O Clube da Madrugada foi
criado ao amanhecer do dia
22 de novembro de 1954, na
praça Heliodoro Balbi, mais
conhecida como praça da
Polícia.
Naquele dia e naquela adiantada
hora, achavam-se reunidos os
seguintes jovens: Celso Melo,
Farias de Carvalho, Fernando
Colyer, Francisca Ferreria Batista,
Humberto Paiva, João Bosco
Araújo, José Pereira Trindade, Luiz
Bacellar; Saul Benchimol e Teodoro
Botinelly.
A conversa, então, recaiu sobre a
necessidade de fundar uma
agremiação literária. Depois de
algum tempo, por sugestão de Luiz
Bacellar ou de Saul Benchimol,
concordaram todos com o nome
sugerido: Clube da Madrugada.
O nome Madrugada de acordo não só com a hora em que foi
fundado o novo grêmio literário, como também significava, de
modo figurado, o surgimento de um novo dia para a cultura do
Amazonas. Um novo dia, em que o passado de atraso, conforme
o pensamento daqueles jovens fosse enterrado.
O Clube da Madrugada conseguiu cumprir o que pretendia:
tornou-se uma grande expressão cultural. Fundado também
com a intenção de se opor à Academia Amazonense de Letras,
que não dava vez aos jovens, o Madrugada tornou-se o
movimento mais importante das letras no Amazonas.
Ao serem admitidos como membros, os novos integrantes eram
batizados de Cavaleiros iniciados em todas as Madrugadas do
Universo.
Na poesia, a primeira fase do clube é neo-simbolista.
Ela se filia à chamada Geração de 45 da Literatura Brasileira.
São representantes dessa tendência, dentre outros, Jorge
Tufic, Sebastião Norões, L. Ruas e Alencar e Silva.
Sua produção literária é uma evidência
de sua identificação com o universo
regional, seu esforço em criar uma obra
identificada com os mitos, anseios e
esperanças do homem da Amazônia.
OBRAS: Poesia: Varanda de pássaros,
1956; Pequena antologia madrugada,
1958; Chão sem mácula, 1966; Faturação
do ócio, 1974; Cordelim de alfarrábios,
1979; Os mitos da criação e outros
poemas, 1980; Sagapanema, 1981;
Oficina de textos, 1982; Poesia reunida,
1987; Retrato da mãe, 1995; Boléka, a
onça invisível do universo, 1995. Conto:
O outro lado do rio das lágrimas, 1976.
Ensaio: Existe uma literatura
amazonense, 1982; Roteiro da literatura
amazonense, 1983. Crônica: Tio José,
1976. Memória: A casa do tempo, 1987.
Narração e legenda
Com o tempo, novas tendências surgiram. Uma delas foi a
poesia política, que apontava males da sociedade
brasileira. O principal praticante dessa temática foi Farias
de Carvalho, em poemas do livro Cartilha do Bem Sofrer
com Lições de Bem Amar; de 1965. Uma terceira foi à
poesia telúrica, ou seja, aquela que fala do homem e da
natureza da Amazônia. Expressam essa fase autores como
Luiz Bacellar (no livro Sol de Feira) e Elson Farias (Estações
da Várzea, Barro Verde e outro).
Carlos Farias Ouro de Carvalho nasceu em 8 de
setembro de 1930, em Manaus. Tendo sido
professor de Português e Literatura Brasileira do
Colégio Estadual Pedro II, em sua cidade natal, era
também orador de grande poder encantatório,
graças ao manejo das palavras e à riqueza dos
argumentos. Jornalista destacado, colaborou em
diversos jornais de Manaus. Foi Deputado
Estadual e, depois, serviu como funcionário no
Senado Federal, em Brasília.
Tendo sido membro fundador e depois presidente
do Clube da Madrugada, em Manaus, estreou na
poesia com Pássaro de cinza (Manaus, 1957;
reeditado pela Valer em 2000, no âmbito da
Coleção Resgate). Seu segundo livro de poemas foi
Cartilha do bem amar com lições de bem sofrer
(Manaus, 1965). Faleceu em Niterói em 25 de
junho de 1997.
SONETO SEXTO DA
INFÂNCIA
A PRIMEIRA NAMORADA
Na prosa de ficção, encontramos como seria de esperar; a
narrativa telúrica ou regionalista. Arthur Engrácio é seu
mais conhecido representante, com os livros de contos
como Estórias do Rio e Restinga, além do romance Áspero
Chão de Santa Rita. Mas Antísthenes Pinto, também um
poeta inspirado, escreveu sobre a mesma temática. É de
sua autoria, por exemplo, o romance Várzea dos Afogados.
Antísthenes de Oliveira Pinto, poeta e prosador,
membro do Clube da Madrugada e da Academia
Amazonense de Letras, nasceu em Manaus, no dia 28
de novembro de 1929. Dedicou boa parte de sua vida
ao jornalismo tendo, em função disso, se transferido
para o Rio de Janeiro, onde trabalhou na Tribuna da
Imprensa e no Jornal do Brasil. Em 1970 retornou a
Manaus, cidade em que permaneceu até o seu
falecimento, ocorrido no dia 3 de dezembro de 2000.
Sua estreia literária aconteceu em 1957, com a
publicação do livro de poemas Sombra e Asfalto.
Publicou vários outros livros de poesia: Ossuário
(1963); Angústia numeral (1976); A rebelião dos
bichos (1977) e Curvas do tempo (1984). Foi
reconhecido também como importante prosador,
tendo publicado romances (Terra firme, 1970; A
solidão e os anjos, 1976; Várzea dos afogados, 1982),
novelas (Chavascal, 1965; Os agachados, 1985; Porão
das almas, 1992), contos (É proibido perturbar os
pássaros, 1981; Os suicidas, 1988), crônicas
(Quelônios do Carabinani, 1984; Os garis das alturas,
1992) e ensaios (Literatura: novos horizontes
(impressões de leitura), 1984; Oito poetas
amazonenses, 1992).
Só uma influência pesa sobre este autor: da floresta e
dos seus fantasmas; dos rios deslizando mistérios. Por
isso a obra de Antísthenes Pinto é pontuada pelo
silêncio das matas e a solidão dos igarapés. Na sua
escritura há um entretexto marcando um tempo de
espera, o acontecer prometido, a expectativa.
Narração e legenda
Outros contistas de tendências diversas são: Carlos
Gomes (autor de Mundo do Mundo Vasto Mundo),
Erasmo Linhares (O Tocador de Charamela e O Navio e
outras Estórias), Astrid Cabral ( Alameda) e Benjamin
Sanches (o outro e outros contos).
ASTRID CABRAL Félix de Sousa nasceu a
25/09/36 em Manaus, AM, onde fez os
primeiros estudos e integrou o movimento
renovador Clube da Madrugada.
Adolescente ainda transferiu-se para o Rio
de Janeiro, diplomando-se em Letras
Neolatinas na atual UFRJ, e mais tarde
como professora de inglês pelo IBEU.
Lecionou língua e literatura no ensino
médio e na Universidade de Brasília onde
integrou a primeira turma de docentes
saindo em 1965, em consequência do golpe
militar.
Em 1968 ingressou por concurso no
Itamaraty, tendo servido como oficial de
Chancelaria em Brasília, Beirute. Rio e
Chicago. Com a anistia, em 1988 foi
reintegrada à UnB. Ao longo de sua vida
profissional desempenhou os mais variados
trabalhos, fora e dentro da área cultural.
Com a aposentadoria desde 1996 passou a
dedicar-se exclusivamente à literatura e à
família. Colabora em jornais e revistas
especializadas. Viúva do poeta Afonso Félix
de Sousa, é mãe de cinco filhos.
Publicou, entre outros, os livros: Alameda
(contos), 1963, 2 ed., 1998; Ponto de cruz
(poesia), 1979; Toma-viagem (poesia),
1981; Lição de Alice (poesia), 1986; Visgo da
terra (poesia), 1986; Rês desgarrada
(poesia), 1994; De déu em déu (poesia)
[reunião de 5 livros], 1998; Intramuros,
1998; Rasos d´água, 2003.
video do Youtube
O livro Clube da Madrugada: 30 anos, de Jorge Tufic, apresenta,
de forma clara e detalhada, um painel dos primeiros tempos de
atuação dessa entidade literária. Relata a intensa atividade dos
jovens artistas, com lançamento de livros, exposições de pintura
e produção de filmes.
Inspirado pelos nossos poetas e prosadores representantes do
eterno Clube da Madrugada, produza um texto ou uma poesia
que retrate a nossa terra, a nossa cultura e o nosso povo.
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Roteiro : Cartela Aula 8.2