“A explicação para esta diferença passa pelo preconceito, mas não se limita apenas a ele. A maternidade é, certamente, um fator bem mais
determinante desde a contratação – num processo seletivo o homem costuma levar vantagem por isso – até a definição do salário”, diz o professor
Luiz Guilherme. Segundo ele, as empresas muitas vezes pagam menos a elas para compensar as perdas que uma gravidez representa.
Além do salário menor, as profissionais também encontram dificuldade para ocupar cargos executivos e de gerência. Posições hierarquicamente
superiores fazem parte de um universo ainda predominantemente masculino, como confirmam os dados da pesquisa Perfil Social, Racial e de Gênero
das 500 Maiores Empresas do Brasil – realizada pelo Instituto Ethos e pelo Ibope, em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), o Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a
Mulher (Unifem).
De acordo com o estudo, no quadro executivo das maiores empresas brasileiras, as mulheres representam apenas 11,5% dos profissionais. Em níveis
hierárquicos inferiores a diferença é menor, mas ainda assim relevante. Elas ocupam 24,6% dos cargos de gerência, 37% dos cargos de supervisão,
chefia e coordenação e 35% do quadro funcional.
“A tendência é que esta diferença vá diminuindo. Embora ainda tenhamos o machismo presente na nossa cultura, as novas gerações estão estudando,
investindo em pós-graduações, assumindo uma postura mais executiva e se mostrando competentes. Elas ainda têm que suar mais a camisa do que os
homens para ganhar o respeito dos outros profissionais, mas estão, ao investir na educação, no caminho certo”, garante o professor da USP.
Texto 2: “Vou te contar
tintim por tintim”, de Cartola:
Eu fui tão maltratada /Foi
tanta pancada/Que ele me
deu/Que estou toda doída/
Estou toda ferida/ Ninguém
me socorreu/ Ninguém lá em
casa apareceu/ Mas eu vou ao
distrito/ Está mais do que
visto/ Isto não fica assim/ Vou
te contar tintim por tintim/
Tudo nele eu aturo /Menos
tapas e murros/ Isto não é
para mim.
Texto 3: “Ai Que Saudades Da
Amélia” (Roberto Carlos Composição:
Ataulpho Alves - Mário Lago)
Nunca vi fazer tanta exigência
Nem fazer o que você me faz
Você não sabe o que é consciência
Nem vê que eu sou um pobre rapaz
Você só pensa em luxo e riqueza
Tudo que você vê você quer
Ai, meu Deus, que saudade da Amélia
Aquilo sim é que era mulher
Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
E quando me via contrariado
Dizia: Meu filho, que se há de fazer
Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade
Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade
Texto 4:“Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”(Ditado popular)
Texto 5:
“Deus criou a mulher de uma costela, de um osso torto. Se procurares
endireitá-la, quebrará. Tenham, pois, paciência com as mulheres.” –
Maomé(Muhammad) Fundador árabe do islamismo, líder político e profeta da
religião muçulmana -Cerca de 570 d.C., Meca, península Arábica (hoje Arábia
Saudita) .Para os muçulmanos, Maomé foi precedido em seu papel de profeta
por Jesus, Moisés, Davi, Jacob, Isaac, Ismael e Abraão.
Texto 6: Mulheres na Bíblia e na Ciência - Algumas Contradições
Novo Testamento - No Novo Testamento, a manifestação mais explícita e
veemente da posição secundária da mulher partiu do Apóstolo Paulo. E dele partiu
também, paradoxalmente, uma advertência da semelhança entre homem e mulher.
A primeira posição se encontra em citações feitas na Primeira Carta aos Coríntios,
mais especificamente no Capítulo 11, versículos 3, 5, 8-9, 13 e Capítulo 14,
versículo 34.
Quero, no entanto, que saibais o seguinte: a cabeça de todo homem é o Cristo; a
cabeça da mulher é o homem; a cabeça de Cristo é Deus.
Mas toda mulher que reza ou profetiza de cabeça descoberta desonra sua cabeça,
pois é exatamente como se estivesse de cabeça raspada.
Pois não é o homem que foi tirado da mulher, mas a mulher do homem.
E o homem não foi criado par a mulher, mas a mulher, para o homem.
Julgai por vós mesmos: porventura é conveniente que uma mulher ore a Deus sem
tirar véu? As mulheres calem-se nas assembleias; elas não têm permissão para
falar; elas devem permanecer submissas, como o diz a lei.
A segunda posição, a advertência sobre a igualdade, se encontra na Carta que ele
escreveu aos Gálatas, mais especificamente no Capítulo 3, versículo 28.
Não há mais judeu nem grego; já não há mais escravo nem homem livre, já não há
mais o homem e a mulher; pois todos vós sóis um só em Jesus Cristo.
A ciência não reconhece inferioridade da mulher em relação ao homem - diferenças
biológicas não implicam em juízo moral e social diferenciado. Por outro lado, as
contradições encontradas nesses textos sagrados continuam ainda hoje nas religiões
que os adotam. Por exemplo, as mulheres são impedidas do exercício de certas
funções nas igrejas. Bíblia e ciência divergem claramente em relação às diferenças
entre o valor do homem e da mulher.( Fonte: www.biblia-ciencia.com/art/a-13mulher-biblia-ciencia.htm) – Acesso em 12/09/2011
Texto 7:
Em entrevista à rádio, Dilma se diz preocupada com a violência contra as mulheres e anuncia medidas(17/07/2010 )
A presidente Dilma Roussef se disse preocupada na manhã desta segunda-feira (14) com os índices de violência contra as mulheres, e afirmou que
esse tipo de crime é “inaceitável”. O depoimento foi dado durante o programa de rádio semanal Café com a Presidenta, durante o qual Dilma apelou
à população para que não se cale e denuncie os agressores.
"Tem de denunciar, sim. Senão, você não consegue acabar com a violência contra a mulher", disse a presidente durante a entrevista. Dilma ressaltou
ainda a Lei Maria da Penha, que protege as mulheres agredidas, e garantiu que, durante seu mandato, a lei será rigorosamente cumprida. A presidente
lembrou ainda que é obrigação de todo e qualquer profissional da área de saúde notificar os casos de violência contra a mulher quando identificados,
e alertou para as punições no caso do não cumprimento da regra. “Quem não notificar está sujeito à punição administrativa e corre o risco de ser
punido por seu conselho profissional”, afirmou.
(...)"Se as mulheres não tivessem crescido em seu papel na sociedade brasileira, eu não conseguiria ter sido eleito presidenta. Por isso, eu devo
honrar as mulheres do nosso País", afirmou a presidente.
Texto 8: (...) a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho não é exclusividade de países latino-americanos e tão pouco está
relacionada ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos países. Tanto na Islândia (país de maior IDH) quanto em Serra Leoa (país de pior
IDH no ranking de 179 nações) as mulheres têm salários menores do que os homens.
É o que diz a edição de 2008 da Medida de Participação Segundo o Gênero (MPG), indicador que mede a participação feminina em cargos
legislativos, de alto escalão e de gerência, e calcula a diferença entre o salário dos homens e das mulheres. Há países em que a diferença de renda
entre gêneros é bem menor do que em outros, mas em todos os homens ganham mais.
O estudo mostra que no Brasil - que tem IDH de 0,498 e ocupa a 81ª colocação no ranking de 108 países – o rendimento feminino é, em média, 56%
menor que o masculino. Isto apesar de as brasileiras apresentarem maior esperança de vida ao nascer (75,8 anos, contra 68,4 dos homens), maior taxa
de alfabetização (89,9% das mulheres com mais de 15 anos estavam alfabetizadas em 2006, contra 89,4% dos homens) e frequentarem mais a escola
(89,4% das mulheres contra 85,1% dos homens).
O país com menor desigualdade de gêneros é a Suécia, que também conta com a menor diferença entre rendimentos (a mulher ganha 84% do salário
do homem). Apesar disso, as mulheres ocupam apenas 32% dos cargos legislativos e 47% dos de alto escalão. Na ponta de baixo está o Iêmen, onde
as mulheres ganham apenas 30% do salário dos homens, ocupam 0,7% dos cargos legislativos e têm 4% das posições de alto escalão. No Brasil, as
mulheres ocupam 9,4% dos cargos legislativos, 35% dos de alto escalão e 53% dos postos de gestão.
A cada 15 segundos, uma mulher é agredida no Brasil, diz ONG
Texto 9:
Uma em cada quatro mulheres sofre com a violência doméstica no País. É o que constata um estudo da organização não governamental (ONG)
Centro pelo Direito à Moradia contra Despejos (Cohre), intitulado Um Lugar no Mundo, com sede em Genebra, na Suíça. A cada 15 segundos uma
mulher é atacada, mas grande parte delas continua morando com o agressor.
Isso porque grande parte não dispõe de condições financeiras para sobreviver sem a ajuda dos companheiros, maridos e namorados. No Brasil, 24%
das entrevistadas disseram que não se separam porque não têm como se sustentar.
O estudo divulgado mostra que, além do Brasil, na Argentina e na Colômbia os índices de violência doméstica são elevados e de 30% a 60% das
mulheres sofreram agressões.
Nesses países, o estudo informa que a “falta de acesso a uma moradia adequada, incluindo refúgios para mulheres que sofrem maus-tratos, impede
que as vítimas possam escapar de seus agressores". Segundo o documento, “a dependência econômica aparece como a primeira causa mencionada
pelas mulheres dos três países como o principal obstáculo para romper uma relação violenta”.
No Brasil, 70% das vítimas de violência foram agredidas dentro de casa e, em 40% dos casos, houve lesões graves. Das mulheres assassinadas no
país, 70% sofreram agressões domésticas. A ONG informa ainda que esses problemas afetam, principalmente, as mulheres pobres que vivem em
comunidades carentes.
A maior parte das vítimas não exerce atividades profissionais fora de casa. No Brasil, 27% das entrevistadas disseram que se dedicam ao lar. Na
Argentina e na Colômbia, 25% das mulheres se declararam como donas de casa. Algumas delas afirmaram que não têm outras atividades
profissionais por desejo dos companheiros.
“O direito à moradia adequada ultrapassa o direito de ter um teto sobre sua cabeça. É o direito de viver em segurança, em paz e com dignidade. É
obrigação do governo assegurar esse direito às vítimas de violência doméstica", disse a responsável pelo setor de Peritos sobre as Mulheres da ONG
Cohre, Mayra Gomez. “Por muito tempo, a relação entre violência doméstica e direito à habitação tem sido negligenciada pelos políticos. É tempo de
os governos da América Latina corrigirem este erro", acrescenta.
Texto: 10
História do 8 de março
No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande
greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez
horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço
do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130
tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional
da Mulher", em homenagem às mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi
oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Objetivo da Data
Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo
é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia, terminar com o preconceito e a
desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina,
jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta
história.
Conquistas das Mulheres Brasileiras
Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data, foi instituído o voto feminino. As
mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e
legislativo.
• Considerando os textos acima como motivadores, redija um texto dissertativo-argumentativo a respeito do seguinte tema:
Preconceito e violência contra as mulheres.
Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os conhecimentos adquiridos e as reflexões feitas ao longo de sua formação. Selecione,
organize e relacione argumentos, fatos e opiniões para defender seu ponto de vista e suas propostas, sem ferir os direitos humanos.
Observações:
1. Seu texto deve ser escrito na modalidade padrão da língua portuguesa.
2. O texto não deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narração.
3. O texto com até 7 (sete) linhas escritas será considerado texto em branco.
4. Faça o rascunho na folha específica para isso.
5. A redação deve ser passada a limpo na folha própria e escrita a tinta.
5 Exemplos de introdução:
1- Embora tenham ocorrido avanços significativos contra o
preconceito e a violência em relação às mulheres, ainda estamos
distantes(do ideal) da igualdade de gêneros. Isso porque, apesar de
haver legislação específica a respeito, muitos não se intimidam,
insistindo num comportamento covarde e desumano
2-Por mais absurdo que pareça, em pleno terceiro milênio, ainda
estamos distantes da igualdade de gêneros. Isso porque as mulheres
continuam sofrendo com o preconceito e a violência. Só para se ter
uma idéia, segundo dados recentes, a cada 15 segundos uma mulher é
agredida no Brasil.
3-Uma visão panorâmica sobre a história da humanidade revelará,
certamente, o quanto a mulher já foi inferiorizada e vitimada por
inúmeras formas de violência. Entretanto, na sociedade moderna,
embora muitos avanços tenham ocorrido, ainda se observa forte
influência de um vergonhoso legado machista, que insiste em
permanecer.
4- Apesar dos avanços contra o preconceito e a violência em relação
às mulheres, os desafios ainda são enormes. Será preciso, para
superá-los, principalmente, estimular a denúncia, combater a
impunidade, a negligência de autoridades policiais, além de investir
em prevenção, a fim de superarmos definitivamente o histórico
paradigma machista.
5- As mulheres, historicamente, em quase todas as sociedades, foram
submetidas a diversas formas de agressões. Infelizmente, no mundo
contemporâneo, embora tal problema tenha diminuído, ainda se
observa um elevado nível de preconceito e violência. Por isso é que
muitos se perguntam: será mesmo possível alcançarmos a igualdade
de gêneros?
Causas:
1- Impunidade
2-Receio, medo de denunciar
3-O histórico paradigma machista
4-Negligência das autoridades policiais
5- Alcoolismo
Casos de violência contra a mulher continuam crescendo apesar
da Lei Maria da Penha
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Domingo, 07 de Agosto de 2011 às 00:00 / Por: Redação
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Em 5 de agosto de 2006, era sancionada a lei que tornaram mais rigorosas as punições
a quem agride mulheres. Hoje, cinco anos depois, apesar de a Lei Maria da Penha ser uma forte aliada no combate à violência doméstica, os
números mostram que a violência contra a mulher ainda é uma prática preocupante.
Segundo o último levantamento divulgado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), somente no mês de maio, 71
casos de violência foram registrados em Mossoró, o que representa uma média de duas denúncias por dia. "Para nós, a lei é uma conquista,
pois qualifica o crime de violência doméstica, mas ainda há muito que ser feito. Os números apontam para quantidade maior de denúncias, o
que pode ser reflexo da lei, como também pode significar um aumento das agressões, uma vez que em uma sociedade conservadora como
a nossa, o estímulo à violência contra a mulher é muito grande", explica a coordenadora do Centro Feminista 8 de Março, Conceição Dantas.
Em todo o Brasil, a quantidade de denúncias cresceu significativamente entre abril de 2006 e junho deste ano. Nesse período, a Central de
Atendimento à Mulher (Disque 180) registrou aproximadamente dois milhões de atendimentos. Desse total, 434.734 se referem a
informações sobre a Lei Maria da Penha, o que corresponde a 22,3% das ligações. "As mulheres estão denunciando mais, porque agora
existe uma garantia de punição, e assim elas se sentem mais seguras, e isso mostra que elas estão reagindo à violência sofrida", diz
Conceição Dantas.
Durante os cinco anos de vigência da legislação, no Brasil foram registrados 237.271 relatos de violência, sendo 141.838 sobre violência
física; 62.326 sobre violência psicológica; 23.456 sobre violência moral; 3.780 sobre violência patrimonial; 4.686 sobre violência sexual;
1.021 sobre cárcere privado; e 164 sobre tráfico de mulheres.
Apesar dos avanços obtidos com a Lei Maria da Penha, a coordenadora do Centro Feminista Conceição Dantas explica que alguns pontos
da nova legislação ainda precisam ser cumpridos. "A lei prevê a implantação de delegacias estruturais nos municípios, com assistentes
sociais, policiais mulheres e pessoas preparadas para atender as mulheres que forem até o local denunciar o agressor. Isso nós não temos
ainda, como também um centro de referência que receba essas mulheres vítimas da violência, que muitas vezes são ameaçadas de morte",
destaca Conceição Dantas.
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Eficiência da aplicação da lei divide opiniões
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A opinião dos mossoroenses está dividida quanto à eficácia das penalidades aplicadas previstas na Lei Maria da Penha. A vendedora
Priscila Hilária acredita que, após a implantação da lei, a violência tenha diminuído. Segundo ela, os homens estão mais receosos na hora de
cometer algum tipo de violência. "Eles estão com medo de ser presos, e isso com certeza diminui os índices da violência", diz.
A dona de casa Antônia Rodrigues tem uma visão diferente sobre a eficiência da lei. "Os homens continuam agressivos, eles não respeitam
a lei", constata.
Para o produtor de eventos Francisco Carlos, com a nova legislação, as mulheres se tornaram mais corajosas. "A violência continua, e as
mulheres agora estão com mais coragem, desafiando os homens", afirma.
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25 de Novembro - Dia Internacional pelo Fim da Violência Contra as
Mulheres
O que é violência contra a mulher?
Na definição da Convenção de Belém do Pará (Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra
a Mulher, adotada pela OEA em 1994), a violência contra a mulher é “qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que
cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada”.
“A violência contra as mulheres é uma manifestação de relações de poder historicamente desiguais entre homens e mulheres
que conduziram à dominação e à discriminação contra as mulheres pelos homens e impedem o pleno avanço das
mulheres...”
Declaração sobre a Eliminação da Violência contra as Mulheres, Resolução da Assembléia Geral das Nações Unidas,
dezembro de 1993.
A Conferência das Nações Unidas sobre Direitos Humanos (Viena, 1993) reconheceu formalmente a violência contra as
mulheres como uma violação aos direitos humanos. Desde então, os governos dos países-membros da ONU e as
organizações da sociedade civil têm trabalhado para a eliminação desse tipo de violência, que já é reconhecido também
como um grave problema de saúde pública.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), “as conseqüências do abuso são profundas, indo além da saúde e da
felicidade individual e afetando o bem-estar de comunidades inteiras.”
De onde vem a violência contra a mulher?
Ela acontece porque em nossa sociedade muita gente ainda acha que o melhor jeito de resolver um conflito é a violência e
que os homens são mais fortes e superiores às mulheres. É assim que, muitas vezes, os maridos, namorados, pais, irmãos,
chefes e outros homens acham que têm o direito de impor suas vontades às mulheres.
Embora muitas vezes o álcool, drogas ilegais e ciúmes sejam apontados como fatores que desencadeiam a violência contra a
mulher, na raiz de tudo está a maneira como a sociedade dá mais valor ao papel masculino, o que por sua vez se reflete na
forma de educar os meninos e as meninas. Enquanto os meninos são incentivados a valorizar a agressividade, a força física,
a ação, a dominação e a satisfazer seus desejos, inclusive os sexuais, as meninas são valorizadas pela beleza, delicadeza,
sedução, submissão, dependência, sentimentalismo, passividade e o cuidado com os outros.
Por que muitas mulheres sofrem caladas?
Estima-se que mais da metade das mulheres agredidas sofram caladas e não peçam ajuda. Para elas é difícil dar um basta
naquela situação. Muitas sentem vergonha ou dependem emocionalmente ou financeiramente do agressor; outras acham
que “foi só daquela vez” ou que, no fundo, são elas as culpadas pela violência; outras não falam nada por causa dos filhos,
porque têm medo de apanhar ainda mais ou porque não querem prejudicar o agressor, que pode ser preso ou condenado
socialmente. E ainda tem também aquela idéia do “ruim com ele, pior sem ele”.
Muitas se sentem sozinhas, com medo e vergonha. Quando pedem ajuda, em geral, é para outra mulher da família, como a
mãe ou irmã, ou então alguma amiga próxima, vizinha ou colega de trabalho. Já o número de mulheres que recorrem à
polícia é ainda menor. Isso acontece principalmente no caso de ameaça com arma de fogo, depois de espancamentos com
fraturas ou cortes e ameaças aos filhos.
O que pode ser feito?
As mulheres que sofrem violência podem procurar qualquer delegacia, mas é preferível que elas vão às Delegacias
Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM), também chamadas de Delegacias da Mulher (DDM). Há também os
serviços que funcionam em hospitais e universidades e que oferecem atendimento médico, assistência psicossocial e
orientação jurídica.
A mulher que sofreu violência pode ainda procurar ajuda nas Defensorias Públicas e Juizados Especiais, nos Conselhos
Estaduais dos Direitos das Mulheres e em organizações de mulheres.
Como funciona a denúncia
Se for registrar a ocorrência na delegacia, é importante contar tudo em detalhes e levar testemunhas, se houver, ou indicar
o nome e endereço delas. Se a mulher achar que a sua vida ou a de seus familiares (filhos, pais etc.) está em risco, ela pode
também procurar ajuda em serviços que mantêm casas-abrigo, que são moradias em local secreto onde a mulher e os filhos
podem ficar afastados do agressor.
Dependendo do tipo de crime, a mulher pode precisar ou não de um advogado para entrar com uma ação na Justiça. Se ela
não tiver dinheiro, o Estado pode nomear um advogado ou advogada para defendê-la.
Muitas vezes a mulher se arrepende e desiste de levar a ação adiante.
Em alguns casos, a mulher pode ainda pedir indenização pelos prejuízos sofridos. Para isso, ela deve procurar a Promotoria
de Direitos Constitucionais e Reparação de Danos.
Violência contra idosos, crianças e mulheres negras - além das Delegacias da Mulher, a Delegacia de Proteção
ao Idoso e o GRADI (Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância) também podem atender as
mulheres que sofreram violência, sejam elas idosas ou não-brancas, homossexuais ou de qualquer outro grupo
que é considerado uma “minoria”. No caso da violência contra meninas, pode-se recorrer também às Delegacias
de Proteção à Criança e ao Adolescente.
Tipos de violência
Violência contra a mulher - é qualquer conduta - ação ou omissão - de discriminação, agressão ou coerção,
ocasionada pelo simples fato de a vítima ser mulher e que cause dano, morte, constrangimento, limitação,
sofrimento físico, sexual, moral, psicológico, social, político ou econômico ou perda patrimonial. Essa violência
pode acontecer tanto em espaços públicos como privados.
Violência de gênero - violência sofrida pelo fato de se ser mulher, sem distinção de raça, classe social, religião,
idade ou qualquer outra condição, produto de um sistema social que subordina o sexo feminino.
Violência doméstica - quando ocorre em casa, no ambiente doméstico, ou em uma relação de familiaridade,
afetividade ou coabitação.
Violência familiar - violência que acontece dentro da família, ou seja, nas relações entre os membros da
comunidade familiar, formada por vínculos de parentesco natural (pai, mãe, filha etc.) ou civil (marido, sogra,
padrasto ou outros), por afinidade (por exemplo, o primo ou tio do marido) ou afetividade (amigo ou amiga que
more na mesma casa).
Violência física - ação ou omissão que coloque em risco ou cause dano à integridade física de uma pessoa.
Violência institucional - tipo de violência motivada por desigualdades (de gênero, étnico-raciais, econômicas
etc.) predominantes em diferentes sociedades. Essas desigualdades se formalizam e institucionalizam nas
diferentes organizações privadas e aparelhos estatais, como também nos diferentes grupos que constituem
essas sociedades.
Violência intrafamiliar/violência doméstica - açontece dentro de casa ou unidade doméstica e geralmente é
praticada por um membro da família que viva com a vítima. As agressões domésticas incluem: abuso físico,
sexual e psicológico, a negligência e o abandono.
Violência moral - ação destinada a caluniar, difamar ou injuriar a honra ou a reputação da mulher.
Violência patrimonial - ato de violência que implique dano, perda, subtração, destruição ou retenção de objetos,
documentos pessoais, bens e valores.
Violência psicológica - ação ou omissão destinada a degradar ou controlar as ações, comportamentos, crenças e
decisões de outra pessoa por meio de intimidação, manipulação, ameaça direta ou indireta, humilhação,
isolamento ou qualquer outra conduta que implique prejuízo à saúde psicológica, à autodeterminação ou ao
desenvolvimento pessoal.
Violência sexual - acão que obriga uma pessoa a manter contato sexual, físico ou verbal, ou a participar de
outras relações sexuais com uso da força, intimidação, coerção, chantagem, suborno, manipulação, ameaça ou
qualquer outro mecanismo que anule ou limite a vontade pessoal. Considera-se como violência sexual também
o fato de o agressor obrigar a vítima a realizar alguns desses atos com terceiros.
Consta ainda do Código Penal Brasileiro: a violência sexual pode ser caracterizada de forma física, psicológica
ou com ameaça, compreendendo o estupro, a tentativa de estupro, o atentado violento ao pudor e o ato
obsceno.
Fases da violência doméstica
As fases da situação de violência doméstica compõem um ciclo que pode se tornar vicioso, repetindo-se ao longo de meses
ou anos.
Primeiro, vem a fase da tensão, que vai se acumulando e se manifestando por meio de atritos, cheios de insultos e
ameaças, muitas vezes recíprocos. Em seguida, vem a fase da agressão, com a descarga descontrolada de toda aquela
tensão acumulada. O agressor atinge a vítima com empurrões, socos e pontapés, ou às vezes usa objetos, como garrafa,
pau, ferro e outros. Depois, é a vez da fase da reconciliação, em que o agressor pede perdão e promete mudar de
comportamento, ou finge que não houve nada, mas fica mais carinhoso, bonzinho, traz presentes, fazendo a mulher
acreditar que aquilo não vai mais voltar a acontecer.
É muito comum que esse ciclo se repita, com cada vez maior violência e intervalo menor entre as fases. A experiência
mostra que, ou esse ciclo se repete indefinidamente, ou, pior, muitas vezes termina em tragédia, com uma lesão grave ou
até o assassinato da mulher.
Homens e a violência contra a mulher
A violência é muitas vezes considerada como uma manifestação tipicamente masculina, uma espécie de “instrumento para a
resolução de conflitos”.
Os papéis ensinados desde a infância fazem com que meninos e meninas aprendam a lidar com a emoção de maneira
diversa. Os meninos são ensinados a reprimir as manifestações de algumas formas de emoção, como amor, afeto e amizade,
e estimulados a exprimir outras, como raiva, agressividade e ciúmes. Essas manifestações são tão aceitas que muitas vezes
acabam representando uma licença para atos violentos.
Existem pesquisas que procuram explicar a relação entre masculinidade e violência através da biologia e da genética. Além
da constituição física mais forte que a das mulheres, atribui-se a uma mutação genética a capacidade de manifestar
extremos de brutalidade e até sadismo.
Outros estudos mostraram que, para alguns homens, ser cruel é sinônimo de virilidade, força, poder e status. “Para alguns,
a prática de atos cruéis é a única forma de se impor como homem”, afirma a antropóloga Alba Zaluar, do Núcleo de Pesquisa
das Violências na Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Saiba mais sobre masculinidades e violência acessando os sites do Instituto Promundo, Instituto Noos e Instituto Papai.
Violência e religião
A violência contra as mulheres é um fenômeno antiqüíssimo e considerado o crime encoberto mais praticado no mundo.
“Tem sido legalizado, através dos tempos, por leis religiosas e seculares, legitimado por diferentes culturas e por mitos da
tradição oral ou escrita.”
Fonte: Católicas pelo Direito de Decidir, Violência contra as mulheres, 2003.
Em seus cursos sobre a relação violência e religião, o grupo Católicas pelo Direito de Decidir enfatiza que:
— A legitimidade que a religião tem dado à subordinação da mulher não é essencialmente divina.
— Temos o direito de questionar e não aceitar aqueles aprendizados teológicos e religiosos que fomentam o poderio do
homem e a subordinação da mulher, sustentando assim a violência.
— Deve-se “suspeitar” das imagens sagradas que possam estar legitimando uma relação violenta e que possa estar
motivando uma eterna discriminação e desigualdade entre homens e mulheres.
Saiba mais sobre a relação entre violência e religião acessando o site das Católicas pelo Direito de Decidir.
Violência e saúde (física e psicológica)
A violência contra a mulher, além de ser uma questão política, cultural, policial e jurídica, é também, e principalmente, um
caso de saúde pública. Muitas mulheres adoecem a partir de situações de violência em casa.
Muitas das mulheres que recorrem aos serviços de saúde, com reclamações de enxaquecas, gastrites, dores difusas e outros
problemas, vivem situações de violência dentro de suas próprias casas.
A ligação entre a violência contra a mulher e a sua saúde tem se tornado cada vez mais evidente, embora a maioria das
mulheres não relate que viveu ou vive em situação de violência doméstica. Por isso é extremamente importante que os/as
profissionais de saúde sejam treinadas/os para identificar, atender e tratar as pacientes que se apresentam com sintomas
que podem estar relacionados a abuso e agressão.
Violência e saúde mental
A mulher não deve ser vista apenas como uma “vítima” da violência que foi provocada contra ela, mas como elemento
integrante de uma relação com o agressor que ocorre em um contexto bastante complexo, que às vezes se transforma em
uma espécie de jogo em que a “vítima” passa a ser “cúmplice”.
A mulher às vezes faz uma denúncia formal contra o agressor em uma delegacia especializada para, logo depois, retirar a
queixa. Outras vezes, ela foge para uma casa-abrigo levando consigo as crianças por temer por suas vidas e, algum tempo
depois, volta ao lar, para o convívio com o agressor. São situações que envolvem sentimentos, forças inconscientes,
fantasias, traumas, desejos de construção e destruição, de vida e de morte.
Leia mais no artigo “Saúde mental e violência”, de Paula Francisquetti no site do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde,
em pdf.
Leia sobre as conseqüências psicológicas da violência doméstica e da violência sexual contra as mulheres.
Saiba mais sobre a relação entre violência e saúde em Violência contra a mulher e saúde no Brasil e em Violencia, género y
salud.
O custo econômico da violência doméstica
Segundo dados do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento:
— Um em cada 5 dias de falta ao trabalho no mundo é causado pela violência sofrida pelas mulheres dentro de suas casas.
— A cada 5 anos, a mulher perde 1 ano de vida saudável se ela sofre violência doméstica.
— O estupro e a violência doméstica são causas importantes de incapacidade e morte de mulheres em idade produtiva.
— Na América Latina e Caribe, a violência doméstica atinge entre 25% a 50% das mulheres.
— Uma mulher que sofre violência doméstica geralmente ganha menos do que aquela que não vive em situação de violência.
— No Canadá, um estudo estimou que os custos da violência contra as mulheres superam 1 bilhão de dólares canadenses por
ano em serviços, incluindo polícia, sistema de justiça criminal, aconselhamento e capacitação.
— Nos Estados Unidos, um levantamento estimou o custo com a violência contra as mulheres entre US$ 5 bilhões e US$ 10
bilhões ao ano.
— Segundo o Banco Mundial, nos países em desenvolvimento, estima-se que entre 5% a 16% de anos de vida saudável são
perdidos pelas mulheres em idade reprodutiva como resultado da violência doméstica.
— Um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento estimou que o custo total da violência doméstica oscila entre
1,6% e 2% do PIB de um país.
Violência sexual e DSTs/contracepção de emergência
A violência sexual expõe as mulheres e meninas ao risco de contrair DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) e de
engravidar.
A violência e as ameaças à violência limitam a capacidade de negociar o sexo seguro. Além disso, estudos mostraram que a
violência sexual na infância pode contribuir para aumentar as chances de um comportamento sexual de risco na
adolescência e vida adulta.
Outra questão importante é que a revelação do status sorológico (estar com o HIV) para o parceiro ou outras pessoas
também pode aumentar o risco de sofrer violência.
Cuidados após a violência sexual
Após a violência sexual a mulher (ou menina) pode contrair DSTs, como HIV/AIDS, ou engravidar. Para prevenir essas
ocorrências, o Ministério da Saúde emitiu uma Norma Técnica (disponível no site do Cfemea, em pdf) para orientar os
serviços de saúde sobre como atender as vítimas de violência sexual.
Mas, se mesmo assim ocorrer a gravidez, a mulher pode recorrer a um serviço de aborto previsto em lei em hospital público.
É um direito incluído no Código Penal (artigo 128) e regulamentado pelo Ministério da Saúde.
Assédio sexual
O assédio sexual é um crime que acontece em uma relação de trabalho, quando alguém, por palavras ou atos com sentido
sexual, incomoda uma pessoa usando o poder que tem por ser patrão, chefe, colega ou cliente.
Segundo o Código Penal - artigo 216-A, incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de maio de 2001 - o crime de assédio sexual
prevê pena de detenção, de 1 a 2 anos.
Tráfico e exploração sexual de mulheres
No Brasil, a maioria das vítimas do tráfico de seres humanos são mulheres, que abastecem as redes internacionais de
prostituição.
Em 2002, a Pesquisa sobre Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para Fins de Exploração Sexual Comercial (Pestraf)
identificou que as vítimas brasileiras das redes internacionais de tráfico de seres humanos são, em sua maioria, adultas. Elas
saem principalmente das cidades litorâneas (Rio de Janeiro, Vitória, Salvador, Recife e Fortaleza), mas há também casos nos
estados de Goiás, São Paulo, Minas Gerais e Pará. Os destinos principais são a Europa (com destaque para a Itália, Espanha
e Portugal) e América Latina (Paraguai, Suriname, Venezuela e Republica Dominicana).
A Pestraf foi coordenada pela professora Lúcia Leal, da Universidade de Brasília (UnB), e serviu de ponto de partida para o
trabalho pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional realizado em 2003 e 2004.
Fonte: Ministério da Justiça. Mais informações:
[email protected]
Abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes
O número de denúncias aumentou bastante nos últimos anos, devido a uma das principais ações de combate à violência
sexual contra crianças e adolescentes: a divulgação do disque-denúncia (0800-99-0500), número do Sistema Nacional de
Combate à Exploração Sexual Infanto-Juvenil, mantido pela Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e
Adolescência (Abrapia <http://www.abrapia.org.br>).
Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil
Criado com o objetivo de implementar um conjunto articulado de ações e metas para assegurar a proteção integral à criança
e ao adolescente em situação de risco de violência sexual, esse Plano aponta mecanismos e diretrizes para a viabilização da
política de atendimento estabelecida no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Para o acompanhamento da implantação e implementação das ações do Plano Nacional, foi criado o Fórum Nacional pelo Fim
da Violência Sexual de Crianças e Adolescentes, que reúne organizações do governo e da sociedade que atuam na prevenção
e no combate à violência sexual contra crianças e adolescentes.
Mais informações com o Cecria - Centro de Referência, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes.
Violência contra as mulheres negras e indígenas
No Brasil, as mulheres negras e indígenas carregam uma pesada herança histórica de abuso e violência sexual, tendo sido
por séculos tratadas como máquinas de trabalho e sexo, sem os direitos humanos básicos.
Hoje, as mulheres negras e indígenas sofrem uma dupla discriminação - a de gênero e a racial - acrescida de uma terceira, a
de classe, por serem em sua maioria mulheres pobres.
Todos esses fatores aumentam a vulnerabilidade dessas mulheres, que muitas vezes enfrentam a violência não apenas fora,
mas também dentro de suas casas.
Saiba mais nos sites da Casa de Cultura da Mulher Negra e do Instituto Socioambiental.
Violência contra as lésbicas
O fato de ser lésbica torna as mulheres homossexuais ainda mais vulneráveis às diversas formas de violências cometidas
contra as mulheres.
“As jovens que se descobrem lésbicas, e que vivem com seus pais, são as que mais sofrem violência. A família reprova a
lesbianidade da filha e procura impor a heterossexualidade como normalização da prática sexual do indivíduo. Por serem
destituídas de qualquer poder, os pais buscam sujeitar e controlar o corpo das filhas lésbicas, lançando mão de diferentes
formas de violência, como os maus-tratos físicos e psicológicos. E não faltam acusações, ameaças e, inclusive, a expulsão de
casa. As ocorrências de violência sempre têm o sentido de dominação: é o exercício do poder, utilizado como ferramenta de
ensino, punição e controle.”
Marisa Fernandes
, “Violência contra as lésbicas”, Maria, Maria, nº 0.
Fonte:
Mais informações no site do Um Outro Olhar.
Violência contra as mulheres idosas
A discriminação contra a mulher começa na infância e vai até a velhice. Em alguns casos, começa até mesmo antes do
nascimento, na seleção do sexo do embrião.
No caso da violência doméstica contra os idosos, a imensa maioria das vítimas são mulheres. Segundo Maria Antonia
Gigliotti, aos 77 anos, presidente do Conselho Municipal do Idoso da cidade de São Paulo, isso “tem a ver com a lógica do
sistema patriarcal, que considera que a mulher vale menos do que o homem, não importa a idade que ela tenha. Também
conta o fator financeiro: as mulheres idosas são normalmente bem mais pobres do que os homens idosos”.
Fonte: Unifem, Maria, Maria nº 0.
Dia 03/ novembro / 2009 — Instituição do Direito e
Voto da Mulher (1930)
Direito de voto feminino completa 76 anos no Brasil; saiba mais
sobre essa conquista
da Folha Online
Faz só 76 anos que a mulher brasileira ganhou o direito de votar nas eleições nacionais. Esse direito foi
obtido por meio do Código Eleitoral Provisório, de 24 de fevereiro de 1932. Mesmo assim, a conquista não
foi completa. O código permitia apenas que mulheres casadas (com autorização do marido), viúvas e
solteiras com renda própria pudessem votar.
As restrições ao pleno exercício do voto feminino só foram eliminadas no Código Eleitoral de 1934. No
entanto, o código não tornava obrigatório o voto feminino. Apenas o masculino. O voto feminino, sem
restrições, só passou a ser obrigatório em 1946.
Reprodução
Alzira Soriano foi eleita prefeita de
Lajes (RN) em 1928
O direito ao voto feminino começou pelo Rio Grande do Norte. Em 1927, o Estado se tornou o primeiro do
país a permitir que as mulheres votassem nas eleições.
Naquele mesmo ano, a professora Celina Guimarães --de Mossoró (RN) se tornou a primeira brasileira a
fazer o alistamento eleitoral. A conquista regional desse direito beneficiou a luta feminina da expansão do
"voto de saias" para todo o país.
Mulheres no poder
A primeira mulher escolhida para ocupar um cargo eletivo é do Rio Grande do Norte. Foi Alzira Soriano,
eleita prefeita de Lajes, em 1928, pelo Partido Republicano. Mas ela não terminou o seu mandato. A
Comissão de Poderes do Senado anulou os votos de todas as mulheres.
Em 3 de maio de 1933, a médica paulista Carlota Pereira de Queiroz foi a primeira mulher a votar e ser
eleita deputada federal. Ela participou dos trabalhos na Assembléia Nacional Constituinte, entre 1934 e
1935.
A primeira mulher a ocupar um lugar no Senado foi Eunice Michiles (PDS-AM), em 1979. Suplente, ela
assumiu o posto com a morte do titular do cargo, o senador João Bosco de Lima. As primeiras mulheres
eleitas senadoras, em 1990, foram Júnia Marise (PRN-MG) e Marluce Pinto (PTB-RR). Suplente de
Fernando Henrique Cardoso, Eva Blay (PSDB-SP) assumiu o mandato dele quando o tucano se tornou
ministro do ex-presidente Itamar Franco.
Em 1994, Roseana Sarney (pelo então PFL) foi a primeira mulher a ser eleita governadora, no Maranhão.
Em 1996, o Congresso Nacional instituiu o sistema de cotas na Legislação Eleitoral --que obrigava os
partidos a inscreverem, no mínimo, 20% de mulheres nas chapas proporcionais. No ano seguinte, o
sistema foi revisado e o mínimo passou a ser de 30%.
A primeira mulher ministra de Estado foi Maria Esther Figueiredo Ferraz (Educação), em 1982. Hoje, as
mulheres não só estão à frente de vários ministérios como há uma Secretaria Especial de Políticas para as
Mulheres --chefiada por Nilcéa Freire, que tem status de ministra.
Apesar do avanço feminino na política, o Brasil ainda não teve nenhuma mulher eleita presidente. Entre
as ministras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está Dilma Rousseff (Casa Civil), cotada como possível
candidata do PT à Presidência da República, em 2010. Outra ministra, Marta Suplicy (Turismo) é a
favorita dentro do PT para disputar a Prefeitura de São Paulo nas eleições de outubro de 2008. Seu nome
também é cotado para a eleição para o governo de São Paulo, em 2010.
Cinderela Caldeira
Hoje no Brasil o direito ao voto é assegurado a todos os cidadãos maiores de 18 anos. Mas nem sempre
foi assim. Em 1822, um pouco depois da independência do País, só votavam os homens brancos e ricos.
Os pobres não tinham esse direito, e os negros eram escravos, portanto serviçais, as mulheres nem
pensar.
Cento e oitenta anos depois, a história mudou e transformou o voto feminino em fator decisivo no quadro
político nacional. Nas eleições deste ano o voto da mulher teve um peso muito importante. Ele
representou cerca de 51% do eleitorado nacional. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral
foram 58.604.626 mulheres contra 56.431.895 homens.
Em 1930, era aprovado no Senado o projeto que estendia o direito de voto às mulheres. Com a Revolução
de 30 as atividades parlamentares foram suspensas, atrasando em dois anos o sonho das mulheres.
A luta feminina pelo direito de poder escolher seus governantes tem sua história contada através de Berta
Maria Júlia Lutz, filha do famoso cientista Adolfo Lutz, que liderou o movimento decisivo para a conquista
do voto. Seu trabalho foi responsável pela aprovação do Novo Código Eleitoral, em 1932, no governo de
Getúlio Vargas.
Berta Lutz nasceu em São Paulo, em 1894, formou-se em zoologia, e em 1919 tornou-se secretária do
Museu Nacional do Rio de Janeiro. O fato teve grande repercussão na época, porque o acesso das
mulheres ao funcionalismo público era vedado. Berta representou o Brasil, em 1922, na assembléia geral
da Liga das Mulheres Eleitoras, realizada nos Estados Unidos, e foi eleita vice-presidente da Sociedade
Pan-Americana.
Ao voltar ao Brasil fundou a Federação para o Progresso Feminino, iniciando a luta pelo direito ao voto
feminino no Brasil. Nesse mesmo ano, como delegada do Museu Nacional no Congresso de Educação,
garantiu ingresso das meninas no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro.
Com a promulgação do novo código eleitoral, em fevereiro de 1932, muitas mulheres se candidataram a
uma vaga para a Constituinte de 1934. Mas apenas Carlota Pereira de Queirós conseguiu uma vaga, se
elegendo por São Paulo.
Formada em medicina, trabalhou em 1928 como chefe do laboratório de clínica pediátrica da Faculdade de
Medicina de São Paulo – que seria incorporada à Universidade de São Paulo em 1934.
Durante a Revolução Constitucionalista de 32 – movimento desencadeado em São Paulo que contestava a
Revolução de 1930 – Carlota organizou, à frente de 700 mulheres, um grupo de assistência médica aos
combatentes feridos.
Foi a única mulher eleita deputada, em 1933, para a Assembléia Nacional Constituinte. Em seu discurso
de posse enfatizou a colaboração feminina imprescindível no processo de reconstitucionalização do País.
Integrando a Comissão de Saúde e Educação, trabalhou pela assistência social e alfabetização. O primeiro
projeto sobre a criação de serviços sociais foi de sua autoria. Berta Lutz, na época defendia os direitos
jurídicos da mulher e foi convidada, pela então deputada Carlota, para trabalharem em conjunto na
Constituinte de 34.
Vários artigos foram propostos e iriam beneficiar a mulher. É o caso dos que estabeleciam a
regulamentação do trabalho feminino, a igualdade salarial e a proibição de demissão em razão de
gravidez.
Mas o trabalho era árduo e não obtinha consenso entre as bancadas. Havia restrições às propostas de
emancipação feminina, considerando-as uma ameaça à estabilidade familiar. O assunto passou a ser
tratado pelas revistas humorísticas da época. Várias foram as charges e caricaturas que satirizavam o
assunto.
Nair de Teffé foi a primeira cartunista brasileira, com trabalhos publicados em revistas nacionais e
internacionais. Seus trabalhos destacaram-se pela crítica aos políticos e à elite brasileira da época.
Assinava suas caricaturas com o pseudônimo de Rian – Nair ao inverso. Filha do Barão de Teffé, nasceu
no Rio de Janeiro em 1886, e foi a segunda esposa do presidente Hermes da Fonseca.
O Museu Histórico Nacional, no Rio de janeiro, possui um acervo de Rian, formado por 26 curiosas
caricaturas, entre elas as dos presidentes Eurico Gaspar Dutra, João Café Filho e Humberto de Alencar
Castello Branco.
Hoje, 72 anos depois, a mulher expressa sua opinião política livremente e, obriga os candidatos a
pensarem em propostas que objetivamente atinjam o universo feminino.
Sobre acidentes de trânsito / Lei Seca
Texto 1:
O atual Código de Trânsito Brasileiro é de 1997. O novo CTB trouxe leis mais rígidas e a preocupação de educar pedestres, motoristas e passageiros para o
Brasil ter um trânsito mais seguro e de maior qualidade. O CTB tem uma legislação avançadíssima e está entre os melhores do mundo. (Revista : Trânsito Consciente –
Uma viagem pela série de TV.)
Texto 2:
Uma vitória da sociedade brasileira
Escrito por Beto Albuquerque* 24-Jul-2008
A nova lei que instituiu a tolerância zero para o consumo de bebida alcoólica por motoristas completou ontem um mês. O resultado imediato é muito positivo e merece
ser comemorado pela sociedade brasileira. Milhares de acidentes, lesões e mortes, envolvendo condutores embriagados, já foram evitados. Dezenas de milhões de reais
economizadas. E o debate sobre a necessidade de paz no trânsito tomou conta do país.
Um balanço do Ministério da Saúde mostra que na vigência da lei, o número de resgates de acidentados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)
caiu, em média, 24% em 14 unidades da federação. A maior redução foi de 47%, registrada em Niterói (RJ). Os avanços foram elogiados pela OpasOMS, que
consideram a lei brasileira um modelo para os demais países do continente americano.
Em grandes cidades como São Paulo, Salvador e Porto Alegre, os resultados impressionam. O Instituto Médico Legal (IML) paulistano registrou uma queda de 57%
em mortes violentas, na comparação entre os três finais de semana de junho - antes da sanção da lei - e os dois últimos. Na capital baiana, o número de desastres caiu
55%, e o de mortos e feridos, 43% em relação aos 20 dias anteriores à lei. Na capital gaúcha, a queda no atendimento de urgência da Samu foi de 35%.
Essa é uma vitória da sociedade que viu na lei a forma de combater a brutalidade do trânsito no país. A lei é rigorosa, é verdade, pois corresponde à gravidade do
problema. Mas também é popular. Uma pesquisa Datafolha realizada em São Paulo e no Rio de Janeiro indica que 86% das pessoas são favoráveis ao endurecimento
das punições.
O balanço preliminar é animador, porém, os desafios futuros são ainda muito grandes. Até o ano passado, convivemos com 35 mil mortes/ano e entre 350 mil e 400 mil
feridos - em 60% dos casos o responsável é o álcool, segundo a Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado. Se não bastasse o sofrimento
humano, a violência no trânsito ainda impõe ao país perdas econômicas estimadas em R$ 22 bilhões/ano (IPEA, 2007).
Para vencer essa barbárie é preciso somar esforços de cidadãos, governos, órgãos de trânsito, polícias e justiça. É fundamental aumentar o investimento público em
educação, fiscalização e políticas específicas para o trânsito. Para isso seguiremos mobilizados no Congresso Nacional.
Ainda que essa lei valesse por apenas um mês, já teria cumprido um papel de extremo valor para a cidadania brasileira: fazê-la refletir sobre o comportamento de cada
um de nós, os limites dos nossos direitos e a responsabilidade com o cumprimento dos nossos deveres como cidadãos. A lei veio para ficar. Não há dúvida de que
estamos avançando.
*Deputado federal, presidente da Frente Parlamentar do Trânsito Seguro
Texto 3:
Pronunciamento da ABRAMET
Escrito por Dr. Flávio Emir Adura* 11-Jul-2008
Segundo a OMS, cada país terá o número de mortes no trânsito que estiver disposto a tolerar. A Lei nº. 11.705/08 parece demonstrar que a sociedade brasileira não está
mais disposta a tolerar tantas mortes evitáveis no trânsito. Se considerarmos que o álcool é responsável por mais de 40% destas mortes, a Lei nº. 11.705/08 atende a
uma necessidade inadiável: a preservação de milhares de vidas no trânsito.
No Brasil, a cada dia, cerca de 100 pessoas morrem e mil ficam feridas. São cerca de 35 mil mortos por ano (19,4 a cada 100 mil habitantes) e 120 mil internações só
na rede do SUS. Um terço dos pacientes com lesões medulares ou lesões encefálicas foram vítimas de acidentes de trânsito e eles, com seus familiares, carregarão pelo
resto de suas vidas limitações dolorosas.
O álcool é uma substância que altera a percepção, o comportamento, aumenta a agressividade e diminui a atenção. Os farmacologistas consideram o álcool como o
único veneno universal. Em quase 50% dos acidentes fatais se constata álcool no sangue das vítimas. Adotar limite aleatório de alcoolemia não seria medida capaz de
impedir todos os acidentes relacionados ao consumo de álcool, especialmente se considerarmos que o tempo de reação, fundamental para a direção segura de veículos,
já se lentifica mesmo se considerarmos baixas concentrações de álcool no sangue, ao que se deve somar a grande diversidade de efeitos por conta da susceptibilidade
individual ao consumo de álcool. (...) *PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MEDICINA DE TRÁFEGO-ABRAMET
Texto 4:
Os barbeiros do Brasil
Matéria: 10 pecaados dos motoristas brasileiros
Zero Hora - 01 de março de 2008 / Editoria: Reportagem Especial
Zero Hora ouviu especialistas para montar um painel com as 10 principais e mais fatídicas mancadas cometidas pelos motoristas brasileiros em estradas e
ruas
Respeitar limites de velocidade e não consumir álcool antes de pegar o volante reduziriam as mortes nas rodovias e nos perímetros urbanos, como todos
sabem, mas são medidas insuficientes para pôr fim à carnificina nas estradas. Pesquisadores, policiais, agentes de trânsito alertam: além de imprudentes, os motoristas
brasileiros abusam da inabilidade ao volante.
Apedido de Zero Hora, dois engenheiros do Laboratório de Sistemas de Transportes da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS), um capitão da Brigada Militar, um inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e um agente da Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC)
identificaram e comentaram as 10 principais barbeiragens cometidas pelos condutores.
Sem rigor científico, os 10 mandamentos do motorista inapto foram feitos a partir da experiência de cada um dos entrevistados. Os erros cometidos vão
desde andar pelo acostamento, mudar de pista sem sinalizar e desrespeitar o motor no momento das ultrapassagens - um dos principais causadores de acidentes com
vítimas fatais nas rodovias.
- Não adianta a pessoa respeitar limites de velocidade, dirigir descansado e não beber, mas baixar a cabeça quando está no volante para pegar o bico do filho.
Na estrada, um descuido pode colocar toda uma reputação de bom motorista a perder - diz a engenheira civil e professora da UFRGS, Christini Tessere Nodari, que
ajudou na elaboração da lista de barbeiragens.
Doutora em segurança viária, Christini defende que o motorista faça uso de "camadas de segurança" ao volante:
- De 90% a 95% dos acidentes são causados por fatores humanos, entre eles a imperícia e a imprudência.
Os especialistas consultados por Zero Hora desconhecem a existência de pesquisas cotejando motoristas do país com americanos, europeus ou mesmo
latino-americanos. E temem comparações. Até porque, brasileiros, quando no Exterior, tendem a mudar a postura.
- Pessoas que dirigem no Brasil, na Europa e nos EUA se comportam de maneira diferente em função das regras. A expectativa de punição mais rigorosa faz
as pessoas se comportarem diferentemente - afirma o coordenador do Laboratório de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB), Hartmut Günther, doutor em
psicologia social na University of California at Davis.
Texto 5:
CONSCIÊNCIA VERSUS IMPRUDÊNCIA
26 de setembro de 2006
(....) embora nem todos os jovens sejam motoristas, a maioria absoluta anda de carona com amigos. Os que não dirigem também precisam ter consciência de que
álcool e volante são incompatíveis. Tão imprudente quanto o motorista bêbado é aquele que entra no seu carro. Daí a necessidade de se introduzir nas escolas o ensino
de educação no trânsito, para mudar a mentalidade dos jovens e reduzir o número de mortos e feridos em acidentes automobilísticos.
Certamente, se as vítimas dessas tragédias tivessem uma segunda chance, dariam mais valor às suas vidas e redobrariam a atenção ao volante. Mas os jovens julgam-se
imortais e preferem acreditar que desastres só acontecem com os outros. Acabam sendo vítimas da própria prepotência. Não é desonroso dirigir devagar e nem
vergonha guiar com atenção. O bom motorista não é aquele que chega primeiro, mas sim aquele que sempre chega bem.
Jorge Picciani é presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
Texto 6:
UOL NEWS - 07/11/2007 74% das rodovias do Brasil apresentam problemas, aponta pesquisa da CNT
Buracos, pavimento ruim, deterioração e problemas de sinalização: 74% das rodovias do Brasil apresentam problemas desse tipo. A constatação é da pesquisa anual
que a CNT (Confederação Nacional do Transporte) faz na malha rodoviária do país. Neste ano , a pesquisa avaliou cerca de 87 mil quilômetros de rodovias,
incluindo todas as federais e os principais trechos sob gestão estadual ou sob concessão.
Considerando os textos acima como motivadores, redija um texto dissertativo-argumentativo a respeito do seguinte tema.
Paz no trânsito!
Quais os caminhos para se conquistar um trânsito consciente, mais seguro e menos violento?
Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os conhecimentos adquiridos e as reflexões feitas ao longo de sua formação. Selecione, organize e
relacione argumentos, fatos e opiniões para defender seu ponto de vista e suas propostas, sem ferir os direitos humanos.
Observações:
11
12
13
14
15
Seu texto deve ser escrito na modalidade padrão da língua portuguesa.
O texto não deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narração.
O texto com até 7 (sete) linhas escritas será considerado texto em branco.
Faça o rascunho na folha específica para isso.
A redação deve ser passada a limpo na folha própria e escrita a tinta.
Sobre Pedofilia
Magno Malta diz que resultados do trabalho da CPI da Pedofilia criam precedente de
importância mundial
Julho 14, 2008 de Ana
Instalada em março deste ano, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia
conseguiu vários feitos inéditos, como a quebra de sigilo de álbuns do site de relacionamento
Orkut que continha material com pornografia infantil. E há duas semanas foi assinado na CPI
termo de ajustamento de conduta entre o Google Brasil e o Ministério Público Federal para
estabelecer um sistema de filtro que deve prevenir a publicação de material ilícito no Orkut. A
CPI, segundo seu presidente, senador Magno Malta (PR-ES), também quer aprovar leis que
combatam o crime ainda durante a vigência da comissão, que teve os trabalhos prorrogados por
180 dias, a partir de 4 de agosto. Magno Malta, que propôs a criação da comissão, fala sobre o
trabalho para os próximos meses e o que ainda precisa ser feito para combater os pedófilos.
Para o senador, os resultados do trabalho da CPI criam precedente de importância mundial.
Jornal do Senado - A CPI tem mostrado que o acesso a conteúdos pedófilos é muito
grande. Os casos de pedofilia no Brasil estão crescendo ou está havendo maior
visibilidade?
Magno Malta - Visibilidade. Já existia a pedofilia, mas quem é que sabia que o Brasil era o
maior consumidor de pedofilia pela Internet, de material pornográfico de criança? Então, [a
visibilidade] vem crescendo porque as pessoas vêm se encorajando a denunciar a partir da CPI.
A sociedade se mobilizou, se encorajou. A CPI conseguiu quebrar o sigilo, trazer à tona a
miséria dos álbuns fechados. A Internet foi um grande mal para as famílias, neste quesito
pedofilia e criança, mas foi um grande bem quando fez revelar aquilo que estava oculto. Eles
[os pedófilos] achavam que estavam escondidos nos álbuns fechados, no sigilo da Internet que
nunca seria quebrado.
Apesar de todo esse acesso a conteúdos pedófilos, poucas pessoas foram presas ou
responderam por esse crime. O que precisa ser feito?
O problema é que no Brasil não temos lei para a pedofilia. Não temos a tipificação de crime de
pedofilia e, para prender alguém, tem de citar os artigos 240 e 241 do Estatuto da Criança e do
Adolescente [o primeiro define como crime a produção ou direção teatral, televisiva,
cinematográfica, fotográfica ou de qualquer outro meio visual, utilizando criança ou
adolescente em cena pornográfica, de sexo explícito ou vexatória; o segundo, a produção,
divulgação e venda de fotografias ou imagens com pornografia ou cenas de sexo explícito
envolvendo criança ou adolescente], o atentado violento ao pudor, o estupro. Ou seja, você sai
juntando um monte de artigos para tentar segurar o indivíduo e, quando consegue prender, é
uma pena muito branda. Um, dois terços cumpridos, ele vai embora para a rua. E ainda há a
impunidade. Para o crime cibernético, a lei diz que a pessoa só responde se for pega teclando,
baixando ou enviando material pedófilo. Na Operação Carrossel [realizada pela Polícia Federal
para coibir o crime de pedofilia na Internet], em muitos casos a Justiça vai ter de devolver o
computador dos pedófilos.
Conseguir abrir os álbuns do Orkut e remover do site conteúdos pedófilos é algo inédito.
Isso poderá se dissipar para outros países e outros provedores?
A repercussão nos meios de comunicação aconteceu do Ocidente ao Oriente. Do New York
Times ao El País. Nos mais importantes sites do mundo a notícia dizia que “Senado do Brasil
põe Google no banco dos réus”. A Índia é o segundo maior consumidor de Orkut no mundo e
não consegue pegar seus pedófilos. Nós os encontramos aqui na quebra de sigilo feita no Brasil
e vamos entregar para a embaixada daquele país. O precedente foi aberto com a assinatura do
Termo de Ajustamento de Conduta [assinado pelo Google Brasil e o Ministério Público Federal
na CPI da Pedofilia] no Brasil e agora fica necessariamente escrito que eles terão de abrir as
portas para outros países. Essa luta em favor da criança é uma causa mundial. Foi uma vitória
do Brasil, uma vitória da CPI, que tem poder de polícia, algo que o Ministério Público vinha
tentando conseguir havia quatro anos e nunca conseguiu.
Além de uma legislação mais rígida, como é possível combater os pedófilos? Eles deveriam
ser tratados em espaços psiquiátricos ou devem ir para a prisão?
Na minha concepção, pedofilia é cinco por cento de doença e noventa e cinco por cento de
safadeza. Eles têm de pagar, ir para a prisão. O Estado tem de oferecer tratamento, se eles
precisarem, se assumirem que são doentes, mas isso não vai invalidar a pena. E precisa
preservá-los na sua integridade física, porque, do jeito que as coisas vão, as pessoas vão matálos no meio da rua. Mas acho que pedofilia é muito de safadeza do indivíduo que, para
satisfazer sua tara sexual, invade as emoções de uma criança, seu psicológico, desmoraliza a
família e cria lesões por todo o resto de suas vidas.
O que a CPI propõe de legislação?
Tipificar o crime em trinta anos sem progressão de regime, mais rastreamento eletrônico até a
morte, classificando-o como hediondo. Estamos mudando a tipificação de conduta, com
alterações nos artigos 240 e 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Que o réu primário
que abusar de crianças perca o privilégio da primariedade. Para quem tem curso superior, a
perda dos privilégios nos casos de abuso de criança e com agravante de pena. Estamos
estudando ainda uma série de outras legislações para poder fechar as portas. Aguarda votação
do Plenário a proposta que dá perdimento dos bens para os indivíduos que praticam pedofilia.
Ou seja, veículos, casas, restaurantes onde as crianças foram usadas e abusadas. E ainda o
governo precisa atentar para o atendimento ao abusado, que é tratado no Plano Nacional de
Combate à Exploração Sexual Infantil.
A CPI foi prorrogada por mais 180 dias. O que vocês ainda esperam conseguir?
São tantos casos e nós precisamos viajar pelo Brasil todo para mapear a pedofilia. Existem
investigações em andamento. Há muita gente para ser atendida, mas ainda precisamos da
Microsoft, do Terra, do IG, sentar com todos e firmar termos de conduta. E a CPI não se
encerrará antes que toda a legislação seja votada. Vocês não vão escrever: CPI fez seu relatório
propondo isso e aquilo.
O senhor quer aprovar tudo durante a CPI?
Exatamente. Essa é a primeira CPI que aprova lei no meio dos seus trabalhos.
Ações educativas e informativas nas escolas podem moldar os cidadãos para combater
práticas desse tipo?
Eu acredito, sim. Mas eu acredito mais na família. Porque a escola é o reflexo da família. A
escola entra no trabalho preventivo que deve ser ação de todos nós, do governo, das empresas,
das operadoras de Internet, dos provedores. Vamos propor que todo o material do governo
tenha a frase “Pedofilia é crime”, como um selo para as cartas. Especialistas dizem que se o
Brasil não tomar uma providência, com o índice de pedófilos que temos, dentro de dez a quinze
anos teremos uma sociedade completamente mutilada nos seus valores e na moral. FONTE:
AGÊNCIA SENADO
Campanha contra exploração sexual de crianças
e adolescentes atingirá 500 mil pessoas
O Ministério do Turismo pretende conscientizar aproximadamente 500 mil pessoas, entre turistas e funcionários de locadoras de automóveis, sobre a importância do
combate à exploração sexual de crianças e adolescentes no Turismo. Em parceria com a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla) e o Centro de
Excelência em Turismo da Universidade de Brasília (UnB), o governo federal lança nesta noite (16.08), às 19h30, em São Paulo, a campanha "Diga não à exploração
sexual de crianças e adolescentes", uma das ações do programa Turismo Sustentável e Infância (TSI), lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2004, com
o objetivo de combater a exploração sexual de crianças e adolescentes no Turismo.
Serão distribuídas peças publicitárias sobre os princípios do turismo sustentável com responsabilidade social. O Ministério do Turismo está investindo R$ 180 mil na
confecção desse material, composto por adesivos e tags (cartelas para pendurar nos espelhos retrovisores) para os 100 mil veículos das locadoras e 2 mil prismas para
as mesas das locadoras. Segundo cálculos da Abla, serão conscientizados diretamente 185.560 funcionários e aproximadamente 300 mil turistas. Esse "efeito
multiplicador" pode ser bem maior, uma vez que os tags também poderão ser utilizados como marcadores de livros.
Essa é a segunda participação da Abla como parceira do Ministério do Turismo no TSI. Em 2006 a entidade distribuiu a seus associados sacos de lixo para os veículos,
com frases alusivas ao tema. Este ano a adesão tornou-se formal, com o convênio firmado pelo Ministério do Turismo com a Abla e o CET/UnB. "E isso é muito
importante, pois assim passamos a atingir um novo público, formado não somente pelos funcionários das locadoras, mas também por esses turistas nacionais e
estrangeiros, que atravessam o país de Norte a Sul, nesse tipo de veículo", afirmou Elisabeth Bahia, coordenadora do TSI, que representará a ministra Marta Suplicy no
evento de lançamento.
Sobre biocombustíveis
O debate sobre o uso de biocombustíveis está cada vez mais em voga, pois é sabido, com muita clareza, que os combustíveis fósseis, os mais utilizados, são finitos e as
reservas terrestres só tendem a diminuir e terminar, sem renovação. Além disso, são extremamente poluidores e causam sérios desequilíbrios no ambiente.
Mas o que seriam os biocombustíveis? São materiais biológicos que, quando em combustão, possuem a capacidade de gerar energia para realizar trabalhos. É certo
que praticamente todo material biológico gera energia, a fruta que comemos, a planta que queima.
Mas aqui vou me concentrar naqueles com potencial combustível de interesse econômico - a energia para queimar é inferior à energia que gera posteriormente - e suas
conseqüências ao ambiente.
O tipo mais difundido de biocombustível no Brasil é o álcool proveniente da cana de açúcar. Sua principal vantagem é a menor poluição que causa, em comparação
aos combustíveis derivados do petróleo. A cana é um produto completo porque produz açúcar, álcool e bagaço, cujo vapor gera energia elétrica. Contudo, possui
diversas desvantagens, como o fato de não resolver o problema da dependência do petróleo, devido à inflexibilidade no refino do mesmo.
O álcool proveniente da cana-de-açúcar tem sido o biocombustível número 1 na política brasileira de incentivo a energias alternativas ao petróleo. O mais grave do
pro-álcool talvez tenha sido a necessidade de se utilizar um motor específico que não permite a utilização alternada entre álcool e gasolina, quando for interessante.
Ainda há a questão ambiental. Com o estímulo ao pró-álcool, grande área de Mata Atlântica foi substituída por plantações de cana de açúcar, particularmente no
nordeste brasileiro. Isto acarretou graves problemas climáticos e edáficos, com elevação das temperaturas e da erodibilidade dos solos. Tanto que muitos usineiros
agora têm preocupação em proteger os fragmentos que restam e recuperar áreas degradadas. Até porque hoje em dia o álcool não está dando um lucro satisfatório,
como antigamente...
Já o biodiesel, ou seja, óleo virgem derivado de algumas espécies de plantas, apresentam vantagens muito interessantes, como a possibilidade real de substituir quase
todos os derivados do petróleo sem modificação nos motores, eliminando a dependência do petróleo. Além de ser naturalmente menos poluente, o biodiesel reduz as
emissões poluentes dos derivados de petróleo (em cerca de 40%, sendo que seu potencial cancerígeno é cerca de 94% menor que os derivados do petróleo), possui
elevada capacidade de lubrificar as máquinas ou motores reduzindo possíveis danos, é seguro para armazenar e transportar porque é biodegradável, não-tóxico e não
explosivo nem inflamável à temperatura ambiente, não contribui para a chuva ácida por não apresentar enxofre em sua composição, permite dispensar investimentos
em grandes usinas, ou linhas de transmissão, para atendimento local de energia em regiões com pequena demanda
As plantas mais utilizadas atualmente para produção do biodiesel são a soja, a colza, o pinhão manso, mamona, dendê, girassol e macaúba. As mais produtivas são o
dendê (Elaeis guineensis) e a macaúba (Acrocomia aculeata - típica do litoral brasileiro), confirmando a potencialidade das palmeiras.
A soja (Glycine Max) é a mais utilizada nos EUA, onde também é comum misturar com restos de óleos usados para fritura.
A
colza
(Brassica
napus)
é
a
principal
planta
estudada
e
plantada
para
este
fim
na
União
Européia.
Existem outras muito produtivas, como a castanha do Pará, o coco e a copaíba, porém outros derivados seus são mais interessantes economicamente.
Tendo em vista tantas vantagens, o governo brasileiro têm estimulado a produção e comercialização do biodiesel, sendo o marco principal a publicação do Decreto No.
5.488, em 20 de maio de 2005, que regulamenta a lei 11.097 (janeiro/2005). Essa lei dispõe sobre a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira. Inicialmente
a proporção autorizada é 2% do diesel comum até 2008, 5% até 2013 e já é pensado 20%, sendo que nos Estados Unidos, os automóveis movidos com 100% de
biodiesel têm apresentado rendimentos surpreendentes.
A política brasileira prevê o incentivo à produção da mamona no Nordeste e no Bioma Caatinga como um todo, do dendê no Norte e Amazônia e da soja no Cerrado,
Sul e Sudeste. O maior problema está no fato de serem plantas exóticas, sendo que a macaúba, o buriti (Maurutia fexuosa), o pinhão manso (Jatropha curcas) e o
babaçu (Ricinus communis), todas nativas, apresentam grande potencial, só não sendo mais produtivas que o dendê, o qual ainda tem a vantegem de apretesentar baixo
custo de produção (custa cerca de um terço do óleo diesel europeu). Todavia, o conhecimento sobre a cultura das nativas ainda é incipiente e a tecnologia para
utilização precisa de muitos estudos para ser mais viável economicamente. Ao contrário, as exóticas são mais conhecidas, suas culturas já são dominadas
agronomicamente e existem muitos estudos publicados.
A mamona, além de ser menos produtiva do que todas essas nativas, possui muitas exigências de solo (irrigação e adubação), o que causa muitas modificações sérias no
ambiente, não sendo portanto a mais indicada para a região Nordeste e Caatinga. Seria mais eficiente utilizar o pinhão manso, que é mais adaptado ao semi-árido
nordestino. O pequi também poderia ser uma boa opção pela alta produtividade, mas não deve ser viável economicamente já que é uma arbórea de crescimento lento.
Substituir o que resta dos biomas brasileiros por mais monoculturas de plantas exóticas, existindo altos potenciais nativos, não parece ser a estratégia mais eficiente
para levar o Brasil crescentemente à independência ao petróleo, à melhor contribuir para o controle das mudanças climáticas e para a preservação ambiental. A melhor
saída seria estimular sistemas agro-florestais consorciando nativas e exóticas (a serem substituídas à medida que os estudos sobre as nativas, e a tecnologia associada,
avancem), arbustos, árvores e palmeiras.
Estatuto da criança e direitos humanos
Notícias sobre o envolvimento de um menor e um crime hediondo provocaram a retomada de uma discussão no
mínimo calorosa. O atual Estatuto da Criança e do Adolescente deve ser mudado? A idade penal deve ser reduzida?
Como deve ser a punição de crimes graves? Os direitos humanos são unilaterais? É a sociedade tão culpada, a ponto de
colocar e recolocar nas ruas grupos insanos capazes de provocar os mais sangrentos crimes?
Barbárie
Mais um crime bárbaro nos aterrorizou a todos (...). Mas estamos falando de Brasil, onde se pode tudo, até matar friamente, pois
as leis são e serão generosas com esses facínoras, uma vez eu passarão, no máximo, três ou quatro anos fora do convívio da
sociedade, desde que não sejam "menores de idade" - para estes existe a tal Febem, de onde, após atingirem a maioridade, já estarão
livres para novos crimes (...).
(Ricardo Crisol, O Estado de S. Paulo, 11.10.2003.)
"Há (...) notório desequilíbrio entre a gravidade do delito e o tipo de pena. Sem discutir o complexo tema da redução da
maioridade penal, diversos juristas estão reiterando a necessidade de flexibilizar a aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente,
para que os juízes possam, em casos extremos, adotar medidas extras de segurança que tornem mais compatíveis as formas de
proteção da sociedade frente a conduta criminosa de menores.
Os advogados criminais sempre alertam para os riscos da chamada 'legislação do pânico'. Depois de um crime bárbaro, que
provoca grande comoção social, sempre há quem peça o instantâneo endurecimento das leis. O Congresso já legislou dessa forma
algumas vezes. A mais recente delas foi a aprovação da 'leis dos crimes hediondos', cuja ineficácia é hoje reconhecida pelos juristas e
comprovada pelo aumento das taxas de criminalidade. A revisão do ECA não pode ser feita sob inspiração do 'pânico'. Ela deve ser
feita, sim, porque está demonstrado à sociedade que o Estatuto não protege a sociedade e fornece aos menores delinqüentes um
escudo legal - e politicamente correto - para a prática e crimes bárbaros.
A revisão do ECA proposta pelo juiz Nalini é eminentemente técnica e não remete para a controvertida questão da maioridade
penal. Como está, o Estatuto dá o juiz três opções para lidar com um menor infrator: prestação de serviços à comunidade, liberdade
assistida ou internação até três anos, seja qual for o crime cometido, seja qual for o perfil psiquiátrico do infrator. Não é apenas o juiz
que está de mãos atadas. O Estatuto deixa a sociedade indefesa diante dos menores que praticam os crimes mais hediondos, seja
porque 'deu uma coisa na cabeça' (...), seja porque sabem que podem contar com uma proteção legal que não se estende à sociedade
dos homens de bem."
(O Estado de S. Paulo, 13.11.2003)
"(...) Essa é a realidade do assim chamado 'mundo jurídico'. Não são poucos os juristas que adotam a tese a que chamam de
'criminologia radical'. Muitos até já foram ministros da Justiça em passado recente. A idéia, em resumo, é a seguinte: 'Vivemos numa
sociedade imensamente injusta e desigual, que quase nenhuma chance dá aos jovens de subsistir condignamente. Não são poucos
aqueles que, em desespero de causa e sem alternativas, enveredam pelos caminhos do crime. Esses jovens não são pessoas más, por
culpa própria. Apenas não encontraram oportunidades dignas. Sendo a sociedade a única culpada pelo seu mau comportamento, é
exclusiva obrigação dela amparar esses pobres jovens, reeducando-os para ávida como futuros cidadãos.'
A filosofia da 'criminologia radical' não pára por aí. No que tange aos criminosos adultos, a tese é mais ou menos a mesma. Como
a sociedade é perversa e não oferece oportunidades, muitos, sem alternativa, enveredam para o mundo do crime. Não devemos
recrimina-los, mas sim ter pena deles. Não são bandidos de fato. São apenas vítimas da sociedade.
Da 'criminologia radical' à equivocada e extremada política dos 'direitos humanos' é apenas um passo. Sendo o criminoso um
cidadão pleno, uma pobre vítima das circunstâncias, não se justifica que, nas cadeias, ele venha a receber maus tratos, nem sequer
ser tratado com rudeza.
A bem verdade, os Direitos Humanos são sagrados e insculpidos em todas as Constituições democráticas do mundo. Mas as
políticas que vêm sendo defendidas no Brasil em nome deles são, no mínimo, bastante equivocadas."
(João Melão Neto, O Estado de S. Paulo, 14.11.2003)
A Lei e a Impunidade
A óbvia disparidade entre crime e castigo aumenta o contingente dos brasileiros que querem a redução da maioridade penal para,
no mínimo, 16 anos, que, segundo recente pesquisa divulgada pela OAB, já chega a 90% da população. E prioriza a discussão sobre a
flexibilização do Estatuto da Criança e do Adolescente, considerado intocável por seus defensores, mas reconhecidamente inadequado
à realidade brasileira.
Outras medidas podem ser debatidas com seriedade e possibilidade de virem a ser levadas à prática - como a proposta do
desembargador Samuel Alves da Silva, do Tribunal de Justiça de São Paulo, que sugere a aprovação de um Código Penal Juvenil, que
levaria em conta a gravidade do crime cometido pelo menor na fixação da pena, ou a do presidente do Tribunal de Alçada Criminal,
José Renato Nalini, de ampliar a liberdade dos juízes na aplicação de tais penas.
Esse crime [a morte de dois jovens em um sítio] deixou claro que os legisladores não podem continuar sentados de braços
cruzados sobre as leis penais que cuidam dos delitos cometidos por jovens e adolescentes. Providências urgentes e drásticas precisam
ser adotadas. Como está não dá pra ficar.
O culto da beleza física
Leia os textos e faça sua dissertação em prosa, em torno de 30 linhas, sobre o culto da beleza física. É válido, não é
válido, é mais ou menos ou outra coisa? E a moda vem de longe...
1. "O bem-estar, dizem os especialistas, é resultado do equilíbrio do nosso corpo. Quando estamos em harmonia, todas as partes do
corpo funcionam direitinho e isso traz resultados positivos em nosso dia-a-dia, no trabalho, nas conquistas, na nossa personalidade,
enfim. Uma mulher, por exemplo, jamais poderá se sentir bem estando insatisfeita com a sua aparência. Como alguém pode se
apaixonar se reprova a sua própria imagem no espelho?"
(Revista Mais Vida, agosto de 1995)
2. "(...) nunca a beleza foi tão imperativa quanto é hoje - é obrigatório ser lindo, magro, saudável. (...) Por que tal obsessão pela
beleza nos dias que ocorrem? Necessidade de afeto, medo da velhice e busca de novas oportunidades profissionais são as expressõeschave para explicar como se chegou a tal situação."
(Veja, agosto de 1995)
3. "O império da vaidade: 'Em tempos de ditadura da beleza, o corpo é massacrado pela indústria e pelo comércio, que vivem de
nossa insegurança, impotência e angústia. Criou-se uma tirania que não suporta quando um cidadão tenta ser feliz como gosta e como
pode, mesmo que seja comendo uma pizza.'"
(Paulo Moreira Leite)
4. "Os cabelos à moda hippie de algumas mulheres dão uma impressão desagradável de relaxamento, as roupas manchadas, as unhas
maltratadas e os pés geralmente sujos causam em muitos homens certa aversão. Esquecem-se essas mulheres de que poderiam
embelezar o mundo e encantar os olhos e corações masculinos. Os homens de sensibilidade sentem necessidade de estar sempre em
contato com a beleza e a harmonia, e quando isso não acontece no seu dia-a-dia, tornam-se mentalmente esgotados, nervosos,
'enfossados' e infelizes. A beleza, feminilidade e delicadeza da mulher representam um paliativo na vida atribulada do homem atual."
(Dílson Kamel e José Guilherme Kamel, A Ciência da Beleza)
5. "O filósofo grego Platão fez eco a Pitágoras, ao dizer que o belo residia no tamanho apropriado das partes, que se ajustavam de
forma harmoniosa no todo, criando assim o equilíbrio. Esse ideal estaria personificado em Helena, pivô da Guerra de Tróia (...). De tão
deslumbrante, Helena foi elevada à categoria de semideusa no célebre poema épico Ilíada, de Omero. Sabe-se que a beleza da rainha
egípcia, esposa do faraó Amenófis IV, que viveu catorze séculos antes de Cristo, também se amparava no equilíbrio das formas. O
busto com sua imagem, hoje exposto no Museu Egípcio de Berlim, mostra que tinha o semblante perfeitamente simétrico e perfil bem
delineado, além de maças do rosto salientes e lábios carnudos - detalhes que remetem ao conceito atual de beleza feminina. A
doutrina grega da beleza comportava, ainda, um outro conceito importante - o da luminosidade. Em Homero, pode-se ler que 'belas
são as armas dos heróis, porque são ornadas e resplandecentes; é bela a luz do sol e da lua, e belo é o homem de olhos brilhantes'. A
luminosidade se tornaria, assim, um ideal a ser perseguido, principalmente na pintura renascentista. (...)
A escultura Davi, de Michelangelo, é um dos exemplos mais perfeitos da aplicação da proporção áurea. Foi no século XVIII que nasceu
a disciplina filosófica que leva o nome de estética e que se ocupa do belo e da arte. Na segunda metade do século seguinte, as
explicações sobre a natureza da beleza tomaram um rumo inesperado com as teorias do naturalista inglês Charles Darwin. Em seu
livro A Origem das Espécies, de 1859, ele a definiu como um fator biológico necessário à reprodução dos animais. Hoje, psicólogos
evolucionistas defendem suas teorias sobre a beleza calcados na premissa darwiniana de que ela serve para assegurar a sobrevivência
da espécie humana. A preferência dos homens por mulheres jovens, de quadris largos e cintura fina - atributos ligados è fertilidade seria uma forma de garantir a geração de filhos saudáveis. Já as mulheres se sentiriam atraídos por homens altos e fortes, porque
esses seriam atributos de bons provedores e de defensores da prole em qualquer circunstância.
Muitos estudiosos vão à frente nessa teoria e afirmam que atualmente, mais do que nunca, a aparência física é levada em conta não
apenas no terreno do amor e do sexo, mas em todos os relacionamentos pessoais."
(Veja, maio de 2004.)
Lixo
MUNDUS IMMUNDUS
(PUCSP 2005 )
"Este final de século e de milênio está submerso na cultura do lixo. Primeiro foram os anos dourados, ao
início da centúria; agora, são os anos trash. (...) Lixo sempre houve sobrando por toda parte. Ainda no
século 19, as famílias burguesas e aristocráticas de Paris despejavam o penico na calçada. As práticas
mais elementares de higiene são surpreendentemente recentes. Não se sabe como nossos antepassados
podiam conviver com tanta imundície nos hábitos cotidianos. 'Mundus Immundus', mundo imundo,
clamava Tertuliano no século II da era cristã, indignado com as torpezas morais do seu tempo e de todos
os tempos".
Kujawski, G. A cultura do lixo, in: "Quem está escrevendo o futuro?" Brasília: Letraviva, 2000.
"O mundo não é imundo.(...) Mas o mundo está imundo, sujo, poluído, cheio de impurezas. Montou-se
uma verdadeira indústria do lixo, no sentido literal e figurado, para processar a matéria-prima do crime,
do vício, da indigência mental, do obscurantismo, da desinformação, do mau gosto e da corrupção.
Kujawski, G. Idem
FALTA DE ESPAÇO FAZ JAPÃO CRIAR DEZENAS DE CLASSIFICAÇÕES PARA O LIXO
Quando a cidade de Yokohama dobrou o número de categorias de lixo para 10, ela distribuiu um manual
de 27 páginas, com instruções detalhadas sobre 518 itens. Batom entre os incineráveis; os tubos de
batom, "após o conteúdo ter sido usado" em "metais pequenos" ou plásticos. Pegue sua fita métrica antes
de jogar sua chaleira: com menos de 30 centímetros ela vai junto com os metais pequenos, mas acima
disso com o refugo grande. (...) Em cidades pequenas e aldeias onde todos se conhecem, não separar o
lixo pode ser impensável. Mas nas grandes cidades, nem todos o fazem, e talvez mais do que qualquer
outro ato, separar o lixo adequadamente é considerado como prova de que se é um cidadão adulto,
responsável.
Disponível na internet http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/nytimes/2005/05/1
Proposta de redação:
Há tantos tipos de lixo, hoje, que podemos pensá-lo sob um ponto de vista filosófico, cultural, religioso,
político, ecológico, espacial, nuclear, eletrônico, ambiental. Podemos pensar nos efeitos que ele causa ao
ser humano, à natureza e à sociedade. Qual deles será mais nocivo? Qual deles nos atinge mais? Você
deverá responder a essas questões no seu texto. Leia com atenção os textos e as imagens que
selecionamos para ajudá-lo(a) a contruir o seu texto. Ele poderá ser dissertativo ou narrativo. A opção
pelo formato é sua, mas o tema e o título nós oferecemos, portanto não se desvie da proposta.
2010 - Ano Internacional da Biodiversidade
O Ano Internacional da Biodiversidade 2010 é uma campanha global para estimular o mundo a agir pela
proteção da biodiversidade.
A Assembléia Geral das Nações Unidas declarou 2010 como o Ano Internacional da Biodiversidade para
conscientizar sobre a importância da biodiversidade para o planeta. Esta é uma oportunidade para:
• Expressar a importância da biodiversidade para o bem-estar das populações.
• Refletir sobre as conquistas alcançadas até agora para preservar a biodiversidade.
• Dobrar os esforços para reduzir o índice de perda da biodiversidade.
Salvar a biodiversidade requer o esforço de todos. Por meio de atividades em várias partes do mundo, a
comunidade global poderá trabalhar em conjunto para garantir um futuro sustentável para todos nós.
O ponto focal para o Ano Internacional da Biodiversidade é o Secretariado da Convenção em Diversidade
Biológica. Estabelecida na Conferência Mundial Rio 92 [Earth Summit in Rio de Janeiro in 1992], a Convenção
em Diversidade Biológica [Convention on Biological Diversity - CBD] é um tratado internacional para a
conservação e o uso sustentável da biodiversidade e o compartilhamento igualitário dos seus múltiplos
benefícios. Com 191 integrantes, a CBD tem quase uma participação universal.
Esta campanha é um desafio significante e, para que seja bem sucedida, precisamos criar e promover ações
vindas de todos os setores e de vários países. Portanto, precisamos trabalhar juntos!
O Ano Internacional da Biodiversidade 2010 visa refletir sobre as ações já realizadas, além de celebrar os
sucessos alcançados até agora. Para isso, pretendemos construir uma plataforma de conhecimento sobre o que
significa a biodiversidade e sobre porque preservá-la seja tão importante. Esta plataforma fornecerá meios para
que você, internauta, possa enviar sua própria mensagem.
Queremos ajudar todos aqueles que trabalham na proteção da biodiversidade. Acima de tudo, queremos garantir
que todos os “chamados para agir” sejam de fato eficientes e que todos os planos para proteger a biodiversidade
após 2010 comecem com força suficiente para continuar.
DISSERTAÇÃO – ESQUEMA 1 – GERAL
Título
1º parágrafo
Tema + argumento 1 + argumento 2 +
argumento 3
2º parágrafo
Desenvolvimento do argumento 1
3º parágrafo
Desenvolvimento do argumento 2
4º parágrafo
Desenvolvimento do argumento 3
5º parágrafo
Expressão inicial + reafirmação do tema +
observação final
Introdução
Desenvolvimento
Conclusão
DISSERTAÇÃO – ESQUEMA 2
Argumentos favoráveis e contrários
Título
1º parágrafo
Apresentação do TEMA
2º parágrafo
Análise dos ASPECTOS FAVORÁVEIS
Introdução
Desenvolvimento
3º parágrafo
Análise dos ASPECTOS CONTRÁRIOS
4º parágrafo
Expressão inicial + posicionamento pessoal
em relação ao tema + observação final
Conclusão
Treinamento para a assimilação da consistência argumentativa e da estruturação textual
Exemplos de introdução
1- Os habitantes da cidade de São Paulo passam diariamente por algumas dificuldades, pois o trânsito está cada vez mais congestionado, assaltos ocorrem a
todo instante e, além disso, os índices de poluição estão chegando a níveis altíssimos.
2- O sistema carcerário brasileiro não consegue, na maior parte dos casos, devolver à sociedade homens regenerados. A ineficiência desse sistema ocorre,
principalmente, devido à corrupção policial, à ociosidade dos presos e, ainda, à superlotação nas celas.
3- A sociedade atual parece não considerar os idosos com o devido valor. Isso é claramente percebido quando se observa a quantidade deles em asilos, o
modo como são tratados em diversas situações no cotidiano e, também, a ineficiência na aplicação das leis específicas para essa faixa etária.
4- É óbvia a necessidade de reformar o sistema previdenciário brasileiro, pois os privilégios no setor público e no judiciário são uma ofensa ao restante dos
trabalhadores. Outro motivo é o grande impacto do acréscimo de aposentados e pensionistas, resultado do aumento da expectativa de vida. Além disso, a má
administração e as fraudes ajudaram a agravar o problema.
5- A fome e a desnutrição crônica são problemas mundiais que ocorrem tanto em países desenvolvidos quanto em subdesenvolvidos. Esse problema tem sua
origem principal no desinteresse – e/ou no egoísmo – da maior parte dos líderes mundiais e, por conseqüência, na injusta distribuição de renda.
6.1-No mundo contemporâneo, a escassez de água tem se tornado uma das maiores preocupações da humanidade. O crescimento populacional, o
desperdício, a poluição e, além disso, a degradação ambiental, sem dúvida, contribuem para o surgimento de um cenário realmente preocupante.
6.2-Ao longo da história, por muitas razões, a água – este elemento aparentemente comum – tem levado filósofos, poetas, cientistas, técnicos, políticos, entre
tantos outros, a reflexões muito relevantes.
7- A violência urbana no Brasil já chegou aos limites do absurdo. Segundo especialistas, os motivos mais evidentes que justificam o aumento desse grave
problema estão relacionados a um sistema judiciário moroso e incompetente, à ineficiência do sistema carcerário, à corrupção policial e, além disso, aos diversos
problemas sociais existentes.
7.1- Entre os mais graves e complexos problemas brasileiros, a violência urbana constitui, sem dúvida, um mal que parece indissolúvel. A corrupção
policial, a ineficiência e morosidade da justiça, a incompetência do sistema carcerário e as inúmeras adversidades sociais são questões que, infelizmente, comprovam
isso.
Exemplos de introdução sobre racismo
Títulos- Racismo: um mal incurável? / Racismo: até quando? / Brasil:
democracia racial? / Eterno preconceito / Uma página que insiste em
não virar / Racismo
1- Infelizmente, houve uma época na história da humanidade na qual
os que não eram racistas sofriam críticas e punições rigorosas.
Atualmente, essa situação se inverteu. Agora, o racismo é
considerado, pela esmagadora maioria, algo absurdo e inaceitável.
Isso é uma prova, inquestionável, de que a humanidade evoluiu,
porém ainda é preciso avançar muito mais.
2- O racismo parece mesmo um mal incurável. A ciência já
demonstrou de forma convincente que não há motivo lógico para que
os negros sejam inferiorizados ou discriminados, mas muitos ainda
insistem na idéia de que a raça negra não merece o tratamento digno
que qualquer ser humano deveria receber.
3- O racismo parece mesmo um mal incurável. Embora a ciência já
tenha demonstrado de modo convincente que não há motivo lógico
para que os negros sejam inferiorizados ou discriminados, muitos
ainda insistem em atitudes — ou na utilização de palavras, expressões
e até mesmo piadas — que ridicularizam, humilham e menosprezam
os negros.
4- Quando a lei Áurea foi assinada, em 13 de maio de 1888, a certeza
de que o racismo enfim seria superado tomou conta de muitos. Por
isso mesmo, naquela época, seria ilógico imaginar que mais de 120
anos depois, em pleno século XXI, ainda haveria tanta influência
desse passado tão vergonhoso, injusto e cruel.
5- A abolição prometia descortinar um horizonte de liberdade só
visível nos escassos sonhos dos escravos. Um século mais tarde, ainda
é o pesadelo que predomina: as correntes e grilhões que antes os
aprisionavam hoje apenas os cerceiam, com mais sutileza, mas não
com menos crueldade.
6- “É mais fácil quebrar um átomo do que um preconceito”, afirmou
Albert Einstein. Se analisarmos a situação do negro no Brasil, mesmo
depois de 123 anos da abolição da escravatura, não será difícil
concordar com a sábia frase do cientista.
7- É possível acreditar que um dia o racismo será realmente apenas
mais uma triste página da história da humanidade? Será mesmo
apenas uma utopia a tão sonhada democracia racial?
8- A eleição de Barack Hussein Obama — o primeiro presidente
negro na história dos Estados Unidos — certamente renovou a
esperança de que um dia o racismo será banido para sempre. Essa,
sem dúvida, foi uma conquista importante, que contribuirá para a
superação definitiva do preconceito racial, todavia muitas outras
ainda precisarão acontecer.
9- É indiscutível o quanto já evoluímos. Criamos, transformamos,
inventamos; enfim, estamos a todo instante, de algum modo, sempre
evoluindo. No entanto há paradigmas equivocados que insistem em
permanecer. A ciência já provou, por exemplo, o quanto absurda é a ideia
de superioridade racial, ainda assim muitos, até hoje, por mais estranho
que pareça, não conseguem aceitar isso, o que perpetua o preconceito e a
violência.
10- Até hoje, mesmo depois de 123 anos da abolição do escravos, ainda é
possível verificar a influência desse passado tão cruel e vergonhoso. Se
analisarmos estatísticas oficiais, tanto no âmbito educacional quanto
profissional, não será difícil comprovar fortes resquícios do racismo no
mundo contemporâneo.
Exemplo de conclusão:
Diante desse cenário, percebe-se a necessidade de intensificar
as ações que visam combater essa prática tão injusta e desumana, a
fim de que todos aprendam a respeitar as diferenças, sejam quais
forem elas . Para tanto, o caminho da prevenção é um dos mais
eficientes, pois é mais fácil educar uma criança para que não
cresça racista do que mudar a mentalidade de um adulto já
preconceituoso. Mas não pode ser só isso. É preciso também
aplicar as leis anti-raciais – e as devidas punições – de forma mais
efetiva, bem como ampliar as discussões sobre o racismo
contemporâneo em todos os contextos sociais, a fim de que
democracia racial não seja apenas mais uma grande utopia.
Exemplo de introdução sobre doação de órgãos:
Doação de órgãos: um gesto nobre/ uma questão de generosidade
Milhares de pessoas em nosso país vivem uma
realidade cruel e angustiante: aguardam a doação de um
órgão num sistema burocrático, lento e, por conseqüência,
ineficiente. É uma situação desumana, para a qual parece
não haver solução, já que existe uma grande negligência
política. Nesse contexto, só resta àqueles que estão
sofrendo tanto manter a esperança, acreditar que o
improvável poderá acontecer.
Exemplo de introdução sobre exclusão digital:
Inclusão digital: construindo a cidadania
Embora estejamos em plena era da tecnologia da
informação – na qual a internet se tornou uma ferramenta
de valor imensurável – tal recurso ainda está distante da
realidade de uma significativa parcela da população em
nosso país. Prova disso é que, segundo dados recentes,
mais de 60% dos brasileiros ainda não têm acesso à rede
mundial de computadores.
Exemplo de introdução sobre crimes na internet:
Internet: perigo nada virtual / Internet: fascínio e perigo
Usar a internet, sem dúvida, é ter acesso ao mais fascinante
meio de comunicação já criado pela humanidade. Todavia os
perigos e armadilhas presentes na rede mundial de computadores
são evidentes. Por isso, mais do que apenas saber navegar#, é
preciso aprender a se proteger#.
Exemplo de introdução sobre pedofilia:
Entre os diversos comportamentos que ferem os princípios da
moralidade, a pedofilia, certamente, denota a que ponto pode
chegar a perversão humana. Embora pais, professores, médicos,
políticos tentem compreender e, principalmente, impedir a atuação
dos pedófilos, todo o avanço que houve nesse sentido ainda não foi
o suficiente.
Todas as provas do ENEM – de 1998 a 2010
A primeira prova foi aplicada somente para
presídios – Tema Ajuda humanitária
Exemplos de introdução sobre ela:
Tema: Ajuda Humanitária
Afirmação:
Exemplo 1:
O altruísmo,/ a abnegação/ solidariedade encontra-se,
certamente, entre as características humanas mais nobres. Isso
porque tragédias podem ser, pelo menos, minimizadas, quando
nos preocupamos com o sofrimento alheio.
Exemplo 2:
Quando ocorrem tragédias, sejam elas naturais ou não, a
colaboração para minimizá-las, tanto individual quanto coletiva,
constitui algo imprescindível. Isso porque a ajuda material e o
amparo emocional podem devolver o sentimento de dignidade.
Dissertação: informar (prosa)
Argumento: informação usada para convencer (persuadir)
Argumentação: fazer afirmações e sustentá-las com informações.
Afirmação: Compre o papel higiênico Carinho. (Por quê?)
Informações = Argumentos
1- Carinhoso
2- Novo
3- Luxo
4- Plus
5- Preço baixo
Dica: Transforme o tema numa afirmação
Afirmação: O desafio de se conviver com a diferença.
Conviver com a diferença é um desafio (Por quê?) Como eu posso provar isso?
Responda as perguntas para montar a introdução e o desenvolvimento.
1- Nazismo
2- Racismo
3- Xenofobia
4- Homofobia
5- Clonagem terapêutica
6- Pessoas portadoras de necessidades especiais
7- Punições do tribunal da Santa Inquisição na Idade Média
8- Processo de aculturação de alguns povos
9- conflitos religiosos
10 - Idade
Argumentação por:
1) Exemplificação;
2) Comparação;
4) Causas e conseqüências
5) Dados estatísticos;
6) Alusão(referência) histórica;
7) Frase (pensamento) filosófico.
Exemplo de introdução:
1- É certo que, quando estamos diante do diferente, não raro, somos
obrigados fazer o que quase todo ser humano repudia desde tempos
imemoriais: rever nossas próprias convicções (paradgmas). É por isso que,
diversas vezes, a diferença acaba se tornando motivo para a violência.
2- Se analisarmos a história da humanidade, não será difícil perceber que
incontáveis vezes a diferença foi motivo para atos de intolerância e violência. O
nazismo, o racismo, a xenofobia, a homofobia, as punições do tribunal da
Santa Inquisição na Idade Média, além do processo de aculturação de alguns
povos são provas irrefutáveis de que aceitar o diferente foi – e infelizmente
ainda continua sendo – um grande desafio.
Exemplo de conclusão:
Dessa forma,(Desse modo /Dessa maneira /Assim /Por isso / Portanto /
Logo ) percebe-se que a diferença pode gerar inúmeros e trágicos conflitos. No
entanto é preciso compreender que a diversidade – seja ela cultural, étnica,
religiosa, entre tantas outras – é sempre uma oportunidade para aprender,
evoluir e, certamente, ampliar nossa capacidade de amar, de respeitar o outro.
A própria “mãe” natureza é assim, infinitamente diversa, e talvez por isso,
como dizem, ela seja tão sábia. Nesse sentido, observando-a mais atentamente,
quem sabe um dia consigamos imitá-la.
Exemplos de textos de alunos
Desenvolvimento e Preservação (Claudia - Enem 2008) – nota: 95
A floresta Amazônica é essencial para o equilíbrio ecológico do planeta. O
desmatamento e as queimadas podem trazer efeitos drásticos, como o descontrole do ciclo
hidrológico e o aquecimento da região das matas.
O ciclo hidrológico na Amazônia depende principalmente da evaporação e da
transpiração das plantas. Com o devastamento das florestas e a intensa emissão de dióxido de
carbono à atmosfera - principalmente por meio das queimadas – os ciclos naturais da região
vem sendo alterados, ocorrendo também seu aquecimento. Com o ambiente mais quente, as
nuvens se tornam cada vez mais difíceis de serem formadas.
A exploração na Amazônia tem diminuído a pluviosidade em grande parte do Brasil, já
que essa região é responsável por cerca de 60% das chuvas do país. A redução da precipitação
ou até mesmo a falta, pode trazer consequências econômicas terríveis, visto que grande parte do
território brasileiro apresenta grandes lavouras que dependem desse ciclo.
Diante desse quadro, não é difícil perceber que muito ainda precisa ser feito para que as
pessoas se conscientizem. Uma educação de qualidade nas escolas poderia ensinar aos futuros
cidadãos que a floresta é um bem necessário, que deve ser preservado. Uma maneira de se
preservar é implantar a exploração de forma sustentável, para que possa conciliar o
desenvolvimento com preservação ambiental.
Marjore (Enem 2008) nota: 100
Indiscutivelmente, um dos maiores desafios de nossa nação é a crescente degradação
da Floresta Amazônica. Diante da inestimável relevância desse ecossistema, tal fato
preocupa e mobiliza o governo federal e toda a sociedade brasileira.
Hoje sabe-se que o excesso de desmatamento na maior floresta equatorial do
mundo, afeta diretamente o ciclo hidrológico de toda região. Isso porque as árvores
captam água dos lençóis freáticos e sua evapotranspiração é responsável por grande parte
da umidade atmosférica. Assim, com a perda das coberturas vegetais, há redução drástica
no índice pluviométrico, o que traz conseqüências negativas para o desenvolvimento de
atividades econômicas e compromete a biodiversidade florestal.
Nesse cenário tão alarmante fica evidente a necessidade de soluções imediatas para
a conservação da Amazônia. Dentre elas, pode-se citar o aumento da fiscalização e a
aplicação de pesadas multas àqueles que promovam desmatamento ilegal. Em uma
sociedade altamente capitalista que prioriza os recursos financeiros, em detrimento da
questão ambiental, essa é, sem dúvida, uma boa alternativa. Por meio da punição
exemplar, é possível inibir infrações e minimizar os danos causados em nossos recursos
naturais através da ação antrópica.
Porém, não se pode omitir que essa opção é muito restrita. É preciso que haja
em nosso governo a implementação de uma política que apóie e incentive o
desenvolvimento sustentável. Todavia, o melhor caminho é a prevenção e, sob essa ótica, a
educação tem papel fundamental, pois só através dela é possível formar cidadãos cientes
da importância da preservação do meio ambiente.
Jussara Gabriel Cruz (enem 2008) nota: 95
Desenvolvimento sustentável
Sabe-se que vivemos em uma sociedade, em que estamos acostumados a interagir,
com familiares, amigos, vizinhos, dentre outros. Entretanto, parece que em meio a tanta
ganância, o homem esqueceu que o meio ambiente também faz parte da rede de relações,
rede essa que precisa ser harmoniosa para que não haja prejuízos.
Embora muitos já tenham percebido a crise que a natureza está encontrando para
manter sua sobrevivência, seus ciclos, há ainda aqueles que insistem em poluir rios,
desmatar florestas e lançar poluentes na atmosfera. Tomando como base o desmatamento
da Amazônia, por exemplo, em que quase que diariamente áreas imensas da floresta
nativa são desmatadas, seja para a expansão da pecuária, seja para a de lavouras, a
resposta que temos recebido, em meio a tanta agressão, é a alteração dos ciclos e a
dificuldade de manter as espécies.
Ninguém desconhece que a economia precisa avançar. Porém, há muitos meios para
que esse avanço seja feito de forma sustentável, sem causar tantos danos. Apesar de ser
difícil de imaginar que nesse contexto que estamos inseridos, mergulhados nas ideologias
capitalistas, exista vontade de não só desenvolver, mas também, praticar hábitos que
combinem desenvolvimento econômico e sustentabilidade.
Logo, percebe-se que conter o desmatamento e estudar áreas que possam ser
cultivadas sem causar tanto impacto ambiental, é uma boa medida a ser tomada, mesmo
que ainda contenha algumas falhas.
Redações nota 10 – Enem – 2006( divulgadas oficialmente pelo Inep –
Enem)
1- Ler para compreender
Vivemos na era em que para nos inserir no mundo profissional devemos portar de boa formação e informação. Nada melhor para obtê-las do que sendo
leitor assíduo, quem pratica a leitura está fazendo o mesmo com a consciência, o raciocínio e a visão crítica.
A leitura tem a capacidade de influenciar nosso modo de agir, pensar e falar. Com a sua prática freqüente, tudo isso é expresso de forma clara e objetiva.
Pessoas que não possuem esse hábito ficam presas a gestos e formas rudimentares de comunicação.
Isso tudo é comprovado por meio de pesquisar as quais revelam que, na maioria dos casos, pessoas com ativa participação no mundo das palavras possuem
um bom acervo léxico e, por isso, entram mais fácil no mercado de trabalho ocupando cargos de diretoria.
Porém, conter um bom vocabulário não torna-se (sic) o único meio de “vencer na vida”. É preciso ler e compreender para poder opinar, criticar e modificar
situações.
Diante de tudo isso, sabe-se que o mundo da leitura pode transformar, enriquecer culturalmente e socialmente o ser humano. Não podemos compreender e
sermos compreendidos sem sabermos utilizar a comunicação de forma correta e, portanto, torna-se indispensável a intimidade com a leitura.
2- Quadro Negro
Se para Monteiro Lobato um país se faz de homens e livros, para os governantes diferente não poderia ser. O papel da leitura na formação de um indivíduo é de
notória importância. Basta-nos observar a relevância da escrita até mesmo na marcação histórica do homem, que destaca, por tal motivo, a pré-história.
Em uma esfera mais prática, pode-se perceber que nenhum grande pensador fez-se uma exceção e não deixou seu legado através da escrita, dos seus livros, das
anotações. Exemplos não são escassos: de Aristóteles a Nietzsche, de Newton a Ohm, sejam pergaminhos fossilizados ou produções da imprensa de Gutenberg, muito
devemos a esses escritos. Desta forma, iniciarmos o nosso processo de transformação adquirindo tamanha produção intelectual que nos é disponibilizada.
A aquisição de idéias pelo ser humano apresenta um grande efeito colateral: a reflexão. A leitura é capaz de nos oferecer o poder de questionar, sendo a mesma
freqüente em nossas vidas. Outrossim, é impossível que a nossa visão do mundo ao redor não se modifique com essa capacidade adquirida.
Embora a questão e a dúvida sejam de extrema importância a um ser pensante, precisam ter um curto prazo de validade. A necessidade de resposta nos é
intrínseca e gera novas idéias, fechando, assim, um círculo vicioso, o qual nos integra e nunca terminamos de transformar e sermos transformados.
A leitura é a base para o desenvolvimento e a integração na sociedade e na vida, porquanto viver não é apenas respirar. Se Descartes estiver certo, é preciso
pensar. Pensando, poderemos mudar o quadro negro do país e construir o Brasil de Monteiro Lobato: quadro negro apenas na sala de aula, repleto de idéias,
pensamentos, autores, repleto de transformação e de vida.
3- Quando o sol da cultura está baixo, até os mais ínfimos seres emitem luz
Marcel Proust, grande escritor e exemplo máximo de uma vida dedicada unicamente à leitura e à literatura, disse em seus escritos “cada leitor, quando lê, é um
leitor de si mesmo”. O que Proust evidencia nessa frase deixa em aberto uma série de interpretações que podem ser realizadas a partir do hábito entusiástico e não visto
como uma obrigação, pela leitura.
Estar em contato com o universo das palavras e nele encontrar uma atividade prazerosa, ao mesmo tempo que nos leva a absorver todo o conhecimento
exterior, também nos conduz a uma busca de tudo que representa algo de nós mesmos nesse conhecimento que chega até nós. Em cada nova leitura, ocorre algo
semelhante a uma lapidação de nossos desejos e predileções.
Os livros constituem um tipo de transporte de conhecimento diferente da televisão por exemplo, onde as informações são transmitidas a todo o momento, e para
tal, só precisa de nossa permissão para a passagem de suas imagens através de nosso córtex. O nível de saber que podemos extrair de um livro possui o mesmo limite de
nossa vontade de fazê-lo. E, ao contrário das informações “prontas” da televisão, temos a total liberdade de interpretação, o que confere o aperfeiçoamento de nosso
senso crítico e o melhoramento de como nos posicionamos diante do mundo.
O hábito da leitura não possui caráter elitista e nem está associado ao poder aquisitivo. Em qualquer cidade, por menor que seja, há uma biblioteca, basta que
tenhamos interesse em desvendar todo o mistério contido nela. Ao ler, nos tornamos mais cultos, mais seguros de nossas convicções, nos expressamos e escrevemos
melhor. Medidas públicas devem ser realizadas para garantir essa acessibilidade e assim, seus respectivos países possam brilhar, iluminados pelo sol da cultura.
4- Benefícios da leitura
Como a leitura pode transformação nossa realidade? A leitura é extremamente importante, não apenas por ser fundamental em nossa formação intelectual, mas
também por permitir a todos um acesso a um mundo de informações, idéias e sonhos. Sim, pois ler é ampliar horizontes e deixar que a imaginação desenhe situações e
lugares desconhecidos e isto é um direito de todos.
A leitura permite ao homem se comunicar, aprender e até mesmo desenvolver, trabalhar suas dificuldades. Em reportagem recente, uma grande revista de
circulação nacional atribuiu à leitura, a importância de agente fundamental para a transformação social do nosso país. Através do conhecimento da língua, todos tem
(sic) acesso à informação e são capazes de emitir uma opinião sobre os acontecimentos. Ter opinião é cidadania e essa parte pode ser a grande transformação social do
Brasil.
Os benefícios da leitura são cientificamente comprovados. Pesquisas indicam que crianças que tem (sic) o hábito da leitura incentivado durante toda a vida
escolar desenvolvem seu senso crítico e mantém seu rendimento escolar em um nível alto. O analfabetismo, um dos grandes obstáculos da educação no Brasil está
sendo combatido com a educação de jovens e adultos, mas a tecnologia está afastando nossas crianças dos livros.
Permitir a uma criança sonhar com uma aventura pela selva ou imaginar uma incrível viagem espacial são algumas das mágicas da leitura. Ler amplia nosso
conhecimento, desenvolve a nossa criatividade e nos desperta para um mundo de palavras e com elas construímos o que gostamos, o que queremos e o que sonhamos.
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Portanto, garantir a todos o acesso à leitura deve ser uma política de Estado, mas cabe a nós dedicarmos um tempo do nosso dia a um bom livro, incentivar
nossos amigos, filhos ou irmãos a se apegarem à leitura e acima de tudo utilizar nosso conhecimento para fazer de nossa cidade, estado ou país, um lugar melhor para
se viver.
Redações nota 10 – Enem - 2007
Texto 1:
A Necessidade das Diferenças
De acordo com a Teoria da Educação das Espécies, o que possibilita a formação do mundo como conhecemos hoje foi a sobrevivência dos mais aptos ao
ambiente. A seleção natural se baseia na escolha das características mais úteis. Estas somente se originam a partir das diferenças determinadas por mutações em
códigos genéticos com o passar do tempo.
Se no âmbito Biológico as variações são imprescindíveis à vida, no sociológico não é diferente. Uma vez todos iguais, seriamos atingidos pelos mesmos
problemas sem perspectiva de resolução, já que todas as idéias seriam semelhantes.
A maioria das pessoas está inserida em um contexto social. Contudo grandes inovações se fazem a partir do reconhecimento da individualidade de seus
integrantes. Assim é de nossa responsabilidade respeitar nossos semelhantes independentes do sexo, raça, idade, religião, visto que dependemos mutuamente.
Obviamente nem todas as diferenças são benéficas. Por exemplo, a diferença entre classes sociais não poderia assumir tal demissão. Para somá-la, necessitamos
de uma melhor distribuição de renda aliada a oportunidades de trabalho, educação e saúde para todos.
Devemos nos conscientizar que somos todos iguais em espécie mas conviver com as diferenças (por mais difícil que pareça), pois elas nos enriquecem como
pessoas. Nossos esforços devem ser voltados contra discriminações anacrônicas e vis, como o racismo ou perseguições religiosas. Estas não nos levam a lugar algum,
apenas nos desqualificam como seres humanos.
Texto 2:
O valor da diferença
O desafio de se conviver com a diferença na sociedade é complicado, mas necessário. Diante da grande pluralidade cultural e étnica que se choca com freqüência
no mundo globalizado é preciso, além de tolerância, respeito incondicional aos direitos humanos.
Diariamente, nos deparamos com pessoas das mais variadas culturas, opiniões e classes sociais. Muitas vezes, são nossos vizinhos, colegas e amigos. Essa
convivência enriquece nossas vidas, pois aprendemos a respeitar o nosso próximo, nos tornando pessoas mais fraternas. Porém nem sempre essa relação acontecem
facilmente fatos divulgados pela mídia nos mostram que, para alguns ainda, a simples diferença fenotipica gera discriminação e violência, como no caso do brasileiro
que foi confundido com um terrorista em Londres. Ele foi brutamente exterminado pela policia inglesa por ter feições diferentes da maioria dos britânicos.
Para o bom funcionamento das sociedades, a diferença precisa ser respeitada. Nas relações econômicas internacionais, se lida com diferentes culturas ao menos
tempo. Não há espaço para discriminação para quem quer ser competitivo no mercado.
Texto 3:
Respeito a Vida
Durante bilhões de anos, segundo Darwin, a vida vem se diferenciando por meio de processos evolutivos, através das quais surgiu o homem, portanto somos
fruto da diferença. Embora pertençamos á mesma espécie, aspectos étnicos culturais nos diferenciam uns dos outros. Dificilmente iremos concordar com todas as
manifestações culturais a que seremos expostos, porem temos de respeitar a todas, o que só acontecerá com a educação e com a civilização do individuo.
Para compreendermos um determinado povo ou costume e necessário entendê-lo. Para entendê-lo e preciso estudá-lo. A escola de qualidade proporciona um
aprendizado dos motivos pelos quais uma determinada cultura age desta ou daquela maneira. Não da para entender o bumba-meu-boi sem saber quais são as raízes
históricas e a formação da população do Amazonas. O ensino também ajuda a moldar a ética através de valores morais, como a da cidadania.
As varias liberdades, de religião, de imprensa, de opinião, estão estabelecidas na constituição de nosso país e respeitá-las é de nosso dever e exercê-las é nosso
direito. No entanto, as nossas liberdades não devem ferir as liberdades alheias, temos, como cidadãos, de respeitar a opinião, o costume e os valores dos outros. A
civilização da pessoa implica, entre outras coisas, na aceitação, no respeito e na convivência com os outros cidadãos.
Somos diferentes, mas somos todos oriundos de uma mesma diferença, a vida. Respeitar o outro, independente de sua cor, credo ou cultura, é alem de uma
questão ética é legal, é respeito a própria vida.
Texto 4:
Saber conviver para evoluir
(Julieta Calegari) texto nota 10 – Enem 2007
O homem, ao longo de sua história, sempre conviveu com barreiras para viver harmoniosamente com as diferenças e tirar proveito delas. Exemplos como as
culturas escravista e nazista – nas quais determinadas raças se consideravam superiores a outras – marcam dolorosamente a história da humanidade.
Muitos acreditam que uma cultura e/ ou ponto de vista distinto do qual se está acostumado poderia constituir uma ameaça. Mas isso se torna um erro, visto
que, se soubessem valorizar o outro, poderiam se enriquecer culturalmente, expandir sua idéia de mundo, crescer, evoluir. Então, o que deveria servir de atrativo, que é
justamente o que o próximo tem de diferente, torna-se motivo de preconceito, repúdio.
Vale lembrar que é de conhecimento geral que a Ordem Mundial vigente, determinada pela globalização, prega uma postura de massificação, de perda de
identidade cultural, na qual todos têm que se igualar a todos e aquele que não se encaixa aos padrões é visto de forma pejorativa, tornado-se vítima de exclusão.
Entretanto, sob o ponto de vista de alguns, isso é um erro irremediável, porque a globalização faz com que as disparidades sociais cresçam e uns poucos se tornem
“melhores”, mais ricos e poderosos que a grande maioria.
Em vista disso, a Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural afirma que tanto as diversidades individuais quanto as culturais constituem um legado
sem preço para a humanidade e devem ser reconhecidas e transformadas em benefícios para as gerações. Conclui-se, então, que será possível vencer tal desafio através
de uma educação – escolar, familiar – de qualidade, que saiba valorizar o diferente e não o exclua; que insira nas pessoas, desde a mais tenra idade, um senso crítico
capaz de perceber que ninguém é superior a ninguém e que a inteligência humana está intimamente ligada à boa e produtiva convivência com as diferenças. De fato, a
verdadeira evolução do homem depende dessa consciência.
Texto 5:
A discriminação na sociedade
(Lara Paulino Laiber) texto nota 10 – Enem 2007
Infelizmente, uma das principais características da sociedade é o preconceito com outras etnias. Apesar de tantos avanços alcançados pelo homem até os dias
atuais, muitas pessoas insistem em preservar uma mentalidade limitada que exclui culturas diferentes. Isso porque na maioria das vezes a população cultiva e repassa às
próximas gerações um sentimento individualista e egocêntrico, não reconhecendo assim o valor da diversidade cultural.
A violência fundamentada nos ideais fascistas e nazistas praticada durante a Segunda Guerra Mundial foi, e ainda é, um fato chocante para grande parte da
humanidade. De modo lastimável essa xenofobia continua atuando na sociedade. O preconceito se faz presente nas escolas, no mercado de trabalho e em todo o
contexto social. Muitos negros, pardos, índios e asiáticos, entre outros, são discriminados, julgados incapazes de realizar certas tarefas e até mesmo ocupar altos cargos,
o que revela a dificuldade dos cidadãos de aceitar as diferenças.
Além disso, vale lembrar que a concorrência do sistema capitalista transmite para o ser humano a necessidade de um estar sempre à frente do outro. Esta
postura está acabando, aos poucos, com o respeito entre as pessoas, o que é fundamental para o convívio. O sentimento de superioridade que alimenta o ego do homem
contemporâneo induz o mesmo ao individualismo por meio do desprezo por opiniões ou costumes alheios.
Portanto, é possível perceber que viver harmoniosamente com diversas variedades étnicas é um desafio para a civilização moderna. Muito é preciso ser feito
para que a sociedade entenda que a troca de culturas acrescenta conhecimento. Através de uma educação de qualidade nas escolas, pode-se formar cidadãos conscientes
que se relacionam com responsabilidade. E, também, cabe às famílias enaltecer durante a criação de seus filhos valores como a moral, a ética e o respeito entre os
diferentes costumes.
1º lugar do concurso de redação “Jornal O Mundo” / Tema: Aquecimento Global
Em direção ao suicídio
Costuma-se restringir o conceito de Natureza ao meio ambiente material, como as florestas, os rios e o ar atmosférico. Mas o sentido de Natureza tem um
caráter mais abrangente e abstrato, visto que ela também apresenta um viés social. Arquitetar soluções para o problema ambiental é refletir sobre a sociedade, pensar na
qualidade de vida das pessoas e analisar suas necessidades. Num mundo onde a desigualdade sócio-econômica dita a política dos países favorecendo a economia, o
entendimento de “natureza” faz parte de uma cultura que privilegia a produção e o consumismo desenfreados e se coloca de forma indiferente à miséria social. Seguir
essa cultura significa contribuir para a destruição do ambiente, à medida que não é possível falar de bem-estar ecológico em meio à sujeira, às doenças e à devastação
ambiental provocadas pela falta de infra-estrutura.
Dentre os problemas ambientais do mundo atual, o aumento da temperatura média da Terra vem obtendo destaque no setor informativo. Após a divulgação
do relatório do IPCC sobre o clima, em fevereiro deste ano, a população mundial, mobilizada pela mídia, vem exigindo ações governamentais de combate ao
aquecimento global. Pressionados pela massa popular, cada vez mais países aderem a planos em prol do ambiente, investindo em diversos projetos para diminuir as
emissões de gases de estufa. As questões ambientais preocupantes, no entanto, vão além dos problemas meteorológicos. Enquanto se discutem as condições da Terra no
próximo século, milhões de pessoas sofrem com a fome, a violência e as doenças oriundas da desigualdade social e econômica encontrada na maioria dos países. Dessa
forma, a luta contra o aquecimento global como forma de preservar o ambiente não pode negligenciar as péssimas condições de vida que assolam grande parte do
mundo.
Ações eficazes a favor do ambiente somente podem ser realizadas com o apoio das nações mais influentes. Embora os Estados Unidos, principal símbolo
capitalista e maior potência política e econômica do planeta, sejam responsáveis por 25% da poluição mundial, seu governo não cumpre metas do Protocolo de Kyoto.
Sabendo que os objetivos do protocolo incluem fatores contrários aos interesses das indústrias automotoras e petrolíferas – principais acionistas da economia americana
e das eleições políticas –, o governo não efetiva leis para que haja modificações nos meios de produção dessas empresas. Com isso, o âmbito econômico sobrepõe-se ao
ambiente, e os países capazes de auxiliar na luta contra a depredação ambiental acabam contribuindo para a destruição da natureza.
O fato é que, apesar de o desenvolvimento científico e de as tecnologias estreitarem a relação entre planeta e ser humano – visto que o conhecimento de mundo é
ampliado –, o modo utilitarista de o homem interagir com o ambiente resulta em perdas para ambos: do ponto de vista ambiental, a indiscriminada exploração da
natureza compromete as condições da Terra; do ponto de vista da humanidade, todos, independentemente de fazerem parte de países desenvolvidos ou
subdesenvolvidos, industrializados ou não, sofrem com as mudanças climáticas e com as catástrofes “naturais”. A “evolução” do século XXI significa, pois, a
consolidação do paradoxal conflito entre homem e ambiente. Estando eles necessariamente interligados, a destruição do ambiente é um decreto de morte à humanidade,
visto que colaborar para o caos ambiental é caminhar em direção ao suicídio.
Outros textos de alunos- sobre aquecimento global
1- As alterações climáticas do planeta
A população mundial enfrenta hoje as conseqüências de seus próprios erros. Os elevados índices de poluição dos últimos anos tornaram o aquecimento
global um problema cuja gravidade cresce a cada dia. Isso porque o intenso processo de industrialização, acompanhado da explosão demográfica nas áreas urbanas,
ocasionam o aumento da emissão de gases poluentes na atmosfera, proporcionando, assim, alterações climáticas que põem em risco a vida no planeta.
O surgimento de produtos manufaturados e meios de produção em larga escala foram, sem dúvida, um grande avanço para a sociedade. No entanto, ao longo
do tempo, a expansão das indústrias provocou, e ainda provoca, a exploração inadequada de recursos naturais, os desmatamentos, a poluição atmosférica e, também, o
lançamento de resíduos industriais no meio ambiente. Todas essas atividades contribuem para a mudança do clima na Terra.
Além disso, o crescimento populacional acelerado está intimamente ligado à degradação ambiental. O rápido desenvolvimento urbano aumentou
significativamente o número de veículos em circulação e também favoreceu o surgimento das indústrias. A queima de combustíveis fósseis, utilizada para obter energia
para suprir carros e fábricas, libera grande quantidade de gás carbônico, o que agrava ainda mais o efeito estufa. Além do mais, a concentração dos habitantes nas
cidades intensifica o acúmulo de lixo e lançamento de esgotos, entre outros transtornos que destroem o ambiente natural.
Tendo em vista o que foi dito, nota-se que sérios desequilíbrios ambientais podem ocorrer se a postura errônea de muitos que poluem não for mudada.
Cientistas afirmam que as calotas polares derreterão, elevando o nível dos oceanos e possibilitando graves inundações como resultado desse aquecimento.
Evidentemente essa lastimável situação conduz a humanidade a um contexto no qual pode ser posta em perigo a existência de muitas espécies da fauna e flora, sem
contar com a degradação de recursos indispensáveis à manutenção da biosfera. É preciso que a maioria das pessoas crie consciência crítica o suficiente para reconhecer
que o paradigma de que as catástrofes ecológicas estão distantes de nós é equivocado, e ponha em prática os conceitos defensores do ecossistema. (Lara Paulino Laiber)
2- As mudanças climáticas e a ação antrópica
No mundo contemporâneo, diante do recente relatório publicado pelo IPCC — Painel Intergovernamental sobre mudanças climáticas — as preocupações a respeito
dos malefícios causados pelo homem sobre a natureza vêm à tona. O agravamento do efeito estufa, segundo alguns ambientalistas, já é uma realidade, sendo, portanto,
urgente tomar medidas que visem a retardá-lo. É importante ressaltar, contudo, que muitos já se sensibilizaram com os problemas ambientais. Em suas respectivas
épocas, diversas pessoas se expressaram da forma que puderam, tentando convencer a humanidade sobre a insensatez de nossas ações.
Após a divulgação das pesquisas a respeito da magnitude do aquecimento global, cientistas e representantes de inúmeros países deram suas opiniões, defendendo seus
pontos de vista e revelando ao mundo como tal questão é complexa e como são contraditórias as oposições diante dela. Muitos consideram o resultado desse relatório
alarmista e exagerado, Tendo em vista a proporção que ele atribui às conseqüências da ação antrópica sobre o meio ambiente. Para essas pessoas, a própria dinâmica do
clima pode ser responsável pelas mudanças previstas, já que estaríamos entrando em uma nova Era Glacial. Entretanto, existem aqueles que refutam com veemência tal
opinião, considerando irracional que nossos atos despreocupados não têm efeito sobre o clima. Os mais pessimistas acreditam que, mesmo reduzindo drasticamente as
emissões de gases como o CO2 e NH3, não poderemos evitar as catástrofes que se anunciam.
No decorrer de nossa história, travamos lutas pela sobrevivência, eliminando tudo aquilo que se mostrava como um obstáculo a esse fim. Nesse cenário, animais,
plantas, seres em geral foram exterminados, e nós, orgulhosos de nossa coragem, acreditávamos ser superiores e, portanto, no direito de destruir o que nos
incomodasse. A Revolução Industrial e a consolidação do capitalismo apenas ampliaram nossa sede de poder, maximizando a ganância, inerente ao ser humano.
Determinados a enriquecer e tendo os bens materiais como objeto central de nossa vida, a destruição da biodiversidade mostra-se como um caminho necessário ao tão
desejado bem-estar. Na atualidade, os Estados Unidos podem ser citados como exemplo disso, já que, além de não terem assinado o Protocolo de Kyoto, discordam das
pesquisas divulgadas pelo IPCC, temendo que sua economia se retraia caso ocorram reduções nas emissões de gases.
Houve, contudo, aqueles que se preocuparam com a natureza. Profetas, filósofos, governantes, enfim, pensadores de todas as épocas e dos mais variados lugares se
manifestaram diante das ameaças à beleza e à importância do meio ambiente. De uma forma ou de outra, essas pessoas perceberam que o próprio ser humano havia se
tornado seu maior inimigo. Até mesmo os ditadores viram-se sensibilizar com o apelo que a vida silvestre nos dirige. Hitler, apesar das atrocidades cometidas, cultivava
uma admiração especial pelas plantas e criou as primeiras reservas florestais da Europa. Dessa forma, é notória a encruzilhada à que chegamos. Escolher entre a vida
das gerações futuras e o desenvolvimento econômico dos países na atualidade – algo lógico para muitos altruístas, mas que se torna complicado para alguns chefes
políticos irresponsáveis. Por isso, convencer tais pessoas sobre os malefícios de nossas ações é imprescindível na luta por um mundo mais limpo e seguro. Afinal, se
não fizermos nada, o derretimento das calotas polares e o conseqüente aumento do nível dos oceanos serão apenas alguns dos resultados do nosso egoísmo e da nossa
visão individualista. ( Grazielli Pozzi Menegardo.)
3- Aquecimento global: uma questão de interesse político
O mundo enfrenta, hoje, as conseqüências da ação humana durante séculos. A ânsia de avançar cada vez mais tomou conta da humanidade a tal ponto que os
resultados negativos desse avanço fossem subestimados. Somente agora, quando o problema tornou-se visível e, para alguns cientistas, irremediável, a preocupação
com o meio ambiente, principalmente o efeito estufa, alcançou proporções mundiais.
Seria possível admitir que há séculos o homem realmente não tinha uma idéia precisa sobre a resposta aos danos causados à natureza. Mas, com o avanço
industrial e tecnológico, o conhecimento também progrediu muito, principalmente na ciência. Portanto, mesmo conscientes há algum tempo dos problemas que
poderiam acontecer, muitos fecharam os olhos para isso, preferindo apenas proteger a economia, o que é inadmissível.
No entanto, em vista da gravidade do aquecimento global, líderes de todo o mundo demonstraram , após séculos de desinteresse, desejo de tentar amenizar
os impactos do problema. Nesse contexto, criou-se o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, reunindo cientistas, que declararam em relatório que a
temperatura média do planeta pode aumentar mais de 3°C até o fim do século.
A relevância da preocupação com as mudanças no clima é indiscutível, assim como é inegável que a situação agravou-se até o ponto que se encontra hoje,
principalmente, por negligência dos líderes mundiais. Diante disso, é obrigação de todos exigirem dos governantes medidas enérgicas contra a emissão do CO2 na
atmosfera. Ainda que talvez seja tarde para remediar, não podemos permitir que a Terra continue a ser negligenciada. (Mayara Fonseca)
Texto de alunos sobre esporte:
Esporte na sociedade
(Aluna: Mayara da Silva Fonseca)
O esporte não representa simplesmente uma forma de lazer. Já na Grécia Antiga, criaram-se os Jogos Olímpicos com o objetivo de que houvesse um período
de paz entre os povos. Hoje, uma política esportiva pode ser o instrumento necessário para transformar a realidade desigual em que vivemos.
Incentivar a prática de esportes traz inúmeros resultados positivos. Um exemplo disso é a possibilidade de tirar jovens, crianças e adolescentes das ruas e até
mesmo da marginalidade através de projetos esportivos, criando assim oportunidades para que busquem uma vida melhor.
Além disso, praticar exercícios pode prevenir doenças – como a obesidade e problemas cardiorespiratórios – e, também, aumentar a qualidade de vida. Isso
reflete para o país conseqüências muito positivas, reduzindo, por exemplo, gastos na área da saúde.
No entanto, muitas vezes é preciso um grande evento, como a realização dos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro, para que se valorize o esporte.
Muitos ignoram os benefícios, não apenas individuais, mas também coletivos que ele proporciona.
Dessa forma, podemos ver que o esporte pode significar a transformação do nosso país, reduzindo problemas sociais. Por isso, investir numa política
esportiva deve ser uma atitude constante, para que muitas habilidades e oportunidades dos brasileiros não sejam desperdiçadas por falta de estrutura ou de apoio.
Texto 1:
A importância do esporte
(Aluna: Lara Paulino Laiber)
A desigualdade social é uma característica presente nos dias contemporâneos e tem causado bastantes transtornos, principalmente nos grandes centros
urbanos. Diante disso, o esporte pode ser considerado como uma alternativa para tentar reverter essa lastimável situação, pois ele abre caminhos que permitem
melhorias no âmbito da educação e da saúde, além de promover a inclusão social através das oportunidades.
Os projetos esportivos muitas vezes despertam os interesses de jovens excluídos, sendo assim um meio mais fácil de se chegar até eles. A partir daí, as
atividades esportivas podem estar vinculadas ao desenvolvimento educacional, através do comportamento disciplinar que elas exigem. Dessa forma, é possível
Texto 2:
conquistar cidadania para crianças e adolescentes desamparados, afastando-os do tráfico de drogas, da marginalidade e da violência. E, também, propagar a importância
dos treinamentos físicos é estabelecer qualidade de vida à população.
Além do mais, pessoas isoladas e oprimidas por questões econômicas, políticas, sociais ou físicas, encontram no esporte uma maneira de ampliarem as
chances de mostrarem seus talentos e alcançarem a ascensão social. Muitos habilidosos em várias modalidades, todavia, permanecem despercebidos por falta de
incentivo.
Sendo assim, nota-se que realmente as atividades esportivas possibilitam a transformação social. Elas deixam em evidência para os seus praticantes a
importância de valores como a moral, a ética, a disciplina e o respeito, ao mesmo tempo que proporcionam lazer. Promovem também melhoria de vida por meio de
saúde de boa qualidade de um modo geral. Nesse sentido, a desigualdade de renda que tem como conseqüências inúmeros constrangimentos, poderia ser amenizada se
o esporte recebesse maior incentivo do poder público e da sociedade em geral.
Texto de aluno sobre inclusão digital / O computador faz a diferença?
1-
A importância do computador na educação
Os inúmeros avanços que a humanidade assistiu nos últimos séculos, certamente, podem ser vistos como impulsionadores da melhoria da nossa qualidade de
vida. A energia elétrica, a televisão e o telefone são exemplos de aparelhos criados pelo homem e sem os quais, provavelmente, não teríamos alcançado o nível de
desenvolvimento atual. Contudo, vale ressaltar que tais objetivos podem ser, em alguns momentos, maléficos. Nesse cenário, citamos o computador: visto inicialmente
como a concretização da inteligência humana, hoje muitos se perguntam sobre sua verdadeira importância na sociedade.
A educação é, sem dúvida, essencial tanto para o crescimento individual das pessoas quanto para criação de nações fortes e democráticas. Por essa razão,
inúmeros são os projetos que visam a otimizá-la. Nesse quadro, o computador surge como uma forma de revolucionar o sistema educacional, visto que é uma fonte
inesgotável de informações e conhecimento. Quando utilizado de maneira adequada, ele oferece às pessoas a oportunidade de entrar em contato com opiniões variadas
sobre determinado assunto. A sua rapidez pode tornar o aprendizado mais eficiente e produtivo. Além disso, vale ressaltar seu papel social. A criação de salas de
informática e a divulgação da internet contribuem para inserir as pessoas no mercado de trabalho, deixando-as a par dos avanços do mundo moderno.
Contudo, apesar das vantagens oferecidas por tal instrumento, existem professores e profissionais em geral que o rejeitam com veemência. Ao contrário do
que muitos pensam, não é uma tecnofobia a responsável por tal recusa. Na verdade, eles questionam a eficiência da informatização dos centros de ensino. Afinal, a falta
de um projeto claro que concretize tal objetivo pode, sem dúvida, torná-lo apenas mais um programa educacional mal-sucedido. De nada adianta colocar computadores
nas escolas se não houver monitores que coordenem seu uso. Afinal, a variedade de informações é tanta que tais instrumentos podem acabar perdendo sua função
inicial, tornando-se simples objetos de entretenimento.
Dessa forma, percebemos, claramente, quão complicado é discutir sobre a informatização das instituições de ensino. Devemos analisar de maneira bem
detalhada tal questão, já que, através dela, poderemos, talvez, encontrar uma forma de melhorar nosso sistema educacional. Os computadores, sem dúvida, precisam ser
utilizados como complementos da educação. A enorme variedade de informações e as fartas oportunidades de conhecimento que eles nos oferecem são inegáveis.
Todavia, existem lixos virtuais, os quais não contribuem para o crescimento das pessoas. Por essa razão, a eficiência da informatização das escolas está diretamente
ligada à nossa capacidade de coordenar e projetar racionalmente os programas que visem a fazê-la.
Como desenvolver, passo a passo, a proposta de redação do
ENEM: (Procure memorizar as etapas)
Dissertação: informar (prosa)
Argumento: informação usada para convencer (persuadir)
Argumentação: fazer afirmações e sustentá-las com informações.
Afirmação: Compre o papel higiênico Carinho. (Por quê?)
Informações = Argumentos
1- Carinhoso
2- Novo
3- Luxo
4- Plus
5- Preço baixo
Dica: Transforme o tema numa afirmação
Tema Enem 2007
Afirmação: O desafio de se conviver com a diferença.
Conviver com a diferença é um desafio (Por quê?) Como eu posso
provar isso?
Responda as perguntas para montar a introdução
desenvolvimento.
1- Nazismo
2- Racismo
3- Xenofobia
4- Homofobia
5- Clonagem terapêutica
6- Pessoas portadoras de necessidades especiais
7- Punições do tribunal da Santa Inquisição na Idade Média
8- Processo de aculturação de alguns povos
e
o
Argumentação por:
1) Exemplificação;
2) Comparação;
3) Causas e conseqüências
4) Dados estatísticos;
5) Alusão(referência) histórica;
6) Frase (pensamento) filosófico.
Exemplo de introdução:
1- É certo que, quando estamos diante do diferente, não raro, somos
obrigados fazer o que quase todo ser humano repudia desde tempos
imemoriais: rever nossas próprias convicções (paradgmas). É por isso
que, diversas vezes, a diferença acaba se tornando motivo para a
violência.
2- Se analisarmos a história da humanidade, não será difícil
perceber que incontáveis vezes a diferença foi motivo para atos de
intolerância e violência. O nazismo, o racismo, a xenofobia, a
homofobia, as punições do tribunal da Santa Inquisição na Idade
Média, além do processo de aculturação de alguns povos são provas
irrefutáveis de que aceitar o diferente foi – e infelizmente ainda
continua sendo – um grande desafio.
Exemplo de conclusão:
Dessa forma,(Desse modo /Dessa maneira /Assim /Por isso /
Portanto / Logo ) percebe-se que a diferença pode gerar inúmeros e
trágicos conflitos. No entanto é preciso compreender que a
diversidade – seja ela cultural, étnica, religiosa, entre tantas outras – é
sempre uma oportunidade para aprender, evoluir e, certamente,
ampliar nossa capacidade de amar, de respeitar o outro. A própria
“mãe” natureza é assim, infinitamente diversa, e talvez por isso, como
dizem, ela seja tão sábia. Nesse sentido, observando-a mais
atentamente, quem sabe um dia consigamos imitá-la.
Continuação - Como desenvolver, passo a passo, a proposta
de redação do ENEM: (Procure memorizar as etapas)
Para começar, vamos analisar os temas que já caíram. As frases-tema –
que geralmente aparecem destacadas em negrito na coletânea – podem ser
classificadas em três tipos. Vejamos:
Parecidas com título: (Obs.: jamais use a frase-tema como o título, mas
procure construí-lo utilizando a palavra principal contida nela –
Exemplos: Idoso: legado de sabedoria ou Velhice: a melhor idade?)
2011: ?
2010: O trabalho na construção da dignidade humana
2010: Ajuda Humanitária – (2º aplicação presídios)
2009: Valorização do idoso (1ª prova) (Tema da prova cancelada);
2009: O indivíduo frente à ética nacional (2ª prova:);
2007: O desafio de se conviver com a diferença;
2006: O poder de transformação da leitura;
2005: O trabalho infantil na realidade brasileira;
1999: Cidadania e participação social;
1998: Viver e aprender;
Em forma de pergunta:
2004: Como garantir a liberdade de informação e evitar os
abusos nos meios de comunicação?
2003: A violência na sociedade brasileira: como mudar as
regras desse jogo?
2002: O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio
para promover as transformações sociais de que o Brasil
necessita?
2001: Desenvolvimento e preservação ambiental: como
conciliar os interesses em conflito?
2000: Direitos da criança e do adolescente: como enfrentar
esse desafio nacional?
Com delimitação do tema, exigindo a escolha ou a inserção de uma ação
(proposta de solução ou comando) sugerida na apresentação do tema
(Obs.: caso único até agora):
2008: Suponha que, para manter essa “máquina de chuva”( a
Amazônia) funcionando, tenham sido sugeridas as ações a
seguir:
1-Suspender completa e imediatamente o desmatamento
na Amazônia, que permaneceria proibido até que
fossem identificas áreas onde se poderia explorar, de
maneira sustentável, madeira de florestas nativas;
2-Efetuar pagamentos a proprietários de terras para que
deixem de desmatar a floresta, utilizando-se recursos
financeiros internacionais;
3-Aumentar a fiscalização e aplicar pesadas multas
àqueles
que
promoverem
desmatamentos
não
autorizados.
Escolha uma dessas ações e, a seguir, redija um texto
dissertativo, ressaltando as possibilidades e limitações da
ação escolhida.
Após ter lido com atenção todas as propostas acima, procure
transformá-las, independente de qual seja o tipo, em uma afirmação,
que será, obviamente, o tópico frasal do seu texto, ou seja, a frase
introdutória. Em seguida, faça questionamentos tanto ao tema quanto
à frase que você elaborou. Exemplos: “Por quê?”, “Como?”, “O quê”
“Para quem”, “Com quem?”, “Onde?”, “Como eu posso provar
isso?”. Fique atento, pois nem todas as perguntas servem para todos
os temas. Identifique as mais adequadas para encontrar respostas
interessantes, consistentes e coerentes. Assim, ficará mais fácil montar
a introdução e os parágrafos do desenvolvimento. Estes parágrafos ( 2
ou 3) deverão aprofundar as ideias obtidas
através dos
questionamentos feitos ao tema.
Exemplos:
Tema – 2009: (Como o brasileiro – ou boa parte dos indivíduos–
comporta-se em relação à ética? Existe uma ética nacional? O famoso
“jeitinho brasileiro” faz parte dela? Por que a ética é importante?
Exemplo de introdução:
Respeitar os princípios éticos constitui algo imprescindível, para uma
vida harmoniosa em sociedade. “Por quê?” Isso porque quando os
valores morais – as regras e as leis de um modo geral – são desprezados,
direta ou indiretamente, todos acabam sofrendo em função disso.
“Como eu posso provar isso?”
Respostas:
1- Política
2- Polícia
3- Trânsito
4- Situações do cotidiano (fila, troco, tirar documentos, até mesmo no
futebol)
- Capacidade de se indignar diante dos problemas – corrupção, por
exemplo
- Acomodação
Vamos tentar agora com o tema do ano em que a prova foi bastante
diferente- 2008:
Mesmo que a prova deste ano não tenha apresentado uma frasetema de forma explícita, jamais se pode esquecer básico: toda
dissertação parte de uma afirmação. Desse modo, é preciso extraí-la
do assunto essencial(principal) expresso em toda a coletânea. No caso
de 2008, poderia ser: A importância da Amazônia. (Por quê? / Como
protegê-la, preservá-la?/ O que atrapalha, quais são os empecilhos?
Porém, não esqueça: neste caso, as delimitações apresentadas na
proposta não podem, de modo algum, ser desprezadas. (A ação
escolhida e as possibilidades e limitações em relação a ela, certo?)
Exemplo de introdução:
A preservação da floresta amazônica constitui uma tarefa
imprescindível. Isso por que esse gigantesco bioma é responsável, em
grande parte, pelo equilíbrio do ciclo hidrológico de várias regiões,
até mesmo fora do Brasil. Mas como obter êxito nesse desafio se há
tantos interesses em conflito?
(Observe que os argumentos não precisam, necessariamente, aparecer
na introdução
Temas mais difíceis:(Coco)
Enigma sm 1 adivinha, charada, adivinhação. 2 mistério,
segredo, incógnita. Ex: A causa desse fenômeno ainda é um
enigma para os cientistas.
1- “O senhor... Mire veja: o mais importante e bonito, do
mundo, é isto:que as pessoas não estão sempre iguais, ainda
não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando.
Afinam ou desafinam...” (Guimarães Rosa) (Espcex – 2010)
Posicione-se a respeito das ideias contidas no fragmento acima,
desenvolvendo um texto dissertativo argumentativo.
Exemplo de introdução:
A evolução humana passa, sem dúvida, pela capacidade de
mudar, transforma-se ao longo das inúmeras fases da vida. Nesse
sentido a imprevisibilidade também constitui algo de imensurável
valor, já que se fôssemos sempre iguais em todas as situações ou
momentos de nossa existência, seria difícil suportar tamanha
mesmice ou monotonia.
Outro início - Entre todas as qualidades humanas, a mudança
representa algo indispensável. Isso porque
2-“Sem a cultura, e a liberdade relativa que ela pressupõe, a
sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma
selva. É por isso que toda criação autêntica é um dom para
o futuro” (Albert Camus) (Espcex – 2011)
3- “Colham logo seus botões de rosa, pois o tempo vai
correndo. Estas flores, que hoje estão cheirosas, amanhã
estarão morrendo.”
(Adaptação do trecho do filme Sociedade dos Poetas Mortos)
Produza uma redação com base na idéia central contida no texto
acima, respeitando os critérios enumerados abaixo:
4- Como o avanço e a modernidade convivem tão bem
com o atraso (UNIFENAS)
Enigma / ideias antagônicas, paradoxais, contraditórias
Como o avanço e a modernidade convivem tão bem com o
atraso (UNIFENAS)
A pergunta contém uma afirmação! – É preciso defendê-la –
O Avanço convive tão bem com o atraso
Exemplificar:
Avanço: na medicina / nas tecnologias da informação /
aviação / agricultura
Atraso: Educação / Comportamentos culturais-Favela Aids
/clitóris, apedrejamento /guerras /miséria, fome ...
Exemplo tecnologia e miséria dentro de casa
Argumentos – informação para convencer: Por que
convivem tão bem?
1-Capitalismo /2- cultura / 3- Religião
5-“A Internet facilitou o acesso à informação, mas também
restringiu a capacidade de
reflexão das pessoas.” (Espcex – 2008)
Com base na afirmação acima, construa um texto dissertativoargumentativo, posicionando-se quanto
à idéia expressa na frase.
Conclusão: “Frases vaselinadas”
1 "Não existe um caminho para a paz; a paz é o
caminho." (Mahatma Gandhi Mohandas
Karmchand Gandhi, pacifista indiano, 18691948)
-“Um olho por um olho acabará por deixar a
humanidade toda cega”
2-"Nós devemos ser a transformação que
queremos ver no mundo." (Gandhi)
3- Os preconceitos têm mais raízes do que os princípios
(Maquiavel)
4-Com organização e tempo, acha-se o segredo de fazer
tudo e bem feito – (Pitágoras)
5- Um país se faz com homens e livros (Monteiro Lobato)
6- É mais fácil quebrar um átomo do que um preconceito
(Albert Einstein)
7- Educai as crianças para que não seja necessário punir os
adultos (Pitágoras)
LEGENDA–2011
(Listagem dos itens utilizados na correção das redações)
Direitos autorais – Professor: Vanderson Caliari
Lembre-se sempre: o escritor competente é aquele capaz de corrigir o próprio texto.
1. Falta de coerência (“coerência deve ser entendida como unidade do texto. Um texto coerente é um conjunto harmônico, em
que todas as partes se encaixam de maneira complementar de modo que não haja nada destoante, nada ilógico, nada contraditório,
nada desconexo. No texto coerente, não há nenhuma parte que não se solidarize com as demais”. [Desse modo,] “a coerência,
responsável pela continuidade dos sentidos no texto, não se apresenta, pois, como mero traço dos textos, mas como o resultado de
uma complexa rede de fatores de ordem lingüística, cognitiva e interacional”);
1A = Erro na articulação, isto é, confuso, mal estruturado. É preciso refazer o trecho;
1B = Idéias contraditórias e/ou não condizem com a realidade(o mundo textual tem que ser compatível com o mundo que o
texto representa –
Exemplo: “...pois o Brasil não possui carvão e o que tem não é de boa qualidade”);
1C = Quebra da continuidade (Exemplo: “ Muitos jovens que apresentam como características pessoas saudáveis, com um
ritmos de vida muito agitados e principalmente com um objetivo de vida. Essa caracteristica são normais para essa faixa
etária”);
1D = Falta de progressão (Raciocínio tautológico/ As informações não progridem. São apenas repetidas com palavras
diferentes);
2. Falta de coesão ( coesão: são os fatores que dão conta da estruturação da seqüência superficial do texto, isto é, são os
mecanismos formais de uma língua que permitem estabelecer, entre os elementos lingüísticos do texto, relações de sentido.[Ou
ainda] A coesão é uma relação semântica entre um elemento do texto e algum outro elemento crucial para a sua interpretação e,
por estabelecer relações de sentido, diz respeito ao conjunto de recursos semânticos por meio dos quais uma sentença se liga com
a que veio antes.[Assim sendo] Cada ocorrência de um recurso coesivo no texto denomina-se “laço”, “elo coesivo”);
2A = Uso incorreto do conectivo;
2B = É necessária a utilização de um conectivo;
2C = O pronome, o termo destacado ( e/ou palavra, expressão) não retoma de modo correto o antecedente ao qual se
refere (ou não faz referência a nenhum termo antecedente; ou,ainda, não antecipou a palavra, a expressão
adequadamente) ;
2D = Erro na ordem das palavras. Veja alguns exemplos: “Durante o namoro, Carlos pediu que Maria se casasse com ele
várias vezes” / “... porque os riscos que se tem com a clonagem são muito grandes, causando um espanto nas pessoas,
retardando seu sucesso” / “Vinho tinto de mesa doce” / “Leite de cabra em pó começa a ser vendido na segunda feira
(manchete do Jornal do Brasil –1991);
3. Observar concordância (verbal e nominal) – “...essas pessoas não percebe...” / “...tem muito jovem que são doido.”;
4. Observar regência (verbal e nominal) – “Assistir a um cinema”;
5. Erro de pontuação;
6. Erro de grafia;
7. Erro de acentuação gráfica;
8. Erro de colocação pronominal (para você lembrar do que se trata: o(s), a(s) / lhe(s) / lo(s), la(s) / no(s), na(s) / se);
9. Repetição excessiva de palavras. Procure sinônimos. Tal procedimento demonstra riqueza vocabular.
10.Impropriedade vocabular – A: utilização incorreta de um termo; B:ficou estranho, inapropriado; C: linguagem coloquial;
D: evite metáforas exageradas; E: evite termos chulos, palavras de baixo calão );
11. Não generalize, não seja radical ( “os jovens não acreditam neles mesmos” / “os políticos são desonestos”);
12. Prefira a 3ª pessoa (evite os termos: “na minha opinião”, “eu acho”...);
13. Erro de paragrafação (mudança incorreta de parágrafo / ou é preciso separar as idéias em parágrafos);
14. Erro: maiúscula/minúscula;
15. Aumentar o espaço do parágrafo;
16. Utilização incorreta da margem(não deixe espaço exagerado nas linhas em relação às margens / ou não ultrapasse a
linha da margem );
17. Erros no título – A: grifado, B: unido ao texto, C: fora do centro, D: grande, E: uso incorreto das aspas, F: estranho, sem
sentido ); G: sem título;
18. Não use o título (a idéia ) para começar o texto (Exemplo- título: “A corrupção no Brasil” — início do texto: “Esse é um
problema muito grave em nosso país. Para resolvê-lo é preciso...”);
19. Rima / Eco ( Exemplos: “Os cientistas não estão tão preocupados...” / “De repente a gente sente um ambiente diferente...”)
20. Não use gírias; Exemplos: “Em 90, a casa cai (...) E deixa nas mãos do povo a batata quente” ;
21. Não use clichês / chavões / provérbios ou ditos populares ... ( “Violência gera violência” / “A união faz a
força”)
22. Vício de linguagem ( A=ambigüidade, B=cacofonia [havia dado], C=pleonasmo [Por muitos anos conviveram juntos],
D=estrangeirismo [stress /estresse – cocktail / coquetel], E=colisão [pesquisas provam por que pessoas procuram perigo]);
23. Retirar do texto;
24. Colocar no texto;
25. Está faltando vocábulo ou expressão;
26. Frase com estrutura sintática incompleta;
27. Falta de paralelismo (sintático ou semântico) – Exemplos: “ Ajudar e cuidar da criança” / O ser humano nasce,
cresce, evolui e sorri...”;
28. Erro de crase;
29. Erro na conjugação do verbo;
30. Rasura / Corretivo;
31. Evite abreviações. Exemplos: c/ (com), p/ (para), s/ (sem);
32. Não converse com o leitor e/ou evite dar conselhos 33. A letra dificultou a leitura da palavra;
34. Erro na separação silábica;
35. Coloque por extenso;
36. Termo (ou expressão) vago;
37. Uso exagerado de adjetivos: é preciso sobriedade na hora de utilizar os adjetivos;
38. Não diga o óbvio ( “Na época de Cristo não havia hindústrias para poluir...” ENEM – 2001)
39. Não exagere na utilização de termos eruditos (Essa tática é perigosa, pois dificilmente impressionará o
examinador)
40. Refacção (ação de refazer): refaça o texto e devolva a nova versão grampeada com a original;
41. A letra não precisa ser bonita, mas é fundamental que seja legível. Desse modo, fique atento(a) aos problemas apontados (nº.
33) e procure corrigi-los. Não conte com a paciência e boa vontade do examinador;
42. Evite períodos longos. A utilização do ponto final — no desenvolvimento das idéias — contribui para a construção de um
texto mais claro, mais organizado e, portanto, mais coerente. Além disso, trechos longos, separados apenas por vírgulas,
geralmente estão carregados de prolixidade, ou seja — um discurso fastidioso(tedioso, enfadonho, chato);
43. Jamais analise os temas propostos movido por emoções exageradas. Não devemos deixar nossas emoções interferirem na
análise equilibrada e objetiva que precisa transparecer em nossas dissertações. Só assim, com a predominância da argumentação
lógica, ela se mostrará convincente;
44. Aumente o tamanho da letra;
45. Diminua o tamanho da letra;
46. Não deixe espaço exagerado entre as palavras;
47. Evite a letra em caixa alta (só letra maiúscula);
48. Não entregue mais redação a lápis;
49. A: cópia parcial da coletânea / B: cópia total da coletânea — Procure estudar, com maior atenção, os conceitos de
intertextualidade.
50. A: não usou a coletânea de modo adequado / B: não usou a coletânea;
51.1 Citação feita de modo incorreto – pode ser: A – sem aspas ; B – modificou parte do texto citado e colocou entre aspas ; C –
não citou a
fonte / ou citou de modo inadequado;
51.2 A: fuga parcial ao tema / B: fuga total ao tema;
52. Tipologia textual incorreta ( trocou a tipologia textual: narração – descrição – dissertação);
53. Não abordou a questão-tema de forma satisfatória. É interessante que a opinião do redator apareça de forma clara (e/ou “não
fique em cima do muro”);
54. Irrelevante e/ou desnecessário — retire do texto;
55. Não utilize sua dissertação para propagar doutrinas religiosas. A religião, qualquer que seja ela, é uma questão de fé; a
dissertação, por sua vez, é uma questão de argumentação, a qual se baseia na lógica. São, portanto, duas áreas situadas em
diferentes planos. Não há como argumentar de modo convincente com base em dogmas religiosos; os preceitos da fé
independem de provas ou evidências constatáveis. Torna-se, assim, totalmente descabido fundamentar qualquer tema
dissertativo em idéias que se situem em um plano que transcende a razão;
56. Prolixidade / Redundância / Procure ser mais objetivo: analisar o assunto de forma mais sintética, mais direta;
57. É preciso explicar melhor essa palavra, idéia ou frase – o contexto onde está inserida não traz informações suficientes para a
compreensão do leitor;
58. Frase solta, descontextualizada. É preciso adequá-la melhor ao contexto, através dos recursos coesivos;
59. Não é conveniente destacar no texto, através de grifo, cores ou letra maiúscula ou diferenciada, palavra expressão ou
frase;
60. É preciso completar essa idéia ( parece que a frase ficou reticente, que está faltando uma conclusão do pensamento
exposto);
61. Procure analisar criticamente o assunto, evitando abordar apenas informações de modo superficial;
62. Falha na proposta de solução — A: superficial; B: insuficiente; C: inadequada; D: Fique atento! Tenha cuidado ao
utilizar a palavra conscientizar. Ela já virou “moda” nas redações de vestibular. Portanto, quando é usada isoladamente, é
vista como algo “oco”, superficial, que implica em evidente falta de originalidade, criatividade;
63. Evite dar conselhos;
64. Procure estudar mais, escrever com maior atenção! Você está errando muito — A: acentuação; B: ortografia; C:
pontuação; D: coesão e coerência;
65. Esse / Este – Essa / Esta – Isso / Isto — procure estudar o emprego dos pronomes demonstrativos;
66. Onde ( refere-se a lugar – não há idéia de movimento, ação – “ Onde você está?” / Aonde (indica movimento,
deslocamento – “Aonde você vai?” )
67. A ou Há ? Quando se referem à idéia de tempo: A = a tempo futuro – Ex.: chegaremos daqui a três minutos. / Há = a
tempo passado – Ex.: Estamos aqui há três minutos.
68. Mas = porém (idéia de contradição, adversidade) / Mais – na maioria dos casos é contrário de menos (idéia de soma,
acrescentamento);
69. Consistência argumentativa (Qualidade da argumentação / Grau de informatividade — “verificar a capacidade do
texto de acrescentar ao conhecimento do recebedor informações novas e inesperadas”. [Fique atento!] “Um texto com baixo
poder informativo, que não fornece os elementos indispensáveis a uma interpretação livre de ambigüidades, ou que se limita a
repetir coisas que nada somam à experiência do recebedor, tem como efeito desorientá-lo ou irritá-lo, ou simplesmente não
alcançar sua atenção. Tende a ser rejeitado. Mesmo que não chegue a ser tomado como não-texto, é avaliado como produção de
má qualidade, com a qual não vale a pena perder tempo. Em suma, mesmo para textos coerentes e coesos, um baixo poder
informativo tem como resultado uma baixa eficiência pragmática[, ou seja, pouquíssima aceitatabilidade]” In: Maria da Graça
Costa Val, em: Redação e Textualidade – Ed. Martins Fontes.):
Excelente = 1 / Boa = 2 / Regular = 3 / Insuficiente= 4;
70. Observação geral sobre o texto (Nível global da qualidade do texto) – possível variação dos valores:
Excelente = A [8.5 - 10.0]
3.4]
/ Bom = B [6.0 - 8.4] / Regular= C [3.5 - 5.9] / Insuficiente = D [0.0 -
Observações.: 1- os itens 69 e 70 aparecerão em todos as redações, pois são eles que contribuem em maior
proporção para definir o valor do texto.
2- É preciso que fique bem claro: a nota atribuída ao texto de vestibular — e a tantos outros em
diferentes épocas e contextos— é algo impreciso, impossível de alcançar a unanimidade, pois, além
de todas as regras e técnicas utilizadas como instrumentos de avaliação, contém uma boa dose do
olhar subjetivo do leitor-corretor. Se não fosse assim, a maioria dos concursos e vestibulares (sérios,
honestos) não teria a necessidade de submeter as redações a dois corretores, como ocorre no
ENEM, por exemplo.
“E se as cabeças fossem quadradas?
E se bastassem três acordes?
E se ciência e religião fizessem as pazes?
E se fosse possível prever o futuro?
E se?
Questione.
Descubra.
Mude.
O conhecimento é irresistível.”
Boa sorte e fé em Deus! /Prof. Vanderson Caliari
17 de outubro de 2011
Mas lembre-se: sorte é quando preparação encontra oportunidade!
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