CADERNO DE FÍSICA DA UEFS 06 (01 e 02):
19-29, 2008
DEPARTAMENTO DE FÍSICA: PROPOSTA DE ATIVIDADE DE
EXTENSÃO DE UMA UNIDADE ACADÊMICA UNIVERSITÁRIA
M. S. R. Miltão e Franz Alves Farias
Departamento de Fı́sica, Universidade Estadual de Feira de Santana; Avenida Transnordestina,
s/n, Novo Horizonte, Campus Universitário,
44036-900, Feira de Santana, BA, Brasil
Nesse trabalho apresentamos as linhas gerais da concepção de atividade de extensão desenvolvida pelo Departamento de Fı́sica da Universidade Estadual de Feira de Santana. Para
tanto, a partir de considerações filosófico-epistemológicas do conhecimento humano, definimos o Campo do Saber para propiciar a base teórica de uma unidade acadêmica universitária.
Estabelecido esse pressuposto, colocamos a definição de Departamento, por nós defendida,
e a concepção, natureza e tipos de atividade de extensão universitária. Para finalizar, definimos o Departamento de Fı́sica e descrevemos sucintamente as atividades de extensão a ele
associadas.
I.
INTRODUÇÃO
A discussão sobre a estrutura universitária é muito recorrente na academia. Em particular, a questão departamental sempre vem à tona relacionada com a fragmentação disciplinar
(MARCOVITCH, 2000; FARIAS e MILTÃO, 2005; PEREIRA, 1999).
Nesse trabalho vamos apresentar uma proposta de unidade acadêmica (nesse caso, departamental) que objetiva desenvolver a atividade de extensão, levando em conta uma ação não
fragmentada em relação ao conhecimento humano (ÁREA DE FÍSICA..., 1998; FARIAS e
MILTÃO, 2005).
Por departamento, em nossa Universidade, que até o momento pertence ao modelo binário
de estrutura organizacional, entendemos “uma Unidade Acadêmica que [representa-materializa]
um dado campo do saber, de tal forma que [incorpore] o conjunto de disciplinas curriculares
afins a este ‘campo’, congregando professores para objetivos comuns de Ensino, Pesquisa e
Extensão” (FARIAS e MILTÃO, 2005, p. 80).
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Sendo a concepção de departamento relacionada com um campo do saber, temos a necessidade de estabelecer o significado desse conceito e como se relaciona com o conhecimento
humano.
Em Cruz (1940) se delineia que o conhecimento é uma faculdade, normalmente irredutı́vel
à afetividade e à atividade, que indica a função da alma, assim como o resultado dessa função,
de tornar compreensı́vel-concebı́vel um objeto (interno ou externo), obtendo dele um juı́zo ou
uma representação. Como resultado dessa função, o conhecimento é um produto do processo
de produção da existência humana; é um produto de um processo que, além de histórico, tem
sua existência manifestada por um comportamento cosmológico do indivı́duo que faz parte de
um todo social (ABRAMCZUK, 1981).
Sendo assim, o conhecimento da humanidade é tão vasto e tão amplo que “a fraca inteligência
humana não [o] pode abranger. Daı́ a necessidade de fragmentar o conjunto de imensos conhecimentos que se propunham dar a explicação universal das coisas” (CRUZ, 1940, p. 359).
Conseqüentemente, estabeleceram-se os Saberes Particulares, ou Campos do Saber, ou Disciplinas, entre os quais foram distribuı́dos todos os conhecimentos, segundo o critério de seu
objeto.
O Campo do Saber, portanto, defini-se como um conjunto sistematizado de conhecimentos
relativos a um grupo de fenômenos ou objetos (CRUZ, 1940; SANTOS FILHO, 1992), i.e.,
“relativos a fenômenos ou objetos que manifestam propriedades em comum, sendo que tais
conhecimentos são sistematizados a partir de investigação especializada a qual consiste em
fazer surgir novos conhecimentos que substituem a outros mais antigos” (FARIAS e MILTÃO,
2005, p. 80).
Observemos que a caracterı́stica essencial da definição de um Campo do Saber esta assentada
no conceito de grupo de fenômenos que ele cultiva. Sendo um grupo de fenômenos, então tais
fenômenos devem manifestar alguma propriedade em comum para participar do grupo. Isso
implica, por sua vez, que no conjunto de todos os fenômenos existentes na natureza (e que
venham a existir no futuro), devemos observar em quais fenômenos a propriedade se manifesta
para garantir a sua (do fenômeno) pertinência no domı́nio material do Campo do Saber.
Note-se que, por essa implicação, a quantidade de fenômenos pertencentes a um domı́nio
material não é pré-estabelecida na definição do respectivo Campo do Saber, visto que a capacidade de percepção da manifestação da propriedade aludida evolui com o desenvolvimento
intelectual da própria humanidade, podendo ser percebida, tal propriedade, em fenômenos até
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então distintos daqueles do domı́nio material anterior. Além disso, um dado fenômeno não
pertence exclusivamente ao domı́nio material de determinado Campo do Saber, visto que diferentes propriedades de interesse de distintos Campos podem se manifestar nesse dado fenômeno,
fazendo com que ele passe a pertencer, também, a estes distintos Campos.
Por essa análise percebemos que o conceito de Campo do Saber não implica na disjunção
do conhecimento humano, posto que, em princı́pio, as propriedades que interessam a cada
um dos Campos podem se manifestar (a depender da capacidade intelectual de percepção da
humanidade) em cada um dos fenômenos existentes na natureza, o que impele a uma atitude
dialógica dos indivı́duos. Assim, a disjunção aludida, como ocorre nos dias atuais, está na
atitude do indivı́duo e não na existência dos Campos do Saber.
A nosso ver, pelo que foi escrito acima, considerar que as unidades acadêmicas universitárias
sejam aquelas que cultivem, cada uma, distintos campos do saber não tem como conseqüência
imediata uma visão compartimentalizada do saber.
A Universidade é uma Instituição que elabora, transmite e preserva o complexo, vasto e
diverso conhecimento humano, e deve comprometer-se em ser um agente do próprio processo
da sociedade, enquanto uma força transformadora desta; logo a organização natural da Universidade será aquela que leve em conta a própria concepção do saber humano, traduzindo e
ecoando a sua diversidade, supradisciplinaridade1 e complexidade (FARIAS e MILTÃO, 2005).
A partir dessas considerações definimos Departamento de Fı́sica, DFIS, da Universidade
Estadual de Feira de Santana, UEFS, como “a Unidade Acadêmica que representa/materializa
o campo do saber da Fı́sica, de tal forma que incorpora o conjunto de disciplinas curriculares
afins a este ‘campo’, congregando professores para objetivos comuns de Ensino, Pesquisa e
Extensão em Fı́sica” (ÁREA DE FÍSICA..., 1998, p. 182).
Entre os objetivos gerais do DFIS, tem-se:
1
Por ações supradisciplinares entendemos as seguintes formas de interação disciplinar: multidisciplinaridade
(como uma justaposição através da informação, sem cooperação metodológica), pluridisciplinaridade (como
uma justaposição através da informação, com cooperação metodológica, mas sem coordenação), disciplinaridade cruzada (como uma justaposição através da permuta de informações, i.e., interação, com cooperação,
mas sem coordenação), interdisciplinaridade (como uma redução através da interseção, com cooperação e coordenação) e transdisciplinaridade /metadisciplinaridade (como uma unificação através da comunicação, com
cooperação e coordenação para uma visão comum, total) (FARIAS e MILTÃO, 2005, p. 83).
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(...)
• Congregar professores para metas comuns de Ensino,
de Pesquisa e de Extensão no campo do saber da
Fı́sica,
• Ser um dos elementos da base geradora do
pensamento-conhecimento humano complexo,
• Estimular, no campo da Fı́sica, a criação de grupos de pesquisa e extensão buscando as formas de
supradisciplinaridade e o intercâmbio com os grupos de pesquisa e extensão consolidados (FARIAS
e MILTÃO, 2005, p. 84).
Entre os objetivos especı́ficos do DFIS, tem-se:
(...)
• Adotar
e
implementar
polı́ticas
claras
de
produção e transmissão do conhecimento cientı́fico
de Fı́sica, o que só é possı́vel dentro de um Departamento forte e coeso, numa perspectiva extensionista
de alcance social, outorgando à Universidade uma
função transformadora da sociedade,
• Garantir a implementação (através de uma programação e execução efetivas) das atividades de
ensino, pesquisa e extensão, dando ao DFIS-UEFS
uma Personalidade Acadêmica clara e inconfundı́vel,
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• Contribuir para que as aspirações de crescimento da
UEFS, reveladas na Avaliação Institucional e
no Planejamento Estratégico, tornem-se realidade, na medida em que o seu porte, assumido como
pequeno no passado (...), deve ser modificado, possibilitando à UEFS assumir o efetivo perfil, tão almejado, de uma Universidade com pluridisciplinaridade
de pesquisa, de extensão, e de formação de profissionais de nı́vel superior (FARIAS e MILTÃO, 2005,
p. 84).
No que tange à atividade de extensão, na estrutura acadêmico-administrativa do DFIS foram
incluı́das a Sub-Unidade de Extensão e a Coordenação de Extensão, de acordo com o seguinte
organograma:
Fig. 1: Organograma do DFIS-UEFS
A Sub-Unidade de Extensão foi definida como “aquela que suportará e agrupará as Atividades de Extensão do Departamento de Fı́sica da UEFS ” (ÁREA DE FÍSICA..., 1998, p.
257). A Coordenação de Extensão foi definida como o órgão que representa a Sub-Unidade de
Extensão do Departamento de Fı́sica, de tal forma que coordenará e auxiliará o desenvolvimento das Atividades de Extensão, através das Atividades Administrativas pertinentes, sendo
constituı́da por um Coordenador, e por representantes das diversas atividades de extensão
desenvolvidas pelo DFIS.
Concepção da Atividade de Extensão do DFIS-UEFS
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De acordo com o Projeto do Departamento de Fı́sica (ÁREA DE FÍSICA..., 1998), entendese que a extensão em Fı́sica é o conjunto de atos praticados pelo Departamento de Fı́sica no
sentido de integrar-se à sociedade, atendendo as finalidades básicas do compromisso polı́ticosocial e da prática acadêmica. A primeira, referindo-se a obrigação da Universidade reverter
seus benefı́cios em favor da maioria da população, sem perda da pluralidade, que é essencial
à prática universitária, e sem confundir definição filosófico-polı́tica com postura polı́tico partidária; a segunda, referindo-se à extensão como o elemento articulador do ensino e da pesquisa
com a sociedade, outorgando à Universidade uma função transformadora do meio social. A Extensão, portanto, “é uma via de mão dupla, com trânsito assegurado à comunidade acadêmica
que encontrará, na sociedade, a oportunidade da elaboração da práxis de um Conhecimento
acadêmico; no retorno à Universidade, docentes e discentes trarão um aprendizado que, submetido à reflexão teórica, será acrescido àquele Conhecimento” (UNB, 1989). Dessa forma,
as áreas de extensão do Departamento de Fı́sica, também, são coincidentes com os próprios
Sub-Domı́nios da Fı́sica.
Os atos extensionistas praticados pelo Departamento de Fı́sica são aqueles do tipo (UNB,
1989; BARROS, 1980; GARRAFA, 1987; REIS, 1992):
• Difusão Cientı́fica: é compreendida como a ação em que a Universidade, em particular o
Departamento de Fı́sica, é tomado como um pólo de onde emanam e circulam os produtos
culturais/cientı́ficos por ele criados. Entre outras atividades, nesse ato se incluem: os
eventos promovidos pelo Departamento de Fı́sica, tais como ’Semana de Fı́sica’, e as
participações dos Professores do DFIS naqueles promovidos por outras Instituições, tais
como ’Reunião Anual da SBPC’, ’Encontro de Fı́sicos do Norte/Nordeste’; as publicações
especializadas e de divulgação editadas pelo Departamento de Fı́sica, e as participações
dos Professores do DFIS naquelas editadas por outras Instituições; o registro de patentes;
os cursos e outras formas de apresentação de divulgação, tais como cursos, exposição de
filmes, palestras, colóquios, seminários, mesas-redondas, ou outros trabalhos equivalentes
cuja natureza seja a de divulgação; etc.;
• Ação Cultural: é compreendida como a ação em que a Universidade, em particular o
Departamento de Fı́sica, estabelece uma relação com a comunidade, tanto externa quanto
interna, na qual ambos (o Departamento e a comunidade) comportam-se ativamente
como sujeitos objetivando a sensibilização e conscientização junto às comunidades na
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valorização e proteção do Patrimônio histórico, artı́stico, cientı́fico e cultural, a formação
crı́tica da opinião pública, e a prática humanı́stica;
• Aperfeiçoamento Profissional/Acadêmico da população, através de Cursos: é compreendido como a ação em que a Universidade, em particular o Departamento de Fı́sica,
desenvolve a educação continuada com o objetivo de evitar que o perfil dos profissionais
formados em Fı́sica torne-se obsoleto no decurso da vida por conta da dinâmica existente
no processo de produção cientı́fica e tecnológica desse Campo do Saber;
• Assessoria/Consultoria Técnica/Cientı́fica e Pedagógica: é compreendido como a ação
em que a Universidade, em particular o Departamento de Fı́sica, desenvolve a prestação
de serviços com o objetivo de auxiliar a comunidade nas suas formas de organização
através de atividades de assessorias e/ou consultorias no Campo da Fı́sica;
• Trabalhos Técnicos/Cientı́ficos apresentados pelo Departamento de Fı́sica à comunidade
em geral, seja ela interna ou externa à Universidade: é compreendido como a ação em
que a Universidade, em particular o Departamento de Fı́sica, dissemina o Conhecimento
Fı́sico de natureza especı́fica através de atividades do tipo: seminários, colóquios, conferências, etc.; e,
• Trabalhos Técnicos/Cientı́ficos apresentados por Instituições públicas ou privadas ao
Departamento de Fı́sica e/ou à comunidade em geral, seja ele interna ou externa à
Universidade: é compreendido como a ação em que a Universidade, em particular o
Departamento de Fı́sica, recebe o Conhecimento Fı́sico emanado de outras Instituições
de natureza especı́fica através de atividades do tipo: seminários, colóquios, conferências,
etc.
Atividades de Extensão desenvolvidas pelo DFIS-UEFS
Entre as atividades de extensão desenvolvidas pelo DFIS-UEFS, temos (ÁREA DE
FÍSICA..., 1998; FARIAS e MILTÃO, 2005):
• Interações Extensionistas em Fı́sica:
atividade do tipo “Trabalhos Técnico-
Cientı́ficos apresentados por Instituições públicas ou privadas ao Departamento de Fı́sica
e à comunidade em geral, seja ele interna ou externa à Universidade” que na época
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(1997) constava de seminários seguidos de discussões, proferidos por professores de outras instituições convidados, objetivando o aprofundamento das questões abordadas para
o desenvolvimento e fortalecimento das áreas de pesquisa e extensão,
• Difusão de Fı́sica no 1o e 2o graus: atividade do tipo “Difusão Cientı́fica” que na
época (1998) constava de palestras e exposições de filmes e experiências feitas na UEFS e
nas escolas do 1o e 2o graus, objetivando divulgar e propagar a Fı́sica nas escolas de 1o e
2o graus para mostrar não só os aspectos fenomenológicos e experimentais, mas também
a vasta possibilidade de utilização de seus conhecimentos. Com isso almejava-se evitar a
grande aversão que existe em relação à Fı́sica, atrair futuros interessados nos cursos de
Fı́sica, bem como evitar a evasão existente nesses cursos,
• Caderno de Fı́sica da UEFS: atividade do tipo “Difusão Cientı́fica, na forma de
Divulgação” que visa divulgar, na forma de artigos, resultados de extensão, pesquisa e
experiências em ensino, importantes para o conhecimento em Fı́sica, em linguagem ao
nı́vel de graduação, com periodicidade semestral. Além disso, a capa do caderno tem
como objetivo a divulgação das artes,
• Sitientibus Série Ciências Fı́sicas: atividade do tipo “Difusão Cientı́fica, na forma
de Publicação Especializada” que visa divulgar resultados de pesquisa em uma linguagem
ao nı́vel de pós-graduação, onde cada número são veiculados trabalhos nas diversas áreas
de pesquisa da Fı́sica,
• Colóquios de Fı́sica: atividade do tipo “Trabalhos Técnico-Cientı́ficos apresentados
por Instituições públicas ou privadas ao Departamento de Fı́sica e à comunidade em
geral, seja ele interna ou externa à Universidade” de caráter mais abrangente no que
se refere à abordagem ao campo do saber da Fı́sica, que visa propiciar e estimular o
surgimento de ações supradisciplinares relacionadas com a Fı́sica,
• Seminários de Fı́sica: atividades do tipo “Trabalhos Técnico-Cientı́ficos apresentados pelo Departamento de Fı́sica à comunidade em geral, seja ele interna ou externa
à Universidade” e do tipo “Trabalhos Técnico-Cientı́ficos apresentados por Instituições
públicas ou privadas ao Departamento de Fı́sica e à comunidade em geral, seja ele interna ou externa à Universidade”, ambas de caráter mais especı́fico no que se refere à
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abordagem ao campo do saber da Fı́sica, que visa propiciar e estimular as discussões possibilitando não só o surgimento de pesquisas relacionadas ao tema exposto, mas também
o fortalecimento das pesquisas em andamento,
• Semana de Fı́sica: atividade do tipo “Difusão Cientı́fica na forma de Evento”, constando de mini-cursos, palestras, sessão de comunicações, e mesas-redondas que visa integrar o DFIS com a comunidade universitária, bem como com a comunidade da região
de Feira de Santana, com periodicidade anual,
• Escola de Verão do Departamento de Fı́sica: atividade do tipo “Difusão Cientı́fica
na forma de Evento” e do tipo “Aperfeiçoamento Profissional-Acadêmico da população
através de Cursos” que visa apresentar temas importantes para a complementação ou
especialização da formação dos estudantes de graduação em Fı́sica, Matemática, Quı́mica,
Engenharia, Biologia, Geografia, Geologia, História, Filosofia e áreas correlatas, bem
como de profissionais e graduados ao nı́vel de pós-graduação e sem periodicidade definida.
• Projeto Fı́sica no Campus, parte extensionista: atividade do tipo “Difusão
Cientı́fica”, “Ação Cultural” e “Aperfeiçoamento Profissional/Acadêmico da população,
através de Cursos” que visa estudar a interação entre a Fı́sica, os Movimentos Populares e a Cultura, desenvolvendo a ação supradisciplinar da transdisciplinaridade para
re-significar a função social da universidade em seu contexto acadêmico inserido no
nordeste brasileiro,
• Grupo de Trabalho para a Produção de Atividades Didáticas e Formação
Continuada de Licenciados em Fı́sica:
atividade do tipo “Aperfeiçoamento
Profissional/Acadêmico da população, através de Cursos” e “Assessoria/Consultoria
Técnica/Cientı́fica e Pedagógica” que visa a produção de atividades didáticas e o aperfeiçoamento da formação de graduados em licenciatura,
• As Ciências Fı́sicas e a Chapada Diamantina:
atividade do tipo “Difusão
Cientı́fica”, “Ação Cultural”, e “Aperfeiçoamento Profissional/Acadêmico da população,
através de Cursos” que visa apresentar as Ciências Fı́sicas e as suas relações com o quotidiano dos fenômenos ocorridos na região da Chapada Diamantina para aprofundar a
intervenção do Departamento de Fı́sica na Chapada Diamantina, realizando atividades
permanentes de acordo com os anseios da comunidade.
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Considerações Finais
Como visto, o DFIS-UEFS procura desenvolver as atividades de extensão buscando uma
ação integradora no que tange à concepção do conhecimento humano.
No entanto, ainda não foram completamente estabelecidos os seus objetivos extensionistas
em função de muitos pontos, dentre os quais destacamos: corpo docente pequeno; visão dos
docentes, em geral, ainda não contemplando ou entendendo o significado de uma atividade
de extensão; dificuldades institucionais no que tange a estı́mulos à atividade de extensão tais
como bolsa para estudantes; inexistência de uma relação curricular efetiva com as atividades
de extensão.
Acreditamos que a proposta aqui apresentada pode se configurar como mais uma opção
para que compreendamos o verdadeiro papel da extensão, propiciando que os seus objetivos de
transformação da sociedade sejam atingidos.
Referências
ABRAMCZUK, A. A. O mito da Ciência Moderna: Proposta de análise da Fı́sica
como base de ideologia totalitária, Cortez/Autores Associados, São Paulo - SP, 1981.
ÁREA DE FÍSICA – UEFS. Departamento de Fı́sica da UEFS, PubliFis, Feira de
Santana – BA, 1998.
BARROS, Z. G. P. de. A extensão universitária e o ensino de 1o e 2o graus. Educação
Brasileira, Ano II (5): 273-287, 2o sem. 1980.
CRUZ, E. Compêndio de Filosofia, Edições Globo, Porto Alegre - RGS, 1940.
FARIAS, Franz A. e MILTÃO, M. S. R. Departamento de Fı́sica da UEFS: sua natureza, diretrizes e perspectivas sob a ótica das considerações teórico-filosóficas
consubstanciadas no seu projeto de criação. Sitientibus Série Ciências Fı́sicas, Feira de
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GARRAFA, V. Extensão: do assistencialismo ao compromisso. Humanidades, Ano
IV (12): 88-90, 1987.
MARCOVITCH, J. Não aceito o pessimismo paralisante (entrevista por Pedro Estevam
da Rocha Pomar). Revista Adusp, p. 74-83, março 2000.
PEREIRA; Elisabete Monteiro de Aguiar. Universidade e novas formas de estruturar
o conhecimento: a questão departamental. Revista Avaliação, Campinas, v. 4, n. 4, p.
37-44, 1999.
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CADERNO DE FÍSICA DA UEFS 06, (01 e 02):
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Departamento de Fı́sica ...
REIS, R. H. dos. A institucionalização da extensão. Educação Brasileira, 14 (28):
67-81, 1o sem. 1992.
SANTOS FILHO, J. C. dos. A interdisciplinaridade na Universidade: relevância e
implicações. Educação Brasileira, 14 (29): 59-80, 2o sem. 1992.
UNB. Extensão - a universidade construindo saber e cidadania. Documento final do
I Encontro de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Brasileiras (1987), Brası́lia, 1989.
SOBRE OS AUTORES Milton Souza Ribeiro Miltão - Doutor em Fı́sica pela UFRJ e Especialista em Educação pela
UFBA, é Professor Adjunto do Departamento de Fı́sica da UEFS.
e-mail: [email protected]
Franz Alves Farias - Doutor em Fı́sica pela UFRJ, é Professor Adjunto do Departamento de
Fı́sica da UEFS.
e-mail: [email protected]
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