A EVOLUÇÂO RECENTE DAS CLASSES SOCIAIS NO BRASIL
(Waldir José de Quadros – CESIT – IE/UNICAMP)∗
Campinas, outubro de 2.002
∗
Queremos registrar nossos agradecimentos à indispensável colaboração do Estatístico e
doutorando Alexandre Gori Maia e dos estagiários e graduandos Vinícius Gaspar Garcia e
Marília Patelli J. S. Lima; bem como à leitura atenta e sugestões do Prof. João Manuel Cardoso
de Mello e dos colegas do CESIT.
2
Sumário
Apresentação
p. 3
O quadro social atual
p. 5
A evolução recente da estrutura social
a) uma visão panorâmica
p. 10
b) o comportamento das quatro camadas sócio-ocupacionais
p. 13
c) o comportamento dos grupos sócio-ocupacionais
p. 22
Considerações finais
p. 27
Apêndice metodológico
p. 32
Anexo estatístico
p. 35
Referências bibliográficas
p. 60
3
Apresentação
Há anos venho pesquisando a estrutura social brasileira contemporânea,
procurando retratá-la a partir de algumas referências conceituais clássicas sobre
as classes sociais e utilizando os dados disponibilizados pelo IBGE (Censos
Demográficos e PNADs - Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios).
Após um processo de aprendizado longo e algo errático, com inúmeras
tentativas e reformulações, parece que já é possível apresentar alguns
resultados mais acabados, ainda que inevitavelmente provisórios.
No presente trabalho, com base nos micro dados da PNAD, buscou-se uma
abordagem global e panorâmica, deixando para ensaios posteriores os aspectos
mais
relacionados com
o
funcionamento do mercado de trabalho e
oportunidades, assim como as particularidades regionais. Numa segunda rodada
serão analisados os dados dos Censos Demográficos.
Para tornar operacional o conceito de classes sociais, tomamos como
referência o tratamento proposto por W. Mills, que consiste em analisar a
sociedade a partir de sua estrutura ocupacional1.
Inspirando-se na forma como este autor define e constrói a estrutura
ocupacional de uma economia capitalista moderna, procuramos desenvolver
uma estrutura equivalente para o Brasil, levando em conta as possibilidades
oferecidas pelos já mencionados inquéritos domiciliares do IBGE.
As distintas ocupações (profissões declaradas ao entrevistador) foram
agregadas em grupos afins. Cruzando com a situação na ocupação (assalariado,
empresário, autônomo, etc.) definiu-se uma série de “grupos ocupacionais” que,
quando hierarquizados, compõem a estrutura ocupacional2. Por sua vez, a
agregação dos indivíduos ocupados em suas famílias conforma a estrutura
“sócio-ocupacional”3.
É com base nesta estratificação sócio-ocupacional que
pretendemos nos aproximar da estrutura das classes sociais4.
1
MILLS, C. Wright - A nova Classe Média (Tradução). Rio de Janeiro, Zahar, 1969.
A composição destes “grupos ocupacionais” encontra-se no Apêndice Metodológico.
3
Os indivíduos ocupados de uma mesma família domiciliar são agrupados e a família é
classificada a partir do membro melhor situado, seja ele chefe da família ou não. Ao se
2
4
Esta forma de analisar a estrutura social diferencia-se daquela usualmente
adotada em pesquisas mercadológicas e de opinião, bem como no grosso dos
trabalhos de perfil acadêmico mais recentes, que tomam os indivíduos, e não as
classes, como unidade de análise.
Em suas “classes” A, B, C, D, E ... ou em seus percentis (os 5% ou 10% mais
ricos, os 50% mais pobres, etc.) indivíduos indiferenciados são agregados por
faixas de rendimentos médios5. Com isso, assumem que, salvo as diferenças de
renda, todos os indivíduos são iguais.
Observando as necessidades mercadológicas, não parece haver dúvidas de
que este enfoque preenche plenamente as condições. Ou seja, ele “capta”
corretamente
os
indivíduos
enquanto
consumidores
massificados
e
homogeneizados pela publicidade e meios de comunicação.
Entretanto, de uma perspectiva que toma o indivíduo enquanto cidadão
(republicano) ele se mostra inadequado, uma vez que, em termos de horizontes
de vida (acesso às oportunidades, direitos efetivos, “interesses estratégicos”,
etc.), indivíduos de uma mesma faixa de rendimentos, mas com diferentes
situações de classe, podem revelar distinções cruciais.
Por exemplo, se forem confrontadas as expectativas e realidades vigentes
em famílias de baixa classe média e de operários especializados, que a rigor
situam-se na mesma faixa, seguramente serão detectadas várias diferenças que
podem ser atribuídas à sobredeterminação pela situação de classe.
contemplar os demais membros da família (os não ocupados e os inativos), chega-se à
população.
4
Com outro aparato teórico tentativas análogas encontram-se em SANTOS, José Alcides F. Estrutura de Posições de Classe no Brasil. Belo Horizonte, Ed. UFMG; Rio de Janeiro: IUPERJ,
2002; e também em QUEIROZ RIBEIRO, L.C. e CORRÊA do LAGO, L. - O Espaço Social das
Grandes Metrópoles Brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Rio de Janeiro,
Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais no. 3, novembro de 2.000.
5
Os indicadores de concentração de renda correntemente utilizados (índice de Gini e T de Theil)
também são construídos a partir de rendas médias individuais indiferenciadas.
5
O Quadro Social Atual
A partir desta metodologia procuramos caracterizar o cenário social vigente
em 2.001, quando foi realizada a última PNAD disponível no momento de
conclusão deste ensaio. Na Tabela no. 1, apresenta-se a pirâmide social
brasileira, dividida em quatro grandes camadas de grupos familiares.
A camada superior engloba 15,4% da população e, fora um reduzido
contingente de empresários que empregam mais de 10 assalariados (menos de
1% da população), ela é formada basicamente pelas famílias dos micro e
pequenos empresários e da alta classe média, assalariada ou autônoma (tais
como administradores, gerentes e chefes; ocupações técnicas e científicas de
nível superior; etc.).
Esta camada detém 45% da renda declarada aos entrevistadores6.
Entretanto, deve-se apontar um significativo viés subestimador da concentração
da renda pessoal captada pela PNAD, uma vez que é amplamente difundida
entre os especialistas a percepção de que as pessoas melhor situadas omitem
parcela considerável de seus rendimentos familiares. Desta forma, na realidade,
a concentração da renda é significativamente mais acentuada do que aquela que
se constata com base na PNAD (e no Censo Demográfico).
A camada intermediária incorpora outros 16% da população e compõe-se do
pequeno negócio familiar urbano (comércio e serviços) e da média classe média,
assalariada ou autônoma (por exemplo, ocupações técnicas e científicas de nível
médio; ocupações de defesa nacional e segurança pública; mestres e
contramestres; etc.). Por sua vez, esta camada concentra 18,5% da renda total
declarada.
6
Em nossa metodologia trabalhamos com a renda total declarada pelos indivíduos, ocupados e
desocupados, ativos e inativos.
6
Tabela 1 - População Total – Estrutura de Rendimentos
Brasil – 2001
Camadas
N Pessoas
% Renda
Renda P Rnd. Méd. Rnd. Méd.
Capita*
Relativa Familiar*
A-1 Proprietários Empregadores (> 10)
1.173.272
0,7
3,9
1.688,3
5,6
6.308,0
A-2 Proprietários Empregadores (<=10)
7.003.779
4,1
8,3
608,5
2,0
2.206,8
B Profissionais Empregadores
1D-1 Alta Classe Média Assalariada
C-1 Profissionais Autônomos –Camada Superior
C-2 Profissionais Autônomos – Camada Média
Sem Ocupação - Camada 1
680.922
0,4
2,2
1.653,2
5,4
5.725,8
11.786.582
7,0
19,7
859,7
2,8
2.946,9
2.372.988
1,4
5,2
1.136,6
3,7
3.835,5
358.658
0,2
0,4
535,1
1,8
1.799,9
1.736,1
2.771.915
1,0
5,5
1.010,8
3,3
Total
26.148.116
15,4
45,1
887,0
2,9
2.791,1
D-2 Média Classe Média Assalariada
11.590.359
6,8
9,4
416,4
1,4
1.488,1
7.218.390
4,3
4,3
304,0
1,0
1.099,6
E Proprietários Conta Própria – Urbano
2F-1 Trabalhadores Autônomos – Camada Superior
5.142.439
3,0
3,1
307,3
1,0
1.145,9
C-3 Profissionais Autônomos – Camada Inferior
1.004.363
0,6
0,8
391,7
1,3
1.306,2
Sem Ocupação - Camada 2
1.894.965
1,1
1,0
267,2
0,9
574,4
26.850.516
15,9
18,5
353,8
1,2
1.217,8
D-3 Baixa Classe Média Assalariada
19.243.762
11,4
10,3
276,5
0,9
938,4
G-1 Operários e Assal. Populares – Camada Superior
12.520.460
7,4
6,3
257,5
0,8
964,5
G-2 Operários e Assal. Populares – Camada Média
22.088.553
13,0
6,7
156,6
0,5
559,8
G-3 Operários e Assal. Populares – Camada Média
5.967.885
3,5
1,3
110,1
0,4
401,0
10.849.302
6,4
3,4
160,9
0,5
598,9
Total
3F-2 Trabalhadores Autônomos – Camada Média
F-3 Trabalhadores Autônomos – Camada Inferior
2.120.427
1,3
0,7
176,0
0,6
544,1
F-4 Trabalhadores Autônomos – Camada Baixa
1.131.703
0,7
0,2
98,0
0,3
335,4
I Trabalhadores Domésticos
6.561.893
3,9
1,4
110,9
0,4
309,7
84.772
0,1
0,0
149,0
0,5
454,5
J-1 Trabalhadores Não Remunerados – Urbano
200.770
0,1
0,1
338,6
1,1
827,9
L-1 Nulos
108.746
0,1
0,0
227,0
0,7
883,8
Sem Ocupação - Camada 3
11.819.398
7,0
1,4
62,2
0,2
159,3
Total
92.697.671
54,7
32,0
177,6
0,6
590,4
H-1 Proprietários Conta Própria – Agrícola
11.594.768
6,8
2,4
105,5
0,3
427,8
561.768
0,3
0,1
74,4
0,2
289,5
M Auto Construção - Não Ocupados
H-2 Trabalhadores Autônomos Agrícolas
H-3 Assalariados Agrícolas Permanentes
4H-4 Assalariados Agrícolas Temporários
N Autoconsumo - Não Ocupados
4.846,362
2,9
0.9
90,5
0,3
341,0
3.276.212
1,9
0,4
68,0
0,2
261,3
1.139.749
0,7
0,3
143,7
0,5
368,7
K Ocupados com Autoconsumo
736.556
0,4
0,1
84,7
0,3
263,1
J-2 Trabalhadores Não Remunerados - Agrícolas
227.102
0,1
0,0
36,0
0,1
93,9
1.290.999
0,8
0,2
73,4
0,2
169,8
23.673.516
14,0
4,4
95,3
0,3
348,4
169.369.819
100,0
100,0
303,5
1,0
1.017,5
Sem Ocupação - Camada 4
Total
Total
% Pop
* valores em Dez/2001. Deflator: INPC (IBGE)
Fonte: F. IBGE, PNAD
Elaboração: Prof. Waldir Quadros, CESIT, IE/UNICAMP
Assim sendo, estas duas camadas mais destacadas da sociedade
representam 31% da população e englobam 53 milhões de pessoas,
concentrando aproximadamente 64% da renda declarada. Com uma certa
7
liberdade conceitual elas podem ser tomadas na atualidade como expressão da
elite dirigente e sua base social mais orgânica, os pequenos empresários e a
alta e média classes médias.
Obviamente, a delimitação deste universo diferenciado da massa popular não
é algo fixo mas, ao contrário, é fortemente influenciado pelas distintas
conjunturas nacionais, seja do ponto de vista socioeconômico ou político.
Neste sentido caberiam algumas considerações, por exemplo, sobre a
polarização da numerosa média classe média. É óbvio que ela também foi
seriamente afetada pela crise dos anos noventa, bastando apontar rapidamente
a crescente dificuldade dos setores médios em manter o, cada vez mais caro,
“padrão de vida de classe média” com um mínimo de qualidade7. E esta questão
é vital, uma vez que, em grande medida, é justamente este padrão de vida que
torna seus filhos socialmente competitivos. Sem falar no desemprego crescente,
na violência e criminalidade explosivas, etc.
De qualquer forma, parece-nos que frente à selvagem concorrência individual
que se instalou na sociedade8, estes segmentos médios procuraram a todo
custo se diferenciar da massa popular, buscando por qualquer meio permanecer
entre os “de cima”. Assim, uma série de mecanismos econômicos e extraeconômicos contribuíram para reforçar os vínculos ideológicos entre estes
segmentos de condições sociais bastante heterogêneas.
Por exemplo, chama atenção a força que assumiu nestes segmentos
intermediários a “moderna ideologia dos mercados”, utilitária e individualista ao
extremo. Ainda que esta ideologia tenha se disseminado amplamente na
sociedade como um todo, com impulso destacado dos meios de comunicação e
com áreas isoladas de resistência cultural.
Na verdade, os segmentos diferenciados participam eles mesmos da difusão
de padrões de comportamento, da formação da opinião pública, do
7
Cf. CARNEIRO, R. e outros - Inflação, Perdas e Ganhos. Campinas, UNICAMP, Centro de
Estudos de Conjuntura e Política Econômica, publicado na Revista CartaCapital de 23 de maio
de 2.001.
8
Entre outros cf. CARDOSO de MELLO, J. M. - Conseqüências do Neoliberalismo. Campinas,
Economia e Sociedade, Revista do Instituto de Economia da UNICAMP, no. 1, agosto de 1.992.
8
posicionamento político-eleitoral, etc. Nem que seja como potente caixa de
ressonância.
Abaixo destas duas camadas diferenciadas encontra-se a ampla massa
trabalhadora urbana (ou não agrícola), com 93 milhões de pessoas que
representam 55% da população e concentram 32% da renda total declarada. Ela
é formada pela baixa classe média assalariada (auxiliares de escritório;
balconistas e caixas; professores primários; auxiliares da saúde; etc.) e pelos
operários e demais trabalhadores populares, incluindo
autônomos e
empregadas domésticas.
Se, como já foi dito, a delimitação social das camadas diferenciadas é algo
bastante maleável, a conformação desta massa popular urbana deve ser tomada
apenas como um recurso eminentemente analítico, diante das evidentes fraturas
e distinções que predominam no seio de segmentos tão diversificados.
Esta
caracterização
buscou
tão
somente
apontar
suas
dimensões
“potenciais” do ponto de vista da cidadania, ou seja, enquanto agentes sociais
de transformações.
Uma
fonte de inspiração para este procedimento conceitual reside na
recuperação histórica crítica do papel da “massa urbana” como suporte social
do nacionalismo trabalhista de Getúlio Vargas9. E, com isto, ao contrário de
propor uma agregação arbitrária e extemporânea, o que se pretende é chamar
atenção dos setores interessados em uma saída nacional e popular para a
presente crise brasileira, para o porte dos extraordinários desafios que se
colocam à construção das bases sociais e políticas para suas propostas.
Por exemplo, como aproximar segmentos tão afastados entre si, chegando
mesmos a hostilidades recíprocas, como a baixa classe média e o operariado,
que seriam os principais pilares desta massa popular urbana? Qual o formato
das pontes que deverão ser construídas? Qual o conteúdo das bandeiras que
podem unificá-las e mobilizá-las? Que requisitos de legitimidade devem ser
9
cf. DRAIBE, Sonia M. - Rumos e Metamorfoses: um estudo sobre a constituição do Estado e as
alternativas da industrialização no Brasil, 1930 - 1960. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1.985. Tanto
o cenário internacional dos anos noventa, como os constantes ataques oficiais e oficiosos aos
“entulhos” da Era Vargas, tornam estas referências históricas extremamente sugestivas.
9
atendidos? E outras tantas questões bastante complexas e, em nosso juízo,
ainda não respondidas satisfatoriamente.
A quarta e última camada desta tentativa de estratificação socioeconômica foi
denominada massa agrícola, reunindo em torno de 24 milhões de pessoas que
representam 14% da população e concentram apenas 4,4% da renda total
declarada. Engloba a pequena agricultura familiar e os trabalhadores agrícolas,
assalariados ou não.
Os pesquisadores e estudiosos da realidade social brasileira (demógrafos,
estatísticos, sociólogos, economistas, etc.) concordam que a PNAD é um
instrumento valioso para captar a situação das metrópoles. O mesmo não se
passa com as pequenas e médias cidades, que predominam no interior dos
estados. Assim sendo, a PNAD não seria a melhor fonte para se examinar a
situação do campo e dos pequenos municípios rurais.
De qualquer forma, os traços básicos da realidade social agrária que
emergem dos dados da PNAD são bastantes coerentes, destacando-se a
pequena agricultura familiar, que inclusive se ramifica pelas atividades de
subsistência e pelo trabalho assalariado. Sem dúvida, em termos regionais o
retrato pode ser distinto, com uma maior concentração de assalariados rurais.
Outra característica fundamental desta massa agrícola são os extremamente
baixos rendimentos apontados em todos os grupos ocupacionais. Configura-se,
assim, o segundo pólo do problema social brasileiro, irmão gêmeo da exclusão
que se materializa nas favelas, ocupações e periferias desassistidas das
grandes aglomerações urbanas. E, também, outro grande desafio para sua
solução global, que passa pela aproximação cultural e política de mundos tão
distantes, ainda que estruturalmente congênitos.
10
A Evolução Recente da Estrutura Social
a) Uma Visão Panorâmica
No momento, estamos mais interessados na situação dos últimos anos.
Entretanto, é útil inseri-los na problemática mais geral da crise que se instala em
fins da década de setenta, com o fim do “milagre econômico”.
Inicialmente vamos tratar de forma bastante panorâmica das décadas de
oitenta, correntemente chamada de perdida, e de noventa, marcada pela
desestruturação da economia nacional e pelo aprofundamento da crise social.
Do ponto de vista daqueles interessados num padrão de desenvolvimento
distributivo e com soberania nacional, a década de oitenta iniciou-se não apenas
com as dificuldades da precipitação da crise, mas também com profundas
esperanças de mudanças. Entre outros acontecimentos relevantes, a crise do
milagre e do regime militar fortaleceu a frente democrática de oposição, na qual
se sobressaem as forças de centro esquerda, que disputam com a esquerda a
condução das reformas econômicas e sociais que permitissem enfrentar a crise
protegendo a economia e a sociedade nacionais.
Como se observou, contudo, as forças de oposição se revelaram mais frágeis
do que a elite conservadora e seus aliados. Estes, no primeiro momento - os
anos oitenta - logram impedir aquelas reformas; e, no segundo - os anos
noventa - conduzem o Brasil a uma inserção internacional subordinada e a um
tratamento da crise com caráter anti-nacional e anti-social.
Em particular, a fragilidade da centro esquerda expôs-se mesmo antes da
decisiva derrota eleitoral de 1.989. Na verdade, ela se explicitou logo no início da
Nova República, quando as forças reformistas foram afastadas ou isoladas e foi
se consolidando o predomínio do “centrão” conservador.
Como se sabe, a derradeira tentativa dos setores progressistas deu-se na
“Constituinte Cidadã” de 1.998, sob o comando de Ulysses Guimarães.
Entretanto, as conquistas sociais que foram logradas já estavam profundamente
11
comprometidas pelos novos arranjos políticos dominantes, que se afirmaram na
eleição de 1.989.10
Daí para a frente o que se verifica no campo da centro esquerda, e também
em áreas da esquerda, é um triste e deprimente espetáculo de degenerescência,
com focos de resistência isolados e impotentes. Este comportamento de
rendição vai desde o adesismo e o oportunismo individual ou de pequenos
grupos, até o alinhamento político e partidário com a direita tradicional.
Sem falar na vergonhosa justificação ideológica por parte de amplos e
influentes setores intelectuais “modernos”, com amplo acesso aos meios de
comunicação, que na década de setenta perfilaram na resistência democrática.
Estes, com a derrota de 1.989 e com a queda do Muro de Berlim, terminaram
por revelar seu caráter elitista mais profundo, que se sobrepôs aos seus difusos
e vacilantes sentimentos progressistas.
Esta visão panorâmica pode ser desdobrada em várias conjunturas, que
serão úteis para a análise do comportamento dos dados sócio-ocupacionais
propiciados pelas PNADs dos anos de 1.981 a 2.001, a última disponível neste
momento.
A década de oitenta pode ser dividida em dois períodos. O primeiro,que vai
de 1.981 a 1.985, é marcado pelos eventos associados à crise da dívida externa
e ao ajuste exportador, em particular pela recessão dos primeiros anos.
O
segundo, é justamente o período da Nova República: a experiência frustada do
Plano Cruzado - praticamente o único plano de estabilização nacional com
atenção social - e a gestação do cenário vigente em 1.989. Ou seja, a paralisia
governamental, a estagnação da produção, a falência das finanças públicas e a
hiperinflação, de um lado; e, de outro, a crescente convicção entre as forças
sociais e políticas mais significativas de que era urgente o país tomar outro
rumo.
Com o breve intervalo da Gestão Itamar Franco, a década de noventa
também pode ser decomposta em dois períodos. O primeiro é o da Gestão
10
Uma sugestiva interpretação encontra-se em FAGNANI, Eduardo - Política Social e Pactos
Conservadores no Brasil: 1964/92. Campinas, Economia e Sociedade, Revista do Instituto de
12
Collor que, apesar de desastrada e desastrosa, iniciou o ajuste néo-liberal e
promoveu uma séria recessão fustigando a empresa nacional e o estado
brasileiro. O segundo período começa em 1.994 com o Plano Real e a vitória
eleitoral de Fernando Henrique, perdurando até os dias atuais. Agora, aquilo que
no início era improvisação e atropelo passará a receber um tratamento
altamente competente e articulado.
O
governo
toma
decididamente
o
rumo
da
inserção
internacional
subordinada, cada vez mais atrelando o funcionamento da economia nacional
aos desígnos dos mercados financeiros internacionais e nacional. Seus
resultados ainda estão por ser completamente avaliados, porém vários aspectos
decisivos já podem ser claramente percebidos. De um lado, a séria
desnacionalização da produção e dos serviços; as irresponsáveis privatizações
para fazer caixa e o comprometimento da infraestrutura; o brutal agravamento
do desemprego e da crise social, particularmente no que se refere às metrópoles
e grandes cidades. De outro, o desmonte do Estado, cuja face mais gritante é a
falência da segurança pública, a explosão da criminalidade e as profundas
distorções na justiça. Sem falar das epidemias e das intoleráveis carências nas
áreas de
saúde e saneamento público; de educação; de habitação e dos
transportes urbanos de massa; etc.
As dificuldades da economia nacional durante o período coberto pelos dados
aqui examinados podem ser ilustradas pelo medíocre desempenho do PIB e do
PIB per capita. De fato, como se observa no quadro abaixo, além dos anos de
1.984 - 86, marcados pela saída da recessão e pelo Plano Cruzado, apenas se
salvam os anos de 1.993 - 95, que também são caracterizados pela saída da
recessão e pelo Plano Real.
Economia da UNICAMP, no. 8, junho de 1.997.
13
Variação real do PIB e PIB per capita (em %) – 1981-2001
Ano
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
Fonte: IBGE
PIB
PIB per Capita
-4,3
0,8
-2,9
5,4
7,9
7,5
3,5
-0,1
3,2
-4,3
1,0
-0,5
4,9
5,9
4,2
2,7
3,3
0,1
0,8
4,4
1,5
-6,5
-1,6
-5,6
2,7
5,9
5,4
1,6
-1,9
1,4
-7,8
-0,5
-2,0
3,4
4,3
2,8
1,2
1,9
-1,2
-0,5
3,0
0,2
b) O Comportamento das Quatro Camadas Sócio-ocupacionais
Antes de mais nada é preciso alertar que a análise do comportamento da
estrutura sócio-ocupacional diz respeito basicamente à evolução dos espaços
sociais das distintas classes. Ou seja, de suas magnitudes absolutas e relativas.
Assim sendo, por si só ela não permite concluirmos por melhorias ou pioras nas
situações sociais, mas apenas constatarmos avanços ou recuos.
Em outras palavras, queremos dizer que sempre é necessários ter presente o
panorama anteriormente esboçado de duas décadas de crise. É no interior deste
cenário desfavorável em seu conjunto que devemos situar a evolução de alguns
grupos sociais em relação a outros. Por outro lado, seu caráter é eminentemente
descritivo, com a única pretensão de fornecer um painel amplo dos
acontecimentos.
14
Uma dificuldade que se antepõe aos estudiosos e pesquisadores destas duas
décadas que se utilizam das PNADs, diz respeito à mudança de metodologia
realizada
pelo
IBGE
em
1.992.11
Tais
alterações
localizam-se
fundamentalmente no conceito de ocupação, que agora passa a incluir os
trabalhadores
não
remunerados
(basicamente
familiares
de
pequenos
proprietários) com jornada inferior a 15 horas semanais, os dedicados à autosubsistência e aqueles envolvidos com reformas e construções de suas
moradias ou propriedades.
Entretanto, os dados utilizados neste ensaio referem-se ao conjunto dos
membros das famílias e os membros ocupados são utilizados sobretudo como
elemento de classificação das mesmas. Uma vez que elas são classificadas
segundo o membro melhor situado, e aquelas inclusões referem-se a ocupações
da base da pirâmide, seu impacto em nossa metodologia é bastante reduzido no
que se refere ao dimensionamento dos grupos sociais.
De fato, para o ano de 1.992 realizamos um exercício aplicando os dois
conceitos de ocupação, o amplo e o restrito, e o resultado não compromete a
série de participação na população, como irá se observar mais à frente nos
gráficos correspondentes, que apresentam os dois pontos, quando eles são
distintos.
Uma alteração adicional, que será comentada na apresentação dos gráficos
pertinentes, é um maior esforço do IBGE em captar e imputar os rendimentos
das ocupações de base, o que deve influir em alterações de patamar de
algumas curvas de participação na renda total declarada.
Como já o dissemos, nosso foco de atenção imediato é a década de noventa,
e a comparação com o período anterior objetiva tão somente inseri-la numa
perspectiva mais abrangente. Em outro momento pretendemos estudar mais
detidamente a década de oitenta, assim como a de setenta.
11
Para uma descrição completa das alterações ver DEDECCA, Claudio S. - A Pesquisa
Nacional Por Amostra de Domicílios - PNAD: Síntese Metodológica. In Revista Brasileira de
População, vol. 15, n. 2, Brasília, 1.998.
15
Antes de apresentarmos nossos resultados, porém, é necessário nos
referirmos a estudos similares já realizados, ainda que brevemente e de forma
não exaustiva. Neste sentido, são particularmente interessantes os estudos
recentes sobre concentração de renda e desigualdade.
Usualmente os pesquisadores apoiam-se nos índices de concentração de
Gini e T de Theil. Nestas bases, uma série ampla de interlocutores qualificados
aponta para a década de noventa um cenário de estabilidade com discretas
variações positivas.12 Entretanto, ainda que alguns estudos oficiais ou oficiosos
procurem enfatizar estas melhorias, as análises revelam no fundamental a
manutenção de um quadro social historicamente excludente.13
De nossa parte, as indicações já obtidas apontam para um cenário algo
distinto. De fato, observando o panorama nacional a partir das classes sociais, e
não de indivíduos indiferenciados, verifica-se que a camada superior tem logrado
12
Cf., entre outros, BARROS, Ricardo P. de; HENRIQUES, R.; MENDONÇA, R. - A Estabilidade
Inaceitável: Desigualdade e Pobreza no Brasil. Texto para Discussão IPEA n.800, junho de
2001; FERREIRA, Francisco H. G. - Os Determinantes da Desigualdade de Renda no Brasil:
Luta de Classes ou Heterogeneidade Educacional? Texto para Discussão n. 415, PUC-Rio,
fevereiro de 2000; HOFFMANN, R. - Desigualdade e Pobreza no Brasil no Período 1979/1997 e
a Influência da Inflação e do Salário Mínimo. Campinas, Economia e Sociedade, Revista do
Instituto de Economia da UNICAMP no.11, dezembro de 1998; IBGE, Síntese de Indicadores
Sociais, RJ, 2001; RAMOS L. & VIEIRA, Maria L. - Desigualdade de Rendimentos no Brasil nas
Décadas de 80 e 90: Evolução e Principais Determinantes. Texto para Discussão IPEA n.803,
junho de 2001; ROCHA, S. - Pobreza e Desigualdade no Brasil: O Esgotamento dos Efeitos
Distributivos do Plano Real. Texto para Discussão IPEA n.721, abril de 2000. Uma questão
subjacente ao debate sobre concentração e desigualdade nos anos noventa é a avaliação sobre
o impacto social das reformas econômicas e institucionais. Uma amostra deste debate pode ser
encontrada, por exemplo, em BAER, W. e MALONEY, W. - Neoliberalismo e Distribuição de
Renda na América Latina. Revista de Economia Política, vol.117, n.3 (67), julho-setembro de
1997; NERI, M. e CAMARGO, J. M. - Structural Reforms, Macroeconomic Fluctuations and
Income Distribution in Brazil. Série Reformas Econômicas CEPAL, n.39, novembro de 1999
(ambos os trabalhos no campo daqueles que percebem características virtuosas nas reformas);
LESSA, C.F.T.M.R.; SALM, C.; SOARES, L.T.; DAIN, S. - Pobreza e Política Salarial nos anos
90. Praga - Estudos Marxistas n.3; MORLEY, S. Efecto del Crescimiento y las Reformas
Econômicas sobre la Distribución del Ingreso en América Latina. Revista de la CEPAL n.71,
agosto de 2000 ( no campo oposto).
13
Um balanço recente e bastante abrangente do período de 1950 até a década de oitenta, com
o qual manifestamos ampla concordância, encontra-se em HENRIQUE, Wilnês - O Capitalismo
Selvagem: um estudo sobre desigualdade no Brasil. Tese de doutoramento, Campinas,
IE/UNICAMP, 1999, mimeo.
16
manter uma tendência de avanço na sua participação (subestimada) na renda
total declarada.14
Passemos agora ao exame do comportamento das quatro camadas sociais
em que dividimos a estrutura sócio-ocupacional, por meio de gráficos que
apresentam os dados do período 1.981 a 2.001, relativos à participação no total
da renda declarada e no conjunto da população.15 Em função da mudança no
padrão monetário em 1.994 e da divergência sobre a omissão do resíduo
inflacionário nos índices oficiais, neste momento são apresentados apenas os
rendimentos reais per capita do período 1.995 – 2.001. Proximamente
realizaremos um exercício com a série toda, utilizando-se de um INPC ajustado.
Examinando estas duas décadas de uma perspectiva bem panorâmica,
verifica-se o seguinte quadro geral em relação às participações relativas:
. a camada superior é aquela que apresenta a performance mais favorável,
com uma tendência ascendente tanto na população quanto na renda. Ou seja,
ela vai ocupando um espaço cada vez maior na sociedade e detendo uma maior
porção da renda total;
. a camada intermediária revela uma certa estabilidade em relação às
demais;
. a massa urbana é comprimida pelo avanço na população acompanhado de
recuo (ou estabilização) na renda;
. por fim, o comportamento da massa agrícola é singular, sendo a única
camada com retração na população, e também na renda.
No que diz respeito à evolução dos rendimentos reais per capita após 1.995,
verifica-se que em termos médios, ou seja para o conjunto da população, ocorre
14
Uma primeira abordagem desta problemática pelo autor, com a colaboração de Davi
J.N.Antunes, encontra-se em “Classes Sociais e Distribuição de Renda no Brasil dos Anos
Noventa”, Cadernos do CESIT - Texto de Discussão no. 30, out. 2.001, CESIT, IE/UNICAMP.
Neste trabalho que compara apenas os anos de 1.992 e 1.998 aponta-se uma variação mais
acentuada do que aquela que se verifica no presente ensaio, que aborda todos os anos
disponíveis do período.
15
As lacunas nesta série são os dados de 1.982, 1.991, 1.994 e 2.000, indicadas nos gráficos
por linhas tracejadas.
17
um suave crescimento até 1.998, com uma abrupta queda em 1.999, ano da
brusca desvalorização do real. Em 2.001 manifesta-se uma pequena
recuperação sem, contudo, alcançar o patamar de 1.995.
População Total
Renda Real per Capita (Deflator: INPC)
350
340
R$
330
320
310
300
290
280
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
Ano
Quando examinamos o comportamento revelado pelas várias camadas sociais
verificam-se várias distinções:
. ainda que com variações mais acentuadas, tanto positivas como negativas,
a performance da camada superior
é semelhante a esta do conjunto da
população;
. na camada intermediária, a retração já se inicia em 1.997;
. aqui também a massa urbana é a mais penalizada, com queda contínua em
seus rendimentos reais per capita;
. por fim, os ínfimos rendimentos dos remanescentes da massa rural
apresentam tendência de suave crescimento, seguramente refletindo o mais
rápido declínio populacional.
Camada Superior
18
% Renda Total
48,0
47,0
46,0
45,0
%
44,0
43,0
42,0
41,0
40,0
39,0
38,0
1981
1982
1983
1984
1985 1986
1987
1988
1989
1990
1991 1992
1993
1994
1995
1996
1993
1994
1995 1996
1997
1998
1999 2000
2001
Ano
% População Total
19,0
18,0
17,0
16,0
%
15,0
14,0
13,0
12,0
11,0
10,0
1981 1982
1983
1984
1985 1986
1987
1988
1989
1990
1991 1992
Ano
Renda Real Per Capita (Deflator: INPC)
950
940
930
R$
920
910
900
890
880
870
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
Ano
Camada Intermediária
1997
1998
1999
2000 2001
19
% Renda Total
24,0
23,0
22,0
21,0
%
20,0
19,0
18,0
17,0
16,0
15,0
14,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000 2001
Ano
% População Total
19,0
18,0
17,0
%
16,0
15,0
14,0
13,0
12,0
11,0
10,0
1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001
Ano
Renda Real Per Capita (Deflator: INPC)
400
390
R$
380
370
360
350
340
330
1995
1996
1997
1998
Ano
1999
2000
2001
20
Massa Urbana
% Renda Total
37,0
36,0
35,0
34,0
%
33,0
32,0
31,0
30,0
29,0
28,0
27,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1991 1992
1993
1994
1995 1996
1997
1998
1999
2000 2001
1997 1998
1999
2000 2001
Ano
% População Total
55,0
54,0
53,0
52,0
%
51,0
50,0
49,0
48,0
47,0
46,0
1981 1982
1983
1984
1985
1986
1987 1988
1989
1990
Ano
Renda Real Per Capita (Deflator: INPC)
220
210
R$
200
190
180
170
160
150
1995
1996
1997
1998
Ano
1999
2000
2001
21
Massa Agrícola
% Renda Total
10,0
9,0
8,0
7,0
%
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995 1996
1997
1998
1999 2000
2001
1994
1995
1997
1998
1999 2000
2001
Ano
% População Total
24,0
23,0
22,0
21,0
%
20,0
19,0
18,0
17,0
16,0
15,0
14,0
1981
1982
1983
1984
1985 1986
1987
1988
1989
1990
1991 1992
Ano
Renda Real Per Capita (Deflator: INPC)
130
120
R$
110
100
90
80
70
60
1995
1996
1997
1998
Ano
1999
2000
2001
1993
1996
22
c) O Comportamento dos Grupos Sócio-ocupacionais
Tendo este cenário global como pano de fundo, vamos agora examinar um
pouco mais de perto a evolução das quatro camadas e de seus principais grupos
sócio-ocupacionais16, procurando ressaltar as indicações relativas aos impactos
do Plano Real.
Os grupos da camada superior
A camada superior avança sistematicamente até a eclosão do Plano Collor,
quando recua para os níveis de meados da década de oitenta. Entretanto, já em
1.993 retoma a tendência ascendente, que com pequenas oscilações se mantém
com o Plano Real. Seus rendimentos reais per capita crescem desde1.995,
caindo apenas em 1.999, sob o impacto da brusca desvalorização do real.
Olhando para os vários grupos que a compõem, notam-se, entretanto,
algumas distinções significativas em seus desempenhos, existindo um
subconjunto que claramente é o responsável pelo comportamento globalmente
mais favorável da camada.
De fato, nas famílias dos empresários que empregam 10 ou mais
assalariados17, dos profissionais de nível superior que empregam assalariados
ou atuam como autônomos e entre as famílias em que nenhum membro
encontra-se ocupado, o padrão é de contínua expansão na população e na
renda.
Quanto ao impacto do Plano Real, pouco se pode afirmar em relação às
famílias dos empresários de maior porte, uma vez que a correspondente série de
dados é muito recente. Contudo, verifica-se entre as famílias dos profissionais
empregadores a passagem para um patamar mais elevado no peso populacional
e na renda relativa. Também entre as famílias sem nenhum membro ocupado
16
Os gráficos dos diversos grupos apontados no texto encontram-se no Anexo Estatístico; e as
tabelas com os dados correspondentes, no seguinte endereço eletrônico....................................
17
A distinção do porte dos empregadores é possível apenas a partir de 1.992.
23
acentua-se a tendência expansionista. Já entre as famílias da camada superior
de profissionais autônomos mantém-se a tendência anterior.
No que se refere aos rendimentos reais per capita, o grupo dos empresários
de maior porte é o único que apresenta crescimento de 1.995 a 1.998, caindo
apenas a partir de 1.999.
As famílias dos profissionais de tipo liberal que empregam assalariados,
daqueles que atuam como autônomos e dos micro empresários sofrem perdas
já a partir de 1.997, sendo que nestes dois últimos agregados manifesta-se uma
muito pequena recuperação em 2.001.
Nas famílias em que nenhum membro se encontra ocupado, as perdas são
constantes, salvo uma discreta elevação em 2.001.
As maiores oscilações nos rendimentos reais per capita manifestam-se entre
as famílias da alta classe média assalariada, de certa forma acompanhando sua
performance na participação na renda total: queda brusca em 1.996, rápida
recuperação em 1.997 e 1.998, nova queda significativa em 1.999 cujo nível
praticamente se mantém em 2.001.
Em relação aos outros dois grupos, que são os mais numerosos, o cenário é
um tanto diferente. Entre as famílias de micro empresários nota-se (na década
de noventa) uma certa estabilidade populacional e alguma perda na participação
na renda.
Já nas famílias da alta classe média assalariada manifestam-se duas
tendências populacionais díspares: suave expansão nos anos oitenta e ligeiro
recuo nos noventa. Em relação à participação na renda, este é o grupo, entre os
demais da camada superior, que revela a maior sensibilidade às variações
conjunturais. As indicações sugerem que foi penalizado pelo ajuste do início da
década de oitenta, se recupera no período do Plano Cruzado, estabiliza-se num
patamar mais baixo no Plano Collor e novamente é impactado pelo Plano Real.
Sua participação na renda cai de 1.995 para 1.996, recupera-se em 1.997 e
passa a oscilar em torno do nível de 1.995.
24
Assim sendo, as indicações sugerem que entre os grupos melhor situados
na estrutura social, o segmento dos assalariados e os micro empresários foram
os mais afetados em termos de participação na renda total.
Os grupos da camada intermediária
Em seu conjunto, a camada intermediária revela uma certa estabilidade em
suas participações relativas. Apenas no período imediatamente posterior ao
Plano Cruzado, de forte aceleração inflacionária, ela manifesta um ligeiro recuo.
Nos anos mais recentes ocorre um pequeno avanço em 1.996, para em seguida
retornar suavemente ao patamar anterior. Já os rendimentos reais per capita
apresentam variações mais bruscas, subindo em 1.996, estabilizando-se em
1.997 e caindo abruptamente em 1.998 e 1.999, quando atinge um nível inferior
ao de 1.995, que não é atingido mesmo com a relativa recuperação de 2.001.
Em relação aos impactos do Plano Real, as indicações disponíveis apontam
que o grupo dos proprietários de pequenos negócios familiares urbanos foi o
mais penalizado entre aqueles que se encontram na faixa intermediária da
estrutura social. De fato, eles perdem posição tanto no peso populacional quanto
na participação na renda. Seus rendimentos reais per capita caem já a partir de
1.996, e em 1.999 e 2.001 situam-se abaixo do nível de 1.995.
O grupo da camada superior de trabalhadores autônomos revela uma
performance bastante próxima a esta, com a diferença de que seus rendimentos
reais per capita inicialmente situam-se em níveis mais elevados e, portanto, a
queda é mais acentuada.
Distinguindo-se dos grupos anteriores, a média classe média assalariada
revela uma recuperação no período recente, com uma certa estabilidade no
peso populacional e avanço na participação da renda. Por outro lado, seus
rendimentos reais
per capita apresentam uma evolução mais favorável.
Comportamento análogo verifica-se entre as famílias em que nenhum membro
encontra-se ocupado.
25
Assim sendo, as indicações sugerem que, entre os grupos intermediários, o
Plano Real afetou mais os segmentos ativos não assalariados.
Os grupos da massa urbana
Como já foi dito anteriormente, a massa urbana é penalizada pela
combinação de recuo (ou estabilidade) na participação na renda com avanço
contínuo de seu peso na população. O Plano Cruzado traz uma melhora na
participação na renda, que se manifesta apenas em 1.987, retomando em
seguida
a
tendência
descendente.
Em
1.992
esta
participação
sobe
abruptamente para o mesmo patamar do início da década de oitenta para, após
1.993,
com
o
comportamento
Plano Real, estabilizar-se e suavemente retomar seu
declinante,
acompanhado
do
aumento
em
seu
peso
populacional. Como também será observado em relação à massa agrícola, esta
mudança de patamar da renda relativa em 1.992 deve estar refletindo um maior
esforço pelo IBGE em captar e imputar os rendimentos das ocupações pior
situadas na estrutura ocupacional. Porém, a tendência anterior voltará a se
manifestar nas novas bases metodológicas.
Aqui também o exame dos diversos grupos ocupacionais que compõem esta
camada indica importantes distinções. As famílias das camadas superior e
média
dos operários e assalariados populares são claramente as grandes
perdedoras,
apresentando
uma
tendência
de
retração tanto no
peso
populacional quanto na participação na renda, que se acentua com o Plano
Real. Na camada superior, os rendimentos reais per capita são ligeiramente
crescentes até 1.998, regredindo em 1.999 e em 2.001. Na camada média notase uma certa estabilidade.
As famílias da camada média de trabalhadores autônomos e da camada
inferior
de
operários
e
assalariados
populares
também
revelam
uma
performance um tanto desfavorável, espremidas por um avanço no peso
populacional acompanhado de relativa manutenção da participação na renda. No
26
primeiro grupo, os rendimentos reais per capita declinam constantemente desde
1.995. No segundo, o declínio é bem mais suave.
As famílias da baixa classe média assalariada, mesmo com oscilações mais
bruscas na segunda metade dos anos oitenta, revelam uma certa estabilidade
na participação na renda e um discreto aumento no peso populacional. De todo
modo, após 1.993 ambas as curvas mantêm-se razoavelmente estáveis. Seus
rendimentos reais per capita sobem ligeiramente em 1.996 e 1.997 e caem nos
anos seguintes, ficando um pouco abaixo de 1.995. Ou seja, de certa forma este
grupo se defende no período recente.
Já entre os grupos das empregadas domésticas e das famílias sem nenhum
membro ocupado18 acentua-se o crescimento populacional, que ultrapassa um
ligeiro avanço na participação na renda. Por sua vez, os rendimentos reais per
capita permanecem razoavelmente estáveis.
Desta forma, observa-se que o crescimento populacional que se verifica na
massa urbana é fruto, fundamentalmente, da expansão dos grupos familiares
que situam-se nas posições inferiores desta camada social (assalariados não
qualificados, autônomos, domésticas, aposentados, desempregados, etc.).
Tal desempenho pode estar indicando a combinação perversa de um duplo
movimento: o rebaixamento social de famílias que se encontravam em
segmentos relativamente melhor situados e o “empoçamento” de parcela
significativa do fluxo rural-urbano.
Os grupos da massa agrícola
Como se observou anteriormente, a massa agrícola revela uma tendência
constante de retração, tanto em sua participação na renda total como em seu
peso no conjunto da população, que se mantém com o Plano Real. O único
18
Cabe aqui alertar que, a rigor, este grupo provavelmente inclui uma parcela considerável de
aposentados oriundos de ocupações agrícolas, uma vez que a inclusão destas famílias na
terceira ou quarta camada foi determinada pela situação do domicílio (rural ou urbano). Como se
sabe, parcela significativa dos aposentados rurais residem no perímetro urbano dos municípios
e, assim, estão incluídos nesta terceira camada.
27
“soluço” significativo nesta tendência declinante da renda relativa manifesta-se
nos anos de 1.992 e 1.993. Entretanto, este comportamento atípico deve estar
refletindo em grande medida as mudanças metodológicas já mencionadas, que
localizam-se quase que integralmente nesta camada. Em particular estamos nos
referindo ao maior, e em princípio correto, esforço para captar e imputar todo
tipo de rendimento obtido pela massa agrícola, especialmente no que se refere à
auto subsistência. De qualquer forma, também nas novas bases a tendência é
de recuo constante.
As indicações disponíveis apontam claramente que a pequena agricultura
familiar é a grande perdedora na massa agrícola, com acentuada retração no
peso populacional e com uma redução um tanto menos intensa na participação
na renda. Seu já baixo patamar de rendimentos reais per capita é rebaixado
ainda mais em 1.997, recuperando-se apenas em 2.001.
O grupo dos assalariados agrícolas temporários19 é o único que apresenta
uma certa estabilidade nestes parâmetros. Já entre os assalariados agrícolas
permanentes20 a tendência de retração no peso populacional também é mais
intensa do que na participação na renda. Seus rendimentos reais per capita,
apesar de muito baixos, revelam um suave crescimento desde 1.995.
Considerações Finais
Buscamos neste ensaio fornecer uma imagem da estrutura social brasileira
contemporânea e de sua evolução nas duas últimas décadas, marcadas pela
crise do padrão de desenvolvimento que, grosso modo, vigorou de 1.930 a
1.980.
No que diz respeito à estrutura social, chamamos a atenção para a dimensão
que assumem na sociedade brasileira os setores diferenciados da massa
popular. Ou seja, os empresários - particularmente a ampla camada de micro
19
20
De 1.981 a 1.990 este grupo engloba os trabalhadores agrícolas com ou sem intermediação.
De 1.981 a 1.990 este grupo engloba os assalariados agrícolas, sem discriminação.
28
empresários -, a alta e média classe média assalariada e autônoma, o pequeno
negócio familiar urbano e uma camada superior de trabalhadores autônomos.
No Brasil de 2.001, estes segmentos diferenciados englobam 31% da
população, algo em torno de 53 milhões de pessoas. Se este peso já é bastante
significativo em termos nacionais, merece registro que na Região Metropolitana
de São Paulo, a de maior dimensão e complexidade social, esta marca sobe
para mais de 39%.
Na ampla conjuntura que vai se constituindo no final da década de oitenta,
esta parcela da sociedade constitui a base social mais orgânica do predomínio
conservador na definição dos rumos do País.
Na realidade sua influência extrapola seu peso quantitativo, em função de
diversos nexos econômicos e ideológicos que estabelecem com amplos setores
populares. Esta trama de vínculos e relações conforma um difuso espaço social
que articula os que ascenderam nas bases excludentes do nosso padrão de
desenvolvimento, e os que querem subir nestas mesmas condições já
estabelecidas.
Em particular, merece destaque a ampla difusão dos valores característicos
do “capitalismo selvagem”, onde quem ascende socialmente, ou tem esperanças
de faze-lo, torna-se solidário com os privilégios e “monopólios sociais”.21
Por outro lado, enfatizamos que a resistência a este predomínio e a busca de
uma alternativa de caráter nacional e popular tem se revelado frágil e impotente
para reverter a situação. Bastaria aqui acrescentar que os governantes que
desde 1.989 vêm ditando os rumos da Nação foram eleitos (e reeleitos) por esta
mesma sociedade. Ou seja, o eleitorado tem recusado a alternativa nacional e
popular, tal como ela se apresentou ou foi apresentada pelos seus adversários.22
21
cf. CARDOSO de MELLO, J. M. e NOVAIS, Fernando A. - “Capitalismo Tardio e Sociabilidade
Moderna”. In História da Vida Privada no Brasil, vol. 4, São Paulo: Companhia da Letras, 1.998.
22
No momento em que escrevemos este ensaio ainda não se realizaram as eleições de 2.002.
De qualquer forma, mesmo numa cada vez mais provável vitória oposicionista, os elementos
fundamentais das questões aqui apontadas seguramente irão se apresentar aos novos
governantes.
29
Buscando visualizar os segmentos que poderiam fornecer as bases sociais
para um projeto transformador, destacamos a massa urbana composta pela
baixa classe média assalariada e pelos operários e demais trabalhadores
populares, abordando não apenas o seu tamanho potencial (55% da população,
equivalentes a 93 milhões de pessoas), mas sobretudo sua profunda
heterogeneidade.
Da mesma forma, apontamos as enormes dificuldades em sintonizá-los com
a busca de soluções para os problemas que afetam a massa agrícola, que
atinge 14% da população, correspondentes a 24 milhões de pessoas.
Em segundo lugar, examinamos a trajetória das varias camadas e grupos
socio-ocupacionais ao longo das diversas conjunturas que se constituem durante
as décadas de oitenta e noventa.
Neste sentido, é fundamental nunca perder de vista o cenário mais geral de
profundos impasses e problemas crescentes que marcam estas duas décadas,
uma vez que as evidências empíricas não devem ser interpretadas unicamente a
partir de seus próprios elementos. Em particular, merece especial atenção o
fenômeno da perda de dinamismo na geração de oportunidades, que pela
primeira vez desde o início da década de trinta se instala de forma mais
duradoura na sociedade brasileira.
Na década de noventa esta situação será brutalmente agravada com a
explosão do desemprego e da precarização das condições de amplas camadas
dos ocupados. O que irá desembocar na perda de participação na renda
nacional dos rendimentos dos trabalhadores assalariados e dos autônomos.
Junto com o avanço das transferências ao setor financeiro de parcela expressiva
dos ganhos empresariais, por força dos juros estratosféricos impostos pela
política econômica.23
Nestas circunstâncias, parece-nos bastante inadequada a imagem de
“estabilidade” das (péssimas) condições sociais divulgada pelas análises oficiais
e oficiosas. Julgamos corresponder melhor à realidade vigente a visão de que,
23
Cf. neste mesmo livro, DEDECCA, Cláudio S. - “Anos Noventa: a Estabilidade com
Desigualdade”.
30
salvo uma pequena minoria, praticamente todos perderam. Se é verdade que a
pancada foi mais forte em baixo, também nas camadas diferenciadas ampliou-se
extraordinariamente a parcela de vulneráveis e afetados pela crise.
Assim sendo, as dificuldades em aproximar os anseios da classe média aos
da massa popular não decorreriam da circunstância de que os setores
intermediários estariam tirando proveito ou mesmo se protegendo da crise. De
fato,
parece-nos
que
os
problemas
destes
segmentos
extremamente
heterogêneos são essencialmente os mesmos, salvo diferenças de grau; e o que
os separa é a falta de unidade na compreensão da realidade e na busca de
soluções.
Se a evolução da estrutura sócio-ocupacional nestas duas décadas de crise
profunda
não
revela
uma
brusca
desestruturação,
isto
não
significa
necessariamente estabilidade. Ao contrário, é possível argumentar que esta
estrutura esta sendo corroída por dentro, entre outras razões, pela retração dos
rendimentos e pelo crescente peso do desemprego entre as famílias de todos os
segmentos sociais.
Em particular, deve-se atentar para a verdadeira devastação que a crise vem
provocando nos segmentos juvenis, com a explosão do desemprego, da
precarização do trabalho e, fundamentalmente, da criminalidade, onde são as
principais vítimas e agentes.24 Nesta falta de horizontes para tão ampla massa
de jovens residiria o aspecto central da autêntica crise de reprodução social que
se instalou no seio das famílias brasileiras de todos os estratos sociais, ainda
que afetando mais gravemente os segmentos populares e revelando um caráter
marcadamente metropolitano.
Para encerrar, uma nota de esperança apoiada no entendimento (ou fé?) de
que, muitas vezes, é dos próprios problemas que emergem as soluções. Desta
perspectiva, a manutenção dos grandes marcos da estrutura social, mesmo que
profundamente afetada pela degenerescência, estaria apontando para a
permanência
na
sociedade
brasileira
dos
agentes
fundamentais
da
31
transformação social. Nas condições profundamente adversas que nos
encontramos, o desafio seria concientizá-los, unificá-los e mobilizá-los para esta
empreitada tão difícil.
24
Uma primeira abordagem desta problemática pelo autor encontra-se em QUADROS, Waldir J.
- “O Desemprego Juvenil no Brasil dos Anos Noventa”. Cadernos CESIT - Texto de Discussão
no. 31, dezembro de 2.001, Campinas, IE/UNICAMP.
32
APÊNDICE METODOLÓGICO
A seguir é apresentada a composição dos vários grupos ocupacionais adotados
no presente estudo.
A
-
proprietários
empregadores.
São
os
proprietários
de
algum
empreendimento em qualquer ramo de atividade econômica, que empregam
pelo menos um membro assalariado.
A .1 - empregam mais de 10 assalariados.
A .2 - empregam até 10 assalariados.
B - profissionais empregadores. São profissionais de tipo liberal que
empregam pelo menos um membro assalariado. Os principais componentes são:
médicos, dentistas e enfermeiros diplomados; técnicos em contabilidade; outras
ocupações técnicas e científicas de nível superior.
D.1
-
alta
administradores,
classe
gerentes
média
e
assalariada.
chefes;
diplomados; engenheiros e arquitetos;
médicos,
Principais
dentistas
componentes:
e
enfermeiros
professores de ensino superior;
outras ocupações técnicas e científicas de nível superior.
C.1 - profissionais autônomos - camada superior. Principais componentes:
médicos, dentistas e enfermeiros diplomados; engenheiros e arquitetos.
C.2 - profissionais autônomos - camada média. Principais componentes:
ocupações qualificadas do comércio; outras ocupações técnicas e científicas de
nível médio.
Sem ocupação - famílias em que nenhum membro se encontra ocupado.
São as famílias de aposentados e pensionistas, desocupados, etc.
D.2 - média classe média assalariada.
Principais componentes:
ocupações de defesa nacional e segurança pública; outras ocupações técnicas e
científicas de nível médio; professores do segundo grau; mestres e
contramestres; ocupações qualificadas do comércio; técnicos de contabilidade.
33
E - proprietários por conta própria - urbanos. São os proprietários que não
empregam mão de obra assalariada em seus empreendimentos (urbanos),
atuando sozinho ou com ajuda de familiares (não remunerados). Concentram-se
no comércio e na prestação de serviços.
F.1 - trabalhadores autônomos - camada superior. Principais componentes:
motoristas; ocupações de reparação de veículos; outras ocupações da metalmecânica.
C.3 - profissionais autônomos - camada inferior. Principais componentes:
professores primários; mestres e contramestres; ocupações auxiliares da saúde;
ocupações auxiliares de engenharia e arquitetura.
D.3
-
Baixa
classe
média
assalariada.
Principais
componentes:
balconistas e caixas; auxiliares de escritório e afins; professores primários;
ocupações auxiliares da saúde; outras ocupações burocráticas.
G.1 - operários e assalariados populares - camada superior.
Principais
componentes: motoristas; eletricistas e radiotécnicos; outras ocupações da
metal-mecânica; mecânicos; operadores de máquinas (exceto construção civil);
torneiros mecânicos.
G.2 - operários e assalariados populares - camada média.
componentes: porteiros, vigias e faxineiros;
Principais
garçons e cozinheiros; outras
ocupações da indústria; ocupações da reparação de veículos; pedreiros; outras
ocupações da construção civil; alfaiates e costureiros; outras ocupações do
vestuário e calçados; marceneiros e carpinteiros; expedidores e embaladores;
outras ocupações do transporte e comunicações.
G.3 - operários e assalariados populares - camada inferior.
Principais
componentes: Serventes de pedreiro; vendedores de jornais e ambulantes.
F.2 - trabalhadores autônomos - camada média. Principais componentes:
pedreiros; vendedores de jornais e ambulantes; alfaiates e costureiros; outras
ocupações da construção civil; eletricistas e radiotécnicos; marceneiros e
carpinteiros.
F.3 - trabalhadores autônomos - camada inferior. Principais componentes:
ocupações dos serviços de higiene pessoal; trabalhadores braçais.
34
F.4 - trabalhadores autônomos - camada baixa. Principais componentes:
outras ocupações da indústria de vestuário e calçados; outras ocupações da
indústria têxtil.
I - empregadas domésticas. Dispensam apresentação.
M - auto construção - não ocupados. São os membros que se declararam
não ocupados na semana de referência, mas que estiveram ocupados com
construção própria ou reformas.
J.1 - trabalhadores não remunerados - urbanos. São os membros que
auxiliam seus familiares nos empreendimentos por conta própria, sem
remuneração regular.
L - ignorados. São aqueles que não informaram suas ocupações.
H.1 - proprietários por conta própria - agrícolas. São os proprietários que
não empregam mão de obra assalariada em seus empreendimentos (agrícolas),
atuando sozinho ou com o auxílio de familiares (não remunerados).
H.2 - trabalhadores autônomos agrícolas. Dispensam apresentação.
H.3 - assalariados agrícolas permanentes. Dispensam apresentação.
H.4 - assalariados agrícolas temporários. Dispensam apresentação.
N - autoconsumo - não ocupados. São os membros que se declararam não
ocupados na semana de
referência, mas que estiveram ocupados com
produção para seu próprio consumo.
K - ocupados com o autoconsumo.
É semelhante ao grupo N. São os
membros que se declararam ocupados na semana de referência e cuja
ocupação é a produção para seu próprio consumo.
J.2 - trabalhadores não remunerados - agrícolas. São os membros que
auxiliam seus familiares nos empreendimentos por conta própria agrícolas, sem
remuneração regular.
ANEXO ESTATÍSTICO
Gráficos dos Grupos Sócio-ocupacionais da Camada Superior
36
Grupo A – Proprietários Empregadores
% Renda Total
20,0
19,0
18,0
17,0
%
16,0
15,0
14,0
13,0
12,0
11,0
10,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991 1992
1993
1994
1995 1996
1997 1998
1999 2000
2001
1993
1994
1995
1997
1999
2001
Ano
% População Total
9,0
8,0
7,0
6,0
%
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
Ano
1992
1996
1998
2000
37
Grupo A-1 – Proprietários com mais de 10 empregados
% Renda Total
10,0
9,0
8,0
7,0
%
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
1997
1998
1999
2000
2001
Ano
% População Total
9,0
8,0
7,0
%
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1992
1993
1994
1995
1996
Ano
Renda Real per Capita (Deflator: INPC)
1980
1950
1920
1890
R$
1860
1830
1800
1770
1740
1710
1680
1995
1996
1997
1998
Ano
1999
2000
2001
38
Grupo A-2 – Proprietários com até 10 empregados
% Renda Total
14,0
13,0
12,0
11,0
%
10,0
9,0
8,0
7,0
6,0
5,0
4,0
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
1997
1998
1999
2000
2001
Ano
% População Total
9,0
8,0
7,0
%
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1992
1993
1994
1995
1996
Ano
Renda Real per Capita (Deflator: INPC)
750
730
710
R$
690
670
650
630
610
590
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
Ano
Grupo B – Profissionais Empregadores
2001
39
% Renda Total
10,0
9,0
8,0
7,0
%
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995 1996
1997
1998
1999 2000
2001
Ano
% População Total
9,0
8,0
7,0
6,0
%
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
Ano
Renda Real per Capita (Deflator: INPC)
1820
1800
1780
R$
1760
1740
1720
1700
1680
1660
1640
1995
1996
1997
1998
Ano
1999
2000
2001
1992
1993
1994
1995 1996
1997
1998
1999
2000
2001
40
Grupo D-1 – Alta Classe Média Assalariada
% Renda Total
27,0
26,0
25,0
24,0
%
23,0
22,0
21,0
20,0
19,0
18,0
17,0
1981
1982
1983
1984
1985 1986
1987
1988
1989
1990
1991 1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999 2000
2001
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999 2000
2001
Ano
% População Total
12,0
11,0
10,0
%
9,0
8,0
7,0
6,0
5,0
4,0
3,0
1981
1982
1983
1984
1985 1986
1987
1988
1989
1990
1991 1992
Ano
Renda Real per Capita (Deflator: INPC)
930
920
910
900
R$
890
880
870
860
850
840
830
820
1995
1996
1997
1998
Ano
1999
2000
2001
41
Grupo C-1 – Profissionais Autônomos (Camada Superior)
% Renda Total
10,0
9,0
8,0
7,0
%
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985 1986
1987
1988
1989
1990
1991 1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999 2000
2001
Ano
% População Total
9,0
8,0
7,0
6,0
%
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991 1992
Ano
Renda Real per Capita (Deflator: INPC)
1280
1260
1240
R$
1220
1200
1180
1160
1140
1120
1100
1995
1996
1997
1998
Ano
1999
2000
2001
1993
1994
1995
1996
1997 1998
1999
2000
2001
42
Sem Ocupação – Camada 1
% Renda Total
10,0
9,0
8,0
7,0
6,0
%
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000 2001
Ano
% População Total
9,0
8,0
7,0
6,0
%
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991 1992
Ano
Renda Real per Capita (Deflator: INPC)
1090
1080
1070
1060
R$
1050
1040
1030
1020
1010
1000
990
1995
1996
1997
1998
Ano
1999
2000
2001
1993
1994
1995 1996
1997 1998
1999 2000
2001
43
Gráficos dos Grupos Sócio-ocupacionais da Camada Intermediária
44
Grupo D-2 – Média Classe Média Assalariada
% Renda Total
15,0
14,0
13,0
12,0
%
11,0
10,0
9,0
8,0
7,0
6,0
5,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991 1992
1993
1994
1995
1996
1997 1998
1999
2000
2001
Ano
% População Total
11,0
10,0
9,0
%
8,0
7,0
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991 1992
Ano
Renda Real per Capita (Deflator: INPC)
450
440
430
R$
420
410
400
390
380
1995
1996
1997
1998
Ano
1999
2000
2001
1993
1994
1995
1996
1997 1998
1999
2000
2001
45
Grupo E – Proprietários Contra Própria (Urbanos)
% Renda Total
10,0
9,0
8,0
7,0
%
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995 1996
1997
1998
1999 2000
2001
Ano
% População Total
9,0
8,0
7,0
%
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
Ano
Renda Real per Capita (Deflator: INPC)
360
350
R$
340
330
320
310
300
290
1995
1996
1997
1998
Ano
1999
2000
2001
1992
1993
1994
1995 1996
1997
1998
1999 2000
2001
46
Grupo F-1 – Trabalhadores Autônomos (Camada Superior)
% Renda Total
10,0
9,0
8,0
7,0
%
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987 1988
1989
1990
1991 1992
1993
1994
1995 1996
1997
1998
1999 2000
2001
Ano
% População Total
9,0
8,0
7,0
%
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987 1988
1989
1990
1991 1992
Ano
Renda Real per Capita (Defator: INPC)
370
360
350
R$
340
330
320
310
300
1995
1996
1997
1998
Ano
1999
2000
2001
1993
1994
1995 1996
1997
1998
1999 2000
2001
47
Sem Ocupação – Camada 2
% Renda Total
10,0
9,0
8,0
7,0
%
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995 1996
1997
1998
1999 2000
2001
Ano
% População Total
9,0
8,0
7,0
6,0
%
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991 1992
Ano
Renda Real per Capita (Deflator: INPC)
310
300
R$
290
280
270
260
250
240
1995
1996
1997
1998
Ano
1999
2000
2001
1993
1994
1995
1996
1997 1998
1999
2000
2001
48
Gráficos dos Grupos Sócio-ocupacionais da Massa Urbana
49
Grupo D-3 – Baixa Classe Média Assalariada
% Renda Total
15,0
14,0
13,0
12,0
%
11,0
10,0
9,0
8,0
7,0
6,0
5,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
Ano
% População Total
15,0
14,0
13,0
12,0
%
11,0
10,0
9,0
8,0
7,0
6,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
Ano
Renda Real per Capita (Deflator: INPC)
320,0
310,0
R$
300,0
290,0
280,0
270,0
260,0
250,0
1995
1996
1997
1998
Ano
1999
2000
2001
50
Grupo G-1 – Camada Superior de Operários e Assalariados Populares
% Renda Total
13,0
12,0
11,0
10,0
%
9,0
8,0
7,0
6,0
5,0
4,0
3,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
Ano
% População Total
12,0
11,0
10,0
%
9,0
8,0
7,0
6,0
5,0
4,0
3,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
Ano
Renda Real per Capita (Deflator: INPC)
300,0
290,0
280,0
R$
270,0
260,0
250,0
240,0
230,0
1995
1996
1997
1998
Ano
1999
2000
2001
51
Grupo G-2 – Camada Média de Operários e Assalariados Populares
% Renda Total
13,0
12,0
11,0
10,0
%
9,0
8,0
7,0
6,0
5,0
4,0
3,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991 1992
1993
1994
1995
1996
1997 1998
1999
2000
2001
1993
1994
1995
1996
1997 1998
1999
2000
2001
Ano
% População Total
18,0
17,0
16,0
15,0
%
14,0
13,0
12,0
11,0
10,0
9,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991 1992
Ano
Renda Real per Capita (Deflator: INPC)
190,0
180,0
R$
170,0
160,0
150,0
140,0
130,0
120,0
1995
1996
1997
1998
Ano
1999
2000
2001
52
Grupo G-3 – Camada Inferior de Operários e Assalariados Populares
% Renda Total
10,0
9,0
8,0
7,0
%
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995 1996
1997
1998
1999
2000
2001
1992
1993
1994
1995
1997
1998
1999
2000
2001
Ano
% População Total
9,0
8,0
7,0
%
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
Ano
Renda Real per Capita (Deflator: INPC)
150,0
140,0
130,0
R$
120,0
110,0
100,0
90,0
80,0
1995
1996
1997
1998
Ano
1999
2000
2001
1996
53
Grupo F-2 – Camada Média de Trabalhadores Autônomos
% Renda Total
10,0
9,0
8,0
7,0
%
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
Ano
% População Total
9,0
8,0
7,0
6,0
%
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
Ano
Renda Real per Capita (Deflator: INPC)
220,0
210,0
R$
200,0
190,0
180,0
170,0
160,0
150,0
1995
1996
1997
1998
Ano
1999
2000
2001
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
54
Grupo I – Trabalhadores Domésticos
% Renda Total
10,0
9,0
8,0
7,0
6,0
%
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
Ano
% População Total
9,0
8,0
7,0
6,0
%
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
Ano
Renda Real per Capita (Deflator: INPC)
150,0
140,0
R$
130,0
120,0
110,0
100,0
90,0
80,0
1995
1996
1997
1998
Ano
1999
2000
2001
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
55
Sem Ocupação – Camada 3
% Renda Total
10,0
9,0
8,0
7,0
6,0
%
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
Ano
% População Total
9,0
8,0
7,0
6,0
%
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
Ano
Renda Real per Capita (Deflator: INPC)
100,0
90,0
R$
80,0
70,0
60,0
50,0
40,0
30,0
1995
1996
1997
1998
Ano
1999
2000
2001
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
56
Gráficos dos Grupos Sócio-ocupacionais da Massa Agrícola
57
Grupo H-1 – Proprietários Conta Própria (Agrícola)
% Renda Total
10,0
9,0
8,0
7,0
%
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
Ano
% População Total
15,0
14,0
13,0
%
12,0
11,0
10,0
9,0
8,0
7,0
6,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
Ano
Renda per Capita (Deflator: INPC)
140,0
130,0
120,0
R$
110,0
100,0
90,0
80,0
70,0
1995
1996
1997
1998
Ano
1999
2000
2001
58
Grupo H-3 – Assalariados Agrícolas Permanentes
% Renda Total
10,0
9,0
8,0
7,0
6,0
%
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
Ano
% População Total
9,0
8,0
7,0
%
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
Ano
Renda per Capita (Deflator: INPC)
120,0
110,0
100,0
R$
90,0
80,0
70,0
60,0
50,0
1995
1996
1997
1998
Ano
1999
2000
2001
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
59
Grupo H-4 – Assalariados Agrícolas Temporários∗
% Renda Total
10,0
9,0
8,0
7,0
%
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
Ano
% População Total
9,0
8,0
7,0
6,0
%
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
Ano
Renda per Capita (Deflator: INPC)
100,0
90,0
R$
80,0
70,0
60,0
50,0
40,0
30,0
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
Ano
∗
Até 1990: Trabalhadores Agrícolas com ou sem Intermediação.
60
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Horizonte, Ed. UFMG; Rio de Janeiro: IUPERJ, 2002.
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