ACADEMIA BRASILEIRA DE DEFESA
Pro Patria
Presidente
Prof.ª Dr.ª Aileda de Mattos Oliveira
Alte.-Esq. Alfredo Karam
Cel. Aer. Antônio Celente Videira
Uma Sociedade Autista
De CNV e Lava-a-Jato Cerebral
Prof. Antoniolavo Brion
Jorn. Aristóteles Drummond
Gen.-Ex. Carlos Alberto Pinto Silva
Prof. Dr. Denis Lerrer Rosenfield
Alexandre Garcia supôs, em um de seus brilhantes textos, que a presidente
fosse autista, por não ver, como não via o antecessor, o que ocorre a sua volta.
Infelizmente, não é. Ela sabe muito bem o que quer e o que faz.
Autistas somos nós.
Dr. Emílio A. Souza Aguiar Nina Ribeiro
Gen.-Div. Francisco Batista Torres de Melo
Prof. Dr. Francisco Martins de Souza
Cel. Ex. Gelio Augusto Barbosa Fregapani
Dr. Gustavo Miguez de Mello
Dr. Herman Glanz
Maj.-Brig. Hugo de Oliveira Piva
Vice-Alte. Ibsen de Gusmão Câmara ✝
Ten.-Brig. Ivan Moacyr da Frota
Prof. Dr. Ives Gandra da Silva Martins
Dep. Fed. Jair Messias Bolsonaro
Prof. Dr. João Ricardo Carneiro Moderno
Sen. José Bernardo Cabral
Dr. Luciano Saldanha Coelho
Cel.-Av. Luís Mauro Ferreira Gomes
Gen.-Ex. Luiz Cesário da Silveira Filho
Gen.-Ex. Luiz Gonzaga Schroeder Lessa
Econ. Marcos Coimbra
Emb. Marcos Henrique Camillo Côrtes
Prof.ª Dr.ª Maria Helena de Amorim Wesley
Prof.ª Dr.ª Mina Seinfeld de Caracushansky
Ten.-Brig. Octávio Júlio Moreira Lima ✝
Vice-Alte. Othon Luiz Pereira da Silva
Dr. Paulo Antônio Uebel
Gen.-Ex. Paulo Cesar de Castro
Ten.-Brig. Reginaldo dos Santos
Gen.-Ex. Rubens Bayma Denys
Desemb. Semy Glanz
Ten. R/2 Sérgio Pinto Monteiro
Vice.-Alte. Sérgio Tasso Vasquez de Aquino
Maj.- Brig. Umberto de Campos Carvalho Netto
O Brasil vive uma situação esdrúxula. Parece que o uso de
técnicas de desinformação – verdadeiras lavagens cerebrais desenvolvidas nos porões da Gestapo e da KGB, muito bem adaptadas aos
porões não menos imundos do partido do governo – não impediu as
pessoas de verem os fatos, mas lhes tirou a capacidade de interpretá-los
corretamente.
O homo medius brasileiro aceita, como justificativa para o
assalto violento, o fato de que outros já tenham praticado pequenos
furtos antes, e se considera culpado pela violência sofrida.
Quando um governante demagogo diz que vai tirar dos ricos
para dar aos pobres, até quem ganha 20 salários mínimos, um tanto
mais, um tanto menos, por exemplo, considera-se um pobretão e se vê
como candidato a receber as benesses e usufruir do suor alheio, sem
perceber que, para o governo petista, ricos são os que ganham mais
de 3 salários mínimos. Os verdadeiramente ricos nada sofrerão –
por enquanto. Ele, que, ganha os tais 20 salários mínimos, é que
sofrerá perdas sucessivas para ajudar o seu hipotético benfeitor a
trocar bolsas por votos e se eternizar no poder. Quando descobrir o
engodo, será tarde demais: já se terá transformado, ele mesmo, em um
bolsista dependente.
Da mesma forma, aceita que o governo achate as aposentadorias na vã esperança de que disso resulte transferência de renda em
seu favor, mais uma vez, sem perceber que jamais verá um desses
centavos, pois todos os cifrões serão desviados para enriquecer a
nomenclatura avara e corrupta que assaltou o poder no País.
É nesse quadro, que, toda vez que o governo se sente ameaçado pelos mecanismos constitucionais de defesa da Nação contra os
crimes praticados por seus integrantes, surgem virulentas campanhas
de desmoralização das Forças Armadas.
Um caso antológico foi a tentativa de imputar aos militares o assassinato dos ex-presidentes
João Goulart e Juscelino Kubitscheck, mortos, respectivamente, por enfarto do miocárdio e em acidente
automobilístico. Ainda que todas as perícias contratadas, a peso de ouro, em ditaduras comunistas, não
encontrassem nenhuma evidência dos crimes alegados, insistem, em propagar tal hipótese absurda, no
caso de João Goulart. A fortuna em dinheiro público que se gastou com as referidas pericias teria sido
muito mais bem empregada, se usada para apurar os assassinatos dos prefeitos de Santo André, Celso
Daniel, e de Campinas, Toninho do PT.
Outra evidência de autismo social é sujeitarem-se as Forças Amadas a permanência prolongada, praticamente definitiva, no exercício de atividades policiais. Esse emprego somente caberia, se
de curta duração e para eliminar, rapidamente, as ações criminosas organizadas que ultrapassassem a
capacidade de resposta das Polícias, mas sempre orientadas para o interesse público do Estado.
O emprego das Forças Armadas em missões permanentes de “Garantia da Lei e da Ordem”,
para dar sustentação a governos incompetentes e corruptos, é tão criminoso quanto criminosas são as
ações dos bandidos que irão combater.
Hoje, foi divulgado o relatório da comissão nacional da verdade – cnv (sic), mais um deliberado ato indigno, próprio da campanha sórdida contra as Forças Armadas. Como previsto, ele contém
um festival de mentiras, insinuações e parcialidades. Mas não há surpresa nisso. Tal relatório, rebento
monstruoso, de 2000 páginas, jamais seria equilibrado e imparcial, porquanto trabalho executado por
perdedores rancorosos e inconformados por terem sido impedidos de instalar, no Brasil, um regime
totalitário, pautado no hibridismo ideológico de esquerda, por seguirem distintas linhas das mais radicais, em cujos objetivos finais, no entanto, convergiam: a destruição do Estado democrático brasileiro.
As recomendações propostas pelos comissários são um festival de más intenções pré-fabricadas,
muitas defendidas pelos vândalos em suas manifestações de rua. Vejamos algumas.
Para começar, insistem no chavão de que as Forças Armadas devem esquecer o bem que fizeram, e pedir perdão pelo mal que não fizeram. Não vimos, porém, os terroristas (esses, sim, devedores
de muitos pedidos de perdão) pedirem perdão à Nação pelos inocentes que mataram ou mutilaram.
Propõem, também, a proibição das comemorações da redentora Revolução Democrática de
31 de Março, mas continuarão a incensar seus companheiros bandidos e terroristas, nacionais e internacionais. Proibições desse tipo somente existem nas piores ditaduras!
A comissão não pediu a revogação explícita da Lei da Anistia. Isso poderia ser perigoso para
eles mesmos. Simplesmente, pedem que a lei somente se aplique a uma das partes envolvidas, excluindo-se os agentes do Estado que os combateram e derrotaram, ignorando todos os crimes que seus
correligionários terroristas cometeram.
Por outro lado, o relatório insistiu na opção preferencial pelos criminosos, ao pretender a desvinculação dos institutos médicos legais e dos órgãos de perícia criminal das secretarias de segurança
pública e das polícias civis; a dignificação do sistema prisional e do tratamento dado ao preso; a extinção
da Justiça Militar estadual; a exclusão de civis da jurisdição da Justiça Militar federal; a eliminação da
figura do auto de resistência à prisão. Tudo pensado para assegurar a impunidade e “dar boa vida” aos
criminosos, proclamados pelas ideologias de esquerda como vítimas das elites exploradoras. É inquestionável que o sistema prisional e o tratamento aos presos clamam por urgentes melhorias, mas, antes
disso, é indispensável dignificar o atendimento do SUS aos não-criminosos e melhorar o tratamento
dado ao cidadão comum, particularmente aos idosos, todos frequentadores de extensas filas para serem
atendidos, quando o são.
A explicação para essa opção irracional é-nos dada pelo Professor Edgard Leite Ferreira Neto,
fruto de suas pesquisas em fontes do comunismo internacional:
“A luta política marxista atua também no sentido de conspirar contra as leis e as estruturas
existentes, tidas como instrumentos de preservação do poder. Haveria, assim, diferenças de qualidade entre o crime comum e a ação revolucionária, mas ambas ações estariam impregnadas da
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mesma inclinação crítica ao poder. A convergência dos dois movimentos, em certas circunstâncias
confirma tal perspectiva”. (In Revista Aeronáutica, Rio de Janeiro, p. 44 - 45, 01 mar. 2014).
(http://pt.scribd.com/doc/214532426/Revista-Aeronautica-n-286-Edicao-Comemorativa).
A cnv não cumpriu a Lei que a criou, nem na abrangência, nem no tempo, deixando de apurar
os abusos contra os direitos humanos praticados pelos terroristas, no que eles chamam de “luta armada”,
ou cometidos fora do período dos governos militares, como também não cumpriu o objetivo de “promover a reconciliação nacional”, uma vez que somente tem aumentado os ressentimentos, com sua
parcialidade escandalosa. Igualmente não assegurou o “direito à verdade histórica” nem “à memória”,
pois, ao contrário, só tem deturpado os fatos, encenando a maior fraude histórica deste País e registrando, a título de memória, vergonhosa obra de ficção mal-intencionada.
Por outro lado, ultrapassou os limites de sua competência ao propor a punição dos agentes do
Estado por ela acusados, arbitrariamente, como, também, ao propor mudanças no ensino militar, um
dos melhores do Brasil, talvez o único voltado exclusivamente para os interesses nacionais e, até hoje,
imune à contaminação ideológica sectária, apátrida e de inspiração e financiamento alienígenas.
A maior das ignomínias, no entanto, foi praticada ao acusaram, irresponsável e criminosamente, da prática de crimes pessoas inocentes, de reputação ilibada, brasileiros abnegados, verdadeiros
estadistas, a quem muito deve a Pátria.
Por tudo isso, esse relatório inútil deveria ser considerado nulo de pleno direito.
Finalmente, o maior de todos os autismos é o que acomete a maioria dos políticos que se
dizem de oposição e dos jornalistas “politicamente corretos”, quando fazem coro com os governistas e
insistem em falar de uma ditadura que não houve, há meio século, e fingem não ver a que já está
instalada no Palácio do Planalto, e se agrava a cada dia.
Embora procurem negá-lo, os Militares também são cidadãos, e em sua esmagadora maioria,
excelentes cidadãos que, voluntariamente, abriram mão de alguns dos seus direitos mais básicos para
mais bem defender a Pátria. Eles não querem o poder, como nunca quiseram. Somente agiram em
momentos extremos, para salvar o que restava da destruição imposta por maus brasileiros.
Foi para atender ao pedido de socorro da Nação que, em 1964, a sociedade viu-se obrigada,
no exercício da mais sagrada legítima defesa, a impor ordem ao caos pela força das armas, justamente
para impedir que esse grupo, hoje no poder, implantasse, no País, a ditadura que, parece, está em vias
de se consolidar.
A Marinha, o Exército e a Aeronáutica, legítimos braços armados da Nação, não se furtaram,
então, de cumprir o seu dever: atenderam ao apelo e salvaram o Brasil de ser mais uma vítima do
comunismo internacional.
Reclamam esses vis políticos e jornalistas da imposição arbitrária da vontade durante os governos ditos militares, mas, uma vez mais, fingem ignorar que isso continua a ser feito, muito mais intensamente, não obstante, sem o espírito público que sempre norteou os militares eleitos para o governo.
A ordem, quando imposta manu militari, objetivava a defesa da Pátria, de sua soberania, de seus
valores, de sua gente, e somente era praticada contra os terroristas, os guerrilheiros, os subversivos, os
corruptos, os assaltantes e os traidores da farda.
Hoje, são os corruptos, os subversivos, os guerrilheiros e os terroristas de ontem que impõem
o arbítrio per manum pecuniae, e por outros meios, contra a Nação, em defesa de seus interesses antinacionais, particulares e ideológicos, para nos minar a soberania, solapar os valores, escravizar o povo
e destruir a Pátria.
Os políticos que criticam nossos Soldados não batalham pelo bem do Brasil.
Querem, isso sim, acesso à chave do cofre e à caneta, para continuar a roubar despudoradamente
e a nomear parentes e correligionários corruptos, em um nepotismo institucional sem fim.
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Os detratores de plantão que se opõem ao governo, mas batem impiedosa e injustamente nas
Forças Armadas, e delas “fogem como o diabo da Cruz”, não percebem ser elas a última instância que
poderá salvar o Brasil, quando tudo mais tiver falhado. Não é a primeira vez, nem será a última, que
crucificam o salvador.
A decadência social e política em que vivemos foi criada pelos políticos, cabe-lhes, portanto,
colocar novamente o País nos trilhos. Adaptando-se o dito popular, pode-se dizer: “quem gerou Mateus
que o embale”. Se não o fizerem, a sociedade o fará, apesar deles.
Mas os Militares também fazem parte da sociedade e, se renunciaram a alguns direitos, não
perderam a capacidade de pensar, de ter opiniões próprias, de acompanhar os fatos políticos com a
isenção de agentes do Estado. Marinheiros, Soldados e Aviadores jamais permitirão que as Forças
Armadas se transformem em guarda pretoriana de qualquer governo ou que o Brasil deixe de ser uma
nação livre e soberana, em um Estado democrático de direito.
Lembrem-se todos: as Forças Armadas são as instituições que gozam de maior credibilidade
junto ao nobre povo brasileiro. É hora de esquecermos divergências do passado ou do presente e unirmos
todas as nossas forças contra o perigo comum que nos ameaça.
Os políticos ainda não aprenderam, mas o povo sabe.
O povo sabe que pode confiar em Deus e em suas Forças Armadas.
Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 2014
Luís Mauro Ferreira Gomes
Presidente
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