários
As instituições costumam manter máquinas com diferentes configurações de hardware. Em alguns
casos, podem ocorrer problemas na utilização de determinadas distribuições que demandem maior uso de
processamento e memória. Desse modo, uma característica importante é a análise do conjunto de aplicativos
que serão utilizados, para se identificar a distribuição que melhor se adequa ao maior número de máquinas
do parque computacional em questão, evitando que seja necessário o uso de diferentes distribuições, uma
específica para cada tipo de máquina. Existem distribuições que mantém sistemas com várias opções de
interfaces gráficas, as quais se adaptam melhor a um conjunto característico de máquinas. Assim, existe a
possibilidade de se criar perfis de sistemas para vários conjuntos de especificações de hardwares diferentes.
É válido salientar que esses perfis tornam a manutenção do ambiente de TI mais complexa, o que reforça a
importância de encontrar a distribuição com a melhor performance, considerando as variações de
configurações de hardware ou, até, estabelecer um piso mínimo de configuração de hardware das máquinas
da instituição a serem migradas.
5.7.2 Customização para cada perfil de usuário
A customização do sistema operacional para cada perfil de usuário permite que seja mantida a mesma
distribuição para atender a diferentes máquinas. Por exemplo, em uma máquina mais lenta pode-se utilizar
um gerenciador de janelas mais leve, possibilitando um desempenho tão bom quanto máquinas mais novas
para serviços comuns, como de acesso à Web.
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Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
5.8 Suporte a hardware
Cada distribuição possui sua própria customização do kernel e subsistemas de controle de hardware
para atender às necessidades definidas pela sua comunidade ou empresa responsável. Deve-se verificar o
grau de detecção de hardware que a distribuição oferece e serviços como montagem de dispositivos externos
(ex. pendrive, disquetes, impressoras, interfaces wireless, etc).
5.9 Controle de Qualidade
A organização de uma comunidade/empresa para controle de qualidade dos pacotes/sistemas é
fundamental para o sucesso da distribuição. Tal controle é feito através de análises de níveis de
acessibilidade, controle de bugs (erros ou falhas), disponibilização de patches de segurança, manuais,
tutoriais, dicas de instalação e configuração, histórico de correções, etc. Cabe ressaltar que deve ser
considerada para essa característica a subjetividade do que vem a ser qualidade para a realidade e
necessidade da instituição.
5.10 Documentação
Uma das maiores vantagens apresentadas pelo software livre é a ampla produção de documentação.
Essa característica precisa ser considerada quando feita análise de distribuições, verificando o número, a
qualidade e a atualização dos documentos existentes, tais como manuais, tutoriais, FAQ – perguntas mais
freqüentes, ou frequently asked questions – e fóruns para uma determinada distribuição, sendo fundamental
a existência de versão dos documentos no idioma oficial do país onde se encontra a instituição. Tais
informações poderão garantir melhor suporte por parte da equipe interna da instituição.
5.11 Equipe Disponível
Como informado anteriormente, uma distribuição se constitui de um kernel e diferentes pacotes que
garantem os serviços, tais como: interface gráfica, servidor de correio, editor de texto, etc. O que diferencia
uma distribuição da outra é o foco técnico que a mesma adota (como descrito no item 4, acima. Desse modo,
existem distribuições que apresentam um nível de detalhamento de facilidades ao usuário mais avançado do
que outras.
De acordo com a equipe disponível para fazer a migração das estações de trabalho, pode-se criar uma
própria customização a partir de uma distribuição escolhida como base. Desse modo, pode-se definir as
funcionalidades necessárias e implantá-las na customização criada. Isso demandará um trabalho posterior
para manter tal customização, com a evolução da “distro” base. Caso a equipe não disponha de recursos
humanos suficientes para tal trabalho, é recomendável procurar distribuição mais próxima das necessidades
levantadas, garantindo assim menor intervenção possível na distribuição a ser adotada.
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Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
5.12 Padronização
Com a crescente utilização de sistemas GNU/Linux por grandes empresas e órgãos do governo
federal, a adoção de uma padronização tem se tornado cada vez mais importante. Uma característica a ser
considerada é a certificação LSB (Linux Standard Base), o que garante à mesma interoperabilidade binária a
aplicações que rodem em sistemas igualmente certificados. Desse modo, organizações tais como a Free
Standards Group, a Freedesktop.org, e a Open Source Development Labs (OSDL) têm desenvolvido
diversos projetos nessa área. Esses projetos usam e melhoram padrões existentes, tais como POSIX, XML,
CORBA, entre outros. Alguns desses projetos são:
5.12.1 Padronização da Hierarquia de Sistema de Arquivos (FHS)
O Padrão de Hierarquia de Sistemas de Arquivos foi elaborado para ser utilizado por desenvolvedores
de distribuições Unix, desenvolvedores de pacotes e implementadores de sistemas e usuários, de modo que
seja adotado padrão para localização de arquivos e diretórios [7].
5.12.2 Linux Standard Base (LSB)
O LSB é um projeto open source para desenvolvimento de padrões abertos para software portável em
sistemas GNU/Linux. Ele descreve uma plataforma de portabilidade que permite o software compilado ser
executado corretamente em diferentes versões e distribuições [8].
5.12.3 Internacionalização (Openl18N)
A certificação Openl18N promove uma plataforma para cuidar da internacionalização de sistemas
GNU/Linux [9].
5.12.4 Impressão (Comunidade OpenPrinting)
O objetivo do grupo de trabalho OpenPrinting é desenvolver e promover um conjunto de padrões que
atenda às necessidades de estações de trabalho para impressão, incluindo administração, segurança e
escalabilidade [10].
5.12.5 Clustering (Open Cluster Framework - OCF)
Tal projeto tem como objetivos: definir APIs padrões para funções básicas de clustering; e criar e
oferecer suporte a projetos de desenvolvimento open source que atuem como implementação de referência
para as APIs OCF. Também é intenção do projeto criar APIs que venham a ser utilizadas tanto por clusters
de Alta Performance, como de Alta Disponibilidade [11].
5.12.6 e-PING
A arquitetura e-PING define um conjunto mínimo de premissas, políticas e especificações técnicas
que regulamentam a utilização da Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) no Governo Federal,
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Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
visando a interoperabilidade dos sistemas informatizados e estabelecendo as condições de interação com os
demais Poderes e esferas de governo, e com a sociedade em geral [12].
5.13 Facilidade de customizar a distribuição (Personalização)
Considerar a facilidade de modificar e personalizar a distribuição para atender as demandas
especificas da instituição, dentre elas: configurações de temas, automatização da instalação de softwares, da
facilidade de criação de perfis de instalação e manutenção de sistemas. Caso a instituição planeje realizar
personalizações na distribuição que está utilizando, é importante saber (e deverá ser avaliado) se a
distribuição base possui uma infra-estrutura ou recursos que facilitem o processo de criação e manutenção
dessa personalização, assim como o grau de interferência na distribuição original, para evitar que se assuma
a responsabilidade de manutenção de muitos pacotes da distribuição original.
5.14 Acessibilidade
A expressão “acessibilidade”, presente em diversas áreas de atividade, tem também na informática um
importante significado. Representa, para o nosso usuário, não só o direito de acessar a rede de informações,
mas também o direito de eliminação de barreiras arquitetônicas, de disponibilidade de comunicação, de
acesso físico, de equipamentos e programas adequados, de conteúdo e apresentação da informação em
formatos alternativos [13]. Caso exista algum usuário com necessidade especial, deve-se levantar as
demandas desse usuário, sendo importante avaliar as soluções de acessibilidade que se encontram
disponíveis para a distribuição, além do nível de qualidade apresentado para essas aplicações específicas.
Uma iniciativa do governo federal nessa área é o Modelo de Acessibilidade de Governo Eletrônico chamado
e-MAG, o qual contém as recomendações de acessibilidade para a construção e adaptação de conteúdos do
Governo Brasileiro na Internet, que considera o oferecimento de conteúdos gráficos e sonoros, alternativos,
claros, compreensíveis e capazes de garantir o controle da navegação pelo usuário, entre outras
características [14].
6. O Processo de Avaliação
A intenção de desenvolver uma avaliação de distribuições GNU/Linux deve ser informada ao NESOL,
por intermédio da Chefia do CDS. A partir de então, no intuito de auxiliar e orientar tecnicamente a equipe
de avaliação, os trabalhos serão coordenados pelo próprio Núcleo de Estudos.
Cada distribuição deve ser avaliada por, no mínimo, 3 (três) avaliadores. O resultado final será obtido
da média da pontuação das três observações.
Em caso de insuficiência de técnicos capacitados, um mesmo avaliador poderá observar mais de uma
distribuição.
Se for julgado conveniente, o técnico avaliador poderá julgar os itens, tanto na condição de
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Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
administrador, quanto sob o enfoque do usuário. No entanto, haja vista a relevância da opinião do usuário
final, será sempre desejável que seja obtida sua opinião.
A avaliação poderá ser realizada por integrantes dos Centros de Telemática de Área – CTA, dos
Centros de Telemática – CT, ou, se houver disponibilidade, por técnicos existentes nas demais OM do
Exército. Em qualquer hipótese, o relatório da avaliação será enviado ao CDS, para o NESOL que, após
analisá-lo, fará sua divulgação oportuna.
A remessa do relatório ao CDS deverá estar acompanhada da identificação de todos os avaliadores, de
modo que permita a obtenção e intercâmbio de mais informações, e o registro dos participantes no esforço
de avaliação.
A equipe de avaliadores poderá, a qualquer momento, tecer críticas, comentários e sugestões sobre a
metodologia apresentada, de forma a aperfeiçoá-la. No entanto, deve evitar alterá-la prematuramente, de
forma a não afetar a justeza do modelo de avaliação, no esforço inicial.
7. Etapas para processo de escolha da Distribuição [4]
7.1 Levantamento de necessidades e diagnóstico
Antes de executar testes com diferentes distribuições aleatoriamente, deve-se verificar as necessidades
apresentadas pelos usuários, através de questionário a ser respondido pelos mesmos ou de qualquer outro
instrumento de pesquisa. Através do diagnóstico da situação atual do ambiente, pode ser feita customização
própria das características exigidas à distribuição a ser escolhida, e serem definidos perfis de usuários de
acordo com os softwares necessários e a configuração de hardware de cada grupo.
7.2 Levantar as distribuições de Sistemas Operacionais existentes
Após analisadas as características que melhor se adaptem às necessidades da instituição, sugere-se que
sejam escolhidas as distribuições que se aproximem do perfil desejado.
7.3 Selecionar solução mais adequada de acordo com as características apresentadas
A partir da definição de uma grade de características a ser verificada, como a apresentada no Anexo I,
deve ser dada pontuação a cada distribuição no transcorrer dos testes. Cabe ressaltar que devem ser
utilizadas as máquinas mais comuns do parque computacional da Instituição durante a homologação da
distribuição, garantindo a melhor aderência dos resultados.
7.4 Revisar aderência da solução às necessidades levantadas
Tendo definida a distribuição de maior pontuação no transcorrer dos testes, deve ser executada uma
nova bateria de testes com a mesma, para a verificação da facilidade de uso, o correto funcionamento das
ferramentas a serem utilizadas por diferentes perfis de usuários (levantados em 5.1), apontando
configurações específicas para cada caso.
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Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
7.5 Analisar qualidade e segurança da solução
Cada distribuição possui nível de segurança e controle de qualidade diferenciados. Desse modo, devese analisar de que forma são apresentados patches de segurança, melhorias de qualidade para a distribuição e
como é garantido o controle pelo administrador de tais serviços.
7.6 Iniciar projeto piloto
Nesta etapa, a distribuição a ser testada já deverá ter sido selecionada. Após as configurações
definidas para cada perfil avaliado, devem ser escolhidas pessoas que representem cada um deles, para que
seja feito o acompanhamento do nível de satisfação dos usuários.
7.7 Revisar resultados do projeto piloto, comparando à lista de expectativas
Deve-se verificar a planilha de características, checando se a mesma precisa ser alterada e que
modificações são necessárias a cada configuração associada a um determinado perfil. Nesse ponto, deve ser
apresentado relatório indicando se a distribuição atende às necessidades colocadas pelo usuário. Caso não
atenda, deve se verificar a possibilidade de oferecer nova configuração ou, mesmo, adotar nova distribuição,
que atenda aos requisitos exigidos, reiniciando-se o processo de seleção.
7.8 Homologação da distribuição
Após comprovar que a distribuição atende às necessidades da instituição e terem sido feitas as últimas
adequações à mesma, para atender aos últimos requisitos levantados em 7.7, deverá ser elaborado
documento de homologação da distribuição.
7.9 Planejar para colocar a distribuição em produção
Após a homologação da distribuição, para as necessidades de cada perfil de usuário da instituição,
deve-se iniciar o projeto de implementação, seguindo orientações apresentadas no Guia Livre [6], no Plano
de Padronização de Ambiente e Migração para Software Livre [2], ou em planos internos de cada
instituição, levando-se em consideração a necessidade de serem planejados processos de capacitação e
suporte aos usuários para a distribuição selecionada.
7.10 Acompanhar o sistema em produção
Com os sistemas em produção, deve ser feito acompanhamento do nível de segurança, do nível de
satisfação do usuário e da qualidade dos serviços oferecidos. Antes de serem instaladas novas versões dos
aplicativos básicos para cada perfil, devem ser realizados todos os processos de homologação descritos nas
etapas anteriores.
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Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
8. Conclusão
A escolha de uma distribuição deve ser feita de acordo com a metodologia apropriada, garantindo aos
usuários uma migração transparente de suas máquinas e aos administradores maior facilidade para atender
ao nível de qualidade exigido para os serviços. As etapas apresentadas para o processo de avaliação
permitem um melhor acompanhamento de todo o processo de migração da distribuição e garantem melhor
customização a cada perfil de usuário da instituição. Foram apresentadas informações nesse documento que
poderão servir como base para a definição da grade de avaliação de distribuições para uma instituição. Ao
contrário do que se costuma fazer, quando se utilizam ferramentas proprietárias, não é necessário adotar a
mesma configuração de software para as máquinas com diferentes configurações de hardware, permitindo
assim que sejam atendidos usuários com mesma qualidade para diferentes necessidades. A vantagem da
facilidade de customização não pode ser desconsiderada durante a definição da distribuição.
Como se trata de uma proposta metodológica, gostaríamos de obter o retorno daqueles que utilizaram
este documento como referência, no sentido de indicarem as melhorias, colocarem sua avaliação sobre a
presente metodologia proposta e compartilharem o aprendizado com a metodologia adotada, durante o
processo de escolha da distribuição na instituição.
A partir do momento em que começarmos a trabalhar em conjunto para discutir metodologias, ao
invés de distribuições, estaremos garantindo melhores condições de trabalho aos usuários, maiores
facilidades para o suporte técnico, e resultados positivos na migração para software livre, além de
qualificarmos tecnicamente o trabalho.
Seguindo a orientação adotada pelos Comitês de Implementação de Software Livre, nos diversos
Órgãos do governo federal, o Departamento de Ciência e Tecnologia – DCT, após consulta técnica ao CDS e
NESOL, resolveu modificar, adotar e recomendar, para todo o Exército Brasileiro, a Metodologia concebida
e proposta pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, por intermédio de sua Secretaria de
Logística e Tecnologia da Informação, para todo o Governo Eletrônico.
O DCT considera o momento atual propício à ampla discussão do tema abordado, haja vista sua
relevância para a modernização das ferramentas de apoio ao trabalho, no cotidiano das suas atividades.
Recomenda, assim, o continuado aperfeiçoamento desta metodologia, considerando a necessária
isenção e o imprescindível equilíbrio em seus julgamentos, retornando à comunidade brasileira suas valiosas
contribuições.
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Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
ANEXO I - Grade de Avaliação de Distribuição
1. Montagem da Grade
Os itens que compõem a Grade de Avaliação (Anexo II) são descritos no Anexo III. Esses itens devem
constituir as primeiras colunas da esquerda da grade, como características propostas para, em seguida,
atribuir as notas, que serão distribuídas nas colunas à direita da grade. Os pesos correspondentes foram
inseridos na coluna adequada.
Os quesitos de avaliação estão divididos em: Itens Objetivos e Itens Multivalorados.
Os Itens Objetivos envolvem critérios que a distribuição simplesmente atende, ou não. Por exemplo, a
distribuição utiliza a versão do kernel 2.6.x, ou não?; a distribuição tem suporte ao idioma português do
Brasil, ou não? Deve-se atribuir nota "1" , caso o item seja atendido, e "0", caso não o seja.
Os Itens Multivalorados envolvem atribuição de notas de "1" a "4", que são utilizadas para avaliação
subjetiva, como a percepção do administrador em relação à facilidade de manutenção da distribuição em
avaliação, ou para atribuir diferentes graus de atendimento ao critério, sendo nota "1" (ruim ou baixo) a nota
padrão.
A parte objetiva da avaliação soma um máximo de 200 pontos, enquanto a parte subjetiva pode atingir
100 pontos, permitindo a totalização limite de 300 pontos para uma distribuição.
Nessa grade, a avaliação de desempenho está junto com a avaliação de características básicas.
Nos Itens Objetivos, a nota padrão é "0" (zero), ou seja, a distribuição não atende ao quesito sob
avaliação. Nos Itens Multivalorados, a nota padrão é "1" (um), significando ruim ou baixo.
A grade foi concebida para a avaliação de estações de trabalho (desktops), de uso geral. Grades
específicas podem ser sugeridas para a avaliação de distribuições leves, Live CD, para computadores
portáteis, e para servidores.
Não é admitida a pontuação negativa. Cada avaliador deverá pontuar a distribuição em questão, e
calcular a pontuação dos itens e da distribuição, em conformidade com a fórmula de cálculo, proposta ao
final da grade.
Ao remeter a sua avaliação, relativa às distribuições cogitadas, deverá anexar um relatório de
críticas, ou sugestões para o aperfeiçoamento da metodologia.
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Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
2. Cuidados na Avaliação
É importante registrar a versão da distribuição que está sendo objeto de avaliação. Diversas
distribuições apresentam saltos de qualidade, de uma versão para outra.
O avaliador deve atentar para o fato de que alguns itens são mutuamente excludentes, de forma que a
distribuição só fará jus à pontuação em um deles.
P.Ex.: Navegador padrão Mozilla ou padrão Konqueror.
Outros itens podem ser satisfeitos simultaneamente. P.Ex.: Suporte a Sistemas de Arquivos ext3 e
reiserfs. São itens que refletem a necessidade de uma compatibilidade mais ampla, ou disponibilidade de
opções.
Os avaliadores devem buscar o máximo de imparcialidade na atribuição de pontos.
Alguns itens de avaliação são considerados mesmo antes da instalação do sistema e, portanto, podem
requerer pesquisa em sites especializados, junto à comunidade ou ao fabricante da distro considerada. Outros
itens são avaliados durante a instalação, ou durante a utilização do sistema em avaliação.
Nas distribuições que oferecem perfis de instalação, o avaliador deve escolher perfis destinados a
estações de trabalho (desktops), para realizar a instalação e avaliação, de forma que a versão instalada se
aproxime - o máximo possível - do tipo de configuração a ser utilizada no Exército Brasileiro.
Uma versão da Grade de Avaliação estará disponível, em formato de planilha eletrônica, no portal do
software
livre
do
Exército
Brasileiro
(http://softwarelivre.eb.mil.br)
e
no
Portal
EBNet
(http://ebnet.eb.mil.br).
3. Bônus
Para que seja escolhida a distribuição mais ajustada com o seu ambiente, poderá ser necessário criar
bônus de forma a valorizar algum requisito que seja considerado essencial. Por exemplo: compatibilidade
com algum tipo de impressora que exista em larga escala na OM; compatibilidade com o antivirus
homologado e em utilização; ou a preservação de funcionalidades de determinado sistema legado. Ou seja: a
concessão de bônus tem a finalidade maior de dirimir uma eventual proximidade de pontuação entre duas ou
mais distros, constituindo-se em ajuste para os aspectos considerados - tecnicamente - essenciais e que
devam ser preservados na migração ou implementação.
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Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
ANEXO II - Grade de Avaliação de Distribuição para Estações de Trabalho (desktops)
EXÉRCITO BRASILEIRO
[NOME DO ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELA AVALIAÇÃO]
Planilha de Avaliação de Distribuição GNU/Linux para Estações de Trabalho (desktops)
Equipe de Avaliação:
Data:
ATENÇÃO: Os avaliadores não devem alterar os pesos constantes da tabela abaixo. Caso persista alguma
discordância, propor a alteração ao CDS, justificadamente
Distribuições
Requisitos de Avaliação
Peso
Itens Objetivos (atribuir notas 0 ou 1)
Nota
1. Versão do Kernel
a. 2.6 ou superior
b. Outra (inferior)
3
1
2. Suporte a Idiomas (português do Brasil)
a. Ajuda da interface gráfica padrão
b. Páginas de manual on-line (main pages)
c. Menus da interface gráfica padrão
d. Menus dos aplicativos instalados
e. Mensagens (Help e de erros) do interpretador de comandos
f. Menus e mensagens do programa instalador
g. Ajuda do programa instalador
1
1
2
2
1
1
1
3. Instalação
a. Reconhecimento de sistemas operacionais não-Linux, existentes
b. Reconhecimento de outras distros, existentes
c. Particionamento manual do disco
d. Reconhecimento de partições existentes
e. Redimensionamento de partições existentes
f. Detecção de placa de som
g. Detecção de interface de rede
h. Detecção de placa de vídeo
i. Detecção de monitor
j. Instalação via rede (ftp, http, etc)
l. Perfis de instalação pré-definidos
m. Seleção manual de pacotes
n. Opção para gerenciador de boot GRUB
o. Recuperação de instalações anteriores
p. Criação de usuários, na instalação
q. Instalador modo gráfico
r. Controle das fases de instalação
s. Otimização de pacotes, em função da família do processador
1
1
1
2
1
2
3
3
2
3
2
1
1
1
1
2
1
1
4. Sistema de Gerenciamento de Pacotes
a. Possui resolução de dependências (não somente a sua indicação)
b. Existe sistema de gerenciamento de pacotes
c. Permite criação de repositório local
d. Permite a atualização automatizada
2
3
1
2
5. Atualização de pacotes
a. Disponibilidade de versões atualizadas
b. Aviso de lançamento, em listas especializadas
c. Atualizações gratuitas
2
2
3
6. Segurança
a. Desabilitação de serviços vulneráveis, após instalação
b. Desabilitação do acesso remoto do superusuário, após instalação
c. Inibição do logon automático du superusuário, após instalação
d. Configuração de política de senhas (tamanho mínimo, expiração, combinações
inadequadas, etc)
e. Atualização de segurança, de fácil acesso
f. Atualização de segurança, lançada em, até:
- 48 horas
- 7 dias
g. Aviso de lançamento em listas especializadas
Distro 1
(versão)
Pontos
Distro 2
(versão)
Nota
Pontos
Distro 3
(versão)
Nota
Pontos
2
1
3
3
1
4
2
1
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Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
7. Ferramentas para Configuração do Sistema em Ambiente Gráfico
a. Área de Trabalho
b. Som
c. Rede
d. Teclado
e. Mouse
f. Vídeo
g. Dispositivo USB (exceto pendrive)
h. Preferências do usuário (temas, tela de logon, etc)
i. Impressora
8. Suporte Técnico
a. Documentação disponível no idioma local
b. Comunidade ativa
c. Lista de discussão em português
d. Site da distribuição em português
e. Opção de suporte comercial, disponível por telefone, Web, chat ou Instant
Messaging
2
1
4
2
1
2
3
1
4
4
3
2
2
1
9. Suporte nativo a autenticação
a. LDAP
b. Active Diretory (AD)
3
3
10. Correio / agenda padrão
a. Evolution
b. Kmail
c. Mozilla Thunderbird
d. Outros
3
3
3
1
11. Navegador padrão
a. Mozilla-Firefox
b. Mozilla
c. Outros
3
2
1
12. Interface gráfica disponível após a instalação
a. KDE 3.5 ou superior
b. KDE anterior à versão 3.5
c. GNOME
4
3
2
13. Critérios específicos
a. Sistema automático de recompilação
b. Possui sistema de bugtrack
c. Possui CVS / SVN aberto
d. Desenvolvimento participativo
2
2
2
1
14. Suporte a Sistemas de Arquivos
a. ext3
b. reiserfs
c. jfs
d. xfs
2
2
1
1
15. Pacote de Escritório padrão
a. BROffice.org 2.1 ou superior
b. OpenOffice.org 2.1 ou superior
c. OpenOffice.org, em versão anterior à 2.x
5
3
2
16. Interoperabilidade
a. Suporte a aplicativos de outras distribuições
b. Suporte a Java
c. Suporte a emulação Windows
d. Suporte a outros sistemas de arquivos (FAT, NTFS, HPFS)
e. Acesso a compartilhamento UNIX / Linux (NFS, fish, etc)
f. Acesso a compartilhamento Windows (SMB)
3
1
1
1
2
2
17. Multimídia e Comunicação
a. Tocador de áudio, com suporte a CD e MP3
b. Tocador de vídeo, com suporte a mpeg / mpeg2 / mpeg 4
c. Utilitário para gravação de CD
d. Utilitário para gravação de DVD
e. Controle de volume
f. Cliente de Instant Messaging
g. Cliente VPN
h. Configurador de conexão discada
1
1
1
1
1
1
1
1
18. Gráficos
a. Aplicativo de manipulação de imagens (GIMP)
b. Aplicativo de desenho vetorial ou diagramação
1
1
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Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
19. Apoio ao aprendizado e Ajuda
a. Disponibilidade de aulas multimídia, customizadas para a distro e suas
ferramentas:
- gratuitas
- onerosas
b. Disponibilidade de material impresso, ou pronto para impressão customizada,
para a distro e suas ferramentas
- gratuito
- oneroso
c. Fontes de Ajuda (main pages, info pages, how-to, etc), integradas em uma única
interface
d. Ajuda com busca indexada
e. Menus de interface gráfica com indicativo de funções dos programas instalados
(nomes)
20. Suporte a mídia removível
a. Acionador de disquete de 3.5" e CD-ROM
- Reconhecimento e montagem automática do acionador
- Reconhecimento, com montagem não automática
b. Pendrive
- Reconhecimento e montagem automática do acionador
- Reconhecimento, com montagem não automática
21. Padronização
a. Compatibilidade com LSB (Linux Standard Base)
www.freestandards.org/en/Products
- inclui versão 3.0
- somente até a versão 2.0
b. Sistema de arquivos compatível com FHS (Filesystem Hierarchy Stardard)
www.pathname.com/fhs/
22. Maturidade da distribuição
a. Tempo de existência superior a 10 (dez) anos
b. Tempo de existência entre 5 (cinco) e 10 (dez) anos
c. Tempo de existência inferior a 5 (cinco) anos
23. Bônus, referentes a características importantes para as OM/EB
a. Suporte a Java, permitindo o acesso aos sistemas estruturadores do Governo
Federal, na Internet
b. Suporte a emulação Windows, para acesso aos sistemas corporativos legados, do
EB
c. Suporte a impressoras antigas, existentes na OM
d. Cliente VPN, compatível com servidor CISCO
Total de Pontos
4
2
3
1
2
1
2
4
2
4
2
3
2
1
4
3
2
4
4
4
4
200
Itens Multivalorados
Notas de 1 a 4, conforme o detalhamento a seguir:
1 - ruim (baixo)
2 - regular (médio)
3 - bom (alto)
4 - muito bom (muito alto)
24. Grau de participação no mercado
a. Mundial
b. Brasileiro
c. Ambiente corporativo
1
1
1
25. Percepção do usuário (média de opiniões)
a. Facilidade de utilização
b. Aparência
c. Desempenho
2
1
1
26. Percepção do administrador
a. Estabilidade
b. Inicialização dos aplicativos de uso comum
c. Inicialização / desligamento do sistema
d. Aproveitamento de máquinas, com 5 (cinco) anos de uso, ou mais
e. Execução em máquinas com menos de 5 (cinco) anos de uso
f. Facilidade de administração
g. Agilidade do distribuidor, ou da comunidade, em respostas a solicitações
27. Instalação, atualização e custos envolvidos
a. Periodicidade de atualização do kernel, na distribuição
b. Duração do processo de instalação
c. Facilidade geral de utilização do instalador
d. Hardware mínimo exigido
e. Atualidade dos pacotes distribuídos
f. Custo de aquisição da mídia original (se houver)
g. Facilidade em encontrar treinamento, específico para a distro
Total de Pontos
2
2
1
1
1
2
2
1
1
1
1
1
1
1
100
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Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
Fórmula de cálculo:
Total de pontos da distro =
Σ pontos dos itens
onde:
pontos do item = nota do item x peso do item
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Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
ANEXO III - Descrição dos Itens de Avaliação
Itens Objetivos (notas 0 ou 1)
1. Versão do Kernel
Verifica se o kernel instalado por padrão é da versão mais nova, ou não. Assinalar kernel 2.6 ou
superior, ou outra versão.
2. Suporte a Idiomas (português do Brasil)
Algumas distribuições têm feito um grande esforço no sentido de internacionalização (i18n) e
localização (l10n) de suas versões, mas ainda são verificados níveis distintos de adaptação ao mercado
nacional. Há, por exemplo, distribuições que traduziram o instalador e usam uma interface gráfica com
suporte ao português, mas mantêm as páginas de manual em inglês. Este item pontua o suporte ao português
praticado no Brasil em diversos componentes do sistema (ajuda, manual, interface gráfica, aplicativos, shell,
instalador).
3. Instalação
A instalação ainda é um problema para muitos usuários Linux. As distribuições têm evoluído nesse
aspecto. Por exemplo, os perfis de instalação (ex: servidor, desktop corporativo, etc), o reconhecimento do
hardware, das partições e de outros sistemas e instalação via rede são facilitadores. A funcionalidade de
recuperação de instalações passadas se refere a colocar novamente em produção um sistema que apresentou
falha em um componente, sem necessitar refazer toda a instalação. O controle das fases de instalação,
disponível em algumas distros, permite retomar o processo de instalação quando uma fase falha, sem
reiniciá-lo totalmente. A otimização de pacotes está disponível para algumas distros, que compilam
componentes do sistema levando em conta a família do processador, para tirar partido dessa arquitetura,
tornando a execução mais rápida.
4. Sistema de Gerenciamento de Pacotes
Neste item verifica-se se a distro dispõe de um sistema de gerenciameno de pacotes e se resolve as
dependências dos pacotes. Muitas apenas indicam as dependências e deixam para o usuário a resolução.
Também é verificado se a distro permite criação de repositório local e atualização automatizada, importantes
para a instituição dada sua abrangência geográfica e as dificuldades de conexão.
5. Atualização de Pacotes
Este item avalia o cuidado do distribuidor com as atualizações e a forma como elas chegam ao
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Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
conhecimento de
sua comunidade de usuários. Atualizações gratuitas também facilitam o esforço de
migração para SL; dadas as dimensões da Instituição e as restrições orçamentárias, é importante que o
projeto de adoção do SL seja economicamente escalável.
6. Segurança
A segurança é o “calcanhar de Aquiles” até mesmo nos sistemas fechados ou proprietários.
Convém que a distro desabilite os serviços vulneráveis e o acesso remoto do super-usuário após a instalação,
inibindo ainda logon automático desse usuário, bem como permita configurar as política de senhas com os
parâmetros que enfocam a relevância da senha. As atualizações de segurança devem ser fácil acesso, de
preferência automatizadas, e devem ser lançadas o mais rápido possível a partir do momento em que se
constata uma vulnerabilidade. Convém colocar imediatamente os usuários a par de sua existência.
7. Suporte Técnico
As características do suporte oferecido são avaliadas quanto à disponibilidade de documentação
traduzida para o idioma local, grau de atividade da comunidade, existência de lista de discussão e de site de
distribuição da distro em português. A opção de suporte comercial é importante para os pontos onde é difícil
para a Instituição garantir estrutura própria de suporte.
8. Ferramentas para Configuração do Sistema em Ambiente Gráfico
Este item avalia o grau de facilidade de configuração para o usuário comum do sistema. É
verificada a existência de ferramentas de configuração em modo gráfico para área de Trabalho, som, rede,
teclado, mouse, vídeo, dispositivos USB (exceto pendrive, visto abaixo), preferências do usuário (temas, tela
de logon, etc) e impressora, sempre considerando o gerenciador de janelas padrão adotado pela distro.
9. Correio / agenda padrão
Este item verifica a disponibilidade de software cliente de correio eletrônico, com ênfase nos
recomendados pelo EB. Assinalar somente uma opção, considerando apenas a instalada por padrão na distro.
10. Suporte nativo a autenticação
Assinalar caso a distro suporte uma das formas de autenticação de usuários listadas.
11. Navegador padrão
Este item verifica a disponibilidade de software cliente HTTP (browser ou navegador Web), com
ênfase nos recomendados pelo EB. Assinalar somente uma opção, considerando apenas a instalada por
padrão na distro.
12. Interface gráfica disponível após a instalação
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Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
A interface gráfica com o usuário é ponto crucial da aceitação de sistemas desktop. Nesse item, é
verificado o grau de adesão da distro aos padrões recomendados pelo EB no seu Plano de Migração.
Assinalar somente uma, de acordo com o gerenciador de janelas disponível por padrão logo após a
instalação do sistema.
13. Critérios específicos
Este item avalia diversos critérios relacionados ao desenvolvimento e à manutenção do sistema.
Assinalar o sub-item caso o sistema possua sistema de recompilação automático, sistema de notificação e
rastreamento de falhas (bugtracking), sistema de controle de versões dos pacotes (CVS ou SVN) aberto à
comunidade de desenvolvedores e desenvolvimento participativo.
14. Suporte a Sistemas de Arquivos
É desejável suporte a múltiplos sistemas de arquivo, especialmente ext3 e reiserfs. O suporte a
sistemas de arquivo padrão Microsoft são avaliados em outro ponto.
15. Pacote de escritório padrão
O EB recomenda o uso da versão mais nova (2.x) do OpenOffice.org (ou variante), que suporta o
formato de arquivos ODF e tem ferramentas de conversão pra PDF, com preferência para a versão localizada
(BROffice.org). Caso a distro contenha mais de um pacote, considerar o instalado por padrão.
16. Interoperabilidade
Este item avalia a capacidade da distro em operar em ambiente multiplataforma e multifornecedor,
comuns em alguns órgãos da Instituição, de forma a possibilitar a troca de informações e serviços com
software proprietário e aplicativos legados. São avaliados o suporte a aplicativos de outras distribuições
GNU/Linux, a Java, a emulação Windows e a outros sistemas de arquivos típicos dos sistemas proprietários
(FAT, NTFS, HPFS). Também é verificado a acesso a compartilhamentos Unix/Linux (via NFS, fish, etc) e
Windows (via SMB).
17. Multimídia e Comunicação
Neste item é verificada a existência de funcionalidades mínimas de conforto, multimídia e
interação com outros usuários. É verificada a existência de tocador (player) de áudio com suporte a CD e
mp3, tocador (player) de vídeo com suporte a mpeg/mpeg2/mpeg4, utilitário para gravação de CD / DVD,
controle de Volume, Cliente de Instant Messaging (ex: AMSN), cliente VPN (Virtual Private Network) e
configurador de conexão discada (dialup).
18. Gráficos
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Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
Assinalar cada sub-item caso a distro conte com aplicativo de manipulação de imagens (ex: GIMP)
e de desenho vetorial ou diagramação no conjunto de pacotes distribuídos.
19. Apoio ao Aprendizado e Ajuda
Este item é de suma importância para instituições que estão criando ainda sua cultura em
GNU/Linux. Algumas distribuições contam com elementos facilitadores do aprendizado, como aulas
multimídia e material impresso ou em formato eletrônico favorável à impressão. É importante que o material
seja customizado para a distro e suas ferramentas, para não confundir o aluno. Também é valorizada a distro
que coloca o material à disposição de forma gratuita pois, como já exposto, as dimensões da Instituição e as
restrições orçamentárias exigem que o projeto de adoção do SL seja economicamente escalável.
Algumas distribuições tiveram o cuidado de integrar as fontes de ajuda (main pages, info pages,
how-to, etc) em uma única interface, o que facilita o acesso ao conteúdo. Outras ainda permitem busca
indexada nesse conteúdo, como ocorre nos sistemas proprietários já em uso. Esses cuidados também são
valorizados. Os menus da interface gráfica indicando as funções dos programas instalados, além dos seus
nomes, são importantes, pois é comum o usuário saber que tarefa quer realizar e não saber o nome do
programa usado no GNU/Linux.
20. Suporte a Mídia Removível
Ainda é um ponto deficiente em muitas distros, embora seja muito importante para o usuário
desktop. Disquete, CD-ROM, e pendrive, ou não são reconhecidos pelo sistema, ou são reconhecidos, mas
não são montados automaticamente, dificultando o uso. Esse item valoriza a distro que teve mais cuidado
com esse aspecto.
21. Padronização
As distros tomam diferentes decisões de projeto no que se refere a aspectos, como, por exemplo,
os nomes de usuários criados pelo sistema e a localização dos pontos de montagem, das pastas do usuário e
da instalação de software. Um mínimo de padronização é requerido para garantir melhor uso, portabilidade
de programas e maior rendimento das atividades de suporte e treinamento. No caso da compatibilidade com
LSB (Linux Standard Base), consultar www.freestandards.org/en/Products para definir a pontuação. No caso
da compatibilidade com FHS (Filesystem Hierarchy Standard), consultar www.pathname.com/fhs/.
22. Maturidade da Distribuição
É desejável que a distro esteja em uso há mais tempo, como sinal de sua estabilidade e de
maturidade de sua comunidade de usuários, bem como para evitar a distribuição que surge prometendo
muito e depois desaparece, deixando o usuário órfão. O avaliador poderá consultar sites como o linux.org ou
Página 25
Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
o distrowatch.com para obter mais informações.
23. Bônus: características importantes para as OM do EB
Neste item são pontuadas as características que interessam de forma particular ao EB,
considerando-se sua natureza pública e as peculiaridades do parque instalado. Assim, pontuará a distro que
tiver suporte a Java que permita acesso aos programas do Governo Federal na Internet (ex: SIAFI), suporte a
Emulação Windows capaz de rodar sistemas microlegados do EB, suporte a impressoras antigas presentes
nas Organizações Militares (OM) e cliente VPN (Virtual Private Network) compatível com servidor CISCO.
Itens Multivalorados (notas de 1-4)
Esse conjunto de itens pode assumir notas de 1 a 4, a critério do avaliador. Deve-se considerar, na
interpretação do atendimento ao item, as equivalências 1=ruim (ou baixo), 2=regular (ou médio), 3=bom (ou
alto), 4=muito bom (ou muito alto).
24. Grau de participação no mercado
A distro que tem maior participação oferece menos risco para o usuário, porque o mecanismo
naturalmente colaborativo das comunidades de SL permite que ela continue existindo mesmo se for
descontinuada pelo fornecedor. Esse item avalia o grau de adoção nos mercados mundial, nacional e
corporativo.
25. Percepção do usuário
Item subjetivo, busca medir a opinião do usuário quanto aos aspectos de Facilidade de Uso,
Aparência e Desempenho. Sugere-se obter média de opiniões de um grupo de usuários, caso o avaliador
tenha disponibilidade de tal grupo.
26. Percepção do administrador
Item também subjetivo, busca medir a opinião do administrador quanto aos aspectos: estabilidade
geral do sistema; tempo de inicialização dos aplicativos de uso comum (ex: Firefox, BrOffice.org);
inicialização e desligamento do sistema; aproveitamento de máquinas com mais de cinco anos de uso,
consideradas “antigas”; execução em máquinas com menos de cinco anos de uso, consideradas “recentes”;
facilidade geral de administração; e agilidade do distribuidor ou da comunidade em respostas a dúvidas.
Esses aspectos, embora pudessem ser medidos objetivamente, são tomados de forma subjetiva dada a
dificuldade de se garantir condições iguais de avaliação em todos as localidades.
27. Instalação, Atualização e Custos
Avalia a periodicidade de atualização do Kernel na distribuição (quanto mais freqüente melhor,
Página 26
Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
desde que a distro permanece estável), a duração do processo de instalação (quanto mais rápido, melhor), a
facilidade geral de uso do instalador, as exigências de hardware mínimo para execução satisfatória (quanto
menor, melhor), a a atualidade dos pacotes distribuídos (quanto mais atuais, melhor), o custo de aquisição da
mídia original (se for o caso; quanto mais baixo, melhor), e a facilidade em encontrar treinamento específico
para a distro (quanto mais fácil, melhor).
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Metodologia para Avaliação de Distribuição GNU/Linux
ANEXO IV - Referências
[1] “Grupo de Trabalho de Migração para Software Livre”.
guialivre.governoeletronico.gov.br/gtmsl. Consultado em 02 de junho de 2007.
[2] “Plano de Padronização de Ambiente e Migração para Software Livre”.
www.governoeletronico.gov.br/anexos/plano-de-padronizacao-de-ambiente-e-migracao-para-softwarelivre/view?searchtrm=Plano. Consultado em 02 de junho de 2007.
[3] “Distribuições GNU/Linux”.
twiki.im.ufba.br/bin/view/PSL/DistribuicoesGNULinux. Consultado em 02 de junho de 2007.
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Metodologia para Escolha de Distribuição GNU/Linux