CURDOS
A QUESTÃO DO CURDISTÃO.
Palestino: Você se parece muito comigo. Qual a sua
nacionalidade? Curdo: Eu sou curdo e pareço com todos os
pobres do mundo.
Curdistão
Muralhas da cidade
Diyarbakır - capital do Curdistão .
Curdistão é uma região com cerca de 530.000
km² distribuídos em sua maior parte na Turquia
e o restante no Iraque, Irã, Síria, Armênia e
Azerbeijão. Seu nome, que vem do persa e
significa "terra dos curdos” foi cunhado em
1150 pelo sultão seljúcida Sanjar para designar
uma parte do Irã ocidental. Atualmente os
curdos são a mais numerosa etnia sem Estado
no mundo. São 25 milhões de pessoas, na sua
maioria muçulmanos sunitas, que se organizam
em clãs e, em algumas regiões, falam o idioma
curdo.
• O povo Curdo é constituído por um
agrupamento de famílias que vivem em
forma de tribos, suas atividades
econômicas são baseadas no pastoreio e
fabricação artesanal de tapetes..
• Descendentes do antigo império
medopersa (nação a quem pertenceu o
Rei Dario). Os curdos lutam muito para
possuir seu próprio território como pátria e
dar um lar a seus mais de 25 milhões de
habitantes que hoje vivem divididos entre
a Turquia, Síria, Iraque e Irã. São na
maioria muçulmanos, apenas se
conhecem crentes entre eles.
• Determinar o número exato é impossível. Os
governos de seus respectivos países onde eles
vivem tendem a subestimar seu número,
enquanto que seus movimentos nacionalistas o
exageram.
• Descendentes dos medopersas mencionados
na Bíblia em 612 a.C. conquistaram Nínive, e
por sua vez foram conquistados pelos persas
em 550 a.C. Alguns antropólogos os identificam
com os elamitas mencionados na profecia de
Jeremias 49. No século VII d.C., se
converterem, na sua maioria, ao islamismo.
• Os Curdos mais famosos da história foram
Dario, o Medo, que reinou na Pérsia no
tempo de Daniel, e Saladino, que lutou
contra o Rei Ricardo Coração de Leão,
nas cruzadas e reconquistou Jerusalém
para o islamismo em 1187.
• Apesar de possuir características
singulares, os Curdos foram reconhecidos
somente a partir da década de 1920, por
meio do Tratado de Sévres, em 1920, e
Lausanne, em 1923, que propunha a
instauração de um Estado Curdo nos
lugares em que já habitavam.
• No entanto, os governos não colocaram em
prática a determinação de criação de um novo
Estado, além disso, os líderes dos territórios
onde está localizado o povo curdo reprimiram
essa etnia forçadamente, tal repressão
impulsionou o surgimento de inúmeras revoltas
com confrontos diretos.
Entre 1945 e 1946, houve a existência da
República Democrática Curda, essa, em sua
restrita existência, se encontrava localizada
onde está atualmente o Irã.
• Todos os impasses para a consolidação
de um Estado autônomo para a nação
curda conduziram esse povo a um conflito
com os líderes do Iraque e Irã que durou
quase uma década, entre 1961 e 1970. O
confronto favoreceu o surgimento de
acordos que deram autonomia ao povo,
embora tais acordos nunca tenham sido
executados.
Um povo diferente
Não há dúvida que eles são a maioria mais
importante do Oriente Médio. Sua pátria, que
eles chamam de Curdistão, não tem limites
oficiais, mais se estende desde as montanhas
Zagros no Irã até a parte do Iraque, Síria e
Turquia Oriental. Uma região montanhosa de
530.000 km2 onde se encontram 100% do
petróleo turco e sírio, e 74% do Iraque (KirkukMosul) e a metade do iraniano (região de
Kermanach). Ao norte se encontra o Monte
Ararat (onde desceu a arca de Noé), e os rios
Tigre e Eufrates banham a região.
• Um povo com língua própria
• A diferença entre árabes e curdos está no fato de que
estes ainda não estruturaram a sua língua e a sua
escrita; os mais alfabetizados escrevem em árabe.
• O curdo é um idioma indoirani relacionado com o persa.
Tem um grande número de dialetos. Em alguns casos é
possível o entendimento restrito entre um dialeto e
outro, porém na maioria dos casos não o é.
• Provavelmente o obstáculo mais grave para a
comunicação entre os curdos e com outras nações
resida no fato de que o analfabetismo é muito grande.
Poucos são os que tem oportunidade de ir a escola,
geralmente por questões econômicas.
• Um povo com identidade própria
• Ainda que originalmente eram nômades, hoje em sua
maioria são agricultores. Vivem em pequenos povoados
que se destacam por sua estrutura competitiva de clãs e
por sua desordem: em algumas ocasiões ganharam a
reputação de serem brutos. Os turcos provocaram
algumas tribos curdas a unirem-se para o massacre dos
armênios até o final do século XIX.
• A parte disto, são muito hospitaleiros. Suas mulheres
realizam tarefas domésticas, e durante a colheita
também trabalham no campo. Em suas festas as
esposas tem lugar ao lado de seus maridos, e é
permitido que falem. Os curdos normalmente tem uma
só esposa.
• Pode-se dizer que sua cultura está baseada no
amor. Por exemplo, é bem visto uma jovem
deixe seu lar para unir-se ao seu amado, ainda
que contra a vontade de seus pais. As mães
sempre levam consigo seus bebês, até quando
vão realizar trabalhos no campo. É permitido às
crianças, desde pequenos, a sentar-se com os
adultos e participar de suas conversas, que
geralmente são sobre o amor, doenças, ou
morte. Os filhos levam o sobrenome do pai,
ainda que podem tomar o da mãe se ela é
bonita ou de família muito conhecida.
• Preparados para morrer pela sua pátria
• Nação sem estado, massacrados pelos turcos e
árabes, esquecidos pela ONU, os curdos são na
grande maioria analfabetos. Desde o início
deste século, quando se desenvolveu seu
nacionalismo, o povo curdo mantém uma guerra
de guerrilhas contra as potências ocupantes de
seu território. O tratado de Sôvres, firmado em
1920, havia prometido a eles o direito a sua
independência depois da queda do império
otomano. Mais quando o texto de Sôvres foi
substituído pelo de Lausane, foi perdida toda
esperança.
• Não é a primeira vez que as esperanças curdas
por obter uma nação própria terminou em
desastre. Seus guerrilheiros chamam a si
mesmo "peshmerga" (os que enfrentam
a morte), e através dos anos tem sido
frustrados seus intentos por aspirar uma nação
própria, em terras com governantes que os
depreciam.
• No Iraque, Saddam Hussein tentou por longo
tempo eliminá-los. Quando as forças aliadas na
guerra do Golfo, expulsaram o exército
iraquiano do Kuwait, centenas de milhares de
curdos sem lar se dirigiram ao norte para
reclamar suas antigas terras, somente para
serem atacados por Saddam e forçados a fugir
novamente.
• Os problemas no Iraque tem levado o
Primeiro Ministro da Turquia a utilizar a
palavra curdos, já que até pouco tempo a
existência deste grupo humano não era
aceita, e eram chamados de turcos das
montanhas. Agora, uma nova legislação
foi proposta e trarão liberdade limitada
para a língua curda permitindo fitas e
vídeos em sua língua, mais não livros.
• Curdos – a maior nação sem Estado do planeta
• Etnia de origem milenar, possuíam autonomia até o
séc. XVII;
• Domínio do império Turco-otomano até a 1º Guerra
Mundial;
• Atualmente são mais de 28 milhões espalhados pela
Turquia, Iraque, Síria e Irã;
• Partido dos Trabalhadores do Curdistão – PKK –
ações armadas na Turquia;
• Curdos iraquianos – perseguições e ataques
químicos de Saddan Hussein.
• Questão atual: lutar pela independência ou pela
federação??
'ALI QUÍMICO' É CONDENADO À MORTE POR ATAQUE A
CURDOS.
O iraquiano Ali Hassan al-Majid, famoso primo do ex-ditador Saddam
Hussein e mais conhecido como "Ali Químico", foi condenado à morte em
17/01/10 por ter ordenado em 1988 um ataque com gás venenoso contra os
curdos, que matou mais de 5 mil civis no vilarejo de Halabja. Al-Majid já
havia sido condenado à morte outras três vezes por crimes contra a
humanidade no Iraque. Sobreviventes de Halabja, no entanto, queriam que
o julgamento de "Ali Químico" pelo ataque contra os curdos fosse
concluído antes da execução da sentença. Parentes das vítimas de Halabja
comemoraram no tribunal após a condenação de Al-Majid, um dos
principais arquitetos do regime de Saddam Hussein e um dos últimos a ser
julgado. Al-Majid ganhou esse apelido por sua disposição em usar gás
venenoso contra os curdos. O ataque de 1988 é considerado o pior deste
tipo já realizado contra civis. Até hoje, muitas pessoas em Halabja ainda
apresentam sequelas físicas do ataque com gás nervoso e mostarda,
realizado ao final da guerra entre Irã e Iraque.
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