Valorize o que Deus
Colocou
em Suas Mãos
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Gérson Lima - 06/06/2006.
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emos buscado em Deus soluções e estratégias para sermos bem sucedidos
em nossa carreira cristã, familiar e profissional, especialmente em tempos
turbulentos como os de hoje. Freqüentemente oramos: “Oh, Deus! Estamos
em apuros, socorre-nos em nossas necessidades. Ajude-nos a avançar e a honrarmos
ao Senhor em nossos compromissos. Também nos ajude a suprir todas as
necessidades ao nosso redor”.
Hoje pela manhã me veio à memória a pergunta do Senhor: "Que tens em
mãos?". Então Ele me fez lembrar que quando Seus discípulos ficaram espantados
com o que fazer com a multidão no deserto com fome, e não tinham comida, Ele não
proveu algo novo, mas os levou a considerar o que Ele já havia provido e a aplicar
pela fé o que tinham em mãos. Isso era um treinamento contra a tendência humana
de esperar um milagre do céu sem nossa participação ou de buscar racionalmente
uma solução que, humanamente, seria impossível de obter no momento.
O que temos em mãos hoje? O que Deus proveu hoje? Deus estava treinando
Seus servos a confiarem plenamente Nele e a andarem no campo de Sua providência
divina, se de fato fossem ser Seus cooperadores em Sua obra. Ele também sabe que
nossa tendência é apegarmo-nos a coisas visíveis e nas que nós mesmos geramos,
no campo da lógica, no lugar de depender de Sua providência. Somos tendenciosos a
não valorizar o que Ele já providenciou no momento, pois nossa ótica carnal é
totalmente diferente da divina. Ele provê coisas pequenas para operar o milagre da
multiplicação, mas sutilmente nós queremos as grandes, as que possamos
administrar sem ser necessário Seu milagre.
Na passagem da multiplicação dos pães, vemos que Jesus já sabia o que fazer.
Ele estava provando Seus discípulos. Ele disse: "Daí-lhes vós mesmos de comer!"
(Mateus 14:16). Eles foram a Jesus e Jesus mostrou que a solução dependeria de eles
valorizarem o que Ele já havia provido. Jesus mandou-os suprirem a multidão. Ele
estava treinando Seus discípulos a serem Seus colaboradores e, para isso, Jesus faria
Sua parte, abençoando, mas eles deveriam fazer a parte deles, confiando e
valorizando o que Deus já havia provido para o momento. Cinco pães e dois
peixinhos nada são diante da grande necessidade, é verdade, mas isso quando estão
nas mãos dos homens. Quando foram transferidos das mãos deles para as do Mestre,
Ele ministrou a bênção da multiplicação e todos foram supridos. Por que somos tão
infrutíferos e não saciamos as necessidades dos que estão ao nosso redor? Porque
seguramos em nossas mãos o que Deus proveu e isso gera morte. Pedimos que Ele
faça milagres, mas nem sempre estamos dispostos a investir nas coisas que Ele
colocou em nossas mãos. Deus somente pode operar quando entregamos em Suas
mãos o que Ele colocou primeiro em nossas mãos. Antes que Ele faça um novo
milagre, Ele quer multiplicar em vida o que hoje é morte porque ainda ignoramos e
seguramos.
Com Moisés, Deus manifestou o mesmo princípio. No lugar de clamar a Deus
por milagres, ele deveria tocar com o bastão que estava em suas mãos e o Mar
Vermelho se abriria. Como disse Martin Luther King: "Esperar que Deus faça tudo
enquanto o homem não faz nada, isso não é fé, mas superstição". Nós impedimos a
bênção de Deus quando não valorizamos o que Ele já proveu.
Normalmente somos levados a dois extremos: ou lutamos com nossas forças
para fazer as coisas, sem dependermos Dele, ou esperamos negligentemente que Ele
faça tudo, sem nos movermos. Nestes dois extremos, o inimigo sempre nos induzirá
a ficarmos ofendidos por acharmos que Deus não está sendo justo em não nos
socorrer; parece que Ele nos desamparou. Mas, na verdade, Ele está procurando nos
treinar no caminho do companheirismo vivo e eficaz de sermos Seus colaboradores
conforme Seus princípios.
Por que você acha que Deus deve prover nossas necessidades? E o que temos
feito com o que Ele já nos supriu? Deve ficar claro para nós que a provisão do Senhor
sempre anda alinhada ao Seu soberano propósito. Deus nos ama, mas quer nos livrar
da vida egoísta. Ele nos ama, mas odeia nosso pecado de querermos nos relacionar
com Ele para termos benefícios próprios. Ele nos ama e deseja que O amemos ao
ponto de valorizarmos somente o que de fato merece real valor, ou seja, as coisas
que estão sustentadas pela verdade e que Deus, nosso provedor, nos destinou. Ele
não é tirano, não quer nos manipular, mas também não é irresponsável para suprirnos ao ponto de nos deixar deslizar pelo caminho dos tolos que amam a vaidade e
cultivam falsa felicidade que conduz à perdição.
O povo de Deus crucificou Jesus, o Messias, porque idealizaram um Messias
que corresponderia à vida egoísta e religiosa que levavam. Quantas coisas Ele
proveu como o melhor para nós e nós as crucificamos? Olhe ao seu redor. O que
Deus entregou em suas mãos para colaborar com Ele? Com nosso orgulho e ambição
facilmente matamos tudo que está ao nosso redor. Não matemos o que Deus nos
confiou, mas coloquemo-lo confiantemente nas mãos do Mestre diariamente para
que sejam transformadas em milagres e vida aos que estão ao nosso redor.
Deus escolheu um Davi franzino, e sua família e seu povo o ignoraram. O povo
rejeitou Moisés, os profetas, os apóstolos, o próprio Criador. À semelhança da igreja
em Corinto, que rejeitou Paulo, o apóstolo que Deus proveu, queremos líderes e
irmãos perfeitos e rejeitamos os que Ele nos deu, e isso mostra o quanto
somos rebeldes e não buscamos sujeição a Ele nem relacionamento com os santos à
maneira de Deus, mas sim anarquia e ambiente para satisfazer nosso egoísmo.
A verdade é que se desejamos de fato construir uma vida cristã saudável, um
relacionamento saudável, uma família saudável, um ministério frutífero, teremos de
nos acertar diretamente com Deus no tocante a reconhecer e valorizar o que Ele
colocou em nossas mãos, pois somente administrando adequadamente o que Ele nos
confiou é que poderemos avançar para coisas maiores. "Quem é fiel no pouco
também será no muito e quem é infiel no mínimo também o será no muito."
Esse é um dos principais motivos por que encontramos cristãos em depressão,
isolados, moribundos, divididos com outros, amargurados, porque não valorizam as
pessoas que Deus colocou ao seu redor. Esse é o motivo por que também há tantos
que buscam casarem-se e ainda estão solteiros, porque ambicionam alguém perfeito
aos seus olhos egoístas e desprezam os que Deus proveu. Esse é um dos motivos por
que fracassamos na vida profissional, no ministério, na edificação da igreja e em
tantas outras coisas, porque almejamos coisas melhores, em detrimento da vontade
de Deus, quando desprezamos o que Ele já proveu, as que, quase sempre, são coisas
humildes, pequenas aos nossos olhos entenebrecidos.
Que venhamos hoje nos render ao Senhor e procurar honrá-Lo valorizando o
que Ele já nos proveu e nos arrepender por menosprezá-lo. Peçamos a Ele para nos
ajudar a exercitar fé na Sua providência divina, transferindo para Suas mãos nossos
cinco pães e dois peixes e buscar Sua bênção de multiplicação em tudo que está ao
nosso redor. Valorizemos as pessoas que Ele nos deu, os irmãos, a casa, os bens,
etc., e aí sim abriremos caminho para Ele ampliar nossas conquistas segundo Sua
vontade.
Nossa “ambição” deve ser cumprir os propósitos de Deus através de nossas
vidas e do que Ele colocou em nossas mãos. Essa é nossa missão. Se buscarmos
nosso sucesso, virá o fracasso. Se buscarmos cumprir os propósitos de Deus,
seremos Seus colaboradores, e isso é sucesso e privilégio imerecido. Se andarmos
em Seus caminhos, Ele nos sustentará, mesmo com lutas.
O que Deus colocou em suas mãos?
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