Centro de Animação Bíblico-Catequética
Diocese de Ponta Grossa
“Ide… anunciai a Boa-Nova.” (Mateus 28,19)
Prefácio
Após mais de quinze anos de utilização da Coleção Sementes – manual de
catequese elaborado na Diocese de Ponta Grossa (PR) –, utilizada por catequistas de muitas regiões do Brasil, é para mim motivo de alegria e grande esperança
apresentar a nova coleção, totalmente reformulada no espírito do Documento
de Aparecida e do processo de iniciação à Vida Cristã.
Hoje melhor compreendemos que a catequese não é uma transmissão de
conteúdos de doutrina (“instrução”), nem apenas preparação para receber este
ou aquele sacramento (“etapa de formatura”), mas é um processo dinâmico e
abrangente de educação da fé, um itinerário de vida, que leva alguém ao encontro da comunhão e intimidade com Jesus Cristo e à adesão à proposta do Reino,
que é vivida na Igreja.
Duas consequências brotam dessa visão: primeira – o catequista, alguém
orante, que experimenta e vive seu encontro pessoal com o Senhor, é capaz de
introduzir os catequizandos no Mistério (mistagogia); segunda – uma vez que
esse processo de discipulado se realiza na comunidade eclesial, e toda a comunidade paroquial é catequizadora, com a participação da família e do sacerdote, a
dinâmica toda da catequese vai inserir o catequizando na vida da comunidade...
Daí uma grande novidade da nova coleção: a inserção de celebrações litúrgico-catequéticas ou ritos de iniciação, que vão assinalando as várias etapas e
introduzindo o catequizando no Mistério do Ressuscitado, levando-o a assimilar a
linguagem dos símbolos, dos gestos, da vida de oração e contemplação, bem como a
participar de maneira ativa e frutuosa na Liturgia e na transformação da sociedade.
Este volume começa com uma preciosa apresentação, que expõe de maneira clara a mística da iniciação à Vida Cristã, sempre iluminada pela atitude de
Jesus com os discípulos de Emaús. Respeita a psicologia das idades e os diversos
momentos do ano litúrgico. Será muito útil para a preparação dos catequistas no
início das atividades.
Parabenizando a equipe de Animação Bíblico-Catequética da diocese e a
Editora Ave-Maria por colocar à disposição dos catequistas e das comunidades
do Brasil este precioso instrumento, invoco sobre todos as bênçãos de Deus Uno
e Trino.
Na Festa de Maria, Mãe da Divina Graça, padroeira da Diocese.
Ponta Grossa, 15 de setembro de 2011
Dom Sergio Arthur Braschi
Apresentação
Esta edição reformulada do Manual de iniciação para uma vida de comunhão
com Cristo na sua Comunidade faz parte da Coleção Sementes e é expressão do
amadurecimento da edição publicada em 1995 na Diocese de Ponta Grossa (PR).
Reformulada com a colaboração de catequistas, religiosos, pedagogos, psicólogos e sacerdotes, esta edição alinha o processo catequético com as orientações do
Documento de Aparecida, do Diretório Nacional de Catequese, do Estudo 97 sobre
Iniciação à Vida Cristã e das diretrizes gerais da Ação Evangelizadora da Igreja (20112015). Deseja oferecer à Igreja um instrumento vivo e dinâmico de transmissão da
fé, para auxiliar o “processo de iniciação à vida cristã”, que conduz a pessoa para um
mergulho no Mistério de Cristo, formando nela um coração de discípulo missionário.
É preciso tratar com zelo uma importante parcela do povo de Deus confiada
à Igreja composta de crianças e adolescentes. Para eles, a catequese de iniciação à
Vida Cristã é fundamental para o crescimento na fé, porque proporciona um encontro pessoal com Cristo por meio da escuta da Palavra, da Celebração dos mistérios
da fé e da vida comunitária.
O método de “iniciação” requer cuidado no planejamento para o êxito da ação
catequética no âmbito paroquial. Necessita também de catequistas mistagogos, isto
é, que tenham segurança para conduzir ao Mistério pela vivência da fé, da espiritualidade e do testemunho de vida de comunhão na comunidade. Por sua vez, a
comunidade também é chamada a realizar essa tarefa, que é “do conjunto da Igreja”.
A formação e a criatividade de nossos catequistas são sempre uma qualidade a ser valorizada e estimulada.
Embora o trabalho dedicado de muitos catequistas seja objeto de nosso respeito
e admiração, a iniciação de nossas crianças e adolescentes tem sido fragmentada e,
às vezes, insuficiente diante dos desafios e das urgências desta “mudança de época”.
Esta edição reformulada do manual da Coleção Sementes proporciona a diminuição da distância entre a catequese e a liturgia, que são duas faces do mesmo
Mistério, em vista da adesão a Jesus e do discipulado.
A catequese de iniciação à vida cristã favorece a integração entre Anúncio,
Celebração e Vivência Comunitária. Por ser um método mais participativo, fomenta a conexão entre catequista, catequizandos, família e comunidade.
A Coleção Sementes contém cinco volumes para realizar um processo global
de catequese, instruindo com os quatro pilares da doutrina (crer, celebrar, viver e
rezar), que favorecem a experiência das primeiras e fundamentais noções da fé. Os
três primeiros volumes preparam para a intimidade com Cristo, a inserção e a pertença à Sua comunidade, que se expressará por meio da participação eucarística.
Os outros dois volumes confirmam a opção e a adesão a Jesus e à sua comunidade,
consolidando no catequizando um coração de discípulo missionário para atuar,
na força do Espírito Santo, como “sal da terra e luz no mundo”. (Mateus 5,13-14)
Este manual inicia-se com uma carta de acolhida aos pais e aos catequizandos,
um texto de capacitação inicial para os catequistas, uma celebração de unção e de envio do catequista e um encontro de acolhida dos catequizandos. Em seguida, sugere
um encontro de reflexão sobre a Campanha da Fraternidade; posteriormente ocorre
um Retiro com espiritualidade Quaresmal para purificação, proporcionando a experiência de uma renovação interior preparando-os para o Mistério Pascal.
Este volume proporcionará a continuidade do catecumenato, no itinerário
catequético, conduzindo para o rito de Eleição aqueles que receberão a Iluminação, participando então do Mistério Eucarístico. Será “um tempo para conveniente
instrução, santificado com os sagrados ritos litúrgicos celebrados em tempos sucessivos e de participação no Mistério Eucarístico” (Sacrosanctum Concilium 64). A
1a unidade introduzirá o catequizando na experiência quaresmal em vista da preparação pascal. Nessa unidade ocorre a “purificação”, preparando mais intensamente
o espírito e o coração dos catequizandos para o Mistério Pascal. A unidade proporciona estas experiências por meio de três temas conectados com os evangelhos do
3o, 4o e 5o domingos da quaresma que, realizando os escrutínios, preparam para a
Páscoa. A 2a unidade introduz o primeiro pilar para a transmissão da fé (símbolo
da fé – Creio). É realizada a Celebração Litúrgica da Entrega do Símbolo, seguida da
devida instrução, realizada por meio de quatro temas que ensinam a crer em um
só Deus, que é Pai, Filho, Espírito Santo e que age na Igreja. A 3a unidade é antecedida pela “Celebração Litúrgica de Eleição, ou inscrição do nome, com a qual a
Igreja admite os catequizandos que se encontram em condições de participar da
vida Sacramental” (RICA 22). Nessa unidade, composta de seis temas, desenvolve-se
o segundo pilar do catecismo, explicando a celebração da fé na liturgia. Pelos sacramentos o catequizando perceberá os gestos que Jesus realiza em nosso favor para
nossa salvação, refletindo também sobre missão, vocação e serviço. A 4a unidade,
composta por seis temas, apresenta o dinamismo da vivência da fé. Trata do terceiro
pilar da transmissão da fé, o agir cristão, que é norteado pelos mandamentos. Há uma
celebração que favorece o exame de consciência e prepara para o sacramento da confissão. A unidade é encerrada com uma instrução sobre o quarto pilar, a oração cristã,
que impulsiona o serviço da fé, para a construção do Reino em favor da vida plena.
Antecedido de um texto de formação para o catequista, cada encontro apresenta orientações e é organizado segundo os quatro passos da metodologia do
encontro dos discípulos de Emaús com o Ressuscitado: Acolhimento, Fundamentação, Espiritualização e Atividades de fixação – atividades que integram a vivência
da fé em família e fomentam o compromisso cristão do discípulo missionário.
Este manual apresenta um processo pedagógico dinâmico, cristocêntrico,
litúrgico-comunitário, orante e bíblico, que integra a família, o catequista, o catequizando e a comunidade, ajudando o catequizando a desenvolver o costume
de ouvir, celebrar, viver e rezar a Palavra de Deus dentro e fora da família.
“Ide, fazei discípulos meus... ensinando-os tudo o que vos ordenei” (Mateus
28,19-20). Desejosos de que esse mandato de Jesus à Igreja aconteça de modo sempre
renovado e caracterizado pela alegria, pedimos os auxílios da Mãe da Divina Graça.
Equipe Diocesana de Animação Bíblico-Catequética
Diocese de Ponta Grossa, PR
Carta de acolhida aos pais
“Coloquem-se a serviço uns dos outros através do amor.” (Gálatas 5,13)
Queridos pais:
A catequese e a família, unidas pelo compromisso de evangelizar, são chamadas ao serviço do amor. É o amor que leva a pessoa a servir seus irmãos e
irmãs. Na missão da Igreja, a catequese e a família buscam crescer no amor e no
dom de si, para colocarem-se a serviço dos outros.
Por isso, com muito carinho e alegria na disposição de estar a “serviço do
amor”, a Igreja recebe seu filho para o 3o Tempo de catequese.
Convidamos sua família a prosseguirmos juntos no caminho da educação
da fé de seu filho. Estejamos unidos neste “serviço do amor”.
A família é o grande santuário da vida e também o berço da fé. As atitudes da
fé, vivenciadas e testemunhadas pelos pais, têm forte influência no aprendizado das
noções religiosas e na estruturação da vida de fé das crianças, adolescentes e jovens.
Todo batizado é chamado a ser um evangelizador. O pai e a mãe são os primeiros evangelizadores dos filhos, e a graça do matrimônio cristão ilumina a
realidade do amor, ajudando os filhos a dar os primeiros passos na vida cristã.
Nosso amado santo, João Paulo II, em sua exortação apostólica Catechesi
Tradendae (CT), lembra-nos de que: “a educação para a fé, feita pelos pais – a
começar desde a mais tenra idade das crianças –, já se realiza quando os membros de determinada família se ajudam uns aos outros a crescer na fé, graças ao
próprio testemunho de vida cristã, muitas vezes silencioso, mas perseverante no
desenrolar da vida de todos os dias, vivida segundo o Evangelho” (CT 68).
O Diretório Nacional de Catequese (DNC) também aponta para a importância dos pais na condução do processo de educação da fé: “Para a Igreja, os pais
são os primeiros e principais responsáveis pela vida e pela educação de seus filhos; são os primeiros educadores da fé” (DNC 297).
“Na família, o processo de crescimento da fé brota da convivência, do clima
familiar e do testemunho dos pais. É uma catequese vivencial” (DNC 299).
O Catecismo da Igreja Católica (CIC) nos ajuda a compreender que “a
catequese familiar precede, acompanha e enriquece as outras formas de ensinamento da fé. Os pais são os primeiros que têm a missão de ensinar os filhos a
rezar e a descobrir a sua vocação de filhos de Deus” (CIC 2226).
A Igreja coloca-se ao seu lado nesta linda missão de “transmitir a fé” ao seu
filho; afinal, proporcionar o encontro com Jesus a alguém é o maior e mais belo
gesto de amor que podemos realizar. Realizemos isso juntos em favor de seu filho.
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Que Deus ilumine “cada passo das nossas famílias” e nossa unidade a serviço
do amor!
“Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas e fazê-lo conhecido
com nossa palavra e obras é nossa alegria.”
(Documento de Aparecida no 29)
Catequista e equipe Diocesana de Animação Bíblico-Catequética
Diocese de Ponta Grossa (PR)
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Carta de acolhida aos catequizandos
Querido catequizando:
João Batista estava com dois de seus discípulos e, ao ver Jesus, que passava,
disse: “Eis o Cordeiro de Deus”. Os dois que estavam com João Batista e ouviram-no dizer isso seguiram Jesus.
Jesus, olhando para trás, viu que eles o seguiam e disse-lhes: “Que estais procurando?”. Eles disseram: “Rabi (que significa Mestre), onde moras?”. Ele lhes
disse: “Vinde e vede”. Eles foram e viram onde Ele morava e permaneceram
com Ele aquele dia. Era por volta das 4 horas da tarde.
André, irmão de Simão, era um dos dois homens que ouviram as palavras de
João Batista e seguiram Jesus. Ao amanhecer, encontrou seu irmão Simão e
disse-lhe: “Encontramos o Messias” (que significa Cristo), e o conduziu até Jesus! Olhando-o, Jesus disse-lhe: “Tu és Simão, filho de João; mas serás chamado
Cefas, que quer dizer pedra”.
(João 1,35-42)
Esse texto bíblico narra o chamado que Jesus fez aos dois primeiros discípulos. Um deles é André e o outro não é identificado. Tente dar identidade a esse
discípulo; melhor ainda, identifique-se, você mesmo, com esse discípulo.
Seu catequista, tal como João Batista, tem apontado para Jesus e tem lhe
ensinando os mistérios sobre a vida de Jesus, o cordeiro que Deus Pai enviou e
que ofereceu sua vida como banquete para nossa salvação.
Você está em um caminho catequético de seguir a Jesus! Hoje, esse gesto
que Jesus realizou e, sobretudo, a pergunta que Ele fez precisam lhe alcançar e
ecoar em seu coração: “Jesus, olhando para trás, viu que eles o seguiam e disse-lhes: ‘Que estais procurando?’”.
Sinta o olhar de Jesus envolvendo-o e apaziguando o seu coração, dando-lhe confiança e segurança neste caminhar. Permita que a pergunta que Ele fez
penetre em seu coração: “Que estais procurando?”...
Convido-o para responder a essa pergunta de Jesus ao longo deste ano catequético! Identifique em seu catequista a atitude de João Batista, que está sempre
convocando-o a seguir Jesus.
Está se aproximando o momento de sua comunhão profunda com Jesus. Desde
já Ele lhe convida: “Vinde e vede!”. Procure fazer deste tempo uma oportunidade para
“conhecer onde Jesus mora”, um momento para “permanecer com o Senhor”, um momento para crescer na intimidade com Ele, que permanece conosco na Eucaristia...
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Desejamos que sua experiência e a dos seus amigos de catequese com o
Mestre seja tão profunda a ponto de vocês poderem, depois, dizer: “Encontramos o Senhor”. Que você possa conduzir, assim como André, outros irmãos para
a experiência do encontro vivo com Jesus Cristo na Eucaristia. Somente Ele pode
nos firmar, tornando-nos pedras vivas para edificarmos seu Reino neste mundo.
Caríssimo catequizando, medite sobre isso e inicie com alegria, coragem,
dinamismo e firme decisão a participação neste 3o Tempo de catequese.
Seja bem-vindo! Junto com seus pais e nossa comunidade, daremos este
passo em direção a este bonito caminho de “iniciação para uma vida de comunhão com Cristo na sua Comunidade”!
Catequista e Equipe Diocesana de Animação Bíblico-Catequética
Diocese de Ponta Grossa (PR)
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Capacitação inicial para os catequistas
Querido catequista:
Com grande alegria convidamos você para meditar sobre as palavras deste
texto bíblico:
Jesus chegou a uma cidade de Samaria chamada Sicar. Havia ali o poço de Jacó e
Jesus, cansado da viagem, sentou-se à beira do poço por volta do meio-dia.
Veio uma mulher samaritana tirar água e Jesus disse-lhe: “Dá-me um pouco
de água”.
A mulher samaritana lhe perguntou: “Como o senhor, sendo judeu, pede a
mim, uma samaritana, água para beber?”. Jesus lhe respondeu: “Se você conhecesse o dom de Deus e quem está pedindo água, você lhe teria pedido e dele
receberia água viva”.
A mulher disse: “O senhor não tem com que tirar água, e o poço é fundo. Onde
pode conseguir essa água viva?” ... Jesus respondeu: “Quem beber desta água
terá sede outra vez, mas quem beber da água que eu der nunca mais terá sede.
Ao contrário, a água que eu der se tornará nele uma fonte de água a jorrar
para a vida eterna”. A mulher lhe disse: “Senhor, dá-me dessa água!”...
(João 4,5-15)
Neste seu caminho, catequista, há de ter muito empenho, desafios e até
mesmo lágrimas! Mas saiba que Jesus está à tua espera, assim como esteve esperando por aquela samaritana...
A Igreja também deseja sentar-se ao lado de nossos catequizandos para tornar o Senhor presente na vida deles, para que possam encontrá-lo, e faz isso por
meio de seu dom e da sua vocação de catequista. Antes, porém, você, querido
catequista, precisa beber e ser saciado desta água viva que é Cristo, precisa deixar ser encontrado e amado por Ele, para daí sim evangelizar e transbordar desta
água viva aos catequizandos.
Disponha-se a sentar no poço com a Igreja, ao lado de Jesus, para beber da
água viva da Palavra e dos conteúdos de nossa fé , pois só o verdadeiro e profundo encontro com o Senhor desperta a fé!
Quem recebe a vida nova do encontro com Jesus não pode deixar de proclamar a Boa-Nova para os outros. E é isso que você faz com tanto carinho e
empenho em cada encontro com seus catequizandos e suas famílias. A Igreja
quer realizar uma aproximação com todas as pessoas, e você tem um papel fundamental nesse processo!
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Auxiliado pelo itinerário que este manual lhe oferece, você dará continuidade ao tempo chamado de catecumenato com os catequizandos e viverá com
eles o tempo de purificação e iluminação que os colocará à mesa com o Senhor.
O essencial neste momento do caminho é que você seja um catequista mistagogo, ou seja, que, bebendo da “água viva”, saiba conduzir os catequizandos
até o poço Daquele que dá de beber!
Deus lhe abençoe e um bom ano catequético!
A capacitação que segue deve ser organizada pela Coordenação Paroquial
de Catequese destinada ao grupo de catequistas e contém os seguintes tópicos:
1. Reflexão sobre a espiritualidade do catequista;
2. Conteúdo específico de cada tempo;
3. Metodologia e pedagogia do manual;
4. Desenvolvimento psicológico da criança entre 10 e 12 anos;
5. Os quatro pilares para a edificação da fé;
6. Celebrações litúrgicas com ritos de iniciação cristã.
(Esta capacitação deve ser organizada pela Coordenação Paroquial de Catequese
destinada ao grupo de catequistas.)
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1. Reflexão sobre a espiritualidade do catequista
O “sentido” que damos à vida, aos fatos e aos acontecimentos está ligado ao
tipo de espiritualidade que cultivamos. Nossas reações revelam o quanto estamos, ou não, impulsionados pela força vital que nos vem do Espírito Santo.
A resposta aos impactos que sentimos diante dos fatos manifestará a profundidade de nossa espiritualidade; ela influenciará a maneira de enxergarmos
o mundo e as coisas ao nosso redor. Pensemos numa árvore. As ações externas
que a atingem exercerão maior ou menor força sobre ela de acordo com a profundidade de sua raiz. Nesse exemplo, os fatos e acontecimentos do dia a dia
equivalem a essas ações externas. A espiritualidade é como a raiz, que pode
sustentar-nos diante dessas circunstâncias.
a) O que lhe vem à memória quando você ouve a palavra “Espiritualidade”? Imagine algo que simbolize espiritualidade para você.
b) Procure interpretar a imagem que você formou respondendo: o que
esta imagem tem a ver com espiritualidade?
c) Leia o texto bíblico de Mateus 7, 24-27 e comente o que você compreendeu.
Voltando ao exemplo da árvore, no qual a espiritualidade é a raiz, podemos refletir:
• Naraiz,aárvoresenteprofundamenteoimpactodetudoqueacontece com ela: os ventos, a seca. A raiz reagirá ou responderá a tudo
isso.
• Searaizformuitosuperficial,aárvoretombará,assimacontececom
a pessoa que vive de superficialidades.
• Searaizforprofunda,aárvoreresistirá.Nosmomentosdifíceisou
das grandes tempestades da vida, a pessoa saberá suportar com firmeza, resistindo a tais situações.
• Seacontecerumtempodesecaouaridez–quepodemoscomparar
àquelas situações externas a nós –, com as raízes já profundas, a árvore encontrará uma possibilidade de vida! Imaginemos o que acontece
com um coqueiro no deserto: ele busca do local mais profundo o que
o mantém e lhe sustenta a vida.
Espiritualidade e Espírito Santo
Espiritualidade vem de “Espírito”, ou seja, força (Espírito Santo) que envolve todo o ser da pessoa.
O Espírito envolve, é movimento, dinamismo, sopro. Podemos chamar sua
ação em nós de espiritualidade! O Espírito anima, impulsiona, provoca unidade,
energia e ardor.
A espiritualidade é a vivência da fé sob o impulso do Espírito Santo, é deixar
o Espírito Santo motivar, animar, impulsionar a vida pessoal, o relacionamento
com os outros, a vida da comunidade e da família.
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Utilizando ainda a árvore como exemplo: a seiva da árvore é como a força
do Espírito que envolve e permeia, vitalizando todo o nosso ser.
A espiritualidade cristã imprime um estilo de vida, um jeito de estar no
mundo; não é abstrair-se do mundo, é deixar-se guiar por Deus neste mundo!
A espiritualidade cristã é Trinitária, dispõe o coração para a busca por Deus,
que nos vem em Jesus Cristo (Sacramento) na força do Espírito Santo.
A Eucaristia é a mais essencial das fontes para a espiritualidade cristã; sua
vivência faz aparecer os demais “traços da espiritualidade” que se recomenda ao
catequista:
a) De serviço: é o levantar-se para o lava-pés, gesto próprio daquele que
se sentou à mesa do Senhor.
b) Bíblica: é acolher aquilo que o Senhor fala ao discípulo na mesa que
preparou para nós.
c) Mariana: é identificar-se com a Mãe de Jesus, primeiro sacrário que
soube levar o Verbo Encarnado aos outros.
d) Profética e missionária: é anunciar, transmitir aos outros a alegria
desse encontro, fazendo a verdade reluzir diante das trevas.
e) Transformadora: é carregar o dom do Senhor sendo sal desta terra e
luz para este mundo.
A Eucaristia nos remete ao serviço de transformação do mundo: “fazei isto
em memória de mim”.
Quando Jesus diz “fazei isto!”, está pedindo que nossa vida seja vivida no serviço de amor, como foi a dele. Entregou a sua vida para fortalecer-nos nesse serviço.
Quando Jesus diz “em memória de mim”, ensina que nossos exemplos de
viver o serviço de amar, de perdoar e de ser justo remeterão as pessoas para os
gestos dele, que se prolongam em nosso viver. A eucaristia nos faz portadores do
Mistério para a humanidade.
Partilhando com o grupo:
• AlémdaEucaristia,quaisosmeiosquevocêtemparaocultivodesua
espiritualidade?
• Assimcomoumaárvore,aespiritualidadetambémprecisaproduzir
frutos! Comente quais frutos sua espiritualidade tem produzido.
Por que utilizar um manual para fazer catequese?
Fazer catequese com um manual é realizar “um itinerário educativo que vai
além da simples transmissão de conteúdos doutrinais desenvolvidos nos encontros
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catequéticos. Este manual propõe um processo participativo de acesso às Sagradas
Escrituras, à liturgia, à doutrina da Igreja, à inserção na vida da comunidade eclesial
e às experiências de intimidade com Deus.” (Diretório Nacional de Catequese 152)
Este manual apresenta um conjunto de passos e operações, necessárias
para instruir alguém em determinada etapa do processo. Ele tem como pano de
fundo um caminho; porém, ele sozinho não é todo caminho catequético, pois
catequese é muito mais do que apenas aquele momento isolado do encontro. Os
momentos de catequese acontecem também na família, na vida em comunidade, nas celebrações e em tantas outras atividades.
A eficácia do processo é garantida por um bom manual, mas também exige
preparo, formação, criatividade e planejamento do catequista e participação da
comunidade, da família e do sacerdote.
A partir da reflexão acima, qual é a importância da utilização de um manual
no processo catequético de iniciação à vida cristã?
Dinamizando o tema
Formar grupos de até 10 pessoas e entregar 1 kit em embalagem de
plástico contendo:
• 3canudinhos;
• 1folhacolorida;
• 5palitosdesorvete;
• 1bexiga;
• 1pedaçodebarbante;
• 1pedaçodepapel-cartão;
• 1pedaçodefita-crepecoladanopróprioplástico;
• 1guardanapo.
Em seguida, pedir a cada grupo que, utilizando o material do kit,
kit monte
em equipe “algo que seja útil para percorrer um caminho”. Depois, os grupos
podem apresentar o que montaram, explicando o significado.
Conclusão: perceber que a utilidade do manual é como um kit,
kit no qual
as coisas não estão prontas ou acabadas – nele se encontram recursos para
que, mediante planejamento, participação e criatividade, seja possível expressar o que se deseja.
2. Conteúdo específico de cada tempo
a) O 1o Tempo do manual da Coleção Sementes – Sementes de Vida – procura desenvolver o pré-catecumenato com um acento querigmático (primeiro
anúncio vibrante de Jesus Cristo).
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O processo que este manual propõe é dedicado à interação do catequizando consigo mesmo, com a obra da Criação e com os outros; fomenta a
confiança mútua no grupo e, sobretudo, conduz para uma relação com Deus
na comunidade. É um tempo dedicado para auxiliar o catequizando a experimentar a alegria do encontro pessoal e intransferível com Jesus Cristo. É
preciso favorecer a vivência do processo de conversão (mudança na maneira
de interpretar e decidir) para se transformar em discípulo missionário de Jesus,
um discípulo que esteja consciente, esclarecido, que aja de modo coerente e
generoso. No 1o Tempo, evidenciamos a “família como introdutores” nas experiências de fé e vida. As celebrações ajudam a inseri-lo na comunidade, dão
acesso à vida litúrgica e santificam esse tempo.
O que você destacaria no processo do 1o Tempo que o manual “Sementes de
Vida” realiza?
b) O 2o Tempo da Coleção Sementes – “Sementes de Esperança” – realiza
parte do catecumenato, que é o tempo da catequese propriamente dita, um itinerário mais longo e denso no processo.
No 2o Tempo é desenvolvido um conjunto de temas, dentro da pedagogia catequética própria, visando realizar, de modo harmonioso e abrangente, uma exposição
da história da salvação. Neste tempo de catequese, é necessário “fazer ecoar e ressoar”
no íntimo da pessoa a Palavra de Deus, que renova e ilumina seu modo de agir.
O estilo “escolar, ou de aula de religião” dá lugar ao estilo “querigmático”,
isto é, fraterno, comunitário, orante, celebrativo, meditativo, que faz confrontar
a vida pessoal e social, proporcionando inserção na comunidade e comunhão
com sua missão. No 2o Tempo, evidencia-se a figura do “padrinho como introdutor” nessas experiências de fé e vida.
Neste tempo de catecumenato, são realizados ritos e celebrações importantes para que o catequizando sinta-se progredindo no caminho da fé.
O que você destacaria no processo do 2o Tempo que o manual “Sementes de
Esperança” realiza?
c) No manual do 3o Tempo – “Sementes de Comunhão” – ocorrem a continuidade do catecumenato, o período chamado de Purificação, de caráter
quaresmal e penitencial, e a Iluminação, que é o tempo de preparação para a
recepção dos gestos de Jesus, os sacramentos pascais.
Nesse tempo, o catecumenato prossegue com a síntese dos principais conteúdos da fé cristã, procurando favorecer o entendimento e a vivência da fé pelo
catequizando.
A Purificação evidencia o sentido litúrgico da Quaresma para que o catequizando viva esse momento como um “retiro de quarenta dias”, que favorece a
preparação da Páscoa, quando liturgicamente recomenda-se a Iluminação pela
recepção do Sacramento (pastoralmente, cada comunidade realiza a Iluminação
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no momento oportuno). Mediante a participação nas catequeses e celebrações desse Tempo, o catequizando experimentará uma melhor assimilação do
Evangelho em sua vida, da moral cristã, do sentido de pecado, de perdão e reconciliação. O itinerário deste manual perpassa os quatro pilares para a edificação e
transmissão da fé que o Catecismo apresenta (crer, celebrar, viver e rezar).
O que você destacaria no processo do 3o Tempo que o manual “Sementes de
Comunhão” realiza?
d) O 4o e o 5o Tempos do processo da iniciação – Sementes de Participação –
são chamados de Mistagogia. É um período privilegiado para um mergulho mais
intenso nos “segredos” ou mistérios da fé. Pastoralmente, na Coleção Sementes,
esse período abarcará as experiências do aprendizado da fé que firmará (pela
Crisma ou Confirmação) o discípulo, por meio de atividades pastorais e missionárias, em um projeto pessoal e comunitário de vida. Também nos séculos
III ao V, ocorriam nesse tempo catequeses mistagógicas. Mistagogia é um termo
formado por duas palavras gregas: mista que significa “Mistério”; e agog, que significa guia, condutor ou orientador.
Conseguimos compreender que o itinerário realizado no tempo de Mistagogia será o momento favorável para “conduzir para dentro do Mistério ou dos
segredos de Deus”. Suficientemente iniciado, cabe ao catequizando progredir
na comunidade cristã e no processo formativo. Como membro da comunidade
cristã, precisa sentir-se responsável por si, pela Igreja e por sua missão.
O que você destacaria no processo do 4o e 5o Tempos que o manual “Sementes
de Participação” realiza?
Conhecendo o itinerário que o processo da Coleção Sementes desenvolve
no catequizando nos cinco tempos:
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1o Tempo
Conhecer-se e
Relacionar-se
1o Tempo
Eu comigo mesmo e
com o mundo
Eu e o outro
Eu e Deus
1o Tempo
Relações fraternas
vividas em
comunidade
2o Tempo
Deus se revela:
Palavra/Criação
2o Tempo
Ele nos chama a
viver este Projeto
em Comunidade
2o Tempo
Jesus anuncia:
O Reino e as
Bem-Aventuranças
2o Tempo
Maria do Sim
Jesus, a nova
Aliança
2o Tempo
Faz Aliança
Dá a Lei do Amor
Fala pelos Profetas
3o Tempo
Caminhando em
direção ao Mistério
Pascal
3o Tempo
Crer no Deus Uno e
Trino em
comunidade
3o Tempo
Celebrar os gestos
salvíficos de Jesus
em comunidade
3o Tempo
Viver a fé professada
e celebrada
4o Tempo
Firmar as
convicções de fé na
comunidade
4o Tempo
Dialogar em família,
Respeitar as
diferenças
4o Tempo
Eu, adolescente:
razão e liberdade
3o Tempo
Rezar a fé numa
relação viva com
Deus para a transformação da realidade
4o Tempo
Faço opções, posso
servir a comunidade
DISCIPULADO
4o Tempo
O agir do discípulo:
vida de oração e
cultivo de fé
5o Tempo
Serviço
aos irmãos
5o Tempo
A força do Espírito
na história e na
Igreja é força para
a Missão
DISCÍPULO
MISSIONÁRIO
5o Tempo
Assumir a vocação e
MISSÃO para servir a
comunidade e a
sociedade
Observando o organograma, podemos compreender o ponto de partida e
de chegada que cada um dos manuais desenvolve e ter uma visão geral do itinerário realizado ao longo de cada tempo.
As áreas do 1o Tempo representam o Manual Sementes de Vida. Ao longo do
ano, cada encontro realiza um processo, por meio de um conteúdo, que conduz a
uma experiência com Deus, o qual chama para relações fraternas na comunidade.
As áreas do 2o Tempo representam o percurso realizado com o Manual
Sementes de Esperança, que lançará as bases da Revelação do Deus da Aliança –
experiência que em Jesus somos chamados a vivenciar a salvação na comunidade.
As áreas do 3o Tempo ajudam a compreender que o Manual Sementes de
Comunhão favorece a espiritualidade e os exercícios próprios do tempo qua20
resmal, conduzindo para a experiência do Mistério Pascal. A seguir, apresenta o
símbolo da fé (credo), a inserção na comunidade pela participação no Mistério
Sacramental da presença eucarística do Ressuscitado e a vivência da fé pelo agir
cristão (mandamentos), tudo isso permeado pela oração cristã.
Fica claro que ao longo dos três anos ocorre um processo de inserção na
comunidade, e a expressão dessa pertença comunitária é a vida eucarística.
Depois, podemos ver nas áreas do 4o e do 5o Tempos as etapas desenvolvidas
pelo Manual Sementes de Participação. Já inserido na experiência da comunidade, o catequizando retomará o conhecimento e a compreensão de si nessa fase
de pré-adolescência e adolescência, seguindo no processo de maturidade da fé.
Firmando suas convicções na comunidade, poderá aprofundar suas opções para
o serviço de discipulado e, experimentando a atuação e a força do Espírito, poderá tornar-se também missionário.
Esta é a visão de conjunto da catequese de iniciação que a Coleção Sementes
realiza por meio da metodologia aplicada nos cinco tempos. Ela deseja inserir a
pessoa no mistério do encontro com o Ressuscitado presente na comunidade, a fim
de formar no catequizando um coração de discípulo missionário da Igreja para a
construção de uma sociedade mais justa e fraterna.
Refletindo com o grupo
• EssavisãodeconjuntoqueaColeçãoSementesapresentacontribuideque
formaparaarealizaçãodoserviçocatequético?
(Depois da partilha em grupo, os catequistas se reúnem, conforme os
tempos nos quais ministrarão catequese, e leem o que segue.)
3. Metodologia e pedagogia do manual
Este manual foi preparado com carinho para você, que acredita no serviço
catequético e faz do encontro de catequese uma ocasião festiva de convivência,
de partilha e de encontro vivo com o Senhor, tornando a catequese um caminho
que, pelo encontro com Jesus, forma discípulos.
No início de cada encontro, você verificará os objetivos a serem alcançados, o material de apoio a ser utilizado para dinamizar o encontro e um texto
de formação e preparação, que servirá para seu aprofundamento pessoal e sua
preparação espiritual sobre o tema a ser desenvolvido.
Você perceberá que cada um dos encontros possui quatro passos: Acolhimento (VER), Fundamentação (ILUMINAR), Espiritualização (CELEBRAR) e
Atividades de fixação (AGIR CRISTÃO). Se olharmos para a pedagogia que Jesus
utilizou no episódio de Emaús (Lucas 24), identificamos que os quatro passos
realizados nos encontros são inspirados nesse processo, que servirá para levar
os catequizandos à experiência de um encontro vivo e transformador. O catequizando precisa perceber nas atitudes do catequista os mesmos gestos de Jesus.
21
O Senhor encontrou os discípulos no caminho e se pôs a caminhar com
eles, perguntando dos fatos da vida (é a ACOLHIDA – VER), em seguida iluminou
os anseios e a vida deles a partir da Palavra (é a FUNDAMENTAÇÃO – ILUMINAR). Isso despertou nos discípulos o desejo de permanecerem unidos e com o
Senhor, a ação de graças (é a ESPIRITUALIZAÇÃO – CELEBRAR). A experiência
foi tão marcante e significativa, que reorientou e enviou os discípulos para a missão (é a ATIVIDADE, o AGIR CRISTÃO).
Nossos encontros conservam a mesma pedagogia de Jesus. É importante
compreender e desenvolver bem o passo a passo que propomos. Além disso, remetemos o catequizando a uma reflexão e vivência de fé com a família e também
a uma prática de discipulado que pedirá um compromisso concreto no intervalo
da semana.
No desenvolvimento do encontro, aparecem traços da espiritualidade e metodologia da “Leitura Orante da Palavra”, que o catequista poderá utilizar para
introduzir progressivamente o catequizando em um mergulho mais profundo
no Mistério, por meio das seguintes questões:
• OqueDeusfalouparamimnestetexto?(ApósaFundamentação)
• OquesintovontadededizeraDeus?(ApósaEspiritualização)
• Transformandoaoraçãoemcompromissodeaçãocristã(naatividadee
compromisso do “agir cristão”)
Como desenvolver a metodologia dos quatro passos em um encontro?
1o passo – Acolhimento: esse passo tem por finalidade evidenciar e recolher
os fatos presentes na vida dos catequizandos para melhor compreender a realidade deles (“Jesus aproximou-se e pôs-se a caminhar com eles perguntando: sobre o
que conversais pelo caminho?”, Lucas 24,15-17). Aplicando os métodos sugeridos
e as técnicas de entrosamento; isso pode durar em torno de 10 a 15 minutos.
2o passo – Fundamentação: depois de perceber a realidade pelo Acolhimento, o catequista iluminará os fatos da vida com a Palavra de Deus (“explicava-lhes
a Escritura”, Lucas 24,27). Ela reconduz nossa história para Deus e para o serviço.
Esse passo precisa ser participativo, de construção do conhecimento, e requer
um período de 20 minutos para que seja desenvolvido.
3o passo – Espiritualização: a experiência fará brotar neles o reconhecimento da bondade de Deus, conduzindo-os para a Espiritualização. Será o momento
de experimentar a relação comunitário-pessoal com o Deus da Vida (“Ele tomou
o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lhes”, Lucas 24,30). As técnicas para esse
momento requerem um período de 15 minutos.
4o passo – Atividades de fixação: para concluir o ciclo desse processo, é
preciso que a experiência de fé seja assimilada por eles, a fim de lançá-los na
integração com a família e no compromisso de atividades transformadoras (“levantaram-se na mesma hora e foram a Jerusalém”, Lucas 24,33). Esse momento
pode durar 15 minutos.
22
O intuito do processo é levar os catequizandos a uma experiência de encontro vivo com Jesus. O catequista perceberá, no desenvolvimento do tema,
o modo de realizar cada passo, promovendo uma relação viva entre eles, sem
tornar cansativo ou vazio cada momento do processo e ainda sem trabalhar mecanicamente em função do relógio.
Refletindo com o grupo
• VocêjáhaviapercebidoarelaçãoexistenteentreapedagogiaqueJesus
utilizou com os discípulos de Emaús e a metodologia que desenvolvemos em cada encontro?
• Emsuaopinião,éimportantedesenvolvernoencontrocatequéticoos
quatro passos da metodologia que o manual apresenta? Por quê?
4. Desenvolvimento psicológico da criança entre 10 e 12 anos
Este período abrange o tempo chamado de “indústria”, “impulso intelectual”
e “formação do caráter”.
Compreendemos como “indústria” a capacidade da criança de ser produtiva, de construir e elaborar junto. Nessa idade, as crianças apresentam habilidades
para executar um trabalho manual, capacidade de inventar, destreza e aptidão para
aprender e fazer as coisas sem necessitar da ajuda de alguém.
Desenvolvem o gosto pela colaboração no trabalho, pela atenção firme,
conseguindo concluir uma atividade até o fim. Direcionam sua energia para a
aquisição de habilidades necessárias para ajustar-se ao meio em que vivem.
No “impulso intelectual”, a criança desenvolve o conceito sobre si mesma e conhece melhor suas habilidades pessoais, que se refletem nos estudos e nos trabalhos.
Além disso, tem maior desejo de fazer parte de grupos, desenvolve a capacidade de
pensar e se esforça para entender o próprio pensamento. É também capaz de decidir por ignorar o que se passa ao seu redor, de controlar o conteúdo de sua mente e
de pensar em si mesma como potencial criadora, assim como os adultos.
No tempo da “formação e estruturação do caráter”, é o período em que os
catequizandos desenvolvem sua firmeza de vontade, sua índole, sua tendência
especial e inclinação para o bem ou para o mal, daí a necessidade de apontar
para valores cristãos.
Nesse período, as crianças sentem-se capazes de assimilar conhecimentos
e atitudes que levam ao bem de si e do outro; aprendem a se relacionar com
figuras que representam o princípio da autoridade (política, Igreja).
Elas também aprendem o valor de ser competente, de ser capaz de assumir
compromisso na sociedade. Inicia-se, então, um processo de “consciência de si e do
que se passa a seu redor”, bem como o processo do “conceito de orientação da vida”.
Nesse período, é preciso estar atento e saber promovê-las e valorizá-las,
pois, quando seus esforços são desconsiderados, a tendência é que predomi23
ne na criança o sentimento de inferioridade, de dúvida sobre sua competência,
criando ideias e sentimentos negativos a respeito de si mesmas como: “não consigo fazer”, “não sou capaz”.
Os catequizandos dessa faixa etária estão aptos a ceder gradualmente o
egocentrismo infantil e a compreender melhor conceitos e valores. Compreendem com mais clareza a si mesmos (autoestima) e reconhecem aquilo de que
são capazes de realizar: identificam-se com as tarefas com maior zelo, cuidado
ativo, esforço e presteza.
Buscam heróis e referenciais. Aprendem melhor por meio da capacidade visual, seja em atividades em grupo, seja em passatempos como palavras cruzadas.
Estão mais despertados no interesse, leem com antecedência, apresentam suas atividades para receber reconhecimento ou elogio, gostam de fazer, e
“fazer bonito”. Eles necessitam perceberem-se produtivos e sentirem-se percebidos, participantes e pertencentes ao grupo, respeitados em seu jeito de ser e
de fazer as atividades.
Têm um pouco de dificuldade de envolver-se com a oração, pois lhes falta
“concentração”.
Nessa idade, começa-se a trabalhar mais com a Bíblia, porque o catequizando tem melhor coordenação motora para procurar textos.
Para estimular os catequizandos dessa idade, é importante tomar as seguintes medidas:
•Iniciaroencontrofomentandoaparticipaçãodeles,reforçandoasideias
e pensamentos que apresentam, orientando-os sobre o que é bom e o que não é
bom (momentos do Acolhimento – Ver e da Fundamentação – Iluminar).
•Valorizar suas produções e criatividade (momentos da Espiritualização
– Celebrar; das Atividades de fixação – Agir; do Vivendo a Fé em Família e do
Compromisso de discípulo).
•Mostraraimportânciadeaceitarasdiferençasdascriaçõesdecadaum
(momentos das Atividades de fixação – Agir; do Vivendo a Fé em Família e do
Compromisso de discípulo).
•Possibilitarquecadaumexpresseseupontodevista:sejaempalavras,em
desenhos, na argila ou no papel (momentos da Espiritualização – Celebrar e das
Atividades de Fixação – Agir).
24
Refletindo com o grupo
• Comenteoquemaischamouasuaatençãosobreodesenvolvimento
psicológico da criança dessa faixa etária.
• Percebendoosestímulosnecessáriosparaoserviçonessafasedodesenvolvimento do catequizando, você se identifica com o perfil do
catequista para esse tempo?
5. Os quatro pilares para a edificação da fé
É importante que o catequista saiba que o conjunto dos temas deste manual procura apresentar progressivamente conteúdos que fazem parte dos
quatro pilares que a Igreja utiliza para transmitir a fé. Por meio desses quatro
pilares ou grandes temas, desenvolvemos com a metodologia do manual uma
catequese bíblica, litúrgica, celebrativa, vivencial e orante, ajudando a pessoa
a sistematizar ou compreender a fé revelada na Escritura.
Os quatro pilares são:
1o Crer (temas sobre a Revelação – indicados no organograma com o coração).
2o Celebrar (temas sobre Liturgia e Sacramento – indicados no organograma com a estrela).
3o Viver (temas sobre mandamentos para o Agir – indicados no organograma
com a seta).
4o Rezar (temas sobre Oração – indicados no organograma com a cruz)
6. Celebrações litúrgicas com ritos de iniciação cristã
Uma novidade nesta edição reformulada do manual são as celebrações litúrgico-catequéticas ou ritos de iniciação (indicadas no organograma com o sol). Elas
contêm elementos inspirados no processo da “iniciação à vida cristã”, aproximando a catequese da celebração litúrgica; afinal, aquilo que é ensino da catequese
torna-se “vida celebrada” na liturgia.
Elas ajudam o catequizando a iniciar progressivamente nas celebrações
litúrgicas e a descobrir a linguagem dos ritos, dos símbolos, dos gestos e das
posturas, dando acesso à vida de oração e contemplação. Também o permitem
acompanhar o ano litúrgico para a vivência eclesial e uma participação mais
ativa, plena e frutuosa na liturgia. Integram o catequizando, a família e a comunidade, proporcionando a todos que compreendam a vitalidade e a força que
esses mistérios têm de atualizar no tempo a presença viva de Deus.
As celebrações litúrgico-catequéticas são excelentes oportunidades para a
compreensão do processo feito, pois, além de colaborarem na inserção do catequizando na vida da comunidade, permitem salientar o papel catequizador dela.
O catequista pode avaliar, pela convivência entre os catequizandos, se as atitudes deles estão sendo permeadas pelos valores do Evangelho. Tudo isso substitui
as insuficientes “provas”, porque a catequese não é um curso sobre fé e religião,
mas deseja imprimir na vida as atitudes cristãs, para que a pessoa saiba proceder
tendo o Evangelho como critério de ação.
25
Partilhando com o grupo:
• Oquevocêcompreendeusobreaimportânciadascelebraçõesdos
ritos de iniciação?
• Emgrupos,verifiqueabaixooconjuntodetemasqueserátrabalhado
neste tempo e identifique, conforme os símbolos, a qual dos quatro
pilares cada um deles pertence. Verifique os momentos em que estão
as celebrações de ritos de iniciação.
Encontro sobre
a Campanha
da Fraternidade
RETIRO COM
ESPIRITUALIDADE
QUARESMAL PARA
A PURIFICAÇÃO
Quaresma –
purificando o
coração para a
Páscoa, pela Oração.
Introdução ao símbolo
da fé – eu Creio,
nós cremos!
CELEBRAÇÃO
LITÚRGICA DA
ENTREGA DO
SÍMBOLO DA FÉ
Creio em um
só Deus!
A primeira pessoa:
o Pai
Creio em um
só Deus!
A segunda pessoa:
o Filho
Creio no Deus
Trindade que
age na Santa Igreja
CELEBRAÇÃO
LITÚRGICA DE
ELEIÇÃO OU
INSCRIÇÃO DO NOME
Liturgia – celebração
que atualiza
o “Mistério da fé”
Missa – celebração
da fé com sinais,
símbolos, palavras e
ações para um agir cristão
Sacramentos de
Cura – Penitência
e Unção dos
Enfermos
Sacramentos do
Serviço da
Comunhão –
Ordem e Matrimônio
Caminho seguro
para a vivência
da fé e do amor –
Mandamentos
Os três primeiros
mandamentos
ensinam a crescer
na relação com Deus
Os sete mandamentos
para viver
como irmãos
na comunidade
Introdução
para a vida
de oração
O “Pão Nosso”
como dinamismo
para a vida cristã
CELEBRAÇÃO LITÚRGICA DO ÉFETA E
REDIÇÃO DO
SÍMBOLO DA FÉ
Celebração
do Natal
Anexo:
Ano litúrgico
Capacitação
inicial para os
catequistas
Celebração de
unção e envio
do catequista
Quaresma –
renovando o
coração para a
Páscoa, pelo Jejum.
Quaresma –
iluminando o
coração para a vida
nova, pela Caridade.
Creio em um
só Deus!
A terceira pessoa:
o Espírito Santo
Celebrando o significado
da Eucaristia com
símbolos, gestos
e palavras
Preparando o exame
de consciência
para o Sacramento
da Confissão
Encontro de
acolhida dos
catequizandos
Sacramentos do
“Batismo” e da
“Confirmação” para
“ser” e “agir” como cristão
Objetivo do conjunto dos encontros do 3o Tempo: é o tempo para favorecer a vivência da espiritualidade própria do tempo quaresmal, conduzindo
para a experiência do Mistério Pascal. Os escrutínios, que confrontam a vida do
catequizando com os evangelhos do 3o, 4o e 5o domingos da Quaresma, proporcionam a purificação que ilumina o horizonte do itinerário catequético.
É dada continuidade à exposição dos conteúdos de aprofundamento pelo
catecumenato. Trata-se da catequese propriamente dita por meio dos quatro pilares da fé: creio, celebro, vivo e rezo.
Esse processo é permeado por uma pedagogia mistagógica, realizada com
segurança e espírito orante, que possibilita ao catequizando a experiência do encontro com o Ressuscitado professado, celebrado, vivido, rezado e comunicado
nas ações da comunidade cristã.
A finalidade é levar o catequizando a sentir-se impelido a viver o amor fraterno e comunitário na força do Espírito Santo, participando também da missão
que a comunidade recebeu.
Essa experiência deve ser adquirida com alegria e entusiasmo. O verdadeiro
cristão só existe quando a pessoa for equilibrada e harmônica. Para isso, é importante conhecer no que cremos, celebrar com a comunidade aquilo que cremos,
viver de acordo com a fé e manter a esperança da fé pela oração. Reflita sobre isso!
Os catequizandos precisam ser incentivados na troca de experiências, na
convivência com simplicidade e naturalidade.
26
A eficácia do serviço catequético fundamenta-se na experiência de fé, no
testemunho e na participação comunitária do catequista, na busca permanente
de formação e na criatividade para preparar e desenvolver os encontros, virtudes
próprias de quem ama.
Para concluir a formação, vamos meditar no que segue:
Grupo 1: a iniciação cristã de uma pessoa não se avalia por meio de “provas”.
O fundamental é acompanhar o catequizando ao longo do caminho e perceber
no processo o conjunto de ações cristãs que estão sendo gravadas em seu coração e refletidas em seus gestos.
Grupo 2: a catequese não se resume somente ao momento do encontro
com o catequista ou ao manual; outras atividades catequéticas são necessárias
para que ocorra o encontro pessoal com Jesus: a vida da comunidade deve ser
catequizadora; a ação dos pais cristãos deve catequizar; o testemunho pessoal
do catequista deve ser coerente; enfim, a catequese não vai bem quando o “conjunto da vida e do testemunho cristão da comunidade dos batizados vai mal”.
Todos: catequese é um processo dinâmico; não se resume a fórmulas mágicas. Ela depende também de um catequista orante, mistagogo, que experimenta
e vive o encontro pessoal com o Senhor, capaz de conduzir com segurança os
catequizandos para o Mistério de Cristo presente na comunidade. Tenhamos um
coração dócil e disposto para um aprendizado constante, e o Espírito do Senhor
nos conduzirá. Amém!
Desejamos a todos um ano catequético repleto da luz e da sabedoria de Deus.
Equipe Diocesana de Animação Bíblico-Catequética
Diocese de Ponta Grossa – PR
27
Celebração de unção e envio do catequista
Sugerimos que essa celebração
seja realizada preferencialmente em
um horário de missa com a comunidade, pais e catequizandos. Poderá ser
adaptada se não for possível contar
com a presença de um sacerdote.
Material de apoio:
• cópiadestacelebraçãoparadirigente, sacerdote e catequistas
• velasparatodososcatequistas
• círiopascalaceso
• Bíblia(cadacatequistadevelevar
a sua)
• óleo (para o padre abençoar e
ungir os catequistas)
(Combinar os cantos antecipadamente
com a equipe da celebração litúrgica.)
Após o Oremos, depois da Comunhão
O sacerdote, diácono, ministro,
comentarista ou coordenador(a) de
catequese convida os catequistas a
se dirigir o mais próximo possível da
mesa da Palavra (Ambão).
(Enquanto os catequistas caminham
em direção ao Ambão, o dirigente
explica à comunidade:)
Dirigente:
– Queridos irmãos e irmãs, alegremo-nos, pois hoje é um dia especial
para nossa comunidade. Neste momento os catequistas receberão da Igreja e
de nossa comunidade a oração de envio para que cumpram com a graça de
Deus a sua missão de introduzir nossos
catequizandos no conhecimento da fé,
favorecendo o encontro vivo com Cristo.
28
(O catequista, com a sua Bíblia aberta,
aproxima-se.)
Sacerdote ou diácono (impondo
a mão sobre os catequistas, reza):
– Pai de bondade, abençoai nossos
catequistas a fim de que, movidos pelo
vosso Espírito Santo, cumpram fielmente a sua missão de anunciar a tua
Palavra. Que eles possam introduzir
nossos catequizandos, adolescentes e
adultos no conhecimento e no encontro vivo com o vosso Filho, para melhor
participarem dos mistérios da fé. Concedei também que nossa comunidade
seja uma “comunidade catequizadora”,
na qual as pessoas possam encontrar,
pelo nosso testemunho, a presença
de Jesus Cristo, que dá sentido para a
vida. Isso vos pedimos em nome do
vosso Filho, na unidade do Espírito
Santo. Amém.
Dirigente:
– Cantemos todos juntos:
Vem, vem, vem, vem, Espírito Santo de Amor, vem a nós, traz a Igreja um
novo vigor. (2 vezes)
Dirigente:
– Agora os catequistas voltados
para a Palavra de Deus no Ambão, segurando sua Bíblia, colocam uma das
mãos sobre ela e rezam.
Catequistas:
– Senhor, com o Batismo nos
tornastes mensageiros de vossa Palavra. Nós, catequistas, acolhemos com
gratidão e alegria o convite que nos
fizestes para colaborarmos no crescimento do Corpo de Cristo. Dai-nos
a Vossa graça para educarmos na fé e
animarmos nossa comunidade.
Que o teu Espírito seja nossa força
para que, como profetas, anunciemos
tua presença pela Palavra.
Canto:
Vem, Espírito Santo, vem, vem iluminar! (2 vezes)
(O Círio deve estar aceso e ao redor deve
haver uma vela para cada catequista.)
Dirigente:
– Agora os catequistas se dirigem
para perto do Círio Pascal e estendem
a mão em direção a ele, rezando.
Catequistas:
– Cristo Ressuscitado, dai-nos a
luz do teu Espírito e imprime em nós os
teus pensamentos, a tua maneira de ver
a história, de compreender e julgar a
vida, de amar sem medida, de agir como
servos sempre em favor da vida. Ajuda-nos a promover os pequenos e fracos, a
anunciar a esperança, para que, unidos
na comunidade, possamos realizar o
projeto da fraternidade, da justiça e da
paz onde vivemos, levando tua Palavra
como luz para o mundo. Amém.
(Os catequistas pegam suas velas,
segurando também a Bíblia.)
Dirigente:
– Nesse momento o sacerdote acende uma vela no Círio e com esta acende
a vela da coordenadora, que acenderá a
dos catequistas. Enquanto isso, acompanhemos esse gesto, cantando.
Canto:
Dentro de mim existe uma luz, que
me leva por onde deverei andar...
Dirigente:
– Nesse momento o sacerdote, junto
com a comunidade, estende as mãos sobre os catequistas para proferir a oração
da unção e envio para o serviço de educar
na fé e de promover o encontro dos catequizandos com Cristo Ressuscitado.
(Os catequistas, com as mãos livres,
ajoelham-se.)
Sacerdote e comunidade:
– Pai de bondade, que ungistes
vosso Filho com o Espírito Santo, nós
vos pedimos que, volvendo vosso olhar
em favor dos nossos catequistas, derrame sobre eles vossa unção para que
eles anunciem com vigor, coragem e
entusiasmo vossa Palavra, que é vida, fazendo-nos vitoriosos em todo combate.
(Enquanto isso, unge as mãos
dos catequistas e o povo canta.)
Canto:
Envia teu Espírito, Senhor / A nós descei divina luz. (ou outro canto oportuno)
(Bênção para toda a comunidade
e canto final.)
29
Encontro de acolhida dos catequizandos
Objetivos:
• Acolhercomalegriaoscatequizandos
parapromoverumambientefraterno.
• Expressarossentimentosquefarão
parte da caminhada familiar e dos
encontrosdecatequese.
Material de apoio:
• Bíblia
• imagemdeJesus
• vasovazio
• tecidodacordotempolitúrgico
• crachá com nome de cada catequizandoedocatequista
• alfinetesdegancho
• recorte das “carinhas” que estão no
CadernoEspecial,napágina239
• 3 palitos sem ponta para cada
catequizando
• cola
• tesoura
Preparação do ambiente:
• Prepararoambientedoencontro,deixando-oacolhedorealegre.
• Colocarumtecidodacordotempolitúrgiconamesa;nocentro,colocara
imagemdeJesus,ovasovazioecracháscomalfinetesdegancho.
Início do encontro:
Que bom que vocês vieram! Vamos dar continuidade à nossa caminhada de
fé. Este ano será muito especial para todos nós, pois participaremos da mesa que o
Senhor preparou para nós! Participemos com alegria e disposição deste encontro.
(O catequista se apresenta, pega o crachá
com seu nome e o prende em sua roupa.)
Cada um de nós, um de cada vez, se dirigirá até a mesa, pegará o seu crachá
e se apresentará à nossa comunidade de catequizandos. Em seguida, cada um
poderá prender o crachá em sua roupa e retornar ao seu lugar. Vamos permitir
que, ao longo de nossos encontros, Deus possa ter-nos em suas mãos, modelando nosso coração para que sejamos aquilo que Ele deseja fazer de nós. Juntos,
cantemos, acolhendo-nos uns aos outros.
30
Canto: “Olaria de Deus”
Os catequizandos vão ter que entrar na olaria de Deus. (2 vezes)
E descem como um vaso velho e quebrado e sobem como um vaso novo. (2 vezes)
Dinâmica de acolhida: expressandoossentimentos.
Objetivo:possibilitarqueoscatequizandosexpressemseussentimentoscom
liberdade,promovendoumambientefraterno.
Desenvolvimento: (orientado pelo catequista)
1. Convidaroscatequizandosaformarumcírculoedistribuirtrêspalitospara
cadaum.
2. Pedirquerecortemastrês“carinhas”queestãonoCadernoEspecial(na
página239)ecolemnospalitos.
3. Explicarqueacadaperguntaexpressarãoseussentimentosapenaslevantandoumadas“carinhas”quereceberam.
• Quandovocêchegaemsuacasa,comovocêsesente?
• Quandovocêestádoente,comovocêfica?
• Quandovocêsaicomseusamigos,comovocêsesente?
• Comovocêsesentiuquandocomeçaramasférias?
• Quandovocêficasemverosamigos,comosesente?
• Comovocêestásesentindoagora?
• Quandovocêmagoaumapessoa,oquevocêsente?
• Comovocêsesentequandonãoobedeceaseuspais?
• ComovocêsesentequandosabequeéodiadeiraoencontrodeJesus
namissa?
• Oquevocêsenteaoversituaçõesdeinjustiçaesofrimento?
Conclusão:avidanacomunidadedeféeducanossocoraçãoparaquepossamosencontraremJesusenosirmãosaforçaetambémamaneiracristãpara
vivermosasdiversassituaçõesdenossavida.
Enquanto cantamos, procurem perceber o que você sente e escolha uma
das carinhas para expressar seu sentimento em relação ao que aprendeu.
31
Canto: “Vem Espírito”
Vem Espírito, vem Espírito. (2 vezes)
Sozinho eu não posso mais, sozinho eu não posso mais, sozinho eu não posso
mais viver.
Eu quero amar, eu quero ser aquilo que Deus quer. (2 vezes)
Sozinho eu não posso mais, sozinho eu não posso mais, sozinho eu não posso
mais viver.
Voltando aos lugares, vamos ouvir com atenção a Palavra de Deus. Perceba
os sentimentos que a história bíblica despertará em você, note o que mais chamar a sua atenção e depois partilharemos.
(O catequista pega sua Bíblia e lê o texto de Lucas 10,25-37.)
Vamos conversar sobre a história que ouvimos e os sentimentos que ela
despertou em nós. (instante)
Peguem o recorte da “carinha” que tem apenas os olhos. Desenhe nela uma
expressão que demonstre seu sentimento diante do convite que Jesus faz no final da história: “vai e faça o mesmo” (momento para desenharem).
Enquanto cantamos, colocaremos no vaso a “carinha” que desenhamos.
Com este gesto ofereceremos a Jesus nossos mais sinceros sentimentos e, sobretudo, nosso compromisso ao convite que Ele nos fez.
Canto: “Eu quero ser”
Eu quero ser, Jesus amado, como o barro nas mãos do oleiro.
Rompe-me a vida, faz-me de novo.
Eu quero ser... eu quero ser... um vaso novo!
Reflexão:éesteovasoquequeremossereofereceraJesus.Essessentimentosdevemsercultivadosemnossacaminhadacatequética.
Acatequesegeraavidaemcomunidadeenosensinaavivercomoirmãos,
agindodojeitoqueJesusagiu,tendoosmesmossentimentosdelediantedas
situaçõesquetrazemdesafiosaonossocoração.
Atenção: guardar uma “carinha” alegre para utilizar no próximo encontro.
32
Oração final
De mãos dadas, rezemos a oração que Jesus nos ensinou:
“Pai nosso, que estais no...”
Compromisso para o catequizando realizar com sua família
Escolher uma “carinha” para entregar à sua família.
Explicar aos pais o motivo da escolha da carinha em relação ao que sente por sua família.
Ei, catequista,
não se esqueça de se reunir com os
outros catequistas do 3o Tempo para
preparar o “retiro com espiritualidade
quaresmal para a purificação”. Por meio
de um bilhete, um telefonema ou
pessoalmente, avise os pais e os
catequizandos a respeito da data,
horário e local do retiro. Verifique as
informações sobre o retiro para
orientar os catequizandos.
33
Encontro sobre a Campanha da Fraternidade
Objetivos:
• DescobrirotemaeolemadaCampanhadaFraternidadedoanocorrente,
refletirsobreaquestãoedefinirações
concretas.
• Mobilizar-separaumavidamaiscristãefraterna.
• Concluirqueafraternidadeéalgoque
seconstróinodiaadia.
Material de apoio:
• Bíblia
• tecidodacordotempolitúrgico
• 1cópiadaoraçãodaCampanha
daFraternidadeparacadacate • imagemougravuradaSagradaFaquizando
mília
• cartaz(deixar enrolado)daCampa- • 1cartolinaparacadagrupo
nhadaFraternidadedoanocorrente • revistas,tesouraecola
• fitaadesiva
• rádio e CD para ouvir a música
daCampanhadaFraternidade
Preparação do encontro:
• ArrumaroambientedoencontrocomaBíblia,avelaeotecidodacordo
tempolitúrgico.
(Atenção:háumsubsídiofornecidopelaCNBBchamado“EncontroCatequéticocomCriançaseAdolescentes”quecontémváriasdinâmicasparareflexão
comotema.Podeserpreviamenteadquiridoemlivrariascatólicas.)
Acolhimento – Ver a realidade
“Jesus aproximou-se e pôs-se a caminhar com eles.” (Lucas 24,15)
Catequizandos, sejam bem-vindos!
(O catequista mostra a “carinha” alegre do encontro anterior.)
Jesus nos chamou e nós respondemos “sim” com nossa presença aqui. Vamos participar com alegria, procurando mergulhar na intimidade com Jesus
através deste encontro com os irmãos. Como foi a experiência realizada em família? Qual “carinha” vocês escolheram e o que conversaram sobre aquilo que
ela representa em relação à sua família?
34
(Catequista, deixe que partilhem; enquanto isso, coloque em um lugar
de destaque a imagem ou a gravura da Sagrada Família.)
Olhemos para a imagem da Sagrada Família e, enquanto cantamos, peçamos a bênção para nossas famílias.
Canto: “Olhando a Sagrada Família”
Olhando a Sagrada Família Jesus, Maria e José, saibamos viver a partilha dos
gestos de amor e de fé! (2 vezes)
Fundamentação – Iluminar
“Explicava-lhes as Escrituras.” (Lucas 24,27)
Dinâmica:refletindosobreaCampanhadaFraternidade.
Objetivo:descobrir otema,olema eareflexão proposta pela
Campanhadoanocorrente.
Desenvolvimento: (Orientado pelo catequista.)
1. ConvidaroscatequizandosapegarsuaBíbliaesentarem-seemcírculoaoredordamesa.
2. Colocar no centro do círculo uma faixa com a inscrição
CAMPANHADAFRATERNIDADE
3. Refletircomoscatequizandossobreosseguintesitens:
• VocêslembramoquerepresentaaCampanhadaFraternidade?(Deixar que falem.)
• AlguémselembradealgumdostemasdasCampanhas
daFraternidadedosanosanteriores?(Ajudar os catequizandos a relembrar alguns temas.)
• Quais ações nossa comunidade já realizou com relação
àsCampanhasdaFraternidade?(Deixar que falem.)
• Quemdevocêsjáouviufalarsobreotemaeolemada
CampanhadaFraternidadedesteano?(Deixar que falem,
em seguida, abordar o texto que segue.)
Catequista:
A Igreja do Brasil começou as Campanhas da Fraternidade em 1962. No
tempo da Quaresma, ela convida os fiéis a refletir sobre alguma questão social,
ambiental, religiosa ou econômica. Dessa forma, propõe um gesto concreto de
solidariedade e caridade que serve de testemunho de “fraternidade cristã”, de
conversão e também de mudança de vida.
35
Todos:
– A Campanha da Fraternidade ajuda a comunidade cristã a refletir e a realizar gestos concretos de fé.
Catequista:
– A cada ano é proposto um novo e importante tema para reflexão por meio
do qual os cristãos são convidados a tomar iniciativas transformadoras. Tudo
isso exercita na conversão por meio de gestos concretos.
Estamos vivendo com a Igreja o tempo da Quaresma. O espírito quaresmal
acentua a necessidade de fraternidade, estimula um compromisso com a evangelização e nos faz olhar com maior atenção para as necessidades apresentadas.
Todos:
– Cada um de nós é chamado a refletir sobre as ações concretas que podemos realizar em favor do próximo e em relação às temáticas apresentadas na
Campanha da Fraternidade.
Catequista:
– O amor cristão não é puramente um sentimento interior; é, sim, um comportamento expresso por atitudes concretas, dentro e fora da comunidade, de
hospitalidade, solidariedade, respeito e testemunho. Vamos pegar nossa Bíblia e
ler o texto de Atos dos Apóstolos 4,32-35.
O texto nos apresenta o jeito fraterno e solidário de viver, que caracteriza
uma comunidade cristã.
Quando o cristão vive os ensinamentos de Jesus e os leva a sério, ele se transforma
e se compromete com a comunidade e com a sociedade. Sabe colocar generosamente
em comum os dons que tem e aquilo que lhe pertence. Consequentemente, acontece
a justiça, a verdadeira fraternidade, e aparecem ações que amenizam a pobreza e a
miséria e, sobretudo, promovem a dignidade do ser humano – porque um cristão supre a necessidade do outro, partilhando livre e conscientemente o que possui.
1. Neste momento, o catequista deve desenrolar o cartaz da Campanha da
Fraternidade do ano e apresentar o tema, o lema e o significado das imagens representadas no cartaz.
2. Pedir a cada um para olhar o cartaz e dizer o que mais chamou a sua
atenção (o catequista deve começar o gesto).
3. Ao término da experiência, fixar o cartaz da Campanha da Fraternidade
em um lugar de destaque e distribuir a cópia da oração.
Conclusão: agora que compreendemos o tema, o lema e a reflexão que a Igreja
nos propõe com esta campanha, vamos rezar a oração deste ano.
O que Deus falou para mim neste texto?
36
Espiritualização – Celebrar
“Ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lhes.” (Lucas 24,30)
O catequista pede aos catequizandos que procurem o texto
bíblico indicado no lema da Campanha da Fraternidade do ano
corrente.
1. Orientá-los a ler em silêncio e a perceber o que o texto está dizendo e
qual é a palavra que chama a sua atenção. Em seguida, convidar alguns
a dizer a Palavra em voz alta.
2. Depois, explicar que, ao ouvirem o texto novamente, deverão pensar na
resposta que dariam para a Palavra (ler o texto).
3. Para finalizar, o catequista deve ler mais uma vez o mesmo texto bíblico,
pedindo a cada um que pense em um gesto concreto que possa realizar
em favor desta campanha.
Vamos ouvir o hino da Campanha da Fraternidade.
O que sinto vontade de dizer a Deus?
Atividades de fixação – Agir cristão
“Levantaram-se na mesma hora e foram a Jerusalém.” (Lucas 24,33)
1. Formar três grupos com a comunidade de catequizandos.
2. Entregar uma cartolina para cada grupo, revistas, cola e
tesoura.
3. Orientar cada grupo a escrever o tema da Campanha da Fraternidade e ,
por meio das figuras coladas, expressar seu significado.
4. Após o término da atividade, orientar cada grupo a apresentar seu
cartaz a todos e colocá-lo ao lado do cartaz da Campanha da Fraternidade.
Vivendo a fé em família –
Transformando a oração em compromisso de ação cristã
(O catequista explica que cada um levará a oração
da campanha para sua casa.)
Reúna sua família e juntos rezem a oração da Campanha da Fraternidade. Peça a seus pais que escrevam embaixo da oração um gesto concreto que
possam realizar em favor daquilo que a campanha sugere e leve a oração ao
retiro.
37
LEMBRETE AOS PAIS
Queridos pais, não se esqueçam de levar seu filho para participar do
“Retiro com espiritualidade quaresmal para purificação” que será no dia
_____/______ às ______horas. Local __________________________.
Pedimos que estejam presentes duas horas após o início do retiro para
participar, por meio de um gesto, da celebração final. Qualquer dúvida, estou
à sua disposição. Telefone: _______________________
Eu, __________________, e a comunidade esperamos vocês com carinho!
Compromisso do discípulo de Jesus para a semana
Durante a semana, procure estar atento para colocar em
prática o compromisso que você fez, durante a espiritualização,
sobre a Campanha da Fraternidade.
LEMBRETE AOS CATEQUISTAS
Você poderá dar continuidade às reflexões
sobre a Campanha da Fraternidade em outros
encontros, utilizando os materiais ou o subsídio
da CNBB indicados no material de apoio.
Não se esqueça de verificar com os outros
catequistas do 3o Tempo se está tudo certo para
o retiro. Consulte se o padre poderá estar
presente; será uma alegria!
Oriente os catequizandos para que no dia
do retiro estejam com tênis e meia,
mas que também levem chinelo.
38
Retiro com espiritualidade quaresmal para purificação
(Sugerimos que este retiro seja realizado a partir
da abertura do tempo litúrgico da Quaresma.)
Aos pais, sacerdotes e catequistas
No 1o Tempo do itinerário da catequese, que chamamos também de
pré-catecumenato, os catequizandos
receberam o anúncio do Deus vivo e
de Jesus Cristo, enviado por Ele para
a salvação de todos. Essa experiência
proporciona abertura de coração para
uma adesão àquele que é o caminho, a
verdade e a vida (RICA 9).
No 2o Tempo, foram admitidos ao
catecumenato, quando são alimentados pela Igreja com a Palavra de Deus
e incentivados por atos litúrgicos, recebendo bênçãos sacramentais. Eles
recebem formação e exercitam-se praticamente na vida cristã (RICA 18-19).
No 3o Tempo, dando continuidade
ao processo formativo catecumenal, os
catequizandos prosseguirão o itinerário
catequético com maior acento na espiritualidade, buscando passar do homem
velho para o homem novo, que tem sua
perfeição em Cristo” (RICA19). Para isso,
a Quaresma favorecerá o momento do
itinerário chamado de iluminação e
purificação. Esse tempo é dedicado a
preparar mais intensamente o espírito e
o coração.
Propondo o retiro com espiritualidade quaresmal, desejamos proporcionar
uma renovação do coração dos catequizandos, dispondo-os para uma frutuosa
celebração do Mistério Pascal.
O período da purificação e iluminação se prolongará por toda a Quaresma,
na qual os catequizandos perceberão
melhor a dinâmica da vida cristã auxiliados pelos evangelhos proclamado no
3o, 4o e 5o domingos, quando acontece o
que chamamos de escrutínios.
Os escrutínios, que favorecerão o
discernimento e o progresso do catequizando na compreensão da mensagem
cristã, têm finalidade dupla:
1) Ajudam a tomar consciência das
“sombras” que há no coração do homem
para eliminá-las.
39
2) Ajudam a tomar consciência
das “luzes” que há no coração do homem para reforçá-las.
A partir do retiro quaresmal e
da participação dos catequizandos e
seus familiares na liturgia dominical
deste tempo, desejamos que os catequizandos abandonem o desânimo e
o pecado e, purificando seus corações,
se encham de um “vigor novo” em
Cristo, iluminando-se.
Preparando o retiro
1. Em comunhão com os demais catequistas deste tempo, organizar os
detalhes necessários para o retiro
dos catequizandos: local, data, horário, organização do ambiente e
desenvolvimento do conteúdo.
2. Comunicar aos pais dos catequizandos a importância desse retiro,
data, horário e local.
3. Combinar com os pais a participação deles no encerramento do
retiro. Também poderiam estar os
padrinhos, quando for possível a
participação deles.
4. Preparar o ambiente escolhido com
os elementos próprios do tempo
quaresmal, para favorecer a participação dos catequizandos.
5. Convidar uma equipe de cantos
para animar o retiro.
6. Atentar para que o desenvolvimento do retiro ocorra em duas horas, a
fim de que, na reflexão final, possam
acolher os pais, como combinado
com eles anteriormente.
7. Encerrar o retiro com um lanche
para confraternização, o qual poderá ser fruto da partilha de cada
família.
40
Objetivos:
• Favorecerapercepçãodasluzes e sombras no caminho da
vida cristã.
• Refletirqueotempolitúrgicoda
Quaresma favorece a purificação do coração e a iluminação
das sombras do pecado com a
luz do Ressuscitado.
• Proporcionar uma renovação
do coração dos catequizandos, dispondo-os para uma
frutuosa celebração do Mistério Pascal.
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Material de apoio:
tecido da cor do tempo litúrgico
cartaz da Campanha da Fraternidade
cruz grande com suporte
para que possa ficar em pé
3cabosdevassouraoubambus
1 laranja grande recortada
em borracha EVA, para ser
colada na cruz
1envelopeparasercoladono
fruto e dentro dele a palavra
VIDA NOVA em destaque
3 tiras de EVA, cada uma escrita com uma das palavras:
ORAÇÃO, JEJUM E CARIDADE
1velagrande
cartolina preta, cartolina colorida, revista, cola e tesoura
para cada grupo
Iniciando o retiro
Receber com alegria os catequizandos, até que todo o grupo se reúna,
e lembrar aos pais que estejam presentes duas horas depois para um gesto na
celebração final.
A equipe de cantos poderá executar algumas músicas para animação do
ambiente.
1. Acolhimento e reflexão
(Os catequistas reúnem o grupo para
dar início ao retiro.)
Catequista 1:
– Sejam bem-vindos! Estamos
muito felizes com a presença de todos
vocês neste retiro. Hoje experimentaremos um momento muito especial
que nos ajudará a perceber o significado deste caminho que a Igreja nos
propõe no tempo litúrgico que chamamos de Quaresma. Com alegria,
vamos cantar, enquanto receberemos
alguns símbolos próprios do tempo
da Quaresma:
(Cada pessoa que trouxer um símbolo o
colocará sobre o tecido enquanto
todos cantam.)
Guiarei os passos teus e junto a ti
hei de seguir. Sim, eu irei e saberei como
chegar ao fim. De onde vim, aonde vou,
por onde irás, irei também.
Vem, eu te direi o que ainda estás a
procurar. A verdade é como o sol e invadirá teu coração. Sim, eu irei e aprenderei
minha razão de ser. Eu creio em ti que
crês em mim e à tua luz verei a luz.
Vem, e eu te farei da minha vida
participar. Viverás em mim aqui, viver em
mim é o bem maior. Sim, eu irei e viverei a
vida inteira assim. Eternidade é, na verdade, o amor vivendo sempre em nós.
Catequista 2:
– Vamos pegar a oração da Campanha da Fraternidade que trouxemos
de casa. Em silêncio, olhemos por um
instante para esta simbologia:
Como compor o simbolismo?
Coloquemos a nossa mão esquerda sobre o coração e a mão direita, com
a oração da Campanha da Fraternidade, estendamos na direção da cruz.
1) O primeiro catequista entra com
o tecido roxo e o cartaz da Campanha da
Fraternidade; após estender o tecido no
canto do local, colocará sobre ele o cartaz.
Peçamos a Deus pela Campanha
da Fraternidade e pela abertura de coração para vivermos bem este retiro.
Digamos juntos:
2) O segundo catequista entra com
a cruz, colocando-a no suporte, em pé,
sobre o tecido.
Senhor Jesus, / eu quero acolher a
tua voz / e compreender o significado
deste tempo de Quaresma.
3) O próximo catequista entra com
o fruto feito de EVA, no qual deve estar
fixado o envelope, colando-o na cruz.
4) Três catequizandos, previamente orientados, entram cada um com um
cabo de vassoura ou bambu, colocando-os no chão diante da cruz.
Canto: “Vem e eu mostrarei”
Vem, e eu mostrarei que o meu caminho te leva ao Pai.
Catequista 3:
– Abaixando nossas mãos, vamos
fechar nossos olhos, colocando-nos
diante da presença de Deus. Apresente a Ele sua família, seus desafios e
alegrias. Vamos colocar tudo isso aos
pés da cruz.
(Enquanto todos cantam,
um catequista leva uma grande vela
acesa e a coloca em frente à cruz.)
41
Canto: “Ninguém te ama com Eu”
Ninguém te ama como Eu, ninguém te ama como Eu.
Olhe pra cruz; esta é a minha grande prova; ninguém te ama como Eu.
Ninguém te ama como Eu, ninguém te ama como Eu.
Olhe pra cruz; foi por ti, porque te
amo, ninguém te ama... como Eu.
Catequista 1:
– Vamos formar uma estrada na
direção da cruz e, para isso, utilizaremos nossos calçados. Esse gesto
simbolizará que hoje queremos dar
novos passos em direção a Jesus!
(Os catequizandos, orientados pelos
catequistas, constroem um caminho
com seus tênis.)
Catequista 2:
– Faremos um momento em grupo
chamado de “luzes e sombras”. Para isso,
vamos ouvir as orientações desta atividade:
Cada grupo receberá uma cartolina preta, revista, cola e tesoura.
Nela, vocês colarão figuras que
simbolizem “as sombras”, ou seja, aquilo
que impede nosso coração de caminhar
em direção a Deus.
Na cartolina colorida, que será
entregue depois, vocês colarão figuras
que simbolizem as luzes, ou seja, aquilo que ajuda nosso coração a caminhar
para as coisas do alto.
(O catequista forma grupos de até seis
catequizandos e distribui o material,
orientando sobre a atividade
e o tempo que deve ser gasto.)
Catequista 3:
– Permanecendo reunidos como
estamos nos grupos, vamos fazer silêncio e ouvir aquilo que cada grupo
42
explicará sobre o cartaz que simboliza
as sombras e o cartaz das luzes. Ao término da explicação de cada grupo, os
cartazes serão colocados no caminho
que montamos.
(Os catequistas organizam a
apresentação dos grupos para que
todos ouçam a partilha e coloquem
o cartaz no caminho.)
2. Formação e espiritualidade
Catequista 1:
– Acompanhemos a reflexão utilizando a imagem do ciclo litúrgico que
está em nosso manual. A Igreja expressa o Mistério da Salvação oferecido à
humanidade, em Jesus Cristo, por meio
de cada celebração durante um ano litúrgico. Olhemos para a ilustração: ela
apresenta o conjunto das celebrações
que compõem o ano litúrgico.
Vamos pintar o centro desta imagem no qual há um símbolo que significa:
Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador dos
homens. Vamos dizer juntos: “As celebrações do ano litúrgico revelam que Jesus
Cristo é nosso Salvador”.
Catequista 2:
– Há uma índole própria para
cada tempo do ano litúrgico. Ela ajuda a compreender e viver melhor o
momento do Mistério da Salvação que
está sendo celebrado.
Olhemos para a imagem. A índole do Ciclo do Natal faz com que as
celebrações proporcionem aos fiéis a
preparação para a acolhida do Salvador
que nos foi dado. Já a índole do Tempo
Comum ajudará os fiéis a acolher a mensagem do Reino que Jesus veio anunciar.
Catequista 3:
– O tempo da Quaresma que
estamos vivendo com a Igreja está
dentro do Ciclo da Páscoa. A índole da
Quaresma é de reflexão e penitência,
características próprias desse tempo.
É importante entender que as atitudes
que a Igreja nos recomenda nesse tempo estão em conformidade com uma
adequada preparação para a grande
celebração do Mistério da Morte e
Ressurreição de Jesus, o qual também
podemos chamar de Mistério Pascal.
Vamos compreender melhor o
tempo da Quaresma, sua índole e o
mistério nele celebrado. Vamos formar
três grupos. Os grupos se reunirão para
um momento de leitura do texto, reflexão e oração em nosso retiro.
(Cada catequista acompanha um dos
grupos e orienta de forma que o momento seja de oração e reflexão.
Ao término da experiência,
reunir os grupos em torno do
símbolo da Quaresma.)
43
Texto para reflexão
dos grupos 1, 2 e 3.
O nome Quaresma vem da expressão quarenta e está baseado no
símbolo do número 40 na Bíblia: foram
quarenta dias de dilúvio, quarenta anos
de peregrinação do povo judeu pelo deserto e quarenta dias que Jesus passou
no deserto antes de começar sua vida
pública. Os quarenta dias indicam o
tempo de preparação para a experiência de “algo novo”.
A Quaresma inicia-se na Quarta-Feira de Cinzas e termina na Quinta-Feira
Santa pela manhã; a cor litúrgica desse
tempo é o roxo, indicando tempo para
reflexão e penitência.
É um tempo litúrgico que favorece a experiência de conversão, de
penitência e nos prepara para a grande
festa da Páscoa.
A Quaresma é o tempo ideal de
preparação dos catequizandos que
receberão sacramentos. É o momento
próprio para a purificação do coração
e iluminação dos catequizandos que
se aproximam da luz do Ressuscitado.
A Igreja nos convida a viver a
Quaresma como um caminho a Jesus
Cristo, escutando sua Palavra. Nesse
tempo, somos chamados a exercitar
algumas atitudes cristãs que nos ajudarão a ter maior intimidade com
Jesus: a ORAÇÃO, o JEJUM e a CARIDADE, compartilhando com o próximo e
praticando boas obras (esmola).
GRUPO 1
a) Os catequizandos devem ler o
texto para reflexão, refletir e conversar
em grupo sobre o que compreenderam.
b) Após a conversa sobre o texto
lido, os catequizandos leem, rezam e
refletem Mateus 6,1-4.
44
• Leiam uma vez e respondam:
qual palavra do texto chamou
mais a sua atenção, permanecendo em seu coração?
• Leiam novamente o texto e
respondam: o que Deus está
me dizendo com essa Palavra?
• Parafinalizar,leiamotextoerespondam: o que eu sinto vontade
de dizer a Deus e como posso
expressar isso em meu dia a dia?
Faça seu compromisso.
GRUPO 2
a) Os catequizandos devem ler o
texto para reflexão, refletir e conversar
no grupo sobre o que compreenderam.
b) Após a conversa sobre o texto
lido, os catequizandos leem, rezam e
refletem Mateus 6,5-8.
• Leiam uma vez e respondam:
qual palavra do texto chamou
mais a sua atenção, permanecendo em seu coração?
• Leiam novamente o texto e
respondam: o que Deus está
me dizendo com essa Palavra?
• Parafinalizar,leiamotextoerespondam: o que eu sinto vontade
de dizer a Deus e como posso
expressar isso em meu dia a dia?
Faça seu compromisso.
GRUPO 3
a) Os catequizandos devem ler o
texto para reflexão, refletir e conversar
em grupo sobre o que compreenderam.
b) Após a conversa sobre o texto
lido, os catequizandos leem, rezam e
refletem Mateus 6,16-18.
• Leiam uma vez e respondam:
qual palavra do texto chamou
para o coração, desejando nos conduzir
à liberdade. O jejum é uma bonita expe
• Leiam novamente o texto e riência que nos ajuda a escolher o que
respondam: o que Deus está é essencial e a renunciar com liberdame dizendo com essa Palavra? de e alegria aos excessos. É importante
que o jejum não crie uma sensação de
• Parafinalizar,leiamotextoerespondam: o que eu sinto vontade ausência ou de falta, mas que abra um
de dizer a Deus e como posso espaço de união com Deus, o Sumo
expressar isso em meu dia a dia? Bem. Podemos jejuar não somente nos
abstendo de alimentos, mas também
Faça seu compromisso.
de alguns apegos, atitudes e palavras. A
oração é sinal de nosso desejo de Deus
Atenção: enquanto são feitas as
e de nossa união com Ele. A Quaresma
experiências nos grupos, um cateé um tempo que educa para a virtude
quista deve ficar à espera dos pais,
da intimidade com Deus. A caridade
em um local à parte, para orientá-los
(esmola) é um modo de traduzir nossa
a entrar na sala do retiro, assim que
vida de união com o Senhor em gestos
os grupos terminarem a atividade, e
participar da reflexão final.
concretos de solidariedade; ela nos assemelha com o Mestre, que não veio
para ser servido, mas para servir.
3. Reflexão final e envio
mais a sua atenção, permanecendo em seu coração?
Catequista 1:
– Refletimos que o tempo da
Quaresma é propício para uma amizade profunda com Deus e nos ajuda a
identificar as “sombras do pecado” em
nosso caminho, impulsionando nosso
coração para buscar em Jesus Cristo a
purificação de nossas faltas por meio
das “luzes do perdão e da salvação”.
Na Quaresma, aprendemos a contemplar a cruz de Jesus e a compreender
que esse tempo nos ajudará a alcançar
os frutos de vida que vem dela.
Aprendemos no texto que a Igreja
nos recomenda algumas atitudes cristãs
para alcançar os frutos da cruz. Vamos repetir juntos quais são estas três atitudes:
ORAÇÃO, JEJUM E CARIDADE (esmola).
Catequista 2:
– A espiritualidade quaresmal nos
propõe o jejum como uma disciplina
Catequista 3:
(O catequista convida três catequizandos
e orienta a cada um que pegue um dos
bambus; depois, entrega a eles a tira de
EVA com uma das palavras – ORAÇÃO,
JEJUM, CARIDADE –, pedindo que colem
as tiras no bambu; em seguida, explica
que se utilizem delas para retirar, juntos,
o fruto da cruz. Será lido o que
está no envelope.)
– As atitudes da oração, do jejum
e da caridade são como três instrumentos que vão nos preparar, durante
a Quaresma, para retirarmos o fruto da
cruz de Cristo Ressuscitado, que é a vida
nova oferecida na Páscoa! Conhecemos
a beleza de seu significado e agora somos convidados a nos utilizar dele.
Catequista 1:
– Convidamos os pais para,
com seus filhos, dirigir-se até o ca45
minho formado com os sapatos dos
catequizandos. Ao calçarem os sapatos em seus filhos, comprometam-se
também a ajudá-los neste caminho
quaresmal por meio dos gestos da
oração, do jejum e da caridade, a fim
de que suas famílias possam preparar-se para colher o fruto da vida nova
46
do Jesus Ressuscitado. Enquanto isso,
cantemos:
Canto: “Vem e eu mostrarei” (ou
outro adequado para o momento)
(Os catequistas convidam as famílias
para a partilha fraterna do lanche
se assim foi combinado.)
1 Unidade
Escrutínio quaresmal:
discernindo o caminho
para uma vida de
intimidade com Cristo
em sua Comunidade
a
1o Encontro
Quaresma –
purificando o coração para
a Páscoa, pela Oração
Objetivos:
• AprofundaroconhecimentosobreosignificadodotempolitúrgicodaQuaresma,propícioparaaexperiênciadapurificaçãodocoração.
• CompreenderqueaoraçãoéumdosinstrumentosquefavorecemoitinerárioquaresmalemdireçãoàPáscoa.
• ConhecerevivenciarasquatromaneirasderezarqueaIgrejanosapresenta.
•
•
•
•
•
•
•
Material de apoio:
tecidodacordotempolitúrgico
cruz
imagemdeNossaSenhora
gizdeceraparausocomum
coraçãograndedeEVA
Bíblia
papelsulfiteparaconfecçãodecartões
Formando e preparando o catequista para o encontro
Ao longo do ano litúrgico, as celebrações revelam progressivamente o
Mistério da Salvação que Jesus realizou. O ano litúrgico inicia-se no primeiro
domingo do Advento, tempo que prepara para acolher o nascimento de Jesus,
e é concluído com a festa que proclama Jesus como Rei do Universo.
Para que possamos compreender a mensagem integral revelada na Sagrada Escritura, a Igreja organizou um conjunto de leituras bíblicas. Elas são
proclamadas nas celebrações a cada três anos e foram divididas em ano A, B e C.
48
No ano A, a liturgia da celebração segue o Evangelho escrito por São
Mateus; no ano B, a liturgia utiliza o Evangelho de São Marcos e no ano C, o
Evangelho de São Lucas. O Evangelho escrito por São João é reservado principalmente para as grandes Festas e Solenidades celebradas.
O tempo da Quaresma foi se formando progressivamente dentro do ano
litúrgico. O modo de celebrar esse tempo começou na metade do ano 200 e
está ligado a uma experiência penitencial que prepara os fiéis para a Páscoa.
Até o século IV, havia apenas uma semana de jejum que antecedia a Páscoa. Na
metade do século IV, foram acrescentadas outras três, constituindo as quatro
semanas da Quaresma. No fim do século IV, a estrutura da Quaresma passou a
ser de quarentas dias, considerados à luz do simbolismo bíblico, que dá a esse
tempo um valor salvífico-redentor. Tal número está associado ao caminho do
povo de Israel, que andou quarenta anos no deserto antes de chegar à terra
prometida, e também com o caminho de Jesus, que passou quarenta dias no
deserto antes de anunciar o Reino.
A Quaresma é um tempo forte de conversão e de mudança interior, tempo
de deixar tudo o que é velho em nós, de assumir tudo o que traz a vida. Momento de graça e salvação com o qual nos preparamos para viver, de maneira
intensa, livre e amorosa, a festa mais importante do ano litúrgico: a Páscoa,
aliança definitiva e vitória sobre o pecado, a escravidão e a morte. É importante fazer da Quaresma um tempo favorável de avaliação de nossas opções de
vida para corrigir os erros e aprofundar a vivência da fé, abrindo-nos a Deus e
aos outros para realizarmos ações concretas de fraternidade e solidariedade.
A espiritualidade da Quaresma é caracterizada por uma atenta, profunda
e prolongada escuta da Palavra de Deus. Essa Palavra que chama à conversão e
“purificação”, infundindo confiança na misericórdia de Deus, “ilumina” a vida
com a Ressurreição. Ela nos propõe jejum (penitência), oração e caridade. O
jejum, como disciplina que conduz à liberdade; a oração, como sinal de nosso
desejo de Deus e de nossa união de coração com Ele; a caridade (esmola), traduzida em solidariedade.
A Quaresma inicia-se na Quarta-Feira de Cinzas e se prolonga até Quinta-Feira Santa pela manhã. Foi o Papa Urbano II que recomendou a imposição
das cinzas sobre a cabeça dos clérigos e dos leigos do sexo masculino, enquanto nas mulheres se devia fazer o sinal da cruz na testa com as cinzas. A
prescrição de usar para as cinzas as palmas bentas do Domingo de Ramos do
ano anterior só aparece no século XII.
Na Quarta-Feira de Cinzas celebramos o Mistério de Deus misericordioso, que acolhe nossa penitência, nossa conversão. Isto é, celebramos o
reconhecimento de nossa condição de criaturas limitadas, mortais, pecadoras. Conversão consiste em crer no Evangelho, o que significa aderir a ele e
viver como Jesus ensinou. Por esse motivo, ouvimos: “Convertei-vos e crede
no Evangelho”.
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No tempo litúrgico da Quaresma, todos os fiéis, especialmente os catequizandos, são convidados a “passar do homem velho para o homem novo, buscando
sua perfeição em Cristo” (RICA 19). O tempo da Quaresma favorecerá o itinerário
catequético com o momento chamado de iluminação e purificação. Trata-se de
um tempo dedicado para preparar mais intensamente o espírito e o coração.
Ele proporcionará uma renovação do coração dos catequizandos, dispondo-os para uma frutuosa celebração do Mistério Pascal. A Quaresma
favorecerá o tempo da purificação e iluminação, sobretudo com os evangelhos
proclamados no terceiro, quarto e quinto domingos da celebração litúrgica.
Dessa forma, os catequizandos perceberão melhor a dinâmica da vida cristã,
vivenciando nas celebrações o que chamamos de “escrutínios”.
Os escrutínios favorecem, pela escuta do Evangelho, o discernimento e o
progresso do catequizando na compreensão da mensagem cristã e têm finalidade dupla:
• Ajudamatomarconsciênciadas“sombras”queexistemnocoraçãodo
homem, a fim de eliminá-las.
• Ajudamatomarconsciênciadas“luzes”queexistemnocoraçãodohomem, a fim de reforçá-las.
A liturgia dominical desse tempo animará os catequizandos e seus familiares para que abandonem o desânimo e o pecado, purificando seus corações, a fim
de enchê-los de um “novo vigor” em Cristo, iluminando-os.
A experiência de encontro com Jesus faz a pessoa conhecer a verdade
sobre si mesma, faz-nos discípulos missionários.
Na reflexão litúrgica do terceiro domingo da Quaresma, a Igreja nos convida a meditar e a reviver o encontro de Jesus, que liberta e lava o homem de
seu pecado.
O confronto de nossa vida com os evangelhos desse tempo ajudará a perceber o mal e o pecado, na perspectiva da Aliança, isto é, da misteriosa relação
de amor entre Deus e seu povo.
No Evangelho da samaritana (João 4,5-42), no ano A, por meio de Jesus,
Deus oferece ao homem a felicidade – não a felicidade ilusória, parcial e falível, mas a vida eterna. Quem acolhe o dom de Deus e aceita Jesus como “o
Salvador do mundo” torna-se um homem novo, adquire uma “vida nova” e,
saciado no Espírito, caminha ao encontro da vida plena e definitiva.
Com o Evangelho do ano B (João 2,13-25), Jesus apresenta-se como o
“Novo Templo”, no qual Deus se revela aos homens e lhes oferece o seu amor.
Convida-nos a olhar para Ele e a descobrir, em suas indicações, em seu anúncio,
em seu “Evangelho”, a proposta de “vida nova” que Deus nos quer apresentar.
No ano C, com o Evangelho da figueira (Lucas 13,1-9), o Senhor nos
convida para a libertação, a transformação radical que é a mudança de mentalidade. A proposta é centrar a vida em Deus para que seus valores passem a
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ser nossa prioridade fundamental. Se isso não acontecer, diz Jesus, nossa vida
será cada vez mais controlada pelo egoísmo que leva à morte; porém, o que
Ele deseja é que participemos da “vida nova”.
Enfim, a mensagem dos evangelhos do terceiro domingo da Quaresma
ensina que precisamos percorrer um caminho para conhecer o Senhor. Jesus
vai se revelando aos poucos e despertando o desejo cada vez maior de que
saibamos quem Ele é. Deus está sempre à espera do homem, cuidando dele,
reedificando o que foi ao chão por causa de seus cansaços, de suas sedes ou
de suas necessidades.
Cada um é convidado a ser testemunha viva, coerente, entusiasmada
com a “vida nova” que Jesus nos oferece.
Depois do estudo do texto, procure rezar, meditar e vivenciar a
Palavra, preparando-se para o Encontro.
Acolhimento – Ver a realidade
“Jesus aproximou-se e pôs-se a caminhar com eles.” (Lucas 24,15)
(Preparar o ambiente do encontro colocando no chão o tecido da
cor do tempo litúrgico, uma cruz, giz de cera e um grande coração.)
Queridos catequizandos, sejam bem-vindos! Depois do retiro que fizemos,
percebemos que neste tempo de Quaresma nosso coração é convidado a uma
intimidade maior com o Senhor. A Palavra de Deus e a oração nos auxiliarão
nesta experiência.
(O catequista apresenta aos catequizandos a imagem de Nossa Senhora,
colocando-a sobre o tecido, e os convida a se aproximar da simbologia.)
Maria soube ouvir com atenção a Palavra de Deus e a Ele respondeu com
amor. Peçamos que a Mãe de Jesus nos ensine essa virtude da oração, cantando.
Canto: “Ensina teu povo a rezar”
Ensina teu povo a rezar, Maria, mãe de Jesus, que um dia teu povo se anima e
caminha com teu Jesus. (2x)
Ensina teu povo a rezar, Maria, mãe de Jesus, que um dia teu povo desperta e
na certa vai ver a luz. (2x)
Olhemos para a simbologia em silêncio. Os exercícios espirituais que a Quaresma propõe nos ajudam a purificar o coração.
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Coloque sua mão direita sobre seu coração, incline sua cabeça.
Perceba aquilo que precisa ser purificado, lavado e perdoado em sua vida.
Aproximemo-nos deste grande coração e, com o giz de cera, cada um escreverá aquilo que percebeu (instante).
Voltando aos nossos lugares, acolhamos a Palavra de Deus e, com atenção,
escutemos o versículo bíblico.
(O catequista lê pausadamente.)
“Derramarei sobre vós água pura, e ficareis purificados de todos os vossos
pecados.
Eu vos darei um coração novo e colocarei dentro de vós um espírito novo. Tirarei vosso coração de pedra e vos darei um coração de carne.” (Ezequiel 36,25-26)
(O catequista pega sua Bíblia e coloca-a sobre o grande coração.)
É a Palavra de Deus que renova e purifica nosso coração. Peçamos que
Maria nos ensine a guardar a Palavra, como ela, no coração.
Fundamentação – Iluminar
“Explicava-lhes as Escrituras.” (Lucas 24,27)
As celebrações dominicais nos mostram o rosto de Jesus pelo
Mistério da Salvação que Ele realizou, o que acontece ao longo do
ano litúrgico da Igreja, que começa no primeiro domingo do Advento, tempo que
prepara para acolher o nascimento de Jesus, e termina com a festa que proclama
Jesus como Rei do Universo.
A Igreja organizou um conjunto de leituras bíblicas para que possamos
compreender toda a mensagem revelada na Bíblia. Elas são proclamadas nas
celebrações a cada três anos e foram divididas em anos A, B e C.
Nas celebrações do ano “A”, o Evangelho escrito por São Mateus nos ajuda
a compreender a vida e a missão de Jesus; nas celebrações do ano “B”, entendemos isso com o Evangelho de São Marcos e, no ano “C”, é o Evangelho escrito por
São Lucas que nos ensina os mistérios de Jesus. O Evangelho escrito por São João
é reservado para as grandes festas e solenidades.
Dentro do ano litúrgico, o tempo da Quaresma favorece a preparação para
celebrar a Páscoa. Por ser a festa litúrgica mais importante, a Igreja estende a preparação da Páscoa por quarenta dias. Daí o nome Quaresma, ou seja, o período
de quarenta dias, que começa na Quarta-Feira de Cinzas e vai até a Quinta-Feira
Santa pela manhã.
Nós, cristãos, celebramos todo ano a festa da Páscoa, a maior de todas as
festas; é a vitória de Deus que ressuscitou e ilumina nossa vida, triunfando sobre
o pecado e a morte.
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Nesse tempo forte da vida da Igreja, somos convidados a intensificar nossa
vida de oração, que é um diálogo com Deus.
Perceberemos que a oração é um dos instrumentos que favorecem a experiência da purificação de nosso coração, pois nos coloca na intimidade com
o Senhor.
Catequizandos:
– A oração é dom, porque, diante da sede que nosso coração possui, somente Deus tem a água viva para saciar esta sede.
Catequizandas:
– A oração é também aliança, porque em Jesus Cristo aprofundamos nossa
relação de amizade com Deus Pai.
Todos:
– A oração é comunhão, porque fecunda o relacionamento entre nós e Deus.
O diálogo, que é a oração, pode ocorrer de quatro maneiras:
1. Oração de súplica: quando pedimos a Deus sua graça.
2. Oração de perdão: quando confiamos em sua misericórdia.
3. Oração de intercessão: quando nosso coração se volta para as necessidades dos irmãos.
4. Oração de louvor: quando exaltamos as maravilhas que Ele realiza.
Já que a Quaresma é um tempo favorável para a purificação do coração e a
oração é um importante instrumento que nos coloca em intimidade com Deus
para que Ele nos purifique e ilumine, vamos fazer um exercício a fim de crescermos na vida de oração em preparação para celebrarmos a Páscoa.
(O catequista forma três grupos e orienta cada catequizando a contar sobre
seu modo de rezar para identificar com qual das quatro maneiras
costuma fazer sua oração.)
Para concluirmos este momento de nossa partilha nos grupos, vamos ler
juntos esta frase de São Pedro Crisólogo:
Todos:
– “O que a oração pede, o jejum alcança e a misericórdia recebe.” (São Pedro
Crisólogo)
A Quaresma é o tempo ideal para nossa preparação aos sacramentos. Ela é
chamada de “tempo da purificação e iluminação”, porque renova a comunidade
dos fiéis e os dispõe para a celebração do Mistério Pascal.
O que Deus falou para mim neste texto?
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Espiritualização – Celebrar
“Ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lhes.” (Lucas 24,30)
Os textos bíblicos que rezamos na liturgia durante o tempo da
Quaresma são belíssimos e nos conduzem à oração e ao verdadeiro
espírito deste “tempo favorável para a purificação e iluminação”.
Cada grupo lerá um dos textos bíblicos utilizados na liturgia do terceiro
domingo da Quaresma; em seguida, todos conversarão sobre a “pista para reflexão” e, para concluir o momento, cada catequizando escreverá uma oração,
utilizando-se de uma das quatro formas que aprendemos.
Grupo 1: Evangelho da samaritana, João 4,5-42, do ano A.
Pista para reflexão: por intermédio de Jesus, Deus oferece ao homem a felicidade – não a felicidade ilusória, parcial e falível, mas a vida eterna. Quem
acolhe o dom de Deus e aceita Jesus como “o Salvador do mundo” torna-se um
homem novo, adquire uma “vida nova” e, saciado no Espírito, caminha ao encontro da vida plena e definitiva.
Escreva sua oração conforme uma das quatro formas (súplica, perdão, intercessão ou louvor):
Grupo 2: Evangelho de João 2,13-25, do ano B.
Pista para reflexão: Jesus apresenta-se como o “Novo Templo”, no qual
Deus se revela aos homens e lhes oferece seu amor. Convida-nos a olhar para Ele
e a descobrir em suas indicações, seu anúncio, seu “Evangelho” essa proposta de
“vida nova” que Deus nos quer apresentar.
Escreva sua oração conforme uma das quatro formas:
Grupo 3: Evangelho da figueira, Lucas 13, 1-9, ano C.
Pista para reflexão: o Senhor nos convida para a libertação, a transformação radical, que é a mudança de mentalidade. A proposta é centrar a vida
em Deus para que seus valores passem a ser nossa prioridade fundamental.
Se isso não acontecer, diz Jesus, nossa vida será cada vez mais controlada
pelo egoísmo que leva à morte, mas o que Ele deseja é que participemos da
“vida nova”.
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Escreva sua oração conforme uma das quatro formas:
(No final da atividade, o catequista reúne todos ao redor
da simbologia e cada um lerá a oração que escreveu.)
Conclusão: a mensagem dos evangelhos do terceiro domingo da Quaresma
ensina que precisamos percorrer um caminho para conhecer o Senhor. Jesus
vai se revelando aos poucos e despertando o desejo cada vez maior de que
saibamos quem Ele é. Deus está sempre à espera do homem, cuidando dele
(figueira), reedificando o que foi ao chão (templo) por causa de seus cansaços,
de suas sedes ou de suas necessidades (samaritana).
Vamos celebrar nossa amizade com Deus proporcionada pela oração dizendo juntos:
Todos:
– Cada um é convidado a ser testemunha viva, coerente e entusiasmada
com a “vida nova” que Jesus nos oferece.
O que sinto vontade de dizer a Deus?
Atividades de fixação – Agir cristão
“Levantaram-se na mesma hora e foram a Jerusalém.” (Lucas 24,33)
Prepare um bonito cartão para entregar aos seus pais. Siga
estes passos:
1. Na frente do cartão, copie as quatro maneiras de rezar que você aprendeu no encontro de hoje, explicadas no texto de Fundamentação.
2. Na parte de trás do cartão, copie a oração que você fez na atividade da
Espiritualização.
3. Leve o cartão para casa, pois ele será utilizado na atividade sugerida no
compromisso do discípulo de Jesus.
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Vivendo a fé em família –
Transformando a oração em compromisso de ação cristã
Depois que você realizar o compromisso do discípulo de Jesus, peça a seus pais que escrevam uma oração com base em uma
daquelas quatro formas que a Igreja ensina.
Leve a oração escrita por eles para o próximo encontro.
Compromisso do discípulo de Jesus para a semana
Coloque na cama de seus pais o cartão que você preparou
na Atividade de fixação.
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Centro de Animação Bíblico-Catequética Diocese de Ponta Grossa