10º Domingo do Tempo Comum – B
SEGUIR CONSEQUÊNCIA DE UMA EXPERIÊNCIA COM JESUS
10 de junho de 2012
1 Gn 3,9-15; Sl 129; 2Cor 4,13-5,1; Mc 3,20-35
Depois de conhecer as obras realizadas por Jesus, depois de analisar os seus ensinamentos, como é que nos
colocamos diante dele? Ouvindo opiniões ou caminhando com ele, a ponto de termos uma experiência
pessoal de vida?
Retomamos a segunda parte do Tempo Comum com uma Liturgia da Palavra extremamente
pertinente para nosso tempo com a tentativa de tirar Jesus e seu Evangelho do contexto social. A esse
propósito, Marcos descreve duas opiniões difamatórias: seus familiares espalham a notícia que Jesus perdera
a razão, está louco e, os religiosos, espalham a notícia de que Jesus está endemoniado. As duas avaliações
colocam dúvidas nos seguidores e ouvintes de Jesus; quem é ele: um louco ou um endemoniado? Opiniões
com a finalidade de influenciar as pessoas a não darem atenção a Jesus, a não crerem na finalidade
evangelizadora de Jesus. De fato, quem acreditará num louco que se apresenta como vindo de Deus? Quem
teria a coragem de seguir um endemoniado, alguém que fala mentiras passando-se por Filho de Deus? São
modos de criar uma imagem deformada de Jesus com a finalidade de eliminar Jesus e seus ensinamentos da
sociedade e da vida das pessoas.
De outro lado, o episódio revela a necessidade de uma opinião veraz sobre Jesus e de uma experiência
existencial com ele. Não se pode permanecer neutro diante de Jesus e do Evangelho. Nós seguimos Jesus
ouvindo a opinião dos outros ou fazendo com ele uma experiência de vida? O texto deixa claro que o fato de
ser parente de Jesus não significa melhor conhecimento de Jesus. O conhecimento de Jesus acontece em
quem se dispõe ao seu seguimento, fazendo a vontade do Pai; este conhece Jesus porque pertence à nova
família de Jesus. Nem mesmo o conhecimento religioso (de quem se diz católico, por exemplo) permite dizer
que conhece suficientemente Jesus pelo ouvir falar.
Além da opinião familiar de Jesus, o texto apresenta a opinião religiosa dos escribas, classificando
Jesus de “endemoniado”. Estes espalham argumentos religiosos, colocando Jesus contra o povo para
combater a obra evangelizadora de Jesus; transformam a evangelização e os gestos de Jesus (milagres, por
exemplo) em atividades demoníacas. Não se trata, evidentemente, de uma teologia, mas de ideologia. Criam
uma ideologia para combater o projeto de Jesus. Não analisam os fatos a partir das Escrituras, porque o
objetivo é fazer propaganda contra Jesus, divulgando uma mentira ideológica, para que as pessoas tenham
medo de Jesus e dele se afastem. Jesus reage à ideologia e classifica-a como pecado contra o Espírito Santo,
o único pecado que não tem perdão. É o pecado com a tentativa de impedir a realização do plano divino
através da evangelização; impedir que o Evangelho e o Reino progridam.
Como diz Jesus, a atividade de Satanás consiste em criar divisões e afastar as pessoas do caminho de
Deus. A luta contra Satanás, que sempre tenta para afastar as pessoas do projeto divino, vem desde a criação
do homem e da mulher, que tendem mais a ouvir a voz do tentador que seguir o projeto divino. Mas,
Satanás está destinado a ser derrotado, terá a cabeça esmagada pelo calcanhar da mulher (Igreja). Nessa
luta, mesmo com a impressão de estar no fundo dos abismos, não há motivos para se perder a esperança, e
nem motivo para desanimar, pois somos sustentados pelo Espírito que nos mantém firmes na fé.
Homilia Pe. João Luiz
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10 Domingo do Tempo Comum 2012