Linguagens e Comunicação
Kathia Castilho & Marcelo Martins
Objetivo
Desenvolver discussões a respeito do universo que abrange a “comunicação
humana”. Apresentar idéias acerca da teoria geral dos signos e a semióticas,
entendidas como forma de analisar textos e discursos.
1. Linguagens e comunicação humana: a percepção de diferenças
Para comunicar, os homens trocam sinais. O fato de trocarem significa que é impossível existir
consciência de si mesmo e o estabelecimento de sua realidade se não em relação ao "outro". O
homem possui uma natureza proeminentemente social: seu comportamento, sua personalidade, seu modo de pensar e de sentir suas necessidades - inclusive a de decorar-se - começam a
ser explicáveis quando percebemos o homem suscetível à existência real ou imaginária de outros indivíduos. O “outro” é estimulo e ocasião de resposta. A resposta do “outro” em relação
ao próprio homem (o “si”) determina suas ações e seus sentimentos. O estudo do comportamento humano, da sua cultura, do seu comportamento social, de suas relações com o "outro",
o qual é conduzido principalmente sem a mediação verbal, apresentam-se como tema de nossas discussões durante esta disciplina.
A comunicação, a linguagem e o discurso serão entendidos como práticas sociais que nascem e
se organizam culturalmente. Assim a linguagem com a qual se constrói o texto é parte integrante dos contextos sócio-histórico, econômico e cultural intrinsecamente relacionados ao homem e à história da humanidade que se processa continuamente através de estruturas diversificadas (da parede da caverna aos monitores do computador).
Podemos dizer que o homem, quando se organiza culturalmente, produz linguagem; mas ainda
podemos dizer que tudo aquilo que não está no mundo natural é linguagem. A natureza vai se
humanizando e se transformando no reino da cultura e da história humana que entendem o
mundo natural, dominam-no e o transformam, segundo acontecimentos vividos ou pelas experiências desencadeadas por ações instigadas pelo próprio desejo ou pela própria necessidade
humana.
Sabemos que a floresta, por exemplo, tem uma organização natural. Na medida que o homem
a reorganiza, porém, replanta sua vegetação transforma-a culturalmente, replaneja sua estética, design, combinação etc. Uma ilustração a esse fato pode ser dada a partir dos processos de
urbanização dos centros: nos espaços dos prédios (de apartamentos), em plena região central
das cidades, projetam-se edifícios de alto-luxo, com uma figurativização que nos orienta para
uma leitura do espaço habitado com pequenos toques “selvagens”, “interioranos” ou ainda
“rurais”, e isso justamente pelos procedimentos paisagísticos que circundam e adentram os
prédios. Não se pode negar, porém, que esse “verde”, em primeira instância da natureza, é
organizado a partir de pontos de vista estritamente culturais – tanto a sua localização no espaço, como a forma de arranjo, etc. Outra ilustração bastante pertinente para discutir a transformação cultural da natureza pode ser mencionada, em termos comparativos, entre os jardins
ingleses (primeiras figuras) e os jardins franceses (segundas figuras).
Linguagens e Comunicação
2
A leitura visual das imagens abaixo traz informações sobre as quais nem refletimos, embora estejam à nossa vista:
Como sabemos, a escritura (pictogramas1, hieróglifos2, cuneiformes3, alfabeto4) não foi nem a primeira nem a única invenção
criada pelo homem para comunicar-se mediante sinais e estaremos
nos aproximando, durante o desenvolvimento desta disciplina, de
uma série de possibilidades de traçar, riscar, escrever, inscrever,
construir e elaborar as diferentes experiências de comunicação e de
estruturação de linguagens nas civilizações humanas.
Marcas de mãos Santa Cruz, Argentina –
9.000 – 7.000 a.C.
A impossibilidade primeira de transmitir a experiência da realidade vivida leva-nos a representá-la. Por
isso, inventamos meios cada vez
mais complexos e dinâmicos de comunicação. Esses, muitas vezes,
passam despercebidos por nós, pois
nem sempre os consideramos estruturados como linguagens (a exemplo dos jardins comentados anteriormente e da própria moda como
estaremos verificando ao longo desta disciplina).
Glossário
1
Pictogramas/
Pictografia: Escritura primitiva ideográfica, em que as
idéias são expressas por
meio de cenas objetos desenhados.
2
Hieróglifos: Cada um dos
sinais da escrita pictográfica
dos antigos egípcios e de
outros povos, como os maias. Qualquer sinal ou caráter cujo sentido não é óbvio
3
Cuneiformes: Diz-se de
uma escrita dos assírios,
persas e medas, usada em
pedras e tabuinhas de barro
cozido e cujos caracteres
tinham a forma de cunha.
Nome dos caracteres em
forma de cunha.
4
Alfabeto: Conjunto das
letras usadas na grafia de
uma língua. Abecedário.
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Ao longo do tempo, na história do homem, os sinais se multiplicaram
das mais elementares expressões do corpo, gritos, cores, sinais de
distância e sinais gráficos ao intrincado universo dos símbolos5.
3
Glossário
5
Os símbolos eram ainda, entre os gregos antigos, sinais de reconhecimento que permitiam aos pais reencontrarem seus filhos. Por analogia, a palavra se estendeu à uma espécie de fichas que conferiam o direito a quem a possuía de receber um salário, em dinheiro ou mantimentos. O símbolo portanto pressupõe a idéia de separação e unificação, reconciliação. Evoca uma idéia de comunidade que foi dividida e
pode reformatar-se. A história do símbolo nos mostra que qualquer
objeto pode possuir um valor simbólico, seja ele um objeto de origem
natural (pedras, metais, arvores, frutos, animais, etc.) ou abstrato
(forma geométrica, números, ritmos, idéias, etc).
Reabilitar o valor de um símbolo não significa professar um subjetivismo estético e dogmático mas recuperar seu significado, reaproximar
seu objetivo de origem e fazer-se reconhecer.
O símbolo resta na história e não anula a realidade, enriquece-a estabelecendo por meio destas relações extraordinariamente imaginativas
entre o nível da existência e o mundo cósmico humano e divino.
A percepção do símbolo exclui o comportamento de simples espectador e exige uma postura de participação dos sujeitos envolvidos, como ator. Sendo assim podemos dizer que o símbolo existe no plano
do sujeito mas está na base do plano do objeto.
Símbolo
É uma palavra grega, derivada do verbo
"symbállein" (colocar junto,
reunir). Em origem denotava qualquer objeto
(medalha, moeda, cerâmica) que, dividido em duas
partes, permitia a seus possuidores de reconheceremse recompondo o todo do
objeto.
Em origem o símbolo era
um objeto dividido em dois,
fragmentos de cerâmica, de
madeira, de metal... Duas
pessoas, conservavam cada
uma, das partes; dois hóspedes, um credor e um devedor, dois peregrinos, duas
pessoas que deviam separar-se por um longo tempo.
Reaproximando-se as duas
partes estas duas pessoas,
reconhecerão mais tarde, os
laços de hospitalidade, o
débito, a amizade.
O aspecto simbólico exige um comportamento e percepção subjetiva solicitando uma experiência
sensível e não a conceituações. A principal característica do símbolo é de permanecer sugestivo;
cada um vê o que seu potencial visível lhe permite de ver.
"Não se colhe nada de profundo se não se penetra em profundidade".
Todo o universo da comunicação humana se organiza no sentido de transmitir experiências, de
garantir codificação, de proporcionar reconhecimento, de assinalar distinção, etc. A comunicação
necessita, para transcorrer entre os sujeitos sociais, de uma espécie de "escritura", ou seja, de
uma certa codificação que nos leve ao entendimento dos códigos ali estruturados, depositados.
Códigos variáveis muitas vezes de civilização a civilização surgem para estabelecer, criar regras
e, portanto, ganham e compartilham significados no mundo.
A linguagem se estabelece desde os mais variados tipos de sons, das articulações da linguagem
verbal a outras, e de uma espécie de "escritura", isto é, uma certa organização, que rende visível um sistema de conceitos e de relações que a manifesta e a representa, tornando tais conceitos presentes e efetivos.
É indiscutível que no nosso mundo contemporâneo, nossa realidade social e humana pareça ser
naturalmente comunicativa. O mundo, a sociedade e mesmo a intimidade das pessoas definemse como uma rede gigantesca e infinitamente complexa de mensagens, códigos, atos lingüísticos, comunicações que se entrecruzam, se sobrepõem e se determinam. Não existe aspecto da
vida que não seja descrito nestes termos. Assim, por exemplo, na guerra, enviam-se mensagens
através de tiros de canhões; no sexo, os amantes comunicam-se através de caricias, as células
nervosas trocam incessantemente informações; os trajes exercitam ações comunicativas particulares que se chamam... sedução!
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1.1 Uma falsa supremacia: o verbal em relação ao visual
Até muito pouco tempo os estudiosos que se ocupavam em entender o comportamento humano e
seu processo de interação buscavam somente na comunicação verbal subsídios para suas respostas
e significados.
Uma das principais razões por privilegiarmos a linguagem verbal nos remete à própria história do
pensamento ocidental, que valorizou exageradamente o mundo dos "letrados" - os que dominam os
códigos e o uso das letras.
Podemos verificar historicamente o valor e a significação da linguagem visual que serão um diferencial importante e valorativo para o homem ocidental desde a pré-história e da Antigüidade. Esse
diferencial se intensificou até o séc. XIV, final da Idade Média, como forma de contar e descrever
fatos.
Segundo os estudiosos da pré-história o conjunto das pinturas e figuras incisas em cada sitio arqueológico constituem um conjunto coerente de sinais visuais que falam uma linguagem a ser percebida
na totalidade de seus aspectos. Para certos autores os grupos de imagens realistas ou de figuras
abstratas são um sistema de sinais destinados a exprimir concepções religiosas e míticas do mundo.
Os pesquisadores afirmam a possibilidade de encontrar expressa a idéia típica de uma dialética fundamental entre o elemento feminino fecundado e o elemento masculino fecundante.
De fato, além da representação de animais (bisontes, cervos, mamutes) nota-se sinais subdivididos
esquematicamente em dois grupos:
•
•
sinais masculinos: provavelmente inspirados no falo (traços, fila de pontos, risquinhos
sinais femininos: inspirados na vulva, elipses, triângulos e círculos fechados.
Pintura rupestre de Tamum (Suécia) de 1.400 a.C.. Mostra uma figura masculina enorme (altura de
2,25 m.) com o falo ereto. Circundando a figura aparecem uma série de sinais figurativos e abstratos; geométricos. A dimensão do personagem em relação às criaturas que o circundam e sua virilidade exibida afirma a importância do homem frente ao contexto social no qual este se insere. A aproximação dos sinais femininos e masculinos parecem ser uma constante na sintaxe pré-histórica.
A importância de decodificação das letras (leitura das combinações das letras do
alfabeto) e o diferencial social que o saber ler e escrever provocava faz com que a
questão de leitura passe a ser um elemento de grande distinção entre classes sociais, e que a leitura visual 6, por sua vez, fosse deixada de lado (e, em muitos
casos, abandonada ou considerada como bastante popular) pois garantia o fácil
acesso às informações.
No século XVIII, "século das luzes 7", a razão, o pensar, o raciocinar, o escrever
e o ler faziam com que prevalecessem a importância e o valor da leitura e escritura
verbal!
Glossário
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Leitura Visual: Mensagens da pré-história partem de um pressuposto fundamental para qualquer sistema de comunicação: que o receptor não ignore o código e as convenções gráficas usadas pelo destinador. Os sinais visuais ampliam o sentido da mensagem excitando a imaginação com tom enfático. Seu papel é de importância fundamental visto que até a era
moderna a escritura estava reservada a minoria social privilegiada: escribas profissionais, eclesiásticos, intelectuais.
7
Século das Luzes: A civilização da Europa das Luzes propôs uma visão de espaço e da vida humana radicalmente diferente da civilização da Europa clássica. O século XVIII prepara a Europa da comunicação escrita, documentada. Com a
população já parcialmente alfabetizada, propõem-se condições prévias para a mutação e para o crescimento. As dimensões do homem modificam-se rapidamente; a população européia, em pouco mais de um século, duplica com o prolongamento da vida humana, redução da mortalidade; modificam-se as perspectivas, os indivíduos, e as famílias dão uma importância cada vez maior à educação. A primeira enciclopédia da qual Diderot foi um dos autores, nasceu desta fome de
conhecimentos de toda a ordem. Neste sentido é muito interessante consultar a publicação de Pierre Chaunu, "A Civilização da Europa das Luzes".
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Não é de se estranhar que os sinais visuais resultem, por inúmeras vezes, mais eloqüentes que
os textos escritos. Vitrais das catedrais, afrescos ou vinhetas de história em quadrinhos "mudas"
estimulam o leitor a reconstruir os sinais que lhe são propostos e a construir então a sua própria
versão da história. É o caso também dos croquis ou desenhos de moda nos quais o cenário em
que se desenvolve uma narrativa , e a própria narrativa, é recuperado por nosso desejo de representar e figurativizar a cena de nosso cotidiano.
Na história em quadrinhos, por exemplo, o texto escrito pode apenas ancorar o sentido da
mensagem, e assim, a liberdade do leitor resulta concretamente limitada. Mas devemos observar que cada sistema de comunicação apresenta problemas específicos de codificação
(técnica de construção da mensagem) e de decodificação (interpretação da mesma mensagem). Além disso, entender os processos comunicacionais a que subjaz cada sistema reclama
uma necessidade de o pesquisador saber operacionalizar a expressão que veicula dada men-
5
Linguagens e Comunicação
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É inegável a valoração, a insistência e a permanência da imagem no mundo contemporâneo. A
moda estrutura todo um sistema visual de significados e, portanto, é importante que tenhamos
subsídios para entendê-la como meio de comunicação, como linguagem e, assim, a partir disso,
construí-la como expressão de significados.
“A imagem ocupa um espaço considerável no cotidiano do
homem contemporâneo. Livros, revistas, outdoors, Internet,
cinema, vídeo, tevê, para citar apenas as fontes mais comuns,
produzem imagens incessantemente, quase sempre à exaustão
e diante de olhares de passagem. Todos são meios ao alcance
da população e tão presentes quanto enraizados nos gestos
mínimos de nosso dia-a-dia. Faz-se necessária uma tomada de
consciência dessa presença maciça, pois, pressionados pela
grande quantidade de informação, estabelecemos com as
imagens relações visuais pouco significativas. Espectadores
freqüentemente passivos, temos por hábito consumir toda e
qualquer produção imagética, sem tempo para deter sobre ela
um olhar mais reflexivo, o qual inclua e considere como texto
visual visível e, portanto, como linguagem significante. Somos
submetidos às imagens, possuídos por elas, e sequer contamos
com elementos para questionar este intrincado processo de
enredamento e submissão.” Profa. Anamelia Bueno Buoro
Hoje, apesar de estar se tornando habitual a distinção entre visual/verbal (haja vista a variedade de estudos e pesquisas na área da comunicação), ainda experimenta-se um certo desaconchego. Por quê? Estamos realmente acostumados a pensar linguagem na sua forma de fala
e escrita e na decodificação linear do sentido. Embora essa seja uma estratégia do verbal, ela
se estendeu para as leituras analíticas e interpretativas da própria imagem. O mais comum na
cultura midiática contemporânea são os textos mistos, que reúnem texto verbal e imagens;
texto verbal e sistemas sonoros (ruídos e sons musicais); ou ainda os três. Mas é importante
lembrarmos que o olfato, o paladar e o tato estão cada vez mais presentes nas análises e nos
sistemas da comunicação contemporânea, e que, com a “democratização” da Internet, temos
adentrado a um novo paradigma que impõe uma nova forma de pensar, multilateral, pouco
linear que tem obviamente influenciado nossos próprios comportamentos contemporâneos,
reorganizando nossa forma de ser e de processar informação (vide, por exemplo, os sistemas
de navegação em nosso próprio computador).
Saiba Mais!
É interessante refletir sobre as campanhas de perfumes, que investem em "fazer sentir" determinado aroma, dadas as
estratégias narrativas e discursivas que se encontram no próprio anúncio http://cybercollector.free.fr/GaultierCP.htm – ou
pelas campanhas de marketing sensorial espalhadas por pontos precisos em, por exemplo, shoppings –; bem como no
caso do paladar, explorado como sistema de comunicação no filme mexicano "Como água para chocolate" (México,
2002) dirigido por Alfonso Arau.
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Você conhece a fábula chinesa sobre os 5 sentidos?
Era uma vez um poderoso mandarim chinês chamado Chan Pan Ngi. Certo dia ele mandou chamar os cinco maiores sábios
de seu país para que estes lhe explicassem qual, entre os cinco sentidos, era o responsável pela paixão que os homens sentem pelas mulheres. Os sábios vieram dos mais longínquos lugares, montados em bestas, cavalos ou nos próprios pés.
Quando chegaram - por coincidência todos ao mesmo tempo - tocaram-se os clarins, hastearam-se as bandeiras e os cinco
anciãos foram levados para uma grandíssima sala onde havia uma grandíssima mesa redonda. Ali, sentado na maior das
cadeiras, estava o mandarim.
Os sábios foram ocupando os seus lugares e começaram a expor os seus pontos de vista. O primeiro a falar foi Han Chi Pu,
que era cego. Olhando para uma parede, onde pensava estar o mandarim, o grande sábio disse:
"Honorável mandarim, a beleza física é o que atrai nas fêmeas. O homem é um ser sedento de beleza, seja na arrumação da
sua própria casa, seja no vestir-se, seja nos seus quadros, nos seus jardins ou nas estátuas.
Se até quando faz jarros o homem se preocupa com o belo, nada mais justo que este ser de nome homem, que tudo faz
pela beleza, apaixone-se por ela. Por isso, não tenha dúvida que, dos cinco sentidos, a visão é a mais importante para o
amor, pois o amor nos entra pelos olhos, e não por nenhuma outra parte do corpo".Todos aplaudiram Han Chi Pu muito educadamente, mas então Sun Jan. Seng pediu a palavra e falou: "Sem dúvida a visão é importante, mas os sons são muito
mais, e tanto é verdade que o homem, ao nascer, antes mesmo de abrir os olhos, põe-se a berrar.
Além disso, nada nos fala mais ao coração do que a música, que mesmo sem palavras consegue nos transmitir sentimentos
e emoções. Podemos bem suportar uma mulher que não seja bela, mas, se ela tem uma voz como a dos gansos, a vontade
que temos é de fugir de sua frente correndo, sem olhar para trás. E mais: quando vemos uma bela paisagem, não conseguimos chorar, mas, se escutamos uma música que nos toca o coração, é de pronto que as lágrimas nos vêm aos olhos. Isso
prova que o melhor caminho para atingir o coração são os ouvidos e, portanto, só um cego não vê que é a audição o sentido
que nos faz amar uma mulher".
Todos aplaudiram Sun Jan. Seng, que não adiantou muito porque ele era surdo, mas então Han Mih Chu que havia perdido o
nariz quando treinava para ser samurai, pediu a palavra e disse:"Os dois sábios falaram antes de mim têm muita sabedoria,
mas entendem pouco das mulheres e de sentimentos. É claro que o homem não se apaixona nem pela visão, nem pela voz
das mulheres, mas sim pelos seus cheiros. Mais insuportável e que a esganiçada voz é o pútrido odor, e, se uma mulher
tiver cheiro de um lutador de sumô depois de um longo combate, pode ser bela e ter uma linda voz que não conseguiremos
nos apaixonar. Por outro lado, se ela cheira bem, sempre que estivermos ao seu lado pensaremos em flores e, portanto, é
pelos narizes que entram as paixões e o olfato é o mais importante dos sentidos para o amor".
Todos aplaudiram muito educadamente Han Mih Chu, mas Hi Pi Chi levantou-se, olhou para o mandarim, pigarreou e disse:"Os três honoráveis senhores que falaram antes de mim são realmente muito honoráveis, mas não sabem a resposta
para a sua questão, honorabilíssimo Chan Pan Ngi. Na verdade, o sentido responsável pela paixão é o paladar. Qualquer um
que entenda um pouco de anatomia sabe que a boca e o estômago estão mais perto do coração do que os olhos , o nariz e
os ouvidos. Além disso, a comida nos faz sobreviver e, se for boa, pode nos trazer felicidade, e qual mulher amaríamos mais
do que aquela que nos mantém vivos e felizes?"
Todos aplaudiram muito educadamente a Hi Pi Chi, um monge tibetano que se alimentava apenas de rabanetes, mas então
Tai Lu Pen, um anacoreta que por força de sua seita havia amputado os cinco membros. Levantou-se, ou melhor, ergueu o
queixo e disse: "Meus respeitáveis amigos falaram muitas coisas certas, mas não a mais certa de todas, e é esta que a paixão é, antes de tudo, uma questão de tato. O amor não é feito por outro sentido, por outro sentido não é feito o amor, nobre
mandarim. É pela pele, pelas mãos e por outras partes que já não tenho que este sentimento entra no corpo do homem. E
tanto é verdade que, quando estamos apaixonados, o que mais queremos é tocar a mulher amada. A paixão, nobilíssimo
mandarim, nada mais é do que uma intensa vontade de tocar o outro.
O resto senhores é filosofia." Todos também aplaudiram Tai Lu Pen e ele mesmo se aplaudiria se tivesse as mãos. Foi então
que entrou na sala uma mulher para servir chá de jasmim aos convidados. Os sábios ficaram em silêncio até que ela saísse,
e então Han Chi Pu falou:
"Esta mulher deve ser belíssima, com olhos e cabelos negros e pele branca." E Sun Jan. Seng disse: "Aposto que cheira
como as romãs." E Han Mih Chu sussurou: "Sua voz deve ser divina". E Hi Pi Chi, depois de enxugar a baba, bradou em alta
voz: "Corto meu braço se ela não cozinha muito bem." E Tai Lu Pen emendou: "Eu cortaria minhas orelhas, que é só o que
me resta, se ela não tiver uma pele macia como a seda."E depois de ouvir isso o mandarim Chan Ngi, que tinha um harém e
não era tolo, deduziu que os sentidos muito ajudam, mas que é na imaginação que são feitas as grandes paixões.
Fonte: Pequeno Almanaque dos Sentidos
Zoomp - Verão 97/98
Por: José Roberto Torero
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Podemos distinguir, em princípio de forma ampla, dois sistemas, canais específicos de comunicação, através dos quais organizamos nossos discursos e estruturamos nossas sociedades.
2. O início de uma proposta de trabalho: o verbal e o visual
Embora esta seja uma divisão muito ampla, ela já nos indica formas de suportes, elementos, objetos nos quais a comunicação se insere e se estrutura. É o caso da pintura em paredes e da escritura em papel, muros, corpos, tecidos, madeiras, metais, etc. etc. etc... Nelas manifestam-se muitas
combinações diversificadas e que originam ou sustentam uma ampla variedade de formulações de
variadas manifestações discursivas.
2.1. A linguagem verbal e a linguagem visual
Cada uma delas se estrutura em diferentes épocas. Adquirem maior ou menor importância na
maneira de dialogar eleita ou escolhida pelas civilizações, de acordo com os princípios que as regem e com formas específicas de estabelecer significados.
É importante também perceber que cada momento histórico ou, ainda, cada uso e costume social, privilegia e elege um tipo de leitura, enquanto na verdade processamos incessantemente uma
multiplicidade de leituras do mundo. Estas nos chegam também através do conhecimento e da
percepção humana, que trilham, no ocidente principalmente, o tipo de lógica e razão valorizada.
"Por que diferentes idades e diferentes países representaram o
mundo visível de maneiras tão diferentes? As pinturas que hoje
consideramos fiéis à realidade parecerão tão pouco convincentes
para futuras gerações como a pintura egípcia para nós."
Gombrich
"A tarefa do artista consistia em preservar tudo com a maior clareza e permanência possível. Eles
desenhavam de memória, de acordo com regras estritas.
Na representação do corpo humano a cabeça era mais facilmente vista de perfil, de modo que eles
a desenhavam lateralmente. Mas se pensamos no olho humano, é como se fosse visto de frente
que usualmente o consideramos. Portanto, um olho de frente era plantado na vista lateral da face.
A metade superior do corpo, os ombros e o tronco, são vistos melhor de frente, pois assim observamos como os braços se ligam ao corpo. Braços e pernas em movimento, porém vêem-se com
muito mais clareza de lado.
Essa é a razão pela qual os egípcios, nessas imagens, nos parecem tão estranhamente planos e
contorcidos. Além disso, os artistas egípcios tinham dificuldade em visualizar um pé ou outro visto
de um plano exterior. Preferiam o contorno claro desde o dedão para cima. Portanto ambos os pés
são vistos do lado de dentro e o homem no relevo parece Ter dois pés esquerdos. Não se deve supor que os artistas egípcios pensavam que os seres humanos tinham tal aparência. Seguiam meramente uma regra que lhes permitia incluir tudo o que consideravam importante na forma humana" (Gombrich)
A combinação de regularidade geométrica e penetrante observação da natureza é característica de
toda obra egípcia. As pinturas e os modelos encontrados em túmulos egípcios estavam associados
à idéia de fornecer servos para a alma no outro mundo. Os pintores egípcios tinham um modo de
representar a vida muito diferente do nosso. Talvez isso se relacione com a insólita finalidade a
Linguagens e Comunicação
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que deviam servir as suas pinturas.
Podemos dizer que é somente a partir da década de sessenta do século passado que se reabre
um novo nível de análise e de entendimento do processo de comunicação. Nesse período, ganham destaque as várias formas de comunicação não-verbal. Hoje, é decididamente fácil reconhecermos a importância e estímulo que a comunicação visual ocupa em nossas vidas.
“Tanto a comunicação como a semiótica são áreas do conhecimento
jovens que se desenvolveram da metade do século 20 para cá. É claro
que sempre houve comunicação e até mesmo um pensamento histórico
e situacional, sobre a comunicação. Foi o aparecimento e expansão dos
meios de massa que transformou a comunicação em um problema para
ser pensado sob os mais diversos ângulos.” Lucia Santaella
Assim como a comunicação, também os signos, isto é, a produção e
troca simbólicas, sempre existiram e são fatores de constituição da
própria condição humana. Por isso mesmo, a semiótica, mesmo que
nem sempre com este nome, enquanto reflexão sobre a linguagem e
seus sentidos, teve sua origem já no mundo grego e atravessou, com
características próprias de cada época, toda a história humana desde
então.
Para a semiótica, que se insere no quadro de teorias de comunicação e
de linguagem, interessam todos os signos, verbais, não-verbais e naturais; seus modos de significação, de denotação/de conotação e de informação; e todo o seu comportamento e propriedades.
A comunicação é então uma característica intrínseca ao homem e, portanto, fundamental para nosso estudo e conhecimento.
Quando falamos em comunicação, sabemos que esta se efetiva por
meio de vários planos/níveis, tipos de linguagens que, por sua vez, se
estruturam através de discursos. A partir dos anos 70/80, as pesquisas
na área de comunicação que mais se desenvolveram incluem, justamente, o exercício de uma certa "prática analítica" no processo de leitura, chamada de "análise de discursos" 8.
Discurso passa a ser entendido então como o exercício da prática social
determinado pelo contexto sócio-histórico9.
Novas teorias e metodologias que sustentam a análise de discursos
vêm sendo desenvolvidas no interior da SEMIÓTICA, um saber que se
encontra em construção e que não pretende, ainda, ser efetivado enquanto ciência. A semiótica se preocupa com o "significado" da comunicação e se dedica ao estudo dos fatores comunicativos.
Enquanto objeto da semiótica, o texto pode ser tanto de natureza lingüística (verbal: oral/escrito), quanto um texto visual, gestual, ou de
natureza múltipla, apresentando então mais de uma expressão. A estrutura comunicativa é um "texto", o mundo construído. O sujeito da
comunicação se manifesta no "texto" pelas suas escolhas discursivas,
assim como através destas representa seu destinatário ideal.
Glossário
8
Análise do discurso: A
análise de discursos procura
descrever, explicar e avaliar
criticamente os processos
de produção, circulação e
consumo dos sentidos vinculados àqueles produzidos
pela sociedade. Os produtos
culturais são entendidos
como "textos" , como formas empíricas do uso da
linguagem verbal, oral, escrita, visual e/ou de qualquer outro sistema semiótico no interior de práticas
produzidas pela sociedade e
contextualizadas histórica e
socialmente.
9
Contexto sóciohistórico: O contexto sócio-histórico é, segundo
Landowiski (1996:29), "o
conjunto de dispositivos
semióticos - textuais e contextuais- necessários para a
apreensão da significação
de seu objeto e encontra,
inevitavelmente, no seu
percurso analítico, certos
elementos portadores de
sentido que pertencem ao
mesmo tempo a outras disciplinas e, em primeiro lugar, àquelas do social, do
político, da história".
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O que é Semiótica?
Maria Lucia Santaella
É a disciplina que se ocupa em analisar os sistemas de comunicação, as relações significantes
de qualquer ordem e dimensão. A semiótica aplica o rigor da lingüística - designada para análise dos códigos verbais - para as estruturas comunicativas também não-verbais individuando as
relações entre expressão e conteúdo e as influências devidas ao contexto no qual a comunicação se produz e as conseqüências no plano da eficiência da transmissão de sentido.
A semiótica utiliza em esquema de análise que consente percorrer as progressivas articulações
do sentido, do momento em que é imediatamente perceptível até a abstração dos valores profundos, passando por elementos que constroem o universo representado pela lógica do que é
"contado". Esse esquema é invariável para qualquer tipo de estrutura comunicativa em presença de materiais muito diferentes.
A SEMIÓTICA trata então das relações de significantes; como se produzem efeitos de sentido
ou conduzem a produção de efeito de sentido.
É importante saber que existem 2 grandes linhas que estruturam formas diferentes trabalho
em se tratando de semiótica. Elas possuem pontos de vista nem sem pré convergentes, entendendo, desse modo, a relação de comunicação de modo diverso. Nós estaremos nos referindo
e abordando a semiótica gerativa.
1 - “A Semiótica Gerativa" - Greimas (lingüista de formação, coloca-se como objetivo descrever os mecanismos da geração de sentido primeiramente na linguagem verbal e em seguida a
todas as linguagens figurativas e plásticas.
Aqui, o Texto é o foco central a ser analisado no seu percurso gerativo da significação.
2 - "A Semiótica Interpretativa" - C.S.Peirce. Como o emissor constrói o texto. O receptor é um
outro texto que se comporta diferentemente.
A Semiótica Greimasiana (desenvolvida por Algirdas Julien Greimas) entende o texto como um objeto de significação. O objetivo aqui é estudar sua produção e sua interpretação como uma totalidade de sentido.
Desta forma estaremos nos preocupando em estudar os mecanismos que engendram e que constituem qualquer tipo de texto. O texto se define ainda por duas formas não excludentes e complementares: como um objeto de significação e um objeto de comunicação. O primeiro resulta na
"análise interna" do texto a partir da sua organização, que o torna um "todo de sentido", o segundo, a partir da "análise externa", em um contexto sócio-histórico, que lhe atribui sentido.
É assim que, segundo Diana Luz Pessoa de Barros, a Semiótica, nos seus desenvolvimentos
mais recentes, trata de "examinar os procedimentos da organização textual e, ao mesmo tempo, os
mecanismos enunciativos de produção e recepção do texto".
Quando analisamos textos inseridos na condição social de produção (processo de interação da comunicação: produção, circulação e consumo dos sentidos, abordando-os como parte de práticas
sociais inseridas em contextos determinados, dizemos que o mesmo foi analisado como "discurso").
Os participantes dessas práticas assumem o papel de sujeitos sociais, no duplo sentido de assujeitados às determinações do contexto e de agentes das ações de produção, circulação e consumo dos
textos.
TEXTO VISUAL, que é o que mais nos interessa aqui para analisarmos a moda é, portanto... o resultado do trabalho de códigos visuais que colaboram para construir a comunicação. Um texto contém vários códigos: cromáticos, gestuais, prossêmico, espaciais.
Durante o curso, já mesmo no próximo encontro, vamos discutir alguns aspectos que recobrem as
teorias semióticas desenvolvidas atualmente no Brasil e, ao mesmo, tempo, vamos nos posicionar
em relação àquela que elegemos para apresentar aqui. Por ora, finalizamos esta rápida apresentação com uma pergunta bastante instigante em relação a essa teoria geral dos signos: “que poderes
de referência eles (signos) têm, como se contextualizam, como se estruturam em sistemas e
Linguagens e Comunicação
processos, como são emitidos, produzidos, que efeitos podem provocar nos
receptores, como são usados, que conseqüências podem advir deles a curto, médio e longo prazo? Eis aí um quadro de questões que cabe à semiótica investigar.” Lucia Santaella e Winfried Noth Comunicação e Semiótica. São Paulo. Hackers Editores. 2004 p.22. Pensando nestas questões fica
muito mais fácil identificar quais seriam as possibilidades de questionamentos que a moda nos impõe.
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Leitura Recomendada
Comunicação e Semiótica
Lucia Santaella e Winfried
Noth
Leitura Complementar:
(Trechos retirados do livro O Que é Semiótica — Lúcia Santaella — Editora Brasiliense, Coleção Primeiros Passos)
Semiótica, da raiz grega semeion, que quer dizer signo. Signo, sinais, estímulos,
que traduzem significados, que implicam em consciência, em linguagem. Semiótica: ciência geral das linguagens.
Língua é aquela que falamos e da qual fazemos uso para escrever, criar, reproduzir, transformar e consumir, ou seja, ver-ouvir-ler para que possamos nos comunicar uns com os outros. É tal a distração que a aparente dominância da língua provoca em nós que, na maior parte das vezes, não chegamos a tomar consciência de
que o nosso estar-no-mundo, como indivíduos sociais que somos, é mediado por
uma rede intrincada e plural de linguagens, isto é, que nos comunicamos também
através de imagens, gráficos, sinais, setas, números, luzes... Através de objetos,
sons musicais, gestos, expressões, cheiro e tato, através do olhar, do sentir e do
apalpar.
Somos uma espécie animal tão complexa quanto são complexas e plurais as formas
que nos constituem como seres simbólicos, portanto, seres de linguagem. Em síntese: existe uma linguagem verbal, linguagem de sons estes que, no ocidente, receberam uma tradução visual alfabética (linguagem escrita), mas existe simultaneamente uma enorme variedade de outras linguagens que também se constituem
em sistemas sociais e históricos de representação do mundo.
As linguagens estão no mundo e nós estamos na linguagem. É no homem e pelo
homem que se opera o processo de alteração dos sinais (qualquer estímulo emitido
pelos objetos do mundo) em signos ou linguagens. O signo é uma coisa que representa uma outra coisa: seu objeto. Ele só pode funcionar como signo se carregar
esse poder de representar, substituir uma outra coisa diferente dele. A partir da
relação de representação que o signo mantém com seu objeto, produz-se na mente
interpretadora um outro signo que traduz o significado do primeiro (é o interpretante do primeiro). Portanto, o significado de um signo é um outro signo - seja este
uma imagem mental ou palpável, uma ação ou mera reação gestual, uma palavra
ou um mero sentimento de alegria ou raiva -, uma idéia.
O século XX viu nascer e está testemunhando duas ciências da linguagem: a Lingüística, ciência da linguagem verbal e a Semiótica, ciência de toda e qualquer linguagem. A Semiótica é a ciência que tem por objeto de investigação todas as linguagens possíveis, ou seja, que tem por objetivo o exame dos modos de constituição de todo e qualquer fenômeno como fenômeno de produção de significação e de
sentido. Desde a descoberta da estrutura química do código genético, nos anos 50,
aquilo que chamamos de vida não é senão uma espécie de linguagem, isto é, a
própria noção de vida depende da existência de informação no sistema biológico.
Sem informação não há mensagem, não há planejamento, não há reprodução, não
há processo e mecanismo de controle e comando. Portanto, os dois ingredientes
fundamentais da vida são: energia (que torna possíveis os processos dinâmicos) e
informação (que comanda, controla, coordena, reproduz, modifica e adapta o uso
da energia). Nessa medida, não apenas a vida é uma espécie de linguagem, mas
também todos os sistemas e formas de linguagem tendem a se comportar como
sistemas vivos, ou seja, reproduzem, se readaptam, se se transformam e se regeneram como as coisas vivas. O campo da Semiótica é vasto, mas não é indefinido.
O que se busca descrever e analisar nos fenômenos, sejam eles quais forem - uma
nesga de luz ou um teorema matemático, um lamento de dor ou uma idéia abstrata
da ciência -, é sua constituição como linguagem, sua ação de signo. Tão-só e apenas.
SANTAELLA, LUCIA
Lucia Santaella é professora
titular no programa de pósgraduação em Comunicação
e Semiótica da PUC-SP.
Doutora em Teoria Literária
pela PUC-SP e livre-docente
em Ciências da Comunicação pela USP, é presidente
honorária da Federação
Latino-Americana de Semiótica e diretora do Cimid,
Centro de Investigação em
Mídias Digitais da PUC-SP.
Também dirige o lado brasileiro do projeto de pesquisa
Brasil-Alemanha (Capes/
DAAD, 2000-2004) sobre
Palavra e Imagem nas mídias. Seus interesses de
pesquisa estão atualmente
voltados para a Semiótica
cognitiva e a Cibercultura.
Organizou sete livros, e, de
sua autoria, publicou outros
vinte e três, entre os quais
incluem-se "Matrizes da
linguagem e pensamento Sonora, visual, verbal" (Iluminuras/Fapesp,
Prêmio Jabuti 2002),
"Culturas e artes do póshumano - Da cultura das
mídias à cibercultura" (editora Paulus, 2003) e
"Corpo e comunicação Sintoma da cultura" (editora
Paulus, 2004).
Bibliografia
BARROS, Diana Luz Pessoa de. Teoria do Discurso:fundamentos semióticos. São
Paulo, Atual,1988.
BUORO Bueno, Anamelia: Olhos que pintam: a leitura da imagem e o ensino da
arte.São Paulo. EDUC, Cortez.2002 p. 12.
CHANU, Pierre. A Civilização da Europa das Luzes. Lisboa. Editorial Estampa,
1992.
CASTILHO, Kathia. Moda e Linguagem. São Paulo, Anhembi Morumbi, 2004.
GREIMAS, A.J. & COURTÉS, J. Dicionário de Semiótica, São Paulo, Cultrix, 1979.
GOMBRICH, E. História da Arte. LTC, 2000.
LANDOWISKI, Eric. A Sociedade Refletida. São Paulo, Educ&Pontes, 1992.
_______________. Masculin, Feminin, Social. São Paulo, Centro de Estudos Semióticos, Vol. II n.1, 1995.
_______________. e FIORIN, José Luiz(eds). O Gosto da Gente, o Gosto das Coisas, São Paulo, EDUC, 1997
OLIVEIRA, Ana Cláudia de & LANDOWSKI, Eric (orgs). Do Inteligível ao Sensível.
São Paulo, EDUC, 1995.
SANTAELLA, Lucia e Noth, Winfried. Comunicação e Semiótica. São Paulo. Hackers
Editores. 2004 p.22.
SANTAELLA, Lucia. O que é Semiótica. São Paulo. Brasiliense. 1998.
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Lucia Santaella
http://www.pucsp.br/pos/cos/docentes/lsantaella.htm
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