UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL DE SANTA CATARINA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
MARCIEL DACOREGIO BROGNARA
PREÇO DE VENDA A PRAZO
CRICIÚMA, JUNHO DE 2005
MARCIEL DACOREGIO BROGNARA
PREÇO DE VENDA A PRAZO
Monografia apresentada à Diretoria de Pós-graduação da
Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina UNESC
para obtenção do título de especialista em Gerência da
Produção.
Orientador: Prof. Dr. RODNEY WERNKE
CRICIÚMA, JUNHO DE 2005
AGRADECIMENTOS
Agradeço à minha família e amigos pelo apoio e
compreensão no decorrer desta pesquisa, e, em especial,
ao orientador desta pesquisa, Prof. Dr. Rodney Wernke,
pelas instruções repassadas.
RESUMO
Esta monografia enfoca o preço de venda a prazo e suas modalidades mais comuns, em
termos de inserir o acréscimo financeiro decorrente do financiamento das vendas. Para tanto,
inicialmente, faz-se uma revisão da bibliografia a respeito dos conceitos, métodos de
precificação, fatores de influência, custo de compra, mark-up, etc. Em seguida, são abordados
os métodos para determinar o preço de venda a prazo, mostrando os três principais métodos,
exemplificando-os. Posteriormente, apresenta-se um exemplo da aplicação dos métodos
citados, mostrando as diferenças entre os mesmos, em termos de resultado financeiro.
.
Palavras-chave: Preço de Venda. Métodos de Precificação. Preço de Venda a Prazo
.
SUMÁRIO
RESUMO ..................................................................................................................................3
SUMÁRIO ................................................................................................................................4
CAPÍTULO I
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ...............................................................6
1.1 Introdução ..........................................................................................................................6
1.2 Objetivos da pesquisa ........................................................................................................7
1.3 Limitações da pesquisa ......................................................................................................7
1.4 Estruturação do trabalho..................................................................................................8
CAPÍTULO II
PREÇOS DE VENDA ................................................................................9
2 Considerações iniciais...........................................................................................................9
2.1 Conceitos de preços............................................................................................................9
2.2 Métodos de precificação ..................................................................................................10
2.2.1 Método com base no mercado concorrente ................................................................11
2.2.2 Método com base nas características do mercado .....................................................12
2.2.3 Método com base no custo da mercadoria..................................................................13
2.2.3.1 Com base no custo pleno (integral) ..........................................................................14
2.2.3.2 Com base no custo de transformação ......................................................................16
2.2.3.3 Com base no custo variável (marginal)....................................................................17
2.2.3.4 Com base no rendimento sobre o capital investido ................................................18
2.2.4 Método misto .................................................................................................................21
2.3 Fatores de influência na determinação do preço de venda ..........................................22
2.4 Custo de compra de mercadorias ou matérias-primas.................................................23
2.4.1 Custos de compra a valor presente .............................................................................25
2.5 Mark-up (Taxa de Marcação) ........................................................................................26
2.5.1 Fórmulas do Mark-up ..................................................................................................27
2.5.2 -Componentes do mark-up ..........................................................................................28
2.5.3 Mark-up a valor presente.............................................................................................29
CAPÍTULO III
PREÇO DE VENDA A PRAZO ............................................................33
3 Considerações iniciais.........................................................................................................33
3.1 Métodos para cálculo do preço de venda a prazo .........................................................33
3.1.1 Acréscimo financeiro por fora do preço à vista .........................................................34
3.1.2 Acréscimo financeiro por dentro do mark-up ...........................................................36
3.1.3 Acréscimo financeiro a valor presente........................................................................38
3.2 Aplicação prática dos três métodos enfocados ..............................................................40
3.2.1 Cálculo do acréscimo financeiro por dentro do mark-up .........................................41
3.2.2 Cálculo do acréscimo financeiro por fora do preço à vista.......................................42
3.2.3 Cálculo do acréscimo financeiro a valor presente .....................................................43
CAPÍTULO IV
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS
FUTUROS ..............................................................................................................................45
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................47
6
CAPÍTULO I
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
1.1 Introdução
Com a atual evolução das organizações, impulsionada por mercados mais
exigentes e competitivos, as empresas vêm a cada dia se preocupando mais em adequar seus
métodos e controles internos, pois o tempo de atendimento às necessidades empresariais
passou a delimitar a fronteira entre as empresas de sucesso e aquelas que sucumbirão.
À medida que uma empresa cresce em tamanho e complexidade, cresce também a
quantidade de decisões, controles e ações tomadas ou executadas diariamente, que têm
relevância estratégica e de longo prazo. Isso torna mais notória a necessidade de informações
seguras e coerentes, que possam facilitar a tomada de decisões, de modo mais rápido e eficaz.
Neste sentido, uma das áreas que vem ganhando mais importância nesse leque de
decisões empresariais diz respeito à formação do preço de venda dos produtos, em especial
aos preços praticados a prazo. Com o acirramento da concorrência no mercado, este passou a
ser um fator que não pode deixar de ser considerado, podendo ser a linha divisória entre o
sucesso ou o fracasso da política financeira da empresa, bem como contribuir com a
ampliação da participação de mercado das organizações comerciais ou industriais.
Em razão disso é que se optou nesta pesquisa por enfocar os principais aspectos
relacionados à determinação dos preços de venda e, em especial, com os preços de venda a
prazo. Para tanto, foram determinados os objetivos, conforme enfocado na próxima seção.
7
1.2 Objetivos da pesquisa
Os objetivos desta pesquisa foram divididos em Objetivo Geral e Objetivos
Específicos. Como Objetivo Geral, almejou-se efetuar uma revisão bibliográfica acerca dos
principais aspectos relacionados com a determinação dos preços de venda a prazo.
Para alcançar tal objetivo, foram determinados os seguintes objetivos específicos:
a) conceituar preços de venda;
b) comentar sobre os principais métodos de precificação existentes;
c) determinar os fatores que compõem os custos de compra das mercadorias (comércio) ou
matérias-primas (indústria);
d) conceituar mark-up ou taxa de marcação, identificando os possíveis componentes do
mark-up;
e) apresentar as formas para determinar o valor do preço de venda a prazo, considerando o
acréscimo financeiro pertinente;
f) evidenciar qual das formas para fixar o preço de venda a prazo é a mais adequada do
ponto de vista gerencial.
1.3 Limitações da pesquisa
Quanto às suas limitações, esta pesquisa restringiu-se a uma revisão bibliográfica
acerca dos métodos de determinação dos preços de venda, abrangendo os principais aspectos
relacionados e as formas de efetuar o acréscimo financeiro nas vendas realizadas a prazo.
Portanto, não pretendeu a proposição de algo inovador ou a realização de um estudo de caso.
8
1.4 Estruturação do trabalho
No que tange à estruturação da monografia, esta foi dividida em capítulos. No
primeiro capítulo foram apresentados os aspectos introdutórios, sendo que a ênfase foi dada
aos objetivos gerais e específicos deste trabalho, suas limitações e a forma como foi
estruturado.
O segundo capítulo tratou de enfocar preços de venda, abordando conceitos de
preços, métodos de precificação, fatores de influência na determinação dos preços de venda
(como custos de compra e taxa de marcação) e o aspecto da aplicação do conceito de valor
presente aos componentes do preço de venda.
O terceiro capítulo voltou-se especificamente para os preços de venda a prazo,
mostrando os métodos para cálculo, as três principais formas de inclusão do acréscimo
financeiro e um exemplo numérico a respeito do mesmo.
No quarto e último capítulo, por fim, são apresentadas as conclusões do estudo e
são propostos temas para trabalhos futuros na área pesquisada.
9
CAPÍTULO II
PREÇOS DE VENDA
2 Considerações iniciais
Neste capítulo são abordados, além dos conceitos relacionados ao preço de venda,
os métodos utilizados na formação de preços, as fórmulas de cálculo e os fatores que
influenciam na determinação dos preços de venda.
Inicialmente são apresentados os conceitos de preços, conforme consta na
próxima seção.
2.1 Conceitos de preços
Existem vários conceitos importantes para o entendimento correto deste trabalho,
dentre os mais importantes está o de preço.
Sardinha (1995, p. 170) registra que preço é a expressão do valor de troca que se
oferece por alguma coisa que satisfaça uma necessidade ou desejo. Por sua vez, Bernardi
(1996, p. 219) diz que um preço é o valor que se paga para obter um bem ou serviço em
função de suas características e qualidades.
Rocha e Christensen (1999, p.108) mencionam, ainda, que
Preço define as condições básicas pelas quais o vendedor e o comprador estão
dispostos a realizar a troca. Sob o ponto de vista da empresa, o preço pode ser visto
como a compensação recebida pelos produtos e serviços que oferece ao mercado.
Sob o ponto de vista do comprador o preço expressa aquilo que ele está disposto a
dar para obter o que a empresa lhe oferece.
Em relação aos preços, Kotler (1998, p.435) defende que o preço é o único
elemento do composto de marketing que produz receita; os outros elementos geram custos.
10
No item a seguir serão apresentados os principais métodos utilizados para
determinar o preço de venda dos produtos, também conhecidos como métodos de
precificação.
2.2 Métodos de precificação
Existem vários métodos utilizados para determinar o preço de venda dos
produtos. Neste tópico são abordados os métodos mais utilizados com base no custo dos
produtos.
Antes, porém, é conveniente salientar que as técnicas de fixação de preços variam
em função do porte da empresa, do setor onde ela atua e das condições de mercado.
(SANTOS, 2001, p. 202).
Crepaldi (1998, p. 217) registra que o primeiro objetivo na formulação do preço
de um produto é cobrir todos os custos variáveis incorridos em sua fabricação e venda. O
segundo é obter a maior margem possível a fim de que possam ser cobertos os custos fixos e
seja obtido lucro.
Assef (1997, p. XIV) apresenta os objetivos gerais da correta formação de preço:
Proporcionar a longo prazo, o maior lucro possível;
Permitir a maximização lucrativa da participação de mercado;
Maximizar a capacidade produtiva, evitando ociosidades e desperdícios
operacionais;
Maximizar o capital empregado para perpetuar os negócios de modo auto
sustentado.
Kotler (1998, p. 437) cita quais os objetivos que podem ser alcançados com a
correta formação de preços, ressaltando a importância da clareza dos objetivos da empresa:
Quanto mais claros os objetivos de uma empresa, mais fácil será o estabelecimento
do preço. Assim, ela pode perseguir qualquer um entre seis grandes objetivos através
da fixação do preço: sobrevivência, maximização de lucro, maximização do
faturamento, maximização do crescimento de vendas, maximização da desnatação de
mercado ou liderança de produto-qualidade.
11
Com tais objetivos definidos, cabe escolher, dentre os métodos de precificação,
salientados nas próximas seções.
2.2.1 Método com base no mercado concorrente
Na atualidade, o fator mercado tem desempenhado um papel decisivo na
determinação de preços de venda. Neste sentido, o enfoque moderno utiliza a equação do
preço de venda na seguinte ordem: lucro = preço de venda
custos
despesas, considerando
que o preço é dado pelo mercado. (HOJI, 1999, p. 294).
Corroborando tal parecer, Rocha e Christensen (1999, p. 114) argumentam que
na prática, muitas empresas definem seus preços a partir do levantamento dos preços dos
concorrentes, situando o seu próprio preço em uma faixa média.
Nesse caso a empresa efetua uma pesquisa de mercado e adota um preço de
venda para seus produtos semelhante ao preço praticado pela concorrência. (SOUZA, 2002,
p. 287).
Kotler (1998, p. 447) entende que
[...] a empresa baseia seu preço em função dos preços cobrados pelos concorrentes,
dedicando menor atenção a seus próprios custos ou à demanda. Ela pode cobrar
igual, mais ou menos que seu(s) principal(is) concorrente(s). Nos setores
oligopolizados, que vendem commodities como aço, papel ou fertilizante, de modo
geral as empresas cobram o mesmo preço. As empresas menores acompanham a
líder , mudando seus preços quando esta também muda, não em função de alterações
de custos e demanda.
Crepaldi (1998, p. 209) pugna que para analisarmos a formação de preço de um
produto é importante conhecermos o tipo de mercado em que atua.
Santos (1995, p. 121) afirma que esse método de determinação de preço pode ser
dividido em quatro itens:
1. Método do preço corrente São adotados para os casos de produtos vendidos
a um mesmo preço por todos os concorrentes. Essa homogeneidade no preço
12
decorrer de questões de costume (preço tradicional) ou de características
econômicas do ramo (oligopólio, convênio de preços, etc.).
2. Método de imitação de preços Esse método prevê que os mesmos preços
sejam adotados por uma empresa concorrente selecionada no mercado. Isso
ocorre muitas vezes em razão da falta de conhecimento técnico para a sua
determinação ou custo da informação.
3. Método de preços agressivos O método de preços agressivos ocorre quando
um grupo de empresas concorrentes estabelece a tendência de uma redução
drástica de preços até serem atingidos, em certos casos, níveis economicamente
injustificáveis abaixo do custo das mercadorias.
4. Método de preços promocionais
O método de preços promocionais
caracteriza a situação em que as empresas oferecem certas mercadorias (caso
típico de supermercados) a preços tentadores com o intuito de atrair o público
para o local de venda; dessa forma, intensificando o tráfego de clientes
potenciais, em função do que estimulam as vendas de outros artigos a preços
normais.(SANTOS, 1995, p. 121).
O problema do método, segundo Wernke (2001, p. 128), é que a empresa não tem
conhecimento, exceto num nível muito superficial, se a concorrência está ou não tendo lucro.
Assim, a pura e simples adoção de preço igual ou inferior ao da concorrência, sem o apoio de
pesquisas de marketing ou de uma estratégia específica, pode comprometer a lucratividade.
No próximo item será dada ênfase ao método baseado nas características do
mercado.
2.2.2 Método com base nas características do mercado
O presente tópico enfoca o método de formação de preço de venda com base nas
características do mercado, a respeito do qual Santos (1995, p. 122) afirma que
o método
baseado nas características do mercado exige conhecimento profundo do mercado por parte
da empresa.
Nessa metodologia, as empresas empregam a percepção que os consumidores
têm do valor do produto, e não os custos do vendedor. Preços são definidos para se ajustar aos
valores percebidos (BRUNI E FAMÁ, 2004, p. 323).
O conhecimento de mercado permite à empresa ajustar-se agilmente às condições do
mercado e praticar um preço que mais lhe convenha. Um produto direcionado para a
classe social de maior poder aquisitivo a um preço alto, com pequenas modificações,
13
poderia ser direcionado para a classe social de menor poder aquisitivo a um custo
mais baixo. (HOJI, 1999, p. 295).
Para Wernke (2001, p. 128)
o conhecimento do mercado permite ao
administrador decidir se venderá seu produto a preços maiores (atraindo classes
economicamente mais altas), ou a preços populares, visando atingir a população mais pobre .
Por esta forma de precificação, parte-se do preço de venda, deduz-se a margem
mínima que a empresa quer obter, bem como os custos financeiros de financiamento da
produção e os efeitos monetários sobre o capital de giro, e obtém-se o máximo que pode
custar internamente tal produto para a empresa (PADOVEZE, 1997, p. 296).
Nos itens a seguir são abordados os principais métodos de precificação existentes
baseados no custo das mercadorias.
2.2.3 Método com base no custo da mercadoria
Nesta seção são apresentados os principais métodos de precificação com base no
custo das mercadorias, assim como seus componentes e formas de aplicação.
Rocha e Christensen (1999, p. 111), Santos (2001, p. 203), Padoveze (1997, p.
295), Santos (1995, p. 120) e Wernke (2001, p. 127) defendem a idéia de que o método
baseado no custo da mercadoria é o mais utilizado pelas empresas, em que pese suas
limitações.
Conforme Wernke (2001, p. 127), o método baseado no custo da mercadoria é o
mais comum na prática empresarial e consiste em adicionar uma margem fixa a um custo
base, geralmente conhecida pela expressão mark-up.
Se a base for o custo total, a margem deve ser suficiente para cobrir os lucros
desejados pela empresa. Se a base for os custos e despesas variáveis, a margem adicionada
deve cobrir, além dos lucros, os custos fixos (SANTOS, 1995, p. 120).
14
Bernardi (1996, p. 250) menciona que de maneira simples, a formulação de
preços baseado nos custos é a mera resultante da aplicação de um índice (divisor ou
multiplicador) sobre os custos e despesas, conhecido como mark-up. Assim: PREÇO =
CUSTO X MARK-UP (multiplicador) ou PREÇO = CUSTO / MARK-UP (divisor)
Bruni e Famá (2004, p. 322) pugnam, afirmando que
diversas razões poderiam ser apresentadas como justificativas ao emprego de método
de definição de preços com base nos custos: simplicidade ajustando preços a
custos, não é necessário preocupar-se com ajustes em função da demanda, segurança
vendedores são mais seguros quanto a custos incorridos do que a aspectos relativos
à demanda e a mercado consumidor, justiça muitos acreditam que o preço acima
dos custos é mais justo tanto para consumidores, quanto para vendedores, que obtêm
um retorno justo por seus investimentos, sem tirar vantagens do mercado quando
ocorrem elevações da demanda.
Para Wernke (2001, p. 127), no mercado varejista
[...] essa abordagem não tem funcionado adequadamente, porque o cálculo do custo
agregado real de um produto ou serviço individual é um processo complexo, que
exige coleta e partilha de informações envolvendo diferentes setores de uma
organização. A maioria das empresas não sabe qual o custo total de um produto ou
serviço, ou quando sabe, não repassa tal informação ao executivo de marketing
responsável pela determinação de preços. Essa seria uma das principais razões pelas
quais os marketeiros dedicam tão pouca atenção à fixação de preços, embora
devam necessariamente conhecer esses custos, para poder determinar os preços
corretamente.
Nos itens a seguir são evidenciados os principais métodos utilizados para
formação de preço de venda com base no custo da mercadoria.
2.2.3.1 Com base no custo pleno (integral)
Neste tópico é descrito o método de formação do preço de venda com base no
custo pleno ou integral dos produtos. Para Cogan (2002, p. 128) esse método se baseia na
aplicação de todos os custos do produto acrescido da margem de lucro .
Para Santos (1995, p. 123) os preços estabelecidos com base nos custos plenos
são aqueles que equivalem ao custo total da produção, que são acrescidos de despesas de
venda, de administração e de uma margem de lucro desejada.
15
Segundo Bruni e Famá (2004, p. 324) os preços são estabelecidos com base nos
custos plenos ou integrais
custos totais de produção, acrescidos das despesas de vendas, de
administração e da margem de lucro desejada.
Crepaldi (1998, p. 222) assevera que os preços de venda são iguais ao custo total
da produção (determinado pelo custeio por absorção) mais um acréscimo porcentual para
cobrir as despesas operacionais e proporcionar uma margem desejada de lucro.
Conforme Rocha e Christensen (1999, p. 111), no caso de um fabricante, o preço
comumente é determinado da seguinte forma:
Preço do
produto
=
Custos diretos
do produto
Parcela dos
+ custos indiretos
+ Margem
Para Santos (apud Pereira, 2000, p. 57) este método apresenta algumas vantagens
e desvantagens que devem ser consideradas, conforme descrito abaixo:
Vantagens:
Assegura a recuperação total dos custos da empresa, pois todos os custos são
totalmente considerados para a formação do preço de venda, não havendo
possibilidade alguma da empresa sofrer prejuízo futuro que possa vir a
comprometer seu desempenho operacional;
Obtenção de uma margem de lucros planejada, tendo em vista a cobertura total
dos custos ocasionados pela precisa formação do preço de venda, não deixando
margem para que a empresa sofra prejuízos que possam vir a comprometer seu
desempenho operacional, estando a margem de lucro anteriormente planejada,
totalmente garantida;
Introduz no mercado um grau de estabilidade nos preços, ocorrendo justamente
em função do que já foi mencionado anteriormente, a respeito da cobertura total
dos custos, ou seja, os preços dos produtos oscilam pouco, ocorrendo um grau de
ajuste muito baixo, permanecendo mais estável e competitivo no mercado em que
a empresa atua.
Desvantagens:
Não considera a elasticidade da procura, ou seja, é pouco flexível e, não
acompanha as oscilações proporcionadas pelo mercado consumidor, o que é de
extrema importância para que a empresa se torne competitiva, pois a empresa que
analisa e trabalha visando somente seus custos dificilmente pode ser realista para
a maioria dos negócios, pois ficaria em desvantagem em relação as oscilações do
mercado, sendo que a principal medida a ser adotada pela empresa seria ajustarse às condições impostas, visando aumentar a qualidade dos produtos e serviços
ofertados e acirrar a briga por uma fatia maior no mercado em que atua;
Não leva em conta os preços dos concorrentes, ou seja, o responsável por esta
área realiza suas tarefas e funções tomando como base de dados apenas
informações internas da empresa, não importando-se com o que está ao seu redor,
onde ele presume que tudo que seja realizado por ele seja correto, ideal e
benéfico para sua empresa, mas, no entanto, na prática estas análises devem levar
16
em consideração ações e estratégias mercadológicas desenvolvidas por seus
concorrentes, pois, caso contrário acarretaria sérios problemas para a estrutura da
empresa, pondo em risco sua sobrevivência;
Não faz distinção entre os custos fixos e os variáveis, ou seja, a formação do
preço de venda baseado neste método tem por objetivo principal cobrir todos os
custos relacionados diretamente à empresa, não fazendo distinção entre custos
fixos, sendo estes necessários serem incorporados ao preço de venda, pois, a
empresa realiza desembolsos de tais valores, que precisam ser cobertos pelo
preço, independentemente de existir receita ou não. Ao contrário, os custos
variáveis são desembolsos ocasionados somente em virtude da existência de
receitas, ocasionada pela venda dos produtos. Esta não distinção entre os dois
tipos de custos, tornaria o custo final da empresa a ser embutido no preço final de
venda, muito mais elevado do que o custo real e conseqüentemente o preço de
venda seria maior do que o preço de mercado e, desta forma forçaria a empresa a
rejeitar pedidos que não cubram, pelo, menos, os custos totais do produto,
fazendo com que a empresa deixe de realizar vendas importantes, diminuindo sua
receita, em virtude deste aspecto;
Crepaldi (1998, p. 223) apresenta o exemplo a seguir para o entendimento do
método baseado no custo pleno, admitindo-se que em uma companhia as despesas
operacionais representam cerca de 40% dos custos e a administração deseja obter um lucro,
antes dos impostos, de 30% sobre o total de custos e despesas:
Custo unitário total
(+) Despesas operacionais (40% dos custos)
(=) Custos + Despesas operacionais
(+) Margem de lucro (30% de custos + despesas)
(=) Preço de venda
$
$
$
$
$
250
100
350
105
455
No item a seguir será dado ênfase a outro método de precificação baseado no
custo, só que aplicável ao custo de transformação dos produtos comercializados.
2.2.3.2 Com base no custo de transformação
Nesta seção são descritos aspectos relacionados à formação de preços de venda
baseado nos custos de transformação. A respeito desse método, Crepaldi (1998, p. 223)
comenta que os proponentes deste método argumentam que, como os produtos que têm
maior custo de transformação representam um esforço produtivo mais intenso da empresa, a
margem de lucro deve ser calculada sobre o custo de transformação e não sobre o custo
pleno.
17
Por sua vez, Padoveze (1997, p. 296) entende que
[...] dependendo do valor dos itens comprados de terceiros, algumas empresas não
requisitam, no preço de venda, absorção das despesas operacionais e margem de
lucro dos valores desses materiais ou serviços adquiridos de terceiros, levando como
base para formação de preços de venda apenas os valores gastos a título de
transformação do produto.
No exemplo da tabela 1, Bruni e Famá (2004, p. 330) representam a diferença
entre o cálculo do preço de venda com base nos custos plenos e nos custos de transformação,
considerando ser uma indústria de confecções:
Tabela 1 - Custo Pleno x Custo de Transformação
Blusa
Componente
Saia
Pleno
Transf.
Pleno
Transf.
Matérias-primas
15,00
15,00
5,00
5,00
Custo de transformação
20,00
20,00
30,00
30,00
Despesas de vendas e administração
5,00
5,00
6,00
6,00
Custo total de produção e venda
40,00
40,00
41,00
41,00
Lucro sobre o custo integral (20%)
8,00
Lucro sobre o custo de transf. (40%)
Preço de venda sugerido
8,20
8,00
48,00
48,00
12,00
49,20
53,00
Fonte: Adaptado de Bruni e Famá (2004, p. 330)
Conforme Santos (1995, p. 126)
os defensores do método do custo de
transformação sustentam que os lucros devem basear-se somente no valor acrescentado pelo
custo de elaboração, isto é, pelos custos de transformação, e que as matérias-primas
compradas não deveriam dar lucro.
No próximo item será descrito o método de formação de preços com base no
custo variável da mercadoria.
2.2.3.3 Com base no custo variável (marginal)
Este item aborda o método de precificação com base no custo variável da
mercadoria, assim como a diferença entre este método e o baseado no custo pleno.
18
Inicialmente cabe esclarecer que, segundo Assef (1997, p. 28), os custos variáveis
são aqueles que oscilam proporcionalmente às vendas realizadas ou ao nível de produção
industrial.
Em relação ao método em tela, Crepaldi (1998, p. 225) diz que neste método, a
margem de lucro é calculada sobre a soma dos custos com as despesas variáveis e não sobre a
soma do total de custos com o total das despesas, como ocorre no custo pleno.
Padoveze (1997, p. 295) pugna que
o valor básico de referência para formar o preço de venda neste critério são os
custos diretos ou variáveis, mais as despesas variáveis do produto que possam ser
identificadas. Após isso, a margem a ser aplicada deverá cobrir, além da
rentabilidade mínima almejada, também os custos e despesas fixas, que não foram
alocadas aos produtos.
Santos (1995, p. 128) considera que
Pelo prisma da formação de preços, a diferença entre o custo marginal e o custo
pleno está no conceito de recuperação dos custos. Com base no custeio pleno,
espera-se que os preços cubram o total de custos, inclusive os encargos fixos. Na
ótica do custeio marginal, qualquer contribuição aos custos é melhor do que
nenhuma. A formação dos preços é mais flexível através do custeio marginal, do que
do custeio pleno.
No item a seguir, o método de formação de preço é baseado no rendimento do
capital empregado.
2.2.3.4 Com base no rendimento sobre o capital investido
Neste tópico será dada ênfase ao método de formação de preços com base no
rendimento desejado sobre o capital investido.
Para Crepaldi (1998, p. 225) este método trata-se de uma variante do método
com base no custo pleno, no qual, em vez de se fixar uma margem de lucro sobre as vendas,
esta margem é determinada como percentagem do capital empregado pela empresa .
19
Na opinião de Cogan (2002, p. 132) nesse método a empresa está preocupada
que sua margem de lucratividade garanta um retorno sobre o capital investido.
Santos (1995, p. 129) conceitua que este método propicia meios de formar o
preço levando-se em consideração uma taxa predeterminada de lucro sobre o capital
investido.
Bruni e Famá (2004, p. 334) afirmam que o emprego deste método permite
estimar o preço, com base em taxa predeterminada de lucro sobre o capital investido e
apresentam a seguinte fórmula para obtenção do preço de venda:
P = (CT + R% x CI) / V
CI = capital investido
CT = custos totais
R% = lucro desejado sobre o capital investido
P = preço sugerido de vendas
V = volume de vendas
Em termos de fórmula aplicável, Santos (1995, p. 129) informa que a equação
que proporciona o efeito específico de variação de volume de vendas é:
Preço de venda = Custo total + % lucro desejado X Capital investido
Volume
Exemplo:
Preço de venda = $ 500,00 + 0,20 X $ 5.000,00
50.000
Preço de venda = $ 1.500,00
50.000
Preço de venda = $ 0,03
Bernardi (1996, p. 248) menciona uma fórmula e um exemplo de cálculo de
retorno do capital empregado, conforme representado abaixo:
Fórmula:
DESPESAS + (%RETORNO X CAPITALEMPREGADO)
CUSTO DOS BENS E SERVIÇOS
Exemplo:
Para o cálculo deste retorno ou índice a ser aplicado sobre o custo, necessita-se das
seguintes informações:
20
1. Custo e despesas totais planejadas para o período, excetuando-se o custo do
produto, o custo da mercadoria e o custo dos serviços.
2. Dimensionamento do capital médio empregado para o período analisado.
3. Estimativa do custo dos produtos, mercadorias e serviços totais para o período.
Tornando-se um período como exemplo:
Despesas
Capital empregado
Retorno esperado
Custo dos bens ou serviços
$286.000
$3.200.000
35%
$2.163.000
$ 286 + (3.200 X 35%) = 0,65 ou 65%
$ 2.163
Portanto, o retorno do capital esperado, com as vendas, deve ser 35% de $ 3.200.000
ou $ 1.120.000, o que representa 31,38 % sobre a venda, e para obtê-lo basta tomar o
custo e multiplicá-lo por 1,65.
Vendas
Custo dos bens ou serviços
Margem
Despesas
Lucro
$
$
$
$
$
3.569.000
2.163.000
1.406.000
286.000
1.120.000
($ 2.163.000 X 1,65)
(giro = 1,1153)
Este método apresenta, ainda, algumas vantagens e desvantagens, conforme
enumerado a seguir:
Vantagens:
Método avançado de controle e análise, ou seja, este método de formação do preço
de venda, levando em consideração o capital investido, o custo-padrão e a
capacidade estimada de produção da empresa, permite à administração tomar
decisões mais próximas da realidade e condizentes com a estrutura operacional da
empresa, pois este método controla e analisa todos os pontos fundamentais e
importantes ao pleno funcionamento e desenvolvimento da empresa, ou seja, realiza
o controle e análise do capital utilizado para concretizar o investimento realizado,
bem como controla e analisa com exatidão todos os custos pertencentes à empresa,
seja ele pertencente ao produto, considerados custos variáveis, seja ele pertencente à
estrutura operacional, considerados custos fixos, e ainda focaliza as condições
produtivas futuras da empresa, objetivando as tomadas de decisões estratégicas.
Desvantagens:
Mudança no preço de venda, não altera o investimento realizado, pois, acredita-se
que o valor do imobilizado realizado através de inventários, não é alterado
semelhante ao caixa e as contas a receber, mas sim conforme a variação ocorrida no
custo de produção dos produtos. (SARDINHA, apud PEREIRA, 2000 p. 52)
O próximo tópico defende a adoção de um método misto de formação do preço de
venda.
21
2.2.4 Método misto
Neste item é apresentada a idéia de utilizar um método misto para formação do
preço de venda dos produtos. Para Rocha e Christensen (1999, p. 115) a prática mais
saudável, quando se trata de apreçamento, é a combinação dos vários métodos.
Na mesma direção, Santos (1995, p. 122) advoga que o método misto para a
formação de preços deve observar a combinação dos seguintes fatores: Custos envolvidos;
Decisões de concorrência e Características do mercado.
Em relação ao mencionado no parágrafo precedente, Pereira (2000, p. 63) se
manifesta da seguinte forma:
Entende-se, que para formar o preço de venda, seria bastante tenebroso para a
administração de uma empresa estabelecer preços sem observar os fatores citados
anteriormente, pois, cedo ou tarde ela teria de arcar com as conseqüências de sérios
erros cometidos em função da não observância destes detalhes.
a. Custos Envolvidos
O administrador primeiramente deve conhecer, analisar e repassar aos preços todos
os custos que envolvem e fazem parte da operacionalização da empresa, pois, tais
custos são desembolsos que obrigatoriamente a empresa terá que realizar em função
de sua operacionalização e estrutura organizacional ao qual encontra-se.
b. Decisões dos Concorrentes
O administrador, além de analisar os custos pertencentes a esta operacionalização,
deve prestar atenção às ações e estratégias de mercado tomadas por seus
concorrentes, para que desta forma possa fazer frente e acompanhar tais investidas,
visando não perder mercado, tornando-se forte e competitivo no mercado em que
atua.
c. Características de Mercado
O administrador, além de conhecer os dois itens anteriores, deve também conhecer o
comportamento imposto pelo mercado consumidor e as oscilações provocadas pela
demanda, para posteriormente fixar o preço de venda, ou seja, ele deve conhecer as
necessidades do mercado consumidor, bem como o quanto o consumidor está
disposto a pagar pelo seu produto.
Defendendo a adoção de um método misto, Rocha e Christensen (1999, p. 115)
apresentam um exemplo de como as empresas japonesas combinam os vários enfoques para
determinar o preço de venda. Ou seja,
As empresas japonesas constituem-se em exemplo notável de como combinar os
vários enfoques na determinação de preços. Inicialmente os executivos japoneses
definem qual o preço-alvo pelo qual o produto será vendido. O objetivo é superar os
concorrentes, oferecendo um preço melhor ao consumidor. Esse preço-alvo é o
resultado de uma avaliação de resposta potencial do mercado e uma variação de
preços e do conhecimento dos preços concorrentes. Após definir o preço-alvo, a
empresa se prepara para oferecer o produto àquele preço. Se necessário, adotará
22
programas de redução de custos e melhoria do produto, de forma a aumentar o valor
para o cliente e poder superar os preços dos concorrentes no mercado de forma
permanente. Assim os preços e custos são vistos pela empresa japonesa como alvos
estratégicos para conquistar posição de mercado. Além disso, os custos não são
vistos como um dado do problema de fixação de preços, mas como uma variável a
ser manejada de forma integrada pela gerência.
O item a seguir enfoca os fatores que influenciam na determinação do preço de
venda.
2.3 Fatores de influência na determinação do preço de venda
Existem inúmeros fatores que influenciam na determinação do preço de venda.
Neste tópico serão relatados os principais, conforme encontrado na literatura técnica nacional.
Segundo Perez Jr. et al (2001, p. 265), vários fatores influenciam a formação de
preço de um produto ou serviço, sendo que o grau de influência de cada fator oscila ao longo
do tempo. Dentre estes, tais autores citam:
Concorrência: nos mercados onde há várias empresas oferecendo produtos
semelhantes, o preço tenderá a ser menor do que seria se não houvesse
competidores.
Clientes: ao estabelecer ou alterar o preço, as empresas se preocupam com as
reações de seus clientes. Os clientes podem diminuir o consumo, ou até mesmo
deixar de consumir o produto. Podem passar a fabricar o produto, ou adquirir um
produto substituto.
Gastos: para produzir um produto, as empresas incorrem em uma série de gastos. O
que o empresário espera é recuperar todos os gastos que efetuou e ainda obter algum
lucro.
Governo: pode ter uma influência muito forte na formação dos preços dos produtos
e serviços ou mesmo determinar o preço do produto. São muitas as formas de que
dispõe o governo para influir nos preços: subsídio, incentivos fiscais à produção, à
exportação, restrições ou estímulos à importação, criação ou ampliação de tributos
etc.
São inúmeras as variáveis que afetam os preços, dificultando a identificação e
quantificação da influência de cada uma dessas variáveis.
Bruni e Famá (2004, p. 351) listam os principais fatores que influenciam na
determinação do preço de venda como sendo:
capacidade e disponibilidade de pagar do consumidor;
qualidade/tecnologia do produto em relação às necessidades do mercado
consumidor;
existência de produtos substitutos a preços mais vantajosos;
demanda esperada do produto;
níveis de produção e/ou vendas em que se pretende ou que se pode operar;
23
mercado de atuação do produto;
controle de preços impostos por órgãos governamentais
custos e despesas de fabricar, administrar e comercializar o produto;
ganhos e perdas de gerir o produto.
Para Santos (2000, p. 190), os seguintes fatores interferem na formação de preços:
a quantidade do produto em relação às necessidades do mercado consumidor;
a existência de produtos substitutos a preços mais competitivos;
a demanda esperada do produto;
o mercado de atuação do produto;
os níveis de produção e de vendas que se pretende ou que se pode operar;
os custos de fabricar, administrar e comercializar o produto;
os níveis de produção e de vendas desejados etc.
Conforme Wernke (2001, p. 127), os principais fatores que interferem na
formação do preço de venda são:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
qualidade do produto diante das necessidades do mercado consumidor;
existência de produtos similares a menores preços;
demanda estimada de produto;
controle de preço por órgãos reguladores;
níveis de produção e de vendas que se pretende ou que se pode operar;
custos e despesas de fabricar, administrar e comercializar o produto;
níveis de produção e vendas desejadas etc.
Crepaldi (1998, p. 213) destaca alguns fatores como sendo os principais
influenciadores, sob o ponto de vista financeiro da empresa, na formação do preço de venda:
características do produto (aspectos de elasticidade, sazonalidade, moda, ciclo de
vida);
situação econômico-financeira da empresa (nível de estoque, grau de
endividamento etc.);
metas mercadológicas (crescimento, penetração, imagem);
situação macroeconômica (recessão, excesso de oferta, excesso de demanda etc.);
estrutura de custos da empresa.
O item seguinte trata dos custos de compra de mercadorias ou matérias-primas.
2.4 Custo de compra de mercadorias ou matérias-primas
Neste item se enfoca outro aspecto importante na determinação dos preços de
venda: o custo de compra e seus elementos.
24
Neste sentido, Crepaldi (1998, p. 212) registra que a estrutura de custos existentes
constitui um fator decisivo na formação do preço de venda de um produto, mercadoria ou
serviço. Normalmente, o custo tende a funcionar como parâmetro que estabelece o limite
inferior do preço de venda.
Para Schier (2004, p. 59) a fórmula para o calcular o custo de aquisição de
mercadorias para revenda é a seguinte: Custo bruto da mercadoria, menos ICMS, mais IPI,
mais frete, igual a custo líquido unitário da mercadoria.
Rodrigues e Varolo (apud Wernke, 2000, p. 29) aduzem que compõem os custos
dos materiais ou das mercadorias, os seguintes fatores:
(+) Custo da fatura (Nota Fiscal)
( ) Descontos dados na fatura (incondicionais)
(+) Despesas acessórias (fretes, seguros, outros)
(+) Impostos não recuperáveis fiscalmente (IPI no comércio)
( ) Impostos recuperáveis fiscalmente (IPI / ICMS na indústria e ICMS no
comércio)
(=) Custo de aquisição dos materiais/mercadorias.
Ainda sobre os componentes dos custos de compra dos materiais ou mercadorias,
Wernke (op. cit., p. 30) acrescenta que:
Todos os esforços despendidos para a aquisição das mercadorias, materiais ou
serviços até o momento de sua utilização participam do custo de compra.
Assim, compõem os custos de compra os seguintes fatores:
(+) Custo da fatura (valor constante na nota fiscal)
( ) Descontos dados na fatura (incondicionais, mencionados no corpo da nota
fiscal. Não são descontos recebidos por pagamentos no vencimento ou
antecipado da duplicata)
(+) Despesas acessórias (fretes, seguros, outros)
(+) Impostos não recuperáveis fiscalmente (IPI no comércio)
( ) Impostos recuperáveis fiscalmente (IPI e ICMS na indústria e ICMS no
comércio)
(=) Custo de aquisição das mercadorias, materiais ou serviços. (WERNKE,
2001, p. 128)
Para Santos (1995, p. 27), o custo da matéria-prima é composto da seguinte
forma:
(=) Preço total da NF de compra
( ) IPI a ser recuperado na NF
(+) Conhecimento de frete (ou frete destacado na NF, deduzindo de ICMS)
(+) Gastos com compras; recebimentos; controle de qualidade e armazenamento
(+) Gastos adicionais com importação, se for o caso.
25
O item seguinte aborda a importância de utilizar os valores do custo de compra a
valor presente.
2.4.1 Custos de compra a valor presente
Neste item se enfatiza o custo de compra de mercadorias a valor presente, a forma
de cálculo e respectiva importância.
Nesta direção, Assef (1997, p. 52) entende que os custos de mercadorias devem
ser considerados a valores de reposição trazidos a valor presente.
Para Kuhnen e Bauer (apud Wernke, 2000, p. 29), ao apurar o custo real de
aquisição devem ser considerados os componentes sob o prisma do Valor Presente ou Valor
Atual.
Para tanto, na determinação do valor presente, é necessário conhecer os prazos de
pagamento ou recebimentos (ou créditos) de todos os componentes mencionados, como o
custo de aquisição, e descontá-los para uma mesma data. (WERNKE, 2001, p. 146).
Corroborando tal procedimento, (Santos, 1995, p. 150) determina que
[...] a
melhor técnica, para fins de formação de preços, é aquela que permite o cálculo do valor
presente, a partir da conversão de valores futuros através de uma taxa média de desconto, que
possa traduzir a perda do poder de compra da moeda ou o custo financeiro praticado.
Além disso, convém ressaltar que
Numa economia de com altas taxas de custo financeiro, os prazos de recebimento e
pagamento assumem importância muito grande, por vezes até tomando lugar das
discussões de preços. Em vez de discutir preços, vendedores e compradores
concordam com os preços , mas discordam dos prazos. Isso porque já acertaram o
valor nominal, mas falta estabelecer o preço real.(PEREZ JR. et al, 2001, p. 274)
Crepaldi (1998, p. 232) apresenta fórmulas para cálculo de valores no tempo, ou
seja, para determinar o valor presente:
VF = VA x (1 + i)
26
Ou
VF
VA =
__________
(1 + i)
Em tais fórmulas, assuma-se que:
VF = valor futuro
VA = valor atual
i = taxa diária da variação do custo, ou taxa de juros de mercado
= número de dias entre o momento atual e o momento de tempo futuro, projetado em termos de custos.
Na tabela 2, Wernke (2001, p. 147) apresenta o cálculo do custo de aquisição de
uma mercadoria a valor presente, considerando-se a taxa de custo de oportunidade de 3% ao
mês e os prazos respectivos mencionados.
Tabela 2 Custo de aquisição a valor presente
Fatores de custos
(+) custo unitário da fatura
( ) Descontos na fatura
(+) Fretes/seguros/outros
( ) Impostos recuperáveis
(+) Impostos não recuperáveis
(+/ ) Outros
(=) Custo da mercadoria
Fonte: Wernke (2001, p. 147)
Custo de aquisição a valor presente
Valor nominal
300.000,00
(5.000,00)
10.000,00
(36.000,00)
22.000,00
291.000,00
Prazos
45 dd
45 dd
30 dd
25 dd
45 dd
-
Valor presente
286.989,11
(4.788,15)
9.708,74
(35.124,07)
21.045,87
277.831,50
O próximo item apresenta conceitos de Mark-up ou taxa de marcação.
2.5 Mark-up (Taxa de Marcação)
Para um maior entendimento do assunto, este item apresenta vários conceitos de
mark-up ou taxa de marcação, que para Hoji (1999, p. 294) é uma taxa predeterminada que
se adiciona sobre a base, com o objetivo de determinar o preço de venda.
No mesmo sentido, Santos (1995, p. 134) entende que o mark-up é um índice
aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para a formação do preço de venda.
Souza (2002, p. 286), por sua vez, menciona que
27
o mark-up é uma técnica de formação de preços adotada pelas empresas para a
definição do preço de venda, e consiste no acréscimo de um percentual sobre o custo
de aquisição das mercadorias para revenda. O percentual a ser acrescido sobre o
custo deve ser suficiente para cobrir todos os demais custos despesas da empresa,
tanto fixo quanto variável, e também será acrescida à margem de lucro requerida
pela empresa.
Conforme Bernardi (1996, p. 250), o mark-up pode então ser definido como um
índice ou percentual que irá adicionar-se aos custos e despesas, o que não significa que deva
ser aplicado linearmente a todos os bens e serviços.
Quando o mark-up é aplicado em indústria, os cálculos são feitos com base no
custo de produção. Quando é aplicado em comércio, os cálculos são feitos com base no custo
da mercadoria. Pela sua simplicidade, é um método amplamente utilizado no comércio de
pequeno e médio porte (HOJI, 1999, p. 294).
O próximo item aborda fórmulas e exemplos de como calcular o mark-up de um
produto.
2.5.1 Fórmulas do Mark-up
Para definir o mark-up a ser aplicado sobre o custo de compra ou o custo total são
utilizadas fórmulas, conforme as mencionadas a seguir.
Conforme Wernke (2001, p.130), quanto à elaboração existem duas formas de
utilização do mark-up: divisor ou multiplicador. Independente de qual modo é utilizado, o
valor do preço de venda será igual.
Bruni e Famá (2004, p. 341) apresentam como fórmula para cálculo do mark-up a
seguinte equação:
Preço
I = impostos em percentuais
L = lucro em percentual
P = preço de venda
G = gastos (custos e despesas)
Gastos
1
P=
1 ( I + L)
Mark-up
xG
28
Bernardi (1996, p. 252) apresenta um exemplo de como obter o mark-up divisor e
multiplicador:
Suponha-se a seguinte estrutura de despesas como porcentagem das vendas
PREÇO DE VENDA
ICMS da venda
PIS/Cofins
Comissões
Despesas administrativas
Lucro antes dos impostos
Total
Mark-up divisor =
100,00%
18,00%(variável da venda)
2,65%(variável da venda)
2,50%(variável da venda)
8,00%(variável da venda)
20,00%(variável da venda)
51,15%
100% 51,15
= 0,04885
100
Mark-up multiplicador =
1
= 2,0470829
0,04885
No caso do mark-up multiplicador, o valor 2,0470829 é que deve ser multiplicado
pelo custo base para determinar o preço de venda do produto ou mercadoria. Enquanto isso, o
valor de 0,04885 deve ser utilizado como mark-up divisor, ou seja, divide-se o custo base pelo
mark-up divisor e obtém-se o preço de venda para cobrir os percentuais considerados no
cálculo e o custo do produto.
O próximo tópico tem como objetivo apresentar os itens que podem compor o
mark-up.
2.5.2 Componentes do mark-up
Conforme Padoveze (1997, p. 297), todos os componentes do mark-up são
determinados através de relações percentuais médias sobre preços de vendas e em seguida
aplicados sobre o custo dos produtos. Tal autor menciona ainda que podem ser elementos
constantes do mark-up os seguintes fatores:
29
Mark-up I Despesas e margem de lucro
a)despesas administrativas;
b)despesas comerciais;
c)outras despesas operacionais (assistência técnica, engenharia);
d)custo financeiro de produção e vendas;
e)margem de lucro desejada.
Mark-up II
f)ICMS;
g)PIS;
h)COFINS.
Impostos sobre venda
Nota: Normalmente o IPI não é computado dentro do Mark-up porque, em nosso
país, a legislação fiscal atual exige que o preço de venda já contenha dentro de si o
ICMS, mas trata o IPI como se fosse um imposto que não faz parte do preço de
venda, sendo exclusivamente de competência do contribuinte final; nele cessa o
processo de industrialização de produto.
Demori (apud Pereira 2000, p. 48) relata ainda que o princípio do mark-up tem
por finalidade principal cobrir os seguintes elementos:
Impostos sobre vendas;
Taxas variáveis sobre vendas;
Despesas administrativas fixas;
Despesas de vendas fixas;
Custos indiretos de produção fixos; e
Lucro.
Para Bernardi (1996, p. 256), o mark-up é composto basicamente dos seguintes
elementos:
Impostos incidentes na venda;
Despesas variáveis da venda;
Despesas fixas;
Lucro Desejado.
O tópico a seguir discute o mark-up a valor presente.
2.5.3 Mark-up a valor presente
Neste item é apresentado o mark-up a valor presente, ressaltando-se sua
importância e formas de cálculo.
30
Conforme a obra do CRC-SP (apud Wernke e Lembeck, 2002, p. 56) consta que
para apurar corretamente o preço de venda à vista, é necessário que os itens constitutivos do
mark-up também estejam a valor presente.
Isso ocorre porque os prazos dos diversos fatores considerados no cálculos podem
ser totalmente diferentes, ocasionando uma disparidade na lucratividade final desejada. Ou
seja, conforme Hoji (1999, p. 295), os recebimentos e pagamentos são diferentes nos prazos
e valores, o que provoca distorções sobre o lucro esperado.
Por isso, segundo Crepaldi (1998, p. 233), aquelas empresas que não souberem
administrar o valor do seu dinheiro no tempo terão dificuldades em sobreviver em um cenário
em que o administrador se oriente em função de resultados nominais, quando efetivamente
poderá estar operando até abaixo dos seus custos reais .
Hoji (1999, p. 296) apresenta um exemplo de distorções provocadas pelo valor do
dinheiro no tempo, considerando uma taxa 5% a.m., que foi reproduzido na tabela 3.
Tabela 3 Exemplo da distorção pelo não uso do Valor Presente
Receita bruta
( ) IPI + Cofins (22,65%)
(=) Base de cálculo do ICMS
( ) ICMS (18%)
(=) Receita líquida
( ) Custos variáveis
( ) Despesas variáveis
(=) Margem de contribuição total
( ) Custos e despesas fixos
(=) Lucro (prejuízo)
Fonte: Adaptado de Hoji (1999, p. 296)
Prazos
(dias)
-40
-18
-10
76
-6
32
Valores
correntes
$ 154.852
28.597
126.255
22.726
103.529
43.000
9.000
51.529
36.000
$ 15.529
Valor
presente
$ 145.009
27.772
117.237
22.359
94.878
48.657
8.913
37.308
37.923
$ (615)
O referido autor comenta, ainda, que, considerando-se que todos os valores estão
expressos em moedas de datas de recebimentos ou pagamentos, devem ser calculados para
uma data focal (data da venda). No exemplo apresentado, considerou-se que a receita bruta
será recebida 40 dias após as vendas; o IPI e a Cofins serão pagos 18 dias após as vendas e
que o ICMS será recolhido 10 dias após as vendas.
31
Esses valores foram descontados para a data focal. Os custos variáveis e CDFs são
pagos antes das vendas, e foram atualizados para a data focal. Os custos, geralmente, são
pagos muito tempo antes das vendas e ficam estocados .
O lucro contábil previsto de $ 15.529, na realidade, gerará um prejuízo de $ 615,
se for considerado o custo do capital, conforme os cálculos demonstrados na tabela anterior.
Assim, o lucro aparente pode transformar-se em prejuízo se a formação do preço de venda
não levar em conta o efeito do dinheiro no tempo. Portanto, os cálculos para a determinação
do preço devem ser feitos em valor presente.
Para Bruni e Famá (2004, p. 326) qualquer análise de custos e preços que
envolvam comparações entre desembolsos e recebimentos em datas diferentes sempre deve
ser efetuada considerando o custo de oportunidade dos recursos no tempo. As comparações e
cálculos devem ser feitos a valores presentes.
Bernardi (1996, p. 295) mostra um exemplo de cálculo de mark-up para valor
presente, reproduzido a seguir, utilizando como base uma taxa de juros 23% a.m.:
Mercadoria Prazo 30 dias
$ 16.500 = $ 16.500 = $ 13.414,63
(1 + i)¹
1,23
ICMS da compra 23 dias
$ 2.700 = $ 2.700 = $ 2.303,75
(³ 1,23)²³
1,1720
ICMS da venda 18 dias
18% = 18% = 15,90%
(³ 1,23)¹
1,13225
PIS/Cofins 18 dias
2,65% =
2,65% = 2,34%
(³ 1,23)¹
1,13225
Comissões 15 dias
2,0% =
2,0% = 1,80%
(³ 1,23)¹
1,1091
Despesas Administrativas 28 dias
10% =
10% = 8,24%
(³ 1,23)²
1,2131
32
Lucro = 25%
Cálculo do preço a vista
Custo total
( )
Custo
$ 13.414,63
$ 2.303,75
$ 11.110,88
ICMS
Mark-up
Valores Presentes
15,90%
2,34%
1,80%
8,24%
25,00%
53,28%
ICMS
PIS/Cofins
Comissões
Despesas Administrativas
Lucro
100-53,28 = 0,4672
100
1 = 2,14041
0,4672
Preço de venda a vista = $ 11.110,88 2,140411 = $ 23.781,85
RESULTADO
Vendas
Custo
ICMS
PIS/Cofins
Comissões
Despesas administrativas
Lucro
$
$
$
$
$
$
$
23.781,85
13.800,00
4.280,73
630,22
475,64
2.378,18
6.174,79
Ganhos Financeiros
Mercadoria (Custo)
ICMS
PIS/Cofins
Comissões
Desp. Administrativas
Lucro
$
$
$
$
$
$
2.689,12
499,41
73,72
47,56
418,56
5.945,45
Custo/Futuro
18%
2,65%
2,0%
10%
9,3% (o objetivo era 25%)
($ 13.800,00 - $ 11.110,88)
[(18% 15,9%)/100] $ 23.781,85
[(2,65% 2,34%)/100] $ 23.781,85
[(2,0% 1,80%)/100] $ 23.781,85
[(10% 8,24%)/100] $ 23.781,85
25% s/ vendas
Os métodos de formação de preços abordados até aqui trataram de preço para
recebimento à vista. Entretanto, na maioria das empresas, grande parte das vendas realizadas é
a prazo.
Assim, no próximo capítulo, é dado enfoque aos métodos de cálculo de preços
referentes às vendas realizadas a prazo e os principais métodos para incluir o acréscimo
financeiro.
33
CAPÍTULO III
PREÇO DE VENDA A PRAZO
3 Considerações iniciais
Neste capítulo são apresentados métodos de cálculo do preço de venda a prazo,
enfocando-se também as principais formas de inclusão do acréscimo financeiro no preço de
venda.
3.1 Métodos para cálculo do preço de venda a prazo
Bernardi (1996, p. 305) comenta que uma vez calculado o preço de venda à
vista, a empresa, ao conceder prazos adicionais de pagamento excedentes ao período do ciclo
econômico, deverá, aí sim, incluir o custo financeiro referente ao prazo concedido.
Na formação de preços de venda a prazo, conforme Santos (1995, p. 137), a
preocupação será com a taxa média de juros agregada ao preço praticado à vista. Esta taxa
média deverá refletir não só o custo do capital emprestado, mas também os custos decorrentes
de riscos e de processamento das operações de crédito.
Considerando os aspectos referidos, as próximas seções abordam os três
principais métodos utilizados para inclusão do acréscimo financeiro.
34
3.1.1 Acréscimo financeiro por fora do preço à vista
Para Santos (1995, p. 147), [...] a melhor técnica para embutir os juros médios
financeiros nos preços para a venda a prazo é através da sistemática do cálculo por fora da
matemática financeira .
Por seu turno, Bernardi (1996, p. 319) entende que do ponto de vista do cliente e
considerando a taxa de juros no mercado, deduzindo-se então [...] que o método por fora é o
mais adequado e correto pela lógica financeira, uma vez que se financia o custo da
mercadoria, que é calculado apenas à vista, os demais componentes estão ajustados ao
financiamento .
No intuito de ilustrar a aplicação deste método, Wernke e Lembeck (2002, p. 58)
apresentam exemplo de cálculo do acréscimo financeiro
por fora
do preço à vista,
reproduzido a seguir. Para tanto, considere-se que a empresa espera um lucro financeiro de R$
3.257,30, ou seja, 30% sobre o preço de venda à vista, que é de R$ 10.857,69. Assim,
Com base no preço de venda à vista de R$ 10.857,69 e taxa de 5% ao mês, o valor
para o preço a prazo é calculado pela equação:
2
VF = 10.857,69 x (1,05)
VF = 11.970,60
Ao decompor o valor calculado e convertendo tais parcelas ao valor presente de seus
respectivos prazos, por este método verifica-se uma perda financeira, conforme
demonstrado na tabela abaixo:
Itens
Valor
Futuro
11.970,60
(1.436,47)
(359,12)
(1.197,06)
Prazos
(dias)
60
25
20
30
Preço de venda a prazo
(-) ICMS (12%)
(-) PIS/COFINS (3%)
(-) Comissões (10%)
(=)SUBTOTAL
(-) Custo total
(-) Lucro desejado
(=) Resultado financeiro
Fonte: Adaptado de Wernke e Lembeck (2002, p. 58)
Valor
Presente
10.857,69
(1.379,24)
(347,63)
(1.140,06)
7.990,76
(5.000,00)
(3.257,30)
(266,54) (perda)
Na mesma direção, Bernardi (1996, p.312) apresenta um exemplo de como
calcular o preço de venda a prazo, considerando o método que acrescenta o custo financeiro
35
por fora . Tal exemplo é mencionado a seguir, tomando como base os parâmetros
consignados na tabela 5.
Tabela 5 Parâmetros para o Cálculo do Preço de Venda a Prazo
Preço à vista a valor presente
Valor presente do custo
Taxa de juros
RESULTADO
Vendas
Custo
ICMS
PIS/Cofins
Comissões
Despesas Administrativas
Lucro
Ganhos
Custo da Mercadoria
ICMS
PIS / Cofins
Comissões
Despesas Administrativas
Perda
Custo da Mercadoria
Lucro
$ 24.112,34
$ 11.110,88
23% a.m.
$ 24.112,34
$ 13.800,00
$ 4.340,22
$
638,98
$
482,25
$ 2.411,23
$ 2.439,66
$
$
$
$
$
($
$
2.689,12
506,36
74,75
48,22
424,38
154,40) Juros de dois dias sobre o custo
6.028,09
Mark-up
ICMS
PIS/Cofins
Comissões
Preço
a vista a valor presente
Despesas
Administrativas
Valor presente
do custo
Lucro
Taxa de juros
Original
18,00%
2,65%
2,00%
$ 24.112,34
10,00%
$ 11.110,88
25,00%
23%
a.m.
57,65%
Valor Presente
15,90%
2,34%
1,80%
8,24%
25,00%
53,28%
RESULTADO
Fonte: Adaptado de Bernardi (1996, p. 312)
Considerando os dados citados na tabela anterior, o cálculo do acréscimo
financeiro por fora , segundo Bernardi (1996, p.316) deve ser efetuado conforme consta a
seguir:
Preço de venda à vista = $ 24.112,34
Prazo de 30 dias, juros de 23% a.m.
Preço a prazo = $ 24.112,34 X [1 + (23%/ 100)] = $ 29.658,18
36
RESULTADO
Vendas
Custo
ICMS
PIS/Cofins
Comissões
Despesas administrativas
Lucro
$
$
$
$
$
$
$
29.658,18
13.800,00
5.338,47
785,94
593,16
2.965,82
6.174,79
Ganhos
Material
ICMS
PIS/Cofins
Comissões
Despesas Administrativas
$
$
$
$
$
2.689,12
622,82
91,94
59,32
521,98
Perdas
Mercadoria
Custo Financeiro
Lucro
$
$
$
154,48
2.590,94
7.414,55
Custo baseado em $ 11.110,68
23% de 11.110 + 155
O próximo item tem como objetivo evidenciar o critério de acréscimo financeiro
por dentro do mark-up.
3.1.2 Acréscimo financeiro por dentro do mark-up
Uma outra modalidade utilizada para acrescentar o custo financeiro ao preço de
venda é por dentro do mark-up.
Nesta forma de precificação o juro a ser cobrado do cliente pelo financiamento da
venda é inserido no cálculo do mark-up, por dentro deste, como se fosse um dos percentuais
das despesas variáveis de venda (como os tributos, comissões, etc.).
No intuito de exemplificar o procedimento para inclusão do acréscimo do
financeiro por dentro do mark-up reproduz-se a seguir texto da obra de Wernke e Lembeck
(2002, p. 58) que facilita a compreensão.
Para exemplificar tal situação, considere-se os percentuais de ICMS (12%),
Comissões (10%), PIS/COFINS (3%) e Lucro desejado (30%), adicionando o
acréscimo financeiro de 5% ao mês para 60 dias (o que corresponde a 10,25% em
termos de juros compostos).
Nesta alternativa o mark-up passa a ser de 2,877697842 obtido através da equação
[100 / ( 100 12 10 3 30 10,25 )].
37
Considerando o custo total de R$ 5.000,00 o preço de venda a prazo será R$
14.388,48 (R$ 5.000,00 x 2,87769...).
Para verificar a conveniência deste novo preço cabe efetuar a decomposição dos
respectivos valores e testá-los por intermédio do cálculo do valor presente em função
de seus prazos específicos.
Itens
Preço de venda a prazo
(-) ICMS (12%)
(-) PIS/COFINS (3%)
(-) Comissões (10%)
(=)SUBTOTAL
(-) Custo total
(-) Lucro desejado
(=) Resultado financeiro
Valor
Futuro
14.388,48
(1.726,62)
(431,65)
(1.438,85)
Prazos
(dias)
60
25
20
30
Valor
Presente
13.050,78
(1.657,83)
(417,84)
(1.370,33)
9.604,78
(5.000,00)
(3.257,30)
1.347,48 (ganho)
Resta evidente que nesta forma de cálculo a empresa está penalizando o cliente, pois
obtém um ganho financeiro substancial (R$ 1.347,48).
Com a mesma ênfase, Bernardi (1996, p. 312) apresenta um modelo de acréscimo
financeiro por dentro do mark-up, que consideram os mesmos dados da tabela citada na seção
anterior.
Assim, segundo tal autor, o cálculo deve considerar:
Custo = $ 24.112,34
Mark-up = 4,21585 (valor presente)
Preço a prazo = $ 46.841,82
RESULTADO
Vendas
$
46.841,82
Custo
$
13.800,00
ICMS
$
8.431,53
PIS/Cofins
$
1.241,31
Comissões
$
936,84
Despesas administrativas $
4.684,18
Lucro
$
17.747,96
Ganhos
Material
ICMS
PIS/Cofins
Comissões
Despesas Administrativas
Perdas
Custo Financeiro
Lucro
$
$
$
$
$
2.689,12
983,68
145,21
93,68
824,42
($
$
10.773,62)
11.710,45
(23% da venda)
25% da venda
Como atestam os dois exemplos citados, nesta forma de acréscimo do custo
financeiro, o cliente é penalizado e a empresa obtém um lucro maior que o inicialmente
previsto.
38
No item a seguir será apresentado o critério mais adequado para inclusão do
acréscimo financeiro, sob o ponto de vista gerencial.
3.1.3 Acréscimo financeiro a valor presente
Neste item será abordado o critério para inclusão do acréscimo financeiro a valor
presente, que para Wernke (2000, p. 59) é a metodologia mais adequada de inserção do custo
financeiro.
Ilustrando tal conceito, Wernke (2000, p. 59) evidencia um exemplo de como
calcular o acréscimo financeiro a valor presente, conforme exposto a seguir.
Por este método o acréscimo para venda a prazo é estabelecido através da fórmula:
LD (R$) + CT (R$)
Preço de venda a prazo = -----------------------------------------------n
(1 + i)
- %PVvp
Onde:
LD (R$) = lucro desejado em R$ (a valor presente)
CT (R$) = custo total em R$ (a valor presente)
i = taxa de juros diária
n = prazo de financiamento das vendas (em dias)
%PVvp = percentuais incidentes sobre o preço de venda a valor presente.
Assuma-se os seguintes dados, a título de exemplo:
Itens
Alíquotas (%)
Prazos Pagamento
Valor Nominal
(em dias)
ICMS
12,00
25
PIS/COFINS
3,00
20
COMISSÕES
10,00
30
LUCRO DESEJADO
30,00
(já a valor presente)
Total
55,00
Mark-up multiplicador 2,2222
Alíquotas (%)
Valor Presente
11,5218840
2,9039896
9,5238095
30,0000000
53,9496831
2,1715377
39
Fatores
Preço de venda à vista
( - )ICMS
( - )PIS/COFINS
( - )Comissões
( - )Lucro Desejado
(=)Custo total
Alíquotas
100%
11,52188%
2,90399%
9,52381%
30,00%
Valores em R$
10.857,69
(1.251,01)
(315,31)
(1.034,07)
(3.257,30)
5.000,00
Assim, aplicando a fórmula mencionada e os dados acima registrados, encontra-se
o preço de venda a prazo da seguinte forma:
3.257,30 + 5.000,00
8.257,30
PV a prazo = -------------------------------------------- = ------------------- = 12.369,89
-60
(1 + 0,001627662) - 0,2394968
0,667532648
Ou seja, o preço de venda a prazo deve ser de R$ 12.369,89 para considerar o
acréscimo financeiro desejado de forma correta.
Para comprovar a exatidão do cálculo faz-se a decomposição do valor conforme
expresso a seguir:
Itens
Valor R$
Nominal
12.369,89
(1.484,39)
(371,10)
(1.236,99)
Valor R$
Presente
Preço de venda a prazo
11.219,8549
(-) ICMS (12%)
(1.425,2474)
(-) PIS/COFINS (3%)
(359,2235)
(-) Comissões (10%)
(1.178,0857)
(=) SUBTOTAL
8.257,30
(-) Custo total
(5.000,00)
(-) Lucro desejado
(3.257,30)
(=) Resultado financeiro
x-x
Desta forma, a empresa não está sendo penalizada (como acontece quando utiliza o
Dias
60
25
20
30
método do acréscimo por fora ) e nem alcança ganhos financeiros em detrimento ao cliente
(quando adiciona o custo financeiro por dentro do mark-up).
Para facultar uma melhor compreensão, na próxima seção é apresentada uma
aplicação prática a respeito dos três métodos enfatizados.
40
3.2 Aplicação prática dos três métodos enfocados
No exemplo fictício a seguir, elaborado pelo autor desta pesquisa, são
evidenciadas as diferenças entre os cálculos dos três métodos de acréscimo financeiro,
considerando-se a aplicação destes sobre um mesmo produto.
Presume-se que a empresa SVP Ltda. trabalha na fabricação do produto TV e está
efetuando a venda de um de seus produtos. Para tanto, tem como parâmetros para o cálculo do
preço do produto os seguintes dados:
a) Custo total (CT) = R$ 1.000,00;
b) Taxa de juros (TJ) = 5 % a.m. (0,001628 ao dia)
c) Prazo = 2 meses (60 dias)
d) Lucro desejado (LD) = (% de lucro) Preço de venda à vista
e) Lucro desejado (LD) = R$ 550,44
Além disso, devem ser considerados no cálculo os seguintes fatores:
Tabela 6 Formação do mark-up a valor presente
Componentes
ICMS
PIS/Cofins
Desp. Administrativas
Comissões
Lucro
Total
Fonte: elaborado pelo autor.
Valor Nominal (%)
17,00%
3,65%
15,00%
10,00%
20,00%
64,65%
Prazo (dias)
25
20
30
30
--
Valor presente (%)
16,32267%
3,53319%
14,28571%
9,52381%
20,00000%
63,66538%
Com fundamento na base de dados citada, passa-se a exemplificar o cálculo do
acréscimo financeiro pelos três métodos mais comuns, iniciando-se pelo procedimento que
considera o acréscimo por dentro do mark-up (conforme consta da próxima seção).
41
3.2.1 Cálculo do acréscimo financeiro por dentro do mark-up
Por esta forma de cálculo, inicialmente deve ser inserida a taxa de juros desejada
no mark-up, como exposto a seguir:
Mark-up c/ juros = Mark-up + Taxa de Juros
Mark-up c/ juros = 63,66538% + 10,25% = 73,91538%.
Em seguida, basta aplicar o mark-up determinado (com juros) ao custo do produto,
obtendo-se o preço de venda a prazo nesta modalidade. Ou seja:
Preço de venda a prazo =
CT
(1
Preço de venda a prazo =
Mark-up c/ juros)
R$ 1.000,00
(1
= R$ 3.833,68
73,91538%)
Com o objetivo de verificar a exatidão do cálculo, pode ser feita a decomposição
do valor calculado, conforme demonstrado na tabela a seguir.
Tabela 7 Decomposição do preço de venda a prazo com acréscimo por dentro do mark-up
Componentes
Preço de venda a prazo
( ) ICMS (17%)
( ) PIS/Cofins (3,65%)
( ) Desp. Administrativas (15%)
( ) Comissões (10%)
(=) Subtotal
( ) Custo Total
( ) Lucro Desejado
(=) Resultado Financeiro
Fonte: elaborado pelo autor.
Valor Nominal (R$)
3.833,68
651,73
139,93
575,05
383,37
Prazo
(dias)
60
25
20
30
30
Valor presente (%)
3.477,26
625,76
135,45
647,67
365,11
1.803,27
1.000,00
550,44
252,83
Com isso, evidenciou-se que esta forma de cálculo prejudica o cliente e beneficia a
empresa, uma vez que a vendedora obtém um resultado financeiro (R$ 252,83) além do lucro
almejado na negociação.
42
O próximo tópico discorre acerca da modalidade de acréscimo por fora do preço à
vista.
3.2.2 Cálculo do acréscimo financeiro por fora do preço à vista
Por esta forma de cálculo, o custo financeiro é agregado ao preço de venda através
de uma fórmula oriunda da matemática financeira, como enfatizado anteriormente.
Assim, de início, deve ser apurado o preço de venda à vista, aplicando ao custo do
produto o mark-up a valor presente sem considerar a taxa de juros da venda a prazo (como
mencionado na seção anterior).
Ou seja,
Preço de venda à vista a valor presente =
(1
Preço de venda à vista a valor presente =
CT
Mark-up a valor presente)
R$ 1.000,00 = R$ 2.752,20
(1 63,66538%)
Na seqüência, sobre o preço de venda à vista, é aplicada a taxa de juros a
considerar no financiamento da venda, que no exemplo é de 5% ao mês e equivalente a
10,25% no período de 2 meses (prazo concedido ao cliente) em termos de juros compostos.
Com isso, o preço de venda a prazo é calculado da seguinte forma:
Preço de venda a prazo = Preço de venda à vista (1+Taxa de juros no período)
Preço de venda a prazo = R$ 2.752,20 (1+10,25) = R$ 3.034,30
Semelhante a seção anterior, cabe que seja averiguada a exatidão do cálculo do
valor do preço de venda a prazo calculado pelo procedimento ora relatado, conforme se faz na
tabela a seguir.
43
Tabela 8 Decomposição do preço de venda a prazo com acréscimo por fora do preço à vista
Componentes
Valor Nominal
(R$)
3.034,30
515,83
110,75
455,14
303,43
Preço de venda a prazo
( ) ICMS (17%)
( ) PIS/Cofins (3,65%)
( ) Desp. Administrativas (15%)
( ) Comissões (10%)
(=) Subtotal
( ) Custo Total
( ) Lucro Desejado
(=) Resultado Financeiro
Fonte: elaborado pelo autor.
Prazo
(dias)
60
25
20
30
30
Valor presente (%)
2.752,20
495,28
107,21
433,47
288,98
1.427,26
1.000,00
550,44
(123,18)
A tabela acima registra que esta forma de cálculo impõe um ônus financeiro à
empresa vendedora e beneficia o cliente, pois o fornecedor do produto não obtém o lucro
desejado e arca com um resultado R$ 123,18 menor que o esperado.
Na próxima seção é exposta a forma mais adequada de acrescentar o custo
financeiro ao preço de venda.
3.2.3 Cálculo do acréscimo financeiro a valor presente
Conforme enfatizado anteriormente, quando a empresa insere o custo financeiro
para financiar suas vendas através da metodologia do valor presente, o resultado obtido pode
ser considerado o mais confiável ou adequado.
Assim, a melhor forma de embutir o acréscimo financeiro no preço de venda é a
que considera a seguinte fórmula:
Preço de venda a prazo =
CT + LD
(1+i)
%PVvp
Onde:
CT = Custo total em R$ (a valor presente)
LD = Lucro desejado em R$ (a valor presente)
i = taxa de juros diária
= prazo de financiamento das vendas (em dias)
%PVvp = percentuais incidentes sobre o preço de venda a valor presente
44
Para exemplificar tal aplicação, assuma-se a base de dados anteriormente
mencionada. Com isso, utilizando a fórmula citada obtém o preço a prazo conforme exposto a
seguir:
Preço de venda a prazo =
R$ 1.000,00 + 550,44
(1+0,001628)
= R$ 3.296,17
63,66538%
Atestando a exatidão do cálculo, a tabela abaixo mostra que ao decompor o preço
encontrado a empresa não penaliza o cliente e nem é prejudicada, obtendo apenas o
ressarcimento pelo financiamento da venda com base na taxa de juros aplicada.
Tabela 9 Decomposição do preço de venda a prazo com acréscimo a valor presente
Componentes
Preço de venda a prazo
( ) ICMS (17%)
( ) PIS/Cofins (3,65%)
( ) Desp. Administrativas (15%)
( ) Comissões (10%)
(=) Subtotal
( ) Custo Total
( ) Lucro Desejado
(=) Resultado Financeiro
Fonte: elaborado pelo autor.
Valor Nominal
(R$)
3.296,17
560,35
120,31
494,43
329,52
Prazo
(dias)
60
25
20
30
30
Valor presente (%)
2.989,73
538,02
116,46
470,88
313,92
1.550,44
1.000,00
550,44
---,--
O próximo capítulo enfoca as conclusões oriundas da pesquisa e são apresentadas
sugestões para trabalhos futuros.
45
CAPÍTULO IV
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA
TRABALHOS FUTUROS
O presente trabalho teve como objetivos apresentar os principais aspectos
relacionados à determinação dos preços de venda a prazo de um produto. Dessa maneira,
iniciou-se a pesquisa conceituando o preço de venda de um produto e apresentando a
importância, objetivos e vantagens de obter-se um preço correto.
Seguindo com a apresentação da pesquisa, buscou-se abordar de forma clara e
objetiva os métodos existentes para a formação do preço de venda. Com isso, pode-se
verificar que existem inúmeras maneiras de efetuar-se o cálculo do preço de venda de um
produto, mas que dependendo dos objetivos, segmento ou visão da empresa, algumas podem
ser inadequadas. Mas, apesar de todas as diferenças entre os métodos trazidos a lume,
verificou-se que todos têm como objetivo a curto ou longo prazo a otimização do lucro da
organização. Sendo assim, cada empresa deve encontrar o método mais adequado a sua
realidade e tentar aplicá-lo.
Convém ressaltar que, além das variáveis internas da empresa, foram
apresentados outros fatores que podem influenciar na determinação do preço de um produto,
ou seja, apesar da maioria das empresas optar por determinar os preços com base nos seus
próprios dados internos, existem vários fatores externos que podem influenciar de forma
significativa no mercado e nos preços de uma empresa.
Outro aspecto importante apresentado neste trabalho foi em relação a considerar
tanto os custos de compra, quanto os índices componentes do mark-up a valor presente, pois
as variações que podem ocorrer no caso da não utilização deste critério podem acarretar em
46
prejuízos para a empresa, principalmente em economias em que existe uma taxa de juros
elevada.
Com relação ao acréscimo financeiro em relação ao prazo do produto, pode-se
verificar que a forma mais adequada para efetuar esse cálculo é através do acréscimo
financeiro a valor presente, tomando-se como base os mark-up s e custos a valor presente.
Desta forma o preço de venda a prazo alcançado será o mais justo possível, não onerando de
forma excessiva nenhuma das partes envolvidas. Portanto, a empresa não terá perdas e nem
ganhos, além da atualização monetária do capital, e o cliente não será beneficiado ou
prejudicado.
Em razão do estudo efetuado, sugere-se para trabalhos futuros os seguintes temas:
a) que seja efetuada a averiguação do impacto na rentabilidade dos preços de venda dos
prazos de recebimento, pagamento e estocagem;
b) que se tente aferir o impacto da carga tributária em diversos produtos, expressando o
peso dos tributos de forma comparativa, possibilitando aos consumidores terem
conhecimento a respeito do mesmo.
47
REFERÊNCIAS
ASSEF, Roberto. Guia prático de formação de preços: aspectos mercadológicos,
tributários, e financeiros para pequenas e médias empresas. Rio de Janeiro: Campus, 1997. 97
p.
BERNARDI, Luiz Antonio. Política e formação de preços: uma abordagem competitiva
sistêmica e integrada. São Paulo: Atlas, 1996. 355 p.
BRUNI, Adriano Leal. FAMÁ, Rubens. Gestão de custos e formação de preços: com
aplicação na calculadora HP 12C e Excel. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2004. 551 p.
COGAN, Samuel. Custos e preços: formação e análise. São Paulo: Pioneira, 2002. 157 p.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade gerencial: teoria e prática. São Paulo: Atlas,
1998. 273 p.
HOJI, Masakazu. Administração financeira: uma abordagem prática: matemática financeira
aplicada, estratégias financeiras, planejamento e controle financeiro. São Paulo: Atlas, 1999.
428 p.
KOTLER, Philip. Administração de Marketing: análise, planejamento, implementação e
controle. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1998. 725 p.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação
contábil. São Paulo: Atlas, 1997. 414 p.
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