Gramática
Capítulo
Parte I – Linguagem: ser no
mundo e com o outro
Unidade
1
Introdução aos
estudos sobre
a linguagem
Unidade
2
Linguagem e
comunicação
Unidade
3
Linguagem
e sentidos
Unidade
4
Linguagem e
materialidade
Michelangelo. A criação de
Adão (detalhe), 1511. Afresco.
Capela Sistina, Vaticano.
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Nesta Parte I, você iniciará os seus estudos sobre as linguagens e saberá como
a Linguística, ciência que estuda a linguagem verbal e as línguas, constituiu-se no
início do século XX. Também entenderá
por que alguns dos seus postulados iniciais
foram questionados e reformulados pelos
estudiosos ao longo do tempo. Na sequência, refletirá sobre a dimensão comunicativa da linguagem e a maneira como ela
produz sentidos. Por fim, colocando-a sob
a lente de um microscópio, descobrirá as
pequenas partes que a compõem.
The Bridgeman Art Library/Keystone
A linguagem é tão antiga quanto o
ser humano. Por mais que, em um esforço de imaginação, suponha-se um momento em que ela teria sido “inventada”,
percebe-se que a criatura ancestral que
teria existido antes da linguagem ainda não era, propriamente, um humano.
Não é possível concebê-lo sem pensar
em um ser que age no mundo, interage
com outros humanos e busca atribuir
sentidos ao que vive e experimenta: em
outras palavras, não existe humano sem
linguagem.
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Sinalização na praia de São Sebastião. A placa
indica, com uma barra transversal que representa
a ideia de proibição, que não se deve tocar nas
tartarugas. O produtor desse texto não verbal
achou necessário acrescentar uma informação em
linguagem verbal: “Respeito”. A sobreposição dos
elementos não verbais e verbais é um exemplo de
como as diversas linguagens se misturam no dia a
dia, produzindo sentidos variados.
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Paulo Fridman/SambaPhoto/Getty Images
Unidade
1
Introdução aos
estudos sobre
a linguagem
Capítulos
1
Linguagens,
linguagem verbal e língua
Uma língua,
muitas línguas
2
O ser humano vive imerso em representações, elementos que ele associa entre si, atribuindo a essa associação um determinado valor. Na imagem ao lado, o desenho no interior
da placa redonda, a faixa vermelha transversal
sobre o desenho e a palavra registrada na placa
retangular, logo abaixo, têm diferentes significados e apresentam relações diversas com os elementos aos quais se associam.
Essas representações estão ali com um propósito: induzir alguém a um determinado tipo
de ação. As noções de representação e interação, portanto, são fundamentais para compreender a maneira como o ser humano produz as
diferentes linguagens. Entre elas, a linguagem
verbal desempenha uma função preponderante
em diversas práticas da vida cotidiana, além de
possibilitar o acesso à maior parte das formas
de conhecimento que constituem o patrimônio
cultural, artístico e científico da humanidade.
Conhecer e investigar as linguagens de forma
crítica e reflexiva, especialmente a linguagem
verbal, é um modo de ampliar as suas possibilidades de participação social significativa. Nesta
unidade, você iniciará essa investigação.
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Capítulo
1
Neste capítulo
ƒƒ Linguagens.
ƒƒ Signos: ícones,
índices e
símbolos.
ƒƒ Os estudos sobre
a linguagem
verbal.
ƒƒ A língua e a
percepção sobre
a realidade.
Linguagens, linguagem
verbal e língua
Ao se relacionar com o mundo e com seus pares, o ser humano estabelece associações entre diferentes elementos, muitas vezes sem se dar conta disso. Considere, por
exemplo, uma situação em que alguém de sua família prepara um prato especial no
dia do seu aniversário. Provavelmente você interpretará essa atitude como um gesto de
carinho. Nesse caso, estará associando o elemento “comida” ao elemento “afeto”, uma
relação que, à primeira vista, talvez não fosse óbvia.
Além de vivenciar essas associações nas experiências do dia a dia, o ser humano
também as investiga em uma perspectiva científica. Nessa investigação, os conceitos
que ele formula o ajudam a compreender a si mesmo e suas relações com os outros seres
humanos. Neste capítulo, você estudará alguns desses conceitos, conhecendo um pouco
mais sobre as reflexões do ser humano a respeito das linguagens.
Linguagens
2009 King Features Syndicate/Ipress
ƒƒ Leia a tira a seguir, com as personagens Hagar e Eddie Sortudo, para responder às
questões.
Browne, Dik. Hagar, o Horrível - 1. Porto Alegre: L&PM, 1997. p. 40.
1. No primeiro quadrinho, em que elemento Eddie se baseou para responder à pergunta
de Hagar? Por que você acha que esse elemento lhe chamou a atenção?
2. No segundo quadrinho, a que fenômeno Hagar associou o elemento identificado por
Eddie e por que essa interpretação gera humor?
3. O que essa “leitura” que Hagar fez do elemento apontado por Eddie revela a seu
respeito? E a respeito do valor social atribuído ao estabelecimento em que eles se
encontram?
A tira coloca em destaque uma peculiaridade da relação do ser humano com o mundo
que o cerca: o fato de ele estabelecer conexões entre elementos, de tal forma que um deles
pode representar (“aparecer no lugar de”) outro.
De imediato, a interpretação de Hagar para a fala de Eddie (“Estou vendo uma nuvem.”)
indica uma relação de representação entre dois elementos. Mas ela não é a única presente
na tira. O estabelecimento em que Eddie e Hagar se encontram, por exemplo, também é representado, no segundo quadrinho, por uma palavra.
Dá-se o nome de linguagens às formas de interação entre os seres humanos que utilizam
sistemas organizados de representações, compostos de recursos gráficos, sonoros, gestuais, etc. São exemplos das inúmeras linguagens a música, a pintura, o desenho, a dança,
a escultura e a fotografia.
Na tira de Hagar, a ideia de “estabelecimento comercial que fornece bebidas e alimentos
para consumo no próprio local” foi representada por duas linguagens: a pictórica (materializada pelo desenho de um bar) e a verbal (materializada pela palavra bar).
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>
As unidades de representação que compõem uma linguagem são chamadas de signos. Como elemento que aparece no lugar de outro, todo signo tem uma forma (aspecto
material) e um significado (ideia ou conceito veiculado).
A palavra bar, a fotografia de um bar ou a planta baixa
de um bar são signos que, sob formas variadas, representam o conceito de “bar”.
Um signo que representa um objeto com base na semelhança física que tem com ele (como é o caso de uma
fotografia ou de um desenho) é chamado de ícone.
O elemento observado por Eddie também tornou-se
um signo, já que a interpretação de Hagar o associou a outro elemento. Nesse caso, a associação não se dá por semeCaulos. Só dói quando eu respiro. Porto Alegre: L&PM, 2001. p. 10.
lhança física, mas pela experiência, que faz com que os seO cartunista
res humanos relacionem uma coisa a outra quando há entre elas uma conexão lógica. É o mesmo
Caulos aproveitou
tipo de relação indicada, por exemplo, no dito popular “Onde há fumaça, há fogo”. O elemento
a barra que
representa o
que se torna signo por associação é chamado de índice (a fumaça é o índice do fogo).
conceito de
Há um terceiro tipo de signo: o símbolo. No código de trânsito, a cor verde significa “Siga!”.
“proibição” nas
placas de trânsito
O significado atribuído à cor verde, nesse exemplo, é resultado de um acordo entre os mempara mostrar, de
bros de determinados grupos; não há conexão natural entre o signo e o seu significado, como a
forma expressiva,
que existe entre uma árvore e a sua representação em um desenho ou entre a fumaça e o fogo.
que a lógica
das grandes
O mesmo acontece com as placas de trânsito em que a letra E cortada por uma barra diagonal
cidades inverte
significa “Proibido estacionar”. O valor de “proibição” associado a esse signo é produto de uma
as relações entre
o ser humano
regra estabelecida socialmente; portanto, poderia estar ligado a outra representação qualquer.
e a natureza
A linguagem verbal conta com unidades particulares de representação: os signos linguísti(nas cidades,
cos. Eles também são constituídos por uma forma (a “imagem acústica” mental que temos de
as árvores são
“proibidas”).
um som), denominada significante, e por uma ideia ou conceito associado a ela, o significado.
Como a sua relação com o objeto que representa resulta de um acordo social, o signo linguístico pode ser considerado um símbolo.
Há uma área do conhecimento que se dedica ao estudo dos signos em geral, sejam eles verbais, sejam não verbais: trata-se da Semiologia. Já os signos da linguagem verbal, ou signos linguísticos, contam com uma ciência própria: a Linguística.
Caulos/Acervo do artista
Signos e linguagem verbal
ANOTE
Ícones, índices e símbolos são signos, unidades de representação que compõem as diferentes linguagens. A Semiologia é a área do conhecimento que estuda os signos. Os signos linguísticos, constituídos por um significante e um significado, são estudados pela Linguística.
Joaquín Salvador Lavado (QUINO). Bem, Obrigada. E Você?
Martins Fontes, 2004
A linguagem verbal e as línguas
No dia a dia, as palavras língua e linguagem são usadas com sentidos próximos. Para a Linguística,
há uma diferença entre esses dois conceitos: a maneira particular como a linguagem verbal se realiza nas situações de interação de
cada grupo social constitui uma
língua. Os estudos linguísticos
ora investigam a linguagem verbal de maneira abrangente, ora
se debruçam sobre uma língua
específica.
>
Quino. Bien, gracias. ¿Y usted? Buenos Aires: Ediciones de la Flor, 2001. p. 42.
Nas placas afixadas no veículo,
vemos exemplos da mesma
frase escrita em várias línguas
diferentes: espanhol, inglês,
alemão, italiano, português
e francês.
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1
Linguagens, linguagem verbal e língua
Os estudos sobre a linguagem verbal
A linguagem verbal sempre foi objeto de interesse e investigação humana. No início do século XX, graças aos estudos do suíço Ferdinand de Saussure, essas investigações constituíram um campo de saber autônomo, com
um objeto e um método próprios.
Repertório
Ferdinand de Saussure
O linguista suíço Ferdinand de
Saussure (1857-1913) elaborou teorias sobre a linguagem que se
caracterizavam por um enfoque
estrutural, ao contrário do enfoque histórico, comum na época.
Essas teorias propiciaram o nascimento da Linguística. Seu livro
mais conhecido, Curso de linguística geral (1916), foi escrito por
dois alunos, com base em anotações de seus cursos.
O surgimento da Linguística
Stringer/Keystone/Getty Images
Os estudos sobre a linguagem verbal realizados ao longo do século XVII
até o século XIX foram determinantes para a constituição da Linguística
como ciência. Duas tendências principais podem ser percebidas naqueles
estudos: a racionalista, que tomava a linguagem como representação do
pensamento, e a comparativa, que postulava a existência de uma única
“língua de origem” e buscava reconstituí-la por meio da investigação sobre
o “parentesco” entre as línguas existentes.
Saussure fotografado em janeiro de 1900.
Sétima arte
rop
Fac-símile/Eu
a Filmes
O escafandro e a borboleta
(França, 2007)
Direção de Julian Schnabel
Após sofrer um acidente vascular
cerebral, um famoso editor de revistas
tem de reaprender a se comunicar
usando a única parte de seu corpo que
não perdeu os movimentos: o olho
esquerdo. Apesar de a capacidade
de se expressar estar absolutamente
restrita, sua mente
continua funcionando.
O filme faz refletir
sobre as possibilidades
e limitações da fala e
da comunicação no
contato com o mundo.
Capa do DVD
O escafandro
e a borboleta.
A língua como sistema
Saussure delimitou um objeto específico de estudo para a Linguística: a
língua. No contexto dos estudos saussureanos, o conceito de língua se referia a um sistema de signos linguísticos. Como seu interesse era estudar
aquilo que a língua tinha de sistemático, Saussure operou um “recorte” em
seu objeto de estudo. De um lado, desconsiderou a realização concreta da
língua pelos falantes, isolando apenas o seu funcionamento abstrato. De
outro, deixou de lado o viés histórico sobre a língua, vendo-a como uma
espécie de “fotografia”, congelada no tempo.
Para Saussure, assim como não haveria uma relação necessária entre o
signo linguístico e o seu referente (aquilo que o signo representa), a relação entre significante e significado também seria arbitrária (arbitrário significa que não há razão específica para algo ser como é). Em outras palavras, não há uma razão natural para que o estabelecimento mencionado na
página anterior se chame bar e não cadeira ou “dordetilha” (palavra inventada); contudo, sendo esse o “combinado” para designar tal estabelecimento,
a palavra bar é adotada por todos os falantes de determinado grupo social.
Como consequência desse postulado, na visão de língua proposta por
Saussure, o valor de cada signo só existiria por oposição aos demais signos do sistema (por exemplo, a palavra amarelo só poderia ser entendida
como o não vermelho, o não branco, o não verde, etc.).
ANOTE
Para Saussure, o objeto da Linguística seria a língua, entendida como
um sistema de signos. Essa visão de língua excluiria tanto a sua realização
concreta pelos falantes quanto a sua evolução ao longo do tempo.
A ampliação do campo de estudos da Linguística
Devido à sua preocupação em delimitar claramente o campo de estudos
sobre a linguagem verbal e constituir métodos próprios de investigação,
Saussure é considerado o “pai” da Linguística moderna. Sua obra é hoje
ponto de partida para todos os estudos linguísticos.
Outras tendências, no entanto, foram surgindo com o tempo, especialmente a partir da segunda metade do século XX. Muitas delas passaram a
se dedicar exatamente aos aspectos que Saussure havia excluído do campo da Linguística, tais como o uso concreto da língua pelos falantes e a sua
transformação ao longo do tempo.
Hoje, sem deixar de lado as contribuições saussureanas, considera-se a
visão de língua como sistema insuficiente para dar conta da complexidade
e da amplitude do fenômeno da linguagem verbal.
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Perspectivas de análise da língua
Adão Iturrusgarai/Acervo do artista
Leia a tira a seguir.
Iturrusgarai, Adão.
Aline. Folha de S.Paulo,
17 maio 2004.
Repertório
Aline: jornais, revistas e TV
A tira Aline foi criada pelo cartunista gaúcho Adão Iturrusgarai
(nascido em 1965). É publicada
nos jornais Folha de S.Paulo (SP)
e O Liberal (PA) e em algumas revistas do exterior. Muitas das tiras
dessa personagem tematizam o
relacionamento entre ela e seus
dois namorados, Otto e Pedro.
As aventuras do trio foram
adaptadas para a televisão no especial Aline.
Devir/Arquivo da editora
Observe a frase dita pela personagem Otto no segundo quadrinho (“Vê
se capricha no sotaque!”). No contexto da tira, a recomendação estava relacionada ao objetivo dos amigos: impressionar a namorada fazendo-se passar por “caipiras”. A mesma frase, em outros contextos, poderia ter um
significado diferente. Por exemplo, se dirigida ao candidato a uma vaga
profissional que exigisse o domínio de uma língua estrangeira, poderia indicar um critério importante para a aprovação do candidato.
A fala de Otto revela a imagem que ele tem de Aline: alguém que se impressionaria com certo estilo de roupa e jeito de falar. Também revela algo sobre ele: a sedução, em seu entendimento, está vinculada à aparência.
Por sua vez, a resposta afirmativa de Pedro (“Só!”) associa-se ao modo de
falar de determinado grupo de falantes jovens de ambientes urbanos. Pedro e
Otto não são “genuí­nos caipiras”, nem conhecem esse grupo. O leitor percebe isso devido à fala de Pedro no último quadrinho: ao tentar imitar o “sotaque caipira” ele emprega, na verdade, termos associados a grupos de falantes
da região Nordeste do Brasil. No contexto da tira, “Só!” é uma forma perfeitamente adequada de expressar concordância; já na situação de uma entrevista
de emprego, por exemplo, soaria excessivamente informal.
Assim como a frase “Vê se capricha no sotaque!” poderia assumir múltiplos
significados, dependendo do contexto, a fala de Otto no último quadrinho, em
outra situação, também poderia ser compreendida como insinuante. No texto
de Adão Iturrusgarai, no entanto, ela provoca riso.
Esse efeito de humor é esperado durante a leitura de uma tira. Nela, não só
o conteúdo das falas das personagens, mas também o tipo de letra usado, o formato dos balões, as expressões corporais e faciais das personagens, as cores e
formas são considerados em conjunto na produção de sentidos.
Se, em vez de apresentada em forma de tira, essa situação fosse encenada em um seriado de TV, certamente a modulação da voz pelos atores seria
fundamental para a produção do efeito de humor.
Essa análise da tira é um pequeno exemplo das muitas perspectivas por
meio das quais a língua pode ser observada: os fatores que determinam a
produção de sentidos em uma situação de uso; a maneira como os falares
refletem ou constituem a identidade dos falantes; os valores sociais que a
língua revela ou esconde; as relações que se estabelecem entre os participantes de uma interação; os usos mais ou menos adequados a cada situação
ou contexto; os meios e modos como a língua se realiza, entre outros.
Diferentes áreas da Linguística se dedicam a estudar a língua privilegiando cada uma dessas perspectivas. Para isso, delimitam o seu campo ou ângulo de investigação e, naturalmente, deixam de lado outros aspectos.
ANOTE
Diferentes abordagens sobre a linguagem verbal e as línguas constituem o campo de estudos da Linguística nos dias de hoje, ampliando a visão de “língua como sistema” proposta por Ferdinand de Saussure.
Capa de Aline: cama, mesa e banho.
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1
Linguagens, linguagem verbal e língua
Prática de linguagem
“[O ser humano] Tinha frio e cobria-se, não há dúvida. Mas também
não há dúvida de que, poucos dias depois da invenção do primeiro
traje de peles, se terá criado a distinção entre os bons caçadores –
munidos das suas peles, conquistadas pelo preço de uma dura
luta – e outros, os inaptos, os sem-peles. Não é preciso muita
imaginação para enxergar a circunstância social em que os caçadores envergaram as peles, já não para proteger-se do frio, mas
para afirmar que pertenciam à classe dominante”, diz Eco.
Citado por Miranda, Celso; Sambugaro, Adriano. E se... Não usássemos roupas?
Revista Superinteressante, Abril, ed. 181, p. 40, out. 2002.
Pedro Hamdan/ID/BR
1. No depoimento a seguir, publicado na revista Superinteressante, o escritor italiano Umberto Eco fala sobre o valor simbólico das vestimentas humanas.
a)De acordo com o trecho lido, pode-se afirmar que a pele de animal usada pelos seres
humanos nos primórdios da história da humanidade era um signo? Explique.
b)Na sociedade moderna, uma peça do vestuário tem o mesmo valor simbólico que uma
pele de animal usada pelos antigos caçadores? Explique sua resposta.
c) Mencione um elemento que não é parte do vestuário e que assume, na sociedade moderna, papel semelhante ao que foi apontado para a pele de animal. Justifique.
2. Leia ao lado o trecho de um
texto jornalístico, publicado
em uma revista semanal, sobre um episódio envolvendo a modelo brasileira Gisele
Bündchen.
a)A partir da leitura do texto,
que significados diferentes um
casaco de pele pode representar atualmente?
b)Pode-se afirmar que a moda
constitui uma linguagem, com
regras e significados próprios?
Explique sua resposta.
Gisele [...] virou uma pedra no sapato dos ecologistas. Isso porque ela
aceitou ser garota-propaganda de um fabricante de casacos de pele, a
Blackglama. Nas fotos da campanha, que começou a ser veiculada nos
Estados Unidos há coisa de vinte dias, Gisele [...] aparece envolta em
vistosos casacos e estolas de mink. Foi o estopim para que se declarasse uma guerra contra a modelo, que teve seu ápice há duas semanas.
Durante a gravação do desfile da grife de lingerie Victoria’s Secret para a
rede de televisão americana CBS [...], quatro ativistas da organização People for the Ethical Treatment of Animals (Pessoas pelo Tratamento Ético dos
Animais), a Peta, pularam na passarela. Elas carregavam cartazes com a
frase “Gisele, a escória da pele” e xingavam a modelo.
Buchala, Ana Paula; Neiva, Paula. O furacão Gisele. Disponível em: <http://veja.abril.com.
br/271102/p_104.html>. Acesso em: 3 maio 2012.
2009 King Features Syndicate/Ipress
3. Examine a tira a seguir.
Browne, Chris. Hagar, o Horrível. Folha de S.Paulo, 27 jul. 2003.
a)Considere a pergunta de Hagar. A fala de Helga no segundo quadrinho responde à questão formulada por ele? Explique sua resposta.
b)Em sua opinião, Helga entendeu a pergunta de Hagar? Em que você se baseou para dar
sua resposta?
c) Que aspectos do contexto o leitor precisa considerar para entender o que, de fato, Hagar desejava?
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4. Leia o trecho abaixo, publicado em um site de notícias em agosto de 2006.
Tom Hanley/Alamy/Other Images
JINXIANG, China (Reuters) – O tufão Saomai perdeu força e
se converteu em depressão tropical depois de deixar quase 300
mortos ou desaparecidos na China, afundar 1 000 barcos pesqueiros, derrubar milhares de casas e provocar prejuízos de mais de
1 bilhão de dólares.
[...]
O Saomi arrasou o povoado de Jinxiang, em Zhejiang, onde o
desabamento de apenas um edifício sob ventos de mais de 200
quilômetros por hora matou 41 pessoas, incluindo oito crianças.
Uma procissão de pessoas vestindo roupas funerárias brancas
(o branco é a cor do luto na China) percorreu Jinxiang em meio aos
destroços deixados pela passagem do tufão.
[...]
Blanchard, Ben (Reuters). Vítimas de tufão tentam retomar suas vidas. Disponível em: <http://
noticias.uol.com.br/ultnot/reuters/2006/08/13/ult729u59589.jhtm>. Acesso em: 3 maio 2012.
Na China e em alguns outros países
asiáticos, o branco é a cor do luto. A
fotografia mostra mulheres vestidas de
branco em um funeral na Malásia.
a) O texto aponta uma relação entre a cor branca e o luto, na comunidade chinesa. Essa
relação tem uma motivação natural? Explique sua resposta.
b) Com base no que você respondeu, classifique o signo em questão.
c) Por que o desconhecimento sobre o significado desse signo poderia criar problemas, por exemplo, a um comerciante brasileiro que realiza uma viagem de negócios
à China?
d) Dê outros dois exemplos de signos que estabelecem, com o seu referente, o mesmo tipo
de relação existente entre a cor branca e o luto na China.
Usina literária
No livro Passaporte, o escritor Fernando Bonassi registra em pequenas crônicas alguns episódios colhidos em viagens ao redor do mundo. Veja o que ele conta a respeito de um convento em Minas Gerais.
Uma das maiores atrações do Convento do Caraça, em Minas Gerais,
além das três refeições à base de porco, feijão & farinha,
é a presença dos lobos-guará. À noite, uma bandeja de carne é
colocada na porta da igreja e um padre começa a chamar os lobos
pelos nomes que deu. Grande tensão entre os turistas quando aparece
um deles, apanha um naco de carne e come-o sob as luzes dos flashes.
Não consigo me render ao espetáculo. Pior: parece que posso vê-lo
voltar pra sua toca como um maldito palhaço, arrancar sua pele
de lobo e voltar à condição natural de vira-lata.
Pedro Hamdan/ID/BR
Cachorros em pele de lobos
Bonassi, Fernando. Passaporte. São Paulo: Cosac Naify, 2001. p. 119.
1. Os guias turísticos e a publicidade de viagens exercem grande poder de atração ao construir uma imagem para um lugar. Com base no texto, descreva como seria a imagem do
Convento do Caraça que o tornou atraente para os turistas.
2. Quando aparecem os lobos-guará, o narrador afirma: “Não consigo me render ao espetáculo”. O que ele quer dizer com essa frase?
3. Explique o título do texto com base na experiência narrada pelo cronista.
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1
Linguagens, linguagem verbal e língua
Língua
viva
A língua e a percepção sobre a realidade
Leia a seguir o trecho de um texto, publicado na revista Época, sobre
uma descoberta relativa à língua de um povo da Oceania.
Repertório
A divulgação científica
Abril/Arquivo da editora
Textos como esse publicado na
revista Época são chamados de
textos de divulgação científica.
São escritos, em geral, por jornalistas que oferecem ao público leigo,
de forma simplificada e didática,
informações estritamente científicas, como a da descoberta sobre
os berinmos, publicada na revista
Nature. A maioria dos grandes jornais diários e das revistas semanais do Brasil reserva uma ou duas
páginas de cada edição para esses
textos. Mas há também revistas inteiramente dedicadas à divulgação
científica, como a Superinteressante e a Galileu.
As florestas de Papua-Nova Guiné,
na Oceania, são azuis. Pelo menos
para os berinmos, povo primitivo
que habita o país. Pesquisadores das
universidades de Londres e Surrey,
na Inglaterra, descobriram que os berinmos classificam suas cores de modo
particular. O verde e o azul, por exemplo, são uma cor só. Eles dão nomes
a apenas outras quatro cores, equivalentes ao vermelho, amarelo, branco
e preto. Por muitos anos, psicólogos e
antropólogos discutiram se a linguagem humana evoluiu para adequar-se
Veridiana Scarpelli/ID/BR
Um povo que não batizou o azul
à forma como vemos o mundo
ou se a forma como vemos o mundo
depende do modo como usamos a linguagem. A descoberta feita em Papua-Nova Guiné sugere que a classificação das cores pode variar segundo a
cultura. Estudos com esquimós chegaram a resultado semelhante. Há
vários nomes para o branco, equivalentes aos matizes que os esquimós
enxergam na neve e no gelo.
Revista Época, São Paulo, Globo, p. 16, 22 mar. 1999.
1. Releia este trecho.
As florestas de Papua-Nova Guiné, na Oceania, são azuis. Pelo
menos para os berinmos [...].
a)Qual é a primeira hipótese que o leitor é levado a criar sobre a cor
das florestas de Papua-Nova Guiné?
b)Essa compreensão é retificada ao final da leitura. O que, exatamente,
significa que as florestas são azuis “pelo menos para os berinmos”?
2. Quando declara que “os berinmos classificam suas cores de modo
particular”, quem o texto toma como referência?
3. O que, possivelmente, motiva os esquimós a terem várias denominações para a cor que chamamos unicamente de branco?
o da editora
Globo/Arquiv
4. Observe o esquema a seguir.
a)Visualmente, é possível detectar diferenças entre as tonalidades
que preenchem os quatro retângulos?
b)Que nome os falantes da língua portuguesa empregam para designar a cor que preenche os quatro espaços?
c) Com base nas respostas anteriores, pode-se afirmar que os falantes
do português classificam as cores de modo particular? Justifique.
5. O título do texto apresenta uma informação coerente com o conteúdo
expresso nele? Explique sua resposta.
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7. O autor do texto responde à pergunta? Explique.
8. Levando em conta os conceitos estudados neste capítulo, a que o texto se refere ao fazer menção à “linguagem humana”?
9. Examine este trecho de um texto de divulgação científica.
Tribo da Amazônia contradiz noção de que contar
é capacidade inata
[...]
A língua falada por uma tribo amazônica que não tem palavras
para designar números contradiz a noção de que o ato de contar
seria inerente à capacidade cognitiva de seres humanos, afirma um
estudo do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT).
A língua da tribo Pirahã, que vive às margens do rio Maici, em
Rondônia, vem sendo estudada há vários anos por suas características singulares.
No estudo recente, publicado na revista científica Cognition, o professor Edward Gibson afirma que os Pirahã não têm palavras para
expressar o conceito de “um” ou de outros números específicos.
Segundo a pesquisa, a tribo teria apenas expressões para designar quantidades relativas, como “muitas”, “poucas” ou “algumas”.
Segundo Gibson, é comum assumir que contar é uma parte inata
da capacidade cognitiva humana, mas “aqui está um grupo que não
conta. Eles poderiam aprender, mas não é útil em sua cultura, então
eles nunca aprenderam”.
Disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br/educacao/noticias/22452/tribo-daamazonia-contradiz-nocao-de-que-contar-e-capacidade-inata>. Acesso em: 28 maio 2012.
a)Localize a passagem que revela visão etnocêntrica sobre os Pirahã.
b)A pesquisa revela, de fato, que não é útil aos Pirahã contar ou que
não é útil a esse povo empregar termos que designam quantidades
específicas? Que passagem comprova sua resposta?
Repertório
Etnocentrismo
Adriana Alves/ID/BR
6. O texto apresenta uma indagação comum entre alguns estudiosos da
cultura e da linguagem humanas. Qual?
Etnocentrismo é o julgamento
que se faz sobre uma cultura diferente tomando como base de comparação a sua própria cultura, vista
como melhor ou mais importante.
No livro do historiador português Pero de Magalhães Gândavo, publicado em Lisboa em 1576,
há um trecho que demonstra atitude etnocêntrica na sua descrição da língua falada no Brasil no
século XVI.
“Alguns vocábulos há nela de
que não usam senão as fêmeas, e
outros que não servem senão para
os machos: carece de três letras,
convém a saber, não se acha nela
F, nem L, nem R, coisa digna de
espanto porque assim não têm Fé,
nem Lei, nem Rei, e desta maneira
vivem desordenadamente sem terem além disto conta, nem peso,
nem medida.”
Gândavo, Pero de Magalhães.
História da província Santa Cruz.
Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp,
1980. p. 124.
ANOTE
Mais do que “representar” uma realidade compreendida e ordenada
(como um conjunto de “etiquetas” que se aplicaria sobre objetos e fenômenos), a língua participa da construção do entendimento humano sobre
o mundo, que é diferente para os diversos grupos sociais.
Texto em construção
Com um colega, você vai escrever um resumo sobre
os temas estudados neste capítulo, para usá-lo posteriormente como material de consulta e estudo.
Para a identificação dos grandes tópicos abordados ao longo do capítulo 1 que deverão constar do seu
resumo, tome como ponto de partida o item “Neste
capítulo” da página 14. Certifique-se de que você compreendeu os conceitos gerais envolvidos nesses tópicos.
Em seguida, procure reduzir o conteúdo do capítulo às
ideias fundamentais. Para isso, anote em forma de esquema as informações que julgar mais relevantes.
Antes de escrever o texto definitivo, troque o seu esquema com o de uma outra dupla, para comparar as in-
formações selecionadas e registradas. Avalie se vocês
deixaram de fora alguma informação importante, ou se
incluíram algum dado que pode ser suprimido.
Redija o resumo reconstituindo as principais informações do capítulo na ordem que julgar mais adequada. Como o objetivo do resumo é elaboração de
material de estudo, você pode incluir exemplos curtos,
quando forem importantes na ilustração dos conceitos. Cuide para que as partes estejam articuladas e não
haja saltos de um assunto para o outro.
Após a escrita do texto, troque-o novamente com o
de uma dupla. Com base nas observações dos colegas,
faça os ajustes que julgar adequados.
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Linguagens, linguagem verbal e língua
Em dia com
a escrita
A ortografia como convenção
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Em: Gráfica: arte e indústria no Brasil: 180 anos de história. Organizado por
Mário de Camargo. 2. ed. São Paulo: Bandeirantes Gráfica, 2003, p. 174.
Reprodução: Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro
Em: Gráfica: arte e indústria no Brasil: 180 anos de história. Organizado por
Mário de Camargo. 2. ed. São Paulo: Bandeirantes Gráfica, 2003, p. 174.
Reprodução: Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro
A ortografia de uma língua corresponde à maneira correta de grafar as palavras
que pertencem ao repertório linguístico dos seus usuários. O critério para o julgamento sobre o que é “certo” ou “errado”, nesse caso, é bastante claro: a ortografia é
uma norma, tem valor de lei, e não admite variações ou opções individuais. Seu objetivo é fixar uma maneira unificada de registrar por escrito as palavras da língua, que
na sua realização oral são bastante diversificadas. Por isso mesmo, é importante perceber que a ortografia não é uma transcrição dos sons da fala, e sim o resultado de
um acordo social que estabeleceu uma forma de grafia autorizada para determinado
grupo linguístico. Trata-se, portanto, de uma convenção.
No caso da língua portuguesa, essa unificação só aconteceu na primeira metade do século XX, inicialmente em Portugal e depois no Brasil. De lá para cá, a norma ortográfica já passou por algumas modificações, por iniciativa de estudiosos da
língua, que identificaram a necessidade de alguns ajustes. Esse tipo de iniciativa costuma despertar reações de desagrado por parte dos usuários, que precisam se acostumar à nova forma de grafar determinadas palavras. Independentemente da legitimidade
dessas opiniões, é necessário adequarse a essas mudanças.
Embora a ortografia de uma língua tenha uma natureza arbitrária,
ela carrega muitas informações históricas a respeito do povo que a utiliza. Além disso, aprender a grafar
as palavras segundo essa norma não
é uma tarefa puramente reprodutiva, que exige apenas memorização.
Mesmo sem se dar conta, o usuário
da língua mobiliza conhecimentos
linguísticos variados cada vez que
precisa grafar uma palavra conforme a ortografia de sua língua.
eças
P
publicitárias da
época em que
Brasil e Portugal
começavam a
estabelecer uma
grafia comum. O
primeiro anúncio
grafa assucar
com dois ss e
sem o acento
agudo na letra
u; o segundo
dobra a letra
l em cabello.
Ambas as grafias
caíram após
o Formulário
Ortográfico
vigente no Brasil
a partir de 1943.
O último acordo ortográfico e a acentuação gráfica
No final de 2008, foi regulamentado no Brasil um acordo internacional que unificou a ortografia da língua portuguesa a partir de janeiro de 2009. Isso quer dizer que os países falantes da
língua portuguesa passaram a adotar uma grafia comum. Algumas mudanças atingiram o sistema de acentuação gráfica da língua. É o que você estudará nesta seção.
1. Os ditongos EU, EI, OI apenas são acentuados em monossílabos tônicos (mói) ou quando forem tônicos na última sílaba (herói).
a)Qual destas grafias você deve adotar: heróico ou heroico? Por quê?
b)Como seria a frase ao lado se, em vez
de um anzol e um anel, houvesse dois?
O anel ficou preso no anzol.
c) Explique a redação dada à frase na resposta anterior.
2. A primeira vogal tônica dos hiatos OO e EE não é acentuada.
a)Escreva no plural o sujeito das frases abaixo. Faça as adaptações necessárias.
I. Ele vê algum sentido nisso?
II. Ele relê os capítulos indicados pelo professor.
b)Escreva na primeira pessoa do singular o sujeito das frases a seguir. Faça as adaptações
necessárias.
I. Eles enjoam em estradas com curvas acentuadas.
II. Você não perdoa a ingratidão.
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3. Dos acentos diferenciais obrigatórios, apenas dois permanecem: pôr (verbo) e pôde (pretérito perfeito do indicativo na terceira pessoa do singular). Indique em seu caderno as
frases grafadas de acordo com as novas regras. Reescreva as que precisam ser corrigidas.
a)O tempo não pára.
b)A Terra é achatada nos polos.
c) Faltou energia, e ela não pôde enviar as mensagens pelo correio eletrônico.
d)Muitos mamíferos apresentam o corpo coberto por pêlos.
e)Com o novo acordo ortográfico, não é preciso pôr acento em determinadas palavras.
4. Antes do acordo, I e U tônicos que formassem sílaba sozinhos (ou seguidos de S) e estivessem em hiato com a sílaba anterior eram acentuados. Isso deixou de acontecer em um caso:
quando I e U forem tônicos em paroxítonas e formarem hiato com um ditongo anterior.
a)Separe as palavras seguintes em sílabas e circule sua sílaba tônica.
ciúme – feiura – balaústre – reúno – egoísmo – cafeína – paraíso – sanduíche
b)Quanto à posição da sílaba tônica, que classificação recebem as palavras anteriores?
c) Por que feiura não recebeu acento?
d)Separe as palavras seguintes em sílabas e circule sua sílaba tônica.
tuiuiú – teiú – baiuca – boiuna
e)Quanto à posição da sílaba tônica, que classificação recebem as palavras anteriores?
f) Por que baiuca e boiuna não recebem acento e tuiuiú e teiú recebem?
g)Por que Piauí recebe acento e cheiinho não recebe?
5. O U dos grupos que, qui, gue, gui recebia acento agudo quando era pronunciado e era a
vogal tônica (em oposição ao trema usado quando o U era pronunciado, porém não tônico
— como em conseqüência). Com o acordo, tanto esse acento quanto o trema deixaram de
ser usados.
Copie as frases, substituindo o pela forma correta do verbo já empregado na frase.
a)Todos acham que é preciso averiguar a veracidade daquelas informações. Por isso querem
que eu pessoalmente no prazo de um mês.
b)Na próxima ocasião, outro professor vai arguir os candidatos, porque os que sempre
estão em licença.
c) É preciso apaziguar os ânimos. Sugerem que o senador com um discurso extra.
d)Não vai mais arguir as testemunhas o juiz que normalmente as .
ANOTE
Embora o U não receba mais o acento, ele continua a ser pronunciado como vogal tônica.
O trema só continua sendo usado em nomes próprios estrangeiros e suas variações.
6. Leia o título e o primeiro parágrafo de uma notícia e responda às perguntas.
65% dos brasileiros não têm acesso à web
Reuters
RIO – O número de usuários de internet no Brasil cresceu 75,3 por cento no país entre 2005 e 2008 e boa
parte dos novos incluídos na rede pertencia à baixa renda, segundo o IBGE, mas a desigualdade social e
educacional ainda prejudica a inclusão digital no Brasil. [...]
Disponível em: <http://info.abril.com.br/noticias/tecnologia-pessoal/65-dos-brasileiros-nao-tem-acesso-a-web-12122009-5.shl>. Acesso em: 3 maio 2012.
a)Que palavras poderiam substituir web no título da notícia? Cite pelo menos duas.
b)Confronte as informações do título da notícia e do primeiro parágrafo. O que cada parte do
texto enfatiza? Que informação ganhou mais destaque no conjunto do texto? Justifique.
c) Explique a acentuação da forma verbal têm. Se precisar, consulte uma gramática.
ANOTE
A regra de acentuação para as palavras tem / têm e vem / vêm (e as formas verbais equivalentes dos verbos derivados de ter e vir) não mudou com o novo acordo ortográfico.
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