«As
Mãos ferramenta mágica - Cuidados para que não se
transformem numa ferramenta perigosa»
Nídia Salgueiro, inf. Coimbra, Portugal
•
Objectivos Gerais
Pretende-se, com esta acção formativa, que os formandos:
- Compreendam que as suas mãos podem ser uma ferramenta maravilhosa,
mesmo mágica, transmitindo amor e ternura, suavizando a dor e o desconforto,
comunicando, por vezes, o que a palavra não consegue, quando utilizadas de
forma intencional, mas que utilizadas de forma inconsciente e descuidada podem
transformar-se numa ferramenta perigosa;
- Compreendam a sua responsabilidade, como um dever de cidadania, na
aquisição de conhecimentos, atitudes e técnicas de prevenção da contaminação e
transmissão microbiana, química e energética, utilizando no quotidiano
correctamente a lavagem das mãos e o banho seco, isto é, adquiram
competências de saber-saber, saber-ser e saber-fazer.
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Objectivos Específicos
No final desta acção, os formandos deverão ser capazes de:
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Descrever, oralmente, as mãos como ferramenta mágica que opera milagres na
área da comunicação afectiva;
Identificar, numa lista fornecida, os princípios básicos da lavagem social ou
higiénica das mãos, sem erros;
Enumerar, oralmente, todas as situações em que se devem lavar as mãos;
Lavar correctamente as mãos, obedecendo aos princípios básicos, com o
produto certo e utilizando a técnica correcta (técnica dos seis passos), sem
erros;
Aplicar correctamente a técnica do banho seco, explicando as situações em que
este está indicado;
Conteúdos Programáticos
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As mãos.
• Ferramenta maravilhosa, mágica, que opera milagres.
• Mãos-coração, mãos-palavra, mãos-estímulo, mãos-engenhosas/ artistas,
mãos-perigosas.
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Os cuidados a ter para evitar a contaminação e o desgaste energético
• A lavagem social ou higiénica simples das mãos e suas indicações.
Como proceder.
• Banho seco – Uma técnica de descontaminação energética. Como
proceder.
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Métodos e técnicas pedagógicas
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Método expositivo, ilustrado com exemplos, diapositivos e o recurso a questões
de verificação de conhecimentos;
Método demonstrativo;
Experimentação pelos formandos das técnicas apresentadas;
Meios auxiliares: quadro, Power Point, Data Show.
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Introdução
O Criador, a natureza, dotaram o homem com esta ferramenta maravilhosa, mágica que são
as suas mãos. Elas tocam, acariciam, aconchegam, embalam, abraçam, cuidam de nós e dos
outros. Por meio delas angariamos o nosso sustento e dos nossos, preparamos os nossos
alimentos, fabricamos o nosso vestuário e outros meios de protecção. Elas permitem-nos
manifestar a nossa criatividade artística ou técnica e até as erguemos para agradecer ao Pai,
para pedir as suas bênçãos para o trabalho que realizamos. Assim, elas podem ser mãoscoração, mãos-palavra, mãos-estímulo, mãos-engenhosas/artistas, mas usadas de forma
inconsciente, sem os cuidados de protecção adequados elas transformam-se em mãosperigosas para nós e para outros, as mãos que nenhum de nós, cidadão consciente, deseja
ter. Lavar as mãos e ajudar as crianças a criar esse hábito é dever não só de pais e
educadores como de cada cidadão. Trataremos da lavagem higiénica simples das mãos
como procedimento de eleição para corresponder ao desafio «mãos limpas, mãos
seguras!» 1
As Mãos - ferramenta mágica
Mãos- coração
Quando as mãos se transformam em mãos-coração, elas são canais de amor incondicional,
de compaixão, de serenidade, de paz, de energia curadora. As investigações comprovam
que uma suave massagem de afloramento diminui a dor. Isto explica-se devido ao calibre
das fibras dos nervos periféricos, que transmitem as sensações agradáveis com efeito
1
OMS, World Alliance for Patient Safety – Guidelines on Hand Hygienes in Health Care.
É-mail: patientsafety @ who. int
2
analgésico, ser diferente do calibre das fibras nociceptivas, que transmitem as sensações
dolorosas. Ao chegarem ao portal do hipotálamo, as sensações de alívio da dor passam à
frente das sensações dolorosas, impedindo-as de chegar às estruturas cerebrais onde se
transformariam em percepções dolorosas conscientes.
E estas mãos-coração são também muito inteligentes, elas sabem onde pousar e o gesto a
efectuar para aliviar, para transmitir doçura.
Mão-palavra
As mãos às vezes fazem-se palavra, e pousando-as docemente nos ombros, nas mãos, nos
braços ou acariciando suavemente o rosto de alguém em situações difíceis ou limite,
transmitem a segurança de saber que se está consigo para o ajudar a levar o seu pesado
fardo, tornando as palavras desnecessárias. Outras vezes, adoçam mesmo as nossas
espinhosas tarefas de comunicar uma má notícia ou de prestar cuidados dolorosos,
tornando-os mais suaves. Quando as palavras faltam as mãos falam. Às vezes até nos
traiem transmitindo o que não desejávamos e as suas mensagens são potentes e duradoiras.
Transmitem, sem muitas vezes darmos por isso, as nossas emoções e os nossos
sentimentos. Quando elas "falam" em congruência com a palavra e com outros sinais da
linguagem não verbal, então elas contribuem para criar um clima de confiança, de
segurança, de calor humano e de abertura. Num simples aperto de mãos podemos transmitir
muito mais que um cumprimento social.
Mãos-estímulo
No início da nossa hominização, das mãos das nossas ancestrais mães recebemos, sem
dúvida, os primeiros estímulos para o desenvolvimento cerebral que hoje nos orgulhamos
de ter. Ao longo do nosso percurso histórico, as suas carícias e afagos, o aconchego do seu
colo para nos amamentarem e embalarem, os gestos de ajuda para nos pormos de pé e
darmos os primeiros passos, acompanhados, evidentemente, do olhar terno, do sorriso, da
palavra amorosa, constituindo sinais de "humanitude", fizeram de nós o que hoje somos. E
no presente, estudos recentes mostram que em doentes em grande confusão mental, em
estados avançados da doença de Alzheimer, quando as faculdades mentais e as memórias,
até a memória de si como pessoa, se perderam, resta ainda nalgum cantinho da sua mente
confusa a memória afectiva, também chamada de ambiência - a memória da ternura dos
primeiros meses de vida. Quando, por técnicas especiais, se toca 2 o doente conseguimos
despertar esta memória restante: o doente acalma-se e nos seus olhos surge uma centelha de
luz.
Também não há dúvida que nas nossas vidas actuais, os gestos acima mencionados foram
estímulos ao nosso desenvolvimento. Por isso, o ambiente de amor e ternura em que se
envolvem os bebés nos primeiros meses de vida, mesmo ainda no ventre de sua mãe são
fulcrais para o seu desenvolvimento harmonioso. E aí estão as teorias da haptonomia, 3 da
2
Toque intencional, toque afectivo.
Haptonomia: ciência da afectividade de Frans VELDMAN, 1975. Baseia-se no contacto psico-táctil
afectivo-confirmante. Reconhece o direito do ser humano a ser reconhecido pela consolidação racional
(confirmada) da sua existência e pela confirmação afectiva do seu ser, desde a concepção à morte. Estabelece
uma relação de ternura pelo toque afectivo-confirmante. Implica a noção de útero habitado. Pretende: a
confirmação afectiva, a segurança, a autonomia. – Onde não chega o saber, chega o amor!
3
3
vinculação, as técnicas de estimulação precoce para ajudar a superar algumas deficiências.
.
Mãos-engenhosas, mãos-artistas
O cérebro concebe, cria, inventa, constrói e reconstrói modelos, mas é às mãos que cabe dar
corpo a essas criações. Mãos hábeis que materializam as obras concebidas num majestoso
monumento ou através das teclas de um piano, das cordas de um violino, numa tela ou de
outra qualquer forma, produzem obras de arte que inebriam as nossas almas, ou dão corpo a
engenhos que facilitam as nossas vidas, permitem viajar no espaço, explorar os sítios mais
recônditos do nosso corpo para localizar e extirpar tumores ou corrigir deficiências
orgânicas, ou simplesmente criam equipamentos que nos proporcionam conforto e bemestar. Através delas o homem torna-se co-Criador.
Em suma, acabámos de falar de mãos-mágicas, em algumas das suas vertentes.
Mas também todos sabemos, que mãos accionadas por mentes perversas, perturbadas ou até
em pânico podem ser instrumentos de maus-tratos, de destruição e de morte. Não vamos
abordar este aspecto, basta a televisão.
No entanto, mesmo nos gestos mais nobres e amorosos ou quando delicadamente cuidam,
procurando aliviar o sofrimento, elas podem transmitir doenças e mal-estar. Usadas sem os
necessários cuidados higiénicos, podem ser um elo na cadeia de transmissão de doenças
muitíssimo graves, como as infecções hospitalares com agentes infecciosos ultra-resistentes
aos antibióticos ou energias pesadas que provocam mal-estar e mesmo doença,
transformando-se em mãos-perigosas. Como cidadãos conscientes, desejamos que as
nossas mãos e as que nos cuidam ou nos tocam sejam mãos limpas, mãos seguras. E
este milagre consegue-se principalmente com o hábito de lavar as mãos - a lavagem
higiénica simples das mãos, que trataremos de seguida.
A lavagem social ou higiénica simples das mãos
A lavagem das mãos faz parte dos gestos diários dos nossos hábitos de higiene. Ajudar a
criar, desde a mais tenra idade, o hábito de lavar as mãos é um dever dos pais e educadores.
Ser portador de mãos limpas e seguras é um dever de cidadania, um sinal de respeito, uma
manifestação de consideração por nós e pelos outros.
A lavagem das mãos tem um duplo objectivo: proteger-se e proteger os outros. Para
atingir este duplo objectivo não só o devemos fazer em todas as ocasiões referidas a seguir,
como fazê-lo correctamente, isto é, na hora certa, com o produto adequado, a técnica
correcta e sem perda de tempo.
4
LAVAGEM DAS MÃOS
Regra dos 3C+1
Na hora certa,
Com o produto certo,
Com a técnica certa.
Sem perda de tempo
Qual o seu efeito?
Na lavagem higiénica simples das mãos aproveita-se o efeito do arraste da água
(mecânico), e o poder adstringente do sabão. Assim, a sujidade e a flora transitória são
arrastadas e destruídas. Igualmente produtos químicos, cuja absorção através da barreira
cutânea tem uma acção tóxica. Uma outra acção, que desconhecia até há pouco tempo, é a
remoção e destruição da energia doente. Na minha formação de cura prânica (toque
terapêutico) a formadora chamou veemente a atenção para o imperativo de lavar as mãos,
antes, durante a realização do tratamento (depois de retirar a energia doente e antes de a
substituir por energia saudável) e depois deste. Aliás, ela não se ficava pela lavagem
higiénica, utilizava também a desinfecção alcoólica das mãos.
Devemos, pois lavar as mãos porque além de ser um procedimento eficaz na diminuição do
número de agentes microbianos e outros contaminantes e diminuir o risco da sua
transmissão ele é também um procedimento simples.
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A remoção mecânica da
matéria orgânica e dos
microrganismos e outros
contaminantes pela fricção
enérgica das superfícies
ensaboadas, seguida do
enxaguamento por um jacto
de água.
.
Lavar as
mãos
PORQUÊ?
Procedimento simples e importante,
pois diminui o número de agentes
microbianos e outros contaminantes
e reduz o risco da sua transmissão.
Há várias técnicas de lavagem das mãos, mas no âmbito desta sessão só trataremos da
lavagem
social
ou
lavagem
higiénica
simples.
COMO?
• Lavagem social ou higiénica
• Lavagem anti-séptica
• Lavagem cirúrgica
• Desinfecção alcoólica das mãos
Quando devemos lavar as mãos?
Começamos o dia com os nossos cuidados de higiene, onde naturalmente incluímos a
lavagem das mãos. Lavá-las no início e no fim do nosso dia de trabalho, sobretudo nos
trabalhos considerados limpos, talvez nem sempre seja um hábito arreigado em nós. No
entanto, ele deve fazer parte das nossas obrigações de trabalhadores/técnicos/cidadãos
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conscientes e responsáveis. Os conceitos de trabalho limpo, sujo ou contaminado que as
pessoas têm nem sempre correspondem à verdade. O que parece muitas vezes não é. As
investigações comprovam-no. Eu própria num estudo que realizei em 1983 o comprovei.
Mais tarde repliquei-o, noutros contextos, obtendo-se resultados idênticos. 4 Estes estudos
foram realizados em meio hospitalar, quando se tomava consciência do perigo das
infecções hospitalares, após uma “lua-de-mel” decorrente do uso indiscriminado dos
antibióticos. Hoje todos os hospitais têm Comissões de Higiene e Prevenção das Infecções
Hospitalares, que fazem estudos epidemiológicos de forma sistemática. Seria interessante
fazê-los noutros contextos laborais. Talvez os teclados dos computadores de uso pessoal e
4
Este estudo foi realizado quando orientava alunos em estágio de Cirurgia e tinha como
objectivo principal consciencializar estudantes e profissionais para as boas práticas.
Anotava-se o que os sujeitos estavam a fazer e colocava-lhes a questão. «Considera o
trabalho que está a realizar sujo ou limpo?» Por exemplo, a auxiliar de acção médica que
estava a lavar material de pensos não teve qualquer dúvida em dizer «sujo». A seguir
pedimos-lhe que colocasse as mãos numa placa de Petri devidamente preparada para a
cultura em laboratório. Perguntámos-lhe, de seguida, se considerava as mãos sujas ou
limpas? Respondeu sem hesitação «sujas». Então, se agora fosse almoçar como procedia?
Resposta imediata: «Lavava muito bem as mãos». Então faça como se fosse almoçar. Ela
esmerou-se a lavar as mãos, secou-as correctamente com toalhete de papel. Observámos
que estava de relógio de pulso, com correia de pele e após a operação meteu os dedos entre
a correia e a sua pele para ajeitar o relógio. Pedimos-lhe de seguida que colocasse as mãos
na preparação da placa de Petri. No dia seguinte, 24h depois da colheita, fomos ao
laboratório de microbiologia ver este e outros resultados, com os próprios sujeitos do
estudo. Foram surpreendentes: a colheita após o trabalho sujo apresentou zero colónias, o
que é muito melhor que os parâmetros aceitáveis. Após a lavagem das mãos e na placa da
mão cujos dedos foram introduzidos por baixo da correia do relógio havia uma cultura
muito rica de agentes patogénicos. Outro exemplo, as mãos do enfermeiro chefe que
manuseava documentos, mas que observámos atender várias vezes o telefone, e que mais
conhecedor referiu «talvez não seja muito limpo» desenvolveram-se culturas de
pseudomonas , fungos patogénicos e outros agentes infecciosos. O mesmo aconteceu com
a secretária de unidade de outro serviço. Duas empregadas que limpavam o chão com um
esfregão, sem luvas de limpeza, uma delas quando a abordámos para lhe pedir para
participar no estudo começou a chorar com medo que fosse castigada por não se proteger
com luvas, depois de serenada colaborou e ficou depois contente quando viu os resultados,
que estavam dentro dos parâmetros aceitáveis, explicados pelos produtos utilizados. Isto
não quer dizer que naquele esfregão não houvesse matéria orgânica e outros contaminantes
(É célebre a história do Prof. Bissaya Barreto quando fez o reparo de que a roupa operatória
tinha manchas e o jovem enfermeiro lhe respondeu que estava esterilizada, ficando sem
“folgo” quando ouviu do Professor, na sua voz tão peculiar, «E se lhe dessem M…
esterilizada, comia-a?») Nestes estudos verificou-se que a roupa hospitalar, as toalhas
turcas na primeira utilização, eram seguras, os documentos contaminavam as mãos que os
manuseavam e certamente foram por elas contaminados. Para umas Jornadas de Formação
no Hospital Distrital da Guarda, em que participei com uma intervenção subordinada ao
tema «Prevenção da infecção na perspectiva do enfermeiro», realizei um estudo de âmbito
mais abrangente, cujos resultados muito elucidativos apresentei nessas sessão (15/05/1986)
e eram do mesmo teor.
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das repartições públicas revelassem algumas surpresas! Lavar as mãos no início do nosso
trabalho será contribuir para um ambiente seguro. Fazê-lo à saída é velar pela nossa
segurança pessoal e dos nossos, é também desligar-nos das preocupações e desarmonias
decorrentes do ambiente profissional, por vezes tão agressivo.
Em meio hospitalar, lavar as mãos antes e depois de prestarmos qualquer cuidado é regra
obrigatória Como cidadãos, também muitas são as oportunidades de cuidar ou visitar
doentes nos hospitais ou fora deles. Devemos impor-nos as mesmas regras.
Igualmente o devemos fazer antes e depois de usar luvas, mesmo as de uso doméstico. Se
as não lavarmos antes, a flora transitória da pele encontra um bom meio de temperatura e
humidade para se desenvolver. Depois de usar luvas, obviamente, é imperioso. O uso de
luvas leva, por vezes, a uma falsa segurança para que se deve alertar.
Mais corrente é o hábito de lavar as mãos antes e depois de preparar alimentos e de comer;
de ir ao WC e depois de tossir e espirrar. Igualmente quando por descuido derramámos nas
mãos produtos tóxicos ou os manuseámos. Antes e depois de um tratamento energético.
Resumindo:
Quando?
• No início e no fim do trabalho
• Antes e após cuidar de um doente
• Antes e depois de usar luvas
• Antes e depois de preparar alimentos
de comer
• Depois de tossir, espirrar, ir ao WC
• Antes e depois de procedimentos
exijam assepsia (lavagem cirúrgica)
e
que
• Situações especiais
• Sempre... que sentir necessidade!
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Procedimento
Cuidados prévios (respeitar os princípios básicos):
antes de proceder a um cuidado ou à lavagem das
mãos é imperioso retirar anéis, pulseiras e o relógio
de pulso (ver nota de pé de página n.º 3) e bem
entendido arregaçar as mangas ou usar mangas curtas.
No meio hospitalar ou noutros contextos de trabalho
propícios a qualquer tipo de contaminação estas
regras são obrigatórias, bem como usar as unhas
curtas e sem verniz. Proteger lesões existentes nas
mãos.
Criar / manter e promover o hábito de lavar as mãos é
outro princípio básico.
Princípios Básicos:
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•
•
•
•
•
Não usar adornos, jóias e relógio
Não usar verniz
Usar unhas curtas e limpas
Evitar mangas compridas com punhos
Proteger lesões existentes nas mãos
Criar/manter e promover o hábito de lavar as
mãos
Lavagem propriamente dita:
•
•
Abrir a torneira, evitando contaminá-la. Hoje, nos meios hospitalares e nos
espaços públicos as torneiras são equipadas com dispositivos que dispensam o
uso das mãos para as abrir e fechar. No caso de não existirem, o toalhete de
papel ou um pouco de papel higiénico podem servir de protecção.
Molhar, deixando cair a água nas mãos.
9
•
•
Aplicar 3 a 5 ml de sabão líquido de preferência neutro.
Ensaboar as mãos, friccionando, durante 30 segundos, cumprindo os seis
passos das normas internacionais: Friccionar palmas, dorso, os pulsos,
rebordos interno e externo das mãos, entre os dedos, pontas dos dedos,
polegar, pontas dos dedos no côncavo das palmas das mãos, para as unhas.
•
Exemplificar
1
Friccionar
as palmas
•
2
3
Friccionar o
dorso
Friccionar
entre os dedos
Não esquecer que temos duas mãos!
10
4
Friccionar a
ponta dos
dedos
•
5
6
Friccionar o
polegar
Friccionar a
ponta dos
dedos na palma
Não esquecer que temos dois polegares!
•
•
•
•
Escovar as unhas se necessário. Repetir se necessário
Enxaguar abundantemente, com água corrente. Manter as mãos erguidas.
Secar bem as mãos, tendo em atenção os espaços interdigitais, com toalhete de
papel ou toalha limpa.
Procurar não estragar o que se acaba de fazer (toalhas pouco limpas, maçanetas
das torneiras e portas). Utilizar o toalhete para fechar a torneira.
Promover o hábito de lavar as mãos é uma regra básica, ajudar
as nossas crianças a adquiri-lo deve ser um compromisso.
Podemos fazê-lo em forma de jogo, por exemplo para as unhas “A pitinha que põe o ovo”,
e outros que a imaginação ditar. A princípio pode parecer complicado, mas depois os gestos
automatizam-se e fazem-se sem se dar por isso, embora às vezes se façam mais apressados.
Banho seco (Kenyoku)
11
É uma técnica de purificação dos canais energéticos que se usa antes e depois de
aplicarmos um tratamento Reiki. Mas que também podemos utilizar quando nos sentimos
desarmonizados, fatigados, tristes, com maus sentimentos ou pensamentos negativos
persistentes. Quando estamos em ambientes pesados, com discussões, agressividade, raiva,
despeito, num grupo muito negativo «a negatividade é como as doenças transmissíveis
sexualmente (DTS), quanto mais perto mais se pega» (Margot Phaneuf, 2004). Utiliza-se
quando nos queremos desligar de pessoas, coisas, situações, emoções, pensamentos. É uma
técnica de limpeza, de protecção, muito útil de manhã e à noite. É claro que a melhor
protecção é a luz que se exprime pela compaixão, pelo amor incondicional, por criarmos à
nossa volta um clima de paz, de harmonia, de benevolência.
Procedimento
É uma técnica muito simples.
1. Formular a intenção;
2. Colocar a mão direita aberta, mas com os dedos unidos no ombro esquerdo (os dedos
apoiam-se no ombro), deslizar a mão em diagonal até à anca direita, tocando levemente
o corpo;
3. Colocar de igual modo a mão esquerda no ombro direito, procedendo como no ponto
anterior até à anca esquerda;
4. Colocar novamente a mão direita no ombro esquerdo, procedendo como no ponto 2.
5. Apoiar a mão direita no ombro esquerdo, deslizar a mão pela face interna do braço
esquerdo até à ponta dos dedos, tocando ao de leve o corpo;
6. Apoiar a mão esquerda no ombro direito, deslizar a mão pela face interna do braço
direito até à ponta dos dedos, do mesmo modo;
7. Repetir o número 5.
8. Agradecer, com as mãos erguidas (em gasshio).
Conclusão
Nesta sessão formativa e no documento elaborado, procurou-se que compreendessem a
ferramenta mágica que são as nossas mãos, mas também que mesmo no seu agir mais
12
nobre, mais amoroso como é, por exemplo, o cuidar ou o estimular para a vida o nosso
bebé, elas podem tornar-se uma ferramenta perigosa. Apresentámos a lavagem das mãos
como um meio seguro de descontaminação (microbiana, química, energética) e como uma
técnica simples de realizar. Deixámos também a técnica do banho seco, como uma técnica
muito simples de nos harmonizarmos e desligarmos de emoções, pensamentos, pessoas,
situações ou coisas que nos foram desagradáveis ou penosas e antes e depois de tratamentos
energéticos.
Desejando que «mãos limpas, mãos seguras» seja mais que um slogan, estou à vossa
disposição aqui ou em momentos informais para dialogarmos sobre estes assuntos ou para
esclarecer dúvidas e agradeço as vossas questões e críticas.
À Equipa de Enfermagem da Comissão de Higiene e Prevenção das Infecções
Hospitalares os meus maiores agradecimentos pela sua ajuda: facultaram-me o material
para os diapositivos em Power Point e com estas colegas pude validar os conhecimentos
sobre a lavagem das mãos. Bem hajam.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BARNETT, Libby ; CHAMBERS, Maggie – A força universal de vida pela imposição das
mãos, 2.ªed. Rio de Janeiro: Nova Era, Editora, 2001 (Trad. Níria Barbosa de Oliveira).
GINESTE, Yves; MARESCOTTI, Rosette - Qu´est-ce qu´être soignant. La philosophie
d´humanitude. Production Yves Gineste et Rosette Marescotti. CEC.87220 France,
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GINESTE, Yves; MARESCOTTI, Rosette - Philosophie de l´Humanitude. Idem.
GINESTE, Yves; MARESCOTTI, Rosette -Toucher tendresse. Idem.
JACQUART, Albert - L´Héritage de la liberté: de l´animalité à l´humanitude. Seuil, Ed.,
1991.
JACQUART, Albert - L´Homme est l´avenir de l´homme, 1999.OMS, World Alliance for Patient Safety – Guidelines on Hand Hygienes in Health Care.
É-mail: patientsafety @ who. int
PHANEUF, Margot - Comunicação, entrevista, relação de ajuda e validação. Loures:
Lusociência (Tradução Nídia e Rui Pedro Salgueiro).
PHANEUF, Margot - La relation d´aide. Documento elaborado para uma acção de
formação para enfermeiros do Serviço de Urgência dos Hospitais da Universidade de
Coimbra, Portugal, em 2004, não publicado.
PHANEUF, Margot - La validation et autres approches « d’humanitude », pour les
personnes souffrant de maladie d’Alzheimer. Documento elaborado para um ciclo de
conferências realizadas em Portugal em 2005, não publicado.
STEIN, Diana – Reiki essencial: Manual completo sobre uma Antiga Arte de Cura. São
Paulo, Brasil: Editora Pensamento, 1995 (Trad. Renata Maria Matosinho Wentzcovitch).
SUI,Choa Kok – Milagres da cura prânica, 4.ª ed.. São Paulo, Brasil: Ed. Ground, 1998
(Trad. Sílvia Sarzana e Euclides Calloni. Traduzido em 27 línguas).
VELDMAN, Frans – Haptonomie, Science de l´Affectivité. Redécouvrir l´humain. 8.ª ed.
Paris: Presses Universitaires de France (PUF), 2001.
Coimbra, 25 de Janeiro de 2006
Nídia Salgueiro
14
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As mãos ferramenta mágica