PARTE 2
PRÉ
OPERATÓRIO
PRÉ-OPERATÓRIO
O período pré-operatório tem início no momento em que o paciente recebe a
indicação da cirurgia e se estende até a sua entrada no Centro Cirúrgico.
Esse período divide-se em duas fases:
PRÉ-OPERATÓRIO MEDIATO e PRÉ-OPERATÓRIO IMEDIATO.
FATORES DE RISCO PARA COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS
 Hipovolemia;
 Desidratação ou distúrbios eletrolíticos (Ex; Sódio – Na, Potassio – K);
 Déficits nutricionais;
 Extremos etários (Muito jovem ou muito idoso);
 Extremos de peso (Desnutrição, obesidade);
 Infecção;
 Anormalidades imunológicas;
 Doenças pulmonares (Asma, bronquite);
 Doença renal;
 Gravidez;
 Doenças cardiovasculares (IAM, ICC, Arritmias, Hipertensão);
 Distúrbios Endócrinos (Diabetes Mélitus, disfunção da tireóide);
 Disfunção hepática;
 Drogas e álcool;
 Pacientes com necessidades especiais (Visão, audição, fala,
movimentação).
PRÉ-OPERATÓRIO MEDIATO
Esta fase corresponde do momento da indicação da cirurgia e termina 24
horas antes de seu início, geralmente neste período o paciente ainda não se encontra
internado.
Neste período, sempre que possível, o paciente deve:
 Passar por uma avaliação médica geral;
 Fazer exames clínicos detalhados (exames de sangue, RX,
eletrocardiograma);
 Solicitar de equipamentos e materiais especiais;
 Esclarecer a família e auxiliá-la a entender o processo da cirurgia;
 Iníciar do preparo do paciente para o período pós operatório;
 Identificar e corrigir distúrbios que possam aumentar o risco cirúrgico.
PRÉ-OPERATÓRIO IMEDIATO
Esta fase compreende às 24 horas que antecedem a cirurgia. De modo geral, o
paciente é admitido no hospital dentro desse período, como o objetivo de ser
devidamente preparado para o ato cirúrgico, porém, isso pode variar devido ao tipo de
cirurgia, instituição ou do estado do paciente.
Também é importante neste período:
 Avaliar o estado de dor;
 Avaliar o estado nutricional;
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Rever prontuário, verificando se todos os exames solicitados estão
corretos;
Identificar o paciente;
Verificar o sítio cirúrgico, avaliando estado geral de higiene e
encaminhá-lo para o banho pré operatório;
Estabelecer acesso venoso;
Fazer reserva de hemoderivados;
Fazer reserva de sala operatória;
Solicitar de equipamentos e materiais especiais;
Preparo da pele e tricotomia que deve ser feita o mais próximo possível
do ato cirúrgico;
Preparo intestinal;
Jejum – Na medida do possível, o estomago do paciente deve estar
vazio no momento da cirurgia, pois as medicações anestésicas podem
provocar vômitos e pode ocorrer a aspiração de conteúdo gástrico para
os pulmões;
Esclarecer, dentro de suas atribuições, as dúvidas do paciente;
Providenciar assinatura do termo de autorização para cirurgia.
NO DIA DA CIRURGIA
 Auxiliar ou orientar para que o paciente esvazie a bexiga e o instestino;
 Retirar próteses;
 Retirar lentes de contato;
 Retirar jóias;
 Retirar piercings;
 Banho pré operatório com anti-séptico;
 Verificar sinais vitais 30 minutos antes da cirurgia e informar qualquer
alteração;
 Conferir se os exames estão junto ao prontuário;
 Administrar medicação pré anestésica;
 Fornecer camisola e gorro.
ADMISSÃO DO PACIENTE
É necessário compreendermos as dúvidas, medos e ansiedades que povoam o
pensamento de quem vai ser operado. A separação da família, o medo do
desconhecido e as possibilidades de dor, de complicações, de morte, criam uma
situação de insegurança para o paciente cirúrgico.
Por isso é de extrema importância acolher o paciente e esclarecer as dúvidas
que estiverem a seu alcance e encaminhar as demais a quem de direito.
Durante a admissão é importante obter algumas informações importantes
como:
 Tratamentos anteriores;
 Medicamentos em uso;
 Alergias diversas, inclusive ao látex;
 Experiências cirúrgicas anteriores;
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Antecedentes familiares;
Fatores de risco (fumo,alcoolismo, drogas).
CIRURGIAS DE EMERGÊNCIA
As Cirurgias de emergência não são planejadas e acontecem com pouco tempo
para preparação do paciente e da equipe. Muitas vezes, o paciente irá para o
procedimento cirúrgico sem as informações devidas ou com informações incompletas,
colhidas por testemunhas, equipe de resgate ou familiares.
É necessário uma rápida avaliação do paciente durante o atendimento inicial
para verificar todas as lesões possíveis para que as mesmas sejam corrigidas em sua
totalidade ou que sejam posteriormente corrigidas quando possível.
CIRURGIA SEGURA
Embora a cirurgia em local errado ou no paciente errado seja rara, mesmo um
incidente isolado pode resultar em dano considerável ao paciente. Há relatos
recorrentes e persistentes de cirurgias em locais errados, como nos pulmões e cérebro
e de pacientes que tiveram o rim , a glândula adrenal, a mama ou outro orgão
removido de forma errada.
Estima-se que as cirurgias em local errado e no paciente errado ocorrem em
cerca de 1 em 50.000–100.000 procedimentos nos Estados Unidos, equivalente a
1.500–2.500 incidentes por ano.
DEZ OBJETIVOS ESSENCIAIS PARA A CIRURGIA SEGURA
1. A equipe operará o paciente certo e o local cirúrgico certo.
2. A equipe usará métodos conhecidos para impedir danos na administração de
anestésicos, enquanto protege o paciente da dor.
3. A equipe reconhecerá e estará efetivamente preparada para perda de via aérea ou
de função respiratória que ameacem a vida.
4. A equipe reconhecera e estará efetivamente preparada para o risco de grandes
perdas sanguineas.
5. A equipe evitara a indução de reação adversa a drogas ou reação alérgica
sabidamente de risco ao paciente.
6. A equipe usara de maneira sistemática, métodos conhecidos para minimizar o
risco de infecção no sitio cirúrgico.
7. A equipe impedira a retenção inadvertida de instrumentais ou compressas nas
feridas cirúrgicas.
8. A equipe manterá seguros e identificará precisamente todos os espécimes
cirúrgicos.
9. A equipe se comunicara efetivamente e trocara informações criticas para a
condução segura da operação.
10. Os hospitais e os sistemas de saúde pública estabelecerão vigilância de rotina
sobre a capacidade, volume e resultados cirúrgicos.
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AULA PRÉ OPERATÓRIO.