INDICADORES
Brasil
Econom ico
Ações da Embraer ON
(em R$)
17,97
17,80
17,65
17,73
17,34
www.brasileconomico.com.br
21/11
22/11
25/11
26/11
27/11
Murillo Constantino
PUBLISHER RAMIRO ALVES . CHEFE DE REDAÇÃO OCTÁVIO COSTA . EDITORA CHEFE SONIA SOARES . EDITORA CHEFE (SP) ADRIANA TEIXEIRA . QUINTA-FEIRA 28 DE NOVEMBRO DE 2013 . ANO 5 . Nº 1.068 . R$ 3,00
Odebrecht leva mais uma
Nacho Doce/Reuters
A Odebrecht Transport arrematou a concessão da BR-163 (Mato Grosso)
em leilão realizado ontem, desbancando seis concorrentes ao apresentar
proposta de deságio de 52,03% na tarifa teto estipulada pelo governo.
O grupo Odebrecht tem arrematado as principais obras do país, incluindo
quatro arenas esportivas, o aeroporto do Galeão no Rio e a linha 6 do
metrô de São Paulo. P10e11
ITAQUERÃO
A alegria
da Odebrecht
foi ofuscada
pelo acidente
que matou
dois operários
na Arena
Corinthians,
que sediará
a abertura
da Copa 2014.
P10
CLIENTE & CIA
Recall: ruim com
eles, muito pior
sem eles. P15
ALÉM DA TAÇA
Moët & Chandon
lança edições
especiais. P18
AUTOMÓVEIS
Brasileiro ainda
prefere loja na hora
da compra. P12e13
Decisão sobre correção
da poupança só em 2014
O STF adiou para fevereiro do ano que vem
a votação que determinará se haverá ou não
correção referente a planos econômicos. P8
CVM reduz entraves
para pequenas e médias
Nova regulamentação flexibiliza regras para
os aportes de fundos de investimentos. P20
Taxa de
juros volta
aos dois
dígitos e
fica em 10%
Com a decisão de ontem do Comitê de Política
Monetária do Banco Central, a Selic aumentou
pela sexta vez consecutiva e voltou ao nível de
março de 2012, quando estava em 10,5%. Ao
manter o comunicado utilizado desde maio, o
BC sinalizou que deverá fazer mais uma alta de
0,50 ponto percentual na próxima reunião em
janeiro. P21e24
2 Brasil Econômico Quinta-feira, 28 de novembro, 2013
MOSAICO POLÍTICO
SONIA FILGUEIRAS (interina)
[email protected]
PSB REFORÇA PALANQUES
“
Final de ano
melancólico: a
reboque do governo,
não votamos nada
há três semanas.
E não deveremos
votar mais nada,
fora o Orçamento”
D
epois de atrair Marina Silva e sua Rede, o PSB parte para a amarração dos palanques estaduais. No
Distrito Federal, o senador Rodrigo Rollemberg será o candidato ao governo do partido e aliança será
com o PDT. Segundo comentários, o deputado Antônio Reguffe, recordista de votos em 2010, deve
concorrer à vaga única do Senado, hoje ocupada por Gim Argello (PTB-DF), suplente do ex-governador da
capital Joaquim Roriz. O principal adversário do PSB será o PT, que hoje tem Agnelo Queiroz no governo do DF.
Com Agnelo disputando a reeleição, a aliança PT-PMDB deve se repetir. Rollemberg tem amealhado prestígio
no PSB. Foi em sua casa, em Brasília, a reunião com o deputado paulista Walter Feldman que costurou a
estratégia do convite para Marina integrar o partido. Reguffe seria o preferido de Marina Silva.
Moreira Mariz/Ag Senado
Em São Paulo, um integrante da
cúpula do partido diz que, do ponto de vista do PSB, a aliança com o
PSDB de Geraldo Alckmin está selada e sacramentada, independente das resistências manifestadas
por Marina. A ex-senadora, segundo fontes próximas, preferiria
uma candidatura própria à agregação com os tucanos. Integrantes
da cúpula do partido também dão
como confirmado o vice de Alckmin na chapa paulista: será mesmo o deputado federal Márcio
França (PSB-SP), um dos principais patrocinadores da aliança. Está prevista a presença do governador paulista na reunião programática PSB-Rede, marcada para hoje
em São Paulo. Seria uma estratégia para superar as resistências de
Marina e evitar que a definição do
palanque paulista se mantenha na
esfera da negociação e não degenere em uma disputa maior, a ser decidida na base do voto.
Deputado Julio
Delgado (PSB-MG)
Divulgação
Ação da poupança: novos lances
Chegou ao governo a informação de que, caso o STF decida a favor
dos poupadores, os bancos considerariam a possibilidade de acionar
a União na Justiça para tentar reaver os custos com a reposição,
nas cadernetas de poupança, da correção monetária expurgada pelos
planos econômicos. Os bancos argumentam que apenas cumpriram a lei.
Uma fonte do Executivo que acompanha o assunto garante que o
governo tem argumentos jurídicos para ganhar a briga, se acontecer.
A Federação Brasileira dos Bancos informou que não comentaria o tema.
Peter Foley/Bloomberg
Câmbio não vai
ser usado para
combater inflação
Só se for daqui
para frente
Nova corrida
do ouro
Eleição do PT
no Maranhão
Depois de retirar o apoio ao projeto
que troca o indexador das dívidas
dos estados e municípios com
a União, o governo tem indicado
que está disposto a rediscutir a
substituição, desde que não seja
retroativa. Só na dívida futura.
Nos últimos três dias, 11 deputados
que ocupavam secretarias nos
governos estaduais reassumiram
as vagas. Hoje acaba o prazo para
apresentação de emendas ao
Orçamento, e o parlamentar deve
estar no exercício do mandato.
A direção nacional do PT vai se
reunir na próxima quarta-feira, em
Brasília, para se posicionar sobre
a eleição do diretório estadual do
Maranhão. O atual presidente
Raimundo Monteiro recebeu 241
votos no segundo turno.
CARTAS
Inconformado com
o enxugamento da
pauta pelo governo
Na reunião fechada que teve com
empresários na Confederação
Nacional da Indústria (CNI),
na última terça-feira, o ministro
da Fazenda, Guido Mantega,
garantiu que o câmbio não será
usado para combater a inflação,
ainda que, na história econômica
brasileira recente, ele tenha sido
considerado um instrumento
eficaz. A declaração, segundo um
participante, foi bem recebida.
Cartas para a redação: Rua dos Inválidos, 198, 1º andar, CEP 20231-048, Lapa, Rio de Janeiro (RJ).
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Selic não é a
culpada pela
inadimplência
Infraestrutura tem
que ir dos planos
para a ação
Carro elétrico
não resolve mas
minimiza danos
Não se constrói um país
vendendo geladeira em 36
prestações. São necessários
bons projetos, investimentos
privados em infraestrutura
com rentabilidade, aplicações
financeiras que incentivem as
pessoas a poupar. Quem defende
o consumo desesperado e juro
zero deve refletir sobre o
momento econômico atual.
Espero que grande parte
destes projetos de infraestrutura
aconteça, que saia do papel.
Nosso país tem tudo para se
destacar nesta área. Precisamos
nos desenvolver com solidez.
Quanto mais rápido estas
concessões acontecerem, melhor
para o Brasil. O governo já deu
provas que não tem condições
de tocar tudo isso sozinho.
Na torcida pela chegada do
carro elétrico. Precisamos cada
vez mais deste tipo de transporte.
O trânsito em nossas cidades só
piora. A quantidade de veículos
não deve cair, pelo contrário,
a facilidade da compra só
aumenta a frota nas ruas.
Com o investimento em
tecnologia verde, pelo menos
a situação melhora por um lado.
Luiz Carlos Braum
Fabio Alves
Mauro Ferreira
Porto Alegre, RS
São Paulo, SP
Rio de Janeiro, RJ
INDICADORES
Ancorado na alta dos papéis de bancos e da mineradora Vale, o principal
índice brasileiro encerrou em alta ontem, quando o STF decidiu deixar
para o ano que vem o julgamento final sobre a correção da poupança.
TAXAS DE CÂMBIO
▲ Dólar comercial (R$ / US$)
COMPRA
VENDA
2,3220
2,3240
▲ Euro (R$ / E)
3,1298
3,1315
JUROS
■ Selic (ao ano)
META
BOLSAS
▲ Bovespa - São Paulo
▲ Dow Jones - Nova York
▲ FTSE 100 - Londres
9,5%
VAR. %
EFETIVA
9,4%
ÍNDICES
0,81
51.861,00
0,18
16.102,09
0,20
6.649,47
Quinta-feira, 28 de novembro, 2013 Brasil Econômico 3
▲
BRASIL
Arquivo
FUTEBOL
O Brasil perde Nilton Santos
O mais importante jogador brasileiro ainda em vida, depois de Pelé,
morreu ontem. Nilton Santos, lateral-esquerdo do Botafogo do Rio
por 16 anos, carinhosamente apelidado de “Enciclopédia do Futebol”,
jogou as Copas do Mundo de 1950 e 54 e foi bicampeão mundial em
58 e 62. No Botafogo, ganhou 20 títulos e jogou 729 partidas. Ele
sofria de Mal de Alzheimer desde 2008. Redação
Editor: Paulo Henrique de Noronha
[email protected]
PSDB aproveita atraso dos
governistas e aprova o PNE
Em apenas dois minutos, texto do senador Álvaro Dias, que desagradou ao governo, foi aprovado sem a presença
de qualquer parlamentar da base aliada. Agora, o Plano Nacional de Educação irá a plenário em duas semanas
Geraldo Magela/Ag. Senado
Edla Lula
PRINCIPAIS PONTOS
[email protected]
Brasília
Se fosse uma prova do Enem, o governo estaria eliminado: por causa de um atraso de apenas 2 minutos, a bancada governista teve que
engolir a aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), numa versão da qual
ela discordava radicalmente. No
Plenário da Comissão havia apenas 2 senadores, ambos do PSDB,
além do presidente Cyro Miranda
(PSDB-GO) e do relator, Álvaro
Dias (PSDB-GO).
Contando apenas com tucanos, a reunião teve início na hora
marcada, às 14h30. Em apenas
dois minutos, o relatório de Dias
foi aprovado na íntegra — e, para
completar, com pedido de urgência para votação no plenário. A
manobra provocou a ira do líder
do governo na Casa, Eduardo Braga (PMDB-AM), que chegou a
anunciar que pediria a impugnação da votação. O líder do PT e
da base governista, Wellington
Dias (PT-PI), classificou a atitude como “no mínimo pouco republicana”.
Álvaro Dias, autor das modificações, era só sorrisos. “O problema é que eles (os governistas) vivem atrasados”, brincou. Dias sustenta que a votação foi feita dentro das normas regimentais. “O
que houve na CE foi a repetição de
uma prática constante no Congresso. Havia número regimental de
assinaturas no livro de presença.
Como não havia necessidade do
voto nominal, a comissão aprovou”, argumentou o senador, ao
citar a reunião, no dia anterior, da
Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que aprovou, também
sem parlamentares presentes, empréstimo de US$ 600 milhões para o Estado do Rio de Janeiro.
Após intenso debate no plenário, os governistas acabaram concordando com a proposta conciliadora do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O projeto da PNE vai a plenário, mas
sem urgência. A discussão do tema ficou marcada para o dia 11 de
dezembro, tendo assegurado prazo para apresentação de emendas.
A manobra de Dias e Miranda
teve apoio da plateia, composta
■ Meta 4 — OtextodeÁlvaro
Diasretomaaproposta
enviadapelaCâmaraque
mantémasescolaseclasses
especiaisexclusivas.Com
isso,instituiçõesquetratam
depessoascomdeficiência,
comoasApaes,ficam
classificadascomo
regularesenãoapenas
complementares
aoensinoregular.
■ Meta 5 — Consiste em
alfabetizar todas as
crianças até, no máximo, os
7 anos de idade ou o 2º ano
do ensino fundamental.
Setores educacionais
defendem a educação
aos 8 ou 9 anos, por
defender a alfabetização
plena, que inclui a
capacidade interpretativa.
■ Meta 11 — O relator
substitui aexpressão
“ofertagratuita”por
“ofertapública”quando
tratadareserva de50%
daexpansãodaeducação
profissional técnica denível
médio. Assim,restringe essa
reservaa dinheiropúblico,
oque podeexcluir,
porexemplo, parcerias
cominstituições privadas
eo SistemaS.
O senador Álvaro Dias ironizou a bancada governista: “O problema é que eles vivem atrasados”
por membros do movimento nacional em defesa do “PNE pra Valer”. O movimento — composto
por representantes do setor que,
na Conferência Nacional de Educação de 2010, construíram o anteprojeto do PNE — defende o texto
da forma como redigido pelo relator na CE, semelhante ao que saiu
da Câmara e que, por orientação
do governo, sofreu modificações
nas Comissões de Justiça e de Assuntos Econômicos.
Entre as alterações mais comemoradas está a meta 20, que amplia, no prazo de dez anos, a destinação dos recursos públicos para
educação. O relatório de Álvaro
Dias deixa claro que se trata de “investimento público em educação
pública”, enquanto o governo propunha “investimento público em
educação”, suprimindo a expressão pública. O líder do PT comenta que o termo é restritivo, mas
destaca o fato de o relator ter preservado programas como Fies,
Prouni e Pronatec
O Pronatec, que financia a formação regular e profissional no ensino médio, é considerado um dos
mais exitosos do governo e, por isso, e deve ser usado por ambas as
partes na eleição de 2014.
Após negociação,
a base governista
aceitou proposta de
Renan e conseguiu que
a votação em plenário
perca o caráter de
urgência. O projeto
só será votado
em 11 de dezembro
■ Meta 12 — Álvaro Dias
manteve a proposta de
expansão da matrícula
específica para o setor
público correspondente a
40% do total. O governo
é contrário à restrição
ao termo “setor público”.
■ Meta 20 – Mais uma vez, o
nó está na expressão
“público”. O relatório de
Álvaro Dias fala em
“investimento público em
educação pública”,
enquanto o governo
defende o termo
“investimento público em
educação”. O relator
também manteve metas
intermediárias para o
investimento em educação,
o que contraria o governo.
4 Brasil Econômico Quinta-feira, 28 de novembro, 2013
▲
BRASIL
Jean-Pierre Pingoud/Bloomberg News
No médio e longo
prazos, o governo
aposta que as
concessões de rodovias,
principalmente a
BR-163, trarão
melhorias na logística
do setor, ao abrir novas
rotas de escoamento
Terminal graneleiro em Santos: porto é responsável por 59% dos embarques de soja do país e deve sofrer com excesso de caminhões
Produtores tentam evitar
novo caos na safra de soja
Sem obras de infraestrutura, a melhoria da gestão dos embarques é considerada solução
Mariana Mainenti
[email protected]
Brasília
A três meses do início dos embarques da soja da próxima safra, o
governo inicia uma gestão intensiva para que a logística de transporte dê vazão às necessidades de
escoamento. Amanhã, os ministros da Secretaria de Portos, Antonio Henrique Silveira, dos Transportes, César Borges, e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
Antônio Andrade, vão se reunir
para discutir medidas para enfrentar os problemas provocados nas
cidades pelo escoamento da safra
de grãos. As medidas adotadas recentemente pelo governo somente surtirão efeito em médio e longo prazos. Por isso, os produtores
também adotaram medidas por
conta própria, como o aumento
do prazo para as exportações, pa-
ra minimizar o risco de problemas na operação em 2014.
“Temos uma preocupação conjuntural, principalmente na relação porto-cidade. Vamos dar um
primeiro passo na coordenação de
esforços para que o processo possa
ser feito da forma mais ágil possível”, informou o ministro Silveira, ao participar de seminário sobre logística na semana passada.
O ministro reconheceu que não há
tempo para a entrega de obras e
disse que a preocupação agora é
com a gestão. “Estamos planejando uma gestão intensiva para que
haja a menor interferência possível do escoamento da safra na vida urbana”, disse Silveira.
“Ainda temos uma grande concentração das exportações no Porto de Santos e as obras de expansão nos outros portos não foram
concluídas a tempo do escoamento da próxima safra”, afirmou a ge-
Como a safra do ano
que vem deve ser
novamente recorde,
um grupo de trabalho
interministerial está
estudando medidas
para melhorar o
sistema de transporte
de produtos agrícolas
rente de Relações Institucionais
da Associação dos Produtores de
Soja e Milho do Estado de Mato
Grosso (Aprosoja-MT), Maria
Amélia Zanini.
Segundo dados da Associação,
59% dos embarques são realizados pelo Porto de Santos; 12% por
Paranaguá; 10% por Manaus; 7%
por Vitória; 5% por Santarém e
4% por São Francisco do Sul. “Para não repetirmos o caos que aconteceu no escoamento da safra passada, os produtores estão programando os contratos de exportação
para entrega em um prazo maior.
Normalmente, as entregas começam em fevereiro, e se intensificam em março, abril e maio. Mas,
em 2014, elas estão sendo programadas também para junho e julho”, informou Maria Amélia.
Para o diretor-técnico da Associação Nacional dos Usuários dos
Transportes de Carga (Anut), Re-
nato Voltaire, a conclusão de algumas obras no país vai reduzir os
problemas de escoamento na próxima safra, mas não o suficiente
para evitar congestionamentos.
“Muitos problemas importantes
já estão sendo equacionados mas
ainda estão sendo feitos ajustes
em Santos/Paranaguá. No momento, há um problema no fluxo de
descarregamento de caminhões e
carregamento de trens. Por isso,
ainda deve haver engarrafamentos”, afirmou Voltaire. Segundo
ele, no entanto, as perspectivas para o futuro são mais animadoras.
“Principalmente, pela evolução
das obras no eixo Norte, podemos
ter uma visão otimista de que boa
parte dos problemas de escoamento do país estarão equacionados
em dois ou três anos”, previu.
Como a safra do ano que vem
deve ser novamente recorde, um
grupo de trabalho formado pelos
ministérios dos Transportes e Agricultura e Secretaria Especial de
Portos está estudando medidas de
curto, médio e longo prazos para
melhorar a logística do escoamento da produção, visando a atenuar
os congestionamentos de veículos
que poderão ocorrer durante a movimentação da safra.
No médio e longo prazos, o governo aposta que as concessões
de rodovias, como a anunciada
ontem, trarão melhorias significativas para o escoamento de grãos.
“A concessão da BR-163, no Mato
Grosso, faz parte do planejamento logístico de transportes como
uma das principais vias de escoamento da produção das regiões
Centro-Oeste, notadamente do
Mato Grosso, e Norte do país. No
dia 17 de dezembro, mais um trecho da BR-163, agora no Mato
Grosso do Sul, será leiloado. Essas concessões demonstram a importância da BR-163 na logística.
Os demais trechos previstos para
os leilões de concessão também
compõem a meta do governo federal para aumentar significativamente a malha rodoviária do país
com mais de 7 mil quilômetros de
estradas”, informou o Ministério
dos Transportes.
Quinta-feira, 28 de novembro, 2013 Brasil Econômico 5
Divulgação
AGRICULTURA
Emergência fitossanitária em GO e MG
Depois da Bahia e de Mato Grosso, o Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento declarou também Goiás e Minas Gerais
em estado de emergência fitossanitária devido à lagarta Helicoverpa
Armigera. O inseto causa prejuízo principalmente às lavouras de
milho, soja e algodão. Com a medida, os locais poderão adotar ações
emergenciais para o manejo integrado da lagarta. ABr
Controle do desmatamento intensificado
O Ministério de Meio Ambiente promete aumentar a fiscalização sobre o corte de madeira na Amazônia com novas tecnologias
O governo vai intensificar as
ações de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia, que teve
um aumento de 28% este ano, informou a ministra do Meio Ambiente (MMA), Izabella Teixeira.
Segundo ela, em 2014, o Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe) vai usar imagens de satéli-
tes que vão enxergar desmatamentos de até três hectares, o equivalente a três campos de futebol.
Atualmente, o Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo
Real (Deter) detecta devastações
acima de 25 hectares.
A ministra também adiantou
que o Inpe vai usar novas tecnolo-
gias por radar que “enxergam por
meio das nuvens e abaixo do dossel das árvores. Vamos pegar o desmatamento da exploração seletiva
das árvores”, disse Izabella, durante a abertura da 112ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional do
Meio Ambiente (Conama). Atualmente, o monitoramento por ima-
gens de satélite do desmatamento
e da degradação da Floresta Amazônica é dificultado pela cobertura de nuvens e o corte seletivo de
madeira é de difícil detecção.
Para intensificar o trabalho de
fiscalização, a ministra informou
que o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) está estudando o uso de drones (aviões não tripulados) para acabar com o crime
ambiental na Amazônia.
Izabella ressaltou que vai ampliar o número de municípios na
lista de desmatadores. “Vamos endurecer as restrições”, afirmou a
ministra. ABr
Empresários estão
mais confiantes
Alimentos sobem
em São Paulo
Importação reduz
venda de máquinas
Após cinco quedas seguidas, o
Índice de Confiança da Indústria
(ICI) avançou 1,2% em novembro
em relação ao que foi registrado
no final do mês anterior. Segundo
dados da Fundação Getúlio Vargas
divulgados nesta quarta-feira, o
Índice da Situação Atual (ISA)
avançou 1,8%. Já o Índice de
Expectativas (IE) avançou pelo
segundo mês, 0,6%. Reuters
O Índice de Preços ao Consumidor
(IPC) de São Paulo subiu 0,52% na
terceira quadrissemana de
novembro, ante alta de 0,55% na
segunda quadrissemana,
informou a Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas (Fipe). A
alimentação teve alta de 1,17%, o
maior impacto sobre o índice,
embora tenha desacelerado ante
a semana anterior. Reuters
O faturamento bruto da indústria
de máquinas e equipamentos do
Brasil recuou 1,2% em outubro em
relação ao mesmo período do ano
passado, para R$ 7,174 bilhões,
puxado pela queda nas
exportações e pela alta das
importações, segundo a Abimaq,
representante do setor.
Ante setembro, houve alta de 1,4%
no faturamento. Reuters
CURTAS
Divulgação
6 Brasil Econômico Quinta-feira, 28 de novembro, 2013
▲
BRASIL
Encomendas de ônibus
caem 20% após protestos
Fabricantes de veículos confirmam parada na renovação da frota de coletivos urbanos
após redução das tarifas nas cidades do país. Perda de receita chega a R$ 800 milhões
Alexandre Brum
Daniel Pereira
[email protected]
A redução das tarifas do transporte urbano na maioria das grandes
cidades do país fez cair as vendas
dos fabricantes de ônibus em 20%
a partir de setembro, o que comprova a queda da renovação da frota de coletivos urbanos pelas empresas de transporte. De acordo
com o presidente da Associação
Nacional de Fabricantes de Ônibus (Fabus), José Antônio Fernandes Martins, o setor de carrocerias e chassis fatura R$ 12 bilhões
ao ano e a perda de receita nos últimos três meses do ano deve ficar
em torno de R$ 800 milhões.
De acordo com o executivo,
que também é diretor da Marcopolo, as vendas vinham crescendo
em 2013, mas mudaram o rumo depois das manifestações populares.
“O crescimento de 18% divulgado
pela Anfavea (associação dos fabricantes de veículos) é real, mas foi
até setembro. Agora estamos com
um cenário completamente diferente. A produção de ônibus deve
cair entre 15% e 20% neste último
trimestre. Se não houver alguma
ação, o nível de emprego pode estar comprometido”, disse.
Martins contou que os impactos da redução das tarifas em junho só chegaram agora, porque
ainda havia encomendas sendo entregues. As informações da prefeitura de cidades como o Rio de Janeiro confirmam o alarme de Martins. Segundo a Secretaria de Transportes carioca, a renovação da frota de coletivos urbanos era de 15%
a 20% ao ano e, em 2013, caiu para
apenas 4% e fez o órgão rever os
planos de ter 100% dos ônibus
com ar-condicionado até 2016.
Atualmente, os fabricantes de
ônibus empregam 30 mil funcionários diretos e o executivo alerta
sobre o risco de diminuição de
postos de trabalho. “As manifestações acertaram em cheio o segmento de ônibus urbanos. O setor
de veículos rodoviários também
parou em função das incertezas
sobre a licitação dos serviços interestaduais e internacionais pela
Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT)”, explicou
o presidente da Fabus, defendendo que o governo respeite os contratos de concessão de transpor-
No Rio de Janeiro, a renovação da frota de ônibus urbanos caiu de cerca de 20%, ao ano, para 4% em 2013, segundo a prefeitura
te, mantendo a segurança jurídica para o investidor.
Enquanto Martins reclama da
queda nas vendas, a Associação
Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) comemora o melhor ano da história na
produção de carros, com alta de
de 3,5% a 4,5% em relação a 2012.
Por trás dessa diferença, dizem especialistas, está uma política do
governo federal que incentiva o
transporte individual em detrimento do coletivo.
Determinar uma fonte
dos recursos para as
gratuidades do
transporte é crucial.
Segundo a NTU, elas
têm um peso de 20%
nas tarifas de ônibus,
já que são custeadas
somente pelos usuários
Sem recursos, aumento da qualidade é difícil
A melhoria da qualidade dos
transportes urbanos demanda
mais recursos. E, para isso,
segundo especialistas, não há
como fugir das seguintes
opções: aumento das tarifas ou
subsídios e desoneração dos
custos com isenção fiscal e
ganhos operacionais (pistas
exclusivas para ônibus). Sobre
a primeira opção, acredita-se
que o clima político é adverso
após as manifestações de rua,
apesar de, no caso do Rio, o
prefeito Eduardo Paes já ter
defendido o próximo reajuste
em janeiro. Portanto, as
demais medidas são
necessidades urgentes.
Para o urbanista Nazareno
Stanislau Affonso, coordenador
do Movimento Nacional pelo
Direito ao Transporte (MDT), o
governo federal precisa
desonerar totalmente o setor e
fazer pressão para a aprovação
imediata na Câmara do projeto de
lei do Reitup (Regime Especial de
Incentivos para o Transporte
Urbano de Passageiros). O Reitup,
que já foi aprovado no Senado e
aguarda tramitação na Câmara
desde agosto, elimina o que resta
dos tributos federais e obriga os
estados a retirar também o ICMS
dos ônibus e insumos, como o
diesel. “A estimativa do Senado é
de que o Reitup possa desonerar as
tarifas em 15% em média”, explica
Nazareno. Outra recomendação
dele é priorizar o espaço para o
transporte público, executando,
com as prefeituras, o plano
emergencial de construir 4 mil
quilômetros de corredores de
ônibus nas grandes cidades do país.
A compensação pelas
gratuidades é outra questão
crucial. Segundo o diretor da
Associação Nacional das
Empresas de Transportes Urbanos
(NTU) Marcos Bicalho, o peso
médio das gratuidades nas tarifas
é de 20% e, em alguns lugares,
como no Rio, esse percentual é
ainda mais elevado. “Resolver
essa questão é um dos principais
desafios dos prefeitos. No Brasil
inteiro, o que se vê é uma
injustiça, porque o passageiro não
sabe que é ele quem paga pelos
estudantes, idosos e pessoas com
necessidades especiais. Fica
parecendo que isso vem dos
governos”, afirma Bicalho.
Estudo do Instituto de
Pesquisas Econômicas Aplicadas
(Ipea) recomenda mais subsídios
ao transporte público e compara o
Brasil com países europeus, onde
a ajuda governamental chega a
50% das tarifas, em média.
Quinta-feira, 28 de novembro, 2013 Brasil Econômico 7
Divulgação
AJUDA HUMANITÁRIA
Moeda do Haiti produzida no Brasil
A Casa da Moeda do Brasil entregou nesta semana 47,4 milhões de
cédulas ao Haiti. As cédulas são de 20 gourdes (moeda do Haiti) e
foram doadas pelo governo brasileiro. Essa doação faz parte da
ajuda humanitária do Brasil ao país, após o terremoto de janeiro de
2010, que devastou o Haiti. A destruição atingiu vários bancos,
informou a Casa da Moeda. ABr
Leilão de gás tem
poucas empresas
e muitas dúvidas
Limitações ambientais, regulatórias e de infraestrutura reduzem
apetite pela 12ª Rodada de Licitações da ANP, que se inicia hoje
Mladen Antonov/AFP
Poço de gás não convencional nos EUA: tecnologia é arriscada, dizem órgãos ambientais brasileiros
O leilão de áreas de exploração de
gás não convencional, que começa hoje, esbarra em limitações ambientais, regulatórias e de infraestrutura que deverão enfraquecer o
apetite de investidores. A 12ª Rodada de Licitações de áreas exploratórias da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) será bem menos concorrida que as demais rodadas
que ofertaram áreas terrestres,
considerando o histórico de empresas candidatas aos leilões.
Vinte e uma companhias se
qualificaram para a disputa, mas
apenas 12 entregaram garantias
necessárias para fazer ofertas no
leilão, informou a ANP. O total de
empresas que se qualificaram
equivale a apenas metade das
companhias qualificadas para a
10ª rodada, licitação que também
só ofertou áreas em terra. Entre as
empresas habilitadas para a licitação desta semana estão Petrobras,
Eneva, Shell e Total, além de companhias de menor porte.
A 12ª Rodada, exclusiva para a
oferta de áreas com gás, estreia a
possibilidade de exploração de
gás não convencional, contido
dentro das rochas. De um lado,
ambientalistas bombardeiam a
ideia de permitir explosões no subsolo sem sequer haver no país regras que resguardem aquíferos e limitem os impactos dessas operações. De outro, investidores se
preocupam com a viabilidade econômica do negócio, que demanda
a perfuração de um número bem
maior de poços em relação à exploração tradicional, além de técnicas de fraturamento que demandam equipamentos em falta ou
ainda inexistentes no Brasil.
Além de ofertar áreas que possibilitam um tipo de exploração ainda sem regulamentação no Brasil,
o leilão esbarra em limitações de
infraestrutura para escoar o gás,
do ponto de produção até os mercados consumidores. “As condições no Brasil são bem diferentes
das encontradas pelas empresas
nos Estados Unidos”, afirma o diretor do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), Flávio Ofugi, citando
a vasta malha de gasodutos em território norte-americano, que torna economicamente viável a exploração de gás, ao contrário do
que ocorre no Brasil.
Além de ofertar áreas
que possibilitam
um tipo de exploração
ainda sem
regulamentação
no Brasil, o leilão
esbarra em limitações
de infraestrutura
para escoar o gás
Vinte e uma empresas
se qualificaram para a
disputa, mas apenas 12
entregaram garantias
necessárias para fazer
ofertas. O total de
qualificadas equivale
a metade do registrado
na 10ª rodada
A 12ª Rodada também enfrenta
avaliações negativas de órgãos ambientais a respeito do fraturamento hidráulico, uma técnica necessária à exploração de gás não convencional que prevê explosões no
subsolo com a utilização de enormes volumes de água a altas pressões. O Brasil não possui estudos
geológicos suficientes que permitam uma avaliação segura para a
exploração de gás não convencional, conclui um parecer elaborado
por membros do Ibama, do Ministério do Meio Ambiente e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio),
órgão que administra as reservas
ambientais brasileiras.
“Os principais riscos dessa atividade são a contaminação de
águas e lençóis freáticos e do solo
e explosão pela liberação de gás
metano”, afirma o biólogo André
Nahur, coordenador interino de
Mudanças Climáticas e Energia da
ONG WWF-Brasil. Já o Greenpeace alerta para o uso de mais de 600
produtos químicos nas técnicas
de exploração de gás não convencional, que podem resultar na contaminação de lençóis freáticos.
“O ICMBio e o Ibama se posicionaram contra a exploração antes
de maiores estudos, assim como
países na Europa como Alemanha, Espanha, Irlanda, decretando uma moratória para antes de se
entender o seu impacto. Outros
proibiram, como na França e na
Bulgária”, acrescenta Nahur.
O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou a inclusão de um total de 240 blocos
de áreas exploratórias de gás em
terra na 12ª Rodada. O leilão apresenta alguns blocos que se sobrepõem a áreas prioritárias para conservação ambiental, com necessidade de adequações, segundo o
parecer elaborado por técnicos de
autoridades ambientais.
O documento sugere adequação de áreas escolhidas para a licitação de bacias como Acre, Paraná, Parecis, Parnaíba e São Francisco. Em resposta ao parecer, a
ANP publicou uma nota na qual
informa que alerta aos potenciais concessionários quanto à
proibição de atividades de exploração e produção de petróleo e
gás no interior de unidades de
conservação. Reuters
8 Brasil Econômico Quinta-feira, 28 de novembro, 2013
▲
BRASIL
STF adia votação dos planos
Cerca de 390 mil ações aguardam decisão do Supremo sobre legalidade de correções na poupança
Carlos Humberto/SCO/STF
A votação sobre a constitucionalidade das medidas dos planos econômicos dos anos 80 e 90 — que,
segundo o governo, pode causar
um risco sistêmico na economia e
reduzir drasticamente a oferta de
crédito dos bancos privados, essencial para o crescimento econômico do país — foi adiada ontem,
pelo Supremo Tribunal Federal
(STF), para o início de 2014.
Logo no início da abertura dos
trabalhos, o plenário do Supremo
decidiu que a sessão seria reservada apenas para a leitura de relatórios e sustentações orais. O voto
dos ministros do STF sobre as
ações de perdas no rendimento de
cadernetas de poupança por causa de planos econômicos será proferido somente em fevereiro do
ano que vem.
O adiamento da conclusão do
julgamento partiu de um pedido do
ministro Marco Aurélio, que considerou inadequado iniciar a análise
do processo a poucas sessões do começo do recesso no Judiciário. A
proposta foi aceita pela maioria do
plenário. “O que proponho é que
não julguemos esses processos que
estão pautados no dia de hoje. E
que deixemos já agendado para o
início do ano judiciário de 2014,
com sessões contínuas, o julgamento desses cinco processos”, afirmou Marco Aurélio Mello.
O julgamento vai definir se os
bancos têm de pagar a diferença
A proposta de Marco Aurélio Mello, de adiar a votação para 2014, foi aprovada por unanimidade
das perdas no rendimento de cadernetas de poupança causadas
pelos planos econômicos Cruzado
(1986), Bresser (1998), Verão
(1989), Collor 1 (1990) e Collor 2
(1991). Ao todo, cerca de 390 mil
processos estão parados em várias
instâncias do Judiciário aguardando a decisão do Supremo.
A principal ação em julgamento é a da Confederação Nacional
do Sistema Financeiro (Consif),
que pede confirmação da constitucionalidade dos planos econômicos. Os ministros do Supremo
O Banco Central estima
em R$ 149 bi as perdas
para o sistema
bancário, além
de redução de até
R$ 1 trilhão na oferta
de crédito bancário.
Já o Idec diz que o total
não passa de R$ 9 bi
também vão analisar conjuntamente ações dos bancos do Brasil,
Itaú e Santander.
Na mesma ação, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
(Idec) pede que os bancos paguem
aos poupadores os prejuízos financeiros causados pelos índices de
correção dos planos inflacionários.
Segundo o procurador do Banco Central, Isaac Sidney Menezes
Ferreira, o sistema bancário pode
ter prejuízo estimado em R$ 149
bilhões se o Supremo decidir que
os bancos devem pagar a diferen-
ça. De acordo com o procurador,
o governo federal prevê retração
de crédito nos bancos públicos e
privados, com a redução de crédito no sistema financeiro.
O Idec discorda da estimativa
de perdas feitas pelo Banco Central. Para o instituto, o montante a
ser pago pelos bancos aos poupadores é R$ 8,465 bilhões.
Uma curiosidade no julgamento de ontem foi a presença do exmionistro do SUpremo Eros Grau,
que, três anos após deixar o cargo
no STF, onde atuou de 2004 a
2010, volta a atuar na Corte. O agora advogado está defendendo o
Banco do Brasil (BB) nos processos sobre as perdas da poupança,
e enfrentará um ex-colega com
mais tempo de casa: em favor da
Associação de Proteção dos Direitos do Consumidor (APDC) está Ilm a r Na s c i m e n to G a l vã o
(1991-2003).
Eros Grau foi registrado como
representante “com reservas” do
BB ontem. Procurados, nem o jurista nem representantes do BB
comentaram a informação e a razão das reservas. O BB seria o responsável pela segunda maior fatia — atrás apenas da Caixa Econômica Federal (CEF) — dos cerca de R$ 150 bilhões estimados
pelo governo em indenizações
que os bancos terão que pagar
aos milhares de poupadores com
açõs na Justiça. ABr e iG
CURTA
LOG-IN - LOGÍSTICA INTERMODAL S.A.
COMPANHIA ABERTA
CNPJ Nº 42.278.291/0001-24 - NIRE Nº 3.330.026.074-9
FATO RELEVANTE
Log-In aliena participação societária na Lajes Logística S.A. e celebra acordo operacional de
longo prazo para utilização do Terminal Portuário das Lajes
Rio de Janeiro, 26 de novembro de 2013 - A Log-In Logística Intermodal S/A (“Log-In” - BM&FBovespa:
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A transação
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0 $ 3 3 ; 3 )? $ [
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Posicionamento Estratégico da operação para a Log-In
“A Log-In entende que a efetivação da alienação de sua participação societária para a SIPASA possibilitará
a aceleração das etapas faltantes para construção do TPL. A Log-In deu sua parcela de contribuição nas
etapas iniciais de concepção desta opção logística essencial ao Pólo Industrial de Manaus/AM. O acordo
operacional com a Lajes, quando implantado o TPL, aumentará a competitividade, com o crescimento dos
! " # econômica.”, ] 8 [ # @"5
Vital Jorge Lopes
[ # % "
Assinatura
eletrônica em PLs
MARINHA DO BRASIL
CENTRO DE OBTENÇÃO DA MARINHA NO
RIO DE JANEIRO (COMRJ)
AVISO DO PREGÃO ELETRÔNICO N° 93/2013
OBJETO: AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS
EDITAL: Disponível das 09:00hs às 11:00hs e das 14:00hs às 16:00hs, nos dias
úteis, no COMRJ.
a) Recebimento das propostas de preços até às 10:00 horas do dia 06/12/2013,
exclusivamente por meio eletrônico, conforme formulário disponibilizado no
endereço www.comprasnet.gov.br.
b) Sessão pública na Internet para recebimento dos lances: aberta às 10:00 horas do
dia 06/12/2013, no mesmo endereço www.comprasnet.gov.br.
End. Av. Brasil 10.500/Olaria/ Rio de Janeiro, RJ - Tel. (21) 2101-0845 ou Fax (21)
2101-0815
Acesso ao Edital no site-www.comrj.mar.mil.br
A coleta de assinaturas para
projetos de lei de iniciativa
popular, como por exemplo o
que resultou na Lei da Ficha
Limpa, poderá ser feita por
meio eletrônico e não mais só
em papel, como prevê a
legislação atual. O projeto
(PLS 129/2010) que abre essa
possibilidade foi aprovado
ontem na Comissão de
Constituição e Justiça do
Senado, em decisão
terminativa. Se não houver
nenhum recurso para análise
no plenário, a proposta segue
direto para a Câmara dos
Deputados. Atualmente, para
propor um projeto ao
Congresso, entidades da
sociedade precisam recolher
assinaturas de mais de 1,3
milhão de assinaturas. ABr
Quinta-feira, 28 de novembro, 2013 Brasil Econômico 9
Divulgação
JULGAMENTO
Mensalão mineiro em ano de eleição
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres
Britto, estimou que o processo do chamado mensalão mineiro será
julgado em breve. Para o ministro aposentado, o fato de 2014 ser um
ano eleitoral não vai afetar a apreciação das denúncias pelo STF. O
ministro Gilmar Mendes também admitiu que o julgamento do caso
pode ocorrer no próximo ano. ABr
Cartilha de prevenção a
vírus auxilia internautas
Comitê Gestor da Internet no Brasil montou um passo a passo de segurança na web
DISPOSITIVOS MÓVEIS
■ Assim como os
computadores, os dispositivos
móveis, como tablets,
smartphones e celulares, estão
suscetíveis a fazer parte de
softwares maliciosos e, assim,
serem usados para disparar
ataques na internet e para a
prática de furto de dados, envio
de spam e a propagação de
códigos indevidos.
Gabo Morales/FolhaPress
■ As mesmas proteções
pensadas para os
computadores convencionais
devem ser consideradas para
os dispositivos móveis. O
usuário deve mantê-los sempre
atualizados e com mecanismos
de segurança instalados.
Aline Salgado
[email protected]
Na batalha contra os vírus digitais
e hackers, o Brasil é o segundo
país mais vulnerável no mundo.
De acordo com ranking de empresas especializadas em segurança
na internet, perdemos só para a
China. E, segundo analistas em
Tecnologia da Informação, a falta
de esclarecimento sobre os riscos
e meios de prevenção na navegação na web é o principal inimigo
dos usuários brasileiros. Para virar esse jogo, o Centro de Estudos,
Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.
br), braço do Comitê Gestor da Internet no Brasil, criou um passo a
passo ilustrado na web com dicas
de como se prevenir de ataques
virtuais e golpes.
Através do portal http://cartilha.cert.br/, é possível ter acesso
às dicas que o Centro de Estudo
montou, apresentando 14 pontos
básicos para uma navegação segura. Lá, o usuário conhece os vírus
mais comuns e como eles invadem o computador de forma quase imperceptível; a melhor forma
de manter a máquina segura; os
cuidados ao usar computadores
de terceiros; como acessar a Internet Banking sem ser vítima de golpes; os principais mecanismos para deixar celulares e tablets longes
de vírus; dicas para preservar a
privacidade, inclusive nas redes
sociais e para se proteger de extorsões aplicadas na internet; como
armazenar senhas de forma segura, dentro e fora do computador;
e, por fim, orientações de como fazer compras pela internet.
Para quem pensa que a segurança na rede mundial de computadores passa, necessariamente, por altos gastos com antivírus, a cartilha traz uma lista com exemplos
de soluções anti-malware (proteção contra infiltrações em sistemas) gratuitas. O documento sugere sites que apresentam comparativos entre os programas de diferentes fabricantes, que podem
guiar o usuário na escolha da solução que melhor irá atendê-lo.
“É importante observar que não
há relaçãoentre ocusto e a eficiência
de um programa antivírus, pois há
versões gratuitas que apresentam
maisfuncionalidadesqueversõespagas de outros fabricantes”, enfatiza
a analista de segurança do Cert.br,
Miriam von Zuben. Ela lembra ain-
■ Antes de adquirir o
dispositivo móvel, o
consumidor deve considerar
os mecanismos de segurança
disponibilizadas por diferentes
fabricantes e escolher o que
considerar mais seguro.
■ Caso opte por um modelo já
usado, deve restaurar as
configurações originais,
ou de fábrica, antes de
começar a usá-lo.
■ O ideal é não adquirir um
dispositivo móvel que tenha
sido ilegalmente desbloqueado
ou cujas permissões de acesso
tenham sido alteradas. Essa
prática, além de ser ilegal, pode
violar os termos de garantia e
comprometer a segurança e o
funcionamento do aparelho.
Assim como os computadores de mesa ou portáteis, os dispositivos móveis estão suscetíveis a vírus
Divulgação
“
Os vetores de ataque
mais comuns são, sem
dúvida, a pirataria.
Os jogos piratas ou
baixados de sites são
fantásticos para os
hackers. Mal sabem
que no pacote está
escondido um vírus”
Marco de Mello
■ Antes de usar o aparelho,
é conveniente instalar um
programa anti-malware antes
de qualquer tipo de aplicativo,
principalmente aquelas
desenvolvidas por terceiros;
■ O usuário deve manter o
sistema operacional e as
aplicações instaladas sempre
com a versão mais recente e
com todas as atualizações.
■ É preciso cuidado ao instalar
aplicativos desenvolvidos por
terceiros, como complementos,
extensões e plug-ins. O ideal
são programas de fontes
confiáveis e que sejam bem
avaliadas pelos usuários.
Presidente do Grupo Xangô
da que manter o computador com
softwaresatualizados eser cuidadosonanavegaçãonainternetsãohábitosbásicosecomplementaresàescolha de um bom antivírus.
Presidente do Grupo Xangô, da
área de segurança da informação
e armazenamento em nuvem,
Marco de Mello destaca que, em
média, são criados no Brasil de 15
a 20 mil variações de vírus.
“Os vetores de ataque mais
comuns são, sem dúvida, a pirataria. Os jogos piratas ou baixados de sites são fantásticos para
os hackers. Mal sabem os usuários que no pacote que veio o
conteúdo, está escondido um vírus”, diz o especialista, que destaca ainda a pornografia na internet e os e-mails ou posts com
animações que percorrem pelas
mídias sociais como meios comuns de infecção.
Marco de Mello averte que é comum o usuário identificar tarde
demais que a máquina foi violada.
“Geralmente, só se percebe o vírus quando ele causa transtornos,
como golpes financeiros ou documentos que somem. A menos que
se tenha um bom antivírus, que
neutraliza a ação antes”.
■ Outra dica é verificar os
comentários de outros
usuários e se as permissões
necessárias para a execução
são coerentes com a
destinação do aplicativo.
■ Aplicativos de redes sociais
requerem cuidado,
principalmente os baseados
em geolocalização, pois podem
comprometer a privacidade
do usuário do computador.
10 Brasil Econômico Quinta-feira, 28 de novembro, 2013
Divulgação
▲
BRASIL
RODOVIAS
TCU aprova concessão da BR-040
O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou, sem ressalvas,
os estudos para a concessão à iniciativa privada da BR-040,
entre Brasília e Juiz de Fora (MG). Com isso, o governo poderá
publicar o edital para a licitação do trecho de 940 quilômetros.
A previsão do governo é que a rodovia seja concedida à inciativa
privada no dia 27 de dezembro. ABr
Odebrecht vence leilão da
BR-163 com desagío de 52%
Empresa, que já havia ganhado o leilão do Aeroporto do Galeão (RJ) na sexta-feira, derrotou seis concorrentes
Murillo Constantino
Patrycia Monteiro Rizzotto
[email protected]
São Paulo
A Odebrecht Transport foi a vencedora do leilão da concessão da
BR-163 realizado ontem pela
Agência Nacional dos Transportes
Terrestres (ANTT), na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A
proposta da empresa apresentou
tarifa de pedágio de R$ 0,02638
por quilômetro, o que representa
um deságio de 52,03% em relação
ao teto de R$ 0,055/quilômetro estabelecido pelo governo, desbancando seis concorrentes. O trecho
leiloado tem 850 quilômetros de
extensão e é situado no estado do
Mato Grosso, interligando os municípios de Sinop e Itiquira (divisa
com o Mato Grosso do Sul).
O contrato de concessão de 30
anos prevê a recuperação, conservação, manutenção, operação, implantação de melhorias e ampliação da capacidade da BR-163. No
total, estão previstos R$ 3,6 bilhões em investimentos. Pela regras do edital, a cobrança de pedágio só pode ser iniciada após a conclusão de 10% das obras de duplicação previstas.
“Dedicamos um ano e meio de
estudo à BR-163 e analisamos a logística da rodovia. Por ela é realizado o escoamento de grãos do Mato
Grosso, região cuja economia cresce acima das médias do PIB brasileiro. Talvez nossos concorrentes
tenham despertado um pouco tarde para esses diferenciais”, afirmou Renato Mello, diretor da Odebrecht Transport. Segundo ele,
mesmo depois de abocanhar a
BR-163 e o aeroporto Galeão em
leilão realizado na última sextafeira, sua empresa ainda mantém
interesse em outras concessões.
“Estamos de olho em todos os projetos com bom potencial de negócios”, ressaltou.
Na opinião do ministro César
Borges o leilão da BR-163 atingiu
os objetivos iniciais: atrair o investimentos e melhorar a infraestrutura rodoviária do país, com uma
tarifa modesta para os usuários.
Ele informou que até o fim do ano
outros três leilões de rodovias devem ser realizados. O próximo está marcado para o dia 4 de dezembro, no qual serão licitados trechos das BRs 060, 153 e 262. No
dia 17, está programado a licitação
da BR-163 no trecho localizado no
Mato Grosso do Sul.
Representantes da Odebrecht Transport e o ministro dos Transportes Cesar Borges batem martelo para celebrar resultado da licitação
Após acidente, obras do ‘Itaquerão’ podem ser embargadas
Marcelo Camargo/ABr
Ministério Público de São
Paulo aguarda laudo da
Polícia Científica para
paralisar canteiro de obra
Acidente poderá atrasar estádio, que já está 94% concluído
No mesmo dia em que a Odebrecht arrematava a segunda concessão em menos de uma semana (na
sexta-feira ganhou o leilão do aeroporto do Galeão, no Rio), uma
importante obra sob sua responsabilidade, a Arena Corinthians — o
“Itaquerão”, estádio que sediará o
jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014 — sofreu um sério acidente que poderá até mesmo levar
à interrupção da construção. A
queda de uma grua, que levantava
parte da cobertura do estádio,
caiu, causando a morte de dois
operários de empresas que trabalhavam no projeto.
O Ministério Público de São
Paulo informou que irá aguardar
laudo da Polícia Científica para de-
cidir se pedirá a suspensão das
obras do estádio, que fica em Itaquera, na Zona Leste da capital
paulsitana.
Após o acidente, a Odebrecht
Infraestrutura, empreiteira responsável pela obra, e o Sport Club
Corinthians Paulista divulgaram
nota conjunta, onde afirmam que
“pouco antes das 13 horas o guindaste, que içava o último módulo
da estrutura da cobertura metálica do estádio, tombou provocando a queda da peça sobre parte da
área de circulação do prédio leste
– atingindo parcialmente a fachada em LED”. A nota assegura que
“a estrutura da arquibancada não
foi comprometida”.
De acordo com a Fifa, o estádio
do Corinthians já estava com 94%
das obras concluídas e deveria estar pronto dentro do prazo estabelecido, até o final de dezembro.
Com o acidente, a obra pode ter
seu cronograma prejudicado.
Quinta-feira, 28 de novembro, 2013 Brasil Econômico 11
▲
EMPRESAS
Editora: Flavia Galembeck
[email protected]
CONSTRUÇÃO
Lafarge terá centro de pesquisa no Rio
A fabricante francesa de materiais de construção Lafarge investirá
R$ 4 milhões na montagem de sua unidade de pesquisa de materiais,
na zona norte do Rio. Os recursos se somam aos quase R$ 70 milhões
que a companhia já está investindo para a construção de uma fábrica
no Distrito Industrial da Companhia de Desenvolvimento Industrial
(Codin), em Santa Cruz, na Grande Rio, que será inaugurada em 2014.
Tentáculos baianos na
condução de obras bilionárias
Com as maiores concessões de infraestrutura do Brasil, Odebrecht atua em 26 países e soma 175 mil funcionários
Rodrigo Carro
[email protected]
Fundada como uma pequena construtora em 1944, na Bahia, a Odebrecht se transformou ao longo de
quase sete décadas numa multinacional brasileira com negócios em
26 países e receita bruta de R$ 84,4
bilhões em 2012. Embora tenha diversificado seus negócios nesse período, com atuação em 15 áreas distintas, o segmento de engenharia e
construção ainda é o segundo mais
importante em termos de faturamento — respondeu por 34,6% da
receita bruta no ano passado.
Entre as principais obras recentes da Odebrecht Infraestrutura no
Brasil estão quatro estádios que serão usados durante a Copa do Mundo de 2014; as instalações da Embraport, maior terminal privado
multiuso do país, em Santos; e o Estaleiro Enseada do Paraguaçu, em
Maragogipe (BA). No setor de energia, o portfólio de construções soma 78 usinas hidrelétricas, 17 térmicas, duas nucleares, barragens
para diversos fins, além de cerca
de 5,7 mil quilômetros de linhas de
transmissão. No total, são mais de
59 mil megawatts em obras, no Brasil e no exterior.
A joia da coroa do grupo é a
Braskem, maior companhia petroquímica da América do Sul. Isoladamente, a empresa — que tem unidades nos Estados Unidos e na Europa — foi responsável por 49,9%
da receita bruta da organização em
2012. No terceiro trimestre deste
ano, a Braskem registrou lucro de
R$ 394 milhões, contra um prejuízo de R$ 128 milhões nos três meses anteriores. E as perspectivas para o próximo ano são positivas, na
avaliação da analista Carolina Flesch, da gestora de recursos BB Investimentos. “A Braskem deve se beneficiar no próximo ano da provável
recuperação da atividade industrial brasileira”, diz Carolina.
Um dos investimentos mais ambiciosos da Braskem é a planta petroquímica que está em construção no México. Orçada em US$ 4,5
bilhões, a fábrica tem entrada em
operação prevista para o primeiro
semestre de 2015. Serão produzidos um milhão de toneladas por
ano de polietileno e igual quantidade de etileno. “É uma unidade estratégica para a companhia”, afirma a analista da BB Investimentos.
As recentes vitórias nos leilões
do Galeão — em parceria com a
“
Quando a Odebrecht
iniciou sua estratégia
de diversificação de
negócios, essa era uma
forma de adquirir
mercados. Atualmente,
a questão é crescer
para sobreviver, para
não ser comprado”
Fábio Lotti Oliveira
Professor associado da USP
Changi Airports International (Cingapura) — e da BR-163 deixam claro o apetite do grupo por concessões públicas no setor de infraestrutura. Entre 2011 e 2012, a Odebrecht Transport ampliou sua participação nas receitas do grupo de
1,6% para 1,8%. No caso do Galeão, o consórcio vencedor assume
a responsabilidade pelo aeroporto
em agosto de 2014, depois da Copa
do Mundo. Os principais investimentos serão feitos até 2016. Entre
as melhorias previstas estão 74 pontes de embarque adicionais e mais
101 balcões. A área total de pátio para aeronaves será duplicada para
1,5 milhão de metros quadrados.
A expansão internacional teve
início na década de 70 e se acelerou
nas décadas seguintes. Em 2012, as
operações no Brasil respondiam
por 56,6% da receita bruta da Odebrecht, enquanto os 43,4% restantes estavam divididos entre América Latina e Caribe , América do Norte, Europa, Ásia e Oriente Médio e
África. Ao todo, o quadro de funcionários da empresa somava 175.031
integrantes, de 32 nacionalidades
distintas, em 2012. “Somos o segundo maior empregador em Angola, depois do governo. Temos 22
mil integrantes no país, sendo que
20 mil são angolanos”, disse Roberto Simões, vice-presidente executivo da Odebrecht Óleo e Gás, em debate realizado no último dia 6 dezembro, na Pontifícia Universidade Católica (PUC), do Rio.
“Quando a Odebrecht iniciou
sua estratégia de diversificação de
negócios, nos anos 70, essa era
uma forma de adquirir mercados e
e aproveitar oportunidades de expansão. Hoje, a questão é crescer
para sobreviver, para não ser comprado”, explica Fábio Lotti Oliveira, professor associado da Faculdade de Economia e Administração
(FEA), da Universidade de São Paulo (USP). Mesmo com uma participação relativamente pequena dos
EUA e da Europa no seu faturamento, a Odebrecht pode — na opinião
de Oliveira — aumentar suas atividades em mercados maduros. “São
mercados que vêm atraindo as empresas brasileiras, apesar das margens de lucro menores”, conclui.
12 Brasil Econômico Quinta-feira, 28 de novembro, 2013
▲
EMPRESAS
Carro na internet
só para marketing
Brasileiros ainda preferem a tradição na hora de comprar automóveis, visitando as
concessionárias, embora pesquisem na rede e cheguem às lojas já sabendo de tudo
Daniel Carmona
[email protected]
São Paulo
Há um ano e meio, Luiz Augusto
Federico, proprietário da concessionária de veículos seminovos e
usados Vip Motors, na Zona Sul de
São Paulo, encontrou em Leila Ramos o perfil que buscava. Com
uma ferramenta para postagem
dos carros nos mais diferentes sites de anúncio, era preciso ter
um(a) profissional que, além da
curiosidade pelas quatro rodas e
uma certa experiência em vendas,
soubesse avaliar o comportamento desses dois elementos no mundo online. Diferentemente do modelo tradicional, que é pautado na
comissão e na relação direta com o
cliente em busca de um desfecho
das negociações, Leila faz parte de
uma nova geração de vendedores.
Nada de cafezinho, balões para
ascriançasou aperto de mão. A relação de Leila com os clientes é desenvolvida virtualmente. “É uma profissional que traz gente para a loja
ao fotografar e anunciar os carros,
fazer o primeiro contato com os
clientes e abrir as portas para os negócios”, diz Augusto. “Me sinto
prestigiada porque é com o meu trabalho que a loja aparece para o Brasil. Há muitas concessionárias buscando gente com esse perfil”, completa Leila. Ainda que a venda de
veículos através do mouse (ou por
meio de toques na tela) seja oficial-
NÚMEROS
3, 7 mi
Veículos devem ser
emplacados no Brasil neste
ano, segundo a Fenabrave.
20,6%
É a projeção de crescimento
do comércio eletrônico de
veículos em 2013, segundo a
consultoria E-Consulting. O
segmento, no entanto,
cresce menos que o turismo
(31%) e o varejo (26%).
mente inexistente, é através do
computador que muitas concessionárias fazem seus negócios prosperarem. “Eu diria que 30% dos clientes que entram na loja hoje já tiveram contato conosco através da internet. Sãoclientesmais determinados em busca do veículo”.
Entre diversos sites que hoje alavancam a publicidade dos seminovos, como Webmotors, iCarros,
Mercado Livre, Zap Carros e Carsale, Francisco Quintas Junior, o Kiko, encontrou uma excelente oportunidade. Depoisde13anosnoWebmotors, o ex-avaliador de veículos
apostou em uma ferramenta de publicação de ofertas para superar a
pulverização do mercado. “Antigamente eram poucos sites, mas isso
ampliou consideravelmente nos últimos anos. Apostamos em um site
em que o concessionário cataloga
seuveículo eescolhe em quais plataformas ele quer disponibilizar a
oferta, de acordo com o produto e o
público que ele quer alcançar”, diz
Kiko, que gerencia o DS Auto Estoque. Mas o número de produtos que
já entraram e saíram de seu sistema,assim como a quantidade de lojistas que utilizam o dispositivo, são
mantidas em total sigilo. “Só posso
dizer que estamos indo bem”.
Ao contrário dos Estados Unidos,quejá contacominiciativasclaras de e-commerce de veículos, no
Brasil essa questão ainda é vista sob
certa desconfiança. Do poder da internet ninguém duvida, assim como seu potencial para engajar consumidores na escolha de um novo
modelo. Mas daí a efetivamente
comprar vai uma distância grande.
“Isso é algo que não existe. Nunca
vai acontecer. Para carros, a internet é um sistema de divulgação como era o jornal antigamente. Isso
cresceu de uns cinco anos para cá.
Mas o processo de compra de um
carro é algo prazeroso, que envolve
a família, sonhos e desejos. É precisoprovar antes de comprar”, destaca Flávio Meneghetti, presidente
executivo da Federação Nacional da
Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). O próprio Augusto
também compartilha desta visão.
“Ela trouxe uma evolução e quebrou paradigmas na relação com o
cliente. Mas daí a apostar que a internet vai substituir os vendedores
“
Apostamos em um site
em que o concessionário
cataloga seu veículo
e escolhe em quais
plataformas ele quer
disponibilizar a oferta,
de acordo com o produto
e o público que ele
quer alcançar”
Francisco Quintas Junior
Proprietário do DS Auto Estoque
“
Acho muito complicado,
especialmente para
seminovos e usados no
qual é importantíssima
a avaliação do cliente
sobre o estado do carro.
Já no caso dos zero
quilômetros, a venda
pela internet é possível”
Ilídio Gonçalves
Presidente da Fenauto
vaiuma distância grande”,diz.E Kiko completa: “Ninguém entrega o
carro em casa. Mesmo se você comprar um veículo na internet, vai ter
que retirá-lo na concessionária. É
por isso também que é difícilter números claros desse movimento”.
Ilídio Gonçalves, que preside a
Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos
Automotores (Fenauto),é quemtenta fazer um contraponto. “Acho
muito complicado, especialmente
para seminovos e usados no qual é
importantíssima a avaliação do
cliente sobre o estado do produto
que ele deseja adquirir. Mas no caso
dos zero quilômetros, é possível
sim vender em larga escala pela internettendoem vistaquesãoprodutos idênticos e em perfeito estado”.
É nessa linha que algumas montadoras americanas tentam largar
na frente e entender como costurar
ummodelo sem desagradar os lojistas. Em 2009, a General Motors realizou um programa experimental
junto aos concessionários da Califórnia e o site de leilões online eBay
em que erapossívelao usuárionegociar os valores dos carros disponíveis nos estoques dos revendedores. Mas a não continuidade do projeto, que deveria ter sido expandido
a todo país se vingasse, dá uma
ideia dos desafios que ainda estão
em aberto. Em 2012, a mesma fabricante apostou no projeto ClickShop-Drive, que permite aos seus
clientes procurar a melhor proposta por meio de uma ferramenta na
internet junto a 100 lojistas. Mas,
desde então, apenas cinco transações foram feitas integralmente no
ambiente online. Ainda assim, em
declaração dada no início do mês a
um grupo de analistas do mercado,
Dan Akerson, CEO da GM, reforçou
que a empresa segue em sua busca
para que “as pessoas comecem a
comprar carros pela internet”.
Umdospoucosexemplosevidentes de sucesso é o da montadora de
carros elétricos premium Tesla, que
alavancou um crescimento de
33.000% na Califórnia, do ano passado até agora, depois de permitir a
comercialização online de todos os
seus modelos. De algumas poucas
dezenasdeunidadesvendidas,oveículoSacumulaquase5milemplacamentos em 2013.
Quinta-feira, 28 de novembro, 2013 Brasil Econômico 13
Mario Proenca/Bloomberg
AVIAÇÃO
Azul e TAP assinam acordo para bilhetes
A Azul Linhas Aéreas e a TAP assinaram acordo que permite à
portuguesa a emissão de bilhetes para os destinos oferecidos pela
brasileira. Segundo uma fonte, a parceria pode ter sido alinhavada pelo
operador do aeroporto de Viracopos, hub da Azul, para aumento do fluxo
de passageiros. A aquisição da TAP pela Azul voltou a ser assunto há seis
meses, mas o acordo não significa a concretização do negócio.
Marco Alves/Divulgação
Há um ano,
Luiz Augusto
Federico
contratou uma
profissional
dedicada
integralmente
à internet
“
Isso é algo que não
existe. Nunca vai
acontecer. Para
carros, a internet é um
sistema de divulgação.
O processo de compra
é algo prazeroso.
É preciso provar
antes de comprar”
Flávio Meneghetti
Presidente da Fenabrave
Baixa adoção de tecnologias pelas
concessionárias é o principal
entrave para venda online
Quem tentou abrir caminho de
modo mais intenso na internet no
Brasil foi o empreendedor Eduardo Medeiros, que em 2010 colocou no ar a startup “EuDecido.
com”. A proposta era reunir pessoas que quisessem comprar o
mesmo carro, o que teoricamente
aumentaria o poder de barganha
na negociação com as concessionárias até o desfecho do processo
de compra e venda. O modelo
prosperou durante quase dois
anos, mas o início da fase de IPI reduzido anunciada pelo governo exterminou a necessidade dos lojistas em apostarem em iniciativas
alternativas de venda.
“Ao invés de melhorar as vendas do site obtivemos uma piora,
“
A prosperidade depende
do amadurecimento
do mercado brasileiro
(e dos concessionários)
em relação à venda
de carros pela internet.
A maioria das
concessionárias nem
sistema interno possui”
Eduardo Medeiros
Empreendedor
pois não recebíamos boas ofertas”, recorda ele, que ainda reflete
sobre os entraves do mercado nacional: “A prosperidade do modelo depende muito mais do amadurecimento do mercado brasileiro
(e dos concessionários) em relação à venda de carros pela internet. A maioria das concessionárias nem sistema interno possui.
São traços de uma geração antitecnologia, algo muito diferente
do mercado americano onde hoje
há um numero alto de indicativos
de venda que nascem através da internet. Podemos contar nos dedos
quantas concessionárias fazem
um bom trabalho na internet”.
Apesar do feedback negativo,
o empreendedor considera que o
Brasil atravessa um momento transitório que pode vir a concretizar
uma mudança mais profunda nos
próximos anos. “Os concessionários estão ainda aprendendo a vender carro, pois a sua grande margem era a comissão do financiamento (o famoso rebate), antes na
casa dos 7% e que agora está abaixo de 1%. E outro grande aprendizado que vão ter que ter é aprender a vender os carros usados, já
que depois da redução do IPI mais
de 300 lojas no Brasil faliram devido ao tamanho de seu estoque de
seminovos”, finaliza Medeiros,
que hoje vive no México onde conduz a internacionalização do “ClickBus.com”, plataforma de venda de passagens de ônibus.
14 Brasil Econômico Quinta-feira, 28 de novembro, 2013
▲
EMPRESAS
Samsung cria divisão
de entretenimento
CURTAS
Divulgação/Sony
Nova área disponibilizará filmes, games e séries para serem acessados em
celulares, tablets, Pcs eTVs. No Brasil, foi criado um estúdio de games, em Manaus
Henrique Manreza
Moacir Drska
[email protected]
São Paulo
A explosão dos diversos dispositivos nas mãos — ou ao alcance —
dos consumidores e as múltiplas
telas que disputam hoje a atenção
desses usuários é uma tendência
que está movimentando as estratégias de diversas empresas, de fabricantes de equipamentos aos prestadores de serviços. Como uma
resposta a esse cenário, a Samsung apresentou ontem oficialmente sua mais nova unidade de
negócios na América Latina, batizada de Media Solution Center.
Em operação há onze meses, a divisão vai responder pelas estratégias
de desenvolvimento de conteúdos
e serviços da empresa na região.
“Estamos falando de um mercado que movimentou cerca de
US$ 1,5 bilhão em 2012 e que tem
previsão de crescimento anual de
20% até 2017”, disse Fiamma Zarife, vice-presidente da divisão para a América Latina, durante encontro com jornalistas em São
Paulo. “Estamos vivendo uma revolução na forma como interagimos, consumimos conteúdo, compramos e pagamos as nossas con-
“
Queremos ir muito
além do dispositivo.
Nossa ideia é criar
um ecossistema
ao redor dos nossos
produtos e trazer
conteúdos e serviços
relevantes, com uma
experiência localizada”
Fiamma Zarife
VP do MSC da Samsung para a AL
tas. A Samsung não poderia deixar de prestar atenção a todas essas oportunidades”, afirmou.
Com doze anos de experiência
em telecomunicações e passagens por Oi e Claro, Fiamma disse que um dos pilares da divisão
será a oferta de conteúdos locais.
O pacote inclui ainda o foco em
experiências de navegação e interface adaptadas ao gosto dos
consumidores da região, bem como benefícios e promoções exclusivas para esses usuários.
Como reflexo dessa abordagem, a Samsung vai investir no
fortalecimento de acordos já existentes com desenvolvedores de
conteúdo local, bem como na
busca de novos parceiros. Estão
previstas também ações de estímulo ao desenvolvimento dessa
indústria, por meio de ações em
conjunto com universidades.
Sob essa orientação, a primeira iniciativa no Brasil é o investimento em um estúdio de produção de jogos em Manaus. A ideia
é capacitar profissionais e empresas do setor para o desenvolvimento de games, com o auxílio e
a aplicação de tecnologias da
Samsung. A possibilidade de distribuir esses conteúdos em diversos dispositivos da marca — inclusive no exterior — será um dos fatores de atração. “É só uma primeira iniciativa. Queremos estender essa prática para todos os segmentos de conteúdo”, afirmou.
Outra ação no Brasil foi a criação do Samsung Hub, que centraliza as lojas digitais da marca. Por
meio da plataforma, o usuário pode navegar por serviços de música, vídeos, games, livros e educação. As lojas reúnem conteúdos
de parceiros como Sony, Warner,
Gameloft, Electronic Arts e TV Escola. Até o fim do ano, o serviço
estará disponível para grande parte dos smartphones e tablets da
Samsung. “Nosso grande desafio
é fazer com que esses serviços estejam também em outras telas. O
ideal é que um consumidor possa
começar a assistir um filme na
TV da Samsung e continuar no tablet”, disse Fiamma. “Vamos começar a montar esse quebra-cabeça. Essa integração ainda não
foi feita porque até então não tínhamos uma área para olhar essa
estratégia como um todo. Cada
produto tinha sua divisão”.
Sony pede patente
de peruca inteligente
A Sony Corp está tentando
registrar uma patente nos Estados
Unidos para a “SmartWig”, uma
peruca inteligente que se
comunicaria com outros gadgets
sem fio, como tablet e
computador, adicionando
funcionalidades como medição de
pressão sanguínea, transmissão
de slides de uma apresentação,
entre outras. Dependendo do
modelo, a peruca poderia incluir
uma câmera, um apontador laser
ou um sensor de GPS, disse a
companhia. Bloomberg
Smartwatch com
chip de celular
Herdeiros de Abir Magid, fundador
da Nelima, fabricante de relógios
criada no final dos anos 60 em
Manaus e que foi responsável pelas
marcas Dumont, Condor e
Mirvaine, além da Magnum,
anunciaram ontem o lançamento
do primeiro smartwatch com
suporte para chip de celular (SIM)
do mercado brasileiro. O relógio da
marca Locke chega ao país em
2014. “Esperamos iniciar a
produção local no 2º semestre de
2014”, disse Francisco Magid,
proprietário da Locke.
Vendas da HP
cresceram 2%
Fiamma: mercado movimentou US$ 1,5 bi em 2012
O plano de reestruturação da HP
começa a mostrar seus primeiros
resultados na bolsa, com alta de
9% nas ações da fabricante de
PCs. Ontem, a empresa divulgou
que suas vendas no quarto
trimestre tiveram 2% de alta em
relação ao mesmo período do
ano passado — 12% em relação
ao terceiro trimestre deste ano.
A receita como um todo no
quarto trimestre somou US$ 29,1
bilhões, acima da previsão dos
analistas. Reuters
Quinta-feira, 28 de novembro, 2013 Brasil Econômico 15
CLIENTE & CIA.
NADJA SAMPAIO
[email protected]
NEM TÃO RUIM QUANTO PARECE
Editoria de Arte/Cida Calu
R
elatório sobre recalls da Secretaria Nacional do Consumidor
(Senacon), do período de 2008 a 2013, mostra que de 2012
para cá houve aumento em oito das 20 categorias elencadas.
Como sempre, o aumento foi maior no setor de automóveis.
As categorias que elevaram o número de recalls de 2012 para 2013
foram: bebidas (de zero em 2012 para quatro em 2013); automóveis
(de 33 para 53); caminhões (de dois para três); brinquedos (de zero
para quatro); peças e componentes mecânicos (de um para dois);
peças e componentes elétricos (de um para dois); lavadoras (de
zero para um); refrigeradores (de zero para um).
Quando ouvimos que o número de
recall aumentou temos uma sensação dúbia. Primeiro, pensamos
que isso indica que os produtos estão piorando. Depois, refletimos
que, como recall significa consertos recomendados pelos fabricantes, em função de preservar a segurança do consumidor, este aumento significa maior responsabilidade dos fabricantes. Ou seja, ter um
aumento de recall não é tão ruim
quanto parece. Ao contrário, à luz
do Código de Defesa do Consumidor (CDC), esse é um bom comportamento das empresas, que estão
cumprindo com o que prevê a lei.
O artigo sexto do CDC diz que é
direito básico do consumidor “a
proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por
práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos”. Existem três
formas de se saber se um produto é
perigoso ou nocivo: se o problema
for divulgado pelo próprio fabricante; se o consumidor sofre um
acidente de consumo; ou se é detectado por testes e fiscalizações.
A Senacon e os Procons estaduais vêm trabalhando as duas faces desta moeda: aumentando a divulgação dos recalls e ensinando o
conceito de acidente de consumo.
Falta de segurança nos produtos
causa acidentes. Mas, não é fácil para o consumidor entender o que é
um acidente de consumo. Se um filho engole uma peça de um brinquedo, o responsável tende a achar
que não teve atenção suficiente,
não lhe passa pela cabeça que aquela peça não deveria se desprender
do brinquedo. Quando uma cadeira de plástico quebra quando se
senta nela, o primeiro pensamento
é que o consumidor está gordo e
não que a cadeira é que está fora do
padrão. O consumidor corta o dedo quando abre uma lata e pensa
que não teve destreza para abri-la
e não que aquele tipo de abertura
propiciou o acidente.
O desafio da Senacon, dos Procons e dos órgãos reguladores, como o Inmetro e a Anvisa, é fazer
com que os consumidores relatem
seus acidentes de consumo, pois
este é um indicador dos produtos
que devem ser mais testados e fiscalizados. A partir destes indica-
dores, houve aumento de teste em
cadeirinhas, bebê-conforto e berços para bebês; em cadeiras de
plástico, e tantos outros produtos
que provocaram acidentes, incluindo automóveis.
Aliás, foi o problema no rebaixamento do banco traseiro do
Fox, que cortou o dedo de um consumidor, o estopim que elevou o
Brasil a um nível mais alto no controle dos acidentes de consumo.
Na época deste episódio, a Senacon descobriu que vários órgãos
estavam investigando o mesmo
problema (Senacon, Anvisa, Denatran, Inmetro). Juntaram, então,
todas as investigações num mesmo processo. E, a partir daí, passaram a trabalhar no sentido de interligar as informações espalhadas pelos diversos órgãos em um
mesmo banco de dados. O segundo passo foi fazer parcerias com
os órgãos fiscalizados dos países ligados ao Mercosul, de forma que
todos compartilhassem as informações de recalls e acidentes de
consumo. E o terceiro passo do
Brasil foi se integrar à Rede de Consumo Seguro e Saúde das Américas, um órgão da Organização dos
Estados Americanos (OEA).
Essa inserção do Brasil na troca
de informação sobre segurança de
produtos é de fundamental importância para que não nos empur-
A Senacon e os
Procons estaduais
vêm trabalhando
as duas faces desta
moeda: aumentando
a divulgação dos
recalls e ensinando
o conceito de acidente
de consumo
rem os refugos do primeiro mundo. Quanto mais restritivo em termos de segurança um país é, melhores serão os produtos consumidos por seus cidadãos.
Hoje, as empresas são multinacionais, cada peça vem de um país
diferente, a produção é transnacional e o consumidor também é global. A troca de informações, portanto, é a base da vigilância.
Para melhorar a informação que
chega aos bancos de dados de acidente de consumo, a Senacon começouagoraa implantarumformulário a ser preenchido pelos médicos, pois eles têm uma visão privilegiada para analisar os acidentescausados por produtos. A ideia é cruzar
os dados cadastrados pelos médicos para se ter uma indicação de
quais produtos são nocivos ou trazem insegurança ao consumidor.
Cabe ao consumidor
ajudar nesta batalha
contando seus
acidentes de consumo
no site do Inmetro, no
site da Senacon ou aos
Procons. Todos juntos
de olho na segurança
dos produtos
Os fabricantes estão sendo
mais vigiados em todo o mundo,
o que os leva a serem mais responsáveis nos alertas de recall, principalmente as montadoras de automóveis. O consumidor, por sua
vez, também está respeitando
mais estes avisos e respondendo
aos chamados. Os órgãos de defesa do consumidor estão se unindo para detectar falhas, testar
produtos, e chamar os fabricantes às favas. Cabe ao consumidor
ajudar nesta batalha contando
seus acidentes de consumo no site do Inmetro, no site da Senacon
ou aos Procons. Todos juntos de
olho na segurança dos produtos,
pois como já dizia Thomas Jefferson, “o preço da liberdade é a
eterna vigilância”.
Coluna publicada às quintas-feiras
16 Brasil Econômico Quinta-feira, 28 de novembro, 2013
▲
EMPRESAS
Os bastidores da Black Friday
Varejistas finalizam os últimos detalhes da promoção, que terá espaço para denúncias no site do organizador
Na próxima sexta-feira, ocorre
mais uma edição brasileira da Black Friday, dia de promoções especiais inspirado no que ocorre nos
Estados Unidos após o feriado de
Ação de Graças. De acordo com o
organizador da versão brasileira
da promoção, o portal Busca Desconto, o número de empresas participantes aumentou de 77 do ano
passado para 120 empresas neste
ano. A expectativa, segundo o presidente do Busca Desconto, Pedro
Eugênio, é que o volume de vendas alcance R$ 340 milhões, com
um total de 850 mil pedidos. Em
2012, as vendas chegaram a R$
200 milhões, com 500 mil pedidos, recorde de vendas pela internet em um único dia.
“Tem muita coisa para amadurecer, para planejar, mas já notamos neste ano um aumento de interesse de todos os lados”, disse.
Eugênio teve a ideia de trazer para
o país um site que agregasse ofertas dos principais lojas do mercado depois de viajar ao exterior e
acompanhar a movimentação dos
consumidores em dias de Black
Friday. “Percebi que tinha tudo a
ver com o meu negócio. Com isso,
divulgaria o meu portal através do
Black Friday”, afirmou.
Para esta edição, houve uma
mobilização maior por parte de
fornecedores e lojistas para descontos maiores. “Os lojistas já perceberam que o objetivo não é ficar
milionário nessa data. É uma estratégia de marketing. No ano passado, tivemos casos de lojas que tiveram lucro zero com as vendas do
Black Friday, mas trouxeram o
consumidor para dentro e eles
compraram lá no Natal. A cada
dez pessoas que compraram, seis
voltaram no Natal”, afirmou.
Empolgada com esses números, o Magazine Luíza vai ofertar 3
mil itens com descontos de até
70%. “O Black Friday é cada vez
“
O Black Friday
é uma estratégia de
marketing. Em 2012,
tivemos casos de lojas
que tiveram lucro zero
com as vendas deste dia,
mas a data fez com que o
consumidor comprasse
de novo para o Natal”
Pedro Eugênio
Presidente do Busca Desconto
mais aguardado pelos clientes.
Acreditamos que o volume de vendas, assim como o número de pessoas participantes desta ação, será expressivamente superior ao último ano”, disse o diretor de
e-commerce da Magazine Luiza,
Decio Yuiti Sonohara.
Segundo o executivo, a edição
anterior representou 20% das ven-
das de todo o mês, o que exige um
grande planejamento que envolve
negociação de produtos e preços
com os fornecedores.
A Privalia, loja de roupas e
acessórios multimarcas, vai oferecer frete grátis para todo o Brasil durante a Black Friday. A expectativa é triplicar o número
de vendas de um dia normal e
dobrar em comparação com a
data do ano passado .
Consumidor poderá denunciar
ofertas enganosas em site
Apesar do sucesso de vendas na
edição de 2012, algumas lojas foram acusadas de maquiar os preços anteriores e divulgar descontos inexistentes. Para evitar que
a imagem do varejo ficasse arranhada, a Câmara Brasileira de
Comércio Eletrônico criou um
código de ética para a data. O código pune as lojas que não oferecerem desconto real. A partir
desde ano, será possível ao consumidor fazer denúncias de ofertas enganosas no site da Black
Friday. Por Douglas Nunes
Quinta-feira, 28 de novembro, 2013 Brasil Econômico 17
Maurice Tsai/Bloomberg
SIDERURGIA
ArcelorMittal vai aumentar produção de aço
A ArcelorMittal retomará a produção de aço no terceiro alto-forno
na usina de Tubarão (ES) em junho de 2014, disse ontem o presidente
da siderúrgica no Brasil, Benjamin Baptista. A unidade capixaba está
com dois de seus altos-fornos em funcionamento, com capacidade
anual de produção de 5 milhões de toneladas de aço. Com o terceiro
alto-forno, a capacidade salta para 7,5 milhões de ton ao ano. Reuters
Fernando Borba
Preços recordes
vão gerar US$ 5 mi
ao Flamengo
CompreçosentreUS$110 eUS$350,ingressosestavamesgotados
Entre os gestores do time, um ex-presidente do Banco Central e
um ex-executivo do BNDES. Meta é organizar as finanças do time
Não são os preços recordes dos ingressos que impedem Adriana Oliveira de assistir a seu amado Flamengo na final da Copa do Brasil.
Ela simplesmente não consegue
achar um à venda.“Vi muitas pessoas reclamando dos preços dos ingressos, mas para mim não faz diferença”, disse Adriana, que trabalha de garçonete na maior favela
da América Latina, a Rocinha.
Após um ano de redução de custos, o time que se gaba de ser “o
clube mais querido do mundo” está próximo de ver o maior dia de
pagamento na história da Copa do
Brasil, depois de anular um mandado judicial que almejava reduzir o preço dos ingressos.
As autoridades reclamaram
que os preços dos ingressos para o
jogo de ontem — US$ 110 e US$
350 —, eram abusivos. O Flamengo argumentou com sucesso que
seus preços de venda eram justos,
dado o interesse pela partida.
Carlos Langoni, vice-presidente de negociação de dívidas do Flamengo, disse que o time ganhará
US$ 5 milhões quando jogar na decisiva partida de volta contra o
Atlético Paranaense. O jogo será
disputado no Maracanã, no Rio de
Janeiro, sede da final da Copa do
Mundo do ano que vem. No primeiro jogo da série, as equipes empataram 1 a 1 em 20 de novembro.
No começo da temporada, o
Flamengo devia R$ 750 milhões
(US$ 326 milhões), mais do que
qualquer outro time no Brasil, e tinha uma reputação de má gestão
financeira. Os torcedores votaram por um conselho que incluiu
Langoni, ex-presidente do Banco
Central, e o presidente do clube,
Eduardo Bandeira de Mello, que já
foi executivo do BNDES, para organizar as finanças do clube.
Há dois dias, o clube disse que
conseguiu conter custos e reduzir
as perdas, o que não acontecia “há
muito tempo”, disse Pedro Daniel, economista especializado
em futebol na auditora BDO Brasil.
No mês que vem, espera-se que o
Flamengo e outros times assinem
um acordo com o governo para pagar R$ 4,5 bilhões em dívidas impositivas acumuladas durante vinte anos, disse Daniel. Bloomberg
18 Brasil Econômico Quinta-feira, 28 de novembro, 2013
ALÉM DA TAÇA
FÁBIO DOBBS
[email protected]
PARA BRILHAR
NO RÉVEILLON
A
sofisticação e o luxo do champanhe
foram redimensionados pela Moët &
Chandon. Neste fim de ano, a marca
lança três edições especiais de suas garrafas e
até mesmo uma nova forma de tomar a bebida.
Para aplacar o calor do verão, a Moët Ice
Imperial (R$350) chega para ser servida com
gelo, em taças de boca larga de estilo cabernet.
Ela também pode ser acompanhada de folhas
de hortelã, lascas de casca de limão ou
grapefruit, raspas de gengibre ou frutas
vermelhas como morangos e framboesas.
Para aqueles que buscam um presente
personalizado para o fim de ano, a sugestão é
a edição Swarovski Elements. As garrafas
podem ser encomendadas online, através
da loja virtual ateliermoet.com.br. A loja vai
funcionar até o dia 30 de dezembro e
apenas mil garrafas — incluindo os
tamanhos Magnum, 1,5 litros (R$395,00),
e Jeroboam, 3 litros (R$2.980,00) —
estarão disponíveis, podendo ser
decoradas com os cristais austríacos
também na cor Golden Shadow!
Outra opção para ter um fim de ano
dourado é a Moët Golden Glimmer (R$
300). Nessa edição, a garrafa de Moët
Imperial Brut 750ml vem
acompanhada de um exclusivo estojo
laqueado em dourado. O estojo
mantém o champanhe na
temperatura ideal por até 2 horas e
pode ser reutilizado.
Agora, para a festa ficar completa,
a Moët & Chandon criou a edição
limitada Moët Ice Summer Escape
Trunk. Feito na França, o Trunk se
parece com um sofisticado baú de
viagem branco. Depois de aberto,
ele se transforma em um bar
móvel com 24 garrafas de
Moët Ice Imperial 750ml, 2
baldes para garrafa, 3 pás
de gelo, 12 taças de
acrílico transparente
12 taças brancas de
acrílico e 2 baldinhos
para gelo. Preço do
mimo: R$ 32 mil. É
realmente para
garantir um Feliz
Ano Novo.
Tudo acaba
em pizza
A Pizzaria
Stravaganze vai
realizar sua
última
harmonização
do ano no
próximo dia
3. Ela será
comandada
pelo
sommelier
Arruda, do
Copacabana Palace, que selecionou
o espumante Santa Digna Estelado
Rosé, o branco Garcia Viadero
Albillo e o Moscatel de Portugal
para acompanhar as pizzas e
sobremesas.
Extra virgem
com estilo
A marca grega Ilíada lança
seu azeite extra virgem
gourmet. Produzido a partir
da azeitona Koroneïki, ele
tem aroma frutado
que lembra maçã e
amêndoa. O sabor
é suave, com
equilíbrio entre o
amargo e picante.
Há também
versões
aromatizadas de laranja, manjericão
e essência de trufa negra.
Em harmonia com
o bom bacalhau
OUTROS COPOS
■ DOSE SOLIDÁRIA
A vodca superpremium Belvedere anuncia o
terceiro ano de sua parceria com a (RED)TM
e traz novamente ao Brasil a edição especial
(BELVEDERE)RED TM. A (RED)TM é uma
fundação criada por Bono Vox, vocalista e
líder da banda U2, e Bobby Shriver para
engajar empresas e pessoas a lutarem
contra a AIDS. A vodca BELVEDERE é
elaborada com um único tipo de grão, o
centeio dourado Dankowskie, que só se
desenvolve na região de Mazovia, na
Polônia. A tradição seguida há mais de
quinhentos anos deu origem à primeira
vodca super premium do mundo.
A BELVEDERE Pure é produzida em
pequenos lotes e passa por quatro
processos de destilação, número ideal
para obter o seu caráter único e suave.
■ EMPACOTADO PARA O NATAL
A vinícola Concha y Toro resolveu mudar a cara
do lendário rótulo Casillero del Diablo para o
Natal. Ele ganhou uma bela lata estilizada na
cor prata. Além da excelente qualidade, essa
marca é conhecida pela sua história. Em 1883,
Don Melchor de Concha y Toro, fundador da
vinícola, levou para o Chile algumas cepas de
Bordeaux, França. Elas foram guardadas em
um lugar especial da adega e os barris, com
melhores resultados dos vinhos fabricados
com estas uvas, serviam para seu consumo
pessoal. Entretanto, por conta de sua alta
qualidade, frequentemente estes vinhos
eram furtados e, para evitar que isso
ocorresse, ele espalhou um boato de que o
diabo habitava sua adega.
O Garden, em
Ipanema,
fechou parceria
com a
importadora
World Wine
para
oferecer os
vinhos
chilenos
Reserva
Petirrojo
Carménerè
2012 e
Chardonna
y 2012 com
desconto de 18% (R$ 59 a garrafa e
R$ 18 a taça). Eles são perfeitos para
harmonizar com os pratos do Festival
de Bacalhau, que está em cartaz no
restaurante até o final de dezembro.
Coluna publicada às quintas-feiras
Quinta-feira, 28 de novembro, 2013 Brasil Econômico 19
▲
EMPRESAS
Aumenta a demanda por crowdfunding no país
O financiamento coletivo
auxilia o Médico Sem
Fronteiras a conseguir
doações no Brasil
Apesar do mercado de crowdfunding — financiamento coletivo de
projetos — ainda não ser tão difundido no Brasil como em outros países, plataformas como o Kickante
já dão retorno aos projetos cadastrados. Segundo Candice Pascoal,
sócia da startup, o mercado do fi-
nanciamento coletivo é promissor
no Brasil, mas ainda precisa de forte trabalho para ensinar aos brasileiros o que é o crowdfunding.
“Criou-se uma ideia de que vaquinha, esmola. Mas, na verdade, é ele pode ir além disso. O crowdfunding pode ser uma forma
mais rápida e segura de conseguir dinheiro, do que o investidor-anjo ou um empréstimo.
Além disso, a resposta do mercado sobre o projeto é mais rápida.
No Brasil, plataformas como essa
podem tirar projetos interessantes do papel”, explica.
Atualmente, estão na plataforma mais de 20 projetos e, segundo
Candice, muitos outros estão na fila.
A campanha do Médicos Sem Fronteira Brasil (MSF Brasil), por exemplo, conseguiu ultrapassar a meta
de R$ 30 mil antes do prazo final.
“Precisamos sempre de doações, então tentamos constantemente novas formas de pedir ajuda. O crowdfunding sempre nos interessou, mas antes do Kickante,
os sites do país estipulavam uma
meta, que se não for atingida, a empresa não recebe nada. Diferente
de um show, que só é realizado
com um valor certo, qualquer valor é importante para nós”, diz a diretora de Captação de Recursos de
MSF Brasil, Flavia Tenenbaum.
“Essa foi a primeira experiência e como vimos que deu certo,
já pensamos em usar em outras
campanhas, como para angariar
recursos para as Filipinas”, acrescenta ela.
Outro projeto bem sucedido é
o do atleta Gustavo Agne de Oliveira, o Guga, que busca apoio para
participar da Super Final da Copa
do Mundo de Parapente e a meta
de R$ 2.800 já foi ultrapassada.
“Não participei no ano passado, pois não tive patrocínio. Este
ano, fiz uma conta simples de que
para atingir o montante, precisava de 140 pessoas com cotas de R$
20. Alguns valores foram maiores.
Então, já penso em projetos maiores”, comemora. Gabriela Murno
ESTE ANÚNCIO É DE CARÁTER EXCLUSIVAMENTE INFORMATIVO, NÃO SE TRATANDO DE OFERTA DE VENDA DE COTAS.”
Coordenadora e Instituição Administradora
ANÚNCIO DE ENCERRAMENTO DE DISTRIBUIÇÃO PÚBLICA DE COTAS DA 12ª EMISSÃO DO
FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO VIA PARQUE SHOPPING - FII
CNPJ/MF n.º 00.332.266/0001-31
Código ISIN nº BRFVPQCTF015
Código de Negociação na BM&FBOVESPA: FVPQ11
A RIO BRAVO INVESTIMENTOS DISTRIBUIDORA DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS LTDA.
TDA., com sede
na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Avenida Chedid Jafet 222, bloco B, 3º andar, inscrita
no (“CNPJ/MF”) sob nº 72.600.026/0001-81, na qualidade de coordenadora da Oferta e instituição
administradora do Fundo (“Rio Bravo” ou “Coordenadora” e “Instituição Administradora”), comunica que
foram subscritas o total de 235.955 (duzentas e trinta e cinco mil, novecentas e cinquenta e cinco) Cotas,
sendo que 107 cotas já foram integralizadas no ato da subscrição. As cotas foram emitidas sob a forma
escritural, com valor unitário de R$178,00 (cento e setenta e oito reais), nas datas indicadas na tabela
abaixo (“Cotas”), no âmbito da oferta pública de distribuição de Cotas da décima segunda
nda emissão do
FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO VIA PARQUE SHOPPING - FII (“Fundo”), inscrito no CNPJ/MF sob o
nº 00.332.266/0001-31 (“Oferta”), perfazendo o montante de:
A OFERTA FOI REGISTRADA SOB O Nº CVM/SRE/RFI/2013/024, EM 19 de SETEMBRO de 2013.
INSTITUIÇÃO ADMINISTRADORA E COORDENADORA E INSTITUIÇÃO ESCRITURADORA DAS COTAS:
Instituição Administradora e Coordenadora:
Rio Bravo Investimentos Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda.
Avenida Chedid Jafet nº 222, bloco B, 3º andar
São Paulo, SP
CNPJ/MF sob o nº 72.600.026/0001-81
R$ 41.999.990,00
(Quarenta e um milhões, novecentos e noventa e nove mil, novecentos e noventa reais)
por meio da ata da “Assembleia Geral de Constituição do Fundo de Investimento Imobiliário Via Parque
Shopping”, datada de 06 de novembro de 1995, sendo o respectivo regulamento datado de 15 de agosto
de 2013, devidamente registrado em 19 de agosto de 2013, sob o nº 1.324.944, perante o 8º Oficial de
Registro de Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica da Capital de São Paulo, conforme aditado.
(“Regulamento”).
A Oferta foi aprovada pelos cotistas do Fundo (“Cotistas”) na Assembleia Geral de Cotistas realizada em 29
de abril de 2013, cuja ata foi registrada em 03 de maio de 2013 perante o 8º Oficial de Registro de Títulos e
Documentos e Civil de Pessoa Jurídica da Capital de São Paulo sob o nº 1.314.712, em conformidade com o
disposto no artigo 40, inciso IV, alínea b do Regulamento e no inciso IV do artigo 18 da Instrução CVM 472,
de 31 de outubro de 2008 (“Instrução CVM 472”).
Os termos aqui iniciados em letra maiúscula, estejam no singular ou no plural, e não definidos terão o
significado que lhes é atribuído no prospecto definitivo da Oferta (“Prospecto”).
As Cotas foram colocadas conforme o seguinte demonstrativo:
Data da
Subscrição
Nº de
Subscritores
Volume Total
Subscrito (em R$)
107
25/10/2013 e
25/11/2013
6
19.046
Fundos de Investimento
Imobiliário
43.815
25/10/2013 e
21/11/2013
1
7.799.070
Demais Pessoas Jurídicas
192.033
24/10/2013 e
21/11/2013
1
34.181.874
Total
235.955
24/10, 25/10, 21/11 e
25/11/2013
8
41.999.990
Pessoas Físicas
Banco Bradesco S.A.
Cidade de Osasco no Estado de São Paulo, na Cidade de Deus, S/Nº - Prédio Amarelo
CNPJ/MF sob o nº 60.746.948/0001-12.
“O REGISTRO DA PRESENTE OFERTA NÃO IMPLICA, POR PARTE DA CVM, GARANTIA DE VERACIDADE DAS
INFORMAÇÕES PRESTADAS OU EM JULGAMENTO SOBRE A QUALIDADE DO FUNDO, BEM COMO SOBRE
AS COTAS A SEREM DISTRIBUÍDAS”
“O FUNDO NÃO CONTA COM GARANTIA DE SUA INSTITUIÇÃO ADMINISTRADORA OU DE QUALQUER
MECANISMO DE SEGURO”
“NÃO HÁ COMPROMISSO OU GARANTIA POR PARTE DA INSTITUIÇÃO ADMINISTRADORA E/OU DA
Nº de
Cotas
Tipo de Investidor
Escriturador das Cotas
COORDENADORA DA OFERTA DE QUE O OBJETIVO DE INVESTIMENTO DO FUNDO SERÁ ATINGIDO”
“AO INVESTIDOR É RECOMENDADA A LEITURA CUIDADOSA DO PROSPECTO E DO REGULAMENTO, EM
ESPECIAL A SEÇÃO “FATORES DE RISCO”, AO APLICAR SEUS RECURSOS.”
Coordenadora e Instituição Administradora
20 Brasil Econômico Quinta-feira, 28 de novembro, 2013
▲
FINANÇAS
Editora: Eliane Velloso
[email protected]
BOVESPA
Vale e bancos puxam índice para cima
O índice Ibovespa encerrou o pregão de ontem com alta de 0,81%,
a 51.861 pontos, puxado pelas ações da mineradora Vale
e dos bancos, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu
deixar para o início de 2014 o julgamento final sobre a correção das
cadernetas de poupança decorrente de planos econômicos dos anos
80 e 90. O giro financeiro da sessão foi de R$ 6 bilhões. Reuters
Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados
Na Câmara dos Deputados, parlamentares e Governo debateram sobre o incentivo fiscal às ofertas de ações e de dívidas das PMEs, que também estão no foco da CVM
Presença de PMEs na bolsa
começa a ser destravada
CVM baixa nova regulamentação para viabilizar o acesso de pequenas e médias empresas ao mercado
de capitais; Instrução 540 flexibiliza regras para os aportes de Fundos de Investimento em Participações (FIP)
Marcelo Loureiro
[email protected]
O acesso de pequenas e médias
empresas (PMEs) ao mercado de
capitais ganha cada vez mais incentivos. Ontem, a Comissão de
Valores Mobiliários (CVM) editou
a Instrução 540, que flexibilizou
as regras para os aportes de Fundos de Investimento em Participações (FIP) nas empresas consideradas de menor porte enquanto, em
Brasília, deputados e representantes do Governo participaram de
audiência pública sobre o Projeto
de Lei 6.558/13, que propõe incentivos para as ofertas públicas de
PMEs e para seus investidores.
A nova norma da CVM é resultado de uma consulta pública realizada pela autarquia entre julho e
agosto desse ano, e reforma a Instrução 390, que regulava esse tipo
de carteira. “A grande mudança é
que os FIPs deixam de ser obrigados a participar da gestão e da política estratégica das investidas”,
explica Flavia Mouta, Superintendente de Desenvolvimento de
Mercado da autarquia. Dessa forma, o gestor do FIP ganha liberdade para aportar recursos em em-
“
A regra vale para
a BM&FBovespa
e para qualquer outra
bolsa que venha
a surgir e que
se disponha a criar
um segmento
de acesso voltado
para as PMEs”
Flavia Mouta
Super. de Desenvolvimento
de Mercado da CVM
presas bem encaminhadas, sem
que tenha de dedicar tempo para
assessorar o dia a dia da investida.
Para tanto, a companhia deve ser
listada em um segmento especial
de acesso instituído por alguma
bolsa ou mercado de balcão.
“Importante notar que a regra
vale para a BM&FBovespa e para
qualquer outra bolsa que venha a
surgir e que se disponha a criar
um segmento de acesso voltado
para as PMEs”, destacou Flavia.
De acordo com a nova norma, esses segmentos devem exigir padrões de governança corporativa
mais estritos que os previstos por
lei e será a instituição que definirá
o perfil de PMEs, como o tamanho
da receita. O limite de alocação
por empresa foi elevado de 20%
para 35% do patrimônio líquido
do fundo.
As mudanças tiveram origem
no Comitê Técnico para Ofertas
Menores, grupo composto por instituições como a BM&FBovespa, o
BNDES e a própria CVM. “Foi questionado o porquê de o tamanho
médio das ofertas no Brasil ser
muito maior do que se vê em outros países, até entre os emergentes. Algumas soluções foram pro-
postas e parte delas está na Instrução 540. Esse foi o primeiro passo
porque era o mais simples. Mas
muitos outros serão dados para
melhorar o acesso das PMEs ao
mercado de capitais”, explica
Francisco José Bastos Santos, Superintendente de Relações com Investidores Institucionais da CVM.
Para tanto, outras normas serão reformadas ao longo de 2014, adiantou o executivo.
O movimento parece ser articulado com outros setores do Governo. Em Brasília, representantes do
Ministério da Fazenda, do Desenvolvimento e do Banco Central participaram de audiência pública sobre o projeto de lei 6.558/13, que
sugere benefícios fiscais às PMEs
que acessarem o mercado de capitais. “A Instrução da CVM e a audiência de hoje mostram que o esforço para destravar o acesso das
PMEs a outras formas de captação
está ganhando corpo. É preciso
criar a cultura de investir nesse tipo de empresa, que cria tantos empregos. Estou confiante que essas
ofertas se tornarão habituais no
nosso mercado”, comemorou o deputado federal Otávio Leite (PSDBRJ), idealizador do projeto.
IPOS DESDE 2004
12
Empresascom valordemercado
deaté R$700milhões —perfil
deelegibilidade definidopelo
ComitêdeOfertasMenores— que
acessaramomercadodecapitais
20
Companhias com valor
de mercado entre R$ 700 milhões
e R$ 1 bilhão
80
Empresas com valor de mercado
entre R$ 1 bilhão e R$ 5 bilhões
14
Empresas que abriram capital
com valor de mercado acima
de R$ 5 bilhões
Quinta-feira, 28 de novembro, 2013 Brasil Econômico 21
O MERCADO COMO ELE É...
LUIZ SÉRGIO GUIMARÃES
[email protected]
SELIC DEVE IR A 10,5% EM JANEIRO
Editoria de Arte
E
m sua última reunião de 2013, o Comitê de Política Monetária
(Copom) do Banco Central cumpriu o prometido ao elevar a
Selic de 9,5% para 10%. Foi a quarta alta consecutiva de 0,50
ponto. E, ao manter a linha básica do comunicado utilizado após a
reunião para informar a decisão, sinalizou que deverá fazer mais uma
elevação do mesmo tamanho no primeiro encontro de 2014, agendado
para 15 de janeiro. “Dando prosseguimento ao ajuste da taxa básica de
juros, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 10%
ao ano, sem viés”, foi o teor da nota. Mas foi ainda mais lacônica ao
suprimir a frase “o Comitê avalia que essa decisão contribuirá para
colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista
no próximo ano”, que fechava as quatro notas anteriores.
Compromissar-se com Selic
de 10,5% em janeiro não significa
a intenção de interromper nessa
oportunidade o ciclo de alta iniciado em abril, quando a taxa básica
encontrava-se no piso histórico
de 7,25%. Mas, na média, os analistas acreditam que se a Selic de
encerramento do aperto não for
esta de 10,5%, não estará muito
longe disso. Isso se não houver nenhum atropelo externo ou interno
de natureza eleitoral.
As decisões de política monetária estarão, em primeiro lugar,
condicionadas à reação dos mercados globais ao início, previsto para o primeiro trimestre do ano que
vem, dos cortes nas injeções mensais de liquidez feitas pelo Federal
Reserve (Fed). Embora em momentos de frenesi os mercados tenham o costume de dar preferência mais à segurança do que à rentabilidade, o ciclo de expansão da
Selic pode ser preservado com o
objetivo de atrair capitais especulativos e suavizar a curva de valorização do dólar. Em segundo lugar, as deliberações do BC estarão
submetidas ao calendário eleitoral. Por isso, será bom concentrar
todos os aumentos de juros necessários até maio.
Na expectativa pelas decisões
do Copom, os juros oscilaram intensamente no mercado futuro da
BM&F. De manhã, ensaiaram um
movimento de baixa. Prevaleceu
a ala do mercado que via a possibilidade de o BC ter de afrouxar o
aperto monetário na hipótese de
uma decisão do Supremo Tribunal
Federal (STF) pró-poupadores elevar o risco de uma recessão econômica. O raciocínio foi o de que, para contrabalançar uma sentença
desfavorável aos bancos, seria melhor se BC desapertasse as condições monetárias do que a Fazenda
passar a ampliar ainda mais os gastos públicos. Depois que o Supremo optou por fazer o julgamento
somente em 2014, as taxas puderam acompanhar a escalada do dólar. O contrato para a virada de
2015 para 2016, depois de ter recuado a 10,78%, fechou estável
em 10,84%, enquanto a taxa para
janeiro de 2017, após ceder a
12,08%, fechou a 12,21%, ante
12,11% no encerramento anterior.
Para subir ontem 1,22%, cotado a R$ 2,3240, o dólar buscou amparo no comportamento do mercado americano de títulos da dívida dos EUA. Dados mais positivos
do que se esperava sobre o grau de
recuperação da econômica americana provocaram ontem forte alta
dos rendimentos dos títulos do Tesouro. Os yields das treasuries de
10 anos avançaram de 2,71% no fechamento da véspera para até
2,77%. Por causa do feriado americano de hoje, Dia de Ação de Graças, a divulgação de indicadores
foi concentrada ontem.
Os mais importantes foram sobre atividade e mercado de trabalho. O número de novas solicitações de seguro-desemprego recuou para 316 mil na semana passada, quando a previsão era de
uma baixa menos acentuada, para
330 mil.
O PMI de Chicago caiu menos
do que apostavam os analistas. Para uma estimativa mediana de 60,
o índice de atividade nacional calculado pela regional do Fed de
Chicago recuou a 63 em novembro, vindo de 65,9 no mês passado. Já o indicador de confiança do
consumidor, aferido pela Universidade de Michigan, avançou de
73,2 em outubro para 75,1 este
mês, quando as projeções eram
de um pequeno recuo para 73,1. E
o indicador antecedente do Conference Board mostrou alta de 0,2%
em outubro em relação a setembro, enquanto o mercado previa
variação zero. Depois de divulgados esses dados cresceu a expectativa de que o Fed poderá iniciar o
desmonte do seu programa de
compras de títulos já na reunião
do mês que vem.
O dólar só não subiu mais por
causa da surpresa vinda da área externa brasileira. Cansado de publicar dados ruins sobre o setor externo, o BC pôde, enfim, comemorar
ontem um indicador bem vistoso.
O resultado positivo exibido pela
balança cambial na semana passada foi não só suficiente para reverter o déficit até então registrado
em novembro como também redu-
Ao manter a linha
básica do comunicado
utilizado após a
reunião para informar
a decisão, BC sinalizou
que deverá fazer mais
uma elevação do
mesmo tamanho
em janeiro
zir acentuadamente as posições
vendidas à vista dos bancos. No
período de 18 a 22 deste mês, as
duas contas do câmbio contratado mostraram vigoroso superávit.
Pelo lado financeiro, o ingresso líquido de capitais alcançou US$
1,916 bilhão. E, pelo lado comercial, a contratação de câmbio para
exportação superou em US$ 2,632
bilhões o câmbio fechado para importação.
O resultado das duas contas foi
um superávit na semana de US$
4,55 bilhões. Depois dele, a balança cambial até o dia 22 passou a ostentar saldo positivo de US$ 3,83
bilhões, a maior parte (US$ 3,065
bilhões) procedente das operações de comércio exterior.
Os bons números relativos ao
fluxo cambial não podem ser atribuídos às entradas cuja finalidade
é o pagamento do bônus de assinatura do campo de Libra. O ingresso de US$ 2,833 bilhões acontecido no dia 19 pode ser creditado a
essa rubrica. Mas foram as exportações que fizeram a diferença.
Em apenas três dias (19, 21 e 22),
elas renderam nada menos que
US$ 6,92 bilhões.
Até mais importante que a reversão em si do estado deficitário
da balança cambial, os bancos puderam aliviar as pressões sobre o
carregamento das posições vendidas. Estas caíram de US$ 12,28 bilhões no fim de outubro para US$
8,461 bilhões na sexta-feira. São os
bancos instalados no país os agentes incumbidos de garantir a oferta
de dólares ao mercado, já que o BC
se recusa (corretamente) a vender
moeda estocada nas reservas internacionais do país. Se a balança está
desequilibrada por excesso de demanda, eles ampliam as posições
vendidas, tomando recursos emprestados ou de bancos no exterior
ou do próprio BC. Quando o fluxo é
positivo como agora, eles liquidam
seus débitos e, com isso, ampliam
o seu cacife para futuros períodos
de vacas magras (quando, por
exemplo, for anunciado oficialmente o “tapering” da política monetária americana).
22 Brasil Econômico Quinta-feira, 28 de novembro, 2013
▲
ESPECIAL
PREVIDÊNCIA PRIVADA
Editora: Eliane Velloso
[email protected]
Divulgação
Ampliar horizonte
de investidores é
principal desafio
Carteira de investimentos de R$ 358 bilhões em planos para 14
milhões de clientes é prova que o setor dispõe de alta credibilidade
Textos: Cezar Faccioli
[email protected]
“Ninguém vende um apartamento só porque o preço caiu. Espera o
melhor momento, se não estiver
premido pela necessidade.O mesmo deve acontecer com os títulos
de Previdência”. A comparação
com o mercado imobiliário é a forma encontrada pelo presidente da
Fenaprevi, Osvaldo Nascimento,
para abordar o principal desafio
do setor no País: ampliar o horizonte da maioria dos investidores.
Foram 20 anos para construir o
ambiente estável, mas bastaram
alguns meses para produzir certo
abalo, na avaliação do dirigente
da entidade. Com uma carteira de
investimentos de R$ 358 bilhões,
o setor registrou captação líquida
negativa no meio do ano, que se
tornou o principal obstáculo para
que o setor mantivesse a expansão
anual de 20%, trazida do triênio
anterior. “As retiradas de junho e
julho não se deveram a um problema específico da indústria, mas a
um cenário macroeconômico desfavorável”, diz Nascimento.
“As curvas de juros estavam
descendentes a longo prazo, diante da redução progressiva da taxa
Selic, até que as pressões inflacionárias obrigaram a um freio de arrumação. Com a alta da inflação,
veio a mudança na política monetária e a curva de juros passou a
ter inclinação positiva”, detalha.
Com isso, acrescenta Nascimento, os investidores diminuíram o
volume das aplicações, num primeiro momento. “O desconhecimento das particularidades levou
a resgates desnecessários. Os títulos de Previdência seguem apresentando boa rentabilidade de
longo prazo, acima da inflação
em até 6%. O aplicador que tinha
IPC mais 5% no curto, se sacou,
está aplicando agora a IPC mais
2,5%, ou seja, perdendo dinheiro", exemplifica.
Gustavo Lendimuth, superintendente de Produtos de Previdência do Santander, acrescenta
que a queda no rendimento nominal dos fundos de renda fixa assustaram um pouco aplicadores an-
tes acostumados à taxas nominais muito altas. "Na Previdência
Privada, a redução de arrecadação e o aumento das saídas, revertido apenas em setembro, levou a
que a perspectiva de expansão
convergisse para 15% a 16% para
CARTEIRA EM ALTA (R$ milhões)
Números da previdência
privada em 2013*
JAN/SET JAN/SET Variação
2012
2013
(%)
Receita de planos 48,191 51,386
6.63
Captação líquida
27,183 21,028
-22.64
de planos
Carteira de
317,997 358,779
12.82
investimentos
Provisões
305,649 350,228
14.58
Fonte: FenaPrevi
o ano, abaixo dos 20% anteriormente projetados”, afirmou.
Segundo o presidente da Fenaprevi, os planos individuais estão
praticamente acabando, por excesso de regulação, sendo que os
planos para menores crescem
com a população, vegetativamente. Os dados do IBGE revelam que
cada vez nascem menos pessoas,
o que limita a expansão”, explica
Nascimento. O executivo ressalta
que o setor atende 14 milhões de
cidadãos, na maioria em planos
individuais, resultantes, portanto, de decisões voluntárias e da
análise de risco por cada poupador. “Não há como manter esse
contingente sem dispor de alta
credibilidade”, sustenta.
Murillo Constantino
Nascimento: desconhecimento leva a resgates desnecessários
Sergio Prates: trunfo é conhecer a necessidade dos clientes
Icatu vê cenário favorável com
aumento da expectativa de
vida e redução da natalidade
Projeção é de que haja
no país 172 idosos acima
de 60 anos para cada
100 jovens até 18 anos
O aumento da expectativa de vida da população brasileira e a redução da natalidade no país
criam um cenário favorável ao
maior conhecimento das oportunidades e um ganho de confiança pelo investidor de planos de
Previdência Privada. A avaliação é do superintendente de Produtos de Previdência da Icatu Seguros, Sergio Prates Nogueira Filho, que prevê maior consciência da importância do serviço.
“Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) revelam um constante aumento da expectativa de vida no
País, em paralelo a uma redução
da natalidade. A combinação
dos dois processos levará a que
haja 172 idosos acima de 60 anos
para cada 100 jovens até 18 anos.
Os aposentados serão uma proporção cada dia maior da população, o que imporá ajustes na Previdência Oficial e mudanças de
mentalidade para a maioria dos
brasileiros”, avalia.
A customização, pelo conhecimento crescente da clientela,
é um trunfo do Icatu para explorar as oportunidades abertas pelo crescimento esperado da demanda por cobertura previdenciária. “Mais de 80% dos recursos resulta de decisões individuais de investimento. É essencial, portanto, buscar a sintonia
com as inclinações e necessidades de cada pessoa”, avalia.
Segundo o superintendente
do Icatu, os produtos baseados
em ciclos de vida, como os planos que prevêem a data para
aposentadoria, são uma tendência cada dia mais forte nas
carteiras.
O setor precisa expandir-se
acima de 20% ao ano, num momento de PIB inferior a 2%, apenas para manter a taxa de crescimento vegetativo, daí o investimento pesado em divulgação
e educação financeira. Não falta ambição às metas, de acordo
com o dirigente do Icatu.
“O bench mark está em países como Estados Unidos e Holanda, que tem na Previdência
Privada respectivamente 70%
e 140% do PIB. No Brasil, essa
parcela não ultrapassa 16%. É
até difícil buscar parâmetros
mais próximos de comparação,
entre economias de porte semelhante”, afirma Nogueira Filho.
“
Os aposentados
serão uma proporção
cada dia maior da
população, o que
imporá ajustes na
Previdência Oficial
e mudanças de
mentalidade para a
maioria das pessoas”
Sergio Prates Nogueira Filho
Superintendente da Icatu Seguros
Quinta-feira, 28 de novembro, 2013 Brasil Econômico 23
Foco em planos empresariais
Estabilidade econômica e pleno emprego abrem novas oportunidades de negócio para concessão do benefício
O mercado de Previdência Privada vai crescer 18% este ano para a
Bradesco Vida e Previdência. Segundo o seu presidente, Lucio Flavio de Oliveira, o orçamento da
empresa para 2014 está prevendo
crescimento de 22%, com o esforço de manter a taxa ao redor de
20% nos próximos anos.
A estratégia do banco no setor
é construir a cultura de percepção
da Previdência Privada como instrumento de acumulação de capital no longo prazo. “A estabilidade
da economia, o envelhecimento
da população e a evolução, em valores reais, da Previdência Oficial,
são fatores que influenciam os
clientes a perceberem isso. Estamos construindo essa cultura por
meio da oferta massiva de produtos que geram poupança”, afirma
o executivo.
Para o presidente da Bradesco
Vida e Previdência, no cenário
atual de pleno emprego, a concessão de planos de Previdência Privada como benefício das empresas
abrem novas oportunidades para
o negócio. “O crescimento do mercado de planos empresariais é
uma prova disso. Os planos de saúde e seguros de vida ainda lideram
as prioridades de empresas e funcionários, mas os planos de Previdência Privada vêm ganhando espaço na esteira do aumento da ati-
vidade econômica e da oferta de
emprego”, afirma.
Segundo Lucio Flavio de Oliveira, a estabilidade econômica e o
aumento da expectativa de vida
do brasileiro está propiciando a
queda da faixa de idade dos participantes entrantes nos planos de
previdência - antes mais próxima
dos 40 anos, hoje dos 30. “Isso
também decorre da forma como
os planos são estruturados no Brasil, que contribui para a construção da cultura do investimento de
longo prazo.
“No Brasil, os planos são flexíveis e transparentes, o que possibilita que sejam percebidos como
instrumentos de poupança, não
somente para a aposentadoria,
mas também para vários projetos
de vida, como ajudar na educação
dos filhos, comprar a casa própria
ou iniciar um negócio”, explica
Oliveira.
O presidente da Bradesco Vida
e Previdência não considera como
concorrentes opções de investimentos como a poupança ou títulos federais. “Todos esses investimentos são bons e cumprem seu
papel, dependendo do perfil do
cliente. A Previdência Privada não
é a única solução. Porém, para o
longo prazo, considerando as suas
características, é uma das melhores soluções”, previu Oliveira.
Fotos Divulgação
“
O reforço de
aposentadoria é um
benefício forte para a
retenção de talentos.
Assim, o fundo de
pensão pode ser, cada
vez mais, o ponto
decisivo para atrair ou
reter talentos”
Soraia Fidalgo
Gerente de Inteligência de
Negócios da Brasilprev
“
Os planos de
Previdência Privada
vêm ganhando
espaço nas empresas
como benefício, na
esteira do aumento
da atividade
econômica e da oferta
de emprego”
Lucio Flavio de Oliveira
Presidente da Badesco
Vida e Previdência
Soraia Fidalgo, gerente de Inteligência de Negócios da Brasilprev, o braço do Banco do Brasil
para o setor de Previdência Privada, aposta num rápido crescimento dos planos empresariais, diante
da mudança no perfil do mercado
de trabalho do País e da consolidação da estabilidade de preços. "O
reforço de aposentadoria é um benefício forte para a retenção de talentos. Vale-alimentação, valetransporte, seguros, todos são
vantagens já consolidadas na legislação e aprimoradas em empresas
mais competitivas. Assim, o fundo de pensão pode ser, cada vez
mais, o ponto decisivo para atrair
ou reter talentos. Cada vez mais
empresas contribuem à razão de
um real para cada real descontado
do salário do colaborador," conta.
O perfil da clientela é outro fator com que a Brsilprev conta para
preservar a liderança. Nada menos de 58% dos clientes têm até
40 anos, o que permite prever
mais 20 a 25 anos de contribuição,
no mínimo. Além disso, 39% dos
planos vendidos são para menores. "As classes A e B, que já dispõem de formação superior, pensam em custear pós-graduação,
enquanto a classe C identifica a
Educação como única forma de ascensão social," destaca a gerente
da Brasilprev.
24 Brasil Econômico Quinta-feira, 28 de novembro, 2013
SeongJoon Cho/Bloomberg
▲
FINANÇAS
FLUXO CAMBIAL
Saldo mensal fica positivo em US$ 3,8 bi
O fluxo cambial brasileiro, entrada e saída de moeda estrangeira
do país, ficou positivo em US$ 4,548 bilhões na semana passada,
entre os dias 18 e 22, revertendo o déficit acumulado no mês,
segundo divulgação do Banco Central ontem. No acumulado
de novembro até o dia 22, o saldo do fluxo cambial está positivo em
US$ 3,828 bilhões mas, no ano, há déficit de US$ 2,193 bilhões. Reuters
Selic deve se
manter em dois
dígitos em 2014
Copom eleva taxa básica da economia pela sexta vez neste ano, a
10%; efeitos no crédito podem ser limitados, dizem analistas
Patricia Stavis
Lea De Luca
[email protected]
São Paulo
O Comitê de Política Monetária
(Copom) decidiu ontem, por unanimidade, aumentar a taxa básica de juros da economia, a Selic,
pela sexta vez em 2013. Os juros
foram fixados em 10% ao ano,
sem viés, até a próxima reunião
em janeiro. A volta da Selic a dois
dígitos é emblemática — e tende
a se manter assim em 2014.
A mediana das projeções dos
economistas do Comitê de Acompanhamento Macroeconômico
da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e
de Capitais (Anbima) para a Selic
em 2014 é de 10,75% — no começo deste ano, a expectativa era de
9,75%, informou ontem Fernando Honorato, vice presidente do
comitê. “A revisão aconteceu devido ao teor do comunicado do
Banco Central (BC) após a reunião de outubro. Imaginava-se
que o BC fosse sinalizar uma desaceleração da alta dos juros mas isso não aconteceu”, disse. Para
Honorato, houve uma mudança
importante na avaliação do comitê da Anbima em relação à postura do BC sobre juros, devido à resistência da inflação.
Para o economista-chefe do
Santander, Maurício Molan, a alta veio em linha com as expectativas — mas houve uma mudança
no comunicado, indicando que o
BC ficará mais dependente dos
dados para decidir uma alta de
0,25 ou 0,50 ponto percentual
em janeiro.
Para o diretor da Anefac, Miguel de Oliveira, a alta dos juros
não terá efeitos importantes sobre o crédito. “A alta de meio ponto não afeta taxas como as dos
cartões de crédito, que superam
100% ao ano”, diz. Para ele, porém, a alta é um “mal necessário”: “Isoladamente, não faz muita diferença. Mas a longo prazo,
segura a atividade econômica e
ajuda a conter a inflação”.
O professor de economia da
Universidade Mackenzie, Pedro
Raffy Vartanian, espera que o ci-
Rentabilidade dos
bancos brasileiros
cai pelo terceiro
trimestre seguido
A mediana ficou em
12,49% ao ano, segundo
cálculos divulgados
ontem pela Economatica
Copom, presidido por Alexandre Tombini, elevou a Selic a 10%
clo de alta continue em 2014, para até 11%, já que “os preços serão impactados pela valorização
do dólar e pelo aumento da demanda no fim do ano.”
Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do
Brasil, diz que a volta da Selic aos
dois dígitos deve-se à manutenção das expectativas de inflação
em patamar acima do centro da
meta.
Em função das incertezas em
relação ao comportamento do fluxo de capitais após o desmonte
dos estímulos nos EUA, as projeções da Anbima para o câmbio
em 2014 apresentam uma grande
dispersão. Na média, deve ficar
em R$ 2,40.
NÚMEROS
R$ 2,40
É quanto o Comitê de
Acompanhamento Macro da
Anbima espera que o dólar
esteja valendo no final de 2014
10,75%
É o patamar da Selic esperado
pela Anbima para 2014
A mediana da rentabilidade sobre o patrimônio (ROE) dos bancos brasileiros no terceiro trimestre de 2013 ficou em 12,49%, segundo cálculos divulgados ontem pela consultoria Economatica. O valor representa o sexto
pior desempenho dos últimos
cinco anos. O pior foi o terceiro
trimestre de 2009, quando o
ROE ficou em 10,06%.
A rentabilidade dos bancos brasileiros tem a sua terceira queda
consecutiva no terceiro trimestre
de 2013. No final de 2012, estava
em 17,03% — o segundo maior valor já registrado nos últimos cinco
anos. O maior valor atingido aconteceu no terceiro trimestre de
2008: 19,55%.
Na direção contrária, a rentabilidade dos bancos americanos no
terceiro trimestre de 2013 foi a melhor dos últimos cinco anos: a taxa foi de 8,43%.
Ainda assim, os bancos brasileiros continuam mais rentáveis que
os americanos: no terceiro trimestre de 2013 a diferença entre os
dois mercados é de pouco mais de
quatro pontos percentuais.
A distância vem, contudo, diminuindo em relação ao que já representou no passado. A diferença da mediana de rentabilidade ficou em 4,06 pontos percentuais
no trimestre passado. Depois de
passar dois trimestres melhores
(o último de 2012 e o primeiro
deste ano) a distância voltou a
ser reduzida.
No terceiro trimestre de 2008,
anterior à crise dos mercados financeiros, a rentabilidade dos
bancos brasileiros era de 19,55%,
ante 6,36% dos americanos. Desde então, esses últimos melhoraram seus índices em dois pontos
percentuais — no Brasil, ao contrário, os bancos registraram queda
de sete pontos no seus ROEs.
Os demonstrativos usados na
pesquisa da Economatica são
aqueles disponíveis na base de dados da CVM (ou similar para os
bancos dos Estados Unidos). Foram considerados os originalmente publicados, não os apresentados junto com o demonstrativo do
período seguinte, nem os pro-forma - portanto a comparação de valores dos que tiveram fusões ou cisões no período pode estar prejudicada. O calculo do ROE é efetuado
com o lucro liquido acumulado há
12 meses em cada período.
Desde a crise de 2008,
os bancos americanos
recuperaram sua
rentabilidade, que
passou de 6,36% para
8,43%. Os brasileiros,
ao contrário, nunca
mais exibiram taxas
de 19,55%
Quinta-feira, 28 de novembro, 2013 Brasil Econômico 25
RATING
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO
DA 19ª REGIÃO
S&P não define nota do Brasil agora
A possibilidade de rebaixamento no nível de investimento do Brasil
pela Standard & Poor´s levará de 14 meses a dois anos, segundo
informou a presidente da agência, Regina Nunes. “A S&P tem uma
perspectiva negativa para o Brasil desde junho. O prazo
normalmente é entre 14 meses e dois anos. A chance é de uma em
três”, disse Nunes, ao participar ontem de evento do IBRI.
AVISO DE LICITAÇÃO
PREGÃO ELETRÔNICO Nº. 39/2013
Andrew Harrer/Bloomberg
P.A. 32.922/2013 – ID: 518028 - Objeto:
Registro de Preços para eventual
aquisição de estantes em aço para este
Tribunal.Data da Sessão: 12.12.2013,
às 10h00. Local, Informações/cópias do
Edital: Av. da Paz, 2076, sl. 603, Centro,
Maceió-AL – Tel.: (82) 2121-8182.
Segundas às Quinta- feiras de 08:00 às
17:00 e Sextas-feiras Das 08h às 14h
ou
sites
www.trt19.jus.br,licitacoes-e.com.br.
Maria Nely Duarte Ribeiro
Pregoeiro
SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
DIRETORIA DE LOGÍSTICA
EDITAL
PREGÃO ELETRÔNICO: Nº 099 /2013 - Tipo Menor Preço Global Por Lote
OBJETO: Aquisição de Gêneros Alimentícios.
REALIZAÇÃO: Dia 12.12.2013 - 10:00h.
LOCAL: http://www.compras.rj.gov.br
INFORMAÇÕES: Rua Evaristo da Veiga, nº 78 – Centro - RJ
TEL/FAX: 2333.2705
Q.G. – DL/3-G.A.
* Republicado por ter saído com incorreção no dia 21.11.2013
SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
AVISO
A Comissão Permanente de Licitação da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro torna
público e para conhecimento dos interessados que os termos da primeira errata, datada de
30 de agosto de 2013, da segunda errata, datada de 22 de outubro de 2013 e da terceira
errata, datada de 27 de novembro de 2013, da CONCORRÊNCIA Nº 001/2013-PMERJ –
Processo E-09/094/444/2013, encontram-se à disposição dos interessados junto à Diretoria
de Logística – DL/4, situada à Rua Evaristo da Veiga nº 78 – Centro – Rio de Janeiro – RJ,
telefone 2333-2712, nos dias úteis no horário das 10:00 às 16:00 horas, mediante a
apresentação do carimbo do CNPJ da empresa.
JPMorgan tenta evitar que banco de Pittsburgh tenha acesso aos termos da investigação
Pressão para o
JPMorgan revelar
termos do acordo
Federal Home Loan Bank, de Pittsburgh, pede na Justiça para ver
proposta de acusação que levou o banco a pagar US$ 13 bilhões
O JPMorgan Chase & Co deveria
revelar os termos da proposta de
acusação usados como base para
a negociação de um acordo de
US$ 13 bilhões que encerrou as investigações sobre as vendas de títulos hipotecários e identificar
um empregado que colaborou
com a investigação. É o que pedem os advogados de um banco
do estado da Pensilvânia, o Federal Home Loan Bank.
O banco da cidade de Pittsburgh reclama perdas de mais de
US$ 1 bilhão com títulos do JPMorgan lastreados em hipotecas
e que não estão cobertos pelo
acordo. A instituição entrou na
Justiça com um pedido para forçar o banco novaiorquino a cumprir uma ordem judicial para entregar os documentos.
Os advogados do FHLB dizem que os termos da proposta
de denúncia podem levar à descoberta de evidências úteis em
seu próprio caso contra o banco.
O juiz Stanton Wettick, do Tribunal do Estado, em Pittsburgh, ordenou em outubro que o JPMorgan revelasse os termos da denúncia formulada por autoridades federais.
Os advogados do JPMorgan
contestaram essa divulgação em
uma audiência no dia 17 de outubro, de acordo com a transcrição
do Tribunal. O banco tenta derrubar a ordem judicial.
“O JPMorgan agora também
tenta se colocar no lugar do governo dos EUA e argumenta que
a política de acordos deveria
“
As circunstâncias
dessa moção
levam a uma
questão óbvia:
o que é que
o JPMorgan
está tentando
esconder?”
David Beehler
Advogado do FHLB
ocultar os termos da proposta de
denúncia”, disse David Beehler,
advogado do FHLB, nas contestações apresentadas ontem ao Tribunal. “O interesse público - de
livre acesso à informação e transparência - exige exatamente o
oposto do que o JPMorgan busca. As circunstâncias dessa moção levam a uma questão óbvia:
o que é que o JPMorgan está tentando esconder?”
O acordo, anunciado um mês
depois da audiência de Pittsburgh, põe fim às acusações federais de que o JPMorgan, a maior
instituição financeira dos EUA
em ativos, enganou os investidores e o público quando vendeu títulos lastreados em hipotecas residenciais de alto risco.
O banco de Pittsburgh, que
não faz parte do acordo, está processando o JPMorgan e as agências de ratings, incluindo a
Moody's, em função dos títulos
lastreados em hipotecas que
comprou nos anos de 2006 e
2007. A proposta de denúncia pode revelar documentos importantes produzidos pelo JPMorgan para o Departamento de Justiça. Bloomberg
SECRETARIA DA SAÚDE
AUTARQUIA HOSPITALAR MUNICIPAL
Torna público a Abertura de Consulta Pública
Consulta Pública nº:005/2013 - Processo nº 2013-0.337.095-2
Objeto: CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA NA PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA PATRIMONIAL DESARMADA, SERVIÇOS DE
MONITORAMENTO E GERENCIAMENTO LOCAL DE IMAGENS DE CFTV E
CONTROLE DE ACESSO, COM INSTALAÇÃO, MANUTENÇÃO PREVENTIVA E
CORRETIVA DOS EQUIPAMENTOS, NAS DEPENDÊNCIAS DA SEDE E DAS
UNIDADES ADMINISTRATIVAS E HOSPITALARES DA AUTARQUIA HOSPITALAR
MUNICIPAL.
Os interessados poderão consultar a Minuta do Edital que constará do site
http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br, no período de 28/11/2013 a 06/12/2013.
Após a análise da referida Minuta, poderão solicitar esclarecimentos e/ou apresentar
sugestões ou opiniões, impreterivelmente dentro do período acima mencionado junto ao
Núcleo de Licitações da Autarquia Hospitalar Municipal ou enviando-as para o e-mail
[email protected].
CENTRAIS ELÉTRICAS
MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT
CNPJ nº 03.467.321/0001-99 - NIRE 51.300.001.179 - Companhia Aberta
Ata de Reunião da Diretoria realizada em 29 de outubro de 2013
1. Data, Hora e Local: Realizada às 10:00 horas do dia 29 de outubro de 2013, na sede social da
Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. - CEMAT, localizada na Cidade de Cuiabá, Estado do Mato
Grosso, na Rua Manoel dos Santos Coimbra, nº 184, CEP: 78.010-900 (“Companhia”), sob intervenção
da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL (“ANEEL”), nos termos da Resolução Autorizativa
3.647, de 31.08.2012 (“Intervenção”). 2. Presença: (i) o Interventor da Companhia, Sr. Jaconias de
Aguiar; (ii) o Diretor Financeiro e Administrativo e de Relações com os Investidores, Sr. Eduardo Augusto
Gomes de Assumpção; e (iii) o Contador da Companhia, Sr. Milton Henriques de Carvalho Filho. 3.
Mesa: Assumiu a presidência dos trabalhos o Sr. Jaconias de Aguiar, que convidou o Sr. Jean Luís
Teixeira para secretariá-lo. 4. Ordem do Dia: Análise e Autorização para publicação do balancete e das
demais Demonstrações Financeiras Trimestrais da Companhia, referentes ao nonamestre do exercício
social de 2013. 5. Deliberações: Iniciados os trabalhos, o Diretor Financeiro e Administrativo e de
Relações com Investidores da Companhia, Sr. Eduardo Augusto Gomes de Assumpção, e o Contador
da Companhia, Sr. Milton Henriques de Carvalho Filho, apresentaram explanação acerca do balancete
e das demais demonstrações financeiras relativas ao nonamestre do exercício social de 2013. 5.1. Em
seguida, o Interventor Jaconias de Aguiar analisou e autorizou a disponibilização das informações e
documentos no endereço eletrônico da Companhia (www.cemat.com.br/investidores), bem como nas
páginas da Comissão de Valores Mobiliários - CVM (www.cvm.gov.br) e da BM&FBovespa - Bolsa de
Valores, Mercadorias e Futuros S.A. (www.bmfbovespa.com.br). 6. Encerramento: Nada mais havendo
a ser tratado, foi encerrada a reunião, da qual se lavrou a presente ata, que lida e achada conforme, foi
assinada por todos os presentes. Cuiabá-MT, 29 de outubro de 2013. Jaconias de Aguiar - Interventor Presidente. Jean Luís Teixeira - Secretário. Eduardo Augusto Gomes de Assumpção - Diretor Financeiro
e Administrativo e de Relações com os Investidores. Milton Henriques de Carvalho Filho - Contador
CRC MT 008306-O-0. JUCEMAT - Certifico o registro em 12/11/2013 sob o nº 20131341499. Narjara
Bairros - Secretária Geral.
POSITIVO INFORMÁTICA S.A.
Companhia Aberta - CNPJ/MF: 81.243.735/0001-48
FATO RELEVANTE
Em atendimento às disposições da Instrução CVM nº 358, de 03 de janeiro de 2002, os Administradores
da Positivo Informática S.A. (“Companhia”) comunicam a seus acionistas e ao mercado em geral que,
em reunião do Conselho de Administração, realizada em 26/11/2013, foi deliberado por autorizar a
recompra de ações pela Companhia, nos moldes do disposto no art. 14, xiii, de seu Estatuto Social,
corroborado pelo disposto na Instrução CVM nº 10/80, competindo à Diretoria da Companhia definir o
momento e a quantidade de ações a ser efetivamente adquirida, nas seguintes condições: (i) Objetivo da
Companhia na operação: manutenção na tesouraria da Companhia para posterior cancelamento e/ou
alienação sem redução do capital social, podendo ainda estas ações serem utilizadas para atender ao
eventual exercício de opções no âmbito de futuros programas de opção de compra de ações da Companhia,
bem como maximizar a geração de valor para os acionistas, tendo em vista o atual valor de cotação das
ações da Companhia na BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros. (ii) Quantidade
de ações em circulação: a quantidade de ações em circulação no mercado, conforme definição do artigo
5º da Instrução CVM nº 10/80, é de 25.706.906 (vinte e cinco milhões, setecentos e seis mil e novecentos
e seis) ações. (iii) Quantidade de ações a serem adquiridas: a aquisição respeitará o limite de até
875.183 (oitocentos e setenta e cinco mil e cento e oitenta e três) ações previsto no artigo 3º da Instrução
CVM nº 10/80, considerando que a Companhia já mantém ações em tesouraria. (iv) Quantidade de ações
atualmente mantidas em tesouraria: 1.695.508 (um milhão seiscentos e noventa e cinco mil e quinhentos
e oito) ações. (v) Prazo para aquisição: o prazo máximo para aquisição é de 365 (trezentos e sessenta e
cinco) dias, com início em 27/11/2013 e término em 26/11/2014. A aquisição de ações deverá ser feita no
pregão da BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros, a preço de mercado.
(vi) Instituição financeira autorizada: BTG Pactual Corretora de Títulos e Valores Mobiliários S.A.,
com sede na Avenida Brigadeiro Faria Lima, 3477, 15º andar, na cidade de São Paulo, Estado do São Paulo,
inscrita no CNPJ/MF sob o nº 43.815.158/0001-22. Cumpre informar que a Companhia se encontra
momentaneamente impedida de negociar ações de sua própria emissão em função da existência de
estudos de reestruturação societária, para os quais, neste momento, não são possíveis prever desfechos
e nem garantir que quaisquer projetos serão de fato implementados. A Companhia voltará a comunicar
sobre este tema tão logo alguma decisão seja tomada, ou os projetos sejam encerrados. Curitiba, 26 de
novembro de 2013. Lincon Lopes Ferraz - Diretor de Relações com Investidores.
26 Brasil Econômico Quinta-feira, 28 de novembro, 2013
▲
MUNDO
Editor: Gabriel de Sales
[email protected]
Dia de Ação de Graças
expõe efeitos dos cortes
orçamentários nos EUA
Instituições de caridade se organizam para atender maior número de pessoas sem acesso
ao tradicional peru, depois da redução de US$ 5 bilhões no programa alimentar do país
Mandel Ngan/AFP
Os Estados Unidos, “a terra da
abundância”, comemoram, hoje,
o Dia de Ação de Graças mas, para
os mais pobres, haverá menos comida na mesa depois que o Congresso cortou parte da ajuda governamental para a alimentação. Enquanto grande parte dos americanos prepara o tradicional peru para o jantar de Ação de Graças, as
instituições de caridade se organizam para responder a uma demanda maior, após o corte de US$ 5 bilhões da maior rede de segurança
alimentar do país.
Os parlamentares, que têm por
objetivo reduzir o déficit orçamentário, aprovaram cortes na assistência alimentar dirigida aos pobres: o Programa de Assistência
Nutricional Suplementar (SNAP,
na sigla em inglês), uma iniciativa
que ajuda a alimentar cerca de 48
milhões de pessoas, ou um em cada sete americanos.
Determinados a reduzir a enorme dívida do governo e o crônico
déficit, democratas e republicanos
discutem no Congresso a aplicação
de mais cortes na assistência alimentar, de US$ 5 bilhões a US$ 40
bilhões ao longo de 10 anos.
Em Washington, a capital dos
Estados Unidos, uma em cada três
crianças luta contra fome. Tratase da segunda pior taxa do país, ficando atrás apenas do estado do
Novo México, de acordo com a Feeding America, uma rede nacional
de 200 bancos de alimentos.
A Feeding America informou
que o número de pessoas de baixa
renda que a instituição alimenta
“
Para quem vive
na extremidade
inferior do espectro
socioeconômico, a
recessão não acabou”
George Jones
Executivo-chefe da
“Bread for the City”
anualmente cresceu 46% desde
2006, de 25 milhões para 37 milhões de pessoas. Na capital, o centro de uma das regiões mais ricas
do país, legiões de desabrigados
se enfileiram diariamente na frente dos caminhões que oferecem
alimentos.
Essas instituições se veem desafiadas pela necessidade de atender a crescente demanda de pessoas que convivem com a “insegurança alimentar” — termo usado
pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, responsável pelo SNAP.
A organização sem fins lucrativos de Washington “Bread for the
City” (Pão para a Cidade) identificou um aumento de 10% a 15%
no número de pessoas e famílias
atendidas por suas duas despensas de alimentos em Washington
desde a crise econômica de 2008,
afirmou seu executivo-chefe,
George Jones. “Para quem vive
na extremidade inferior do espectro socioeconômico, a recessão
não acabou”, disse Jones, que argumenta que os cortes na assistência alimentar afetam pessoas
que já precisam lutar para pagar
o aluguel, despesas médicas e custos de transporte.
Em 2012, o Banco Alimentar da
Capital (CAFB, na sigla em inglês)
distribuiu 20 milhões de quilos de
alimentos, ou 37,5 milhões de refeições, ajudando cerca de 500
mil pessoas. A instituição precisou trocar de sede no ano passado
após ser obrigada a devolver milhões de quilos de doações porque
a sede antiga, com metade do tamanho da atual, não tinha como
armazenar os alimentos.
O diretor de políticas públicas
da CAFB, Brian Banks, disse que o
volume de suprimentos precisa
ser reforçado nos feriados. Mas,
com os cortes na assistência alimentar aprovados pelos legisladores, os suprimentos foram reforçados ainda mais porque o desejo
era o de “se preparar para o pior”.
Banks explica que o problema
não se resume ao desemprego. De
acordo com ele, a maioria das pessoas que buscam ajuda, tanto na
capital como no resto do país, tem
emprego, mas não consegue receber o suficiente para arcar com todas as despesas.
Uma pesquisa publicada esta
semana também revela que mais
de 20% — ou um quinto — das
crianças de Nova York vivem em
casas onde não têm o suficiente para comer.
O relatório anual da Coalizão
da Cidade de Nova York contra a
Fome, que viu um aumento em
10% neste número com relação ao
período anterior estudado, é a evidência mais recente a apontar níveis elevados de desigualdade entre os super-ricos da cidade e o
resto da população.
A coalizão atribuiu este aumento ao furacão Sandy, que devastou a cidade no ano passado e
deixou, até hoje, muitas pessoas
sem casa, a cortes incapacitantes
no orçamento e à economia americana pós-crise ainda combalida. Veronica Smith, AFP
Menos pedidos de auxílio-desemprego e cautela na indústria
O número de norte-americanos
que solicitou novos pedidos de
auxílio-desemprego diminuiu
inesperadamente na semana
passada, mas a contínua fraqueza
nos gastos corporativos com bens
de capital sugere crescimento
econômico mais lento dos Estados
Unidos no quarto trimestre.
Os pedidos iniciais de
auxílio-desemprego recuaram em
10 mil, para 316 mil, segundo dados
ajustados sazonalmente, informou
ontem o Departamento do Trabalho.
Empregadores adicionaram
204 mil novos postos de trabalho
às folhas de pagamento no mês
passado, mais do que o esperado,
dando fôlego a especulações de que
o Federal Reserve, banco central
norte-americano, pode começar
a retirar seu estímulo econômico
mais cedo do que se esperava.
Mas, embora os dados de
emprego estejam melhorando,
empresas parecem estar
cautelosas em gastar com
bens de capital nos EUA.
Outro relatório do
Departamento do Comércio
mostrou que as encomendas de
bens de capital fora do setor de
Defesa excluindo aeronaves, uma
medida dos planos de gastos das
empresas, caíram 1,2% em
outubro. Lucia Mutikani, Reuters
Quinta-feira, 28 de novembro, 2013 Brasil Econômico 27
Alessandro Bianchi/Reuters
DECISÃO HISTÓRICA
Silvio Berlusconi é expulso do Senado
O ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, líder da direita italiana há
duas décadas, foi expulso do Senado ontem, uma decisão histórica que
representa a perda de sua imunidade parlamentar. O magnata, que havia
sido condenado a quatro anos de prisão por fraude fiscal, mostrou-se
desafiante, enquanto o Senado fazia a votação. “É um dia de luto” para a
Itália e sua democracia, disse ele diante de centenas de manifestantes. AFP
Jim Watson/AFP
Johannes Eisele/AFP
Mantendo a tradição na
véspera do Dia de Ação
de Graças, o presidente
Barack Obama
“perdoou”, ontem, dois
perus: Popcorn (foto) e
Caramel, escolhidos pela
Federação Nacional do
Peru dos Estados Unidos
Conservadores cederam em itens sociais, como o salário mínimo
Merkel terá o apoio
da coalizão de direita
com centro-esquerda
Reunião dos dois grupos
que garante um terceiro
mandato para Merkel
terminou de madrugada
O partido conservador da chanceler alemã, Angela Merkel, e os sociais-democratas, de centro-esquerda, fecharam acordo na madrugada de ontem para formar
uma “grande coalizão” após negociações que avançaram pela noite,
o que significa que a chanceler deve conseguir formar um novo governo até o Natal.
“O resultado é bom para o nosso país e tem um tom conservador”, disse Hermann Groehe, secretário-geral do partido de
Merkel, a União Democrata-Cristã (CDU). Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu e negociador do Partido Social-Democrata (SPD), descreveu o acordo
como um “resultado excelente”
para o partido, cuja participação
no governo de Merkel ainda depende, de uma votação interna entre os 474 mil filiados à legenda.
Se a base do SPD aprovar,
Merkel deve ser eleita em 17 de dezembro pelos deputados do Bundestag para comandar um governo de ampla coalizão em um ter-
ceiro mandato de quatro anos.
A chanceler aceitou várias concessões importantes que poderiam ajudar a superar as dúvidas
dos militantes do SPD, que hesitam ante a ideia de uma aliança
com um partido de direita. Fontes
ligadas aos partidos indicaram
que os conservadores aceitaram
criar um salário mínimo na Alemanha de 8,50 euros a hora a partir
de 2015, mas que só será aplicado
a todos os setores a partir de 2017.
O salário mínimo seria uma novidade na Alemanha, país que até
agora deixava nas mãos dos interlocutores sociais as questões salariais. Segundo o instituto econômico DIW, 5,6 milhões de pessoas, 17% da força de trabalho alemã, recebem atualmente menos
de 8,50 euros por hora.
Após mais de um mês de negociações, os sociais-democratas
também podem celebrar o acordo
que abre a possibilidade de aposentadoria aos 63 anos (contra 67)
para os trabalhadores com 45
anos de contribuição.
O SPD também conquistou
uma de suas principais reivindicações na área social: a possibilidade de conceder a dupla cidadania
aos filhos de estrangeiros nascidos na Alemanha. Agências
28 Brasil Econômico Quinta-feira, 28 de novembro, 2013
▲
MUNDO
Cresce abismo entre a elite e as
pequenas equipes da Fórmula 1
Custos elevados beneficiam escuderias vencedoras, que atraem patrocinadores em detrimento das menores
Nacho Doce/Reuters
As equipes de Fórmula 1 concordam que o custo do esporte é muito alto, mas não conseguem chegar a um consenso sobre o que fazer a respeito. No paddock do
Grande Prêmio do Brasil, que encerrou a temporada no último final de semana, em São Paulo, as
equipes da maior série de automobilismo do mundo discordaram a respeito de como atacar os
crescentes custos que o ex-proprietário de equipe Eddie Jordan
disse que poderiam levar a “uma
enorme implosão se algo não for
feito rapidamente”.
Equipes pequenas e classificadas no meio da tabela, como Sauber e Lotus, sofreram crises financeiras nesta temporada e estão pedindo um limite para gastos com sanções similares às do
novo acordo no futebol europeu.
A Red Bull, que conquistou seu
quarto título consecutivo como
construtora e no mundial de pilotos, e a McLaren, que é regular
na Fórmula 1 desde 1966, acreditam que impor um limite não é
algo prático porque as equipes
encontrariam formas de driblar
as regras.
“Eu adoraria ver os custos sob
controle, claro”, disse o chefe da
Red Bull, Christian Horner, em
uma entrevista. Um limite seria
“impossível de fiscalizar porque
há muitas estruturas diferentes,
muitas entidades diferentes. Eu
simplesmente não consigo ver como isso poderia ser fiscalizado”.
A disparidade financeira pode ser vista nas contas da Red
Bull, cujo campeão mundial Sebastian Vettel venceu a nona corrida consecutiva em São Paulo,
fixando um novo recorde para
uma só temporada, e Marussia,
cujos carros ocuparam os dois últimos lugares no grid de largada
do GP do Brasil.
trou vendas de 28,3 milhões de libras e custos de 54,4 milhões de
libras no mesmo período. A Red
Bull conquistou 596 pontos nesta
temporada, enquanto a Marussia
não conseguiu nenhum.
Neste ano, Red Bull, Ferrari e
McLaren entraram em um acordo
com os proprietários da série que
permite que as escuderias compartilhem US$ 180 milhões em
pagamentos por assinatura, enquanto a Mercedes e a Williams
também chegaram a acordos.
Equipes menores podem entrar em um círculo vicioso de
gastos excessivos para subir na
classificação e atrair patrocinadores, segundo a chefe da Sauber, Monisha Kaltenborn. A Sauber, com sede na Suíça, foi salva
por investidores russos em julho, quando estava com dificuldades para honrar dívidas, incluindo o salário do piloto Nico
Hulkenberg.
“Se você não é tão bom, é
muito difícil atrair patrocinadores”, disse Kaltenborn, a única
mulher que é chefe de uma equipe na Fórmula 1, em entrevista.
“É um círculo muito, muito vicioso do qual é muito, muito difícil sair”.
Elas só gastam, reage
Bernie Ecclestone
Atingidas pela baixa receita e altos custos, pequenas equipes da Fórmula 1 pedem limites nos gastos
Um círculo vicioso com
os gastos excessivos
A Red Bull Technology, empresa
que desenha e fabrica o carro vencedor do campeonato, teve vendas de 231,9 milhões de libras
(US$ 375 milhões) e custos de
201,3 milhões de libras até o final
de 2012. A Red Bull Racing, uma
subsidiária que gerencia a equipe, teve vendas de 176,3 milhões
de libras e custos de 170,3 milhões de libras.
A Manor Grand Prix Racing,
empresa-mãe da Marussia, regis-
RESUMO DA HISTÓRIA
Os altos custos da competição beneficiam as escuderias mais fortes, que conseguem atrair
grandes patrocinadores, distanciando-se das pequenas, cujos prejuízos tendem a aumentar
1
2
3
ARed Bull Technology, que fabrica
o carro vencedor do campeonato,
teve vendas de 231,9 milhões de
libras e custos de 201,3 milhões
até o final de 2012.
Enquanto disso, a Manor Grand
Prix Racing, empresa-mãe da
Marussia, registrou vendas de
28,3 milhões de libras e custos de
54,4 milhões no mesmo período.
Embora as equipes tenham
assinado contratos até 2020,
é provável que o desequilíbrio
das transações financeiras seja
revisto, Bob Fernley, da Force India.
O CEO da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, de 83 anos de idade, diz
que as equipes deveriam culpar a
si mesmas se não estão satisfeitas
com os acordos financeiros da categoria. “Elas têm contrato assinado até 2020”, disse Ecclestone, em uma entrevista concedida enquanto caminhava pelo paddock de Interlagos. “Elas não
deveriam ter assinado se não concordavam. Por mais que você dê
para essas pessoas, nunca será o
suficiente. Elas só gastam”.
Embora as equipes tenham assinado contratos até 2020, é provável que o desequilíbrio das
transações financeiras seja revisto, disse Bob Fernley, vice-diretor da Force India, que terminou
a temporada em sexto lugar.
“Uma semana na Fórmula 1 é muito tempo e as coisas podem mudar muito rapidamente”, disse
ele. “Eu acho que haverá algumas mudanças. Haverá a constatação de que o enriquecimento
de equipes escolhidas talvez tenha sido o caminho errado”. Tariq
Panja, Bloomberg News
Quinta-feira, 28 de novembro, 2013 Brasil Econômico 29
Scott Eells/Bloomberg
LETÔNIA
Desabamento provoca queda de premiê
O primeiro-ministro da Letônia, Valdis Dombrovskis, renunciou
devido ao desabamento do teto de um supermercado na capital Riga,
que matou mais de 50 pessoas. A renúncia provoca uma crise
política no Estado báltico, que está previsto para ser integrado à zona
do euro em janeiro e é visto como um exemplo de prudência fiscal.
As causas para o desabamento continuam desconhecidas. Reuters
AFP
Infraestrutura de transporte ajuda
Dubai a vencer disputa para sediar
a Exposição Mundial de 2020
São Paulo, que disputava
a indicação, obteve só
13 votos e foi eliminada
na primeira votação
Investidores ocidentais
correm para Teerã
em busca de negócios
Conferência automotiva,
na capital iraniana,
surpreende e atrai grande
número de europeus
Sasan Ghorbani diz que a conferência sobre a indústria automobilística iraniana que ele está organizando para o próximo final de semana, em Teerã, de repente se tornou mais atrativa do que esperava.
Os vistos serão disponibilizados
nomomentodachegada paraatender a um aumento na demanda
após o acordo do final de semana
passado, em Genebra, para relaxar as restrições comerciais em relação ao Irã, disse Ghorbani, diretor da associação de fabricantes de
autopeças da república islâmica.
“Todos nos perguntam, ‘você
sabia que as sanções seriam retiradas dias antes dessa conferência?’”, disse ele em entrevista
por telefone. “Sinceramente,
não sabíamos”.
Entre os participantes confirmadospara a Conferência Internacional da Indústria Automotiva do
Irã estão a Renault e a Pininfarina,
da Itália, segundo o site do evento.
A chegada delas sustenta a promessa de investimento em uma
economia levada à recessão devido a sanções e pode se somar ao
otimismo pós-Genebra, que tam-
bém está deslumbrando os mercados de câmbio não oficiais do Irã,
onde a moeda local, o rial, subiu
desde que o acordo foi assinado.
O acordo, que os diplomatas
esperam substituir por uma resolução definitiva daqui a seis meses, levantará algumas restrições
comerciais em troca de freios ao
trabalho nuclear do Irã. Isso abre
a porta para empresas internacionais entrarem em um país de cerca de 77 milhões de pessoas.
Os EUA dizem que o acordo
trará benefícios de US$ 7 bilhões
ao Irã nos próximos seis meses, o
equivalente a cerca de 2,7% da
produção do país no período,
com base em dados do Banco
Mundial. Isso inclui US$ 1,5 bilhão em receita da suspensão de
sanções sobre indústrias como a
Acordo de Genebra
levantará algumas
restrições comerciais
em troca de freios ao
trabalho nuclear do Irã.
Isso abre a porta para
empresas estrangeiras
entrarem em um país de
77 milhões de pessoas
de carros e a petroquímica.
O rial havia perdido mais da
metade de seu valor antes da eleição do presidente Hassan Rouhani, em junho, porque a produção
de petróleo atingiu a maior baixa
em duas décadas. Rouhani, que
em campanha prometeu relaxar
as sanções, herdou uma economia que encolheu mais de 5% no
ano fiscal até março e uma taxa
de inflação de cerca de 40%.
Os EUA informaram que o
acordo pode possibilitar que o
Irã repatrie cerca de US$ 4,2 bilhões em ativos congelados. O governo de Rouhani “parece mais
contido e menos orientado a gastos populistas” do que a administração anterior de Mahmoud Ahmadinejad, e provavelmente usará o dinheiro para reforçar as reservas do Banco Central e dar
apoio ao câmbio, disse Edward
Bell, analista do Médio Oriente
na Economist Intelligence Unit.
Isso pode não ser suficiente para reverter a queda da economia
porque a inflação “fez muito dano
ao poder de compra e distorceu o
real valor dos produtos”, disse ele.
Ghorbani disse que tem esperança de que essa era está caminhando para o final após a eleição de Rouhani. “Às vezes coisas boas acontecem”, disse ele.
Bloomberg News
O BAÚ DO LUXO NA PRAÇA VERMELHA
Tatyana Makeyeva/Reuters
A capital iraniana, que reúne beleza e história, volta a se abrir para o Ocidente, atrás de recursos
Dubai venceu a disputa para sediar
a Exposição Mundial de 2020, desbancando a concorrência de São
Paulo, Yekaterinburgo (Rússia) e Izmir (Turquia) em votação do, ontem, Bureau Internacional de Exposições,com sede em Paris.Dubai recebeu o apoio de 116 dos 164 membros votantes do órgão na rodada final da votação contra a cidade russa. Essa é a primeira vez que uma cidade do Oriente Médio é escolhida
para realizar o evento.
São Paulo foi eliminada ainda na
primeira rodada de votação, quando recebeu apenas 13 votos.
Uma multidão de centenas de
pessoas se reuniu diante de grandes
telões em frente ao Burj Khalifa, o
edifíciomaisaltodomundo,em Dubai, para acompanhar a votação. O
governodeemiradofezumfortelobby para sediar a feira em 2020, dando destaque à sua infraestrutura de
transportesedizendoque asinstalações vão ser transformadas depois
da Expo em um centro de comércio.
Exposições mundiais, nas quais
os países participantes aproveitam
para mostrar seu poder tecnológico,cultura e arquitetura, sãorealizadas a cada cinco anos, durante um
período de seis meses. Milão será a
sede da próxima, em 2015. Reuters
■ O Kremlin exigiu que seja desmontado o baú gigante com
as cores da marca francesa de luxo Louis Vuitton instalado
na Praça Vermelha e cuja presença provocou indignação
em Moscou. A instalação que reproduz o baú da marca Louis
Vuitton tem nove metros de altura e 30 de comprimento,
e deveria acolher a partir de 2 de dezembro e até 19 de janeiro
uma exposição de malas e bolsas da marca. AFP
30 Brasil Econômico Quinta-feira, 28 de novembro, 2013
OPINIÃO
Editoria de Arte
O projeto
e-Social:
risco ou
oportunidade?
Antonio Gesteira*
[email protected]
slogan do Governo “uma nova
era nas relações entre os empregados, empregadores e o Governo” nos convida à seguinte reflexão: Estamos diante de mais
uma obrigação complexa que
irá consumir uma quantia enorme de recursos dos contribuintes? Ou diante de
uma oportunidade de melhorar os nossos processos internos visando reduzir
o retrabalho e criarmos uma agenda
única entre os departamentos de gestão de pessoas, departamento de pessoal, tecnologia da informação, jurídico e a contabilidade?
Sabemos que o objetivo do projeto
e-Social é aumentar ainda mais a transparência nas relações entre as empresas
e seus empregados, além de melhorar a
eficiência na fiscalização, reduzir a burocracia e reduzir as fraudes que ultrapassam a casa do bilhão.
O e-Social é um projeto do governo federal que vai coletar as informações descritas no Objeto do e-Social, armazenando-as no Ambiente Nacional do e-Social,
possibilitando aos órgãos participantes
do projeto sua efetiva utilização para fins
previdenciários, fiscais e de apuração de
tributos e do FGTS.
Foi aprovado, com a publicação Ato
Declaratório Executivo SUFIS Nº 05/13
(DOU de 18/07/2013), o leiaute dos arquivosque compõemo e-Social, que será exigido para os eventos ocorridos a partir da
competência de janeiro de 2014.
O empregador deverá transmitir o arquivo/lote com 50 empregados, cada arquivo terá um recibo de envio e inicialmente será utilizado o modelo de transmissão assíncrona, quando não é estabelecido, no receptor, nenhum mecanismo de sincronização relativamente ao
emissor, e futuramente será síncrona,
quando, no dispositivo receptor, é ativado um mecanismo de sincronização relativamente ao fluxo de dados proveniente do emissor.
O programa de recepção levará em
conta a integridade das informações referentes ao CNPJ do empregador, número do PIS, data de nascimento do funcionário, número de identificação do trabalhador, CPF, inscrição do contribuinte
individual e outros dados.
O cronograma de implantação estabelecido pelo e-Social seguirá a seguinte ordem:
■ Empresas tributadas pelo Lucro Real
O
Elevar o nível de maturidade
com transparência e
qualidade das informações
e atendimento inequívoco
dos prazos é o sonho
de consumo de
qualquer empresa
■ Cadastramento inicial deve ser feito até
30/04/2014
■ O envio de eventos mensais de folha e
apuração de tributos deve iniciar até
30/05/2014
■ Substituição da GFIP a partir de
07/2014
■ MEI e Pequeno Produtor Rural
■ Implantação do e-Social com Recolhimento unificado — final do 1º semestre de
2014
■ Empresas tributadas pelo Lucro Presumido e Empresas do Simples Nacional
■ O Cadastramento inicial deve ser feito
até 30/09/2014
■ O envio de eventos mensais de folha e
apuração de tributos deve iniciar até
30/10/2014
■ Substituição da GFIP a partir de 11/2014
Considerando a complexidade na
captura, organização, adequação ao
leiaute e envio das informações, recomenda-se um processo de gestão de arquivos digitais que contemple as informações de folha, saúde e segurança do
trabalho, cadastro de processos judiciais e administrativos e autônomos.
Seguem algumas orientações que
acredito que possam ajudar na realização do projeto:
■ Revise os processos internos
■ Elabore um plano de ação
■ Ajuste os prazos de acordo com o cronograma do e-Social
■ Envolva o departamento jurídico
■ Verifique as verbas e as incidências.
■ Considere a disponibilidade de infraes-
trutura para o armazenamento dos recibos
■ Dimensione os links de comunicação
de dados
■ Busque apoio dos especialistas
O prazo de 30/04 para carga inicial
trará inúmeros riscos para as empresas o que já demanda toda a atenção
com relação ao cadastro dos funcionários, dados do empregado e empregador, identidade do funcionário, conta
corrente, tabela de cargos e salários e
tabela dos estabelecimentos, dentre
outros riscos inerentes a todo o processo de mudança do meio físico para o
eletrônico.
Entretanto, para as empresas que enxergarem o projeto como uma oportunidade será um ótimo momento para a
criação de um modelo de governança
de processos, orientado a gestão de
eventos e não apenas ao atendimento
das obrigações sem capturar benefícios. Além disso, elevar o nível de maturidade com transparência e qualidade
das informações e atendimento inequívoco dos prazos é o sonho de consumo
de qualquer empresa.
*Antonio Gesteira é diretor executivo
da Vinco Soluções Tecnológicas
Quinta-feira, 28 de novembro, 2013 Brasil Econômico 31
RUBENS BATISTA JR
FABIO FELDMANN
Diretor geral da Próximo, rede especializada em games
Consultor em sustentabilidade
O preço do PS4 ‘deu’
no Jornal Nacional
A volta do anti-semitismo
na Europa?
O anúncio do preço de venda ao consumidor do PS4 —
R$ 3.999 — no Brasil foi recebido com surpresa e gerou indignação imediata nos consumidores. Esse preço quando comparado ao preço de venda no varejo dos Estados Unidos é de
mais fácil explicação por parte do fabricante, que se municia
de planilhas e cálculos, e muito mais de difícil compreensão
por parte dos consumidores, que arcarão com o custo de
comprar ou a frustração de “ficar na vontade”.
Notícias recentes publicadas em vários jornais revelam o
crescimento da extrema direita em vários países da Europa.
Além disso, aponta-se também um aumento do anti-semitismo com especial ênfase na Hungria. Apenas para registro,
meus avós paternos vieram de lá no período entre as duas
guerras mundiais, fugindo exatamente de manifestações
contra judeus por parte de estudantes. Aliás, um filme referência é “Sunshine — O despertar de um século” (1999).
É complicado para qualquer consumidor entender como US$ 399,99,
preço final nos EUA computados
custo, impostos e lucro — o equivalente a R$ 900,00 à taxa de câmbio
de R$ 2,25— émultiplicado por4,4para ser vendido no Brasil! E o ‘timing’
para a Sony não poderia ser pior, por
suceder um erro no lançamento do título Beyond Two Souls, que apresentou problema na dublagem.
O filme relata a história de uma família judia na Hungria, perfeitamente inserida na sociedade, sendo formada por praticantes de esgrima,
que tiveram uma participação destacada nas Olimpíadas como integrantes da delegação do país.
Existem muitas tentativas de explicação sobre o crescimento do antisemitismo tal como a situação da
economia húngara, mas de fato nada
justifica a depredação de cemitérios,
grafites nazistas, abuso verbal e até
mesmo intimidação em jogos de futebol, como ocorrido com o presidente da Associação Raoul Wallenberg,
Ferenc Orosz.
É complicado para o
consumidor entender como
US$ 399,99, preço final nos
EUA, equivalente a R$ 900,
ao câmbio de R$ 2,25, é
multiplicado por 4,4 para
ser vendido no Brasil
Característica típica do brasileiro,
a indignação deu lugar à chacota e galhofa. E, claro, o “jeitinho”, reagiu,
criativamente, com a imaginação — e
em alguns casos com a prática — de
estratégias de aquisição mais econômicas, tais como: compra via sites de
e-commerce estrangeiros (mesmo
correndo o risco ou se sujeitando ao
pagamento da taxa de importação); a
programação de viagens ao Chile ou
aos EUA, que feitas as contas, renderiam um passeio, além da aquisição
do console ao preço — passagem, estadia e console inclusos — igual ou inferior ao preço a ser praticado no varejo
local. Houve espaço, também, para
as “teorias conspiratórias” de que tudo não passava de uma estratégia de
marketing para gerar discussão e,
que posteriormente, o preço “correto” será anunciado, o que, aparentemente, são será o caso.
Indignação e especulações à parte, nós varejistas começamos a refa-
zer as contas, tentando antecipar o
impacto que tal preço terá no consumo e, consequentemente, no mix de
produtos que serão vendidos. Até
porque o Xbox One foi lançado ao
preço de R$ 2.299,00 (na pré-venda)
e a R$ 2.399,00 a partir de sua disponibilização nas lojas (22 de novembro).
Outra preocupação é quanto isso
poderia vir a afetar o mercado formal, que hoje se encontra em franca
expansão em detrimento do mercado “cinza”. O impacto do preço do
PS4 é, em nossa opinião, momentâneo. O varejo formal — e quiçá o fabricante — irá, de alguma maneira,
criar condições para facilitar a aquisição do produto por parte do cliente,
fiel à plataforma.
O mais importante desta polêmica
foi evidenciar o quão importante e
crescente é esse mercado. A publicidade dada na mídia impressa, audiovisual - com destaque para a veiculação no Jornal Nacional - e a repercussão nas redes sociais demonstrou claramente isso.
Os números agregados atestam o
mesmo fato. Segundo a IDG (International Data Group) as vendas de hardware e software (de jogos) no Brasil,
em 2012,atingiram US$ 674 milhões,
representando 36% das vendas na
América Latina. Em 2013 este número é estimado em US$ 793 milhões,
com elevação da participação do Brasil para 38%. O potencial de crescimento é elevado, uma vez que se estima que menos de 33% das casas contam com consoles. Essa é a razão pela
qual não temos dúvidas de que a tendência é de que cada vez mais os consumidores brasileiros serão mais bem
tratados pelos fabricantes de consoles
e pelos desenvolvedores e distribuidores dos jogos. O futuro é promissor e,
seguramente, tende a ser mais barato!
“Engenhos do mal”
como o holocausto
podem voltar a ocorrer
caso não estejamos aptos
a combatê-los desde
suas manifestações
mais primárias
Apenas a título de informação,
Raoul Wallenberg foi o diplomata
sueco responsável por salvar milhares de judeus húngaros no final da 2ª
Guerra Mundial e que, em razão desta sua atitude, dá hoje o nome da avenida onde se localiza a sede das Nações Unidas em Nova Iorque. Desapareceu misteriosamente com a invasão russa, sendo que até hoje não são
conhecidos os fatos relativos ao seu
desaparecimento.
É importante dar atenção à volta
do anti-semitismo pelo fato de que
ainda que muitos possam considerar
essas manifestações irrelevantes, elas
merecem total repúdio por razões éticas e legais, mas, sobretudo, para se
evitar espaço para o seu crescimento.
Sempre é bom lembrar que o holocausto que provocou a morte de 6 milhões de judeus ocorreu há pouco
mais de 70 anos, ou seja, na geração
de nossos pais e avós. Atingiu também ciganos, comunistas, homossexuais, sendo que o mesmo ocorreu
simplesmente porque as pessoas, à
época, não souberam dimensionar o
perigo representado por uma extrema direita capaz de mobilizar os piores sentimentos da humanidade.
O que torna mais difícil de explicar a “industrialização da morte” é
o fato de que a população da maior
parte dos países onde ela foi praticada foi participante ativa em todo esse processo, sendo, desse modo, importante se manter uma postura
sentinela.
Na França, os franceses se calaram e a polícia assumiu o papel de
capturar os judeus do país e enviálos para os campos. Poloneses, húngaros, ucranianos, muitos outros e,
obviamente, os alemães não exerceram papel diferente.
Todos os relatos demonstram que
foram capazes de tomar para si requintes de crueldade contra seus vizinhos e colegas de classe, além de se
apropriarem, sem qualquer prurido,
de suas casas e bens. Exemplo disso
é a recente descoberta de pinturas de
valor inestimável na Alemanha, no
que é considerada a maior descoberta, desde a 2ª Guerra Mundial, de arte confiscada pelos nazistas.
De tudo isso, uma coisa é líquida
e certa: há que se combater o antisemitismo em toda e qualquer modalidade e se partir sempre da premissa de que “engenhos do mal” como o holocausto podem voltar a
ocorrer caso não estejamos aptos a
combatê-los desde suas manifestações mais primárias.
Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas
Diretor Presidente José Mascarenhas
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32 Brasil Econômico Quinta-feira, 28 de novembro, 2013
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PONTO FINAL
OCTÁVIO COSTA Chefe de Redação
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Os argumentos contra o fim do voto aberto nos casos de indicação
de autoridades têm respaldo entre
os senadores. A ampla maioria
considera que é arriscado se opôr
abertamente à aprovação de nomes avalizados pelo Palácio do Planalto para vagas no Supremo Tribunal Federal e para o comando
da Procuradoria Geral da Repúbli-
AROEIRA
ca. Haveria risco de represália, dizem os parlamentares. Porém,
mesmo nesses casos, alguns observadores da cena política dizem
que tal temor fazia sentido ao tempo do regime autoritário. Mas, hoje, quando o país vive dias de plenitude democrática e tem ampla liberdade de imprensa, tais pressões certamente viriam à tona,
A manutenção
do sigilo na eleição
das Mesas Diretoras
de Senado e da
Câmara mostra
o que está em jogo
nessas escolhas
portes diplomáticos para os deputados (2º), controlar o fornecimento de passagens aéreas (3º) e administrar os imóveis funcionais (4º).
O mandato é de dois anos, sem direito a reeleição, a não ser em legislaturas diferentes, exatamente o
que vai acontecer em 2015. Portanto, Renan Calheiros legislou em
causa própria. Com voto secreto
ele terá grande chance de se reeleger presidente do Senado em fevereiro do ano que vem. E continuará a dar a palavra final, por exemplo, sobre a ordem de votações, urgência de cassações e prioridade
para exame de vetos presidenciais. Com o voto aberto, a reeleição de Renan não seria fácil.
Para Rodrigo Rollemberg, a prática de voto secreto no Congresso é
motivo de vergonha. “Já houve
tempo no país em que as mulheres
e os analfabetos não tinham direito a voto. Daqui a alguns anos, causará a mesma surpresa a informação de que o Congresso tomava decisões por voto secreto”, compara
o líder do PSB no Senado.
SOBE E DESCE
Antonio Cruz/ABr
N
a sessão de terça-feira, o Senado tomou uma decisão
histórica ao acabar com as votações secretas nas cassações
de parlamentares e no exame de vetos presidenciais pelo
Congresso. Mas a PEC do Voto Aberto foi aprovada parcialmente,
porque, por pressão do presidente da Casa, Renan Calheiros,
manteve-se o sigilo na indicação de autoridades pelo Executivo e
na eleição da Mesa Diretora do Senado e da Câmara. O líder do PSB,
senador Rodrigo Rollemberg (DF), bem que tentou evitar o fatiamento
da PEC. Levantou questões regimentais, defendeu o texto integral,
mas, ao fim, viu-se forçado a recuar quando Renan ameaçou devolver a
emenda constitucional para nova análise da Comissão de Constituição
e Justiça. Caso isso acontecesse, o tema voltaria à estaca zero.
desmoralizando e desqualificando seus autores.
A outra barreira, contudo, parece injustificável. Mas, ao armar um
verdadeiro cavalo de batalha para
manter o voto secreto na eleição
das Mesas Diretoras do Congresso,
Renan Calheiros mostrou os interesses que existem por trás dessas
escolhas. “Isso foi coisa do Renan
para se reeleger em 2015. A Mesa sobrou”, explicou o senador Walter
Pinheiro, ao criticar o fatiamento
do texto. Renan não tem nada de
bobo e sabe muito bem o que faz. O
presidente do Senado tem nas
mãos um orçamento de R$ 3,5 bilhões e o presidente da Câmara dispõe de R$ 5 bilhões. Ao todo, o Orçamento do Legislativo somou R$
8,5 bilhões este ano, o que é mais
do que orçamentos de oito Estados.
A Mesa Diretora é composta pelo presidente, dois vice-presidentes e quatro secretários, além dos
suplentes. Cada secretário tem
atribuições específicas, como administrar o pessoal da Câmara (1º
secretário), providenciar passa-
Aministra doMeio Ambiente,
Izabella Teixeira, afirmou que vai
intensificar as ações de combate
aodesmatamento ilegal na
Amazônia,que teve umaumento
de 28% este ano. Serão usadas
tecnologias mais avançadas.
Moreira Mariz/Ag. Senado
POR TRÁS DO VOTO SECRETO
O senador Wellington Dias, líder
da base aliada, chegou atrasado
na votação do Plano Nacional de
Educação, aprovado ontem de
forma meteórica. A reunião durou
cerca de 10 minutos, e o texto foi
enviado ao Plenário do Senado.
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