EDITORIAL
SUMÁRIO
Referência em transplantes
O Vitória Apart Hospital deu um passo importante para sua consolidação
como um centro de captação e transplantes de órgãos no Espírito Santo,
com o credenciamento, junto à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa),
para fazer parte do programa desenvolvido pelo SUS (Sistema Único de
Saúde). Com esse credenciamento, o hospital contribui para o aumento
do acesso ao serviço e oportuniza a um número maior de pacientes a
chance de cura.
Para atender a essa demanda, o Vitória Apart Hospital, já há algum tempo,
vem se preparando, investindo em tecnologia e em profissionais altamente qualificados. Com a parceria, o hospital se torna apto a realizar, com
excelência, captação e transplante de órgãos e tecidos, como rim, fígado,
pâncreas e córneas.
Dr. Paulo Paste
Um exemplo está num transplante duplo de fígado e rim, realizado recente-
Diretor-presidente
mente no centro cirúrgico do hospital e que marcou o início das atividades
do Vitória Apart Hospital
do programa. Com o sucesso alcançado com esse procedimento, que é
raro no Brasil, o Vitória Apart Hospital confirma a sua competência para
atividades de altíssima complexidade.
Apoio Institucional
Além de toda a infraestrutura para a realização das cirurgias, o hospital
desenvolve também um trabalho de sensibilização dos funcionários e do
corpo clínico sobre a importância da doação de órgãos e tecidos para
transplantes, incentivando-os a fazer as abordagens e as notificações de
possíveis doadores. Graças a essas ações, o Vitória Apart Hospital pode
ser considerado tanto um transplantador como um notificador, atividades
que se complementam. Com isso, equipara-se aos demais centros hospitalares que são referência no País.
EXPEDIENTE
CORPO EDITORIAL
Ângela Abdo Campos Ferreira
Cristiana Gomes
Denis Moulin
Elisabeth Stein
Emídio Perin
Flávio Kataoka
Glenda Viana
Guilherme Crespo
José Aldir de Almeida
José Monteiro de Souza Netto
João Luiz Sandri
Paulo Anecio Paste
Priscila Reverete Matilha
Vinícius Gomes da Silveira
Walter J. Fagundes
JORNALISTA RESPONSÁVEL
Rita Diascanio
Contatus Comunicação
[email protected]
Tel.: (27) 3089-4100
ASSESSORIA DE IMPRENSA
Roberta Peixoto
[email protected]
Tel.: (27) 3089-4100
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
Set Comunicação Ltda.
REVISÃO
Rita Diascanio
COORDENAÇÃO
Centro de Estudos do Vitória Apart Hospital
Dr. Flávio Kataoka
[email protected]
Tel.: (27) 3201-5526
TIRAGEM
5.000 – Distribuição gratuita – Dirigida
Versão disponível no site
do Vitória Apart Hospital:
www.vitoriaaparthospital.com.br
Marketing do Vitória Apart Hospital
Vania da Cunha Mastela
[email protected]
Tel.: (27) 3201-5529
CONTATO COMERCIAL
Marketing do Vitória Apart Hospital
[email protected]
Tel.: (27) 3201-5529
Vitória Apart Hospital
BR 101 Norte, Km 2, Serra/ES
Tels.: (27) 3201-5555 / (27) 3348-5444
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ENTREVISTA
Transplante: subnotificação de morte encefálica
ainda é obstáculo para transplantes
Dr. Michel Silvestre Zouain Assbu e Dr. Márcio Maia Lamy
CUIDE-SE
Cuidados com a alimentação no verão
Equipe de Nutrição do Vitória Apart Hospital
Atenção redobrada com a pele - Dr. Ernesto Negris Neto
EM FOCO
Doação de sangue
Dr. Aminadab F. de Sousa, Dr. Arlindo Araújo Quintão
e Enfª Luciana Karla Reis
BEM ME QUER
Gravidez de alto risco: cuidados que fazem a diferença
Drª. Geisa Baptista Barros
GESTÃO EM SAÚDE
Estratégia e cenários
Heráclito Mourão de Miranda Neto
PROGRESSOS DA MEDICINA
Oxigenoterapia na pancreatite aguda grave
Dr. Flávio Kataoka, Dr. José Aldir, Tabáta Alves Domingos,
Lyanari Maria Gramlich Piva e Lívia Bussular Frigeri
ARTIGO MÉDICO
Polissonografia
Drª. Simone de Oliveira Alvarenga Prezotti
e Drª. Roberta Barcelos Couto
ESTUDO CIENTÍFICO
Epidemiologia das lesões isquêmicas encefálicas
e sua importância na prática médica
Dr. Cláudio Piras
RELATO DE CASO
Cistos esplênicos não parasitários: relato de três
casos e revisão da literatura
Dr. Flávio Kataoka
ESPAÇO ACADÊMICO E RESIDÊNCIA
Alimentação adequada para crianças
Eliany Bahiense
DESAFIO DIAGNÓSTICO
Dor cervical
Dr. Guilherme Crespo
VITÓRIA APART NEWS
Ângela Abdo
ENTREVISTA
Subnotificação de morte encefálica
ainda é obstáculo para transplantes
M I CH EL SI LV ES T R E ZO UA I N A SSBU
M Á RCI O M A I A L A M Y DE M I R A N DA
O nefrolo gis t a M i c h e l Silve s t r e Zo u ain A s s b u e o urolo gis t a M á r c i o M aia L a my
d e M ira n da, renomad os esp e cialis t as em transplante renal no E s t ad o, ab ordam, nes t a
entrevis t a, d esd e os avanços te cnoló gicos na realiz aç ão d os transplantes ao entrave da
subnotific aç ão d e mor tes encefálic as, que ainda imp ed e a d o aç ão d e órgãos. M i c h e l
Silve s t r e Zouain A s s b u é profes s or ap os ent ad o da Univer sidad e F ed eral d o E spírito
S anto (U fes) e atua hoje como profes s or as sis tente da Emes c an. Já M á r c i o M aia L a my
d e M ira n da é profes s or d e Urolo gia da U fes e membro titular da S o ciedad e Brasileira
e da A s s o ciaç ão A meric ana d e Urolo gia.
Q
uais são os grandes avanços
na área de transplantes?
Michel Assbu – O tempo maior
de preservação dos órgãos retirados
de doador não vivo é um avanço. As
drogas mais específicas e com menos
efeitos colaterais têm permitido uma sobrevida maior do órgão transplantado e
melhor qualidade de vida do paciente.
Márcio Lamy – Em relação à
Urologia, no que toca à cirurgia do
transplante renal, a maior evolução é
a retirada do rim a ser transplantado
por videolaparoscopia. Isso tende a
aumentar, em muito, a doação de rins,
pois a morbidade é menor e não deixa
cicatrizes importantes.
Qual a maior dificuldade para a
realização de transplantes no
Espírito Santo?
Michel Assbu – Assim como em
todo Brasil, a maior dificuldade é a
subnotificação de morte encefálica.
Até pouco tempo, as estatísticas mostravam que menos de 10 pessoas por
milhão de habitantes doavam seus órgãos. A estatística de 2007 aponta que
de 10 mil mortes encefálicas registradas, só a metade foi notificada.
Márcio Lamy – O grande problema
continua sendo a doação de órgãos, e
4
isso não depende só dos médicos. É
preciso haver uma mobilização e uma
conscientização da sociedade.
O Vitória Apart Hospital vem se destacando na realização de transplantes no Estado. Qual a importância
do hospital no desenvolvimento
dessa atividade?
Michel Assbu – O Vitória Apart
Hospital está iniciando uma jornada,
após seu credenciamento pelo SUS, que
tem tudo para dar certo. É o hospital com
melhor estrutura no Estado, tendo equipe multidisciplinar muito bem preparada,
pronto-socorro muito procurado, CTI’s
com grande número de leitos e plantão
24 horas de várias especialidades.
Márcio Lamy – O Vitória Apart
Hospital é o hospital melhor equipado,
tanto em estrutura e tecnologia como
em equipes qualificadas, para a realização de transplantes no Estado. A
tendência é que cada vez mais nos tornemos referência em todo o Estado.
Como o Espírito Santo se situa em relação aos avanços no transplante?
Michel Assbu – No Estado, começou-se com transplantes de rim no Hospital São José, na década de 70, mas
não houve um número que aumentasse
de modo contínuo. Porém, o Espírito
Santo já foi o terceiro estado brasileiro
transplantador de rim por milhão de habitante. No início do ano 2000, fizemos
o uso clínico no Brasil da ciclosporina
genérica, comprovando a sua eficácia
e barateando o custo da droga imunossupressora de oito para três reais. É
algo que viabilizou financeiramente os
transplantes, pois as drogas pós-transplantes são doações do SUS – Sistema
Único de Saúde.
Márcio Lamy – O Espírito Santo é
um dos primeiros em transplante renal
Dr. Michel Silvestre Zouain Assbu,
Nefrologista Clínico da Equipe
do Vitória Apart Hospital
VITÓRIA APART PROGRESS
no Brasil por milhão de habitantes. Portanto, estamos destacados no mapa
brasileiro. Também foi o Estado com
maior captação de rim cadavérico até
final de 2009.
Geralmente, transplante exige processos sofisticados e mão de obra
altamente qualificada. Daria para
descrever como são esses processos na especialidade do senhor e o
tipo de tecnologia empregada?
Michel Assbu – Sou da opinião
de que as coisas são fáceis ou impossíveis. Transplante é fácil, pois
as técnicas já estão bem sedimentadas, a experiência no mundo é
muito grande e a globalização tornou o conhecimento democratizado.
Sendo fácil, falta, então, vontade de
fazer não só dos profissionais envolvidos, mas também da conscientização da população em doar. Os mais
experientes devem aprimorar cada
vez mais as técnicas e passar seus
conhecimentos para os mais novos, incentivando-os com exemplos,
principalmente, na responsabilidade
do ato médico.
Márcio Lamy – O transplante renal tem as seguintes fases: a retirada
do rim do doador vivo ou doador cadáver, procedimento onde se trabalha
delicadamente com o órgão que será
transplantado; no receptor, temos o
implante do órgão em que as fases de
anastomose vascular (artéria e veia)
são importantes e também envolve um
trabalho com vasos delicados, onde a
anastomose não pode falhar; e culmina com o implante ureteral por várias
técnicas. A técnica de retirada do rim
para transplante só evoluiu com a videolaparoscopia, mas as técnicas de
anastomoses vasculares avançaram
muito, assim como o material (fios
mais finos e resistentes) usado nesses procedimentos.
O avanço tecnológico tem contribuído para reduzir os riscos para o paciente e favorecer a recuperação?
De que forma isso acontece?
Michel Assbu – Primeiro, a avaliação imunológica do doador-receptor aqui no Espírito Santo, feita pelo
Laboratório de Imuno Genética, é
VITÓRIA APART PROGRESS
de total qualidade, nada a dever aos
centros maiores. As técnicas cirúrgicas são amplamente dominadas,
e as complicações do ato cirúrgico
constituem exceções. Dois pontos
se destacam na parte clínica: as infecções e a imunossupressão, onde
seus agentes são usados para indução da tolerância, manutenção e
reversão da rejeição, caso ocorra.
Cada tipo de transplante e cada tipo
de doador-receptor têm esquemas
de imunossupressão próprios, facilitando a sobrevida do órgão e a qualidade de vida do paciente.
Márcio Lamy – É evidente que
sim. Não só o avanço tecnológico
veio contribuir muito, como também a experiência acumulada do
cirurgião com o aumento no número de transplantes. Obviamente,
não estou falando dos imunossupressores, dos quais o professor
Michel Assbu explana. Nessa área,
a evolução foi muito grande.
Qual a taxa de sucesso após a cirurgia?
Michel Assbu – De acordo com as
publicações, a média de sobrevida no
transplante de rim do órgão de doador
vivo relacionado é em torno de 95%, e a
do não vivo ou não relacionado fica em
torno de 85%.
Márcio Lamy – O pós-operatório
do transplante corre por conta, quase
que exclusiva, do nefrologista. O que
posso afirmar é que se um rim é bem
captado, sem lesão arterial ou venosa e uretral, o sucesso será muito
grande. A nossa equipe tem poucas
complicações cirúrgicas, e um dos
motivos é a boa preservação do rim
na sua retirada.
A lista de espera pelo transplante
no Estado vem crescendo? Quais
as maiores demandas?
Michel Assbu – Com maior conhecimento da população sobre as manifestações das doenças, os pacientes
com doença evolutiva - tipo renal, cardíaca, hepática - e que faleciam na
primeira complicação, hoje têm atendimento mais eficiente. E, havendo cuidado, principalmente de higiene e das
doenças infecciosas, eles conseguem
manter-se vivos e têm chances de re-
Dr. Márcio Maia Lamy, Urologista
da Equipe do Vitória Apart Hospital
ceber um órgão novo. Isso é um fator
de aumento da demanda, mas, em
contrapartida, existe a não notificação
da morte encefálica, em que se perdem
vários órgãos.
Márcio Lamy - Sem dúvida, as demandas maiores são nos de rim e córnea.
Que cenário o senhor vislumbra para os transplantes no
E s p í r i t o S a n t o?
Michel Assbu – Já fomos o terceiro transplantador renal por milhão de
habitante no Brasil. As novas drogas,
com novos esquemas imunossupressores, além do aproveitamento de doador não vivo com critérios expandidos
(doador idoso, tempo de isquemia fria
do órgão e tamanho do rim relacionado
ao tamanho do paciente) e a conscientização da população, deverão aumentar o número de transplantes, principalmente por ser a melhor maneira de
tratamento da insuficiência renal crônica terminal. O que o futuro nos reserva
é trabalho e a realização de tratamentos perfeitamente possíveis dentro da
nossa realidade.
Márcio Lamy – O Estado está muito
bem preparado para os transplantes em
geral. Temos médicos capacitados e boa
estrutura hospitalar. O que precisamos é
valorizar e apoiar mais os médicos que
se dedicam a essa atividade, pois eles
são os principais responsáveis pela realização dos transplantes, pesquisando e
superando dificuldades para atender às
necessidades da população.
5
CUIDE-SE
Cuidados com a
alimentação no verão
O
verão
está
chegando,
mas
organismo, ao invés de poucas re-
dicionados em recipientes próprios,
para que tudo ocorra bem, o
feições em grandes quantidades.
já que as altas temperaturas podem
cuidado com a alimentação é funda-
Começar com o café da manhã é fun-
acelerar sua degradação, além de
mental. Muitas pessoas pensam em
damental. Ele jamais deve ser esque-
aderir a dietas muito restritivas, que
cido. No almoço e no jantar, procure
prometem resultados quase imedia-
Atenção redobrada
com a pele
T
odo ano, ao se aproximar o verão,
da pele. A pele pode se tornar tão fina
ele raramente causa metástase (pro-
todos se perguntam: como proteger
que pequenas pancadas ou até um
pagação para outros locais). Já o me-
minha pele? O grande cuidado é com o
simples abraço podem provocar he-
lanoma, embora menos frequente, é
favorecerem a proliferação de bacté-
sol, pois aumenta a quantidade de ener-
matomas (manchas de sangue), prin-
mais grave e só tem tratamento quando
rias e fungos. No preparo, a higieni-
gia solar que chega à Terra. Em tempos
cipalmente nos braços. Muitos acham
detectado cedo. Quem tiver feridas que
fazer refeições leves.
zação de frutas, legumes e verduras
de perda da barreira de ozônio, a preo-
que isso é sinal de velhice. Não é. A
não cicatrizam após 30 dias ou “sinais”
tos, mas é importante lembrar que
Evite o consumo de alimentos gor-
deve ser feita de maneira rigorosa, e
cupação deve ser maior. O ideal para
culpa é do excesso de sol.
(“pintas”) que mudam de tamanho ou
não existem dietas milagrosas. A
durosos e massas com molhos pesa-
com água tratada ou então fervida. a pessoa de pele clara (e que vá, por
cor, deve procurar o dermatologista.
reeducação alimentar é o caminho
dos. Procure consumir frutas, verduras
exemplo, passar suas férias na praia) é
lasma (manchas no rosto), principal-
para
emagrecimento
e legumes, principalmente os que são
mentos pode levar à ingestão de ali-
fazer uma exposição gradativa.
com saúde e adotar bons hábitos
ricos em vitamina C (acerola, kiwi, la-
mentos contaminados. Isso adquire
alimentares se mostra como o início
ranja, limão, maracujá, morango, ve-
importância maior ao consumirmos
sol por dia, antes mesmo de entrar em
de um estilo de vida saudável.
getais verde-escuros como agrião,
alimentos em bares, restaurantes e
férias. Aumente de 1 a 5 minutos sua
O primeiro passo é avaliar a sua
brócolis, couve, espinafre e rúcula),
quiosques à beira da praia, locais
exposição a cada dia, até chegar à
ingestão de líquidos. Recomenda-
pois eles têm propriedades antioxidan-
onde muitas vezes os cuidados ne-
quantidade de tempo de sol que você
mos que seja feita na forma de água,
tes e ajudam a manter a pele saudável,
cessários são deixados de lado,
água de coco e sucos naturais (sem
combatendo os radicais livres.
seja por descuido ou pressa em
açúcar), que contêm vitaminas e mi-
nerais, diferente dos refrigerantes e
realizar
um
A falta de cuidados com os ali-
Nas mulheres, o sol agrava o me-
Micoses e assaduras aumentam no
“Não esqueça de proteger as
orelhas e lábios: são áreas
especialmente predispostas
ao câncer de pele”.
verão. O calor, a umidade, o suor e a pele
deseja. Com essa simples medida, sua
mente naquelas na faixa entre 25 e 35
tologia (www.sbd.org.br). Nele, além de
pele poderá produzir mais melanina
anos, grávidas ou que estejam usando
orientações sobre cuidados com a pele,
atender aos clientes.
capaz de protegê-lo de queimaduras.
anticoncepcional.
está a lista de profissionais que possuem
o corpo e repor as energias com um
Título de Especialista em Dermatologia.
outras bebidas gaseificadas ou al-
sorvete, escolha os que são à base de
contas você só pode aproveitar o verão
10 e 14 horas (ou entre 11 e 15 horas
pele. O carcinoma, que é o mais fre-
coólicas. A ingestão de quantidades
frutas ou frozen yogurte, sem cobertu-
uma vez por ano. Mas lembre-se de que
no horário de verão) e use bastante fil-
quente, provoca caroços ou manchas
Dr. Ernesto Negris Neto
insuficientes de líquidos (menos de
ras, caldas e outras delícias, e evite o
sua saúde é o mais importante.
tro solar. O correto é aplicá-lo 30 mi-
que depois se tornam feridas que au-
Dermatologista
2 litros), aliada à perda aumentada
consumo exagerado, pois ainda assim
nutos antes do sol: ele será absorvido
mentam gradativamente. Felizmente,
do Vitória Apart Hospital
devido à transpiração excessiva, fa-
são muito gordurosos.
Cássie Lorena E. Bravin, Marcella Sal-
pela pele e não será lavado pelo suor
vorece a desidratação, que pode ser
les, Maricarla Mastela, Úrsulla Harri-
ou banho. Reaplicações devem ser
muito grave.
dado com o preparo e a conserva-
gan e Handrezza Faria.
feitas a cada duas horas. Em pessoas
As crianças são especialmente
ção dos alimentos. Eles devem ser
Equipe de Nutrição do Vitória Apart Hospital
claras, o Fator (FPS) deve ser entre 30
vulneráveis a essa complicação e,
mantidos refrigerados e bem acon-
Se vier aquela vontade de resfriar
É fundamental também o cui-
No mais, divirta-se, pois afinal de
Comece tomando 15 minutos de
Mas não exagere! Evite o sol entre
e 45 (verifique no rótulo). Não se es-
por isso, os pais devem estar aten-
queça de proteger as orelhas e lábios:
tos à hidratação adequada de seus
são áreas especialmente predispostas
filhos, principalmente quando expos-
dica é oferecer frequentemente água,
Para mais informações, acesse o
site da Sociedade Brasileira de Derma-
do
Corpo
Clínico
Medicina Hiperbárica
Nossa pele se protege do sol pro-
la em grande quantidade e, por isso,
gumes, que são ricos em minerais e
elas conseguem uma boa proteção. Já
eletrólitos importantes para manter
a pele clara não consegue tanta efici-
as crianças por mais tempo hidra-
ência. É devido a isso que, tomando
tadas. A sede é um sinal de que já
o mesmo sol, os morenos bronzeiam
estamos desidratados.
enquanto os claros queimam.
Procure se alimentar em peque-
nas quantidades, várias vezes ao dia,
6
negras ou morenas consegue produzi-
e sempre fresca, além de frutas e le-
ou menos contínuo de nutrientes ao
molhadas e evitar tecido que retém suor.
duzindo melanina. A pele das pessoas
água de coco, em pequenos volumes
mantendo, assim, um aporte mais
é se enxugar bem, não ficar com roupas
ao câncer de pele.
tos excessivamente ao sol. Uma boa
A pior consequência é o câncer de
molhada contribuem para isso. Uma dica
O sol provoca o envelhecimento
de pele. Isso é visível pela presença de
Consumir frutas, verduras e legumes é
uma boa dica para o verão
VITÓRIA APART PROGRESS
rugas, flacidez, manchas e afinamento
VITÓRIA APART PROGRESS
Especializada em oxigenoterapia para tratamentos de
feridas, embolias, queimaduras, osteomielites, etc.
Tel.: (27) 3348-5965
Rod. Br 101 norte, km 02, 4º Andar, Carapina, Serra - ES
7
EM FOCO
Doação de sangue
A
doação de sangue é um procedi-
quetas), e assim estar disponível para
mento pelo qual um doador volun-
os momentos de necessidade. Esse é
tário tem seu sangue coletado para ar-
o nosso grande desafio!
mazenamento no Banco de Sangue e
subsequente transfusão em pacientes
suir um histórico de guerras, sua população
que dele necessite. É um ato simples,
não tem a cultura da doação de sangue. En-
rápido e seguro. Essa coleta consiste
quanto nos países europeus 5% da popula-
na retirada de cerca de 450ml de san-
ção é doadora de sangue regularmente, no
gue, através do uso de material 100%
Brasil apenas de 1,7% a 1,8% da população
descartável. O tempo de permanência
com idade entre 18 e 65 anos é doadora.
do doador no Banco de Sangue, in-
Desses, 50% são doações de reposição,
cluindo coleta e triagem, é de aproxi-
feitas por familiares, amigos e conhecidos
madamente 30 minutos.
para pacientes específicos. Esse número é
Seguindo as normas do Ministério
insuficiente para cobrir toda a necessidade
da Saúde, todos os candidatos à doa-
de sangue - estima-se que sejam necessá-
ção são entrevistados antes do proce-
rias 5.500 bolsas por dia no País.
dimento (triagem clínica). Também são
realizados testes que objetivam aferir a
Mundial da Saúde (OMS), é ter entre 3% e
aptidão para a doação e a segurança
5% da população doando anualmente, o
do doador e do receptor. No sangue
que manteria os estoques regularizados.
doado são feitos os seguintes exa-
Vale lembrar que há períodos cruciais
mes: classificação sanguínea ABO e
durante o ano, em que o estoque che-
Rh, pesquisa de anticorpos irregulares
ga a níveis alarmantes, trazendo grande
(PAI), testes sorológicos para Hepatite
risco para todos nós, como os períodos
B e C, Doença de Chagas, Sífilis, HIV I/
de Carnaval e de festas de fim de ano.
II (AIDS) e HTLV I/II. Esse procedimento
Doar sangue significa garantir que vidas
se repetirá após cada doação e os re-
podem ser salvas quando em riscos.
sultados são comunicados ao doador.
A transfusão de hemocompo-
sangue aos 18 anos e doar apenas
nentes (concentrado de hemácias,
duas vezes ao ano, não parando até
concentrado de plaquetas, plasma,
atingir os 65 anos de idade, contribuirá
etc) se faz necessária em muitos pa-
com 94 bolsas (aproximadamente 42
cientes que estão em tratamento de
litros de sangue) e poderá salvar até
câncer, em cirurgias de grande porte,
282 vidas. Essa é a meta. Se todos do-
acidentes com perdas de sangue e em
arem, sangue não vai faltar.
Se uma pessoa começar a doar
muitas outras situações de urgência e
emergência, daí a necessidade de se
manter um estoque regular para enfrentar essas situações.
A ciência e a tecnologia, embora
muito avançandas, ainda não encontraram um substituto artificial eficiente para o sangue humano. O mesmo
deve ser doado e estocado (a validade
é muita curta, 35 dias para os glóbulos
vermelhos e cinco dias para as pla8
Gravidez de alto risco:
cuidados que fazem a diferença
No Brasil, em função de o País não pos-
A taxa ideal, segundo a Organização
Dr. Aminadab F. de Sousa
Hematologista do Vitória Apart
e Coordenador Clínico Unihemo
Dr. Arlindo Araújo Quintão
Hematologista do Vitória Apart
e Diretor Geral Unihemo
Enfª Luciana Karla Reis
Coordenadora Área Técnica
da Unihemo do Vitória Apart Hospital
BEM ME QUER
Paciente no momento da doação
REQUISITOS PAR A
A DOAÇÃO
• Estar em boas condições
de saúde;
• Observar os intervalos entre
as doações de sangue (mulher
90 dias e homem 60 dias);
• Ter idade entre 18 e 65 anos e
pesar mais de 50kg;
• Ter dormido pelo menos 6 horas completas;
• Não estar de jejum há mais
de 4 horas e, se após o almoço,
aguardar 2 horas;
• Não ter ingerido bebida alcoólica nas últimas 12 horas;
• Não ter fumado cigarros
pelo menos uma hora antes
da doação;
• Não apresentar sinais e sintomas de resfriado, gripe, alergias ou qualquer infecção viral
ou bacteriana;
• Não estar em tratamento ou
uso de medicamentos como:
antibióticos, anti-inflamatórios,
fórmulas de emagrecimento,
antiepilépticos, antipisicóticos,
anticoagulantes, entre outros,
pois a maioria deles contraindica a doação.
• Não estar grávida, amamentando há menos de 12 meses ou
ter abortado nos últimos
três meses.
P
ara muitas mulheres, ser mãe é
saúde, como hipertensão, doenças
de risco, eles dividem com os obstetras
um sonho muito especial. Mas
cardíacas, renais, pulmonares, infec-
algumas decisões importantes, como o
esse momento tão mágico, muitas ve-
ciosas e epilepsia. Quem se enquadra
melhor momento para o nascimento do
zes, pode se tornar preocupante para
nessas situações deve redobrar os
bebê em casos de prematuridade.
a futura mamãe e para o bebê quando
cuidados com o pré-natal.
se trata de uma gravidez de alto risco.
Controle pré-natal - A pediatra Geisa
bém escolher criteriosamente o local onde
Segundo dados do Ministério da Saú-
Barros, da Clínica Perinatal Vitória, lem-
terão seus filhos. “Um espaço com suporte
de, cerca de 15% das gestantes brasi-
bra que as gestantes de alto risco devem
qualificado, equipe de profissionais multi-
leiras vivem essa situação.
se submeter a um controle pré-natal di-
disciplinar e estrutura hospitalar completa
Gestantes de alto risco precisam tam-
Caracterizada como uma gravidez
ferenciado, tanto nos cuidados quanto
são imprescindíveis”, ressalta a médica.
que pode afetar seriamente tanto o
no número de consultas. “Com um ade-
desenvolvimento e a saúde do feto ou
quado planejamento familiar e pré-natal,
Vitória Apart Hospital, onde a Clínica
do recém-nascido quanto à saúde da
uma boa assistência ao parto e cuidados
Perinatal Vitória se encontra instalada.
mãe, esse tipo de gestação exige uma
apropriados após o nascimento da crian-
Entre outros diferenciais, a unidade
atenção especial do obstetra.
ça, tanto a mãe quanto o bebê podem ter
conta com Espaço Bebê, onde familia-
uma boa saúde”, explica.
res e amigos podem relaxar e descan-
tante que o médico identifique, o mais
Além dos obstetras, os neonatolo-
sar enquanto acompanham a criança
rápido possível, os problemas existen-
gistas, que são os pediatras que cuidam
na UTI Neonatal, e o serviço SOS Ma-
tes, e faça um diagnóstico das doen-
dos recém-nascidos, também fazem con-
mãe, que orienta e dá suporte às mães
ças ligadas à gravidez. Com isso, é
sultas de pré-natal de gestantes quando
após a alta dos pequenos.
possível iniciar o tratamento e tomar
têm a oportunidade de orientar os pais
os cuidados necessários.
sobre os cuidados com os filhos durante
infantil, centro cirúrgico exclusivo para
o primeiro mês de vida. Nas gestações
gestantes e equipe com pediatras,
Nesse momento, é muito impor-
Fatores de risco - Os fatores que po-
Tudo isso pode ser encontrado no
“Nós temos, ainda, UTI adulto e
dem causar esse tipo de gestação não
são poucos. Entre eles, os mais comuns
são a idade da mãe - menor que 17 e
maior que 35 anos; a exposição a agentes físicos, químicos e biológicos nocivos; a altura da gestante - menor que
1,45m - ou peso inferior a 45kg e maior
que 75kg; os problemas nas gestações
anteriores; a alteração no volume do líquido amniótico e diabetes gestacional.
Também são fatores de risco: bebê
pequeno ou grande demais no útero,
trabalho de parto prematuro ou gravidez prolongada, hemorragias na gestação, pré-eclâmpsia ou eclâmpsia, alterações no ganho de peso da gestante e
Rh negativo da mãe.
Merecem, ainda, atenção especial
por parte dos médicos, problemas de
VITÓRIA APART PROGRESS
VITÓRIA APART PROGRESS
9
BEM ME QUER
GESTÃO EM SAÚDE
anestesistas, obstetras, fisioterapeutas,
Estratégia e cenários
fonoaudiólogos, enfermeiros, psicólogos e consultores especialistas em todas as áreas”, conta a pediatra Geisa
A
Barros. Além disso, a estrutura hospita-
grande maioria dos gestores de
Adivinhar ou não nada tem a ver
nossas margens de lucro decaíssem em
negócios teve contato com plane-
com a arte da estratégia. Não precisa-
18%. O problema é que, por mais influente
jamentos estratégicos, seja de forma
mos saber exatamente se o valor do
que uma organização possa ser, ela não
de pré-parto e parto natural.
direta, como desenvolvedores e imple-
dólar no final do ano que vem estará na
controla todas as variáveis do mercado.
“Nosso objetivo é oferecer às mães
mentadores dos mesmos, ou de forma
casa do R$ 1,60. Mesmo que isso pu-
A esses eventos que estão fora do alcan-
toda a infraestrutura necessária para ela
indireta, como auxiliares nas execuções
desse nos ajudar de forma substancial.
ce das empresas denominamos Fatores
se sentir segura e ter seu bebê com saú-
dos planos de ações estratégicos.
O que necessitamos é ter a capacidade
Externos Incontroláveis (FEI). Variações
de. Até mesmo quando ela vai pra casa,
Os planos estratégicos são os ma-
para movimentar nossa empresa de tal
cambiais, crises internacionais, chuvas
cro-orientadores das organizações. São
maneira que ela tire o melhor proveito
torrenciais, golpes de estado, etc, fazem
esses planos que interpretam as varia-
possível da realidade que se mostrou
parte desse rol de episódios.
ções e as tendências do ambiente inter-
na ocasião, mesmo que o dólar tenha se
no, quantificando e analisando as intensi-
posicionado em R$ 1,75.
ciocínio, não podemos ficar estáticos e
dades das forças e fraquezas presentes
Sendo assim, alguém poderia afir-
lamentar que nossas previsões para a
no ambiente empresarial. Além disso, for-
mar: então, estratégia é uma série de
variação cambial não foram as melho-
necem informações consistentes sobre o
suposições sem fundamento. Isso não
res. Devemos lançar mão das alterna-
ambiente externo, analisando as tendên-
é verdade. Tal como a Física Quânti-
tivas elencadas no planejamento estra-
cias dos mercados, as oportunidades e
ca, estratégia é lidar com a incerteza.
tégico para os cenários B ou C, já que
as ameaças que provêm dos mesmos.
É perceber ondas de probabilidade e
o cenário A não se configurou.
lar tem banco de sangue, laboratório e
ultrassom disponíveis 24 horas e salas
precisando de qualquer ajuda, ela pode
ligar para o SOS Mamãe e contar com o
apoio e a orientação de médicos e enfermeiros”, lembra a pediatra. Essa atenção especial dirigida às mamães e aos
bebês faz toda a diferença para que as
crianças comecem a viver plenamente
suas vidas, desde pequenininhos.
Drª. Geisa Baptista Barros
Diretora Médica da Perinatal - UTI Infantil
Letícia Guimarães Santos e seu filho recém-nascido.
e Maternidade do Vitória Apart Hospital
C O L Ó I D E S
ido
tilam so
oxie
Hidr ho Sero
il
do M
uso
do para
Aprova
ria
at
em Pedi
Usado no Brasil há mais de 5 anos
VOLUVEN® 6%: hidroxietilamido. Solução para infusão intravenosa. Indicações: Por apresentar reposição de volume efetiva de 100% e meia vida plasmática de aproximadamente 6 horas,
Voluven® é indicado em planos terapêuticos de média duração envolvendo tratamento e profilaxia de hipovolemia e choque. São situações em que se necessita a terapia e profilaxia de hipovolemia e
choque: Primeiros socorros em acidentes; intervenções cirúrgicas ou traumatológicas; tratamento clínico generalizado; terapia intensiva; hemodiluição normovolêmica aguda em intervenções cirúrgicas.
Além disso, o Voluven® também é indicado para diluição terapêutica do sangue (hemodiluição) utilizada em distúrbios circulatórios ontogênicos e plaquetários. Contra-indicações: O Voluven® é
contra-indicado em casos de hiperidratação, edema pulmonar, insuficiência renal com oligúria ou anúria, pacientes em diálise, sangramento intracraniano, hipernatremia, hipercloremia e hipersensibilidade conhecida a amidos. Advertências: O Voluven® deve ser administrado com cautela, pois a superdose pode levar a hiperidratação. Pacientes com insuficiência cardíaca e insuficiência renal,
deve ter a dose ajustada, pois tendem a hiperidratação. Em casos de desidratação administrar primeiramente uma solução cristalóide. Pacientes com hepatopatas e com a doença de Von Willebrand
deve ter a dose ajustada. Monitorar regularmente o equilíbrio hídrico, os eletrólitos séricos e a função renal. O uso de Voluven® em neonatos e prematuros é possível somente após avaliação cuidadosa
do risco-benefício. A mistura do Voluven® com outras drogas deve ser evitada. Não existem dados disponíveis assegurando o uso de Voluven® durante diálise. Não use se houver turvação, depósito
ou violação do recipiente. Interações medicamentosas: Não são conhecidas até o momento interações medicamentosas. Reações adversas a medicamentos: O hidroxietilamido não é imunogênico,
portanto o risco de reações anafilactóides ou alérgicas é extremamente baixo. Quando usado em altas doses, o hidroxietilamido pode afetar o mecanismo de coagulação sem causar hemorragia clínica.
Contudo o médico deve estar atento à possibilidade de se prolongar o tempo de sangramento nestes casos. Deve também dar importância à queda do hematócrito e à diluição das proteínas plasmáticas. O uso do hidroxietilamido pode resultar em reações cujo quadro clínico pode se estender desde queixas subjetivas menores até distúrbios circulatórios, choque, broncoespasmo e parada cardíaca e
respiratória. A concentração de amilase sérica pode aumentar durante a administração de hidroxietilamido e pode interferir com o diagnóstico de pancreatite. Prurido após administração prolongada de altas
doses é uma reação adversa, porém reversível. Posologia: A dose depende da idade, do peso e do quadro clínico do paciente. Em vista da possibilidade de ocorrerem reações anafilactóides, os primeiros 10
a 20 mL de hidroxietilamido devem ser infundidos lentamente enquanto o paciente é cuidadosamente monitorado. A dose diária e a taxa de infusão dependem
da perda de sangue do paciente, da manutenção ou restauração da hemodinâmica e da hemodiluição (efeito de diluição). A dose diária máxima é de 50 mL/kg
peso corpóreo/dia. Voluven® pode ser administrado repetitivamente durante vários dias conforme as necessidades do paciente. A duração do tratamento depende
da duração e extensão da hipovolemia, da hemodinâmica e da hemodiluição. Tratamento pediátrico: A dosagem em crianças pode ser adaptada à necessidade
individual de colóide
10 de cada paciente, considerando a doença de base, a hemodinâmica e o estado de hidratação. MS: 1.0041.0099. Uso restrito a hospitais.
VITÓRIA APART PROGRESS
Venda sob prescrição médica. • SAC 0800 707 3855 • www.fresenius-kabi.com.br • Impressão: jul/09.
Essas análises dos ambientes in-
Amparados por essa linha de ra-
administrá-las dentro das faixas de va-
ternos e externos da empresa são reali-
riação que as mesmas possuem.
bons resultados em estratégia. Não adi-
zadas através de uma ferramenta deno-
vinhar o futuro, mas desenhar cenários e
minada SWOT, acrônimo das palavras
nários nos quais o item analisado pos-
Forças, Fraquezas, Oportunidades e
sua grande probabilidade de ocorrer
Ameaças, em inglês.
(cenário A), média probabilidade (cená-
Heráclito Mourão de Miranda Neto
Portanto, o importante é traçar ce-
Essa é alternativa para se alcançar
criar alternativas para ele.
Faz parte, ainda, do Planejamento
rio B) ou baixa probabilidade (cenário
Mestre em Engenharia de Produção pela
Estratégico, buscar entender quais são
C). Cada um desses cenários contempla
Universidade Federal de Minas Gerais -
as relações e as correlações entre as
ações alternativas estratégicas com ca-
UFMG, 2003.
cinco forças presentes no mercado, que
racterísticas próprias, claras, objetivas e
Mestre em Comércio Internacional pela Uni-
são: clientes, fornecedores, produtos
distintas, que poderão levar a empresa
versidad Champagnat, Argentina, 1999.
substitutos, concorrentes estabelecidos
a obter os melhores resultados corpora-
e os novos entrantes. Essas cinco for-
tivos, dentro das variações de cenários
ças impactam de maneira diferenciada,
que ocorreram.
porém inequívoca, em todos os tipos e
segmentos de negócios.
gine que fôssemos estrategistas de uma
Vejamos um exemplo prático. Ima-
Existem, entretanto, vários mitos rela-
empresa importadora. Isso quer dizer que
cionados ao Planejamento Estratégico. O
quanto menor o preço do dólar em rela-
primeiro deles é que adivinhar ou antecipar
ção ao real, maiores seriam as margens
o futuro é tarefa extremamente difícil e pou-
de lucro. Para efeito de análise, tomemos
co recomendável. O erro não está em adi-
o exemplo do parágrafo anterior, no qual
vinhar o futuro. Na verdade, nenhum estra-
o dólar projetado no plano estratégico
tegista tem essa pretensão. O que importa,
não passasse de R$ 1,60, para o mês de
dentro da perspectiva de um bom plano
dezembro. E que, na realidade, o mesmo
estratégico, é perceber quais as maiores
tenha alcançado a marca de R$ 1,75.
probabilidades de ocorrer eventos que irão
impactar (positiva ou negativamente) os
por dólar, contra a nossa estratégia. Só
destinos de determinada organização.
esse fato, isoladamente, fez com que
VITÓRIA APART PROGRESS
Portanto, uma variação de R$ 0,15
Heráclito Mourão de Miranda Neto,
professor da Fundação Dom Cabral
na área de Estratégia Empresarial
11
PROGRESSOS DA MEDICINA
Oxigenoterapia na
pancreatite aguda grave
Autores: Dr. Flávio Kataoka¹, Dr. José Aldir², Tabáta Alves Domingos³, Lyanari Maria Gramlich Piva³, Lívia Bussular Frigeri³
1. Cirurgião do Serviço de Cirurgia Geral do Vitória Apart Hospital e professor do Departamento de Cirurgia da Emescam.
2. Médico coordenador do Serviço de Oxigenioterapia Hiperbárica do Vitória Apart Hospital.
3. Acadêmicas de Medicina e bolsistas do Programa de Iniciação Científica do Vitória Apart Hospital.
A
Pancreatite Aguda (PA) é caracterizada como um processo
inflamatório agudo do pâncreas que
pode acometer tecidos peripancreáticos e/ou outros sistemas e se classifica de forma leve a grave, segundo
os critérios de Atlanta (1992) 1.
Essa doença se apresenta na forma
grave em 20% a 30% dos casos devido
a complicações locais ou sistêmicas.
Sua forma grave cursa com necrose
pancreática, podendo evoluir com infecção devido à translocação bacteriana do trato gastrointestinal 2.
Existem vários fatores que desencadeiam a PA, como medicações e toxinas,
entre outras condições clínicas. Entretanto,
a coledocolitíase e o abuso de etanol são
responsáveis por 70% a 80% dos casos3.
A ativação de citocinas, produção
de radicais livres de oxigênio, insuficiência da macro e da microcirculação
podem determinar pancreatite aguda,
com síndrome de resposta inflamatória sistêmica e falência de múltiplos órgãos, resultando em mortalidade acima
de 20% nas pancreatites complicadas.
Nos Estados Unidos, ocorrem cerca de
250.000 casos de PA a cada ano, resultando em 4.000 mortes1. Apesar da
variedade de novos diagnósticos e ferramentas terapêuticas, a PA permanece
uma condição crítica com uma alta taxa
de morbidade e mortalidade4.
O tratamento da PA permanece controverso e visa dar suporte às funções
orgânicas e prevenir complicações. Recente estudo realizado junto a cirurgiões
brasileiros mostrou que ainda não há
consenso quanto à conduta a ser seguida no tratamento da PA, porém, aponta
a presença de necrose como principal
12
fator para o uso de antibióticos e a presença de coleção ou necrose pancreática como indicador para a cirurgia 5.
Outra forma de tratamento que
vem sendo proposta para a PA é a utilização da Oxigenoterpia Hiperbárica
(OHB). O procedimento é atualmente
aceito como tratamento de várias doenças, como traumas, queimaduras
e síndromes compartimentais, entre
outras. Seus efeitos benéficos são
atribuídos à prevenção na falência do
oxigênio, através do seu aumento dissolvido no plasma, pela redução das
falências orgânicas, devido à inibição
na liberação de citocinas e expressão
de moléculas de adesão na fase aguda da injúria e pelo seu sinergismo
com antibióticos e antifúngicos 6 .
Por seus efeitos anti-inflamatórios,
na melhora da perfusão tecidual, no aumento da atividade antibacteriana dos
leucócitos, no aumento da produção de
antioxidantes, entre outros, a OHB tem
sido considerada uma opção interessante no tratamento da PA1.
Alguns estudos já realizados sugerem
potenciais benefícios da OHB no tratamento da PA. O trabalho de Festugato, M
(2006), utilizando um modelo experimental de PA em ratos, mostrou uma redução
nas células necróticas e uma diminuição
nos focos hemorrágicos após sucessivas
sessões1. Outros estudos experimentais
comprovam melhora no tratamento acrescentando a OHB, como o trabalho realizado por Chen, HM (1998) e colaboradores,
que demonstrou o benefício da OHB sobre
a microcirculação pancreática e o edema
pulmonar em modelo de PA grave7.
A inibição da ativação do HIF-1alfa e
redução do fator de crescimento endo-
telial vascular, da produção do TNF alfa
e da atividade da mieloperoxidase, também têm sido observadas, contribuindo
para uma evolução mais favorável na PA
em animais sob OHB.
Apesar de em número reduzidos, há
estudos realizados com humanos que
confirmam o efeito positivo da OHB no
tratamento da PA, revelando a redução
de substâncias não-inflamatórias8.
Pode-se, ainda, citar o benefício
na combinação de alopurinol com a
OHB no tratamento de PA necrotizante 9, o que reforça a importância da regulação do estresse oxidativo na abordagem terapêutica da PA.
Embora existam alguns estudos, é
notória a necessidade de mais pesquisas dentro do tema, incluindo estudos
clínicos comparativos, na tentativa de
avaliar se o tratamento da PA com a
OHB seja, de fato, benéfico.
Com este desiderato, será iniciada em
janeiro de 2010, no Vitória Apart Hospital, uma pesquisa clínica, que permitirá:
• Comparar a taxa de mortalidade de
pacientes com pancreatite grave com escore Apache II maior ou igual a oito submetidos ou não à oxigenioterapia hiperbárica.
• Avaliar o surgimento de necrose
infectada entre pacientes com pancreatite aguda grave submetidos ou não à
oxigenioterapia hiperbárica.
• Determinar o tempo de internação hospitalar em pacientes com pancreatite aguda grave submetidos ou
não à oxigenioterapia hiperbárica.
Os interessados a respeito desta
pesquisa podem entrar em contato com
o Centro de Estudos do Vitória Apart
Hospital (e-mail:[email protected])
para mais informações.
VITÓRIA APART PROGRESS
Trabalhos Experimentais:
Autor
Ano de
publicação
Tipo de
animal
Tipo de estudo
Resultado obtido
Número
de sessões
Pressão (atm)
Duração
das sessões
Possível efeito benéfico
sobre o curso da
pancreatite aguda
através dos sistemas
antioxidantes.
10 (2 por dia
durante 5 dias)
2,5
90 minutos
Yasar M, Yildiz S, Mas
R, Dundar K, Yildirim
A, Korkmaz A, Akay C,
Kaymakcioglu N,
Ozisik T, Sen D.
2004
Ratos
Prospectivo
randomizado
controlado.
Balkan A, Balkan M, Yasar
M, Korkmaz A, Erdem O,
Kiliç S, Kutsal O, Bilgic H.
2006
Ratos
Prospectivo
randomizado
controlado.
Efeito protetor pulmonar
durante a pancreatite
aguda necrotizante.
10 (2 por dia
durante 5 dias)
2,5
90 minutos
Comert B, Isik AT, Aydin S,
Bozoglu E, Unal B,
Deveci S, Mas N,
Cinar E, Mas MR.
2007
Ratos
Prospectivo
randomizado
controlado.
Melhores marcadores
de estresse oxidativo
e menor índice de
translocação bacteriana.
4
2,8
90 minutos
Ratos
Prospectivo
randomizado
controlado.
Inibição da ativação do
HIF-1alfa e redução do
fator de crescimento
endotelial vascular,
da produção do TNF
alfa e da atividade da
mieloperoxidase.
1
2,5
90 minutos
-
Retrospectivo
(Artigo de
revisão).
Melhora da
microcirculação
pancreática e sistêmica e
da inflamação aguda.
-
-
-
Ratos
Prospectivo
randomizado
controlado.
Diminuição da
gravidade do edema
pulmonar e melhora
da microcirculação
pancreática.
3
3 regimes: 100% de
oxigênio em 2,5 atm, 40%
de oxigênio em 1 atm e
100% de oxigênio em 1
atm 6h após o início.
90 minutos
Ratos
Prospectivo
randomizado
controlado.
Redução do número
de células necróticas e
redução dos focos de
hemorragia.
1 vez ao dia
até o tempo
estipulado
para serem
necropsiados.
2,5
2 horas
Bai X, Sun B, Pan S,
Jiang H, Wang F,
Krissansen GW, Sun X.
Cuthbertson CM,
Christophi C.
Chen HM, Shyr MH,
Ueng SW, Chen MF.
Festugato M, Coelho CP,
Fiedler G, Machado FP,
Gonçalves MC,
Bassani FR, Pierezan PH,
Osvaldt AB, Rohde L.
2009
2006
1998
2008
Trabalhos Clínicos:
Autor
Ano de
publicação
Número
Tipo de
estudo
Resultado obtido
Número de
sessões
Pressão
(atm)
Duração
das sessões
Lisagors IL, Sondore A,
Pupelio G, Oshs P, Ianalksne I,
Pavaro M, Arons M
2008
44 pacientes
Prospectivo
e controlado
Homeostase mais estável
e menor taxa de mortalidade
6 (2 por
dia durante
3 dias)
1,7-1,9
-
Lisagors IL
2008
22 pacientes
Prospectivo
e controlado
Melhoria da oferta de oxigênio
para a área esplâncnica, que afetou
positivamente a homeostase
6 (2 por
dia durante
3 dias)
1,7-1,9
-
Christophi C, Millar I,
Nikfarjam M, Muralidharan V,
Malcontenti-Wilson C
2007
1 paciente
Relato
de caso
Melhoria no APACHE II e CTSI
10 (2 por
dia durante
5 dias)
2,5
90 minutos
Referências Bibliográficas:
phia. Vol. 17, No. I. pp. 34-49.
1. Festugato, M. Efeitos da oxigenoterpia hiperbári-
Pancreatitis. Physiol. Res. 52: 111-116, 2003.
ca sobre lesões teciduais na pancreatite aguda em
5. Parreira JG; Utiyama, E; Rasslan, S. Pesquisa
8. Lisagors IL, Sondore A, Pupelis G, Oshs P, Iau-
um modelo experimental em ratos. Dissertação de
Nacional sobre Condutas na Pancreatite Aguda
nalksne I, Pavars M, Arons M. [Impact of hyperbaric
mestrado UFRGS Caxias do sul, 2006.
Vol. 35 - Nº 5, Set. / Out. 2008.
oxygen therapy on the clinical course of acute pancre-
2. Carneiro, MC ; Siqueira-Batista, R. O mosaico
6. Antoniazzi P.Oxigenoterapia hiperbárica e me-
atitis and systemic inflammation response syndrome].
patogênico da pancreatite aguda grave. Rev. Col.
diadores inflamatórios na sepse. Prática Hospitalar
Anesteziol Reanimatol; (4):34-8, 2008 Jul-Aug.
Bras. Cir. Vol. 31 - Nº 6, Nov. / Dez. 2004.
ano IX n 51 mai/jun, 2007.
9. Comert B, Isik AT, Aydin S, Bozoglu E, Unal B,
3. Harrison, Medicina Interna.
7. Chen HM, Shyr MH, Ueng SWN, Chen MF.
Deveci S, Mas N, Cinar E, Mas MR. Combination of
4. M. Yasar, S. Yildiz, R. Mas, K. Dundar, A. Yildirim,
Hyperbaric Oxygen Therapy Attenuates Pancre-
allopurinol and hyperbaric oxygen therapy: A new
A. Korkmaz, C. Akay, N. Kaymakcioglu, T. Ozisik, D.
atic icrocirculatory Derangement and Lung Ede-
treatment in experimental acute necrotizing pan-
Sen. The Effect of Hyperbaric Oxygen Treatment on
ma in an Acute Experimental Pancreatitis Model
creatitis? World J Gastroenterol 2007.December
Oxidative Stress in Experimental Acute Necrotizing
in Rats. Lippincott-Raven Publishers, Philadel-
14; 13(46): 6203-6207.
VITÓRIA APART PROGRESS
13
PROGRESSOS
ARTIGO
MÉDICO
DA MEDICINA
Polissonografia
O
DISTÚRBIOS DO MOVIMENTO RE-
LACIONADOS AO SONO – São caracterizados por movimentos simples, estereotipados, que atrapalham o sono. Inclui a síndrome
das pernas inquietas, bruxismo noturno, movi-
s distúrbios do sono são extremamente
rior durante o sono. A obstrução ao fluxo
durante o dia que não seja originada por
comuns e podem resultar em compro-
aéreo frequentemente é seguida de que-
distúrbios respiratórios do sono ou dis-
metimento significativo da saúde e da quali-
da na saturação da oxi-hemoglobina e é
túrbios do ritmo circadiano. As principais
dade de vida das pessoas. Podem causar
terminada por um micro despertar que
doenças dessa categoria são a narco-
TES DO NORMAL – Essa categoria inclui
ou exacerbar doenças clínicas e psiquiátri-
gera sono fragmentado, de qualidade
lepsia e a hiperssonia idiopática. O sono
sintomas ou eventos relacionados ao sono
cas preexistentes, estão associados a altas
ruim e consequente sonolência excessi-
insuficiente induzido pelo comportamen-
e que não estão incluídos nas definições
taxas de depressão e ansiedade, e atrapa-
va diurna. As pessoas que sofrem desse
to (privação voluntária do sono) também
anteriores. Alguns ocorrem durante o sono
lham as funções diárias. São responsáveis
mal também apresentam ronco, que tra-
está incluído nessa categoria.
normal. Por exemplo: mioclonia do início do
por piora do desempenho no trabalho, au-
duz a fisiopatologia básica da doença, o
sono e sonilóquia (falar durante o sono).
mento da chance de acidentes de trânsito e
estreitamento da via aérea superior.
de trabalho e aumento de risco para doen-
Síndrome da Apneia Central
DIANO – São caracterizados por distúr-
ças cardiovasculares e metabólicas. O diag-
do Sono: inclui apneia central primá-
bios do sono crônicos ou recorrentes
SONO – Distúrbios do sono relacionados a
nóstico desses distúrbios é baseado numa
ria, apneia central devido respiração
devido a um desalinhamento entre o
fatores ambientais (ruído, temperatura, com-
análise minuciosa da história clínica, exame
de Cheyne-Stokes, respiração peri-
ambiente e o ciclo vigília-sono do indi-
panheiro roncador) são classificadas aqui.
físico e posterior avaliação com exame de
ódica da altitude, apneias centrais
víduo. Existem vários exemplos: distúr-
polissonografia, quando indicado.
devido a condições médicas, uso de
bio do sono relacionado ao trabalho de
drogas e medicações e apneia do
turno, jet lag, atraso de fase do sono e
sono primária da infância.
avanço de fase de sono.
DISTÚRBIOS DO SONO
mentação periódica de membros.
SINTOMAS ISOLADOS E VARIAN-
DISTÚRBIOS DO RITMO CIRCAOUTROS
DISTÚRBIOS
DO
CONSEQUÊNCIAS DA
PRIVAÇÃO DO SONO
A presença de qualquer doença
do sono pode levar à fragmentação
Medicina do Sono passou a classificar os dis-
relacionadas ao sono: inclui hipoventi-
do sono, com alteração da quantida-
túrbios do sono em oito categorias principais:
lação alveolar idiopática não-obstrutiva,
cos (movimentos, comportamentos) ou
• Insônia;
síndrome da hipoventilação alveolar
experiências (emoções, percepções, so-
• Distúrbios respiratórios do sono;
central congênita, e hipoventilação de-
nhos) indesejáveis que ocorrem no início
• Hiperssonias de origem central;
vido a condições médicas.
do sono, durante o sono ou durante os
Em 2005, a Academia Americana de
Síndromes de Hipoventilação
PARASSONIAS – São eventos físi-
CONSEQUÊNCIAS DA
PRIVAÇÃO DO SONO
• Déficit de memória de curto prazo;
• Sonolência excessiva diurna;
• Déficit de atenção e concentração;
• Alterações de humor: ansiedade,
irritabilidade, depressão;
• Baixa energia e falta de ânimo;
• Diminuição da libido e disfunção sexual;
• Diminuição das habilidades
motoras e cognitivas;
• Queda da produtividade e do
desempenho no trabalho;
• Aumento de acidentes
automobilísticos e de trabalho;
• Diminuição da qualidade de vida;
• Aumento da mortalidade;
• Distúrbios cardiovasculares:
hipertensão arterial, doença
coronariana, arritmias cardíacas;
• Diminuição da imunidade;
• Aumento de apetite e obesidade;
• Distúrbios do metabolismo
da glicose.
de e da qualidade do sono. A privação
do sono está associada a um grande
número de consequências adversas
que, muitas vezes, não são valorizadas pelos médicos e nem pelas pessoas que sofrem desses distúrbios.
AVALIAÇÃO CLÍNICA DOS
DISTÚRBIOS DO SONO
Vamos tomar como exemplo um
roteiro de avaliação clínica para um dos
distúrbios do sono mais frequentes na
prática clínica, a Síndrome da Apneia
Obstrutiva do Sono (SAOS).
1.História
Ronco. O ronco geralmente é a ma-
nifestação clínica que motiva o paciente,
ou o seu companheiro de quarto, a procurar auxílio para o diagnóstico. É o sintoma mais característico e mais frequente,
ocorrendo em até 95% dos pacientes.
Apneias observadas. Se um par-
ceiro consegue observar as apneias durante o sono, temos, então, um bom preditor clínico para o diagnóstico de SAOS.
despertares. Incluem: despertares con-
• Distúrbios do ritmo circadiano;
• Parassonias;
HIPERSSONIA DE ORIGEM CEN-
fusionais, sonambulismo, terror noturno,
• Distúrbios do sono relacionados ao mo-
TRAL – Inclui desordens nas quais a
paralisia do sono, pesadelos, distúrbio
vimento;
principal queixa é a sonolência excessiva
comportamental do sono REM.
• Sintomas isolados e variações do normal;
• Outros distúrbios do sono.
INSÔNIA – A insônia se caracteriza
pela dificuldade em iniciar ou manter o
sono, ou uma qualidade de sono ruim.
Pode ter inúmeras causas.
DISTÚRBIOS
RESPIRATÓRIOS
DO SONO – São caracterizados por respiração anormal durante o sono; ocorrem
em adultos e crianças e os três principais
distúrbios respiratórios do sono são:
Síndrome da Apneia Obstrutiva
do Sono: é uma doença crônica, muito
frequente, caracterizada pela obstrução
parcial ou completa da via aérea supe14
Diagnóstico dos distúrbios do sono
VITÓRIA APART PROGRESS
VITÓRIA APART PROGRESS
15
ARTIGO MÉDICO
Insônia. A SAOS pode se mani-
sos têm maior chance de desenvolver
pórea. O exame é feito no laboratório
do sono deverá ser realizado (Polisso-
túrbios do sono deve incluir investi-
Referências Bibliográficas
festar como insônia de manutenção
HAS do que as pessoas que não têm
de sono sob supervisão de um técnico
nografia ou Métodos Simplificados de
gação clínica detalhada associada à
• American Academy of Sleep Medicine. In-
(dificuldade para manter-se dormindo),
SAOS. Pessoas com HAS de difícil trata-
que fica presente em uma sala próxima,
Diagnóstico, conforme a indicação mé-
avaliação objetiva do sono. A polisso-
ternational classification of sleep disorders,
refletindo um sono muito leve e extre-
mento devem ser submetidas à pesqui-
acompanhando constantemente o exa-
dica). A polissonografia também está in-
nografia continua sendo o padrão ouro
mamente fragmentado, gerando uma
2nd ed: Diagnostic and coding manual, Ame-
sa diagnóstica para distúrbios respirató-
me através de sistema digital computa-
dicada em alguns casos de parassonias,
para o diagnóstico de muitas doenças
“má percepção do sono”. Dificilmente
rios do sono. Estudos observaram que
dorizado, para possíveis intervenções.
rican Academy of Sleep Medicine, Westches-
como, por exemplo, o distúrbio compor-
do sono, porém o futuro está no de-
as pessoas com SAOS apresentarão
70% dos pacientes com HAS de difícil
Do-
tamental do sono REM. As pessoas que
senvolvimento e no uso de métodos
ter, IL 2005.
queixa de insônia inicial (dificuldade
tratamento têm SAOS.
miciliar (Tipo 2 ASDA): esse equi-
sofrem de narcolepsia realizam um exa-
menos invasivos (monitorização por-
para iniciar o sono). O que acontece
Estreitamento das vias aéreas: fato-
pamento é capaz de realizar uma
me diurno chamado MSLT (Teste das
tátil), com boa acurácia, menor custo
com maior frequência é justamente
res anatômicos que podem favorecer o
polissonografia completa, porém não
o contrário. Os pacientes com SAOS
Múltiplas Latências do Sono) para me-
e, principalmente, mais acessível a um
estreitamento das vias aéreas devem ser
assistida
pelo
apresentam latência curta para o início
avaliados durante o exame físico da pes-
dida objetiva da sonolência diurna. Em
numero maior de pessoas que tenham
técnico durante a noite) com todos os
do sono. Isto é, iniciam o sono com
soa com suspeita de SAOS. Podemos
canais habitualmente usados na polis-
algumas situações, a polissonografia
alta probabilidade para o diagnostico
muita facilidade.
encontrar úvula alongada e/ou hipertro-
sonografia padrão (tipo1). A vantagem
também é indicada para pessoas com
da SAOS, em especial.
Outros Sintomas Noturnos. Vá-
fiada, palato mole flácido e rebaixado,
é que o monitor é pequeno o suficien-
insônia, quando existe refratariedade ao
hipertrofia de amígdalas, macroglossia,
te para permitir que o paciente faça o
tratamento ou quando há suspeita de
cias mundiais de investigação diag-
• Kushida, CA, Littner, MR, Morgenthaler, T,
rios outros sintomas noturnos podem
estar presentes, tais como, noctúria,
micrognatia, retrognatia, obstrução nasal
exame do sono em casa, no conforto
nóstica dos distúrbios do sono, o Vi-
et al. Practice parameters for the indications
enurese, cefaléia, sono agitado e frag-
e desvio de septo nasal.
da sua própria cama, de maneira rápi-
tória Apart Hospital oferece, por meio
for polysomnography and related procedu-
mentado, pesadelos, movimentação ex-
Circunferência do pescoço aumen-
da, eficiente e segura. Também pode
do Laboratório de Sono – Medsono,
res: an update for 2005. Sleep 2005; 28:499.
cessiva na cama e disfunção sexual.
tada: a circunferência do pescoço é um
ser usado para monitorização em lei-
Sonolência Diurna. A sonolência
forte preditor de SAOS. Valores maiores
tos hospitalares fora do laboratório de
diurna é uma manifestação comum
que 48 cm estão associados a um alto
sono e leitos de UTI.
nos distúrbios respiratórios do sono.
risco para SAOS e valores menores que
Porém, a instalação da sonolência é
37 centímetros, a risco baixo.
o diagnóstico da SAOS (Tipo 3 ASDA):
crônica e insidiosa, levando frequen-
Polissonografia
(não
Portátil
acompanhada
Sistema portátil modificado para
cinco variáveis fisiológicas são medidas,
temente o paciente a não valorizar tal
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS
incluindo dois tipos de monitorização res-
sintoma. Muitas vezes, eles não rela-
COMPLEMENTARES EM
piratória (movimento respiratório e fluxo aé-
MEDICINA DO SONO
reo), uma variável cardíaca (frequência car-
tam a presença de sonolência, mas
sim de cansaço, fadiga, falta de dispo-
Os distúrbios do sono podem ser ava-
díaca), um canal de medida da saturação
sição. A SAOS é a principal causa de
liados no laboratório do sono, em um leito
da oxi-hemoglobina e posição do corpo . O
Sonolência Excessiva Diurna (SED).
hospitalar ou domiciliar, através de siste-
técnico não fica presente durante a grava-
Outros Sintomas Diurnos. Com-
mas convencionais ou portáteis de um ou
ção do exame. Permite a avaliação de dis-
prometimento da memória, alterações do
mais canais. A American Sleep Disorders
túrbios respiratórios do sono em pacientes
humor (ansiedade, depressão, irritabilida-
Association (ASDA) descreve os diferentes
com alta probabilidade e também titulação
de, mau humor), cefaléia matutina, náuse-
métodos empregados na investigação da
automática de CPAP no domicílio.
as, sintomas de refluxo gastroesofágico.
SAOS baseados na complexidade do mo-
2.Exame Físico
nitoramento, variando do nível I ao IV.
(Tipo 4 ASDA): os monitores desse tipo
Índice de Massa Corpórea (IMC):
Registro Contínuo de Oximetria
Polissonografia (Tipo 1 ASDA): a
gravam somente duas variáveis (satura-
A presença de obesidade é frequen-
polissonografia (PSG) é o monitoramento
ção do oxi-hemoglobina e frequência
te entre as pessoas com SAOS e está
de múltiplas variáveis fisiológicas duran-
cardíaca) e também são usados sem a
presente em até 60% das pessoas
te o sono, sendo a mais importante téc-
presença do técnico.
que são avaliadas quanto à presen-
nica laboratorial utilizada no diagnóstico
ça de SAOS. É o fator de risco mais
e no tratamento dos distúrbios do sono.
QUANDO UMA PESSOA DEVE
importante para SAOS.
São determinados: atividade elétrica ce-
SER AVALIADA COM UM
Pressão Arterial Elevada: A hiper-
rebral (eletroencefalograma), movimento
EXAME DE SONO?
tensão arterial sistêmica (HAS) é mais
dos olhos (eletro-oculograma), atividade
comum entre os indivíduos com SAOS.
de músculos (eletromiograma), ativida-
ser diagnosticados clinicamente, mas a
Aproximadamente 50% dos pacientes
de elétrica cardíaca (eletrocardiograma),
maioria requer uma avaliação no labo-
com SAOS têm HAS. E os indivíduos
respiração (fluxo aéreo), oxigenação do
ratório de sono. Se existir a suspeita de
com SAOS que ainda não são hiperten-
sangue (oximetria), ronco e posição cor-
Apnéia Obstrutiva do Sono, um exame
16
Alguns distúrbios do sono podem
VITÓRIA APART PROGRESS
outro distúrbio do sono associado.
CONCLUSÃO
Em concordância com as tendên-
• Collop, NA, Anderson, WM, Boehlecke, B,
et al. Clinical guidelines for the use of unattended portable monitors in the diagnosis
of obstructive sleep apnea in adult patients.
Portable Monitoring Task Force of the American Academy of Sleep Medicine. J Clin Sleep
Med 2007; 3:737.
Os distúrbios do sono são muito
a possibilidade de avaliação clínica e
frequentes e podem afetar significativa-
polissonográfica com equipe médica
Medsono – Pneumologia
mente a saúde física, mental e emocio-
especializada e métodos diagnósti-
e Medicina do Sono
nal. Devemos estar atentos aos sintomas
cos modernos, incluindo a polisso-
Drª. Simone de Oliveira Alvarenga Prezotti
e considerar a avaliação especializada.
nografia convencional e métodos de
Drª. Roberta Barcelos Couto
monitorização portátil e domiciliar.
Pneumologistas do Vitória Apart Hospital
A pesquisa diagnóstica dos dis-
ESTUDO CIENTÍFICO
Epidemiologia das lesões
isquêmicas encefálicas e sua
importância na prática médica
A lesão isquêmica é o evento final
mais comum de lesão do tecido encefálico, quer por ação primária ou secundária,
de forma difusa ou focal, ocorrendo como
consequência de alterações do fluxo sanguíneo cerebral e do metabolismo cerebral. Diversas condições estão associadas a esse tipo de lesão encefálica, dentre
1
elas o traumatismo craniencefálico .
A compreensão crescente dos me-
canismos de lesão e o desenvolvimento
de tratamentos específicos levaram a
uma melhora na conduta dos profissionais da área da saúde e, consequentemente, de menor incidência e gravidade
das sequelas neurológicas resultantes.
através de análise estatística. Os méto-
dido em quatro subgrupos: subgrupo I,
dos utilizados foram o Qui-quadrado e
idade entre 15 e 29 anos; subgrupo II,
o Teste de Fisher (quando uma ou mais
idade entre 30 e 44 anos; subgrupo III,
variantes tinham número inferior a cinco).
idade entre 45 e 59 anos; e subgrupo IV,
O programa estatístico utilizado foi o
idade igual ou superior a 60 anos.
EpiInfo for Windows 2002 (Centers for
O grupo Fator Causal (FC) foi dividido
Disease Control and Prevention, Atlanta).
em sete subgrupos: subgrupo A, pacientes
Foram considerados significantes os valo-
vítimas de acidente de trânsito em automó-
res de p menores que 0,05 (apresentados
vel; subgrupo B, pacientes vítimas de aci-
com 4 casas decimais), tendo sido registra-
dente de trânsito envolvendo motocicletas;
dos no texto e nas tabelas apenas esses.
A falta de dados epidemiológicos pre-
cisos tem dificultado o conhecimento da
incidência real das lesões encefálicas e de
suas sequelas. Para vários autores, a análise de apenas um fator etiológico pode servir como exemplo. Estudos indicam que o
TCE é um grave problema de saúde pública e se enquadra como fator de avaliação
2,3
epidemiológica da lesão encefálica .
MATERIAL E MÉTODO
subgrupo C, pacientes vítimas de atrope-
RESULTADOS
lamento; subgrupo D, pacientes vítimas de
lesão encefálica por projétil de arma de fogo
(PAF); subgrupo E, pacientes vítimas de es-
(87,62%) eram do sexo masculino e
pancamento; subgrupo F, pacientes vítimas
13 (12,38%) do sexo feminino. A per-
de quedas; e subgrupo G, outros fatores
manência na UTI variou de 1 dia a 55
causais não incluídos nos demais grupos.
dias, com média de 10,85 dias (desvio-
padrão de 9,74 dias).
O índice APACHE II foi utilizado para
Dos 105 pacientes estudados, 92
se correlacionar a gravidade dos pa-
cientes, através de faixas de pontuação,
anos a 82 anos (Grupo FE). O subgrupo
com a mortalidade obtida. Foi utilizado
I (15 a 29 anos) continha 46 pacientes
também para a análise da existência de
(43,81%); o subgrupo II (30 a 44 anos)
diferença estatística significante entre os
continha 33 pacientes (31,43%); o subgru-
valores médios obtidos nos pacientes
po III (45 a 59 anos) continha 16 pacientes
que tiveram alta da UTI e aqueles que
(15,24%); e o subgrupo IV (60 anos ou su-
evoluíram para o óbito.
perior) continha 10 pacientes (9,52%).
O Grupo APACHE II (AP) foi dividi-
significância estatística em diversas
Escala de Coma de Glasgow (ECG) ≤ 8
1 e 4 (p=0,0368); e 2 e 4 (p=0,0093). Não
correlações, os resultados encontrados
na internação, 20 (19,05%) ECG entre 9
foi encontrada diferença estatística entre o
estão de acordo com as tendências ob-
e 13 pontos e 4 (3,81%) acima de 13.
subgrupo 3 e os demais subgrupos, nem
servadas em outros estudos nacionais e
entre os subgrupos 1 e 2.
internacionais. Variações significativas
O Grupo APACHE II (AP) apresen-
A idade dos pacientes variou de 15
Quanto ao fator causal (Grupo FC)
foram descritas apenas em subgrupos
DISCUSSÃO
(5,71%) no subgrupo 1 (0-7 pontos); 42
O grupo Faixa Etária (FE) foi divi-
estatística significante entre os subgrupos
tou os seguintes resultados: 6 pacientes
PIRAS, C. - MÉDICO INTENSIVISTA DO VITÓRIA APART HOSPITAL
INTRODUÇÃO
(77,14%) apresentavam pontuação na
de idade de acordo com o fator causal.
O estudo de LANGLOIS e cols2 re-
(40,00%) no subgrupo 2 (8-15 pontos);
44 (41,91%) no subgrupo 3 (16-23 pon-
tes neurológicos internados em unida-
velou a importância do tema e o impac-
tos) e 13 (12,38%) no subgrupo 4 (24
des de terapia intensiva, denominados
to no planejamento das ações de saú-
pontos ou superior).
pacientes neurocríticos, apresentaram
de. Cerca de 1,5 milhão de TCE ocorrem
A avaliação e a conduta em pacien-
A mortalidade global foi de 40,00% (42
um avanço na última década. Vários fa-
anualmente nos Estados Unidos. Des-
óbitos em 105 pacientes). A incidência de
tores contribuíram para essa tendência,
ses, 250.000 necessitam de internação
óbito nos homens foi de 38,04% (35 óbi-
entre eles: um melhor conhecimento da
e cerca de 80.000 pacientes necessitam
tos em 92 pacientes) e nas mulheres de
fisiopatologia das doenças neurológicas
de ajuda para atividades diárias um ano
53,85% (7 óbitos em 13 pacientes). Não
em suas diferentes fases evolutivas, a
após o trauma. A lesão encefálica trau-
houve diferença estatística entre os dois.
possibilidade de controle adequado dos
mática é a maior causa de epilepsia 8. Os
Relacionando a faixa etária com a
parâmetros ventilatórios e cardiovascu-
gastos diretos e indiretos com TCE che-
mortalidade, encontramos 30,43% de
lares na UTI, a evolução das técnicas
gam a US$ 56 bilhões/ano.
óbitos no subgrupo I; 36,36% de óbitos
neurocirúrgicas e as novas técnicas de
no subgrupo II; 50% de óbitos no sub-
monitorização
hemometabolismo
adultos jovens do sexo masculino. Nes-
grupo III e 80% de óbitos no subgrupo
encefálico. Dessa forma, medidas em-
se grupo, a principal causa observada
IV. Não foi observada diferença estatísti-
píricas de neuroproteção deram lugar
foram os acidentes com veículos auto-
ca na mortalidade entre os subgrupos.
ao tratamento objetivo direcionado pela
motivos (carros e motocicletas).
manutenção das condições hemodinâ-
A mortalidade no grupo FC (Fator
do
A incidência global é maior entre
Vários estudos demonstraram que as
Causal) foi de: 22,22% (2 óbitos em 9 pa-
micas e metabólicas adequadas .
causas etiológicas podem variar em níveis
cientes) no subgrupo A; 36,36% (8 óbitos
regionais e grupos etários específicos.
4
A avaliação dos parâmetros hemo-
BALDO e cols9 revisaram a epide-
em 22 pacientes) no subgrupo B; 50%
metabólicos (extração cerebral de oxi-
(13 óbitos em 26 pacientes) no subgru-
gênio, pressão intracraniana, temperatura
miologia de 55.368 casos de TCE, no
po C; 50% (5 óbitos em 10 pacientes) no
cerebral5, velocidade do sangue nas arté-
nordeste da Itália, no período de 1996 a
subgrupo D; 25% (2 óbitos em 8 pacien-
rias encefálicas, entre outras) passou a ser
2000. Em 60% dos casos foi identificada a
tes) no subgrupo E; 39,28% (11 óbitos em
adotada no tratamento do paciente com
causa: 48,5% acidentes com automóveis
28 pacientes) no subgrupo F; 50% (1 óbi-
lesão encefálica grave. O objetivo é evitar
(maior incidência em adultos jovens e nos
to em 2 pacientes) no subgrupo G. Não
o dano hipóxico-isquêmico na microcircu-
finais de semana), 8,8% acidentes de tra-
houve diferença estatística na mortalida-
lação, onde as trocas efetivamente ocor-
balho e 12,2% domésticos (maior incidên-
de em os subgrupos analisados.
rem, e preservar o sistema nervoso. Para
cia em crianças e idosos). AARE & Von
Os valores médios do APACHE II nos
atingir essa meta, o tratamento deve ser
HOLST10 revisaram 27.122 casos de TCE
pacientes que obtiveram alta foram de
instituído de forma precoce e agressiva6,7.
por acidente com motocicleta, no período
14,06 (DP 6,17) e nos que evoluíram para o
A alta incidência projetada de lesões
de 1987 a 1999, na Suécia. A incidência foi
óbito de 19,98 (DP 6,48). Não houve dife-
encefálicas agudas, a falta de dados epide-
maior em homens (oito vezes) e nos indiví-
rença estatística entre os valores obtidos.
miológicos precisos, as diferenças locais e
duos com menos de 26 anos.
4
do em quatro subgrupos: subgrupo 1,
Foram estudados 105 pacientes in-
observamos a incidência de 9 pacientes
valores de APACHE II entre 0 e 7 pon-
(8,57%) no subgrupo A (vítimas de aci-
ternados na Unidade de Tratamento In-
tos; subgrupo 2, valores de APACHE II
dente de trânsito em automóvel); de 22
tensivo (UTI) por traumatismo crânio-en-
entre 8 e 15 pontos; subgrupo 3, valo-
(20,95%) no subgrupo B (vítimas de aci-
cefálico (TCE), no período de um ano.
res de APACHE II entre 16 e 23 pontos;
dente de trânsito em motocicleta); de 26
Analisando a mortalidade no Grupo
regionais no tratamento e a evolução dos
e subgrupo 4, valores de APACHE II
(24,76%) no subgrupo C (vítimas de atro-
AP (APACHE II), encontramos: 0% (0 óbi-
pacientes demonstram a necessidade de
uma alta de incidência (546 por 100.000)
iguais ou superiores a 24 pontos.
pelamento); de 10 (9,52%) no subgrupo
tos em 6 pacientes) de mortalidade no
divulgação e de adoção de diretrizes para
de TCE na região Oeste da Suécia. A causa
várias condições neurocríticas.
principal foi queda da própria altura (31%).
Foram estudados a prevalência,
o tempo de internação, a morbidade e
ANDERSSON e cols11 detectaram
mortalidade, o custo social e financeiro e
A mortalidade foi analisada em
D (vítimas de lesão cerebral por PAF); de
subgrupo 1 (0-7 pontos); 23,81% (10 óbitos
os fatores de risco. O protocolo de estu-
cada grupo, entre os seus subgrupos,
8 (7,62%) no subgrupo E (vítimas de es-
em 42 pacientes) no subgrupo 2 (8-15 pon-
do incluía sexo, idade, datas de entrada e
entre os sexos e de forma global.
pancamento); de 28 (26,67%) no subgru-
tos); 45,45% (20 óbitos em 44 pacientes)
tes adultos politraumatizados. Essas ca-
traram características regionais com
saída da UTI, fator causal e índice prog-
po F (vítimas de queda); e de 02 (1,91%)
no subgrupo 3 (16-23 pontos); e 92,31%
racterísticas explicam a baixa incidência
impacto na epidemiologia, tratamento
em idosos e a ausência de vítimas com
e evolução de pacientes com TCE. Dife-
menos de 15 anos. Apesar da falta de
renças significativas foram encontradas
Os resultados foram apresentados
nóstico APACHE II (Acute Physiology And
na forma de números, percentuais (com
no subgrupo G (outros fatores causais).
(12 óbitos em 13 pacientes) no subgrupo
Chronic Health Evaluation versão II).
duas casas decimais) e, quando cabia,
4 (24 pontos ou superior). Houve diferença
18
Dos
pacientes
estudados,
81
VITÓRIA APART PROGRESS
VITÓRIA APART PROGRESS
Este estudo foi realizado em pacien-
HUKKELHOVEN e cols12 encon-
19
ESTUDO CIENTÍFICO
entre os continentes europeu e america-
minoritários (gangues), solteiros e com an-
completo, dos hematomas extradurais.
intensivo em unidades de terapia intensiva.
lesão encefálica está diretamente rela-
são relevantes e demonstram a importân-
no e entre os países europeus que refle-
tecedentes de alcoolismo. Um ano após
A lei e o policiamento foram efetivos na
cionada aos cuidados neurointensivos
cia da adoção de escalas de avaliação de
tem variações sociais, culturais e aspec-
o trauma, ainda apresentavam cefaléia,
prevenção do TCE nesse grupo.
dos pacientes neurocríticos passa pela
administrados aos pacientes.
risco nos pacientes neurocríticos.
tos organizacionais de cada local.
confusão mental, distúrbios de atenção
SERVADEI e cols20 utilizaram um estu-
criação de unidades neurointensivas
do da epidemiologia local (Roma e região)
com monitorização e diretrizes que con-
fundamentais para subsidiar campanhas
Dr. Cláudio Piras
sa de TCE nos pacientes com mais de
e dificuldade para integração na comunidade. BURNETT e cols17 confirmaram os
para planejar o tratamento do TCE. Conclu-
templem a manutenção de um adequa-
de prevenção de TCE.
Cirurgião Geral e Médico Intensivista,
60 anos foram as quedas da própria
achados de GERHART e cols16.
íram que o número de internações de TCE
do hemometabolismo cerebral.
membro do Comitê de Ética em Pesqui-
altura e que a taxa de mortalidade foi
leve pode ser reduzido com o uso adequa-
lise do APACHE II nos diversos subgrupos
elevada nesse grupo.
siderado como a forma mais violenta de
do da tomografia de crânio em adultos.
HUKKELHOVEN e cols13 alertaram
agressão física. MARTINS e cols18, no Bra-
para os fatores de risco para queda,
sil, revisaram 319 casos de PAF na cabeça,
tudo foi elevada (40%). Variou diretamente
em idosos: artrite, fraqueza muscular,
no período de 1994 a 2000. Os seguintes
com a idade, foi maior nas mulheres (pre-
distúrbio da marcha, equilíbrio ou vi-
fatores foram considerados preditivos de
dominantemente idosas), em vítimas de
são e uso de quatro ou mais medica-
alta mortalidade ou morbidade: baixa pon-
atropelamento (50%) e ferimento por PAF
mentos por dia.
tuação na ECG na admissão, anisocoria,
(50%). Esses resultados estão de acordo
MASSON e cols14 realizaram um es-
pupilas médias e fixas, trajeto central do
com o material discutido anteriormente.
tudo prospectivo, baseado em popula-
projétil (tipo transventricular ou bihemisféri-
ção, da epidemiologia de 248 pacientes
co) e ferimentos bi ou multilobar detectados
mortalidade nos pacientes com índice
com TCE grave e compararam os resul-
pela TC. Eles concluíram que a cirurgia não
de APACHE II igual ou superior a 24
tados com o perfil observado em centros
deve ser recomendada em pacientes com
pontos, quando comparados com pon-
especializados. Concluíram que no estu-
ferimento penetrante e com três a cinco
tuações inferiores a 15 pontos.
do baseado em população, os pacientes
pontos na ECG, na ausência de hematoma
eram mais idosos, vítimas de queda e
causando efeito de massa.
las neurológicas que poderiam expressar a
com taxa de mortalidade maior (52%) do
LANGLOIS e cols2 revisaram a
morbidade associada aos diferentes agen-
que os pacientes dos centros de trauma.
epidemiologia dos sobreviventes de
tes causais e demais parâmetros epide-
Observamos que a principal cau-
O ferimento por PAF pode ser con-
Houve evidente presença de maior
Não avaliamos a incidência de seque-
Diversos estudos também encontra-
TCE, em 1997, nos Estados Unidos. A
miológicos. E não pesquisamos o atendi-
incidência foi maior em adolescentes
mento pré-hospitalar que pode ter impacto
da morbi-mortalidade) e idade avançada.
(15 – 19 anos) e idosos (≥ 65 anos). As
relevante na mortalidade global21.
HUKKELHOVEN e cols realizaram uma
principais causas do TCE foram aciden-
extensa metanálise de 5.600 pacientes
tes com veículos motorizados, quedas
de medidas preventivas os pedestres (atro-
com TCE e determinaram que as propor-
e assaltos. Eles relataram que 46% dos
pelamentos 20,95%), os motociclistas (aci-
ções de mortalidade e resultado insatisfa-
ocupantes de veículos, 53% dos motoci-
dentes com motocicletas 24,76%) e a segu-
tório aumentam com a idade: 21 e 39%,
clistas e 41% dos ciclistas não estavam
rança pública (agressão física 17,14%).
respectivamente, para menores de 35 anos
usando equipamentos de proteção pes-
e 52 e 74% para maiores de 55 anos.
soal no momento do trauma.
15
HARRIS e cols analisaram 13.908
As elevadas taxas de morbi-mortali-
casos de TCE, entre 1994 e 1995, dividi-
dade e a falta de uso de equipamentos de
dos por décadas de idade. Concluíram
proteção individual verificadas nos estudos
que o risco de mortalidade aumenta pro-
citados levaram vários autores a propor a
gressivamente a partir dos 30 anos e o
adoção de medidas preventivas para os fa-
maior aumento ocorre após os 60 anos.
tores causais mais relevantes. Essas foram
Encontramos elevado número de pa-
direcionadas, principalmente, para os aci-
cientes vítimas de agressão física (17,14%),
dentes com veículos automotivos, agres-
sendo 9,52% de ferimentos por PAF e
sões e quedas (Campanhas de educação
7,62% de vítimas de espancamento.
no trânsito, prevenção do TCE)9,10.
16
GERHART e cols
revisaram 2.771
Merecem atenção especial na adoção
Os achados reforçam a necessida-
de de se ampliar esse estudo epidemiológico a fim de levantar subsídios para
à associação de drogas e álcool com acidentes de trânsito, em geral; e também no
que diz respeito às sequelas funcionais
que geram incapacidade para o trabalho,
associando menor massa produtiva com
maior custo em benefícios.
CONCLUSÕES
19
SERVADEI e cols verificaram que a
lei italiana que obriga o uso de capacete
entre 1996 e 1999. Concluíram que as víti-
reduziu a incidência de TCE e os proce-
sim como outros pacientes portadores de
mas de agressão são, predominantemen-
dimentos neurocirúrgicos em motociclis-
doenças neurológicas, clínicas ou cirúrgi-
te, homens jovens, membros de grupos
tas, com o desaparecimento, quase que
cas, têm necessidade de acompanhamento
1. Pacientes com trauma craniano, as-
VITÓRIA APART PROGRESS
4. Os estudos epidemiológicos são
5. As informações obtidas pela aná-
sa do Vitória Apart Hospital.
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20
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A taxa de mortalidade global neste es-
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13
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Tabela I - Distribuição dos pacientes portadores de traumatismo crânio-encefálico por
faixa etária (grupo FE).
Subgrupo
I (15 a 29 anos)
II (30 a 44 anos)
III (45 a 59 anos)
IV (60 anos e superior)
Total
Nº de
pacientes
46
33
16
10
105
%
43,81
31,43
15,24
9,52
100,00
21
RELATO DE CASO
Cistos esplênicos não parasitários:
relato de três casos e revisão da literatura
FLÁVIO TAKEMI KATAOKA
INTRODUÇÃO
Os cistos esplênicos verdadeiros são
raros, com poucos casos descritos na
literatura(1,5,12,20,22). Em mais de 42 mil autópsias foram relatados apenas 32 casos
de cistos verdadeiros(21). A maioria dos cistos é de natureza parasitária e encontrada
em regiões onde a infestação pelo Echinococcus ranulosis é intensa(13).
Atualmente, o desenvolvimento e o
uso cada vez mais frequente dos modernos métodos de diagnóstico por imagem
têm possibilitado o diagnóstico de cistos
assintomáticos, bem como elucidado correntemente a localização da maioria dessas lesões. Por outro lado, o melhor conhecimento da importância do baço e os
avanços da técnica cirúrgica propiciaram
a adoção de condutas cirúrgicas conservadoras em várias afecções esplênicas.
Essas condutas, quando empre-
O cisto media 7,0cm x 3,5cm x 2,0cm e,
formação de 8cm de diâmetro em hipo-
quando puncionado, deu saída de líquido
côndrio esquerdo de consistência cística,
amarelado, discretamente turvo. Não hou-
com bordas bem definidas, móvel com a
ve intercorrências pós-operatórias.
respiração e indolor.
O estudo anatomopatológico do
Os exames laboratoriais mostraram-
baço concluiu pelo diagnóstico de cisto
se normais. A ultrassonografia evidenciou
epitelial, baseado na presença de células
imagem cística de paredes regulares,
epiteliais escamossas (fig.1). O doente foi
conteúdo homogêneo e anecóide, lateral
acompanhado no ambulatório por cinco
e inferiormente ao baço, com volume es-
anos, sem apresentar anormalidades.
timado de 191cm3. A suspeita foi de cisto
Caso 2 – AS, feminina, 15 anos,
mesentérico ou pancreático. Submetida a
branca, relatando havia três meses dor
laparotomia exploradora, constatou-se a
de forte intensidade, em pontada, loca-
presença de cisto no polo inferior do baço,
lizada no flanco esquerdo, esporádica,
de 10cm de diâmetro, coloração vinhosa,
aparecendo a cada cinco dias, de du-
com área esbranquiçada na superfície an-
ração efêmera. Referia anorexia e perda
terior; a cápsula esplênica está íntegra. O
de peso de 7kg em três meses.
estudo anatomopatológico evidenciou a
Seu pai era portador de cisto esplêni-
presença de epitélio de revestimento es-
co, tendo falecido havia dois anos por he-
camoso, concluindo pelo diagnóstico de
morragia digestiva alta. Ao exame físico foi
cisto epitelial. A evolução pós-operatória
observada a presença de tumor em flan-
decorreu sem anormalidades.
clínica, dividiria os cistos esplênicos em
Os cistos verdadeiros não parasitários
Acredita-se que, após o traumatismo, a
parasitários e não parasitários.
do baço representam 10% dos cistos es-
presença de hemorragia subcapsular com
Os cistos não parasitários, por sua
plênicos, sendo considerados por alguns
posterior formação de hematoma permitiria
vez, seriam classificados em primários
autores como malformações congênitas
a formação do pseudocisto, pela absorção
ou verdadeiros e secundários ou falsos.
ou ainda como verdadeiras neoplasias(5).
e organização do sangue coletado(5,12).
Estes agrupariam cistos de natureza trau-
São observados, principalmente, em
mática, degenerativos e inflamatórios. Os
crianças e adultos jovens, como em nos-
parcela significativa dos casos, por ter sido
cinco primários ou verdadeiros, segundo
sa terceira doente.
aparentemente leve e/ou antigo, não sendo
o epitélio de revestimento de sua cápsula,
Fowler(12) acreditava ser o cisto deri-
recordado pelo paciente. Nossa doente,
seriam classificados em epiteliais, meso-
vado da inclusão ontogênica do peritônio
cujo cisto foi assim classificado, não se
teliais e endoteliais.
no interior da substância esplênica. A ori-
lembrava do traumatismo anterior. Explica-
A história de trauma está ausente em
Os cinco verdadeiros diferenciam-se
gem do epitélio de revestimento é con-
se, assim, o aparecimento de sintomas me-
dos falsos pela presença de camada ce-
troversa, aventando-se a participação de
ses ou anos após o evento traumático(10).
lular de revestimento. Constata-se abaixo
tecido epitelial estópico ou da invaginação
da lâmina conectiva, ricamente vascu-
do mesotélio peritoneal, com posterior
são diagnosticados três anos após o
larizada, a presença de células cúbicas
dilatação cística e metaplasia escamosa.
traumatismo(9). Em um dos doentes des-
ou estratificadas de natureza epitelial ou
Estudos de eletromicroscopia e imunohis-
te relato, o achado do cisto epermóide foi
endotelial. Muitas vezes, apresentam ca-
toquímica sugerem ser o revestimento ce-
acidental, durante intervenção cirúrgica
racterísticas semelhantes às do mesotélio,
lular resultante de metaplastia escamosa
motivada por colelitíase. O portador de
(3,4)
Mais de 50% dos falsos cistos
com presença de microvilosidades, es-
de mesotélio
. Ough e col. propuseram
pseudocisto esplênico apresentava his-
tomas e áreas de metaplasia escamosa;
a nomenclatura de cisto mesotelial com
tória clínica com duração de três meses,
estas seriam secundárias à hemorragia e
metaplastia escamosa em substituição ao
não relatando traumatismo anterior.
fenômenos irritativos.
termo cisto epidermóide(16).
O doente restante apresentava qua-
Os pseudocistos são quatro a cinco
dro clínico com um ano de duração. Ou-
epidermóides quando se apresentam sem
vezes mais frequentes que os verdadeiros(8)
tras causas associadas aos pseudocistos
tecidos dérmicos diferenciados, como pelos
e 80% deles são grandes, solitários e uni-
esplênicos são os infartos e as doenças
ou dentes, que, quando presentes, caracte-
loculares. Frequentemente contêm líquido
inflamatórias do tipo tuberculose, mono-
rizam os cistos denominados dermóides.
seroso, turvo ou gelatinoso, rico em lipí-
nucleose e febre tifóide, pela possibilidade
Já os pseudocistos têm paredes
dios, colesterol, agregados linfocitários e
de liquefação tecidual e periesplenite(8).
constituídas por lâmina fibroconjuntiva,
pigmentos derivados da hemoglobina. Seu
sem revestimento celular diferenciado.
interior é trabeclado, composto por tecido
ciclo menstrual e à gravidez têm sido cor-
A descrição inicial do cisto esplêni-
co esquerdo, de 10cm de diâmetro, móvel
DISCUSSÃO
Os cistos epiteliais são denominados
Fatores hormonais associados ao
gadas no trauma esplênico, poderão
com movimentos respiratórios.
aumentar a frequência desses cistos, já
que muitos deles se desenvolvem após
Com frequência apresentam calcifica-
fibroso, mimetizando cordoalhas endíneas
relacionados com a etiologia e as mani-
trou o cisto esplênico volumoso, ocupan-
co verdadeiro, atribuída a Andral, data de
traumatismos, a partir da resolução de
ções parientais, condição observada co-
cardíacas(12). Um de nossos doentes teve
festações clínicas dos cistos esplênicos,
do a região hipogástrica e flanco esquer-
1829(2), e a primeira esplenectomia moti-
um hematoma(17,24). Com o intuito de
mumente em hematomas antigos.
sua sessão assim classificada pela inexis-
justificando sua maior incidência no sexo
do. Indicou-se cirurgia, sendo realizada
vada pela presença do cisto foi realizada
A ausência de camada celular de re-
tência do epitélio de revestimento. O as-
feminino(22). A congestão esplênica que
A ultrassonografia do abdome mos-
contribuir para um melhor conhecimen-
espenectomia. Após a cirurgia, o cisto foi
por Pean , em 1867. Em revisão feita em
to dos diferentes aspectos patogênicos
vestimento não exclui a possibilidade de
pecto líquido puncionado era turvo, como
ocorre na gravidez e nos períodos mens-
puncionado, dando saída a líquido sero-
1953(12), foram anotadas 265 casos, dos
cisto verdadeiro, pois ela pode ser parcial
o acima descrito.
truais acarretaria aumento do baço, faci-
e clínicos dessa moléstia e frente à ra-
purulento, de cuja cultura cresceram ape-
quais 110 eram verdadeiros e, em 1978,
ou totalmente destruída por processos de-
Os cistos esplênicos incidem com
litando aumento dos cistos(12,14). As mu-
ridade desta, apresentamos três casos
nas colônias de Staphylococcus epide-
foram reunidos da literatura ocidental 651
generativos. Por outro lado, os pseudocis-
maior frequência no sexo feminino, em
lheres deste relato não apresentavam em
midis. O estudo anatomopatológico não
casos de cisto esplênicos(8). Para outros
tos podem adquiri-la por inclusão de tecido
proporção de 1,5 a 2:1, sendo prioritaria-
sua história nenhuma associação com o
reconheceu em sua cápsula epitélio de
estudiosos, essa raridade é mais aparente
epitelial adjacente(4). Dessa forma, em algu-
mente diagnosticados na segunda e na
ciclo menstrual.
revestimento, concluindo pelo diagnóstico
que real, tendo em vista o número apreci-
mas ocasiões, torna-se difícil distinguir se o
terceira década de vida , mas podem
de pseudocisto do baço.
ável de cistos por eles tratados(20).
cisto é primário ou secundário.
ser encontrados em faixas etárias mais
branco, internado com diagnóstico de li-
No presente relato, observou-se em
avançadas. Dos nossos três doentes, um
tíase biliar. Foi submetido à cirurgia, que
ca, notou havia um ano tumor indolor de
aspectos dessa doença, principalmente
dois dos cistos a presença de revestimen-
tinha 60 anos e era do sexo masculino, e
consistiu em colecistectomia, além de
flanco esquerdo, que vinha aumentando
no que diz respeito à sua origem e evo-
to epitelial bem definido, caracterizando-
as duas restantes eram do sexo feminino e
exploração radiológica das vias biliares.
progressivamente de tamanho. Ao exame
lução. Numerosas classificações agru-
os como cistos primários epidermóides.
jovens. Aparentemente, a raça negra tem
Durante o ato cirúrgico, constatou-se a
físico observava-se discreta assimetria
param diferentes tipos de cistos de baço.
O cisto restante foi classificado como
maior incidência da afecção(18).
presença de volumoso cisto lienal, efetu-
do tórax devido a abaulamento ao nível
Uma classificação, caracterizada por sua
pseudocisto, pela inexistência de células
ando-se a esplenectomia concomitante.
do rebordo costal esquerdo. Palpava-se
simplicidade e aplicabilidade na prática
epiteliais na cápsula de revestimento.
implicado na formação dos pseudocistos.
acompanhados pelo autor.
REL ATO DE CASO
Caso 1 – BHP, masculino 60 anos,
22
Caso 3 – RM, menina, 7 anos, bran-
(19)
Persistem dúvidas sobre diversos
VITÓRIA APART PROGRESS
VITÓRIA APART PROGRESS
(1)
O trauma abdominal é o agente mais
23
RELATO DE CASO
A esplenectomia parcial deve ser em-
utilizada à semelhança do tratamento ci-
sível influência de fatores genéticos na
pregada sempre que possível, em jovens e
rúrgico dos cistos benignos do figo. Des-
etiologia desses cistos, pela presença de
nos suscetíveis a complicações infecciosas
creveu-se com êxito a criação de pequena
gene autossômico recessivo(27). Uma de
pós-esplenectomia. Assim procedemos
janela no cisto, por meio da tesoura-cau-
nossas pacientes relatou história de cisto
em uma criança dessa série. Diversas téc-
tério, para ressecção parcial e hemostasia
esplênico em seu pai falecido.
nicas empregadas, como a gastrocistosto-
de sua parede(23).
mia, a excisão parcial da parede do cisto
Outros estudiosos aventaram a pos-
O tratamento cirúrgico é indicado nos
(10,26)
atualmente são de uso excepcional
deve ser realizada na maioria das interven-
A punção e aspiração percutânea
o tratamento desses cistos por mais de
ções, como em dois de nossos pacientes.
do cisto foram associadas a complica-
uma vez em sua carreira. Porém, com o
Quando o cisto é volumoso, recomenda-
ções hemorrágicas e infecciosas, além de
desenvolvimento e o uso cada vez mais
se a aspiração de seu conteúdo, o que
propiciar altos índices de recidiva e pos-
frequente da metodologia de imagens,
facilitará a mobilização do baço(14).
sibilitar a sua disseminação peritonial(5).
o diagnóstico de cisto esplênico tende a
Nos assintomáticos com cistos de
Mais recentemente, essa técnica voltou
tornar-se mais frequente, o que exigirá do
pequenas dimensões é recomendável a
a ser utilizada, acrescida de injeção de
médico adequado conhecimento para tra-
conduta expectante. Quando persistirem
agentes esclerosantes, com resultados
tar essa afecção.
dúvidas diagnósticas ou quando se cons-
insatisfatórios(15).
tata crescimento dessas lesões, está justi-
ficada a indicação cirúrgica.
fácil visão do baço aumentado, pode ser
A videolaparoscopia, por permitir a
dicos terão oportunidade de conduzir
Dr. Flávio Takemi Kataoka
Cirurgião Geral do Vitória Apart Hospital
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A
alimentação suficiente é a princi-
dem aumentar para crianças que apre-
ção oral em pacientes, conforme suas
pal necessidade do ser humano
sentem alguma enfermidade. Na im-
necessidades nutricionais, visando à
e constitui um dos direitos da crian-
possibilidade da via oral, normalmente
síntese ou manutenção dos tecidos, ór-
ça, pois o consumo adequado de nu-
durante internações hospitalares, os
gãos ou sistemas.
trientes é fundamental para diversas
alimentos são oferecidos através de
funções do organismo. A ingestão
cateteres com dietas industrializadas
fase de intenso crescimento e desenvol-
deficiente de nutrientes, ocorrida em
completas infundidas diretamente no
vimento, na qual os indivíduos estão mais
crianças principalmente até os cinco
estômago ou intestino, dependendo da
suscetíveis aos problemas nutricionais,
anos, pode potencialmente levar a al-
tolerância do organismo da criança.
o objetivo desse trabalho foi comparar a
terações na estatura, na massa cor-
A Agência Nacional de Vigilância
composição de fórmulas completas para
poral, no desenvolvimento socioemo-
Sanitária define na Resolução RDC nº
crianças de 1 a 12 anos com as recomen-
cional e psicomotor e posteriormente
63, de 6 de julho de 2000, nutrição en-
dações do Instituto de Medicina dos Esta-
levando a atraso da puberdade, da
teral como: alimento para fins especiais,
dos Unidos (IOM).
maturação esquelética e da fusão
com ingestão controlada de nutrientes,
epifisária dos ossos longos.
utilizada exclusiva ou parcialmente para
tas infantis comercializados por 8 labo-
substituir ou complementar a alimenta-
ratórios: Nestlé, Abbott, Suppott, Wyeth,
As necessidades nutricionais po-
Considerando que a infância é uma
Foram avaliados 20 rótulos de die-
ESPAÇO ACADÊMICO E RESIDÊNCIA
Mead Johnson, Fresenius, Nutrimed e
litos se destacaram pelo baixo percentual
Nuteral, nos quais foram verificados
de adequação, assim como os nutrientes
os conteúdos de macronutrientes,
cromo, flúor e selênio não foram informa-
vitaminas, minerais e eletrólitos. As
dos na maioria das dietas analisadas.
informações foram comparadas com
as recomendações do IOM de acordo
e minerais e eletrólitos das dietas para
com as seguintes faixas etárias: 1 a 3,
crianças de 1 a 3 anos em relação às
4 a 8, e 9 a 12 anos.
DRI – AI ou RDA.
Na comparação de adequação de
de adequação de cada nutriente em rela-
nutrientes para a faixa etária de 4 a 8
ção a recomendação do IOM para crianças
anos, os ácidos essenciais apresentaram
de 1 a 3 anos e constatamos que os eletró-
grande percentual de falta de informa-
100% ou
mais de
adequação
Sem
informação
n
%
n
%
Cálcio
15
78,95
15
21,05
Fósforo
14
73,68
14
21,05
Ferro
14
73,68
14
26,32
Cromo
10
52,63
10
Magnésio
13
68,42
Flúor
3
Cobre
Nutrientes
ção, chegando a 86,6%, sendo que das
Danielle Cabrini, orientadora
do trabalho acadêmico
15 dietas analisadas nenhuma atingiu
100% de adequação em relação a estes
nutrientes. Nesta fase, foram analisados
da mesma forma determinadas dietas não
29 micronutrientes, sendo que destes 23
informam a quantidade de alguns nutrien-
apresentaram 26,67% de falta de informa-
tes específicos em sua composição, es-
ção. Esta é uma situação que dificulta o
pecialmente os micronutrientes.
47,37
trabalho do profissional de saúde no mo-
13
21,05
mento da decisão da escolha da melhor
lha com terapia nutricional deve estar
15,79
3
84,21
dieta a ser oferecida para seu paciente,
atento para que as dietas oferecidas aos
15
78,95
15
21,05
uma vez que, sem informações sobre a
pacientes atendam as necessidades nu-
Iodo
15
78,95
15
21,05
composição de nutrientes específicos,
tricionais dos mesmos, alertando-se até
Molibdênio
11
57,89
8
42,11
não é impossível garantir a segurança de
mesmo para suplementação quando se
11
57,89
8
42,11
que o paciente está recebendo seu apor-
fizer necessária, para evitar carências
Selênio
Manganês
47,37
5
26,32
te nutricional adequado e suficiente para
nutricionais que podem potencialmente
9
suas necessidades nutricionais.
prejudicar o prognóstico do paciente.
Zinco
15
78,95
4
21,05
Vit.K
13
68,42
4
21,05
aumentadas de forma geral no final da
Tiamina
15
78,95
4
21,05
infância, quando há o pico da velocidade
saúde, procure o Centro de Estudos
Riboflavina
15
78,95
4
21,05
do crescimento. Na fase dos 9 a 12 anos,
do Vitória Apart Hospital e inscreva
Vit. C
15
78,95
4
21,05
foram analisadas 12 dietas e os nutrientes
seu artigo: (27) 3201-5526.
Niacina
15
78,95
4
21,05
Vit. B6
14
73,68
4
21,05
Folato
11
57,89
4
21,05
Vit. E
11
57,89
4
21,05
cessidade de eletrólitos são importantes
Vit. B12
15
78,95
4
21,05
determinantes de morbidade subsequen-
Ác. Pantotênico
15
78,95
4
21,05
te em pacientes críticos. Nutrientes fun-
Biotina
15
78,95
4
21,05
damentais para o bom desenvolvimento
Vit. D
15
78,95
4
21,05
nesta fase, como cálcio e vitamina A, ne-
Colina
8
42,11
5
26,32
Vit. A
14
73,68
4
21,05
Sódio
1
5,26
0
0,00
Cloreto
3
15,79
2
10,53
ciada uma série de nutrientes que, em cer-
Potássio
1
5,26
0
0,00
tas dietas, não atingiram o recomendado,
26
O profissional de saúde que traba-
As necessidades de nutrientes estão
Você que é estudante da área de
que se encontram com menor percentual
de adequação são os eletrólitos, porém
Realize
seu
Coordenadores:
melhor
sonho
Dr. Carlyson P. Moschen
CRM 4146
Responsável Técnico
Dr. Fernando F. Chagas
CRM 4894
Dr. Carlos P. Moschen
CRM 3733
Biol. Irineu I. Degasperi
CRBio 15279/02
são nutrientes de suma importância neste
período, uma vez que a manutenção e ne-
Te c n o l o g i a c o m a t e n d i m e n t o é t i c o e h u m a n i z a d o
para o tratamento da infer tilidade.
cessários para o crescimento, desenvolvimento muscular e esquelético, não foram
informados em 33,3% das dietas.
Em todas as faixas etárias foi evidenEliany Bahiense, ganhadora do
concurso de artigos inscritos no 4º
Congresso do Vitória Apart Hospital
VITÓRIA APART PROGRESS
w w w. u n i f e r t . c o m . b r . 2 7 . 3 2 0 0 . 4 8 1 8
CRM 1437
Nesta tabela, analisamos o percentual
Tabela 1. Adequação de vitaminas
DESAFIO DIAGNÓSTICO
Dor cervical
O
paciente M.N.R. é portador de
tipos de medicamentos, nutrição paren-
heparina ao fim de cada uso e, mensal-
neoplasia maligna, cujos dados
teral, hemoderivados e, inclusive, para
mente, após o término do tratamento.
referentes à doença, ao estadiamento
coleta de sangue destinado a exames
e ao prognóstico serão omitidos por
laboratoriais (principalmente novos mo-
iniciou com quadro de dor cervical,
serem irrelevantes ao caso.
delos de port-a-cath, que possuem saí-
unilateral, à direita.
das duplas e arquitetura que gerencia o
necessita de tratamento quimioterápico.
fluxo de infusão e aspiração).
linfonodos aumentados, abaulamentos,
massas ou quaisquer outras anomalias.
Fato é que se trata de paciente que
É prática cada vez mais comum,
Vale à pena checar o artigo na internet
Em maio de 2009, o paciente
Ao exame físico não foram notados
tendo em vista o aumento da segurança
sobre o resultado do desafio, onde serão
do tratamento quimioterápico, a coloca-
discutidas também as diversas formas de
jugular, rubor de face ou edemas, assim
ção de cateter de quimioterapia em veia
utilizar o cateter totalmente implantável.
como não apresentava alterações relacio-
central para infusão das medicações.
nadas ao membro superior ipsilateral.
Para o paciente em questão, foi
realizada a colocação do cateter total-
mente implantável pelo método mais
ciente para o controle da dor, e houve
comum atualmente, por meio da pun-
necessidade de investigação diagnósti-
ção da VEIA SUBCLÁVIA DIREITA e
ca e tratamento adequado.
posicionamento em VEIA CAVA SUPERIOR. Esse método é extremamente
seguro e o menos invasivo possível.
O procedimento foi realizado em
sala de cirurgia com verificação dinâmica do seu posicionamento, por meio
O tratamento clínico não foi sufi-
Pergunta-se:
Que possíveis diagnósticos estarão
relacionados à dor do paciente e quais
exames complementares poderiam auxiliar no diagnóstico dessa sintomatologia?
de radioscopia, e uso de contraste para
Discussão do caso:
definir com exatidão a sua posição.
www.vitoriaaparthospital.com.br
Figura 1. Ilustração de acesso jugular
direito para implante de port-a-cath
O paciente não apresentava turgência
O procedimento foi realizado no dia
11 de novembro de 2008.
Dr. Guilherme Crespo
Núcleo de Serviços Oncológicos
Esse paciente seguiu o seu trata-
Outro motivo muito comum é a im-
mento adequadamente, sem intercor-
do Vitória Apart Hospital.
plantação do port-a-cath com a intenção
rências. Fez também a manutenção
Co-autoria de Dr. Bruno Prezotti
de permitir ao paciente que seja realizado
adequada do cateter com o uso de
Cirurgião vascular
um tratamento em caráter ambulatorial.
Esse paciente, que outrora deveria permanecer internado em dependências
hospitalares apenas para receber infusão
de quimioterápicos, pode agora ter seu
cateter puncionado em uma clínica de
quimioterapia e conectado a uma bomba
infusora, para, em seguida, voltar às suas
atividades cotidianas conforme orientado.
Por haver risco com o uso inade-
quado do cateter totalmente implantável, é solicitado que ele seja utilizado
apenas para fins de quimioterapia. Entretanto, sabemos que o mesmo pode
ser utilizado para infusão de todos os
28
Figura 2. Foto trabalhada de
radioscopia com destaque para o
posicionamento do cateter e da ogiva
de implante subcutâneo em parede
torácica à direita
Figura 2. Foto trabalhada de
radioscopia com destaque para
traquéia e brônquios e com presença
de cateter bem posicionado com
contraste em seu interior
VITÓRIA APART PROGRESS
VITÓRIA APART HOSPITAL
VITÓRIA APART HOSPITAL MARCA PRESENÇA EM CONGRESSOS
No mês de outubro de 2009, o Vitória Apart Hospital marcou presença em dois
importantes eventos. Entre 6 e 8 de outubro de 2009, a instituição participou
da Expo ABRH, que aconteceu simultaneamente ao 21º Congresso Estadual
de Administração de Recursos Humanos (CEARH), no Centro de Convenções
de Vila Velha. O hospital montou um estande, realizando 582 atendimentos.
Foram oferecidos serviços como avaliação nutricional, aferição de pressão e
verificação de IMC (Índice de Massa Corporal).
O outro evento foi o 7º Congresso Brasileiro de Doenças Cerebrovasculares
e a 4ª Jornada Capixaba de Neurologia, também em Vila Velha, de 22 a 24
de outubro de 2009. O hospital participou disponibilizando quatro pontos de
acesso à internet aos visitantes.
TRÊS NOVOS CURSOS EM 2010
O hospital se prepara para oferecer três novos cursos a partir de 2010.
São especializações nas áreas de Ortopedia, Coluna Vertebral e Coloproctologia. Serão cinco vagas, com duração dos cursos variando entre um
e três anos. As inscrições tiveram início no dia 9 de novembro de 2009 e
foram encerradas no dia 8 de janeiro de 2010. O processo seletivo será
marcado por provas teórica e prática. A previsão é de que os cursos tenham início em fevereiro. Mais informações: (27) 3201-5526.
CAMPANHA DE OITO ANOS DESTACA SERVIÇO COMPLETO
Uma supercampanha foi preparada para comemorar os oito anos do Vitória Apart Hospital. O material de divulgação é composto por outdoor, VT
e anúncio em jornais e rádios do Estado, além de veiculação em revista
nacional. As peças foram criadas pela Set Comunicação e destacam o fato
de o hospital ser o único do Estado a oferecer um serviço completo.
VITÓRIA APART HOSPITAL FA Z PL ANEJAMENTO
ESTR ATÉGICO 2010 -2014
O Vitória Apart Hospital iniciou as atividades para a elaboração do planejamento estratégico 2010-2014. Todo o trabalho está sendo desenvolvido com
a consultoria da Fundação Dom Cabral, centro de desenvolvimento de executivos, empresários e empresas que possui mais de 30 anos de atuação.
O primeiro encontro foi realizado no dia 26 de setembro de 2009 e reuniu
sócios, diretores e gestores do hospital.
ESCOL A PROFISSIONALIZ ANTE BENEFICIA 10 0 PESSOAS
O projeto Escola Profissionalizante do Vitória Apart Hospital beneficiou 100
pessoas em 2009, até o mês de novembro. Foram oferecidos cursos nas
áreas de Farmácia, Auxiliar de Lavanderia, Nutrição e Hotelaria. Ao término
dos cursos, 14 alunos obtiveram contratação.
30
HOSPITAL RECEBE AUDITORIA
PARA MANUTENÇÃO DA
ACREDITAÇÃO NÍVEL III
As enfermeiras Lílian Marques
Woiski e Maria Elisa Brum do Nascimento, do Instituto Paranaense
de Acreditação em Serviços de
Saúde (IPASS), estiveram no Vitória Apart Hospital nos dias 26 e 27
de outubro de 2009. As avaliadoras realizaram auditoria para manutenção da Acreditação Hospitalar nível III. A certificação é cedida
pela Organização Nacional de
Acreditação (ONA) e atesta a qualidade dos serviços de saúde.
NUTRICIONISTA VENCE
CONCURSO DE ARTIGOS
DA REVISTA PROGRESS
A nutricionista Eliany Bahiense de
Andrade Sousa, de 24 anos, foi
a grande vencedora do concurso
de artigos do Vitória Apart Hospital. Como prêmio, a profissional
teve o seu trabalho “A análise
da composição de dietas enterais completas para alimentação
infantil” publicado nesta edição
da revista Vitória Apart Progress.
Pós-graduada em Terapia Nutricional e Prática Hospitalar, a jovem ganhou o primeiro lugar entre os 20 artigos selecionados.
PARCERIA PARA
PRODUÇÃO DE ENERGIA
COM GÁS NATURAL
O Vitória Apart Hospital iniciou uma
parceria com a Dalkia do Brasil
S/A. A empresa será responsável
por toda a gestão da rede elétrica
e de ar-condicionado da instituição, por um período de 10 anos. O
diferencial ficará por conta da mudança na produção de energia do
hospital, que será feita com o uso
de gás natural.
VITÓRIA APART PROGRESS
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