Folheto
sobre Stelara®
para o Profissional
de Saúde
Informação de segurança
importante
fevereiro de 2015 (5ª versão)
Leia atentamente este folheto pois contém informação importante
sobre Stelara®, com vista a minimizar:
•R
isco de infeções graves, incluindo infeções por salmonella, tuberculose
e outras infeções micobacteriana
• Risco de reações de hipersensibilidade, incluindo alergia ao látex
presente no revestimento da agulha da seringa pré-cheia
• Risco potencial de doenças malignas
Índice
Stelara® no tratamento da Psoríase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Indicação
Mecanismo de Ação
Elegibilidade dos doentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Contraindicações
Populações Especiais
Antes de iniciar o tratamento com Stelara® . . . . . . . . . . . . . . .
7
Efeitos secundários possíveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Tratamento do doente com Stelara® . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Monitorização e acompanhamento a longo prazo . . . . . . . . . . . . 12
FOLHETO SOBRE STELARA® PARA O PROFISSIONAL DE SAÚDE- Informação de segurança importante
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Stelara® no tratamento
da Psoríase
Indicação
Psoríase em placas
Stelara® é indicado no tratamento da psoríase em placas, moderada a grave, em adultos que
não responderam, ou que têm uma contraindicação, ou que são intolerantes a outras terapêuticas sistémicas, incluindo ciclosporina, metotrexato (MTX) ou PUVA (psoraleno e radiação
ultravioleta A).
Artrite psoriática (APs)
Stelara®, isoladamente ou em associação com MTX, é indicado no tratamento da artrite
psoriática ativa em doentes adultos quando a resposta terapêutica a medicamentos antireumáticos modificadores da doença (DMARDs) não biológicos tenha sido inadequada.
Mecanismo de ação
A substância ativa de Stelara® é o ustecinumab, um anticorpo monoclonal IgG1κ totalmente
humano, que se liga com elevada afinidade e especificidade à subunidade proteica p40 das
citocinas humanas IL-12 e IL-23.
As IL-12 e IL-23 são citocinas heterodiméricas segregadas por células apresentadoras de antigénios ativadas, como os macrófagos e as células dendríticas. As IL-12 e IL-23 participam
na função imunitária contribuindo para a ativação das células natural killer (NK) e para a diferenciação e ativação dos linfócitos T CD4 +. No entanto, a regulação anómala das interleucinas,
IL-12 e IL-23, tem sido associada a doenças mediadas pelo sistema imunitário, tais como a
psoríase e artrite psoriática.
Através da ligação à subunidade partilhada da proteína p40 da IL-12 e IL-23, o ustecinumab
pode exercer o seu efeito terapêutico sobre a psoríase e a artrite psoriática através da interrupção das vias das citocinas Th1 e Th17, ambas importantes para a patologia destas doenças.
A IL-12 estimula as células natural killer (NK) e a diferenciação das células T CD4 + através do
fenótipo T helper 1 (Th1), a IL-23 induz a via T helper 17 (Th17). A inibição da IL-12 e IL-23
pode resultar na inibição da sinalização da produção e diferenciação de citoquinas como a
IL-17 e IL-22, reduzindo a ativação das células imunitárias, a ativação dos queratinócitos, a
formação de placa, a inflamação das articulações e as entesites.
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Representação esquemática do mecanismo de ação de Stelara®
IL-22
Célula T*
CD4CD8-
Stelara
®
IL-17
TNF-α
IL-23
Th17
IL-22
IL-17
Linfócito
CD4+
T naïve
Célula
dendrítica
Resposta imunitária celular
Doenças imunomediadas
IFN-ϒ
IL-12
Th1
TNF-α
Stelara
®
* evidência a partir do modelo animal (rato)
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Elegibilidade dos doentes
Contraindicações
Stelara® não deverá ser administrado a doentes com infeção ativa clinicamente relevante,
(p. ex. tuberculose ativa) ou a doentes com hipersensibilidae conhecida à substância ativa
(ustecinumab) ou a qualquer um dos seus excipientes.
Populações Especiais
Crianças e adolescentes (< 18 anos)
Stelara® não é recomendado para crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos.
A segurança e eficácia de Stelara® em crianças com idade inferior a 18 anos ainda não foram
estabelecidas.
Doentes idosos (≥ 65 anos)
Não foram observadas diferenças globais na eficácia ou segurança de Stelara®, nos doentes
com idade igual ou superior a 65 anos a receber tratamento com Stelara®, em comparação
com doentes mais jovens. No entanto, o número de doentes com idade igual ou superior
a 65 anos não é suficiente para determinar se estes respondem de forma diferente, em comparação com os doentes mais jovens. Deve ter-se precaução no tratamento dos idosos, porque
no geral, há uma maior incidência de infeções nesta população de doentes.
Não foram realizados estudos específicos em doentes idosos.
Compromisso renal e afeção hepática
Stelara® não foi estudado nestas populações de doentes. Não podem ser efetuadas quaisquer
recomendações posológicas.
Não existem dados farmacocinéticos disponíveis em doentes com compromisso renal ou
insuficiência hepática.
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Antes de iniciar
o tratamento com Stelara®
As normas para a utilização de agentes biológicos no tratamento da psoríase sugerem que os
doentes devem ser inicialmente submetidos a uma avaliação da sua história clínica e a um exame
físico completos. Os estudos devem incluir o rastreio de tuberculose (ver exemplo de protocolo na
página 8), presença de salmonella, micobactérias não tuberculosas e doenças malignas.
Tuberculose
Stelara® pode ter o potencial para aumentar o risco de infeções e reativar situações de tuberculose latente. Antes de iniciar o tratamento com este medicamento, os doentes devem ser
avaliados em relação a infeção por tuberculose.
O procedimento de rastreio de tuberculose pode ser o definido em normas locais ou podem
ser seguidas outras normas orientadoras publicadas como, por exemplo, a declaração de consenso da National Psoriasis Foundation relativa ao rastreio de tuberculose latente em doentes
com psoríase tratados com agentes sistémicos e biológicos.
Na página seguinte, encontra-se uma sugestão de protocolo de rastreio. Sempre que disponíveis, devem seguir-se as normas e práticas locais.
O tratamento para a tuberculose latente deve ser iniciado antes da administração de Stelara®.
Também, deve ser considerada terapêutica antituberculosa antes do início da administração
deste medicamento, em doentes com história de tuberculose latente ou ativa, nos casos em
que não é possível confirmar um curso de terapêutica adequado.
Os doentes em tratamento com Stelara® devem ser cuidadosamente monitorizados relativamente a sinais e sintomas de tuberculose ativa durante e após o tratamento. Stelara® não pode
ser administrado em doentes com tuberculose ativa.
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Exemplo de Protocolo de rastreio para a tuberculose antes do início do tratamento com Stelara®.
Recolher a história para rastreio de fatores
de risco de tuberculose/Solicitar ao CDP:
Teste Mantoux (TST), IGRA e Raio-X ao tórax
NEGATIVO
(em todos os exames)
Repetição do TST
depois de 1-3
semanas em braço
contra-lateral
TST induração
<10 mm em doentes
imunocompetentes
POSITIVO
(em pelo menos um exame)
Raio-X com alterações
ou
TST induração
≥10 mm em doentes
imunocompetentes
ou
TST induração
<5 mm em doentes
imunocomprometidos
e
Consultar um
especialista para
o tratamento padrão
de tuberculose ativa
IGRA negativo
TST induração
≥5 mm em doentes
imunocomprometidos
ou
IGRA positivo
e
Raio-X sem alterações
Iniciar tratamento
com STELARA® *
Iniciar tratamento
com STELARA®
após conclusão do
curso de tratamento
da tuberculose;
o tratamento com
STELARA® pode ser
iniciado decorridos
2 meses se
absolutamente
necessário atendendo
ao estado clínico,
desde que o doente
cumpra o tratamento
e se conheça,
as suscetibilidades
da tuberculose
Iniciar tratamento
para tuberculose
latente se a radiografia
do tórax for estável
Iniciar tratamento
com STELARA®
após conclusão
do curso de
tratamento da
tuberculose latente
ou decorridos 1-2
meses do tratamento
se o estado clínico
o determinar.
Adaptado de “Duarte, Raquel et al; Tuberculosis screening for biological therapy; Revista SPDV 2012; 70(4).”
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Advertências e precauções
especiais de utilização
Infeções
Stelara® pode ter potencial para aumentar o risco de infeções e reativar infeções latentes. Em
estudos clínicos, foram observadas infeções bacterianas, fúngicas e virais graves em doentes
tratados com este medicamento.
É recomendada precaução sempre que for considerada a utilização de Stelara® em doentes
apresentando infeção crónica ou história de infeção recorrente.
Os doentes devem ser instruídos a procurar aconselhamento médico se notarem sinais ou
sintomas sugestivos de infeção. Se o doente desenvolver uma infeção grave, este deve ser
permanentemente monitorizado e Stelara® não deverá ser administrado até a infeção resolver.
Doenças malignas
Imunossupressores como o ustecinumab têm potencial para aumentar o risco de doença maligna. Em estudos clínicos, alguns doentes tratados com Stelara® desenvolveram doenças malignas cutâneas e não cutâneas.
Não foram realizados estudos incluindo doentes com história de doença maligna ou em que
fosse continuado o tratamento em doentes que desenvolveram uma doença maligna durante a
terapêutica com Stelara®. Deste modo, recomenda-se precaução ao considerar a utilização de
Stelara® nestes doentes.
Todos os doentes, particularmente os doentes com idade superior a 60 anos de idade, com história médica de terapêutica imunossupressora prolongada ou com história de tratamento com
PUVA, devem ser monitorizados quanto ao aparecimento de cancro da pele não melanoma.
Reações de hipersensibilidade
Foram relatadas reações de hipersensibilidade graves no período após comercialização, em
alguns casos, vários dias após o tratamento. Ocorreram anafilaxia e angioedema. Se ocorrer
uma reação anafilática ou outra reação de hipersensibilidade grave, a administração de Stelara®
deve ser imediatamente interrompida e deve ser instituída uma terapêutica apropriada.
Sensibilidade ao Látex
A proteção da agulha da seringa pré-cheia é produzida a partir de borracha natural seca (um
derivado do látex), que pode causar reações alérgicas em indivíduos sensíveis ao látex.
Para mais informação sobre advertências e precauções especiais de utilização deste medicamento, consulte a secção 4.4 do Resumo das Características do Medicamento (RCM)
disponível em: http://www.infarmed.pt/infomed/lista.php
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Efeitos secundários possíveis
Deve aconselhar os seus doentes a procurar aconselhamento médico caso notem algum dos efeitos secundários graves que se seguem – podem necessitar de interromper
o tratamento com Stelara® e receber tratamento médico urgente:
•S
inais de uma reação alérgica como edema da face, lábios, boca ou garganta que
podem dificultar a deglutição ou a respiração; exantema cutâneo; urticária; edema
das mãos, pés ou tornozelos;
•S
inais de infeção (incluindo tuberculose) tais como febre, cansaço ou dispneia, tosse persistente, sintomas gripais, suores noturnos, diarreia, problemas dentários ou
sensação de ardor ao urinar, pele quente, vermelha e dolorosa ou erupção cutânea
dolorosa com bolhas;
• Sinais de tensão arterial baixa como, por exemplo, vertigens ou tonturas.
Mais informação sobre as reações adversas a este medicamento, notificadas em ensaios
clínicos e em estudos pós-comercialização, pode ser consultada na secção 4.8 do RCM
disponível em: http://www.infarmed.pt/infomed/lista.php
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Tratamento
do doente com Stelara®
Psoríase em Placas:
A posologia recomendada de Stelara® consiste numa dose inicial de 45 mg administrada por
via subcutânea, seguida de uma dose de 45 mg, 4 semanas mais tarde, e depois repetida a
cada 12 semanas.
Em doentes com peso corporal >100 kg a dose inicial é de 90 mg administrada por via subcutânea, seguida de uma dose de 90 mg, 4 semanas mais tarde, e depois repetida a cada 12
semanas. Nestes doentes, a dose de 45 mg, também, demonstrou ser eficaz. No entanto, a
administração de 90 mg resultou numa maior eficácia.
A interrupção do tratamento deve ser considerada em doentes que não apresentem qualquer
resposta ao tratamento até às 28 semanas.
Artrite psoriática:
A posologia recomendada de Stelara® consiste numa dose inicial de 45 mg administrada por
via subcutânea, seguida de uma dose de 45 mg, 4 semanas mais tarde, e depois repetida a
cada 12 semanas. Em alternativa, em doentes com peso corporal > 100 kg, poderá ser administrada uma dose de 90 mg.
A interrupção do tratamento deve ser considerada em doentes que não apresentem qualquer
resposta ao tratamento até às 28 semanas.
Stelara® deverá ser utilizado sob a orientação e supervisão de um médico com experiência no
diagnóstico e tratamento da psoríase ou artrite psoriática.
A administração do medicamento deve seguir os passos descritos no material educacional
“Instruções de Utilização para o Profissional de Saúde” e respetiva brochura.
Após treino apropriado sobre a técnica de injeção subcutânea, os doentes podem autoinjetar
Stelara® se o médico considerar adequado. Os doentes devem ser instruídos a injetar a quantidade total de medicamento de acordo com as instruções fornecidas no folheto informativo e
nos materiais educacionais para os doentes (“Instruções de Utilização para o Doente” e respetiva brochura), que lhes deverão ser disponibilizados. No entanto, o médico deve continuar
a assegurar um seguimento adequado dos doentes (ver secção seguinte).
Para os doentes que realizam autoinjeção e requerem uma dose de 90 mg de Stelara® é
recomendado que uma única seringa de 90 mg seja prescrita. No entanto, se só estiverem
disponíveis seringas de 45 mg, o doente deverá ser informado para fazer 2 injeções, uma imediatamente a seguir à outra, escolhendo sempre um local diferente para a segunda injeção.
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Monitorização
e acompanhamento a longo prazo
Stelara® é um imunossupressor seletivo e pode ter potencial para aumentar o risco de infeções
e doenças malignas, bem como para reativar infeções latentes.
•A
ntes de iniciar o tratamento com Stelara®, os doentes devem ser avaliados em relação à
infeção por tuberculose;
•R
ecomenda-se uma avaliação periódica para monitorizar potenciais riscos associados a
terapêuticas biológicas, como é o caso de desenvolvimento de doenças malignas.
Os doentes devem ser instruídos para procurar aconselhamento médico se surgirem sinais
ou sintomas sugestivos de uma infeção. Se um doente desenvolver uma infeção grave, este
deverá ser cuidadosamente monitorizado e Stelara® não deverá ser administrado até resolução
da infeção.
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Informações úteis
Resumo das Características do Medicamento (RCM) de Stelara®.
Para mais informações sobre a correta administração de Stelara® sugerimos a leitura das
“Instruções de Utilização para Profissionais de Saúde”, entregues com este folheto.
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Contactos para notificação de reações adversas
Unidade de Farmacovigilância – Janssen-Cilag Farmacêutica, Lda.
Email: [email protected]
Tel. 21 436 88 35
Fax. 21 434 30 28
ou
Formulário online do Portal RAM disponível no sítio do INFARMED, I.P. em:
http://extranet.infarmed.pt/page.seram.frontoffice.seramhomepage (preferencialmente)
ou
INFARMED, I.P. – Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil, 53
1749-004 Lisboa
Email: [email protected]
Tel: 21 798 71 40/41
Fax: 21 798 73 97
Para mais informações contacte:
Janssen-Cilag Farmacêutica, Lda.
Estrada Consiglieri Pedroso, 69 A
Queluz de Baixo - 2734-503 BARCARENA
Tel.: 21 436 88 35
Fax: 21 434 30 28
www.janssen.pt
Sociedade por quotas | Matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Oeiras,
sob o n.º 10576 | Capital Social e2,693,508,64 | N.º Contribuinte 500189412
PHPT/STE/1114/0005
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