XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia,
Documentação e Ciência da Informação
Sistemas de Informação, Multiculturalidade e Inclusão Social
Maceió, Alagoas, 07 a 10 de Agosto de 2011
Temática 1: Informação, Conteúdos e Conhecimento na Sociedade da Informação
Perspectivas Metodológicas para Estudo do Uso da Linguagem
Cotidiana na Busca de Informações em Plataformas Interativas
Virtuais
Luciana Souza Gracioso
[email protected]
Universidade Federal de São Carlos
Leticia Reis Silveira
RESUMO
O cenário contemporâneo híbrido de produção, organização e
recuperação da informação na internet oferece constantes desafios no
campo de pesquisa e prática da Biblioteconomia e da Ciência da
informação. Neste contexto, o desafio que aguçou o desenvolvimento
deste projeto de pesquisa, é o de analisar as ações de busca da
informação e descrição (etiquetamento) de conteúdos disponíveis em
plataformas interativas da Web, discutindo a viabilidade e a
disponibilidade para sobre esta prática colaborativa. Diante da
interatividade contemporânea na concepção de informação, este projeto
também testará a viabilidade no uso de métodos cruzados para coleta de
informação, dentre eles, a Netnografia, o grupo focal virtual e o
levantamento de dados a partir de orientações da abordagem alternativa
de estudo de usuário. Para verificação dos resultados se propõe a análise
de conteúdo. O sistema analisado como campo de experimentação será o
SACI - Sistema de Apoio a Comunicação Integrada, desenvolvido pela
CCS – Coordenadoria de Comunicação Social, da UFSCar –
Universidade Federal de São Carlos e as ações de busca serão
verificadas a partir do produto informacional clipping, produzido e
organizado por esta coordenadoria. Ao final, vislumbra-se estabelecer
alguns parâmetros qualitativos sobre as atividades de inclusão da
linguagem cotidiana do usuário nos instrumentos de representação da
informação em ambientes híbridos, virtuais e interativos para
organização e recuperação da informação. A idéia principal desta
pesquisa em andamento é a de testar encaminhamentos metodológicos
que posteriormente, possam ser ajustados, testados e utilizados nas mais
diferenciadas Bibliotecas no contexto da validação dos serviços de
atendimento ao usuário mediados pela cenário virtual.
PALAVRAS-CHAVE:
Estudo do Usuário. Linguagem Cotidiana. Redes sociais.
Trabalhos técnico-científicos
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1 Introdução
Acredita-se que quanto mais aproximarmos a linguagem cotidiana dos instrumentos de
representação da informação que lidam com conteúdos híbridos, tanto em seu formato como
em sua natureza, mais se ampliará o alcance e a democratização destes instrumentos. É
possível identificar diferentes e promissoras iniciativas de sistematização da linguagem como
o intuito de configurá-las enquanto instrumento de representação e recuperação da informação
em sistemas de informação mediados por plataformas interativas da web.
Estudos clássicos da área de Biblioteconomia e Ciência da informação foram os responsáveis
por sinalizar caminhos e metodologias para um controle de vocabulário que representasse a
totalidade de conteúdos disponibilizados em diferentes domínios e registros de conhecimento.
Atualmente, tem se fortalecido as estratégias de processamento de linguagem natural,
produzindo, através de potentes ferramentas, a extração quantificada e até mesmo qualificada
dos conceitos, ou ainda, sintagmas, representativos de conteúdos textuais. Em outra
perspectiva, avançam também os estudos sobre a indexação social de conteúdos na Web, que
por sua vez, aparentemente, se configuram e se organizam através de uma lógica social, ainda
por se decifrar.
Neste contexto, pensamos na aproximação e complementaridade destas frentes de
representação da informação, na constituição de instrumentos híbridos de representação do
conhecimento. Concomitante a estes movimentos, temos nos atentado especialmente para os
usos da linguagem cotidiana nas ações de busca e organização da informação considerando
em um plano mais amplo que, ao aproximarmos esta linguagem, às linguagens de
representação da informação (não especializados) estaremos democratizando o acesso ao
conteúdo representado e organizado.
Vale ressaltar que não se propõe teoricamente construir uma linguagem de representação de
conteúdos somente a partir da linguagem cotidiana, e sim, aproximar esta linguagem aos
sistemas e estruturas de representação que tem se constituído no escopo da representação da
informação. Teríamos que considerar a linguagem e m movimento e em uso social (sendo que
este uso é a condição para o estabelecimento dos sentidos das informações buscadas via
linguagem). Precisaríamos compreender a linguagem em função das atividades sociais nas
quais as informações circulam e isto demandaria um entendimento prévio sobre as
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circunstâncias relacionadas à construção de significados. Desse modo o caminho a ser
seguido para compreender o uso da linguagem na busca informacional teria que ser tangencial
aos até então estabelecidos na constituição de linguagens de mediação informacional.
Então, o que se pretende é diagnosticar o movimento de uso da linguagem nas ações de busca
da informação, indicando aos instrumentos terminológicos concebidos no ambiente de
sistemas de informação, possíveis variações de signo, sentido e significado dos conceitos
utilizados na busca de conteúdos. Isto para que seja possível observarmos as variações sobre o
uso da linguagem e tenhamos mais clareza sobre as reais condições de promovermos ou não
instrumentos precisos de representação e recuperação da informação em ambientes virtuais
abertos e interativos.
Considerando que o sistema em análise (SACI), está em desenvolvimento pela CCS com a
colaboração de professores e alunos do curso de Biblioteconomia e Ciência da informação da
UFSCar, um esquema para a sistematização de uma linguagem de representação de seus
conteúdos está sendo projetado. Neste contexto, esta pesquisa visa identificar e sinalizar as
possibilidades de se considerar a linguagem do usuário no contexto desta sistematização de
conteúdos. Há a intenção de diagnosticar também, além dos conceitos usados na busca, os
seus significados que, por sua vez, se formaram no contexto de uso cotidiano do buscador da
informação. Com isto poderíamos também não só formarmos um banco de significados, mas
como, principalmente, aproximarmos as significações possíveis (trabalhando-as no nível de
relacionamento de sinônimos ou associativos) aos instrumentos de representação da
informação.
As condições sobre esta sistematização metodológica para construção de linguagem estão
sendo analisadas no escopo de outro projeto de iniciação científica em desenvolvimento
intitulado: Proposta de elaboração de metodologia para construção de instrumento de
recuperação da informação, a partir da linguagem cotidiana, em plataformas interativas (Web
2.0). Já na presente proposta de pesquisa, a intenção é a de diagnosticar alguns
comportamentos de uso de linguagem cotidiana nas ações de busca e organização da
informação em plataformas interativas e ainda diagnosticar em que medida o buscador da
informação recorre primeiramente aos seus interlocutores virtuais, para auxiliá-lo em suas
ações de busca de informação. Vislumbra-se posteriormente que estes encaminhamentos
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metodológicos possam ser ajustados, testados e utilizados em Bibliotecas das mais diferentes
naturezas, e que estejam, até certo ponto, vinculadas a Web.
Para isto será desenvolvido estudos sobre o arcabouço teórico da área que justifique a
necessidade de avançamos nos estudos sobre o uso da linguagem cotidiana no contexto dos
sistemas de informação. Isto por nos validarmos das argumentações apresentadas por
González de Gomez (1993) de que “na busca de novos pontos de partida, a área dos estudos
da organização e da representação do conhecimento – acreditamos – deverá passar pela
reconstrução de algumas premissas epistemológicas – subjacentes às mudanças de locus do
conhecimento/informação nas modernas formações sociais.” Diante disto, como aporte
filosófico nos pautaremos na abordagem pragmática de estudos da linguagem proposta na
filosofia de L. Wittgenstein, em sua obra Investigações Filosóficas, 1953, na qual o autor
considera a máxima de que “a linguagem é o seu uso”. Recuperaremos alguns estudos em
Ciência da informação que defendem esta aproximação pragmática aos estudos
informacionais, como os desenvolvidos por Hjorland, Frhomann, Nedobity, Blair, e
nacionalmente, Novellino e González de Gomez, dentre outros. Recuperaremos também os
conceitos e as definições sobre a linguagem natural, diferenciando seus usos no campo
biblioteconômico (LANCASTER, 2004, LOPES 2002, SOUZA, 2004), que em geral
reconhecem a linguagem natural como sendo a utilizada pelo autor do texto, as palavras sobre
as quais os textos foram redigidos. Proporemos em nosso trabalho o uso do termo Linguagem
cotidiana para representar a linguagem do usuário no momento de sua busca de informação,
considerando o seu contexto social de uso da linguagem, aproximando a natureza do trabalho
a de uma epistemologia social da Ciência da informação.
Recuperaremos ainda os estudos sobre garantias que subsidiam as ações de organização da
informação no campo da Biblioteconomia e da Ciência da informação e que se aproximariam
do contexto do usuário. Estas garantias reconhecidas enquanto garantias culturais e de uso
serão estudadas a partir dos trabalhos de Begthol (1986, 2002) e servirão como fundamento e
justificativa para o desenvolvimento deste projeto. Begthol (2002) menciona que as condições
virtuais globais de acesso aos conteúdos sistematizados e representados tematicamente
requerem que diferentes garantias de representação sejam adotadas relacionadas aos
componentes sócio-culturais gerais. Por conta disto, a autora também pontua que aspectos
éticos devem ser considerados na representação para que as múltiplas identidades culturais
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possam ser consideradas de modo que os sujeitos, pertencentes a ela, também tenham seu
espaço na representação.
Para estudos sobre o uso da linguagem nas ações de busca de informação recuperaremos a
abordagem alternativa de estudo do usuário, sugerida por B. Dervin, como subsídio para se
pensar em um procedimento metodológico que recupere no momento da coleta de dados,
além dos conceitos de busca, o contexto de uso destes conceitos no cotidiano do usuário
“buscador” da informação, recuperando ao mesmo tempo aspectos cognitivos do usuário.
Para Dervin e Dewdney (1983, p. 3), a busca de informação pode ser melhor descrita como
construção de sentido, um novo sentido que as pessoas criam quando estão tentando progredir
com determinadas situações em suas vidas. Dessa forma, a informação que ajuda uma pessoa
num determinado momento e lugar pode não ajudar outra. Tal informação pode não ajudar até
mesmo a mesma pessoa num outro momento onde ela possa ver determinada situação de
outra maneira. Essa mudança no momento da formulação da pergunta é muito comum e
mostra que as pessoas variam muito o modo de questionamento durante o processo de criação
de sentido.
Neste plano, serão estudados os aportes da netnografia como método de coleta de informações
sobre o uso da linguagem no processo de busca da informação, tendo em vista que é intuito
deste trabalho analisar as ações de uso da linguagem para busca da informação, em um campo
mediado pela tecnologia, através do uso de comunidades virtuais. Tal termo, também
conhecido por “etnografia virtual”, foi introduzido na década de 80, por Robert V. Kozinets17
(1998) e, nas palavras do autor, trata-se de
[...] uma descrição escrita resultante do trabalho de campo que estuda as
culturas e comunidades on-line emergentes, mediadas por computador, ou
comunicações baseadas na Internet, onde tanto o trabalho de campo como a
descrição textual são metodologicamente conduzidas pelas tradições e
técnicas da antropologia cultural.
Somado a este procedimento, será desenvolvida especificamente uma pesquisa com o grupo
focal virtual, a partir da comunidade virtual que será selecionada, em que se levantará tanto os
aspectos que recuperam a abordagem alternativa de estudo de usuário como norteará a
conversação sobre o uso da linguagem nos processos de busca de informação. De acordo com
Duarte (2007, p. 87) a técnica de entrevista em grupo focal surgiu há cerca de cinqüenta anos
e tem sido bastante utilizada nos últimos trinta, principalmente em pesquisas mercadológicas,
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sociológicas, na área de saúde e, mais recentemente, nas áreas de engenharia e ciência da
informação. Trata-se do mecanismo de coleta de dados a partir de debates em grupo
direcionados acerca de um tópico específico.
No caso deste estudo, a realização do grupo focal se dará em meio virtual, por meio de chat
ou lista de discussão, a partir de uma comunidade virtual atrelada tanto a CCS como a
UFSCar. Este modelo de coleta de dados, antes de resultar em respostas quantitativas
validadas, servirá como diagnóstico de procedimento para estudo sobre o uso da linguagem
nas ações de buscas de informação.
Para contextualizar o campo de nossas análises e discussões, nos estabeleceremos no cenário
Web, mais especificamente na Web 2.0, ou ainda Web pragmática como indica Gracioso
(2007). Tim O’Reilly (2005, p. 15), pioneiro na denominação do assunto, diz que uma parte
essencial da Web 2.0 é tirar partido da inteligência coletiva, transformando a web em uma
espécie de cérebro global. Aquino (2007, p. 6) complementa suas ideias explicando que a
Web 2.0 não tem limites rígidos, mas sim um núcleo gravitacional, já que é encarada como
uma plataforma. Os próprios usuários controlam seus dados a partir de serviços que rodam no
browser, online. Tais dados possuem origem “remixável” e podem ser transformados, onde
tudo é sempre construído de forma colaborativa, no intuito de atender às necessidades dos
usuários. A web 2.0 é uma plataforma interativa da web que proporciona ao usuário a
participação na construção do conteúdo disponibilizado, dentre outras características.
Em síntese, a partir da contribuição da filosofia da linguagem pragmática de L. Wittgenstein,
da justificativa sobre a necessidade da garantia cultural e de uso de Begthol para
representação da informação, dos estudos de usuário a partir dos aportes de Dervin, dos
critérios de coleta e observação de dados propostos no âmbito metodológico da netnografia,
do grupo focal virtual e das análises de resultados pautados na análise de conteúdo,
vislumbra-se identificar elementos que permitam a Biblioteconomia e Ciência da informação
ter um sintoma sobre as práticas contemporâneas de busca de informação, para que, munidas
destas experiências, sejam repensadas algumas das práticas de organização e representação de
conteúdos.
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2 Objetivos
Pretende-se com esta pesquisa analisar qualitativamente o uso da linguagem cotidiana em
ações de busca e etiquetagem de conteúdos em sistemas e redes de informação. A idéia
subjacente é identificar se há inicialmente, na ação de busca de informação no sistema, o
interesse do usuário em se conectar a outros interlocutores para consultá-los como fonte de
informação para orientação em sua busca. Posteriormente, se tem como objetivo, diagnosticar
um conjunto de conceitos utilizados pelo usuário no contexto da sua busca por clippings no
sistema SACI, verificando sua intenção em incluir tal conceito (caso não seja identificado no
sistema) aos esquemas de indexação dos conteúdos do sistema e ainda, verificar em que
medida este usuário estaria disposto a sinalizar para o sistema, o significado que ele atribui ao
conceito que utilizou para a busca da informação.
3 Material e Métodos
Parte 1 - Geral
1 Pesquisa bibliográfica nacional e internacional para construção de referencial teórico
argumentativo, conceitual e metodológico sobre Filosofia da linguagem pragmática;
linguagem natural; garantia cultural e de uso; abordagem alternativa de estudo do usuário;
Web 2.0, Netnografia, grupo focal virtual; análise de conteúdo, análise da conversação e da
fala.
2 Análise descritiva das políticas de informação da CCS (Coordenadoria de Comunicação
Social), das interfaces do SACI (Sistema de Apoio a Comunicação Integrada) e
especificamente das interfaces de cadastro, acesso e busca dos Clippings neste sistema, a
partir de informações e interfaces disponíveis no próprio sistema on line.
3 Seleção de comunidade virtual, em uma rede social relacionada a CCS, ou a UFSCar de
modo geral, para o desenvolvimento de pesquisa participativa através do uso do grupo focal
virtual, seguindo os preceitos da Netnografia.
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5 Análise de conteúdos da conversação a partir da análise de conteúdo e da conversação e da
fala.
Parte 2 - Etapas metodológicas para levantamento de dados sobre o uso da linguagem
1 Seleção de comunidades virtuais, em redes sociais, inicialmente relacionadas a CCS, para
participação em conversação. Outras comunidades virtuais, que não sejam diretamente
vinculadas a CCS e a UFSCar, também precisam ser estudadas em futuras pesquisas para
ampliar o alcance das considerações deste trabalho.
1.1 Considerando a aporte teórico da Netnografia e do grupo focal virtual, será
pesquisada uma comunidade, com 18 membros, de uma rede social em âmbito
nacional.
1.2 O pesquisador entrará nesta comunidade e convidará seus participantes para
participarem de um grupo focal virtual. Este grupo terá flexibilidade para optar
sobre o uso da ferramenta interativa mais adequada para mediar a conversação, se
msn, grupos de e-mail ou outros como também optarão pelo melhor dia e horário
para participação na pesquisa.
1.3 O contato com os integrantes da comunidade será feito via rede social.
1.4 O pesquisador enviará um link para todos os participantes, com informações sobre
a pesquisa, assim como as devidas autorizações solicitadas pelo Comitê de ética, e
com slides ilustrativos sobre a CCS, o produto informacional clipping, e o link
para a interface de busca.
1.5 O pesquisador enviará um link com um breve questionário virtual, de 5 questões,
que caracterizará o usuário e seu contexto, de acordo com os pressupostos da
abordagem alternativa de estudo de usuário.
2
O pesquisador irá desenvolver uma conversação, através de um grupo focal virtual, com
os membros da comunidade que aceitaram participar da pesquisa e que já tiveram acesso
as informações descritas nas etapas anteriores. Esta conversação será estabelecida a partir
de perguntas abertas lançadas pelo pesquisador sobre as ações de busca de informação na
interface da CCS sobre o produto informacional clipping. Em média cinco ou seis
perguntas serão lançadas para discussão.
2.1 O pesquisador mediará a conversação virtual e solicitará algumas ações de busca
de clippings no SACI.
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3
O pesquisador finalizará a conversação, salvará os assuntos conversados tal como se
estruturaram e se configuraram, para posterior análise e considerações.
4
1
Forma de Análise de Resultados
O pesquisador estabelecerá categorias de análise, a partir de critérios de análise de
conteúdo, para análise das informações. As seguintes etapas gerais estão previstas para a
análise da conversação: planejamento, registro, transcrição, atribuições, análise e relatório.
(MYERS, 2008).
2
O pesquisador diagnosticará especificamente expectativas, conceitos e significados
utilizados nas ações de busca de informação e sistematizará tais informações para futuros
estudos relacionados a organização e a representação da informação através do uso do
controle de vocabulário em espaços virtuais e interativos da rede.
5
O pesquisador delimitará parâmetros específicos sobre condições de aproximação da
linguagem de busca do usuário ao sistema de representação da informação em
desenvolvimento no âmbito do Sistema SACI, pela CCS, para indexação e recuperação
de clippings.
5 Considerações Parciais
Até o presente momento foram desenvolvidas algumas das etapas metodológicas que dizem
respeito a construção de referencial teórico que fundamentasse e justificasse a necessidade de
ampliarmos as estruturas das linguagens sistematizadas para a entrada do conceito cotidiano
de busca, visando ampliar e democratizar o alcance desses instrumentos. Estudos no campo
metodológico também já foram desenvolvidos e um pré teste sobre a metodologia proposta
esta em andamento. A CCS, enquanto campo de experimentação, também já sinalizou a
abertura para a inclusão no SACI de interfaces que permitam selecionar a linguagem cotidiana
para organização e representação da informação. Com este projeto não se intenta chegar a um
resultado preciso sobre o uso da linguagem cotidiana nas ações de informação em plataformas
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interativas, mas sim experimentar e discutir algumas das prerrogativas e entraves que
envolveriam esse processo e que poderiam posteriormente ser ajustadas e aplicadas nos
contextos das Bibliotecas.
Referências
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