O Papel da Progressão Referencial e da Argumentação na
Produção Textual
Celina Aparecida Garcia de Souza Nascimento
Câmpus de Três Lagoas – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
[email protected] – 79600 000 – Três Lagoas, MS – Brasil
Abstract: The present analysis emphasizes a practice that comes back to the
argumentation and the reference progression, having as theory basis the
concepts about aim-rules discussed by charolles (1988) and the reference
progression of Marcuschi (1999). Observing the presence of Charolles’ four
aim-rules, once the retaking happens, in a balanced way, which provides the
linkage, the thematic progression and the relevance of the arguments related
to the proposed theme.
Keywords: textual production; reference progression; argumentation.
Resumo: A presente análise enfoca uma prática que se volte para a
argumentação e a progressão referencial, tendo como base teórica os
conceitos sobre meta-regras discutidos por Charolles (1988) e progressão
referencial de Marcuschi (1999). Observamos a presença das quatro metaregras de Charolles, uma vez que as retomadas se manifestam, de forma
equilibrada, o que proporciona o encadeamento, a progressão temática e a
relevância dos argumentos em relação ao tema proposto.
Palavras-chave: produção textual; progressão referencial; argumentação.
1. Introdução
Nas duas últimas décadas, muitas pesquisas têm sido desenvolvidas sobre a
importância da produção de texto no ensino fundamental e médio, todavia, por mais que
essa problemática venha sendo amplamente discutida entre os pesquisadores e os
profissionais do ensino, em especial, entre as Secretarias de Educação do Ensino
Fundamental e Médio, muitas são as falhas que perduram em relação à inadequação dos
currículos e programas e à ineficácia das metodologias de ensino.
Objetivamos nesta pesquisa apresentar uma proposta pedagógica de abordagem
da referenciação discursiva, na busca de estratégias para uma prática direcionada à
informatividade, à argumentação e à progressão temática nos textos escritos por
graduandos do curso de Letras.
O corpus da pesquisa constituiu-se de textos produzidos pelos alunos calouros
do 1º ano do curso de Letras da UFMS, Câmpus de Três Lagoas e da UNESP - Câmpus
de Araraquara. Para a coleta no Câmpus de Três Lagoas, levamos uma coletânea de
textos sobre Santos Dumont, explicitamos nossos objetivos, falamos sobre os fatores de
coerência – meta-regras de Charolles (1988), e solicitamos a elaboração de um texto
descritivo/argumentativo sobre o inventor do avião, em que procurassem respeitar
nossas orientações metodológicas e teóricas. O mesmo procedimento foi adotado na sala
do 1º ano de Letras, no Câmpus de Araraquara. Os textos versaram sobre “Jorge
Amado”, e dois deles foram analisados no presente trabalho, considerando a exigüidade
de espaço.
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2. Pressupostos teóricos
Articularemos estudos que abordam a Produção de Texto/Redação,
fundamentados nos pressupostos da Lingüística Textual e nas Teorias interacionais da
Linguagem, tendo como objeto à progressão temática, como atividade interativa e
social.
Considerando que a redação ou a produção de textos escolares têm sido objeto
de pesquisa por muitos professores e pesquisadores, citamos Pécora (1992: 4-6), que
relata ter começado a acelerar a reflexão a respeito de seus alunos por constatar que,
mesmo depois de quatro anos de universidade, concluía-se que eles não dispunham de
elementos que lhes permitissem interpretar adequadamente um texto conhecido e
escrever a seu respeito. Desta forma, formavam-se lingüistas que não tinham domínio
do próprio desempenho lingüístico na modalidade da escrita e, ainda hoje, não existe
uma política educacional adequada que possibilite o aprendizado da escrita por esses
alunos.
Em se tratando de redação, acreditamos que a reconstrução da argumentação
com base em pistas definidas é essencial para a interpretação crítica da intenção
argumentativa do escritor, em interação com o leitor e com o texto. Sendo assim, a
argumentação, também, tem sido objeto de estudo, em diferentes obras, merecendo
destaque, o trabalho do filósofo Perelman (1996). A história mais recente da retórica
restabelece a importância da questão da argumentação, resgatando-a da posição de mera
taxonomia de figuras de estilo a que se viu reduzida durante anos. Para Perelman
(1996:50):
O objetivo de toda argumentação é provocar a adesão dos espíritos às teses que se
apresentam a seu assentimento: uma argumentação eficaz é a que consegue aumentar
essa intensidade de adesão, de forma que se desencadeie nos ouvintes a ação
pretendida ou, pelo menos, crie neles uma disposição para a ação, que se manifestará
no momento oportuno.
Portanto, na perspectiva filosófica de Perelman, a argumentação é constitutiva
do conhecimento, considerando que esse se dá em virtude da evidência dos objetos.
Assim, entre os aspectos levantados, adotamos a argumentação como uma questão
lingüística, situada no interior de uma concepção de enunciação e de sentido.
Pécora (1992) ratifica que "A reconstrução de uma intenção argumentativa é
considerada ainda como um pré-requisito para o posicionamento crítico do leitor frente
ao texto". Ele faz uma proposta pedagógica que envolve o ensino de habilidades
lingüísticas, isto é, o ensino de capacidades específicas, cujo conjunto compõe nossa
competência textual para lidar com textos. Obviamente, o ensino deverá estar ligado ao
enriquecimento de vocabulário do aluno e não a uma mera tarefa de procura de palavras
num dicionário, como costumeiramente é feito no contexto escolar.
Muito se discute sobre fórmulas mágicas que nos ensinem a redigir um “bom”
texto ou produzir uma “boa” redação, porém não se discute que temos de ser atentos
para nos tornar leitores de bons textos, além de assumirmos uma postura crítica perante
os vários textos que se apresentem durante o nosso cotidiano e dominarmos alguns
recursos lingüísticos básicos. Segundo Pécora (op. cit: 90), “quando se evidencia a
dimensão argumentativa dos problemas detectados nas redações, é possível retomar e
esclarecer uma questão fundamental que é a relação entre esses problemas e a condição
de produção da escrita”. Portanto, o primeiro passo é verificar se o aluno tem
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conhecimento prévio do assunto a ser discutido e, depois, associar a proposta textual ao
tema a ser desenvolvido.
Um dos componentes estratégicos da redação é o grau de informatividade,
entendida pelos estudiosos como a capacidade do autor do texto de acrescentar ao
conhecimento do recebedor informações novas inesperadas. Esse grau de informação
depende dos objetivos do emissor e pode influenciar na expectativa do seu recebedor.
Um texto informativo pode não ser de processamento imediato e, pode demandar algum
esforço de interpretação. Já um texto com baixo poder informativo, que não fornece os
elementos indispensáveis a uma interpretação livre de ambigüidades, ou que se limita a
repetir coisas que nada somam à experiência do recebedor, tem como efeito desorientálo ou irritá-lo, ou simplesmente não alcançar sua atenção.
Charolles (1988), em suas pesquisas mostra as estratégias de intervenção que o
professor desenvolve em relação a certos textos escritos por alunos, julgados pelo
professor como incoerentes. Ele discute quatro princípios fundamentais para uma
abordagem teórica do problema da coerência textual e discursiva, aos quais chamou de
metra-regras: 1ª Meta-regra de repetição, para que um texto seja coerente, deve ter
elementos recorrentes, como por exemplo: a. pronominalizações; b. definitivações e
referenciações dêiticas contextuais; c. substituições lexicais; e, d. recuperações
pressuposicionais e as retomadas de inferência; 2ª Metra-regra de progressão, um texto
coerente deve apresentar continuidade temática e progressão semântica; na 3ª Metraregra de não-contradição, os elementos semânticos não devem contradizer um conteúdo
posto ou pressuposto por uma ocorrência anterior ou dedutível por inferência; e, na 4ª
Meta-regra da relação, num texto coerente, é preciso que os fatos, estados e
acontecimentos estejam relacionados e congruentes.
Pelo exposto, notamos que para haver coerência, são estratégias necessárias: a
argumentação, a informatividade, a continuidade, a progressão, a não contradição e a
articulação. O não cumprimento de uma dessas condições numa determinada passagem,
pode comprometer o texto como um todo, pois estamos falando de uma macroestrutura.
Tendo abordado produção de texto/redação, faremos, a seguir, a discussão dos
dados, tendo como parâmetro que a progressão referencial se dá numa relação entre
linguagem, mundo e pensamento.
3. Análise e discussão dos dados
Iniciamos com um texto produzido na UFMS, em seguida, passaremos a
UNESP-Araraquara, em que trataremos, de alguns fatores ligados à coerência,
lembrando que a informatividade se faz presente quando o produtor do texto acrescenta
ao conhecimento do recebedor informações inesperadas. Um texto informativo pode
depender de maior esforço para interpretação da intenção argumentativa, sendo que essa
é um pré-requisito para o posicionamento crítico do leitor diante do texto.
[01]
Santos Dumont: Um orgulho Brasileiro
Para nós brasileiros, a história da aviação é motivo de orgulho quando diz
respeito a origem do maior responsável por ela – Santos Dumont – que nasceu em 20
de julho do ano de 1873 numa cidade chamada Cabangú situada no estado de Minas...
(...). Em meio a rumores de guerra, em 1910, Santos Dumont sofre de depressão,
doença esta ocasionada pela tristeza de ver sua própria invenção transformar-se em
um instrumento de guerra (...).
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Sua intenção, com certeza, jamais foi vender sua invenção para a guerra, (...)
de “PAI DA AVIAÇÃO” bombardear casa, destruir cidades e matar famílias inteira,
se seu sentimento de culpa o levou à própria morte, resta-nos apenas o orgulho de ter a
mesma origem de um dos maiores inventores que o mundo (...).
Nesse texto há uma mesclagem de narração, descrição e dissertação ao fazer um
relato sobre a vida da personagem Santos Dumont, porém sem a presença das formas
nominais indefinidas, que aparecem apenas no título e na última linha do texto – um
orgulho brasileiro...um dos maiores inventores – o que contribui para a progressão
temática, no desfecho. A tese defendida é a de que nós brasileiros devemos nos orgulhar
do inventor que foi Dumont, idéias essas que permeiam todo o texto. Boa parte das
retomadas são feitas por meio do pronome possessivo seu e sua e o nome Santos
Dumont, que são correferentes na busca da continuidade referencial, como exemplo:
seu empenho, sua família, seu objetivo, sua invenção, sua decepção, sua intenção,
sua depressão e seu sentimento de culpa.
Quanto à informatividade, o texto está equilibrado entre o esperado e nãoesperado, a partir das informações contidas no trecho: “Em meio a rumores de guerra,
1910, Santos Dumont sofre de depressão, doença esta ocasionada pela tristeza de ver
sua própria invenção transformar-se em um instrumento de guerra, o que jamais
pensou que fosse acontecer, (…) tamanha foi sua decepção com o fato.” que se refere à
decepção ao presenciar o uso indevido do avião.
Esse acadêmico também consegue manter a coesão e a coerência ao satisfazer as
meta-regras de Charolles (op.cit.), o que proporcionou o encadeamento, a progressão
temática e a relevância dos argumentos em relação ao tema proposto. Confira alguns
operadores argumentativos que contribuíram para a coesão textual: “Depois que voltou
ao Brasil, em 1928, AINDA sofria dessa doença que o levou ao suicídio 4 anos depois,
no dia 23 de julho”. Nesse trecho, o candidato introduz o argumento de que Santos
Dumont sofria de uma doença, que o levou ao suicídio, em favor do argumento anterior,
quando ele afirma que Dumont tinha sofrido uma decepção e estava depressivo.
Com o uso do operador lingüístico “TANTO QUE” em: “Sua intenção, com
certeza, jamais foi vender sua invenção para a guerra, TANTO QUE sua depressão se
acentuou quando viu nos céus o instrumento que lhe concebeu o título de “PAI DA
AVIAÇÃO”, o candidato introduz uma explicação ou justificativa ao que foi dito no
enunciado anterior. Serve de justificativa para o fato de que a intenção de Santos
Dumont não foi a de inventar algo que fosse usado na guerra. Essa justificativa
manifesta-se quando o acadêmico escreve que o inventor sofreu de depressão crônica.
Passemos ao texto escrito na UNESP-Araraquara, em que trataremos ainda, de
alguns fatores ligados à coesão e à coerência.
[02]
Jorge Amado
Jorge Amado de Faria, ou simplesmente, Amado, (...) o município vizinho de
Ilhéus, onde o pequeno Jorge passou sua infância. Seis anos depois, o menino muda-se
para Salvador, onde é aluno interno do (...) vida dos trabalhadores, o que daria farto
material para a futura literatura amadiana. O jovem escritor lançou “Cacau” (em
1933), livro que foi apreendido pela polícia. (...). O autor baiano escreveu “Suor” (34)
e “Jubiabá” (35). A militância política de esquerda leva Jorge Amado à prisão por
dois meses. Nesse mesmo ano, 1936, o escritor comunista publica “Mar Morto”.
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Libertado, exilou-se na Argentina e depois no Uruguai. De volta ao Brasil, Jorge
elegeu-se deputado federal pelo PC (...). O viajante inveterado(...). O romancista
baiano escreveu, em 58, “Gabriela, Cravo e Canela”, que foi adaptado para as telas
do cinema e da televisão. Em 61, o grande Jorge é eleito por.(...). Dentre os prêmios
que o célebre escritor escreveu (...). Nos livros de Jorge Amado, há uma mestiçagem
harmoniosa, tudo parece ter resultado da mistura brasileira: cultura, religião, o sangue
das raças. (...) Infelizmente, seu trabalho foi interrompido progressivamente pelo
declínio da saúde do velho escritor. Desde 1993, sua saúde vinha sendo agravada. Em
2001, ele passou (…) sendo que no dia 06 de agosto desse mesmo ano, às vésperas de
completar 89 anos, o amado Jorge, vítima de uma parada cardio-respiratória, dá seu
último suspiro. Seu corpo foi cremado (…), embaixo de uma mangueira onde
costumava namorar Zélia e seu Amado Jorge, ou Jorge Amado, ou simplesmente...
Amado.
Este texto apresenta predomínio das formas nominais definidas, que têm por
função manter a referência já estabelecida ou re–introduzir referentes pela estratégia da
recategorização. Nesse caso, os determinantes estão acompanhados de nomes e atributos
dados a Jorge Amado, conforme foi mencionado a cada assunto. Por exemplo: o
acadêmico o chama de “o jovem intelectual”, quando escreve que ele “integra ao
movimento academia dos rebeldes, formado por contistas, poetas e escritores...”; “o
viajante inveterado”, ao citar que ele “deixa novamente o Brasil, desta vez rumo a
Europa...”, e assim seguem outras nominalizações: ”o Jorge”, “o menino” “a futura
literatura amadiana”, “o jornalista”, “o escritor”, “o autor baiano”, “o escritor
comunista”, “o mestre baiano”, “o ex-militante”, “o romancista baiano”, “o grande
Jorge”, “o mestre”, “o célebre escritor” etc.
Toda essa variação lexical indica que o acadêmico buscou o encadeamento e a
progressão temática durante o decorrer do seu texto e, para dar consistência aos seus
argumentos, ele recorreu a fatos, a dados e a exemplos.
A partir da linha três, o acadêmico aborda o que despertou Jorge Amado para a
literatura, ele escreve sobre as obras literárias de Amado e a repressão que sofreu por
causa da abordagem atrevida que subjaz em suas obras, que vão desde escritor de
“Cacau” até “Escritor Comunista”. Os argumentos do acadêmico adquirem
consistência à medida que cita uma determinada época de sua vida, relacionando-a com
seus escritos. Também contribui para isto a escolha lexical e a elaboração dos
enunciados. A parte final do texto marca o declínio de Amado até a morte, com um
extraordinário jogo de palavras “Amado Jorge, ou Jorge Amado, ou simplesmente...
Amado”. Há retomadas explícitas, porém na busca da recategorização cada vez que faz
referência a Jorge Amado, o que contribui para a progressão referencial.
Podemos supor que esse acadêmico soube aproveitar as informações contidas no
texto-base, que lhe foi colocado à disposição e, ainda, fez uso adequadamente das metaregras, usando os elementos recorrentes para dar continuidade e adequação às
informações, considerando que a progressão referencial se dá entre linguagem, mundo e
pensamento (cf. Marcuschi, 1999).
Nossa experiência mostra que, no ensino da língua materna, tem-se dado maior
ênfase ao estudo dos morfemas lexicais e gramaticais, relegando a um segundo plano as
estratégias textuais levantadas. Desse modo, os alunos não conhecem o valor
argumentativo de cada operador e, às vezes, decoram-nos, a fim de cumprir seu papel de
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aluno. Deixamos registrado que, grande parte da força argumentativa do texto está
relacionada a essas estratégias, que proporcionam maior interação num espaço
interlocutivo.
4. Considerações finais:
Observamos que as retomadas se manifestaram por meio da coesão lexical, com
uso de sinônimos, contribuindo, assim, para a progressão temática, a informatividade e a
densidade na argumentação, que por sua vez esteve presente em menor ou maior grau
nos dois textos, o que evidencia que a argumentatividade constitui um ato lingüístico
fundamental nas enunciações. Constatamos que são textos, cujo conteúdo se mostra
compatível com os fatos, pois os acadêmicos articulam de forma congruente os
argumentos, denotando autoria e identidade, embora sejam descritivos-argumentativos.
Acreditamos que o grau de previsibilidade de informação seja de médio a alto,
dependendo do conhecimento prévio do autor/leitor, o que equilibrou os textos entre
informações previsíveis e imprevisíveis. Observamos a presença das quatro meta-regras,
uma vez que as retomadas se manifestam, de forma homogênea, o que proporcionou o
encadeamento, a progressão temática e a relevância dos argumentos em relação ao tema
proposto.
Os operadores argumentativos foram usados com função de indicar
pressuposição, progressão do discurso, introdução de referentes e acréscimo de novas
informações ao conjunto argumentativo, evidenciando que a argumentação está
intimamente ligada à informatividade. Para dar consistência a estes argumentos, os
acadêmicos recorreram a fatos, exemplos e outros recursos lingüísticos que marcam
claramente a intencionalidade, caracterizando-se, portanto, pela argumentatividade.
Nosso propósito foi o de mostrar que esses acadêmicos acabaram de ingressar
em uma instituição de ensino superior pública, e quando há uma proposta pedagógica
por parte do professor, com objetivos definidos, eles são capazes de produzir textos
informativos, argumentativos e coerentes, de forma que possam assumir a sua
identidade como autores, abrindo espaço para a “alteridade” e o “estranhamento” do
outro (cf. CORACINI, 1999).
Referências
CHAROLLES, Michel. Introdução aos problemas da coerência dos textos. In:
GALVES, C. O Texto: leitura e escritura. Campinas: Pontes, 1988.
CORACINI, M.J.R.F. Interpretação, autoria e legitimação do livro didático. Campinas,
Pontes: 1999.
MARCUSCHI, L. A. Aspectos da progressão referencial. na fala e na escrita no
português brasileiro. In: Estudos de Lingüística do Texto. GÄRTNER, Eberhard,
HUNDT, C.e SCHÖNBERGER (eds): Frankfurt am Main: tfm, 1999.
PERELMAN, C. & OLBRECHTS-TYTECA, L. Tratado da argumentação. São Paulo:
Martins Fontes, 1996.
PÉCORA, A. Problemas de Redação. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
Estudos Lingüísticos XXXIV, p. 997-1002, 2005. [ 1002 / 1002 ]
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O Papel da Progressão Referencial e da Argumentação na