UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DA ALAVANCAGEM PARA AS EMPRESAS
Por: MARCUS VINÍCIUS CARVALHO QUEIROZ
Orientador
Prof. ANTÔNIO FERNANDO VIEIRA NEY
Rio de Janeiro
2009
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
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A IMPORTÂNCIA DA ALAVANCAGEM PARA AS EMPRESAS
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista
em...
Por. MARCUS VINICIUS CARVALHO QUEIROZ
3
AGRADECIMENTOS
... Aos amigos e colegas de profissão
pelo suporte me dado nos momentos
de dúvidas ......
4
DEDICATÓRIA
...Dedico aos meus pais e à minha esposa querida pelos momentos de apoio e
compreensão...
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RESUMO
Uma empresa tem duas formas de financiar a sua atividade: recorrendo a capitais próprios ou a capitais de terceiros. Tipicamente, os capitais
próprios são aqueles que não tem qualquer contrapartida fixa de remuneração
. Os capitais de terceiros, por seu lado, são aqueles que têm em contrapartida
uma remuneração mínima fixada (que pode ser uma taxa de referência de
mercado) e que em regra possuem um esquema de reembolso previamente
definido, portanto o objeto de estudo deste trabalho está focado nessa última
forma de financiamento, a utilização de capital de terceiros para maximizar o
retorno de seus proprietários, operação essa conhecida alavancagem.
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METODOLOGIA
Através de pesquisa e coleta de dados, apoio de colegas de profissão
e consultas a livros e sites especializados, de conceituados autores, na intenção de obter uma abordagem simples e prática, com o objetivo de trocar conhecimentos e informações com profissionais da área.
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SUMÁRIO
Capítulo I – ALAVANCAGEM OPERACIONAL............................................10
1.1 CONCEITO ALAVANCAGEM OPERACIONAL ................................................10
1.2 ANÁLISE DO PONTO DE EQUILIBRIO........................................................... 12
1.3 RELAÇÃO ENTRE O GAO E O PONTO DE EQUILÍBRIO ............................. 16
1.4 CONCEITO DE CUSTO VOLUME LUCRO.......................................................18
1.5 GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL (GAO)..................................... 19
1.6 EXEMPLO PRÁTICO......................................................................... .............20
Capítulo II – ALAVANCAGEM FINANCEIRA ............................................23
2.1 CONCEITO DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA ............................................23
2.2 GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA (GAF) ...........................................24
2.3 EXEMPLO PRÁTICO......................................................................................28
.
Capítulo III – ALAVANCAGEM COMBINADA OU TOTAL ....................30
3.1 CONCEITO DE ALAVANCAGEM COMBINADA..............................................30
3.2 GRAU DE ALAVANCAGEM COMBINADA OU TOTAL (GAC)........................31
3.3 EXEMPLO PRÁTICO....................................................................................32
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INTRODUÇÃO
O conceito de empresa boa ou sólida muitas vezes e utilizado sem
fundamentação o técnica, decorrente de manifestações apenas de cunho emocional, isto é,alguma pessoa gosta do produto que a empresa fábrica ou
acha que suas instalações são bonitas e passa a conceituá-la como empresa
boa para uma afirmativa fundamental tecnicamente , uma empresa sólida
compreende fatores como a qualidade de seus produtos , sua administração ,
seu compromisso com a ética , suas instalações , sua tecnologia , além de
uma adequada estrutura de capitais e vitalidade na geração de caixa, entre outras condições. Então as empresas que não se reorganizarem e não se readaptarem a este novo ambiente competitivo do século XXI certamente não sobreviverão. E dentro deste contexto, o sucesso ou o fracasso dependerá da
habilidade em gerenciar os custos do negócio para poder criai e sustentar vantagens competitivas.
Diante do contexto, observamos dois tipos de análise que se relacional
entre si. A primeira delas é análise do ponto de equilíbrio e a segunda é a alavancagem, ferramenta , usada com muita frequência atualmente, pelos administradores das grandes empresas.
O presente trabalho apresenta e aborda a importância dessas análises,
demonstrando a aplicação prática da teoria apresentada.Verifica-se que de
posse das informações de ponto de equilíbrio e dos tipos de alavacagem. O
gestor poderá definir metas de vendas,análise da continuidade ou descontinuidade de produtos, assim como verificar o impacto no resultado da empresa
nesse ambiente de concorrência acirrada, demonstrando a importância dessas
análises , apresentando um estudo com aplicação prática da teoria apresentada.
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Todas essas questões levantadas tem o propósito de aguçar o espírito
de questionamento acerca das verdadeiras causas que afetam a vida das
empresas.
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CAPÍTULO I: ALAVANCAGEM OPERACIONAL
1.1 CONCEITO
A alavancagem operacional origina-se da alavancagem empresarial.
“O conceito de alavancagem empresarial é idêntico ao conceito de alavanca
comumente empregado em física. Por meio da aplicação de uma forca pequena no braço maior da alavanca, e possível mover um peso muito maior no
braço menor da alavanca “Bruni (2002, p.240)
Dentro deste conceito podemos observar que uma variação percentual
pequena nas vendas de , por exemplo, 2% , resulte em uma variação percentual muito maior no resultado (por exemplo 20%)
Segundo Matarazzo (2003, pág.60) , os custos operacionais das empresas permanecem inalterados em determinados intervalos de produção e venda, representando que quanto maior a produção menos e seu peso relativo e
vice versa; quando menos se produz mais se sente o peso dos custos fixos.
Quando as empresas elaboram projetos pra captar financiamentos, visando
aumentar a produção sem aumentar os custos fixos ou aumentando menor do
que o crescimento do lucro Antes das Despesas Financeiras e do Imposto de
Rendas, elas buscam obter Alavancagem Operacional. Depois de implantado o
projeto, se alcançarem seu objetivo, elas produzem “Alavancagem Positiva”; se
simplesmente mantêm o mesmo nível anterior ao projeto, elas obtêm o que o
mercado chama de “Alavancagem Travada” ou “Alavancagem Constante”; se o
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resultado for inferior ao lucro anterior, têm como resultado uma “Alavancagem
Negativa”. Essa última posição, se indesejável no curto prazo, poderá ser acei
ta no longo prazo, pois quando da quitação dos recursos de terceiros a situação pode se reverter e, então, produzir “Alavancagem Positiva”.
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1.2 ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO
Para Jiambalvo (2002), o ponto de equilíbrio é uma das principais ferramentas para a analise do custo, volume e lucro.
Define ainda o ponto de equilíbrio como sendo o numero de unidades
que precisam ser vendidas para uma empresa obter o equilíbrio, ou seja, ter
um resultado que não implique em lucro ou prejuízo, mas sim um resultado zero.
O ponto de equilíbrio representa o nível de vendas ou a receita necessária, para que a empresa iguale os seus gastos totais (custos e despesas). o
ponto de equilíbrio poderá ser determinado tanto em quantidade quanto em
receita total, conforme veremos mais adiante.
“Devemos ressaltar que o conceito de equilíbrio em economia e similar ao conceito da física, em que a situação de equilíbrio só se altera se outro fator ocorrer, tirando o corpo da inércia inicial. Em vista disso, há quem aconselhe o uso
da denominação ponto de ruptura – do inglês break-even –point.”
Os níveis de receita ou volume de vendas que estiverem acima do ponto de equilíbrio representam o lucro da empresa, assim como a receita e ou volume de vendas abaixo do ponto de equilíbrio representará perdas para a empresa.
A determinação da receita de equilíbrio pode ser obtida por meio de
procedimentos gráficos ou aritméticos, devendo, entretanto ter-se um sistema
de custos que permita uma distinção adequada entre os gastos fixos e variáveis. Em outras palavras e necessário que haja a separação dos gastos variáveis “ proporcionais “ e os gastos fixos “ estruturais “ .
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O primeiro passo para realizar a análise, será a determinação do ponto de equilíbrio ou a receita de equilíbrio. Nessa fase a gerencia avaliara o desem
penho atual da empresa em relação aos níveis operacionais “ lucro/prejuízo “
zero , alertando- os para as medidas corretivas que se fizerem necessárias .
Após definido o volume ou a receita de vendas de equilíbrio, o gestor poderá
visualizar o desempenho de sua empresa em relação a esse ponto e passara a
buscar uma superação com o objetivo de atingir a maior margem possível ,
sendo este o principal objetivo das decisões que serão tomadas para proporcionar a empresa uma maior margem de segurança .
Segundo Ferrari (2005,pág.17) , é a técnica que permite determinar o
volume de vendas da empresa para o qual as receitas se igualam aos custos
operacionais totais. O ponto de equilíbrio pode ser determinado tanto em termos de unidade de produto quanto em termos monetários. Daí temos :
PxQ=F+VxQ
SENDO:
P - O PRECO DE VENDA
Q - QUANTIDADE VENDIDA
P x Q – RECEITA TOTAL
F – CUSTOS FIXOS
V – CUSTO VARIAVEL UNITARIO
V x Q - CUSTO VARIAVEL TOTAL
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Portanto o ponto de equilíbrio é aquele em que o lucro e zero, ou seja,
a receita total e igual à soma dos custos fixos e variáveis.
Porém , em se tratando de ponto de equilíbrio em um mix de vendas ,
será necessário realizar cálculos adicionais dados a diferença de preços de
vendas e custos variáveis dos produtos o que resulta em margem de contribuição diferente.
Diante da problemática o ponto de equilíbrio será determinado pela
proporção do mix de vendas .
A empresa devera determinar qual será o mix de vendas para cada
produto considerando – o montante durante o período estudado, e após este
ponto será feita a ponderação da margem de contribuição . Considerando que
uma empresa possui os seguintes produtos :
PRODUTOS
PRECO DE VENDA
A
B
R$ 60,00
R$ 35,00
CUSTO VARIAVEL E DESPESA VARIAVEL
R$ 40,00
R$ 20,00
MARGEM DE CONTRIBUICAO
R$ 20,00
R$ 15,00
MIX DE VENDA
CUSTO FIXO
70%
30%
90.OOO,00
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Ponderação da margem de contribuição:
(20.00 x 0,7) + (15,00x 0,3) = 18,50
Agora a empresa poderá calcular o ponto de equilíbrio considerando
como margem de contribuição o valor de r$ 18,50 , conforme a seguir :
Ponto de equilíbrio : 90.000 = 4.865 unidades
18,50
As unidades do ponto de equilíbrio serão distribuídas da seguinte forma :
PRODUTO A 4.865 X 0,7 = 3.406 UNIDADES
PRODUTO B 4.865 X 0,3 = 1. 459 UNIDADES
TOTAL
= 4.865 UNIDADES
Ressalta- se mais uma vez, que a análise do ponto de equilíbrio para
uma diversidade de produtos , considera inalterado o mix dos produtos para o
período planejado. Assim qualquer tipo de alteração no mix , ocasionará alterações no ponto de equilíbrio.
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1.3
RELAÇÃO
ENTRE
O
GRAU
DE
ALAVANCAGEM
OPERACIONAL E O PONTO DE EQUILÍBRIO
Segundo Silva (2005,pág. 15) , quanto maior for o volume de produção e quanto mais distante a empresa estiver de seu ponto de equilíbrio, menor será o seu grau de alavancagem operacional , pois a variação (acréscimo
ou redução) no volume de produção provocara menor impacto no percentual
de lucro.
Embora o grau de alavancagem operacional acima do ponto de equilíbrio tenda a diminuir de valor, também será menor o risco de a empresa entrar
em prejuízo caso sofra uma redução na atividade produtiva, caso contrario, se
o grau de alavancagem operacional for alto, isto significa que a empresa esta
trabalhando próxima ao ponto de equilíbrio e o risco de melhorar ou piorar seu
resultado (caso haja, respectivamente, aumento ou redução no seu volume de
produção) é bastante elevado.
O efeito da alavancagem operacional esta relacionado com os gastos
fixos da empresa, gastos estes que poderão constituir risco para as atividades
operacionais. a alavancagem operacional vem medir qual será a proporção
deste risco .
O impacto da alavancagem operacional diminuirá na proporção do crescimento das vendas acima do ponto de equilíbrio ,resultando em um lucro maior.
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Conforme visto na analise do ponto de equilíbrio quanto maior for o
volume de vendas acima do ponto de equilíbrio, a empresa terá uma margem
maior de segurança.
No que tange a análise da alavancagem operacional , em um mercado de
procura elástica, ou seja , o consumidor tem a opção de escolher um outro pro
duto de outro fabricante , com um menor preço , ocasionando assim uma possível elevação do ponto de equilíbrio pela redução do preço de venda para
manter –se competitivo neste mercado de procura elástica.
Se o ponto de equilíbrio for elevado , a empresa estará vulnerável a possíveis declínios provocados pela economia. Consequentemente a estrutura dos
gastos fixos provocara impactos nos lucros em conformidades das alterações
do volume de vendas .
Caso a empresa possua uma elevada alavancagem , existira um risco
maior devido aos gastos fixos que não serão reduzidos pela queda do volume
de vendas .
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1.4 CONCEITO DE CUSTO VOLUME LUCRO
Segundo Jiambalvo (2002,pág. 37), a analise de custo volume lucro,
e qualquer analise que explore as relações entre custos , volume ou níveis de
atividades e lucro.
Pode-se definir custo volume como a forma com que os lucros e custos
se alteram com a mudança do volume . O impacto no lucro e alterações nos
custos variáveis, assim como nos gastos fixos e no preço de venda precisa ser
analisado para que o gestor possa ter maior segurança no processo de planejamento, ou seja , a tomada de decisões.
Estimados os custos fixos e variáveis, a analise de custo volume lucro
( CVL) pode ser realizada.
Diante do exposto, a analise da relação entre custo volume lucro será uma variável imprescindível para a tomada de decisões, sendo que nesse sentido muito mais importante do que simplesmente classificar os gastos entre custos e
despesas.
“A relação entre os custos fixos e variáveis consiste em importante etapa na
análise de formação de preços e projeção de lucro obtido a diversos níveis
possíveis de produção e vendas “ Bruni (2002).
“ Esse paradigma caracteriza uma segunda fase que se estendeu dos anos
quarenta ate os anos oitenta. Introduziu a distinção entre custos fixos e variáveis levando a análise do custo-volume-lucro e ao custeio direto, em contraposição ao custeio por absorção .” Cogam ( 2002)
O texto acima refere-se a forma tradicional da contabilidade de custo ,
sustentada pelo custeio por absorção que faz distinção entre os custos e despesas, e a contabilidade de custo volume lucro que subdivide a analise em
custo variáveis e fixos .
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1.5 GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL (GAO)
Segundo Matarazzo (2003, pág.45) , o grau de alavancagem operacional (gao) : Considerando o sistema de custeio variável , o gao mede a sensibilidade da variação percentual do lucro sobre de vendas (var. do lucro) em
função da variação percentual do volume de vendas (var. q). em outras palavras quanto maior for o gao, mais sensível será a var. do lucro sobre vendas
em função da var. do volume de vendas. assim, por exemplo, se a empresa
(a) opera com um gao de 1,40 e a empresa (b) com um gao de 1,60, se o volume de vendas aumentar , por exemplo, de 50% em ambas as empresas, o
lucro sobre vendas na empresa (a) aumentara em 1,40 x 50%, ou seja , 70%, e
o lucro sobre vendas na empresa (b) aumentara em 1,60 x 50%, isto é,
80%.então concluímos neste exemplo, que a var. percentual do lucro sobre
vendas da empresa (b) e mais sensível a var. do volume de vendas do que na
empresa (a). generalizando, podemos estabelecer a seguinte relação:
VAR. Q x GAO= VAR. L
Chega-se, então, a conclusão de que as empresas procuram obter alavancagem operacional sempre que os seus custos fixos precisam ser cobertos
pela ampliação da produção e, conseqüentemente, das receitas advindas das
vendas. De forma geral, os projetos de alavancagem visam à aquisição de ativos imobilizados que aumentem o volume produzido e resulte em receitas mais
do que suficientes para cobrir todos os custos fixos e variáveis.
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1.6 EXEMPLO PRÁTICO
Tome-se como exemplo dos vários intervalos de produção o Ponto de
Equilíbrio de uma determinada empresa, que corresponda a um faturamento
de R$ 23.076,92, correspondente a produção de 5.769,23 unidades. As receitas totais foram projetadas tendo-se como base um preço de venda constante
por unidade de R$ 4,00, independente do volume da produção. Do mesmo
modo, os custos variáveis baseiam-se na hipótese de um custo unitário constante de R$ 1,40. Os custos fixos são estimados em R$ 15.000,00. Para que
os dados de custos sejam relevantes, uma análise do Ponto de Equilíbrio deve
ter como base um universo temporal bem definido, daí porque no exemplo ele
representaria um período de um ano. Também é estabelecido que toda a produção foi vendida.
• Maior alavancagem - maior risco e maior retorno
• Menor alavancagem - menor risco e menor retorno
21
•
Observação importante: Para cada volume de produção haverá um grau
de alavancagem diferente.
Para demonstrar essa situação, daremos como exemplo, uma produção
de 360.000 unidades ( redução de 10 % na produção, a empresa terá um lucro
de R$ 600.000,00) .
LUCRO ANTES DA REDUCAO................................................R$ 1.000.000,00
(-) REDUCAO DE 10 %
(X) GAO
(X) LUCRO
4
R$ 1.000.000,00 ............................................R$ 400.000,00
(=) NOVO LUCRO.......................................................................R$ 600.000,00
Então trabalhando acima do ponto de equilíbrio, tanto o g.a.o quanto o
risco de gerar prejuízos tendem a ser menores e quanto maior for o g.ao, mais
próximos estaremos do ponto de equilíbrio, com altos riscos de melhorar ou
piorar o resultado segundo aumento ou redução no volume de produção.
Para elucidar a temática , temos um outro exemplo, conforme a seguir:
PV...................................................120,00
CV...................................................70,00
22
CV.....................................................180,00
Volume de vendas ................................9.000 Unidades
A alavancagem operacional será determinada, conforme segue:
(preço de venda – custo variável ) x volume
=
(p. de venda - custo variáel ) x volume - custo fixo
120,00 – 70,00 X 9.000 =
450.000,00
120,00- 70,00 X 9.000 – 180,00
270.000,00
= 1,67
O resultado acima indica que,dado um aumento de 10% no volume
de vendas , o lucro líquido aumentara 1,67 vezes o aumento das vendas , ou
seja 16,7%. Caso o volume de vendas seja reduzido em 10 % o lucro líquido
também reduzira na proporção de 10%.
Diante do exposto verifica-se que para tomada de decisão em um mercado de acirrada concorrência, torna-se melhor para a empresa reduzir a margem de contribuição ( pv – cv) , no intuito de aumentar o volume de vendas alcancando assim uma maior margem de segurança ( p.equilíbrio – q. vendida) ,
ter um indíce de alavancagem menor o que representara um menor risco . Dado alterações negativas no cenário econômico.
23
CAPITULO II: ALAVANCAGEM FINANCEIRA
2.1 CONCEITO
Alavancagem Financeira:
Segundo Neves (2005 pág.32) , em resumo e interpretando-os, a alavancagem financeira acontece, positiva, quando os capitais de terceiros de
longo prazo produzem efeitos positivos sobre o patrimônio líquido.
Dessa forma, podemos concluir que só é vantajoso para uma empresa,
os capitais de terceiros de longo prazo, quando o retorno sobre o ativo for superior ao retorno sobre o patrimônio líquido.
De nada adiantaria a uma empresa captar recursos a longo prazo, se estes fizessem com que o retorno sobre o patrimônio líquido recuasse em sua
posição anterior à da captação. Alavancagem financeira é isso. É a “alavanca”
que esta captação produz ou não no retorno aos acionistas. Portanto,quanto
mais a empresa usar encargos fixos para aumentar os efeitos de variação no
lucro, mais alavancada ela estará .
24
2.2
GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA
Segundo Matarazzo (2003 pág 55) , o grau de alavancagem financeira (gaf) tem por objetivo avaliar se a rentabilidade do capital próprio (lucro liquido/patrimônio líquido), quando há capitais de terceiros financiando parte do
ativo da empresa,foi maior, igual ou menor do que aquela que seria se todo o
ativo fosse financiado por capitais próprios. Em outras palavras, o gaf mede a
eficiência da utilização de capitais de terceiros para alavancar a rentabilidade
do capital próprio de forma positiva (favorável), de forma negativa (desfavorável) ou de forma indiferente (nem favorável nem desfavorável).
O GAF pode ser encontrado com o uso da seguinte fórmula:
GAF = Variação % no Lucro Líquido
Variação % no LAJIR
OU
Opcionalmente, alguns analistas utilizam a seguinte fórmula para o cálculo:
GAF = RsPL (Retorno sobre Patrimônio Líquido )
RsA (Retorno sobre o Ativo)
Se o GAF for igual a 1,0 = A alavancagem financeira será considerada nula
Se o GAF for maior que 1,0 = A alavancagem financeira será considerada favorável
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Se o GAF for menor que 1,0 = A alavancagem financeira será considerada
desfavorável
Por exemplo, uma empresa pode obter 30% de retorno sobre o patrimônio líquido (que e considerada uma boa taxa) a partir de uma modesta taxa
de re
torno de 8% sobre o ativo. Basta que pague aos credores a taxa inferior a essa
e que utilize determinada proporção de capitais de terceiros.
Isso ocorre porque a taxa de retorno do patrimônio líquido depende daquelas duas outras taxas e da proporção entre o passivo gerador de encargos
e o patrimônio líquido.
A curiosa conclusão é que a taxa de retorno do patrimônio líquido poderá
ser totalmente diversa da taxa de retorno do ativo e, em certos casos,até oposta.
Ou seja, a empresa mostra taxa de retorno do ativo positiva e taxa de retorno do patrimônio negativa e vice-versa, tudo em decorrência do custo da dívida e de sua proporção em relação ao patrimônio líquido. Daí se conclui que ,
as vezes mais vale uma boa administração financeira que uma boa atividade
operacional.
Muito é discutido sobre risco em organizações, risco pode ser definido como a possibilidade de incerteza por algo que possa vir acontecer no futuro.
Este risco pode ser analisado e ainda reduzido através de métodos simples a
partir de dados encontrados na demonstração do resultado do exercício das
empresas.
Somente existirá alavancagem financeira se existir dentro da estrutura de
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capital de uma empresa a presença de capital de terceiros que exigem uma
remuneração
que
pode
ser
chamada
de
juros.
Então devemos compreender e encontrar dentro da demonstração do resultado do exercício:
LAJIR = Lucro antes dos juros e imposto de renda
LAIR = Lucro antes do imposto de renda
LAIR
= LAJIR – JUROS.
Supondo que uma empresa apresenta um LAJIR = 30.000,00 e possui
despesas financeiras (juros) no valor de 10.000,00 o LAIR será igual a
20.000,00 ( 30.000,00 – 10.000,00).
Com estes dados em mãos, pode-se encontrar um valor para a Alavancagem
Financeira dividindo-se o LAJIR pelo LAIR (LAJIR ÷ LAIR).
GAF = GARU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA
GAF = LAJIR ÷ LAIR
GAF = 30.000,00 ÷ 20.000,00
GAF = 1,5
Esse grau de alavancagem financeira somente existe devido a presença
da remuneração do capital de terceiros na estrutura de capital da empresa, ou
seja, um capital que dá origem ao pagamento de juros.
Suponha agora que a empresa não apresente endividamento, ou seja,
trabalhe com 100% de capital próprio em sua estrutura de capital, assim temos:
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LAIR = LAJIR – JUROS
LAIR = 30.000,00 – 0,00
LAIR = 30.000,00
O GAF será:
GAF = LAJIR ÷ LAIR
GAF = 30.000,00 ÷ 30.000,00
GAF = 1
Quando o grau de alavancagem financeira igual a 1 representa ausência
de capital de terceiros na estrutura de capital referindo-se ao longo prazo. Observe que quanto maior o endividamento permanecendo estática a recita bruta
de vendas o GAF tende somente a aumentar, ou seja, o risco financeiro aumenta.
Pode-se concluir que qualquer ação de aumento na estrutura de capital
reduzindo a participação de capital próprio e aumentando a participação de
capital de terceiros, deve resultar em aumento de participação mercadológica e
ainda aumento na receita bruta de vendas para que possam ocorrer reduções
no grau de alavancagem financeira.
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2.3 EXEMPLO PRÁTICO
Suponhamos que uma empresa apresente a seguinte estrutura patrimonial:
ATIVO
R$ 40.000
PASSIVO EXIGÍVEL
R$ 15.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
R$ 25.000
Supondo que a utilização de capitais de terceiros (passivo exigível) gerou
encargos financeiros (juros) na ordem de 20% sobre o valor dos mesmos (20%
de 15.000=3.000) e supondo a seguinte DRE:
RECEITA DE VENDAS
R$ 98.000
CMV
R$ (52.000)
LUCRO BRUTO
R$ 46.000
DESPESAS COMERCIAIS
R$ (3.000)
DESPESAS FINANCEIRAS
R$ (3.000)
DESPESAS ADMINISTRATIVAS
R$ (8.000)
LUCRO LÍQUIDO
R$30.000
A rentabilidade do capital próprio (RPC) seria:
LUCRO LÍQUIDO =
30.000 = 1,20
PATRIM LÍQUIDO
25.000
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No entanto, se todo o ativo da empresa fosse financiado por capitais próprios,
teríamos:
ATIVO:
R$ 40.000
PASSIVO EXÍGIVEL
R$ 0
PATRIM. LÍQUIDO
R$ R$ 40.000
RECEITA DE VENDAS
R$ 98.000
CMV
R$ (52.000)
LUCRO BRUTO
R$ 46.000
DESPESAS COMERCIAIS
R$ (5.000)
DESPESAS FINANCEIRA
R$ 0
DESPESAS ADMINISTRATIVAS
R$ (8.000)
LUCRO LÍQUIDA
R$ 33.000
RCP = 33.000 = 0, 825
40.000
Assim, podemos calcular o gaf da seguinte forma:
GAF: RENTAB. DO CAP..PRÓPRIO COM A UTILIZ. DE CAP.DE TERCEIROS
RENTAB. DO CAP.PRÓPRIO SEM A UTILIZ. DE CAP. DE TERCEIROS
GAF =
1,20
0,825
30
CAPITULO III : ALAVANCAGEM COMBINADA OU TOTAL
3.1CONCEITO
Segundo Ferrari (2005) , é o estudo da alavancagem empresarial parte
do princípio de que todos os negócios têm condição de impulsionar suas produção e venda, com a utilização de capital de terceiros. Se por um lado, o uso
de recursos externos à empresa tem sido o modus operandi por excelência do
sistema capitalista, por outro todas as organizações possuem custos operacionais fixos. Daí porque todas apresentam condições idéias para uma ação
combinadas de alavancagem operacional e alavancagem financeira, efeito que
se conhece por Alavancagem Total ou Alavancagem Combinada (GAC).
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3.2 GRAU DE ALAVANCAGEM COMBINADA OU TOTAL
Segundo, Neves (2005) ,é a medida numérica da alavancagem total de uma
empresa. Pode ser obtido através desta fórmula:
GAT:
VAR. % LPA
VAR. % VENDAS
LPA – LUCRO POR AÇÕES
Reflete o impacto combinado da alavancagem operacional e financeira da empresa:
GAT= GAO X GAF
Uso potencial de custos fixos, tanto operacionais como financeiros, para aumentar o efeito das variações nas vendas sobre o lucro por ação (IPA)
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3.3 EXEMPLO PRÁTICO
Podemos exemplificar o efeito da alavancagem combinada neste exemplo:
50%
VENDAS (EM UNIDADES)
20.000
30.000
RECEITA DE VENDAS
R$ 100.000
R$ 150.000
MENOS: CUSTOS OPERACIONAIS VAR.
R$ 40.000
R$ 60.000
MENOS: CUSTOS OPERACIONAIS
R$ 10.000
R$ 10.000
LAJIR
R$ 50.000
R$ 80.000
= 1,2
GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL: 60%
50%
+ 60%
MENOS : JUROS (J)
R$ 20.000
R$ 20.000
LUCRO ANTES DO IMPOSTO RENDA
R$ 30.000
R$ 60.000
MENOS: IMPOSTO DE RENDA (T=0,40)
R$ 12.000
R$ 24.000
LUCRO LÍQUIDO DEPOIS DO IR
R$ 18.000
R$ 36.000
33
MENOS: DIVIDENDOS AÇÕES PRE.
R$ 12.000
R$ 12.000
LUCRO DISPONÍVEL PARA ACIONISTA
R$ 6.000
R$ 24.000
LUCRO POR AÇÃO- 5000 AÇÕES (LPA)
R$ 1,2
R$ 4,80
+ 300
•
GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA: 300% = 5,0
60%
GRAU DE ALAVANCAGEM TOTAL: 300% = 6,0
50%
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CONCLUSÃO
A complexidade das relações econômicas, atualmente existente no
mercado, torna a atuação das empresas, independente de seu tamanho e
segmento de atuação igualmente complexa, transformando o correto entendimento das relações financeiras, em uma vantagem competitiva extremamente
importante.
O principal objetivo de qualquer empresa, independente de sua forma
de constituição, é ter o seu valor maximizado através da atividade de produção
de bens ou prestação de serviços para venda no mercado; e a alavancagem é
uma ótima ferramenta de maximizar o retorno para os proprietários ou acionistas.
Portanto, por comparar o custo das diferentes alternativas de capitais de
terceiros com o custo do capital próprio; o conhecimento, utilização e análise
da alavancagem e imprescindível para as decisões e gerenciamento das grandes empresas.
Constatou-se que o tema endividamento pode ser considerado polêmico, porque alavanca-se a empresa para potencializar resultados e ampliar
mercado e, conseqüentemente, insere-se a mesma em um cenário de incerteza/risco. Assim, faz-se necessária, uma avaliação da alavancagem financeira,
dos custos de captação, dos cenários político e econômico, e da capacidade
da empresa em gerar caixa para honrar compromissos financeiros.
Assim, se uma empresa tiver uma boa alavancagem financeira e operacional, pequenas mudanças nas vendas produzirão grandes flutuações nos lucros. Grande importância deve ser dada ao Grau de Alavancagem, pois ele reflete o nível de operacionalização da empresa do controle interno a contabili-
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dade, estando inseridos todos os quocientes analíticos das demonstrações
contábeis.
Então a análise dessas ferramentas contábeis é de suma importância
para as organizações, tendo em vista seus reflexos diretos no auxílio da formação do resultado final da empresa.
Apesar da existência de limitações a analise ocupa um papel importante
como ferramentas gerencias , podendo e devendo ser ajustada sempre que o
modelo projetado sofrer alterações internas ou externas no que tange a estrutura das receitas x gastos ( variáveis e fixos )
Mediante a análise o gestor poderá tomar decisões que produzirão o
aumento da rentabilidade e a reducão do risco operacional e conforme exemplificado , a melhor decisão será adotar uma menor margem de contribuição
para o produto ocasionada um aumento da margem de segurança, com respectiva redução adotando-se um menor índice de alavancagem.
O gestor deve ter consciência que o mercado em geral adota a caracteristíca elástica, e uma margem elevada de alavancagem acarretara também
em um maior risco para a empresa.
Vale enfocar que a partir de dados seguros de mercado, e dependendo
do tipo de produto que estiver sendo lancado , a empresa podera sair de uma
política conservadora , para uma mais agressiva , e neste caso a mesma aumentara o índice de alacancagem operacional.
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Portanto ,ressaltamos que para esta decisão, o gestor, devera estar munido de uma gama de informações para tomar esta decisão que provocara um
maior risco para a empresa.
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ANEXOS
Consultas e leituras em sites especializados, como suporte, para a elaboração
do trabalho.
Sites visitados :
• COAD
• IOB
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BIBLIOGRAFIA
BRUNI, LEAL ADRIANO - FINANÇAS E MÉTODOS QUANTITATIVOS SÃO PAULO: ED. ATLAS - 2002
MATARAZZO, C DANTE - ANÁLISE FINANCEIRA DE BALANÇOS - SÃO
PAULO: ED. ATLAS -2003
FERRARI ,LUIZ ED - ANÁLISE DE BALANCOS - RIO DE JANEIRO: ED.
ELSEVIER - 2005
DA SILVA ,PEREIRA JOSE - ANÁLISE FINANCEIRA DAS EMPRESAS.SÃO PAULO : ED. ATLAS S.A - 2008
DAS NEVES, SILVÉRIO - CONTABILIDADE AVANÇADA. -SÃO PAULO ,
ED. FRASE - 2005
COGAN , SAMUEL – CUSTOS E PREÇOS : FORMAÇÃO E ANÁLISE SÃO PAULO, ED. PIONEITA T. LEARNING
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO.....................................................2
AGRADECIMENTO.....................................................3
DEDICATÓRIA............................................................4
RESUMO ..................................................................5
METODOLOGIA .........................................................6
SUMÁRIO
...............................................................7
INTRODUÇÃO............................................................8
CONCLUSÃO............................................................34
ANEXOS....................................................................37
BIBLIOGRAFIA ...................................................................38
FOLHA DE AVALIAÇÃO ............................................40
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FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
Título da Monografia: A IMPORTÂNCIA DA ALAVANCAGEM PARA AS
EMPRESAS
Autor: MARCUS VINÍCIUS CARVALHO QUEIROZ
Data da entrega: 30/07/2009
Avaliado por : ANTÔNIO FERNANDO VIEIRA NEY
Conceito:
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