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Modulação da Saúde pelo Intestino
28 de maio de 2011 - Campinas
Prof. Bruno Zylbergeld
Biólogo
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COMPONENTES HORMONAIS:
SECRETINA
Estimula o pâncreas -----> secreção aquosa, [bicarbonato,
íons e água] alta , [enzimas] baixa; inibe a secreção gástrica.
COLECISTOCININA:
ìleo
Estimula o pâncreas enzimas liberadas na forma inativa
ativadas no duodeno
Contração e esvaziamento da vesícula biliar
Relaxamento do esfíncter de Oddi.
HEPATOCRININA
“bile fina”, com baixo teor salino
ENTEROCRININA
Provoca o fluxo do suco entérico (intestinal)
INERVAÇÃO:
Sistema nervoso entérico:
1) Plexo Submucoso (Meissner): reside na base
da submucosa; controla sobretudo a secreção
gastrintestinal e o fluxo sangüíneo local
2) Plexo Mioentérico (Auerbach): reside entre as
camadas musculares circunferencial interna e
longitudinal externa da parede muscular;
controla, principalmente, os movimentos
gastrintestinais.
Além dessa inervação intrínseca, há também uma
inervação extrínseca, representada pelo
sistema nervoso simpático e parassimpático.
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Intestino
grosso.
1) HISTOLOGIA
O intestino , absorção da água (o que determina a
consistência do bolo fecal). 1,5 m de
comprimento.
Ceco,
cólon ascendente,
cólon transverso,
cólon descendente,
cólon sigmóide e
reto.
Apêndice vermiforme vestigial, 8 cm de
comprimento, cuja posição se altera com
freqüência.
Túnica Mucosa NÃO APRESENTA vilosidades.
Cólon
3 - Glândulas de Lieberkühn
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PATOLOGIAS RELACIONADAS:
Diarréia: Eliminação de maior quantidade de água pelas fezes, ou sua associação com muco,
sangue ou restos alimentares dor e distensão abdominal.
Classificação:
OSMÓTICA: Substâncias pouco absorvíveis ou inabsorvíveis -----> força osmótica para impedir
a absorção de água e até transferi-la do meio interno de volta para a luz. Inferior a 1 litro.
SECRETÓRIA: Secreção de água e eletrólitos, observada nas infecções intestinais. Superior a 1
litro.
EXSUDATIVA: Secretor; material protéico, mucopolissacarídeo, restos celulares e sangue.
Tumores e das doenças inflamatórias intestinais crônicas.
MOTORA: O distúrbio de motilidade do canal alimentar.
Hipermotilidade ( devido a hipertireoidismo e tumores neuroendócrinos digestivos),
hipomotilidade ( aumento do crescimento bacteriano).
DIARRÉIA AGUDA:
Início abrupto, antecedente epidemiológico de intoxicação alimentar ou contato com
pessoas portadoras do mesmo quadro, curso rápido, dificilmente ultrapassando 10
dias, na maioria das vezes, sem maiores danos ao estado geral do doente.
DIARRÉIA CRÔNICA:
Duração superior a 3 semanas. Algumas infecções bacterianas ou parasitárias podem
cursar de forma prolongada, ainda que se tratem de infecções agudas.
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Diverticulose: Diverticulose, presença de pequenas bolsas
que se projetam para fora da parede intestinal.
85% dos divertículos localizam-se no cólon sigmóide.
Um terço das pessoas com mais de 50 anos e 2/3 daquelas
com mais de 80 anos tem divertículos no cólon, grande
maioria é assintomática.
Aumento da pressão no interior do intestino,
enfraquecimento de pontos da parede intestinal.
Diverticulite, complicação mais
indivíduos com diverticulose.
comum, 10-20% dos
Dor forte na parte inferior esquerda do abdome,
acompanhada de febre e, geralmente, constipação.
Náusea, vômito e diarréia com muco, pus ou sangue.
Peritonite (inflamação de todo o abdome) ou ao abscesso
localizado.
Videos 1
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Doença de Crohn:
Processo
inflamatório
crônico
capaz
de
afetar
qualquer
segmento do canal alimentar.
Evolui com surtos de exarcebação
e remissão imprevisíveis.
As lesões decorrem da natureza
invasiva
do
processo
infamatório, que não respeita a
superfície mucosa, estendendose à profundidade da parede
comprometida
até
exteriorizando-se
para
estruturas vizinhas.
È de etiologia desconhecida.
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Síndrome do Intestino Irritável:
Resposta exacerbada aos estímulos habituais
da musculatura lisa do canal alimentar;
As
respostas da musculatura lisa, são
amplificadas, fato considerado como
gerador dos sintomas.
Dor ou desconforto abdominal por período
superior a 12 semanas.
Dor aliviada pela evacuação,
Dor associada à mudança do ritmo da
evacuação e mudança na consistênica das
fezes.
Doença celíaca
Intolerância permanente ao
glúten, proteína encontrada no
trigo, centeio, cevada, aveia e
malte.
Danos às pequenas protrusões,
ou vilos, do intestino
delgado.
Desordem autoimune.
Pode levar anos para ser
diagnosticada.
Anticorpo anti-transglutaminase
tecidular (AAT).
Anticorpo anti-endomísio (AAE).
Insuficientes para um
diagnóstico.
Biópsia
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Células M e Dendríticas:
CÉLULAS M, localizam sobre as PLACAS DE PEYER.
Células especializadas, microdobras ao invés dos microvilos.
Não são cobertas por muco.
Camada epitelial que reveste as placas de Peyer.
Moléculas e partículas do lúmen -----> membrana basal
(transcitose).
As células dendríticas (DCs) e macrófagos, fagocitam esse
material e processam para apresentação de antígeno nas
placas de Peyer, gerando uma resposta imune, ali ou nos
nódulos mesentéricos.
MHC diferentes das clássicas de classe I e II.
MIC-A e MIC-B, -----> células T gama-delta -----> respostas locais,
que matam as células infectadas e permitem que o epitélio se
regenere.
Antibióticos de amplo espectro morte da flora intestinal ----->
crescimento de outras bactérias, como a Clostridium difficile,
que é responsáel por diarréia sanguinolenta, associada com
dano da mucosa.
Quando as bactérias do intestino penetram a barreira imune, elas
causam danos sérios, causando infecção sistêmica fatal.
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Morfologia bacteriana;
As
células
bacterianas
são
caracterizadas
morfologicamente
pelo seu tamanho, forma e arranjo.
Tamanho:
-variam de 0,3 por 0,8 µm até 10 por
25 µm.
- as espécies de maior interesse
médico medem entre 0,5 a 1,0 µm por
2 a 5µm.
Forma de bastonete:podem variar em
tamanho e espessura (longos e delgados,
pequenos e grossos, extremidade reta,
convexa, Arredondada ou bífida).
- Estafilococos: cocos em grupos
irregulares, lembrando cachos de uva.
Ex: Staphylococcus aureus.
- Diplobacilo: bastonetes agrupados aos
pares.
- Micrococos: cocos que se
separam completamente após a
divisão celular.
- Estreptobacilos: bastonetes
agrupados em cadeias.
- Paliçada: bastonetes
alinhados lado a lado
como palitos de fósforo.
Ex: bacilo da difteria.
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Cápsula
Proteção da bactéria contra as
condições
externas
desfavoráveis.
natureza
polissacarídea
ou
polipeptídeas.
Confere a
virulência da bactéria;
resistência à fagocitose.
Bactérias desprovidas de cápsula:
Envoltório viscoso (slime layer) ou
limoso mal delimitado (loose slime).
GRAM +:Quantidade
maior de peptideoglicano em
sua parede celular, o que torna a parede dessas
bactérias mais espessa e rígida.
GRAM -
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-Gram Negativas:
Parede celular menos espessa, são mais
complexas:
Membrana externa cobrindo a fina camada
de peptídeoglicano.
Lipopolissacarídeos
(LPSs):
Estão
localizados exclusivamente na camada
externa da membrana.
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Glicocálix (deslisantes)
-aeróbias estritas:
-exigem a presença de oxigênio,
como as do gênero
Acinetobacter.
-microaerófilas:
necessitam de baixos teores de
oxigênio, como o
Campylobacter jejuni.
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- facultativas: apresentam mecanismos que
as capacitam a utilizar o oxigênio quando
disponível, mas desenvolver-se também em
sua ausência
.
Escherichia coli e várias bactérias entéricas
tem esta característica.
- anaeróbias estritas: não toleram o oxigênio. Ex.:
Clostridium tetani, bactéria produtora de potente toxina
que só se desenvolve em tecidos necrosados carentes de
oxigênio.
Esporos
Endosporos, são exclusivos das bactérias (principalmente as
pertencentes ao gênero bacillus e
clostridium).
Os esporos surgem quando a célula bacteriana não se
encontra em um
meio ideal para o seu desenvolvimento.
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Nutrição
Macronutrientes
Carbono: Substâncias que compõem as células. Principais fontes, são os
carboidratos.
Oxigênio: Aceptor final na cadeia de transporte de elétrons aeróbia.
Hidrogênio: Elemento comum de todo material celular.
Nitrogênio: Componente de proteínas e ácidos nucléicos, vitaminas e
outros compostos celulares.
Enxofre: Aminoácidos (cisteína e metionina), vitaminas e grupos prostéticos
de várias enzimas importantes em reações de óxido-redução.
Fósforo: (ATP, CTP, GTP, UTP, TTP) e fosfato inorgânico.
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oxigenio
nitrogenio
fosforo
enxofre
carbono
hidrogenio
Micronutrientes
ferro, magnésio, manganês, cálcio, zinco, potássio, sódio, cobre,
cloro, cobalto, molibdênio, selênio e outros.
São necessários ao desenvolvimento microbiano, mas em
quantidades variáveis, dependendo do elemento e do microrganismo considerados.
-componentes de proteínas,
-cofatores de enzimas,
-Componentes de estruturas,
-Osmorreguladores.
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cobalto
molibdênio
Fatores de crescimento:
Vitaminas, enzimas e compostos complexos específicos.
Acido fólico
frutose
vitamina K
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pH
Os valores de pH em torno da neutralidade são os mais adequados para absorção de
alimentos para a grande maioria das bactérias. Existem, no entanto, grupos
adaptados a viver em ambientes ácidos e alcalinos.
Oxigênio
O oxigênio pode ser indispensável, letal ou inócuo para as bactérias, o que permite classificálas em:
Curva de crescimento bacteriano
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Fase lag (A): fase de ajuste.
Fase exponencial ou log (B): dividindo a uma taxa geométrica constante até atingir um
máximo de crescimento.
Fase estacionária (C): rápido decréscimo na taxa de divisão celular. o número total de
células em divisão será igual ao número de células mortas.
Fase de morte ou declínio (D): condições se tornam fortemente impróprias para as
células mortas aumentam em números elevados.
Antibióticos:
SULFAS:
As sulfonamidas são inibidoras competitivas da enzima
sintetase de dihidroperoato (são análogos do seu
substracto).
A enzima catalisa uma reacção necessária à síntese de
ácido fólico .
Como as células humanas obtêm o seu ácido fólico da
dieta, e não possuem a enzima, não são afetadas.
Resistência
Há genes espalhados em plasmídeos resistência a este
agente.
Efeitos adversos possíveis
Náuseas e vómitos
Cefaleias
Cianose em decorrência de metemoglobinemia
Reacções de hipersensibilidade
Danos hepáticos, depressão da medula óssea.
Interacções
A procaína pode anular o efeito.
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Quinolonas
Mecanismo de Ação.
As quinolonas possuem atividade bactericida, inibindo a ação das
subunidades A da DNA-girase, enzima responsável pela divisão da
dupla cadeia do DNA cromossômico e pelo super enovelamento
cromossômico..
Primeira Geração
Segunda Geração
Terceira Geração
Quarta Geração
Ac. nalidíxico
Ac. piromídico
Cinoxacina
Rosoxacina
Ac. Pipemídico
Norfloxacina
Ciprofloxacina
Pefloxacina
Ofloxacina
Lomefloxacina
Levofloxacina
Fleroxacina
Enoxacina
Difloxacina
Amifloxacina
Irloxacina
Rufloxacina
Trovafloxacina
Temafloxacina
Tosufloxacina
Esparfloxacina
Clinafloxacina
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Efeitos Colaterais
Os efeitos colaterais relacionam-se com o trato GI;
trato urinário; trato cardiovascular (taquicardia,
hipotensão); pele (fotossensibilidade, rash cutâneo,
urticária);
SNC
(sonolência,
ansiedade,
convulsões)
e
alterações
hepáticas
(↑
transaminases).
ß-lactâmicos (Penicilina e cefalosporinas);
Interage com proteínas denominadas PBPs (Penicillin Binding Protein), inibindo a enzima envolvida
na transpeptidação, responsável pela ligação entre as cadeias de tetrapeptídeos do
peptideoglicano.
Mecanismos de resistncia bacteriana s cefalosporinas
A resistência das cefalosporinas:
•diferenças estruturais intrínsecas nas PLPs;
•desenvolvimento de PLPs com menor afinidade pelo antimicrobiano;
•destruição enzimática do anel betalactâmico por enzimas betalactamases.
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Aminoglicosideos, macrolídeos e tetraciclinas.
Inibição da produção protéica -----> ligação com as sub-unidades 30s, 50s 60s ribossomal.
Interações Medicamentosas e Efeitos Colaterais
Antiácidos contendo Ca, Mg ou Al, sulfato ferroso, cimetidina e bicarbonato de sódio ↓
absorção VO das tetraciclinas.
Estão relacionadas a superinfecções do trato digestivo, com diarréia por crescimento
excessivo ou colite pseudomembranosa por C. difficile. Reações cutâneas de
hipersensibilidade, como lesões eritematosas, maculopapulares e fotossensibilidade, podem
ocorrer.
Não se deve usa-las em gestantes, pois causam deformidades ósseas e dentárias no
feto. Infiltração gordurosa do fígado, levando ao coma hepático e à morte é referida. É
desaconselhável o uso em crianças ↓ 8 anos por provocar escurecimentos nos dentes,
podendo ser associado à hipoplasia do esmalte.
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Breve introdução a fungos
Bolores (filamentosos)
Leveduras (unicelulares)
Diagnóstico Microbiológico
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Fatores de virulência
Fatores de defesa no hospedeiro
Mucosa epitelial
LPS, endotoxinas
Formação de muco
Exotoxinas, enterotoxinas
Motilidade intestinal
Flagelo, pili
IgA secretora
Cápsulas
Microbiota normal
Hemólises
Acidez gástrica
Enzimas (urease)
Células fagocitárias
Metabolismo intracelular
Ambiente anaeróbico
Doença
Choque séptico
Infecção de trato urinário
Diarréia
Bactérias Imunomuduladoras:
Imunomuduladoras:
Eschericchia coli:
coli:
Bactéria Aerotolerante flagelada (GRAM -).
Concentração Ideal: 10E
10E6 a 10E
10E7.
Características: Escherichia coli é um habitante normal do trato
trato--intestinal dos animais
(incluindo o homem) e exerce um efeito benéfico sobre o organismo, suprimindo a
multiplicação de bactérias prejudiciais e sintetizando uma considerável quantidade de
vitaminas.
Enterococcus sp
sp..
Bactérias Aeróbicas, cocos, imunomoduladores (GRAM +).
Concentração Ideal: 10E
10E6 a 10E
10E7.
Características: Coco imunomodulador que impede o crescimento exagerado de
bacterias proteoĺiticas competindo pelo mesmo nicho ecológico. Sua concentração
intestinal deve ser sutilmente elevada.
Bactéria responsável por inúmeros casos de infecção hospitalar por possuír alto índice
de resistência a antibióticos.
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Bactérias Protetoras
Bifidobacteria sp
sp..
Bactéria Anaeróbicas, bífida, protetora (GRAM +).
Concentração Ideal: 10E9 a 10E11.
Características: É um gênero de bactéria anaeróbica e uma forma de probiótico beneficiente a
saúde humana. Bifidobacteria são uns dos maiores grupos de bactéria que compõem a flora
intestinal, as bactérias que residem no cólon e promovem benifícios a saude de seus hospedeiros.
Associada a prevenção do crescimento de algumas formas de tumor (Guarner e Malagelada,
2003).
Bacterióides
Bactéria Anaeróbicas, (GRAM +).
Concentração Ideal: 10E9 a 10E11.
Características: Gênero mais comum no intestino humano. Bacteróides são inofensivos quando se
encontram em seu habitat natural, que é o intestino grosso
Lactobactérias
Bactéria microaerófilas, protetora (GRAM +).
Concentração Ideal: >10E5.
Características: Os lactobacilos são bactérias do gênero facultativa gramgram-positiva, que
convertem lactose e outros açúcares simples em ácido láctico. Lactobacilos são geralmente
benignos e necessários ao corpo humano. A produção de ácido láctico faz com que o ambiente
fique com o pH reduzido, o que inibe o crescimento de outras bactérias nocivas.
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Bactérias Proteolíticas
Proteus sp
sp..
Bactéria Aeróbica flagelada proteolítica (GRAM -).
Concentração Ideal: <E4
<E4.
Características: Bactéria proteolítica inofenciva e necessária em baixa concentração, por auxiliar
a ação proteolítica durante a fase digestória. Em altas concentrações pode se tornar invasiva
Pseudomonas sp
sp..
Bactéria Aeróbica, bacilo, proteolítico (GRAM -).
Concentração Ideal: <10E4.
Características: O gênero pseudomonas está sempre associado a infecções diversas, mas
comumente , em infecções do trato respiratório sendo uma bactéria emergente nos
imunodeprimidos. Sua baixa concetração intestinal se faz obrigatória na ecologia intestinal.
KESC
Bactérias Aeróbicas, bacilo, proteolítico (GRAM -).
Concentração Ideal: <10E4.
Características: Bacilos gramgram-negativos, produtores de gás, encontrados nas fezes de homens e
outros animais, em esgotos, no solo, na água e em derivados do leite. Flora proteolítica.
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Saccharomyces sp.
•O Saccharomyces boulardii é uma levedura que foi originalmente isolada de frutas na Indochina por Henri
Boulard e vem sendo utilizada como tratamento para diarreia desde 1950, estando comercialmente disponível na
Europa, África e América do sul.
•Quantidades (dose-dependentes) significantes de IL-10 e concentrações menores de fatores de necrose tumoral
(TNF) foram registradas após a administração dessas leveduras
•Ocorre também estimulo evidente das células mononucleadas do sangue periférico (PBMCs).
•Adere com eficácia às células epiteliais ao longo de todos os níveis do trato gastrintestinal; produz proteases
capazes de clivar enterotoxinas como as toxinas A e B do Clostridium difficile
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Rotavirus
AGENTE
É um RNA vírus da família dos Reoviridae, do gênero Rotavírus. São classificados sorologicamente
em grupos, subgrupos e sorotipos.
Até o momento 7 grupos foram identificados: A, B, C, D, E, F e G, ocorrendo em diversas espécies
animais, sendo que os grupos A, B, e C são associados a doença no homem.
O grupo A é o de melhor caracterização, predominando na natureza, associado a doença no homem
e em diversas outras espécies animais.
MODO DE TRANSMISSÃO
Rotavírus são isolados em alta concentração em fezes de crianças infectadas e são transmitidos pela
via fecal-oral, por contato pessoa a pessoa e também através de fômites.
TRATAMENTO
Por ser, em geral, doença auto limitada, com tendência a evoluir espontaneamente para a cura, o
fundamental do tratamento é prevenir a desidratação e distúrbios hidreletrolíticos.
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Norwalk virus/Norovirus
Descrição da doença
Gastroenterite viral, gastroenterite não bacteriana aguda, intoxicação gastrointestinal e/ou
alimentar são os nomes comuns atribuídos à doença causada pelos vírus Norwalk, uma
espécie do gênero Norovírus (anteriormente chamado de Norwalk-like) da família
Caliciviridae. A doença é auto-limitada, moderada e caracterizada por náusea, vômito,
diarréia e dor abdominal. Dor de cabeça e febre baixa podem ocorrer. A dose infectante é
desconhecida, mas presume-se ser baixa. Uma doença moderada e breve normalmente
se desenvolve 24-48 horas após ingestão de alimento ou água contaminada e dura de 2460 horas. Doença severa ou hospitalização é muito rara.
Conduta médica e diagnóstico
o diagnóstico específico da doença só pode ser feito por alguns laboratórios que possuam
os reagentes. A identificação do vírus pode ser feita em amostras de fezes com o uso de
microscopia eletrônica e vários imunoensaios. A confirmação requer freqüentemente
demonstração de soroconversão, a presença de anticorpo específico IgM, ou um aumento
de quatro vezes no título de anticorpo do vírus de Norwalk no soro de pacientes em
estado agudo e convalescente.
9. Tratamento
o tratamento consiste de hidratação e reposição de eletrólitos nos casos mais graves.
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Flora “Prejudicial”
Flora Benéfica
Bacterioides
Bifidobacterium
Produção de toxinas,
carcinógenos potenciais,
putrefação intestinal
Eubacterium
Inibição das bactérias
prejudiciais
metanógenos
anaer. G(+) cocci
Redutores de sulfatos
Lactobacillus
8
Diarréia
Constipação
Infecções
Efeitos sistêmicos
Estimulação do sistema
imune
E. coli
Enterobacteria
Veillonella
Auxilia na digestão e/ou
absorção de
nutrientes/minerais
Síntese de vitaminas
Clostridium
Staphylococcus
Vibrionaceae
Ps. aeruginosa
2
População, log cfu/g fezes
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-Imunologia Básica
Básica::
-Os Globulos Brancos
TOTAL DE LEUCÓCITOS = 6.000 a 8.000/mm3
1. Neutrófilos
a. Jovens (Bastões)
b. Maduros (Segmentados)
60 a 70%
3 a 5%
51 a 67%
2. Eosinófilos
2 a 4%
3. Basófilos
0 a 1%
4. Monócitos
4 a 8%
5. Linfócitos
21 a 35%
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Eosinófilos
Neutrófilo
Basófilo
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As gamaglobulinas (Anticorpos)
1. Imunoglobulinas M (IgM) - São os primeiros anticorpos produzidos, na presença de um
antígeno.
2. Imunoglobulinas D (IgD) - São o segundo tipo de anticorpos produzidos na resposta
imunitária. São pouco conhecidas; acredita-se que as imunoglobulinas D potenciam a
maturação dos linfócitos B em plasmócitos, quando estimulados pelos linfócitos T.
3. Imunoglobulinas E (IgE) - São o terceiro tipo de anticorpos produzidos após a invasão de um
antígeno. As imunoglobulinas E promovem a liberação de histamina no local da invasão do
organismo.
4. Imunoglobulinas G (IgG) - São as mais importantes; também são conhecidas como
gamaglobulinas.
IgG1, que protege o organismo contra as bactérias, exceto as que tem a membrana revestida
por polissacarídeos como o meningococo, pneumococo e o gonococo;
IgG2, que ataca e destrói os organismos revestidos por polissacarídeos, como o menigococo,
pneumococo e gonococo;
IgG3, que neutraliza certos tipos de vírus em circulação.
IgG4 fornece proteção primária aos bronquíolos da árvore respiratória.
5. Imunoglobulinas A (IgA) - São o último grupo de anticorpos produzidos na resposta
imunológica. Tem a função de proteger as membranas mucosas, onde formam uma barreira
protetora (vias aéreas e digestivas altas, bexiga, intestino e vagina). As imunoglobulinas A
ligam-se aos antígenos e o complexos antígeno-anticorpo formados são removidos pela mucina
secretada pelas glândulas das mucosas.
IgA
IgM
IgG
IgE
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O sistema complemento.
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proteínas plasmáticas que atuam em conjunto com o sistema imunológico, na
defesa do organismo contra infecções ou invasão por substâncias estranhas.
Certas bactérias são revestidas por cápsulas de polissacarídeos que dificultam a
identificação dos antígenos e repelem os macrófagos. As proteínas do complemento
fixam-se às cápsulas dessas bactérias e auxiliam a fixação dos macrófagos.
Na via clássica de ativação do complemento, esta ocorre em resposta à ligação das
imunoglobulinas IgM ou IgG aos microorganismos invasores.
A via alternativa de ativação do complemento, corresponde à sua ativação pelos
microorganismos cuja superfície tem antígenos protegidos por cápsulas de
polissacarídeos.
Imunidade passiva X Imunidade Ativa
Imunidade passiva = Anticorpos prontos , não ocorre a produção de anticorpos pelo
sistema imune (provisório).
Imunidade ativa= Anticorpos produzidos pelo sistema imune (duradoura).
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Células de Paneth
A seleção clonal embrionária
de auto antigenos
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MALT
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BALT
GALT
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a) IgA secretora gerada por
transporte mediado por pIgR
(receptor de Ig polimérica)
bloqueia
a
adesão
de
microorganismos na mucosa.
b) neutralização intracelular
de um virus por IgA dimérica,
transportando o vírus de volta
para o lúmen
c) neutralização intracelular
do LPS, que inibe uma
potencialmente perigosa
ativação do caminho próinflamatório de citocinas
reguladas pelo NFkB
d)neutralização de antígenos
que conseguiram quebrar a
barreira mucosa.
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Os Marcadores
Calprotectina:
Calprotectina é uma proteína transportadora de cálcio e zinco
produzida por células mielomonocíticas, que é capaz de inibir o crescimento
de microorganismos dependentes de zinco e induzir apoptose Aumento nos
níveis de calprotectina tem sido evidenciado em
infecções bacterianas e
doenças auto-imunes, fator quimiotáctil para os neutŕofilos correspondendo a
60% da ocupação citoplasmática.
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Lactoferrina
A lactoferrina, bem como seu peptídio lactoferricina, inibem a
proliferação e o crescimento de bactérias gran-positivas e gran-negativas, bem
como leveduras fungos e protozoários por quelar (seqüestrar) o ferro
disponível no ambiente, enquanto que a lactoperoxidase tem propriedade
bactericida através da oxidação de tiocianatos em presença de peróxido de
hidrogênio (H2O2).
Hidrólise enzimática da lactoferrina libera peptídios com ação inibitória
ao vírus da hepatite C e com ação contra a bactéria Helicobacter pylori21-22. A
lactoferricina, peptídio formado dos resíduos 17-41, resultante da ação da
pepsina sobre a lactoferrina, apresenta além da atividade antimicrobiana,
ação apoptótica sobre células da leucemia humana.
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Lisozima
Esta enzima é antibacteriana, uma vez que degrada os polissacarídeos
que se encontram nas paredes celulares de muitas bactérias (não tem, no
entanto, efeito nas bactérias gram negativas). Ela desempenha este papel
catalisando a inserção das moleculas de água em determinados pontos das
cadeias polissacarídeas bacteriais, mais concretamente nos locais onde os dois
amino-açúcares que compõem as cadeias (N-acetilglucosamina e ácido Nacetilmurámico) se ligam. Pertence, portanto, à classe funcional enzimática
das hidrolases. Uma deficiência em lisozima pode ser causada pelo gene LYZ,
do cromossoma 12, e pode estar associada a um aumento da tendência das
infecções.
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IgA secretora (sIgA ou IgA-S)
Principal classe de anticorpos produzidas no intestino, na proporção de vinte para
cada célula produtora de IgG e três de IgM.
Forma de dímeros, formados pela peça secretora -----> resistência para IgA contra
a proteólise na luz intestinal. Capacidade de impedir a aderência de
microrganismos à superfície dos enterócitos.
Recém-nascido ----> pequena população de plasmócitos na lâmina própria do
intestino, o que explica sua menor capacidade de resposta aos estímulos
antigênicos locais. O colostro e o leite materno, que são ricos em IgA secretora,
desempenham importante papel na defesa do recém-nascido.
Auxiliada por grupos de células inflamatórias nas “criptas” de mucosa intestinal, se
associam com novos grupos para aprimorar os elementos, de defesa
IgA secretora (sIgA ou IgA-S)
Encontrada em quase todas as secreções corpóres
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EPX, EPO, EDN e ECP
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M2PK
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Prevenção do parto prematuro espontâneo associado à infecção intrauterina:
•
10% de todos os nascimentos acontecem prematuramente.
•
De 25 a 30 % desses nascimentos ocorrem devido recomendação médica e o restante ocorre espontaneamente.
•
Partos prematuros que acontecem antes 35ª semana de gestação e principalmente antes da 32ª semana estão
fortemente associados à infeção intrauterina.
•
A vaginose bacteriana é uma modificação da flora vaginal causada pela diminuição ou ausência de lactobacillus
aumentando o pH
•
colonização de vários microrganismos anaeróbios ou anaeróbios facultativos, principalmente a Gardenerella
vaginalis, Prevotella sp, Bacterioides sp, Cocus Gram + e micoplasma genital (Mycoplasma hominis e Ureaplasma
urealyticum).
•
Lactobacillus protegem contra infecções vaginais mantendo o pH entre 4.0 – 4,5
•
Lactobacillus inibem o crescimento de uma grande número de microrganismos oportunistas vaginais incluindo
E. coli, Candida albicans entre outros, devido a produção de peróxido de hidrogênio (H2O2).
•
Indução na produção IgA secretora local ou derivada do trado gastrintestinal translocada através do MALT
•
A ação preventiva dessas bactérias é evidente e sua manutenção extremamente recomendada antes, durante e
após o período gestacional
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Constipação intestinal infantil:
•
A prevalência no mundo ocidental é de 1-30% sendo que
nenhuma causa orgânica é achada em 90% a 95% dos casos.
•
infrequente evacuação, menos de três vezes por semana, mais de
dois episódios de incontinência evacuativa por semana associados à
evacuação dolorosa.
•
A constipação infantil é normalmente tratada com
condicionamento da evacuação, dieta e laxativos orais como lactulose e
polietileno glicol (PEG).
•
Somente 60% das crianças constipadas obtêm sucesso através do
tratamento laxativo.
•
Já foi demonstrado que linhagens de Bifidobacteria infantis e
Lacobacillus shirota aumentam a frequência da evacuação e amolecem a
fezes em pacientes com constipação e síndrome do intestino irritável
(IBS).
http://silvanamatos.blogspot.com/2010/10/constipacao-intestinalintestino-preso.html
•
Estudo recente demonstrou aumento da frequência na evacuação
e diminuição da dor abnominal em crianças constipadas usando
linhagens de Lactobacillus rhamnosus.
Síndrome do intestino irritável (IBS):
•
Em estudo realizado utilizando uma composição de Bifidobacterias (B. longum B. infantis, e B. breve), Lactobacilos (L.
acidophilus, L. casei, L.delbruckii ssp. bulgaricus e L. plantarum) e Streptococcus salivarius ssp. thermophilus demonstrou
eficácia na diminuição dos sintomas da IBS, como a distensão abdominal, flatulência, diarreia predominante e transito
colônico acelerado.
•
Outra composição (L. acidophilus, Lactobacilus helveticus e Bifidobacterium sp.) determinou uma melhora de até 80%
nos desconfortos da IBS após de 12 semanas de administração, teste realizado com 68 pacientes.
•
Uma revisão meta-analítica recente demonstrou que o uso de probióticos pode apresentar sutil eficácia no alívio de
alguns sintomas da IBS (1471-230X-9-15). Vale ressaltar que por se caracterizar de um acometimento crônico não é
recomendado à utilização de um tratamento microbiológico prolongado principalmente na utilização de leveduras.
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Doenças alérgicas:
•
Além dos fatores ambientais a microbiota patogênica pode ser um contribuinte para as doenças alérgicas, devido seu
efeito substancial na imunidade da mucosa intestinal.
•
Desordens alérgicas estão associadas à mudança na relação Th1/Th2. Prevalecendo a reposta Th2 ocorre ativação de
citocinas tipo Th2 levando a liberação de Inteleocina 4 (IL-4), IL-5 e IL-3 assim como a indução na produção de IgE.
•
Probióticos podem potencialmente modular os TLRs e a proteína de reconhecimento de proteoglicanos no
enterócito determinando a ativação de células dentríticas e reposta Th1.
•
O estimulo resultado das citocinas Th1 pode reprimir a resposta tipo Th2.
•
Estímulo de IgA-s
Hipertensão: Colesterol, diabetes e renina.
•
Microflora intestinal possui um profundo efeito no metabolismo de lipídeos.
•
Probióticos podem melhorar desordens lipídicas como a diminuição dos níveis sanguíneos de colesterol e além de
aumentar a resistência na oxidação da lipoproteína de baixa densidade (LDL) levando indiretamente a diminuição da pressão
sanguínea.
•
Kieling et al administrou 300 g de yogurte enriquecido com L. acidophilus e B. longum por dia a 29 mulheres
durante 21 semanas resultando no aumento de HDL e diminuição da razão HDL/LDL.
•
exopolisacarídeos (EPS)
•
Assimilação do colesterol por bactérias do intestino delgado impedindo sua futura absorção
•
Aloxano é um tipo de análogo da glicose que destrói seletivamente as células β produtoras de insulina no
pâncreas levando ao estabelecimento da diabete mellitus insulinodependente.
•
Matsuzaki et al reportou a inibição da destruição das células β pancreáticas causada pelo aloxano em
camundongos com diabetes após administração oral de Lactobacillus casei liofilizado.
•
Dentro dos diferentes metabolismos associados a hipertensão, o sistema renina-angiotensina (RAS),
envolvendo diretamente a enzima conversora da angiotensina (ACE) se destaca.
•
Quando o angiotensinogênio é submetido à ação da renina, libera a angiotensina I que ao interagir com a
ACE, resulta na sua conversão em angiotensina II, um potente vasoconstritor.
•
Muitos estudos demonstraram que Lactobacillus helveticus é capaz de liberar peptídeos anti-hipertensivos
inibitórios da ACE derivados da degradação da caseína.
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OBRIGADO PELA ATENÇÃO
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Material da segunda parte