CONHECIMENTO E USO DE PLANTAS POR PARTE DOS ALUNOS DO 1º
ANO DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE
PARNAÍBA, NORTE DO PIAUÍ
Jefferson Bruno Pereira Amaral (Aluno do Curso de Ciências Biológicas da
Universidade Federal do Piauí-UPFI/Campus Parnaíba)
Clélia de Paula da Silva Costa (Aluna do Curso de Ciências Biológicas da Universidade
Federal do Piauí-UPFI/Campus Parnaíba)
Maria de Fátima Dutra de Freitas (Aluna do Curso de Ciências Biológicas da
Universidade Federal do Piauí-UPFI/Campus Parnaíba)
Tereza Cristina Santos (Aluna do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal
do Piauí-UPFI/Campus Parnaíba)
Vivianne Silva de Carvalho (Aluna do Curso de Ciências Biológicas da Universidade
Federal do Piauí-UPFI/Campus Parnaíba)
Jesus Rodrigues Lemos (Professor do Curso de Ciências Biológicas da Universidade
Federal do Piauí-UPFI/Campus Parnaíba)
Introdução
Desde a Pré-história, as plantas vêm sendo utilizadas no dia a dia sob diferentes
formas, tais como alimentação, saúde, construção, etc. O conhecimento sobre o uso
destas plantas normalmente era passado de geração a geração ao longo do tempo
(MORAES et al., 2010). Este conhecimento, sobre o uso das plantas, é nomeado
Etnobotânica e esta atua como uma ciência multidisciplinar, agregando coleta e
tratamento de dados relacionados principalmente com as ciências sociais,
antropológicas e biológicas (SILVEIRA & FARIAS, 2009).
Pesquisas relacionadas à área de Etnobotânica apresentam uma crescente busca
de resgate no mundo contemporâneo, possuindo uma forte vertente na área econômica,
onde os produtos à base de plantas de forma natural ou industrializada têm apresentado
grande valor, principalmente na área fitoterápica e fitofarmacêutica. Um em cada quatro
produtos vendidos nas farmácias é fabricado a partir de materiais extraídos de plantas
das florestas tropicais ou de estruturas químicas derivadas destes vegetais (GARCIA,
1995).
Por outro lado, quando investigada a forma do conhecimento adquirido de
maneira informal, há fatores tais como as crescentes mudanças socioeconômicas,
tecnológicas e industriais ocorridos nas populações, principalmente as localizadas em
grandes e médios centros urbanos, que tendem pouco a pouco a perder os
conhecimentos etnobotânicos repassados de maneira informal pelos seus ancestrais.
Novos valores e costumes são construídos, adaptados à vida moderna e as gerações
mais novas já não usufruem das plantas da mesma forma que seus antepassados
(SILVEIRA & FARIAS, 2009).
Até o momento, poucos estudos no Brasil tem se direcionado à verificação do
conhecimento etnobotânico na comunidade escolar. Melo et al. (2012) afirmam
categoricamente que há a necessidade de propostas pedagógicas que levem os alunos a
compreender a importância que as plantas tem em seu cotidiano.
Neste contexto, este trabalho teve como objetivo principal realizar uma
investigação sobre o conhecimento e uso de plantas, para diferentes fins, por parte de
alunos do ensino médio de uma escola pública do município de Parnaíba, norte do
Piauí, visando, em última instância, estimular o interesse pela diversidade vegetal local
e evidenciar sua importância no seu dia a dia.
Metodologia
A amostra foi composta por 28 alunos da 1º ano do Ensino Médio de uma
escola pública da cidade de Parnaíba, situada na região norte do Piauí. Foram aplicados
questionários contendo questões abertas de natureza qualitativa e de caráter descritivo,
com o intuito de melhor captar as informações expressadas pelos alunos.
O questionário foi composto de seis questões dissertativas que versaram sobre
temas tais como conhecimento sobre Botânica como um todo, abordagem sobre o
conteúdo de plantas na escola, a importância e a utilização das plantas no dia a dia e
outros.
Toda a coleta de dados foi realizada mediante a autorização das pessoas
envolvidas.
Resultados
A amostra compôs-se de 71% de alunos do sexo feminino e 29% do sexo
masculino.
Do total de entrevistados, 67,86% demonstraram conhecimentos gerais sobre
Botânica. Quando questionados sobre a importância das plantas para a vida no planeta,
100% dos alunos concordaram com esta importância, citando como funções
alimentícias, medicinais, na produção de oxigênio e outros.
Sobre o uso das plantas no cotidiano, 75% responderam que as utilizam,
usando até exemplos destas (babosa, capim limão, boldo, erva cidreira erva doce).
Estas, por sua vez, são comumente encontradas em quintais, reforçando a idéia de
transferência do conhecimento por gerações, logo, 82,14% afirmaram que aprenderam
em casa e os principais transmissores de conhecimentos foram suas avós e mães.
60,71% afirmaram usar como principais partes da planta o caule e as folhas para uso
medicinal, já para o uso de cosméticos caseiros, a principal planta mencionada foi
babosa (Aloe vera).
Considerações finais
Através dos dados obtidos neste trabalho, pode-se verificar que mesmo diante
da faixa etária dos alunos eles demonstram um significativo conhecimento sobre uso
das plantas, sendo este obtido empiricamente através de gerações anteriores. Portanto,
observou-se que o conteúdo de botânica abordado na escola restringe-se ao conteúdo
didático não associando ao conhecimento prévio de botânica dos alunos.
Referências
GARCIA, E. S. Biodiversidade, Biotecnologia e Saúde. Cad. Saúde Públ., v. 11, n. 3,
p. 495-500, 1995.
MELO, E. A; ABREU, F. F.; ANDRADE, A. B.; ARAÚJO, M. I. O. A aprendizagem
de botânica no ensino fundamental: dificuldades e desafios. Scientia Plena. v. 8, n. 10,
2012.
MORAES, J. Q.; NUNES, J. R. S.; PESSOA, S. P. M.; PINHEIRO, A. P. Etnobotânica
de plantas medicinais com alunos do ensino médio de um colégio estadual de Tangará
da Serra-MT. In: Congresso de iniciação científica, 2010, Cáceres. Congresso de
iniciação científica. Cáceres: UNEMAT, 2010.
SILVEIRA, A. P., FARIAS, C. C. Estudo etnobotânico na educação básica. UNISUL,
Tubarão, v. 2, n. 1, p. 14-31, 2009.
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