____________________________________________Estereoscopia Digital no Ensino da Química
1. INTRODUÇÃO
Professores e alunos vivem actualmente uma época de mudança,
porque já não ensina (ou não se deveria ensinar!) como antigamente e porque
aprender implica adquirir múltiplas competências. É impensável que um
professor pare de aprender. Os métodos e as tecnologias que hoje tem à sua
disposição são muitas e é necessário que o docente saiba retirar delas o maior
proveito. São várias as razões: para motivar os alunos, para despertar o seu
interesse pela disciplina, para conduzir a uma aprendizagem efectiva e
afectiva.
A própria Química se tem “modificado” à custa das novas tecnologias,
porque muito mais se aprendeu acerca da Ciência e muito mais se pôde
ensinar graças aos computadores. Mas tudo tem seguido uma lenta evolução.
Particularmente no ensino da geometria molecular, o uso de modelos tem-se
revelado muito eficaz, uma vez que o raciocínio de visualizar mentalmente, em
termos abstractos, se pode tornar demasiado difícil. Novas técnicas, no
entanto, surgiram; entre elas está a estereoscopia. Neste método reproduz-se
em duas dimensões uma função natural do Homem: a visão tridimensional.
Contudo, o mundo digital proporciona a alunos e professores a possibilidade de
ver imagens 3D num ecrã de computador, apenas com duas dimensões. Para
a Química este pode ser um recurso muito valioso no ensino da geometria
molecular: os alunos “vêem” a molécula como ela é e podem guardar inúmeros
exemplares para consultá-los as vezes que necessitarem.
No presente estudo pretendeu-se verificar se a utilização de um site de
figuras estereoscópicas como recurso pedagógico ajudará os alunos a
compreenderem melhor a geometria molecular, nomeadamente a orgânica.
Além disso, a investigação destinou-se a analisar o impacto da estereoscopia
digital em alunos do 12º ano de Química e professores de Físico-Química, isto
é, especular a sua relação/familiaridade com as tecnologias no contexto
educativo.
O trabalho de dissertação desenvolveu-se em três partes distintas. Foi
feita uma revisão da literatura sobre os temas TIC e Educação, Estereoscopia,
Usabilidade, Estrutura Molecular e Ensino da Química (que incluiu a
contextualização deste tema nos curricula, generalidades acerca de estrutura
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molecular e isómeros e a análise de algumas concepções alternativas sobre o
tema). A revisão debruçou-se ainda sobre alguns aspectos metodológicos na
investigação em educação, nomeadamente acerca do estudo de caso e da
entrevista como método de aquisição de informação.
Após o trabalho de pesquisa seguiu-se um capítulo dedicado à
descrição pormenorizada do protótipo desenvolvido. Este foi parte integrante
do Estudo de Campo, cuja narração (no capítulo 4) abrange o detalhe do
estudo, da metodologia e da amostra analisada e também os instrumentos de
inquirição. Além disso, são apresentadas as impressões globais dos
entrevistados e as suas sugestões.
Este trabalho encerra com o capítulo de algumas conclusões, autocrítica (que incluem constrangimentos e fragilidades do estudo) e propósitos
para um trabalho futuro.
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