Construção de um banco de dados para armazenamento e análise dos resultados de um
estudo comparativo do efeito protetor e dos efeitos adversos da vacina contra influenza em
idosos vacinados no município de Tubarão - SC (Artigo 170), Saúde Coletiva.
Aracélli Tavares Freire*; Talita Siemann Santos Pereira**; Blatt,
Carine Raquel; Borges, Alessandra Abel (*Bolsista Art. 170, **Bolsista
PUIC, Curso de Medicina, Tubarão)
Resultados
Introdução
Frequência
As vacinas são uma forma de imunização ativa, a qual resulta na
produção de anticorpos dirigidos contra um agente infeccioso ou
contra os seus produtos tóxicos, de modo a simular a infecção natural,
com pouco ou nenhum risco para seu receptor e evitando a ocorrência
da doença. As ações de vacinação continuam a se constituir nos
procedimentos de melhor relação custo/efetividade no setor saúde.
Muitos estudos têm demonstrado o impacto da vacinação contra a
influenza na prevenção de internações e mortes por pneumonias e
outras doenças, tanto em idosos saudáveis como em populações de
risco, particularmente em períodos de maior circulação do vírus.
Contudo, outros estudos demonstraram resultados inesperados, em
que a incidência de infecção respiratória aumentou após as
campanhas de vacinação. Assim, a montagem de um banco de dados
sobre o estudo do efeito protetor da vacina contra o influenza na
população idosa em Tubarão, traz resultados que ajudam a mostrar
qual o real impacto/eficácia dessa vacina nessa população.
A incidência de eventos adversos pós-vacinais foi de 22,33%, sendo mal estar o
sintoma mais relatado (12%). Os resultados deste trabalho mostraram que não houve uma
diferença significativa entre a incidência de eventos adversos entre idosos vacinados SUS
vs vacinados rede privada (Figura 1). Em relação ao efeito protetor da vacina, dentre os
sinais e sintomas respiratórios relatados nos indivíduos vacinados, no inverno de 2008, a
tosse foi o sinal mais frequente (33%), sendo significativo (p=0.0158) perante o grupo de
não vacinados. Portanto, houve diferença significativa entre idosos vacinados pelo SUS e
não vacinados quando comparados em relação a apresentação de pelo menos um
sintoma respiratório durante os meses de inverno (Figura 2).
Objetivos
90
80
70
60
50
40
30
20
Com reação
Sem reação
*
10
0
SUS
Construir um banco de dados digitalizado para a armazenagem
das informações coletadas num estudo comparativo sobre os efeitos
protetor e adversos da vacina contra influenza em idosos no município
de Tubarão – SC. Acompanhar prospectivamente os indivíduos
vacinados participantes do Estudo Base (em andamento) em relação à
ocorrência de infecção respiratória durante os meses de inverno no
ano de 2008, e por fim, realizar a análise estatística dos dados obtidos
no Estudo Base.
Privado
80
70
Frequência
60
Metodologia
50
Presença de
sintomas
Sem sintomas
40
30
20
10
Esse projeto utilizou os dados recolhidos para o Estudo Base (a
saber, “Estudo comparativo do efeito protetor e dos eventos adversos
da vacina contra influenza em idosos vacinados pela rede pública e
privada no município de Tubarão – SC”). Foi realizado um estudo de
coorte durante os meses de abril a setembro em idosos com idade
igual ou superior a 60 anos, residentes de Tubarão, que receberam a
dose da vacina contra influenza nos postos de saúde do SUS e em
hospital privado nos meses de abril e maio de 2008. Os indivíduos do
grupo de vacinados (300) foram contatados por telefone após um
período de sete a quinze dias da vacinação, para serem questionados
a respeito da ocorrência de reações adversas. O grupo controle foi
formado por 52 idosos que freqüentavam os postos de saúde, e não
receberam a vacina. Todos os participantes foram entrevistados e
acompanhados prospectivamente em relação à ocorrência de
sintomas gripais (febre, mal estar, mialgia, calafrios, cefaléia, secreção
nasal, dor de garganta, tosse, dor no peito e dor ao mover os olhos).
Figura 1: Incidência de eventos
adversos em idosos vacinados contra o
influenza pela rede pública e privada.
0
Vacinados
Não vacinados
Figura 2: Incidência de sinais e
sintomas respiratórios apresentados
durante os meses de inverno por
idosos vacinados e não vacinados
contra o influenza.
Conclusões
→ A vacina contra o influenza pode ser considerada pouco reatogênica, considerando que
apesar de 22,33% dos indivíduos vacinados em Tubarão, no ano de 2008, terem
apresentado pelo menos um evento adverso pós-vacinal, estes foram sintomas brandos.
→ Não houve diferença significativa em relação aos eventos adversos entre os idosos
vacinados pela rede pública e rede privada no município de Tubarão.
→ Os idosos vacinados tiveram mais chances de apresentar pelo menos um dos sintomas
respiratórios investigados durante os meses de inverno do que os não vacinados,
RR=1,125 (1.030-1.229), p=0,0104.
Bibliografia
Apoio Financeiro: Unisul e Governo do Estado
de Santa Catarina.
●
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION (CDC). Prevention and control of influenza: recommendations of the Advisory
Committee on Immunization Practices (ACIP). MMWR Morb Mortal Wkly Rep 2000; 49( RR-3): 1-38.
● DONALISIO, M. R.; FRANCISCO, P. M. S. B.; LATORRE, M. R. D. O. Tendência da mortalidade por doenças respiratórias em idosos antes e
depois das campanhas de vacinação contra influenza no Estado de São Paulo – 1980 a 2004. Rev Brasileira de Epidemiologia 2006; 9(1): 32-41.
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